O Sono das Águas

Guimarães Rosa

Há uma hora certa,
no meio da noite,
uma hora morta,
em que a água dorme.
Todas as águas dormem:
no rio,
na lagoa,
no açude,
no brejão,
nos olhos d'água,
nos grotões fundos.

E quem ficar acordado,
na barranca,
a noite inteira,
há de ouvir a cachoeira
parar a queda e o choro,
que a água foi dormir...

Águas claras,
águas barrentas,
sonolentas,
todas vão cochilar.

Dormem gotas,
caudais,
seivas das plantas,
fios brancos,
torrentes.
O orvalho sonha nas placas das folhagens
e adormece.

Até a água fervida,
nos copos de cabeceira dos agonizantes...

Mas nem todas dormem,
nessa hora de torpor líquido e inocente.

Muitos hão de estar vigiando,
e chorando , a noite toda,
porque a água dos olhos
Essa... nunca tem sono...

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Ter Coragem

John F. Kennedy

Ter coragem não é algo que
requeira qualificações excepcionais,
fórmulas mágicas,
nem combinações especiais de hora,
lugar e circunstância.
É uma oportunidade que mais cedo ou mais tarde
é apresentada para cada um de nós."

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Uma Oração da Presença

Wagner Borges

Que jamais, em tempo algum, o teu coração acalente o ódio.

Que o canto da maturidade jamais asfixie a tua criança interior.

Que o teu sorriso seja sempre verdadeiro.

Que as perdas do teu caminho sejam sempre encaradas como lições de vida.

Que a música seja tua companheira de momentos secretos contigo mesmo.

Que os teus momentos de amor contenham a magia de tua alma eterna em cada beijo.

Que os teus olhos sejam dois sóis olhando a luz da vida em cada amanhecer.

Que cada dia seja um novo recomeço, onde tua alma dance na luz.

Que em cada passo teu fiquem marcas luminosas de tua passagem em cada Coração.

Que em cada amigo o teu coração faça festa e celebre o encanto da amizade Profunda que liga as almas afins.

Que em teus momentos de solidão e cansaço esteja sempre presente em teu coração a lembrança de que tudo passa e se transforma, quando a alma é grande e generosa.

Que o teu coração voe contente nas asas da espiritualidade consciente, para que tu percebas a ternura invisível tocando o centro do teu ser eterno.

Que um suave acalanto te acompanhe, na Terra ou no Espaço, e por onde quer que o Imanente Invisível leve o teu viver.

Que o teu coração sinta A PRESENÇA SECRETA DO INEFÁVEL!

Que os teus pensamentos, os teus amores, o teu viver, e a tua passagem pela vida sejam sempre abençoados por aquele AMOR QUE AMA SEM NOME.

Aquele Amor que não se explica, só se sente.

Que esse Amor seja o teu acalanto secreto, viajando eternamente no centro do teu ser.

Que esse Amor transforme os teus dramas em luz, a tua tristeza em celebração, e os teus passos cansados em alegres passos de dança renovadora.

Que jamais, em tempo algum, tu esqueças da PRESENÇA que está em ti e em todos os seres.

Que o teu viver seja pleno de PAZ E LUZ.

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Pra que Gritar ?

Mahatma Gandhi

Um dia, um pensador indiano fez a seguinte pergunta a seus discípulos:

"Por que as pessoas gritam quando estão aborrecidas?"

"Gritamos porque perdemos a calma", disse um deles.

"Mas, por que gritar quando a outra pessoa está ao seu lado?", questionou novamente o pensador.

"Bem, gritamos porque desejamos que a outra pessoa nos ouça", retrucou outro discípulo.

E o mestre volta a perguntar :

"Então não é possível falar-lhe em voz baixa?"

Várias outras respostas surgiram, mas nenhuma convenceu o pensador.

Então ele esclareceu :

"Vocês sabem porque se grita com uma pessoa quando se está aborrecido? O fato é que, quando duas pessoas estão aborrecidas, seus corações se afastam muito. Para cobrir esta distância precisam gritar para poderem escutar-se mutuamente. Quanto mais aborrecidas estiverem, mais forte terão que gritar para ouvir um ao outro, através da grande distância."

Por outro lado, o que sucede quando duas pessoas estão enamoradas ?

Elas não gritam. Falam suavemente. E por quê ?

Porque seus corações estão muito perto. A distância entre elas é pequena.

Às vezes estão tão próximos seus corações, que nem falam, somente sussurram.

E quando o amor é mais intenso, não necessitam sequer sussurrar, apenas se olham, e basta.

Seus corações se entendem.

É isso que acontece quando duas pessoas que se amam estão próximas.

Por fim, o pensador conclui, dizendo :

"Quando vocês discutirem, não deixem que seus corações se afastem, não digam palavras que os distanciem mais, pois chegará um dia em que a distância será tanta que não mais encontrarão o caminho de volta".

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

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O Piano

Desejando encorajar o progresso de seu jovem filho ao piano, uma mãe levou seu pequeno filho a um concerto de Paderewski.

Depois de sentarem, a mãe viu uma amiga na platéia e foi até ela para saudá-la.

Tomando a oportunidade para explorar as maravilhas do teatro, o pequeno menino se levantou e por fim suas explorações o levaram a uma porta onde estava escrito:

"PROIBIDA A ENTRADA"

Quando as luzes abaixaram e o concerto estava prestes a começar, a mãe retornou ao seu lugar e descobriu que seu filho não estava lá.

De repente, as cortinas se abriram e as luzes caíram sobre um impressionante piano Steinway no centro do palco.

Horrorizada, a mãe viu seu filho sentado ao teclado, inocentemente catando as notas de "Cai, cai, balão".

Naquele momento, o grande mestre de piano fez sua entrada, rapidamente foi ao piano, e sussurrou no ouvido do menino:

— "Não pare, continue tocando".

Então, debruçando, Paderewski estendeu sua mão esquerda e começou a preencher a parte do baixo.

Logo, colocou sua mão direita ao redor do menino e acrescentou um belo acompanhamento de melodia.

Juntos, o velho mestre e o jovem noviço transformaram uma situação embaraçosa em uma experiência maravilhosamente criativa.

O público estava perplexo.

É assim que as coisas são com Deus.

O que podemos conseguir por conta própria mal vale mencionar.

Fazemos o melhor possível, mas os resultados não são exatamente como uma música graciosamente fluida.

Mas, com as mãos do Mestre, as obras de nossas vidas verdadeiramente podem ser lindas.

Na próxima vez que você se determinar a realizar grandes feitos, ouça atentamente.

Você pode ouvir a voz do Mestre, sussurrando em seu ouvido:

— "Não pare, continue tocando".

Sinta seus braços amorosos ao seu redor.

Saiba que suas fortes mãos estão tocando o concerto de sua vida.

Lembre-se, Deus não chama aqueles que são equipados.

Ele equipa aqueles que são chamados.

E Ele sempre estará lá para amar e guiar você a grandes coisas.

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

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A Borboleta Azul

Havia um viúvo que morava com suas duas filhas curiosas e inteligentes.

As meninas sempre faziam muitas perguntas.

Algumas ele sabia responder, outras não.

Como pretendia oferecer a elas a melhor educação, mandou as meninas passarem férias com um sábio que morava no alto de uma colina.

O sábio sempre respondia todas as perguntas sem hesitar.

Impacientes com o sábio, as meninas resolveram inventar uma pergunta que ele não saberia responder.

Então, uma delas apareceu com uma linda borboleta azul que usaria para pregar uma peça no sábio.

— O que você vai fazer? - perguntou a irmã.

— Vou esconder a borboleta em minhas mãos e perguntar se ela está viva ou morta.

— Se ele disser que ela está morta, vou abrir minhas mãos e deixá-la voar.

Se ele disser que ela está viva, vou apertá-la e esmagá-la.

E assim qualquer resposta que o sábio nos der estará errada !

As duas meninas foram então ao encontro do sábio, que estava meditando.

— Tenho aqui uma borboleta azul. Diga-me sábio, ela está viva ou morta?

Calmamente o sábio sorriu e respondeu :

— Depende de você...ela está em suas mãos.

Assim é a nossa vida, o nosso presente e o nosso futuro.

Não devemos culpar ninguém quando algo dá errado. Somos nós os responsáveis por aquilo que conquistamos (ou não conquistamos).

Nossa vida está em nossas mãos, como a borboleta azul...

Cabe a nós escolher o que fazer com ela.

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12 passos para evitar o estresse

  1. NÃO COMECE O DIA ATERRORIZADO: Acorde todos os dias com a sensação de que é sexta-feira.

  2. NÃO OCUPE PLENAMENTE O SEU TEMPO LIVRE: Se já tem um segundo emprego, não aceite um terceiro.

  3. NÃO FAÇA COMPRAS NO HORÁRIO DE PICO: Os supermercados podem ser uma boa ajuda para incrementar o seu estresse ao fazer compras em horários de pico (evite-os).

  4. COMPREENDA AS CRIANÇAS: Lembre-se que você já foi uma.

  5. NÃO ESTABELEÇA EXPECTATIVAS MUITO ALTAS: O esforço em demasia leva a resultados imperfeitos.

  6. PREOCUPAÇÃO TÊM FIM: Faça um esforço para descobrir as coisas que podem intensificar a sua alegria e os seus sentimentos de harmonia.

  7. NÃO SOFRA EM SILÊNCIO: Dividir os problemas com os outros reduz enormemente a pressão.

  8. SEMPRE ELOGIE O BOM TRABALHO DAS CRIANÇAS: Uma criança feliz acalenta a alma.

  9. NÃO COMUNIQUE-SE SOMENTE ATRAVÉS DO COMPUTADOR: Sempre que possível converse com as pessoas.

  10. EVITE CONFLITOS INÚTEIS.: Com o seu par, faça uma lista de hábitos negativos e irritantes do outro. Lutem juntos para vencê-los.

  11. FRENESI DE MUDANÇA: Mude lentamente. A direção é mais importante que a velocidade

  12. FIM: Não existe Fim. O que existe é uma oportunidade de começar novamente.

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A Águia e o Pardal

O sol anunciava o final de mais um dia e lá, entre as árvores, estava Andala, um pardal que não se cansava de observar Yan, a grande águia. Seu vôo preciso, perfeito, enchia seus olhos de admiração. Sentia vontade em voar como a águia, mas não sabia como o fazer. Sentia vontade em ser forte como a águia, mas não conseguia assim ser. Todavia, não cansava de segui-la por entre as árvores só para vislumbrar tamanha beleza... Um dia estava a voar por entre a mata a observar o vôo de Yan, e de repente a águia sumiu da sua visão. Voou mais rápido para reencontrá-la, mas a águia havia desaparecido. Foi quando levou um enorme susto: deparou de uma forma muito repentina com a grande águia a sua frente. Tentou conter o seu vôo, mas foi impossível, acabou batendo de frente com o belo pássaro. Caiu desnorteado no chão e quando voltou a si, pode ver aquele pássaro imenso bem ao seu lado observando-o. Sentiu um calafrio no peito, suas asas ficaram arrepiadas e pôs-se em posição de luta. A águia em sua quietude apenas o olhava calma e mansamente, e com uma expressão séria, perguntou-lhe:

— Por que estás a me vigiar, Andala?

— Quero ser uma águia como tu, Yan. Mas, meu vôo é baixo, pois minhas asas são curtas e vislumbro pouco por não conseguir ultrapassar meus limites.

— E como te sentes amigo sem poder desfrutar, usufruir de tudo aquilo que está além do que podes alcançar com tuas pequenas asas?

— Sinto tristeza. Uma profunda tristeza. A vontade é muito grande de realizar este sonho...

O pardal suspirou olhando para o chão... E disse:

— Todos os dias acordo muito cedo para vê-la voar e caçar. És tão única, tão bela. Passo o dia a observar-te.

— E não voas? Ficas o tempo inteiro a me observar? Indagou Yan.

— Sim. A grande verdade é que gostaria de voar como tu voas... Mas as tuas alturas são demasiadas para mim e creio não ter forças para suportar os mesmos ventos que, com graça e experiência, tu cortas harmoniosamente...

— Andala, bem sabes que a natureza de cada um de nós é diferente, e isto não quer dizer que nunca poderás voar como uma águia. Sê firme em teu propósito e deixa que a águia que vive em ti possa dar rumos diferentes aos teus instintos. Se abrires apenas uma fresta para que esta águia que está em ti possa te guiar, esta dar-te-á a possibilidade de vires a voar tão alto como eu. Acredita!

E assim, a águia preparou-se para levantar vôo, mas voltou-se novamente ao pequeno pássaro que a ouvia atentamente:

— Andala, apenas mais uma coisa: Não poderás voar como uma águia, se não treinares incansavelmente por todos os dias. O treino é o que dá conhecimento, fortalecimento e compreensão para que possas dar realidade aos teus sonhos. Se não pões em prática a tua vontade, teu sonho sempre será apenas um sonho. Esta realidade é apenas para aqueles que não temem quebrar limites, crenças, conhecendo o que deve ser realmente conhecido. É para aqueles que acreditam serem livres, e quando trazes a liberdade em teu coração poderás adquirir as formas que desejares, pois já não estarás apegado a nenhuma delas, serás livre! Um pardal poderá, sempre, transformar-se numa águia, se esta for sua vontade. Confia em ti e voa, entrega tuas asas aos ventos e aprende o equilíbrio com eles. Tudo é possível para aqueles que compreenderam que são seres livres, basta apenas acreditar, basta apenas confiar na tua capacidade em aprender e ser feliz com tua escolha!

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A águia

A águia é a ave que possui a maior longevidade da espécie. Chega a viver 70 anos. Mas para a essa idade, aos 40 anos ela tem que dtomar uma séria e difícil decisão. Aos 40 anos ela está com as unhas compridas e flexíveis, não consegue agarrar suas presas das quais se alimenta.

O bico alongado e pontiagudo se curva. Apontando contra o peito estão as asas, envelhecidas e pesadas em função da grossuradas penas, e voar já é tão difícil! então, a águia só tem duas alternativas: morrer...

...ou enfrentar um dolorido processo de renovação que irá durar 150 dias. Esse processo consiste em voar pra o alto de uma montanha e se recolherem um ninho próximo a um paredão onde ela necessite voar. Então, apos encontrar esse lugar, a águia começa a bater o bico em uma parede até arranca-lo.Após arranca-lo, espera nascer um novo bico, com o qual depois vai arrancar suas unhas

Quando as novas unhas começam a nascer, ela passa a arrancar as novas penas .

E só após cinco meses sai para o famoso vôo de renovador e para viver então mais 30 anos.

Em nossa vida, muitas vezes, temos de nos resguardar por algum tempo e começar um processo de renovação. Para que continuemos a voar um vôo da vitória, devemos nos desprender de lembranças, costumes e outras tradições que nos causaram dor. Somente livres do peso do passado, poderemos aproveitar o resultado valioso que uma renovação sempre traz.

Bom vôo!

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A arte de não adoecer

Dr. Dráuzio Varella

Se não quiser adoecer - "Fale de seus sentimentos"

Emoções e sentimentos que são escondidos, reprimidos, acabam em doenças como: gastrite, úlcera, dores lombares, dor na coluna. Com o tempo a repressão dos sentimentos degenera até em cncer. Então vamos desabafar, confidenciar, partilhar nossa intimidade, nossos segredos, nossos pecados.O diálogo, a fala, a palavra, é um poderoso remédio e excelente terapia.

Se não quiser adoecer - "Tome decisão"

A pessoa indecisa permanece na dúvida, na ansiedade, na angústia. A indecisão acumula problemas, preocupações, agressões. A história humana é feita de decisões. Para decidir é preciso saber renunciar, saber perder vantagem e valores para poder ganhar outros. As pessoas indecisas são vítimas de doenças nervosas, gástricas e problemas de pele.

Se não quiser adoecer - "Busque soluções"

Pessoas negativas não enxergam soluções e aumentam os problemas. Preferem a lamentação, a murmuração, o pessimismo. Melhor é acender o fósforo que lamentar a escuridão. Pequena é a abelha, mas produz o que de mais doce existe. Somos o que pensamos. O pensamento negativo gera energia negativa que se transforma em doença.

Se não quiser adoecer - "Não viva de aparências"

Quem esconde a realidade finge, faz pose, quer sempre dar a impressão que está bem, quer mostrar-se perfeito, bonzinho etc., está acumulando toneladas de peso... uma estátua de bronze, mas com pés de barro. Nada pior para a saúde que viver de aparências e fachadas. São pessoas com muito verniz e pouca raiz. Seu destino é a farmácia, o hospital, a dor.

Se não quiser adoecer - "Aceite-se"

A rejeição de si próprio, a ausência de auto-estima, faz com que sejamos algozes de nós mesmos. Ser eu mesmo é o núcleo de uma vida saudável. Os que não se aceitam são invejosos, ciumentos, imitadores, competitivos, destruidores. Aceitar-se, aceitar ser aceito, aceitar as críticas, é sabedoria, bom senso e terapia.

Se não quiser adoecer - "Confie"

Quem não confia, não se comunica, não se abre, não se relaciona, não cria liames profundos, não sabe fazer amizades verdadeiras. Sem confiança, não há relacionamento. A desconfiança é falta de fé em si, nos outros e em Deus.

Se não quiser adoecer - "Não viva sempre triste"

O bom humor, a risada, o lazer, a alegria, recuperam a saúde e trazem vida longa. A pessoa alegre tem o dom de alegrar o ambiente em que vive. "O bom humor nos salva das mãos do doutor". Alegria é saúde e terapia!!!!!!!!

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A Árvore generosa

Do original de Shel Silvertein, Adaptado por Fernando Sabino

Era uma vez uma Árvore que amava um Menino.

E todos os dias, o Menino vinha e juntava suas folhas.
E com elas fazia coroas de rei.
E com a Árvore, brincava de rei da floresta.

Subia em seu grosso tronco, balançava-se em seus galhos!

Comia seus frutos.
E quando ficava cansado, o Menino repousava à sua sombra fresquinha.

O Menino amava a Árvore profundamente.
E a Árvore era feliz!

Mas o tempo passou e o Menino cresceu!
Um dia, o Menino veio e a Árvore disse:
"Menino, venha subir no meu tronco, balançar-se nos meus
galhos, repousar à minha sombra e ser feliz!"

"Estou grande demais para brincar", o Menino
respondeu. "Quero comprar muitas coisas. Você tem algum dinheiro que possa me oferecer?"

"Sinto muito", disse a Árvore, "eu não tenho dinheiro.
Mas leve os frutos, Menino. Vá vendê-los na cidade,
então terá o dinheiro e você será feliz!"

E assim o Menino subiu pelo tronco, colheu os frutos e
levou-os embora.

E a Árvore ficou feliz!

Mas o Menino sumiu por muito tempo...
E a Árvore ficou tristonha outra vez.

Um dia, o Menino veio e a Árvore estremeceu tamanha a
sua alegria, e disse: "Venha, Menino, venha subir no meu
tronco, balançar-se nos meus galhos e ser feliz".

"Estou muito ocupado pra subir em Árvores", disse o menino.
"Eu quero uma esposa, eu quero ter filhos, pra isso é preciso que eu tenha uma casa. Você tem uma casa pra me oferecer?"

"Eu não tenho casa", a Árvore disse. "Mas corte meus
galhos, faça a sua casa e seja feliz."

O Menino depressa cortou os galhos da Árvore e levou-os
embora pra fazer uma casa.

E a Árvore ficou feliz!

O Menino ficou longe por um longo, longo tempo, e no
dia que voltou, a Árvore ficou alegre, de uma alegria tamanha que mal podia falar.
"Venha, venha, meu Menino", sussurrou, "Venha brincar!"

"Estou velho para brincar", disse o Menino, "e estou também muito triste." "Eu quero um barco ligeiro que me leve pra bem longe.
Você tem algum barquinho que possa me oferecer?"

"Corte meu tronco e faça seu barco", a Árvore disse.
"Viaje pra longe e seja feliz!"

O Menino cortou o tronco, fez um barco e viajou.

E a Árvore ficou feliz, mas não muito!

Muito tempo depois, o Menino voltou.

"Desculpe, Menino", a Árvore disse, "não tenho mais nada pra te oferecer. Os frutos já se foram."

"Meus dentes são fracos demais pra frutos", falou o Menino.

"Já se foram os galhos para você balançar", a Árvore disse.

"Já não tenho idade pra me balançar", falou o menino.

"Não tenho mais tronco pra você subir", a Árvore disse.
"Estou muito cansado e já não sei subir", falou o Menino.

"Eu bem que gostaria de ter qualquer coisa pra lhe
oferecer", suspirou a Árvore. "Mas nada me resta e eu sou apenas um toco sem graça. Desculpe..."

Já não quero muita coisa", disse o Menino, "só um lugar sossegado onde possa me sentar, pois estou muito cansado."

"Pois bem", respondeu a Árvore, enchendo-se de alegria."
"Eu sou apenas um toco, mas um toco é muito útil pra sentar e descansar."
"Venha, Menino, depressa, sente-se em mim e descanse."

Foi o que o Menino fez. E a Árvore ficou feliz!

A AMIZADE É UM SENTIMENTO QUE SE LEVA PARA SEMPRE...

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A chave da felicidade

A faca mais perigosa é a cega, porque é a mais difícil de controlar.

Força bruta sem controle é ainda pior do que inútil: é destrutiva.

Com o poder vem a obrigação de exercer o controle. Suas ações são muito poderosas, especialmente quando consideradas ao longo do tempo. As "pequenas coisas" que você faz, dia após dia, somam-se e têm uma grande influência no seu mundo.

Seus pensamentos são também poderosos. Tudo que você faz começa com um pensamento. Para usar sabiamente o poder dos seus pensamentos e ações, você deve exercer criteriosamente o controle. O poder de seus pensamentos e ações está ali. Seu trabalho é controlar e dirigir esse poder. Sem esse controle você trabalha contra si mesmo.

Focalizando o controle, você pode alcançar uma incrível satisfação. Controle e equilíbrio podem ser a chave da sua felicidade e sucesso.

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A cobra e o vagalume

Era uma vez uma cobra que perseguia um vaga-lume que nada mais fazia do que simplesmente brilhar.

Ele fugia rápido com medo da feroz predadora e a cobra nem pensava em desistir.

Fugiu um dia, dois dias, mais outro e nada.

No terceiro dia, já sem forças, o vaga-lume parou e disse à cobra:

— Posso fazer três perguntas?, disse o vaga-lume.

— Pode. Não costumo abrir esse precedente para ninguém, mas já que vou te devorar, pode perguntar.

— Pertenço a sua cadeia alimentar?

— Não.

— Te fiz alguma coisa?

— Não.

— Então por que você quer me comer?

— PORQUE NÃO SUPORTO VER VOCÊ BRILHAR.....

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Acostume-se ao sim.

Lourival Lopes

A mente acostuma-se ao que se lhe dá.

Se você prefere dizer não quando pode dizer Sim e vê mais os defeitos do que os acertos, o lado Negativo cresce e dificulta-lhe aceitar as coisas como são.

Quando você diz sim, o seu mundo interior solta-se, alegra-se; Quando você diz não, ele se fecha e lhe causa problemas.

O sim alivia, o não aperta.

O sim que você costuma dizer à vida faz a vida Dizer sim a você. Então, se possível, evite dizer: Não gosto, não quero, não vou, não tenho.

Quando você se abre para a vida, Ela se abre para você!

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A distância

Já repararam irmãos, que na grande maioria das vezes as distâncias que nos separam verdadeiramente das outras pessoas são "materialmente" imperceptíveis porque são quase sempre nossos pensamentos e sentimentos que fazem este papel?

Que estamos "realmente" separados e distantes muitas vezes daqueles que convivem conosco? E muito mais "próximos" e "unidos" com aqueles que estão a distância?

Então reflitamos: O que nos separa e distancia verdadeiramente das pessoas?

Nos distanciamos daqueles que nos dirigem palavras, para nós, ofensivas.

Nos distanciamos daqueles que nos incomodam.

Nos distanciamos daqueles que nos ferem.

Então, pergunto-vos: foi a outra pessoa que nos ofendeu ou nossos ouvidos interpretaram ofensivas suas palavras?

Por que algumas pessoas nos incomodam?

Não será porque nos fazem ver nossos defeitos refletidos nas suas atitudes?

Por que algumas pessoas nos ferem?

Não será porque nos deixamos ferir?

Creiam, sempre há os dois lados em todas as questões.

Será que a nossa "distância afetiva" dessas determinadas pessoas vai mudar, transformar alguma coisa?

E todos sabemos que a nossa "tarefa" nesta terra é transformar, mudar e evoluir.

A distância concreta é fácil de diminuir, não é? O pensamento, a memória, o telefone... são tantos os artifícios para driblá-la. Porém, a distância do coração, das atitudes; essas são bem mais difíceis, porque requerem humildade.

Humildade para verdadeiramente ouvirmos, olharmos e fazermos um movimento receptivo e acolhedor na direção das pessoas que nos incomodam ou ofendem.

E "ser" humilde é um dos estados que o espírito humano ainda tem muita dificuldade em compreender e conseqüentemente atingir.

É mais fácil nutrirmos sentimentos negativos, pois temos mais forças para isso; do que para buscarmos o contrário e que necessita de muito trabalho interno, que é uma nova maneira de "olhar" o próximo.

Mas posso assegurar-lhes de que esse trabalho vale a pena, sua recompensa é a paz, a tranqüilidade na consciência.

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Adversidade

Roberto Germano Ribeiro

Uma filha se queixou a seu pai sobre sua vida e de como as coisas estavam tão difíceis para ela. Ela já não sabia mais o que fazer e queria desistir. Estava cansada de lutar e combater. Parecia que assim que um problema estava resolvido um outro surgia.

Seu pai, um "chef", levou-a ate a cozinha dele. Encheu três panelas com água e colocou cada uma delas em fogo alto. Logo as panelas começaram a ferver. Em uma ele colocou cenouras, em outra colocou ovos e, na ultima pó de café. Deixou que tudo fervesse, sem dizer uma palavra.

A filha deu um suspiro e esperou impaciente, imaginando o que ele estaria fazendo. Cerca de vinte minutos depois, ele apagou as bocas de gás.

Pescou as cenouras e as colocou em uma tigela. Retirou os ovos e os colocou em uma tigela. Então pegou o café com uma concha e o colocou em uma tigela. Virando-se para ela, perguntou:

— Querida, o que você está vendo?

— Cenouras, ovos e café - ela respondeu.

Ele a trouxe para mais perto e pediu-lhe para experimentar as cenouras. Ela obedeceu e notou que as cenouras estavam macias.

Ele, então, pediu-lhe que pegasse um ovo e o quebrasse. Ela obedeceu e depois de retirar a casca verificou que o ovo endurecera com a fervura.

Finalmente, ele lhe pediu que tomasse um gole do café. Ela sorriu ao provar seu aroma delicioso.

Ela perguntou humildemente:

— O que isto significa, pai?

Ele explicou que cada um deles havia enfrentado a mesma adversidade, água fervendo, mas que cada um reagira de maneira diferente.

A cenoura entrara forte, firme e inflexível. Mas depois de ter sido submetida a água fervendo, ela amolecera e se tornara frágil.

Os ovos eram frágeis. Sua casca fina havia protegido o líquido interior. Mas depois de terem sido colocados na água fervendo, seu interior se tornou mais rijo.

O pó de café, contudo, era incomparável.

Depois que fora colocado na água fervente, ele havia mudado a água.

— Qual deles é você? - ele perguntou a sua filha. - quando a adversidade bate a sua porta, como você responde? Você é uma cenoura, um ovo ou um pó de café?

E você?

Você é como a cenoura que parece forte, mas com a dor e a adversidade você murcha e se torna frágil e perde sua força?

Será que você é como o ovo, que começa com um coração maleável?

Ou será que você é como o pó de café? Ele muda a água fervente, a coisa que está trazendo a dor, para conseguir o máximo de seu sabor, a 100 graus centígrados. Quanto mais quente estiver a água, mais gostoso se torna o café.

Se você é como o pó de café, quando as coisas se tornam piores, você se torna melhor e faz com que as coisas em torno de você também se tornem melhores.

Como você lida com a adversidade?

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A Elegância do Comportamento

Existe uma coisa difícil de ser ensinada e que, talvez por isso, esteja cada vez mais rara: a elegância do comportamento.

É um dom que vai muito além do uso correto dos talheres e que abrange bem mais do que dizer um simples obrigado diante de uma gentileza.

É a elegância que nos acompanha da primeira hora da manhã até a hora de dormir e que se manifesta nas situações mais prosaicas, quando não há festa alguma nem fotógrafos por perto.

É uma elegância desobrigada.

É possível detectá-la nas pessoas que elogiam mais do que criticam. Nas pessoas que escutam mais do que falam. E quando falam, passam longe da fofoca, das maldades ampliadas no boca a boca.

É possível detectá-la nas pessoas que não usam um tom superior de voz.

Nas pessoas que evitam assuntos constrangedores porque não sentem prazer em humilhar os outros.

É possível detectá-la em pessoas pontuais.

Elegante é quem demonstra interesse por assuntos que desconhece, é quem cumpre o que promete e, ao receber uma ligação, não recomenda à secretária que pergunte antes quem está falando e só depois manda dizer se está ou não está.

É elegante não ficar espaçoso demais. É elegante não mudar seu estilo apenas para se adaptar ao de outro.

É muito elegante não falar de dinheiro em bate-papos informais. É elegante retribuir carinho e solidariedade.

Sobrenome, jóias e nariz empinado não substituem a elegância do gesto. Não há livro que ensine alguém a ter uma visão generosa do mundo, a estar nele de uma forma não arrogante.

Pode-se tentar capturar esta delicadeza natural através da observação, mas tentar imitá-la é improdutivo.

Educação enferruja por falta de uso.

Seja a diferença, sendo quem você verdadeiramente é.

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A fábula do burro

Um dia, o burro de um camponês caiu num poço. Não chegou a se ferir, mas não podia sair dali por conta própria. Por isso o animal chorou fortemente durante horas, enquanto o camponês pensava no que fazer.

Finalmente, o camponês tomou uma decisão cruel: concluiu que já que o burro estava muito velho e que o poço estava mesmo seco, precisaria ser tapado de alguma forma. Portanto, não valia a pena se esforçar para tirar o burro de dentro do poço. Ao contrário, chamou seus vizinhos para ajudá-lo a enterrar vivo o burro. Cada um deles pegou uma pá e começou a jogar terra dentro do poço.

O burro não tardou a se dar conta do que estavam fazendo com ele e chorou desesperadamente. Porém, para surpresa de todos, o burro aquietou-se depois de umas quantas pás de terra que levou.

O camponês finalmente olhou para o fundo do poço e se surpreendeu com o que viu.

A cada pá de terra que caía sobre suas costas o burro a sacudia, dando um passo sobre esta mesma terra que caía ao chão. Assim, em pouco tempo, todos viram como o burro conseguiu chegar até a boca do poço, passar por cima da borda e sair dali trotando.

A vida vai te jogar muita terra nas costas. Principalmente se você já estiver dentro de um poço. O segredo para sair do poço é sacudir a terra que se leva nas costas e dar um passo sobre ela. Cada um de nossos problemas é um degrau que nos conduz para cima.

Podemos sair dos mais profundos buracos se não nos dermos por vencidos. Use a terra que te jogam para seguir adiante!

Recorde-se das 5 regras para ser feliz:

  1. Liberte o seu coração do ódio.
  2. Liberte a sua mente das preocupações.
  3. Simplifique a sua vida.
  4. Dê mais e espere menos.
  5. Ame-se mais e...aceite a terra que lhe jogam. Ela pode ser a solução, não o problema.

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A Flor de Lótus

A flor-de-lótus é aquela que tem as raízes na lama, mas mantém suas pétalas impecavelmente brancas.

Ela precisa dos nutrientes que estão na lama para florescer. Isto é desapego, estar perto do que você mais desejaria estar livre e usar isso para fazer você crescer.

Aquela pessoa que agora está perto de nós é talvez o melhor professor que poderíamos ter, se fossemos capazes de ver o nutriente na sua presença.

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Planos

Algumas vezes os melhores planos resultam em... nada. Algumas vezes a maior confiança em objetivos resulta em... nada. Algumas vezes as mais incríveis oportunidades resultam em... nada. Algumas vezes os mais profundos desejos resultam em... nada. Planos, confiança, oportunidades e desejos ou qualquer outro predicado que você tenha, não são suficientes para empurrar uma bolinha de gude - aquelas pequenas esferas de vidro já esquecidas em algumas regiões do Brasil. A despeito de todo o seu conhecimento em estratégia e tática, a despeito de toda a sua confiança em si mesmo ou em todos os seres do Olimpo, a despeito de tudo aquilo que a vida ofereça e a despeito de todo o desejo racional, emocional e instintivo do seu corpo, nada vai acontecer se você não fizer uma coisa - uma única coisa simples: agir.

Agir - agir sempre - e dar o primeiro passo da jornada é o que garante que as engrenagens do Universo sejam postas para funcionar. Mesmo uma ação pequena tem efeitos devastadores ao longo do tempo. Nada acontece antes de uma ação ser posta para funcionar. Na Bíblia, o livro mais vendido do planeta, a primeira frase é: No princípio criou Deus os céus e a terra. A frase não fala que no princípio Deus refletiu, ou teve autoconfiança, ou viu uma oportunidade, ou estabeleceu um objetivo, ou esperou a sorte, ou contou com sua equipe de trabalho. Nada disso. A frase usada tinha o verbo criar.

Tudo começa com a ação. Naturalmente, isso não significa que você deva agir cegamente; significa que você deve agir na hora de agir. Muitos de nós construímos castelos perfeitos em nossas mentes, mas não agimos para levantar uma pedra sequer. Imaginamos tudo o que poderíamos fazer, mas não fazemos coisa alguma, sempre buscando ótimas razões para tudo aquilo que não fazemos. Queremos melhorar nossas relações, desde que a outra pessoa mude, deixando a ação para ela. Objetivamos tornar a qualidade de nossos produtos superior, desde que os funcionários façam um trabalho melhor, deixando a ação para eles. Pensamos em melhorar nosso trabalho, desde que a empresa nos pague mais, deixando a ação para a corporação. Sonhamos com nossa próxima casa, que será construída no futuro, desde que aquele bilhete de loteria seja premiado, deixando a ação para a sorte.

Embora todas essas coisas possam acontecer, provocar mudanças positivas em nossa vida não é problema de outros. É problema nosso. Lembre-se de que as palavras "desde que" não estão marcadas no calendário. Sua vida está. Faça o que você puder agora, com aquilo que você já tem. Mesmo que pareça ser muito pouco. Mesmo que seja somente um gesto, uma palavra, um olhar. Nenhuma ação é pequena demais, desde que seja uma ação. Se existe somente barro, use-o para construir tijolos e os tijolos para construir as paredes do seu sonho. Se nem mesmo barro você tem, use sapé. Mas faça alguma coisa.

Hoje é o dia para você pegar seus melhores ou piores planos, seus prováveis e improváveis projetos e dar um passo, fazendo aquela ligação, visitando aquele cliente, redesenhando seu produto ou empresa, enviando aquele e-mail, dando aquele sorriso e aquele abraço, andando pelo chão-de-fábrica, assistindo uma palestra, indo ao parque com seu filho, enviando um cartão pelo correio (sim, eu disse correio, não pela internet) ou até conversando com você, no espelho de casa. Nada acontece somente por estar em sua mente. Preencha seus dias com ação que leve o Universo a devolver algum tipo de reação, e certos resultados, talvez até mesmo inesperados, sempre virão.

As suas ações são os melhores intérpretes de seus pensamentos, como disse John Locke. Esta é, realmente, a única diferença entre quem faz e quem somente observa, quem vive e quem gostaria de viver. Madre Teresa de Calcutá não passou 50 anos planejando como ajudar as pessoas pobres. Ela simplesmente ajudava, e o resto aconteceu normalmente. Portanto, faça algo agora.

Aldo Novak

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Ajudando a Chorar

Giani

A menina chegou em casa atrasada para o jantar.

Sua mãe tentava acalmar o nervoso pai enquanto pedia explicações sobre o que havia acontecido.

A menina respondeu que tinha parado para ajudar Janie, sua amiga, porque ela tinha levado um tombo e sua bicicleta tinha se quebrado.

— E desde quando você sabe consertar bicicletas? - perguntou a mãe.

— Eu não sei consertar bicicletas! - disse a menina, eu só parei para ajuda-la a chorar.

Não muitos de nós sabemos consertar bicicletas. E quando nossos amigos caíram e quebraram, não as suas bicicletas mas suas vidas, poucas vezestivemos capacidade para conserta-la. Não podemos simplesmente consertar a vida de outra pessoa, embora isso seja o que nós gostaríamos de fazer.

Mas como a menina, nós podemos parar para lhes ajudar a chorar. Se isso é o melhor que nós podemos fazer... e isso é muito!

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Alegria

Alegria é uma rede de amor com a qual você pode pegar almas.

Madre Teresa de Calcutá

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Algumas maneiras de fazer alguém feliz!!!

Dê um beijo.
Um abraço.
Um passo em sua direção.
Aproxime-se sem cerimônia.
Dê um pouco de calor, do seu sentimento.
Sente-se perto e fique por algum tempo.
Não conte o tempo de se doar.
Liberte um imenso sorriso.
Rasgue o preconceito
Olhe nos olhos.
Aponte um defeito, com jeito.
Respeite uma lágrima.
Ouça uma história ou muitas, com atenção.
Escreva uma carta e mande.
Irradie simplicidade, simpatia, energia.
Num toque de três dedos, observe as "coincidências".
Não espere ser solicitado, preste um favor.
Lembre-se de um caso.
Converse sério ou fiado.
Conte uma piada.
Ache graça.
Ajude a resolver um problema.
Pergunte: Por quê? Como vai?
Como tem passado?
Que tem feito de bom?
Que há de novo? E preste atenção.
Sugira um passeio, um bom livro, um bom filme.
Diga de vez em quando, desculpe, muito obrigado,
Não tem importncia, que há de se fazer, dá-se um jeito.
Tente de alguma maneira ...

E não se espante se a pessoa mais feliz for você!!!

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Algumas Regras Maneiras

1. Coma somente se tiver fome; durma somente se tiver sono e, em caso de dúvida, fique na sua e siga seu próprio nariz.

2. Abrace muito, beije mais ainda e ria, já que a vida é de graça.

3. Peça - sempre haverá alguém que lhe dará o que você está precisando.

4. Despeça-se do que já passou - quem vive de passado é museu.

5. Pare de se preocupar. Perdoe-se por suas burrices e fracassos.

6. Reze para agradecer, nunca para pedir.

7. Não perca tempo em discussões inúteis.

8. Ao invés de brigar, cante uma canção bonita, tome um banho frio ouvá dar uma volta de bicicleta no parque.

9. Desista de fazer a cabeça dos outros. Adote a filosofia cavalo na parada de 7 de setembro. "andando e sendo aplaudido". Cuide de si mesmo como se estivesse cuidando do seu melhor amigo.

10. Expresse a sua individualidade. Beba bastante água e faça ginástica três vezes por semana.

11. Mude algo em si mesmo todos os dias. Abra-se com alguém.

12. Faça alguma coisa que sempre desejou fazer, que pode fazer, mas que tinha vergonha.

13. Cometa erros novos. Simplifique sua vida. Deixe bagunçado. Pare de frescura!

14. Acredite no amor! Nunca pense que o amor é uma "água morna".

15. Grandes amizades não se perdem em pequenas disputas. Se perdidas, éporque não eram nem amizades, muito menos grande.

16. Leia o que está escrito.

17. Seja sempre muito feliz! Saiba que, muitas vezes a felicidade de quem está do seu lado depende da sua felicidade.

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Almas que se encontram

Paulo Fuentes

Dizem que para o amor chegar não há dia, não há hora nem momento marcado para acontecer. Ele vem de repente e se instala no mais sensível dos nossos órgãos, o coração. Começo a acreditar que sim. Mas percebo também que pelo fato deste momento não ser determinado pelas pessoas, quando chega, quase sempre os sintomas são arrebatadores. Vira tudo às avessas e a bagunça feliz se faz instalada.

Quando duas almas se encontram o que realça primeiro não é a aparência fisica, mas a semelhança d'almas. Elas se compreendem e sentem falta uma da outra. Se entristecem por não terem se encontrado antes, afinal tudo poderia ser tão diferente. No entanto sabem que o caminho é este e que não haverá retorno para as suas pretensões.

É como se elas falassem além das palavras, entendessem a tristeza do outro, a alegria, o desejo, mesmo estando em lugares diferentes. Quando almas afins se entrelaçam passam a sentir saudade uma da outra num processo contínuo de reaproximação até a consumação.

Almas que se encontram podem sofrer bastante também, pois muitas vezes tais encontros acontecem em momentos onde não mais podem extravasar toda a plenitude do amor que carregam, toda a alegria de amar e querer compartilhar a vida com o outro, toda a emoção contida à espera do encontro fatal.

Desejam coisas que se tornam quase impossíveis, mas que são tão simples de viver. Como ver o pôr-do-sol, caminhar por uma estrada com lindas árvores, ver a noite chegar, ir ao cinema e comer pipocas, rir e brincar, brigar às vezes, mas fazer as pazes com um jeitinho muito especial. Amar e amar, muitas vezes sabendo que logo depois poderão estar juntas de novo sem que a despedida se faça presente.

Porém muitas vezes elas se encontram em um tempo e em um espaço diferentes do que suas realidades possam permitir. Mas depois que se encontram ficam marcadas, tatuadas e ainda que nunca venham a caminhar para sempre juntas, elas jamais conseguirão se separar. E o mais importante: terão de se encontrar em algum lugar. Almas que se encontram jamais se sentirão sozinhas porquanto entenderão, por si só, a infinita necessidade que têm uma da outra para toda a eternidade.

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A loja de Deus

Entrei e vi um Anjo no balcão. Maravilhado, disse-lhe:

— Santo Anjo do Senhor, o que tens?

Respondeu-me:

— Todos os dons de Deus.

Perguntei:

— Custa muito?

Respondeu-me:

— Não, é tudo de graça.

Contemplei a loja e vi jarros com sabedoria, vidros com fé, pacotes com esperança, caixinhas com salvação, potes com amor. Tomei coragem e pedi:

— Por favor, Santo Anjo, quero muito amor, todo o perdão, um vidro de fé, bastante felicidade e salvação eterna para mim e para minha família também.

Então, o Anjo do Senhor preparou-me um pequeno embrulho, tão pequeno, que cabia na palma da minha mão.

Maravilhado, mais uma vez, disse-lhe:

— É possível tudo estar aqui?

O Anjo respondeu-me sorrindo:

— Meu querido irmão, na loja de Deus não temos frutos. Apenas sementes.

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A maior bronca que já levei

Tínhamos uma aula de Fisiologia na escola de medicina logo após a semana da Pátria. Como a maioria dos alunos havia viajado aproveitando o feriado prolongado, todos estavam ansiosos para contar as novidades aos colegas e a excitação era geral. Um velho professor entrou na sala e imediatamente percebeu que iria ter trabalho para conseguir silêncio. Com grande dose de paciência tentou começar a aula, mas você acha que minha turma correspondeu?

Que nada. Com um certo constrangimento, o professor tornou a pedir silêncio educadamente. Não adiantou, ignoramos a solicitação e continuamos firmes na conversa. Foi aí que o velho professor perdeu a paciência e deu a maior bronca que eu já presenciei.

"Prestem atenção porque eu vou falar isso uma única vez", disse, levantando a voz e um silêncio carregado de culpa se instalou em toda a sala e o professor continuou.

"Desde que comecei a lecionar, isso já faz muito anos, descobri que nós professores, trabalhamos apenas 5% dos alunos de uma turma. Em todos esses anos observei que de cada cem alunos, apenas cinco são realmente aqueles que fazem alguma diferença no futuro; apenas cinco se tornam profissionais brilhantes e contribuem de forma significativa para melhorar a qualidade de vida das pessoas. Os outros 95% servem apenas para fazer volume; são medíocres e passam pela vida sem deixar nada de útil. O interessante é que esta percentagem vale para todo o mundo. Se vocês prestarem atenção notarão que de cem professores, apenas cinco são aqueles que fazem a diferença; de cem garçons, apenas cinco são excelentes; de cem motoristas de táxi, apenas cinco são verdadeiros rofissionais; e podemos generalizar ainda mais: de cem pessoas, apenas cinco são verdadeiramente especiais. É uma pena muito grande não termos como separar estes 5% do resto, pois se isso fosse possível, eu deixaria apenas os alunos especiais nesta sala e colocaria os demais para fora, então teria o silêncio necessário para dar uma boa aula e dormiria tranquilo sabendo ter investido nos melhores. Mas, infelizmente não há como saber quais de vocês são estes alunos. Só o tempo é capaz de mostrar isso. Portanto, terei de me conformar e tentar dar uma aula para os alunos especiais, apesar da confusão que estará sendo feita pelo resto. Claro que cada um de vocês sempre pode escolher a qual grupo pertencerá. Obrigado pela atenção e vamos à aula de ".

Nem preciso dizer o silêncio que ficou na sala e o nível de atenção que o professor conseguiu após aquele discurso. Aliás, a bronca tocou fundo em todos nós, pois minha turma teve um comportamento exemplar em todas as aulas de Fisiologia durante todo o semestre; afinal quem gostaria de espontaneamente ser classificado como fazendo parte do resto ?

Hoje não me lembro muita coisa das aulas de Fisiologia, mas a bronca do professor eu nunca mais esqueci. Para mim, aquele professor foi um dos 5% que fizeram a diferença em minha vida. De fato, percebi que ele tinha razão e, desde então, tenho feito de tudo para ficar sempre no grupo dos 5%, mas, como ele disse, não há como saber se estamos indo bem ou não; só o tempo dirá a que grupo pertencemos.

Contudo, uma coisa é certa: se não tentarmos ser especiais em tudo que fazemos, se não tentarmos fazer tudo o melhor possível, seguramente sobraremos na turma do resto."

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Amigos

Paulo Sant'ana

Tenho amigos que não sabem o quanto são meus amigos.

Não percebem o amor que lhes devoto e a absoluta necessidade que tenho deles.

A amizade é um sentimento mais nobre do que o amor, eis que permite que o objeto dela se divida em outros afetos, enquanto o amor tem intrínseco o ciúme, que não admite a rivalidade.

E eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos!

Até mesmo aqueles que não percebem o quanto são meus amigos e o quanto minha vida depende de suas existências ...

A alguns deles não procuro, basta-me saber que eles existem. Esta mera condição me encoraja a seguir em frente pela vida.

Mas, porque não os procuro com assiduidade, não posso lhes dizer o quanto gosto deles. Eles não iriam acreditar.

Muitos deles estão lendo esta crônica e não sabem que estão incluídos na sagrada relação de meus amigos.

Mas é delicioso que eu saiba e sinta que os adoro, embora não declare e não os procure.

E às vezes, quando os procuro, noto que eles não tem noção de como me são necessários, de como são indispensáveis ao meu equilíbrio vital, porque eles fazem parte do mundo que eu, tremulamente, construí e se tornaram alicerces do meu encanto pela vida.

Se um deles morrer, eu ficarei torto para um lado. Se todos eles morrerem, eu desabo ! Por isso é que, sem que eles saibam, eu rezo pela vida deles.

E me envergonho, porque essa minha prece é, em síntese, dirigida ao meu bem estar. Ela é, talvez, fruto do meu egoísmo.

Por vezes, mergulho em pensamentos sobre alguns deles.

Quando viajo e fico diante de lugares maravilhosos, cai-me alguma lágrima por não estarem junto de mim, compartilhando daquele prazer ...

Se alguma coisa me consome e me envelhece é que a roda furiosa da vida não me permite ter sempre ao meu lado, morando comigo, andando comigo, falando comigo, vivendo comigo, todos os meus amigos, e, principalmente os que só desconfiam ou talvez nunca vão saber que são meus amigos !

A gente não faz amigos, reconhece-os.

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Amigo

Um filho perguntou a mãe: "Mãe, posso ir ao hospital ver meu amigo? Ele está doente!"

A mãe responde com uma pergunta: "Claro, mas o que ele tem?"

O filho com a cabeça baixa, diz: "Tumor no cérebro."

A mãe furiosa diz: "E você quer ir lá pra quê? Vê-lo morrer?"

O filho lhe dá as costas e vai...

Horas depois ele volta vermelho de tanto chorar.. dizendo: "Ai mãe, foi tão horrível, ele morreu na minha frente!"

A mãe com raiva: "E agora?! Tá feliz?! Valeu a pena ter visto aquela cena?!"

Uma última lágrima caiu de seus olhos e acompanhado de um sorriso, ele disse: "Muito, pois cheguei a tempo de vê-lo sorrir e dizer... EU TINHA CERTEZA QUE VOCÊ VINHA!!!"

Moral da história:

A amizade não se resume só às horas boas, de alegria e de festa.

Amigo é para todas as horas, boas ou ruins, tristes ou felizes!!

Não importa se você esteja longe ou perto.

O importante é que você exista para que eu possa sentir sua a falta

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Amigo Velho

Rachel de Queiroz

Pode haver nada mais confortável neste mundo do que um amigo velho? Não tem surpresa conosco, mas também não espera de nós o que não podemos dar. Não se escandaliza com o que fazemos, não se irrita, ou, se se irrita, é moderadamente ... Não precisa a gente lhe explicar nada, o mecanismo de novos interesses e até mesmo de novos amores, porque o velho amigo conhece todos os nossos mecanismos. Mas, além dessa capacidade de compreensão quase infinita, se o amigo velho nos é acima de tudo precioso é porque preciosos também somos nós para ele.

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Amizade é quase amor...

Para se conservar uma belíssima Amizade, É necessário cultivá-la, Como se fosse um jardim de rosas raras.

Tem que colocar muitos sentimentos, Estar presente a todo o momento, E, ser amigo de verdade, Para se ter uma grande amizade.

Ser fiel e realmente verdadeiro E chegar sempre primeiro, Para lhe oferecer o mundo inteiro, Tudo com muito sentimento, E nunca esperar nenhum pagamento.

Amizade é simples, mas é coisa séria. É como um casamento sem papel, É uma união de amigos que se gostam, É para as horas amargas, E também para saborear o mel.

Amizade é sorrir para o amigo e o apoiar, Quando na verdade o que a gente queria era chorar.

Tem que haver entrega, solidariedade, Sem cobranças, muito carinho e confiança, Um ombro amigo, e muita atenção... Tem que dar tudo incondicionalmente, Sem restrição.

Tem que ser o equilíbrio da balança, Ser muito legal é fundamental! Dar apoio, participar da vida e dar calor, Amizade é quase amor!

Que sejamos amigos para sempre.

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Amizade

Albert Einstein

Pode ser que um dia deixemos de nos falar.
Mas, enquanto houver amizade,
faremos as pazes de novo.

Pode ser que um dia o tempo passe.
Mas, se a amizade permanecer,
um do outro há de se lembrar.

Pode ser que um dia nos afastemos.
Mas, se formos amigos de verdade,
a amizade nos reaproximará

Pode ser que um dia não mais existamos.
Mas, se ainda sobrar amizade,
nasceremos de novo.

Pode ser que um dia tudo acabe.
Mas, com a amizade
construiremos tudo novamente,
cada vez de forma diferente,
sendo único e inesquecível cada momento
que juntos viveremos e nos
lembraremos pra sempre.

Há duas formas para viver sua vida:
Uma é acreditar que não existe milagre;
A outra é acreditar que todas as coisas
São um milagre.

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Ame sempre

Diz um conto chinês que um jovem foi visitar um sábio conselheiro e disse-lhe sobre as dúvidas que tinha a respeito de seus sentimentos por uma bela moça.

O sábio escutou-o, olhou-o nos olhos e disse-lhe apenas uma coisa:

— Ame-a.

E logo se calou.

Disse o rapaz:

— Mas, ainda tenho dúvidas...

— Ame-a, disse-lhe novamente o sábio.

E, diante do desconcerto do jovem, depois de um breve silêncio, disse-lhe o seguinte:

— Meu filho, amar é uma decisão, não um sentimento. Amar é dedicação e entrega. Amar é um verbo e o fruto dessa ação é o amor. O amor é um exercício de jardinagem. Arranque o que faz mal, prepare O terreno, semeie, seja paciente, regue e cuide. Esteja preparado porque haverá pragas, secas ou excessos de chuvas mas nem por isso abandone o seu jardim. Ame, ou seja, aceite, valorize, respeite, dê afeto, ternura, admire e Compreenda.

Simplesmente: Ame!

A inteligência sem amor, te faz perverso.
A justiça sem amor, te faz implacável.
A diplomacia sem amor, te faz hipócrita.
O êxito sem amor, te faz arrogante.
A riqueza sem amor, te faz avarento.
A docilidade sem amor te faz servil.
A pobreza sem amor, te faz orgulhoso.
A beleza sem amor, te faz ridículo.
A autoridade sem amor, te faz tirano.
O trabalho sem amor, te faz escravo.
A simplicidade sem amor, te deprecia.
A lei sem amor, te escraviza.
A política sem amor, te deixa egoísta.
A vida sem AMOR... não tem sentido.

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Anjo

O menino voltou-se para a mãe e perguntou:

— Os anjos existem mesmo? Eu nunca vi nenhum. Como ela lhe afirmasse a existência deles, o pequeno disse que iria andar pelas estradas, até encontrar um anjo.

— É uma boa idéia - falou a mãe. Irei com você.

— Mas você anda muito devagar - argumentou o garoto. Você tem um pé aleijado. A mãe insistiu que o acompanharia. Afinal, ela podia andar muito mais depressa do que ele pensava. Lá se foram. O menino saltitando e correndo e a mãe mancando, seguindo atrás. De repente, uma carruagem apareceu na estrada. Majestosa, puxada por lindos cavalos brancos. Dentro dela, uma dama linda, envolta em veludos e sedas, com plumas brancas e cabelos escuros. As jóias eram tão brilhantes que pareciam pequenos sóis. Ele correu ao lado da carruagem e perguntou à senhora:

— Você é um anjo?

Ela nem respondeu. Resmungou alguma coisa ao cocheiro que chicoteou os cavalos e a carruagem sumiu, na poeira da estrada. Os olhos e a boca do menino ficaram cheios de poeira. Ele esfregou os olhos e tossiu bastante. Então, chegou sua mãe que limpou toda a poeira, com seu avental de algodão azul.

— Ela não era um anjo, não é, mamãe?

— Com certeza, não. Mas um dia poderá se tornar um, respondeu a mãe. Mais adiante uma jovem belíssima, em um vestido branco, encontrou o menino. Seus olhos eram estrelas azuis e ele lhe perguntou.

— Você é um anjo?

Ela ergueu o pequeno em seus braços e falou feliz:

— Uma pessoa me disse ontem à noite que eu era um anjo. Enquanto acariciava o menino e o beijava, ela viu seu namorado chegando. Mais do que depressa, colocou o garoto no chão. Tudo foi tão rápido que ele não conseguiu se firmar bem nos pés e caiu.

— Olhe como você sujou meu vestido branco, seu monstrinho! Disse ela, enquanto corria ao encontro do seu amado.

O menino ficou no chão, chorando, até que chegou sua mãe e lhe enxugou as lágrimas com seu avental de algodão azul. Aquela moça, certamente, não era um anjo. O garoto abraçou o pescoço da mãe e disse estar cansado.

— Você me carrega?

— É claro - disse a mãe. Foi para isso que eu vim. Com o precioso fardo nos braços, a mãe foi mancando pelo caminho, cantando a música que ele mais gostava. Então o menino a abraçou com força e lhe perguntou:

— Mãe, você não é um anjo? A mãe sorriu e falou mansinho:

— Imagine, nenhum anjo usaria um avental de algodão azul como o meu....

MORAL DA HISTÓRIA: Anjos são todos os que na Terra se tornam guardiões dos seus amores. São mães, pais, filhos, irmãos, amigos que renunciam a si próprios, a seus interesses, aos seus objetivos, aos seus desejos e até as suas vidas em benefício dos que amam. Às vezes, podem estar do nosso lado e não percebemos.

Autor: William J. Bennett

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Antes do dia partir... O que valeu a pena hoje?

Sempre tem alguma coisa. Um telefonema. Um filme...

Paulo Mendes Campos, em uma de suas crônicas reunidas no livro "o amor acaba", diz que devemos nos empenhar em não deixar o dia partir inultilmente.

Eu tenho, há anos, isso como lema.

É pieguice, mas antes de dormir, quando a noite chega e o sono ainda não veio, eu penso: o que valeu a pena hoje? Sempre tem alguma coisa.

Um telefonema. Um filme. Um corte de cabelo que deu certo. Um e-mail inspirado...

Até uma briga pode ter sido útil, caso tenha iluminado o que andava escuro dentro da gente.

Já para algumas pessoas, ganhar o dia é ganhar mesmo:

Ganhar um aumento, ganhar na loteria, ganhar um pedido de casamento, ganhar uma partida, ou até um presente.

Mas para quem valoriza apenas as megavitórias, sobram centenas de outros dias em que, aparentemente, nada acontece, e geralmente são essas pessoas que vivem dizendo que a vida não é boa, e seguem cultivando sua angústia existencial com cachaça e uísque, mesmo já tendo seu super apartamento, sua bela esposa, seu carro do ano e um salário aditivado.

Nas últimas semanas, meus dias foram salvos por detalhes.

Uma segunda-feira valeu por uma música que não conhecia e alguém me mandou por e-mail... Linda... Que me arrepiou, me transportou para uma época legal da minha vida, me fez querer dividir aquele momento com pessoas que são importantes pra mim.

E assim correm os dias, presenteando a gente com uma música, um crepúsculo, um instante especial que acaba compensando 24 horas banais.

Claro que tem dias que não servem pra nada, dias em que ninguém nos surpreende, o trabalho não rende e as horas se arrastam melancólicas,sem falar naqueles dias em que tudo dá errado:

Batemos o carro... Somos multados, e pra melhorar, depois perdemos a chave do carro no cinema...

Pois estou pra dizer que até a tristeza pode tornar um dia especial, só que não ficaremos sabendo disso na hora, e sim lá adiante, naquele lugar chamado futuro, onde tudo se justifica.

É muita condescendência com o cotidiano, eu sei, mas não deixar o dia de hoje partir inutilmente é o único meio de a gente aguardar com entusiasmo o dia de amanhã...

desconheço a autoria

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A parábola da rosa

Um certo homem plantou uma rosa e passou a regá-la constantemente e, antes que ela desabrochasse, ele a examinou.

Ele viu o botão que em breve desabrocharia, mas notou espinhos sobre o talo e pensou, Como pode uma bela flor vir de uma planta rodeada de espinhos tão afiados?

Entristecido por este pensamento, ele se recusou a regar a rosa, e, antes que estivesse pronta para desabrochar, ela morreu.

Assim é com muitas pessoas.

Dentro de cada alma há uma rosa: as qualidades dadas por Deus e plantadas em nós crescendo em meio aos espinhos de nossas faltas.

Muitos de nós olhamos para nós mesmos e vemos apenas os espinhos, os defeitos.

Nós nos desesperamos, achando que nada de bom pode vir de nosso interior. Nós nos recusamos a regar o bem dentro de nós, e, consequentemente, isso morre.

Nós nunca percebemos o nosso potencial. Algumas pessoas não vêem a rosa dentro delas mesmas; Alguém mais deve mostrá-la a elas.

Um dos maiores dons que uma pessoa pode possuir ou compartilhar é ser capaz de passar pelos espinhos e encontrar a rosa dentro de outras pessoas.

Esta é a característica do amor -- olhar uma pessoa e conhecer suas verdadeiras faltas.

Aceitar aquela pessoa em sua vida, enquanto reconhece a beleza em sua alma e ajuda-a a perceber que ela pode superar suas aparentes imperfeições.

Se nós mostrarmos a essas pessoas a rosa, Elas superarão seus próprios espinhos.

Só assim elas poderão desabrochar muitas e muitas vezes.

(Autor Desconhecido)

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A Paz é a ambição suprema do ser

A Paz é a ambição suprema do ser.
É serenidade e sabedoria.
Harmonia com a natureza e com o mundo.
É aceitar as diferenças como parte da experiência humana para
enriquecer os sentido e a percepção do outro.
Mais que meditação e silencio, é plena consciência.
Sentimento que se fortalece na união, expressão maior da vida.

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A Pedra

Autor: Antonio Pereira (Apon)

O distraído nela tropeçou;
O bruto a usou como um projétil;
O empreendedor, usando-a, construiu;
O camponês, cansado da lida, dela fez assento;
Para as crianças foi brinquedo;
Drummond a poetizou;
Com ela Davi matou Golias;
O artista fez dela a mais bela escultura...
Em todos os casos, a diferença não era a pedra,
mas sim o homem!

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Aprendendo a Amanhecer

Todo dia é um novo dia, cheio de novas possibilidades, novas pessoas e novas propostas.

A vida é um banquete. Se fechamos os olhos e ouvidos não conseguimos ver, nem escutar os sons e imagens que acontecem ao nosso redor.

Se fecharmos as portas do coração, somos incapazes de sentir afeto, amor e gratidão.

Deixamos assim, o trem da existência passar, enquanto pensamos nas perdas do passado e nas possibilidades do futuro.

A Vida é AGORA.

É essa tendência boba de pensar só nas perdas que nos faz perder ainda mais.

Por mais que a gente queira, ou não, as coisas vão continuar acontecendo.

Como um novo dia.

Amanhecendo.

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Aprender

Brahma Kumaris

O objetivo do surfista não é chegar na praia mas desfrutar a onda. Estar ali de prontidão, atento ao humor do mar. Seja a onda violenta, desafiadora e imprevisível. Seja a onda perfeita em forma, tamanho e força. Aprender a enfrentar o risco de cair para aprender a vencer. Quando a mente expressa tal agilidade em responder à face dura e suave da vida, ela percebe que tudo acontece para fazê-la crescer. Ator-herói é aquele que valoriza mais o andar do que o chegar.

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A Pressa

Um jovem e bem sucedido executivo dirigia por sua vizinhança, correndo demais em seu novo Jaguar. Observando crianças se lançando entre os carros estacionados, diminuiu um pouco a velocidade, quando achou ter visto algo.

Enquanto passava, nenhuma criança apareceu. De repente um tijolo espatifou-se na porta lateral do Jaguar. Freou bruscamente e deu ré até o lugar de onde teria vindo o tijolo. Saltou do carro e pegou bruscamente uma criança empurrando-a contra um veiculo estacionado e gritou:

— Por que você fez isso... que besteira você pensa que está fazendo? Este é um carro novo e caro, aquele tijolo que você jogou vai me custar muito dinheiro seu moleque... Por que você fez isto?

— Por favor senhor me desculpe, eu não sabia mais o que fazer! Implorou o pequeno menino. Ninguém estava disposto a parar e me atender neste local.

Lágrimas corriam do rosto do garoto, enquanto apontava na direção dos carros estacionados.

— É o meu irmão. Ele desceu sem freio e caiu de sua cadeira de rodas e eu não consigo levantá-lo.

Soluçando, o menino perguntou ao executivo:

— O senhor poderia me ajudar a recolocá-lo em sua cadeira de rodas? Ele está machucado e é muito pesado para mim.

Movido internamente muito além das palavras, o jovem motorista engolindo "no imenso" dirigiu-se ao jovenzinho, colocando-o em sua cadeira de rodas.

Tirou seu lenço, limpou as feridas e arranhões, verificando se tudo estava bem.

— Obrigado e que meu Deus possa abençoá-lo. A grata criança disse a ele.

O homem então viu o menino se distanciar... empurrando o irmão em direção a sua casa. Foi um longo caminho de volta para o Jaguar... um longo e lento caminho de volta.

Ele nunca consertou a porta amassada. Deixou amassada para lembrá-lo de não ir tão rápido pela vida, que alguém tivesse que atirar um tijolo para obter a sua atenção.

Às vezes, somos assim andamos rápido e não percebemos que Deus sussurra em nossas almas e fala aos nossos corações. Algumas vezes quando nos não temos tempo de ouvir, Ele tem que jogar um tijolo em nós.

Ciente disso agora, a sua escolha: ouvir o sussurro ou esperar pelo tijolo ?

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A Prova

Olhem o que um professor é capaz de fazer. O fato narrado abaixo é real e aconteceu em um curso de Engenharia da USJT (Univ. São Judas Tadeu), tornando-se logo uma das "lendas" da faculdade...

Na véspera de uma prova, 4 alunos resolveram chutar o balde: iriam viajar. Faltaram a prova e então resolveram dar um "jeitinho". Voltaram a USJT na terça, sendo que a prova havia ocorrido na segunda. Então dirigiram-se ao professor:

- Professor, fomos viajar, o pneu furou, não conseguimos consertá-lo, tivemos mil problemas, e por conta disso tudo nos atrasamos, mas, gostaríamos de fazer a prova.

O professor, sempre compreensivo:

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The Architect Transcript

The Architect: Hello, Neo.

Neo: Who are you?

The Architect: I am the Architect. I created the matrix. I've been waiting for you. You have many questions, and although the process has altered your consciousness, you remain irrevocably human. Ergo, some of my answers you will understand, and some of them you will not. Concordantly, while your first question may be the most pertinent, you may or may not realize it is also irrelevant.

Neo: Why am I here?

The Architect: Your life is the sum of a remainder of an unbalanced equation inherent to the programming of the matrix. You are the eventuality of an anomaly, which despite my sincerest efforts I have been unable to eliminate from what is otherwise a harmony of mathematical precision. While it remains a burden to sedulously avoid it, it is not unexpected, and thus not beyond a measure of control. Which has led you, inexorably, here.

Neo: You haven't answered my question.

The Architect: Quite right. Interesting. That was quicker than the others.

The responses of other Neos appear on the monitors: "Others? What others? How many? Answer me!"

The Architect: The matrix is older than you know. I prefer counting from the emergence of one integral anomaly to the emergence of the next, in which case this is the sixth version.

Again, the responses of the other Ones appear on the monitors: "Five versions? Three? I've been lied too. This is bullshit."

Neo: There are only two possible explanations: either no one told me, or no one knows.

The Architect: Precisely. As you are undoubtedly gathering, the anomaly's systemic, creating fluctuations in even the most simplistic equations.

Once again, the responses of other Neos appear on the monitors: "You can't control me! Fuck you! I'm going to kill you! You can't make me do anything!

Neo: Choice. The problem is choice.

The scene cuts to Trinity fighting an agent, and then back to the Architect's room

The Architect: The first matrix I designed was quite naturally perfect, it was a work of art, flawless, sublime. A triumph equaled only by its monumental failure. The inevitability of its doom is as apparent to me now as a consequence of the imperfection inherent in every human being, thus I redesigned it based on your history to more accurately reflect the varying grotesqueries of your nature. However, I was again frustrated by failure. I have since come to understand that the answer eluded me because it required a lesser mind, or perhaps a mind less bound by the parameters of perfection. Thus, the answer was stumbled upon by another, an intuitive program, initially created to investigate certain aspects of the human psyche. If I am the father of the matrix, she would undoubtedly be its mother.

Neo: The Oracle.

The Architect: Please. As I was saying, she stumbled upon a solution whereby nearly 99.9% of all test subjects accepted the program, as long as they were given a choice, even if they were only aware of the choice at a near unconscious level. While this answer functioned, it was obviously fundamentally flawed, thus creating the otherwise contradictory systemic anomaly, that if left unchecked might threaten the system itself. Ergo, those that refused the program, while a minority, if unchecked, would constitute an escalating probability of disaster.

Neo: This is about Zion.

The Architect: You are here because Zion is about to be destroyed. Its every living inhabitant terminated, its entire existence eradicated.

Neo: Bullshit.

The responses of other Neos appear on the monitors: "Bullshit!"

The Architect: Denial is the most predictable of all human responses. But, rest assured, this will be the sixth time we have destroyed it, and we have become exceedingly efficient at it.

Scene cuts to Trinity fighting an agent, and then back to the Architects room.

The Architect: The function of the One is now to return to the source, allowing a temporary dissemination of the code you carry, reinserting the prime program. After which you will be required to select from the matrix 23 individuals, 16 female, 7 male, to rebuild Zion. Failure to comply with this process will result in a cataclysmic system crash killing everyone connected to the matrix, which coupled with the extermination of Zion will ultimately result in the extinction of the entire human race.

Neo: You won't let it happen, you can't. You need human beings to survive.

The Architect: There are levels of survival we are prepared to accept. However, the relevant issue is whether or not you are ready to accept the responsibility for the death of every human being in this world.

The Architect presses a button on a pen that he is holding, and images of people from all over the matrix appear on the monitors

The Architect: It is interesting reading your reactions. Your five predecessors were by design based on a similar predication, a contingent affirmation that was meant to create a profound attachment to the rest of your species, facilitating the function of the one. While the others experienced this in a very general way, your experience is far more specific. Vis-a-vis, love.

Images of Trinity fighting the agent from Neo's dream appear on the monitors

Neo: Trinity.

The Architect: Apropos, she entered the matrix to save your life at the cost of her own.

Neo: No!

The Architect: Which brings us at last to the moment of truth, wherein the fundamental flaw is ultimately expressed, and the anomaly revealed as both beginning, and end. There are two doors. The door to your right leads to the source, and the salvation of Zion. The door to the left leads back to the matrix, to her, and to the end of your species. As you adequately put, the problem is choice. But we already know what you're going to do, don't we? Already I can see the chain reaction, the chemical precursors that signal the onset of emotion, designed specifically to overwhelm logic, and reason. An emotion that is already blinding you from the simple, and obvious truth: she is going to die, and there is nothing that you can do to stop it.

Neo walks to the door on his left The Architect: Humph. Hope, it is the quintessential human delusion, simultaneously the source of your greatest strength, and your greatest weakness.

Neo: If I were you, I would hope that we don't meet again.

The Architect: We won't.

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Sono

Você dormiu bem essa noite? Teve insônia? Está sentindo apatia, pessimismo, crises de choro ou as mais diversas dores? A vida está monótona e sem perspectivas? Você está trabalhando apenas para sobreviver e não sabe o que fazer com seu tempo livre? São os sintomas típicos da "depressão", não é mesmo?

Para esse quadro, um terapeuta espanhol vem receitando uma coisa simples mas que, às vezes, assusta: um amante!

E para quem sai da consulta escandalizado, o terapeuta explica:

"Amante é "aquilo que nos apaixona", é o que toma conta do nosso pensamento antes de pegarmos no sono e é também aquilo que, às vezes, nos impede de dormir. O nosso amante é aquilo que nos mantém distraídos em relação ao que acontece à nossa volta. É o que nos mostra o sentido e a motivação da vida. Às vezes, encontramos o nosso amante em nosso parceiro, outras, em alguém que não é nosso parceiro, mas que nos desperta as maiores paixões e sensações incríveis. Também podemos encontrá-lo na pesquisa científica ou na literatura, na música, na política, no esporte, no trabalho, na espiritualidade, na boa mesa, no estudo ou no prazer do passatempo predileto... Enfim, é "alguém" ou "algo" que nos faz namorar a vida e nos afasta do triste destino de "ir levando".

E o que é "ir levando"? É ter medo de viver, é vigiar a forma como os outros vivem, é tomar remédios multicoloridos, afastar-se do que é gratificante, observar decepcionado cada ruga nova que o espelho mostra, é se aborrecer com o calor ou com o frio, com o sol ou com a chuva. Ir levando é adiar a possibilidade de desfrutar o hoje, fingindo se contentar com a incerta e frágil ilusão de que talvez possamos realizar algo amanhã.

Por favor, não se contente com "ir levando"! Procure um amante, seja também um amante e um protagonista ... da sua vida..."

Acredite: o trágico não é morrer, mas desistir de viver. Por isso, sem mais delongas, procure um amante! Para estar satisfeito, ativo, jovem e feliz, é preciso namorar a vida!

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A Arte de Viver Bem

Içami Tiba

Não exija dos outros o que eles não podem lhe dar,
Mas cobre de cada um a sua responsabilidade.

Não deixe de usufruir o prazer,
Mas que não faça mal a ninguém.

Não pegue mais do que você precisa,
Mas lute pelos seus direitos.

Não olhe as pessoas só com os seus olhos,
Mas olhe-se também com os olhos delas.

Não fique ensinando sempre,
Você pode aprender muito mais.

Não desanime perante o fracasso,
Supere-se o transformando em aprendizado.

Não se aproveite de quem se esforça tanto,
Ele pode estar fazendo o que você deixou de fazer.

Não estrague um programa diferente com seu mau humor,
Descubra a alegria da novidade.

Não deixe a vida se esvair pela torneira,
Pode faltar aos outros...

O amor pode absorver muitos sofrimentos,
Menos a falta de respeito a si mesmo!

Se você quer o melhor das pessoas,
Dê o máximo de si,
Já que a vida lhe deu tanto.

Enfim, agradeça sempre,
Pois a gratidão abre
As portas do coração.

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Dois Anjos

Dois Anjos viajantes pararam para passar a noite na casa de uma família muito rica. A família era rude e não permitiu que os Anjos ficassem no quarto de hóspedes da mansão. Em vez disso, deram aos Anjos um espaço pequeno no frio sótão da casa.

À medida que eles faziam a cama no duro piso, o Anjo mais velho viu um buraco na parede e o tapou.

Quando o Anjo mais jovem perguntou: por que? O Anjo mais velho respondeu:

"As coisas nem sempre são o que parecem".

Na noite seguinte, os dois anjos foram descansar em outra casa, de um casal muito pobre, mas o senhor e sua esposa eram muito hospitaleiros. Depois de compartilhar a pouca comida que a família pobre tinha, o casal permitiu que os Anjos dormissem na sua cama onde eles poderiam ter uma boa noite De descanso.

Quando amanheceu, ao dia seguinte, os anjos encontraram o casal banhado em lágrimas. A única vaca que eles tinham, cujo leite havia sido a única entrada de dinheiro, jazia morta no campo.

O Anjo mais jovem estava furioso e perguntou ao mais velho: "como você permitiu que isto acontecesse? O primeiro homem tinha de tudo e, no entanto, você o ajudou"; o Anjo mais jovem o acusava. "A segunda família tinha pouco, mas estava disposta a Compartilhar tudo, e você permitiu que a vaca morresse".

"As coisas nem sempre são o que parecem," respondeu o anjo mais velho. "Quando estávamos no sótão daquela imensa mansão, notei que havia ouro naquele buraco da parede. Como o proprietário estava obcecado com a avareza e não estava disposto a compartilhar sua boa sorte, fechei o buraco de maneira que ele nunca mais o encontraria. Depois, ontem à noite, quando dormíamos na casa da família pobre, o anjo da morte veio em busca da mulher do agricultor. E Eu lhe dei a vaca em seu lugar."

As coisas nem sempre são como parecem.

Algumas vezes, isso é exatamente o que acontece quando as coisas não saem da maneira como esperamos. Se você tiver fé, somente necessita confiar que seja quais forem as coisas que aconteçam, sempre serão uma vantagem para você. E talvez você venha A compreender isto só um pouco mais tarde...

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As duas pulgas

Muitas empresas caíram e caem na armadilha das mudanças drásticas de coisas que não precisam de alteração, apenas aprimoramento. O que lembra a história de duas pulgas.

Duas pulgas estavam conversando e então uma comentou com a Outra:

— Sabe qual é o nosso problema? Nós não voamos, só sabemos saltar. Daí nossa chance de sobrevivência quando somos percebidas pelo cachorro é zero. por isso que existem muito mais moscas do que pulgas.

E elas contrataram uma mosca como consultora, entraram num programa de reengenharia de vôo e saíram voando. Passado algum tempo, a primeira pulga falou para a outra:

— Quer saber? Voar não é o suficiente, porque ficamos grudadas ao corpo do cachorro e nosso tempo de reação é bem menor do que a velocidade da coçada dele. Temos de aprender a fazer como as abelhas, que sugam o néctar e levantam vôo rapidamente.

E elas contrataram o serviço de consultoria de uma abelha, que lhes ensinou a técnica do chega-suga-voa. Funcionou, mas não resolveu. A primeira pulga explicou por quê:

— Nossa bolsa para armazenar sangue é pequena, por isso temos de ficar muito tempo sugando. Escapar, a gente até escapa, mas não estamos nos alimentando direito. Temos de aprender como os pernilongos fazem para se alimentar com aquela rapidez.

E um pernilongo lhes prestou uma consultoria para incrementar o tamanho do abdômen. Resolvido, mas por poucos minutos. Como tinham ficado maiores, a aproximação delas era facilmente percebida pelo cachorro, e elas eram espantadas antes mesmo de pousar. Foi aí que encontraram uma saltitante pulguinha:

— Ué, vocês estão enormes! Fizeram plástica?

— Não, reengenharia. Agora somos pulgas adaptadas aos desafios do século XXI. Voamos, picamos e podemos armazenar mais alimento.

— E por que é que estão com cara de famintas?

— Isso é temporário. Já estamos fazendo consultoria com um morcego, que vai nos ensinar a técnica do radar. E você?

— Ah, eu vou bem, obrigada. Forte e sadia.

Era verdade. A pulguinha estava viçosa e bem alimentada. Mas as pulgonas não quiseram dar a pata a torcer:

— Mas você não está preocupada com o futuro? Não pensou em uma reengenharia?

— Quem disse que não? Contratei uma lesma como consultora.

— O que as lesmas têm a ver com pulgas?

— Tudo. Eu tinha o mesmo problema que vocês duas. Mas, em vez de dizer para a lesma o que eu queria, deixei que ela avaliasse a situação e me sugerisse a melhor solução. E ela passou três dias ali, quietinha, só observando o cachorro e então ela me deu o diagnóstico.

— E o que a lesma sugeriu fazer?

— "Não mude nada. Apenas sente no cocuruto do cachorro. o único lugar que a pata dele não alcança".

MORAL: Você não precisa de uma reengenharia radical para ser mais eficiente. Muitas vezes, a GRANDE MUDANÇA é uma simples questão de reposicionamento.

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As estatísticas do amor

Os ingleses nunca foram famosos por serem grandes amantes, mas isso não os impediu de ter um certo interesse pelo assunto, mesmo que o seu interesse tenha um fundo digamos assim "mercantil", uma cadeia de floriculturas localizada na cidade de Londres resolveu criar um instituto de pesquisas para pesquisar os hábitos dos casais do mundo todo e conseguir expandir seus negócios para além das fronteiras do Reino Unido. Detalhe, o nome do instituto é "lovehurts".

O instituto contratou milhares de pessoas no mundo todo e em cada país desenvolveu pesquisas para chegar a conclusões sobre o relacionamento de homens e mulheres. Nunca na história foi feito um levantamento tão complexo e completo sobre o que leva uma pessoa a se interessar pela outra, as diferenças e expectativas de cada sexo.

Quando o amor foi colocado em números muitas surpresas e curiosidades surgiram como:

1) 92% dos homens do mundo todo preferem mulheres de cabelos longos (embora 62% desses 92% confessem que mulheres de cabelo chanel ou mais curtos também tenham sua graça)

2) 36% das mulheres do mundo preferem homens de olhos claros (desses 36%, 44% das mulheres preferem olhos azuis e 56% olhos verdes).

3) 43% das virginianas acabam namorando taurinos (e 37% com sagitarianos, 10% com leoninos), 35% dos cancerianos preferem as leoninas (e 25% as geminianas, 30% as cancerianas, 7% as taurinas e 3% outros signos), 51% das cancerianas se casam com pessoas do mesmo signo (e 24% com virginianos, 16% com geminianos), 20% dos piscianos se apaixonam por librianas (e 17% por escorpianas e 12 % por piscianas), só 10% dos aquarianos se casam com geminianas (em compensação 39% deles se casam com leoninas), 34% dos arianos se interessam por escorpianas (e 26% por sagitarianas), só 2% das escorpianas se interessam por homens do mesmo signo (e 80% delas tem afinidade com pessoas do signo de leão), 28% das leoninas se interessam por homens do mesmo signo (e 35% por piscianos) e 56% dos leoninos se interessam por mulheres do mesmo signo, 70% das sagitarianas acabam se casando com capricornianos (e 13% com virginianos), 41% das capricornianas se sentem atraídas por homens de áries (e 23% por geminianos),32% das geminianas sentem atraç ão por taurinos e só 4% das arianas se casam com aquarianos.

Foram feitos experimentos em boates,bares, restaurantes, faculdades e áreas de convivência do mundo todo com homens e mulheres divididos por faixa etária, com a mesma proporção de pesquisados nos dois sexos e com os estilos e preferências dos mais variados possíveis, os pesquisadores cadastravam o nome de cada pessoa e outros ficavam observando quem paquerava quem, quem ficava com quem e etc.

No final da noite era feito um levantamento de quem se relacionou ou se interessou por quem e chegou aos mais variados resultados como:

a) 56% das louras preferem os morenos e 47% dos morenos preferem as louras

b) 59% dos homens preferem mulheres mais novas e 65% das mulheres preferem os homens mais velhos

c) 85% dos homens afirmaram que a beleza física é o principal fator de atração e só 47% disseram o mesmo, 32% dos homens afirmaram que a primeira coisa que reparam numa mulher são seus seios, 25% sua bunda, 20% seus cabelos, 17% seus olhos, 10% suas pernas e só 6% no que ela tem a dizer, do lado das mulheres 37% afirmaram que a primeira coisa que reparam num homem é no seu estilo e forma de se portar (se o estilo do homem combina com o dela e se o homem tem aparência e gestos gentis ou condizentes com suas expectativas), 25% no seu corpo de uma forma geral (as mulheres afirmam que o tórax do homem é algo muito desejável e atraente), 23% no que ele tem a dizer e da forma que diz e 15% pelo olhar (note que é pelo olhar e não pela cor dos olhos.)

Muitos casais foram formados a partir dessas pesquisas e os pesquisadores acompanharam de perto o desenrolar dos relacionamentos e encontrou-se os seguintes resultados:

1) Só 16% dos relacionamentos que começaram numa boate duraram mais de 1 mês, desses 16% só 10% viraram namoros sérios, 75% dos relacionamentos que começaram com um almoço ou um jantar em restaurantes duraram mais de um mês, 80% deles tornaram-se namoros sérios e desses 80%, 20% viraram casamentos.

2) 12% das pessoas que se conheceram pela primeira vez e se relacionaram acabaram transando, desses 12% só 8% viraram namoros sérios e 2% dessas mulheres engravidaram embora menos de 1% tenham se casado com o respectivo par.

3) 41% dos casais que se formam nas universidades são da mesma sala, desses 41%, 39% são de pessoas que sentam lado a lado ou na frente ou atrás um do outro. 17% dos casais que se namoram nos tempos da faculdade se casam.

4) No ambiente de trabalho só 15% das pessoas acabam tendo relacionamentos e desses 15%, 71% são relacionamentos extraconjugais.

5) 8% dos homens afirmaram que o seu maior interesse nas mulheres é o casamento, 9% amizade, 35% namoro e 58% o sexo, 22% das mulheres afirmaram que o seu maior interesse no homem era a companhia, 35% pelo carinho, 33% pelo sexo, 7% pela amizade e 3% afirmaram que não precisam de homem para nada.

Depois de muitos anos e milhões de libras gastas nas suas pesquisas o instituto "Lovehurts" ajudou aos administradores da cadeia de floriculturas a aumentar em até 700% suas vendas, aprenderam a colocar seus produtos nos lugares certos e a incentivar as pessoas na hora certa, ajudou a popularizar as flores como algo romântico e a desenvolveu flores com cheiros e cores que estimulam os sentidos das pessoas no mundo todo, ajudou a reatar relacionamentos e a criar outros, estima-se até que o numero de namoros e casamentos tenha aumentado no Reino Unido e a taxa de natalidade também .

Por isso se um dia você receber flores de alguém, lembre-se que existe muita coisa em jogo nesse simples ato romântico.

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As maçãs de Adam

Tradução de Sergio Barros do texto de Kim Aaron

Uma tarde, meu filho chegou em casa, voltando da escola e me perguntou:

— As pessoas são todas iguais mesmo que sua pele seja de cor diferente?

Pensei durante um momento, então eu disse:

— Vou lhe explicar, se você puder esperar por uma parada rápida na mercearia. Tenho algo interessante para mostrar-lhe.

Na mercearia, eu falei que precisávamos comprar maçãs.

Fomos à seção de frutas onde compramos algumas maçãs vermelhas, maçãs verdes e maçãs amarelas.

Em casa, enquanto colocávamos as maçãs na fruteira, eu falei ao Adam:

— Agora eu posso responder sua pergunta.

Coloquei uma maçã de cada tipo sobre a mesa: primeiro uma maçã vermelha, seguida por uma maçã verde e então uma maçã amarela. Então olhei para Adam, que estava sentado no outro lado da mesa e falei:

— Adam, as pessoas são como essas maçãs. Todas têm cores,formas e tamanhos diferentes. Veja, algumas maçãs levaram algumas batidas e estão machucadas. Por fora não podemos garantir que estão tão deliciosas quanto as outras.

Enquanto eu estava falando, Adam estava examinando cada uma delas, cuidadosamente. Então, tomei cada uma das maçãs, as descasquei e recoloquei sobre a mesa, mas em lugares diferentes e perguntei:

— Tá bom, Adam, diga-me qual é a maçã vermelha, a maçã verde e a maçã amarela.

E ele disse:

— Eu não posso falar. Agora elas me parecem todas iguais.

— Dê uma mordida em cada uma.

Veja se isso lhe ajuda a descobrir qual é qual.

Deu grandes mordidas, e então um sorriso enorme estampou em seu rosto quando me disse:

— As pessoas são como as maçãs!

São todas diferentes, mas do lado de fora. Por dentro são as mesmas.

— Certo!, concordei. Cada pessoa tem sua própria personalidade mas são, basicamente, iguais.

Ele entendeu totalmente. Eu não precisei dizer nem fazer qualquer coisa mais. E agora, quando mordo numa maçã, sinto um sabor um pouco mais doce do que antes.

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As Palavras

Cuide das palavras que você profere, porque:
Uma palavra impensada pode provocar a discórdia.
Uma palavra cruel pode destruir uma vida.
Uma palavra amarga pode provocar ódio.
Uma palavra brusca pode romper um relacionamento.
Uma palavra agradável pode suavizar o caminho.
Uma palavra a tempo pode poupar um esforço.
Uma palavra alegre pode iluminar o dia.
Uma palavra com amor e carinho pode mudar uma atitude...
Com uma palavra podemos perder Ou ganhar um amigo!

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A Transformação do Milho Duro

A transformação do milho duro em pipoca macia é símbolo da grande transformação por que devem passar os homens. O milho de pipoca não é o que deve ser. Ele deve ser aquilo que acontece depois do estouro. O milho somos nós: duros, quebra-dentes, impróprios para comer. Mas a transformação só acontece pelo poder do fogo. Milho de pipoca que não passa pelo fogo continua a ser milho para sempre.

Assim acontece com a gente. As grandes transformações acontecem quando passamos pelo fogo. Quem não passa pelo fogo fica do mesmo jeito, a vida inteira. São pessoas de uma mesmice, uma dureza assombrosas. Só elas não percebem. Acham que o seu jeito de ser é o melhor jeito de ser.

Mas, de repente, vem o fogo. O fogo é quando a vida nos lança numa situação que nunca imaginamos - Dor. Pode ser o fogo de fora: perder um amor, um filho, um amigo ou o emprego. Pode ser o fogo de dentro: pânico, medo, ansiedade, depressão, doenças e sofrimentos cujas causas ignoramos.

Há sempre o recurso do remédio, uma maneira de apagar o fogo. Sem fogo, o sofrimento diminui. E com isso a possibilidade da grande transformação.

Imagino que a pipoca dentro da panela, ficando cada vez mais quente, pensa que a sua hora chegou: vai morrer. Dentro de sua casca dura, fechada em si mesma, ela não consegue imaginar destino diferente. Não pode imaginar a transformação que está sendo preparada. A pipoca não imagina aquilo de que ela é capaz. Aí, sem aviso prévio, pelo poder do fogo, a grande transformação acontece: BUM! E ela aparece completamente diferente, como nunca havia sonhado.

Piruá é o milho que se recusa a estourar. São aquelas pessoas que, por mais que o fogo esquente e se recusam a mudar. Elas acham que não pode existir coisa mais maravilhosa do que o jeito delas serem. A sua presunção e o medo são a dura casca que não estoura. O destino delas é triste. Ficarão duras a vida inteira. Não vão se transformar na flor branca e macia. Não vão dar alegria para ninguém. Terminado o estouro alegre da pipoca, no fundo da panela ficam os piruás que não servem para nada. Seu destino é o lixo.

E você, o que é? Uma pipoca estourada ou um piruá?

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A última corda

ERA UMA VEZ um grande violinista chamado PAGANINI. Alguns diziam que ele era muito estranho. Outros, que era sobrenatural. As notas mágicas que saíam de seu violino tinham um som diferente, por isso ninguém queria perder a oportunidade de ver seu espetáculo. Numa certa noite, o palco de um auditório repleto de admiradores estava preparado para recebê-lo. A orquestra entrou e foi aplaudida. O maestro foi ovacionado. Mas quando a figura de Paganini surgiu, triunfante, o público delirou. Paganini coloca seu violino no ombro e o que se assiste a seguir é indescritível. Breves e semibreves, fusas e semifusas, colcheias e semicolcheias parecem ter asas e voar com o toque daqueles dedos encantados.

DE REPENTE, um som estranho interrompe o devaneio da platéia. Uma das cordas do violino de Paganini arrebenta. O maestro parou. A orquestra parou. O público parou.

Mas Paganini não parou.

Olhando para sua partitura, ele continua a tirar sons deliciosos de um violino com problemas. O maestro e a orquestra, empolgados, voltam a tocar. Mal o público se acalmou quando, DE REPENTE, um outro som perturbador derruba a atenção dos assistentes. Uma outra corda do violino de Paganini se rompe. O maestro parou de novo. A orquestra parou de novo

Paganini não parou.

Como se nada tivesse acontecido, ele esqueceu as dificuldades e avançou, tirando sons do impossível. O maestro e a orquestra, impressionados voltam a tocar. Mas o público não poderia imaginar o que iria acontecer a seguir. Todas as pessoas, pasmas, gritaram OOHHH! Que ecoou pela abobadilhada daquele auditório. Uma terceira corda do violino de Paganini se quebra. O maestro pára. A orquestra pára. A respiração do público pára.

Mas Paganini não pára.

Como se fosse um contorcionista musical, ele tira todos os sons da única corda que sobrara daquele violino destruído. Nenhuma nota foi esquecida. O maestro empolgado se anima. A orquestra se motiva. O público parte do silêncio para a euforia, da inércia para o delírio.

Paganini atinge a glória.

Seu nome corre através do tempo. Ele não é apenas um violinista genial. É o símbolo do profissional que continua diante do impossível.

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A Verdade

Luis Fernando Veríssimo

Uma donzela estava um da sentada à beira de um riacho deixando a água do riacho passar por entre os seus dedos muito brancos, quando sentiu o seu anel de diamante ser levado pelas águas. Temendo o castigo do pai, a donzela contou em casa que fora assaltada por um homem no bosque e que ele arrancara o anel de diamante do seu dedo e a deixara desfalecida sobre um canteiro de margarida.

O pai e os irmãos da donzela foram atrás do assaltante e encontraram um homem dormindo no bosque, e o mataram, mas não encontraram o anel de diamante. E a donzela disse:

— Agora me lembro, não era um homem, eram dois.

E o pai e os irmãos da donzela saíram atrás do segundo homem e o encontraram, e o mataram, mas ele também não tinha o anel. E a donzela disse:

— Então está com o terceiro!

Pois se lembrava que havia um terceiro assaltante. E o pai e os irmãos da donzela saíram no encalço do terceiro assaltante, e o encontraram no bosque. Mas não o mataram, pois estavam fartos de sangue. E trouxeram o homem para a aldeia, e o revistaram e encontraram no seu bolso o anel de diamante da donzela, para espanto dela.

— "Foi ele que assaltou a donzela, e arrancou o anel de seu dedo e a deixou desfalecida" - gritaram os aldeões, "Matem-no!"

— "Esperem!", gritou o homem, no momento em que passavam a corda da forca pelo seu pescoço. "Eu não roubei o anel. Foi ela que me deu!"

E apontou para a donzela, diante do escândalo de todos.

O homem contou que estava sentado à beira do riacho, pescando, quando a donzela se aproximou dele e pediu um beijo. Ele deu o beijo. Depois a donzela tirara a roupa e pedira que ele a possuísse, pois queria saber o que era o amor. Mas como era um homem honrado, ele resistira, e dissera que a donzela devia ter paciência, pois conheceria o amor do marido no seu leito de núpcias. Então a donzela lhe oferecera o anel, dizendo "Já que meus encantos não o seduzem, este anel comprará o seu amor". E ele sucumbira, pois era pobre, e a necessidade é o algoz da honra.

Todos se viraram contra a donzela e gritaram: "Rameira! Impura! Diaba!", e exigiram seu sacrifício. E o próprio pai da donzela passou a forca para o seu pescoço.

Antes de morrer, a donzela disse para o pescador:

— A sua mentira era maior que a minha. Eles mataram pela minha mentira e vão matar pela sua. Onde está, afinal, a verdade?

O pescador deu de ombros e disse:

— A verdade é que eu achei o anel na barriga de um peixe. Mas quem acreditaria nisso? O pessoal quer violência e sexo, não histórias de pescador.

M a r t h a
martha carrer cruz gabriel
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A vida

Henfil

Por muito tempo eu pensei que a minha vida
fosse se tornar uma vida de verdade.
Mas sempre havia um obstáculo no caminho,
algo a ser ultrapassado antes de começar a viver.
Um trabalho não terminado,
uma conta a ser paga.
Aí sim,a vida de verdade começaria.
Por fim, cheguei a conclusão
que esses obstáculos eram a minha vida .

Essa perspectiva tem me ajudado a ver que não existe um caminho para a felicidade.
A felicidade é o caminho!

Assim,aproveite todos os momentos que você tem.
E aproveite-os mais se você tem alguém especial para compartilhar,especial o suficiente para passar seu tempo;
Lembre-se que o tempo não espera ninguém.

Portanto, pare de esperar até que
você termine a faculdade;
Até que você volte para a faculdade;
Até que você perca 5 quilos;
Até que você ganhe 5 quilos;
Até que você tenha tido filhos;
Até que seus filhos tenham saído de casa;
Até que você se case;
Até que você se divorcie;
Até sexta à noite;
Até segunda de manhã;
Até que você tenha comprado um carro
ou uma casa nova;
Até que seu carro ou sua casa tenham sido pagos;
Até o próximo verão, outono, inverno;
Até que você esteja aposentado;
Até que a sua música toque;
Até que você tenha tomado seu drinque;
Até que você esteja sóbrio de novo;
Até que você morra;
E Decida que não há hora melhor para ser feliz do
que AGORA MESMO...

Lembre-se: Felicidade é uma viagem, não um destino

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Benditas sejam as mãos

Alencar Medeiros, texto do livro "A felicidade está em suas mãos"

Benditas sejam as mãos
Que tecem os fios da vida...

Mãos que oram e pedem;
Mãos que oferecem guarida;
Mãos que aproximam
E mãos que agradecem;
Mãos que a dor aliviam
E mãos que curam feridas;
Mãos que aplaudem
E mãos que acariciam;
Mãos que escrevem sábios dizeres
E mãos que pintam poesia;
Mãos que tocam as cordas
Sensíveis do coração;
Mãos que trabalham e suam,
Mãos que plantam o trigo,
Mãos que fazem o pão...

Benditas sejam, ó mãos, que regem
A grande orquestra da Vida!

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E o Biggs estava certo

Mario Prata

Não é de hoje que admiro a esperteza de Ronald Biggs. Tudo que ele fez na vida - honesta ou desonestamente -, o fez maravilhosamente. Afinal, estamos diante de um assaltante de 50 milhões de dólares. E mais: o homem é inglês.

E agora, aos 71 anos, doente e encarcerado em uma cadeira de rodas, chegou à brilhantíssima idéia de que é mais fácil (seguro, tranqüilo e civilizado) passar o resto da sua vida numa prisão inglesa do que solto nas ruas do Rio de Janeiro.

Não é mesmo um gênio? Sua Majestade vai se encarregar da sua saúde e da sua garantia de vida. Fora uns altíssimos trocados que o jornal mais do que sensacionalista The Sun, vai lhe pagar para ele contar a sua vida.

Fora o filme que isso vai dar. Fora o Rio de Janeiro com sua mulatas maravilhosas que ele tão bem conheceu e que vão virar estrelas internacionais.

Ao sair do Rio, neste domingo, abraçado à neta brasileira - com nome europeu, Ingrid - chorou. Acho que ele estava chorando não só por deixar a neta e o filho, mas por deixar este País que foi maravilhoso com ele. Como bandido, aqui ele era tratado como um senador impune e impoluto.

Admiro a saída de cena de Mr. Biggs. Aos 71 anos, sentiu na própria carne que isto aqui não é um país sério para idosos. Preferiu a cerveja inglesa, o chato fog, um cheio de horários pub. A modorrenta BBC. A voltar a torcer pelo Chelsea.

Uma pena meu pai - que morreu há 20 dias - não ter assaltado um banco na Inglaterra anos trás. Seus últimos anos de vida teriam sido bem mais interessantes.

Mesmo que encarcerado numa cidadezinha montanhosa da Inglaterra.

Sim, porque aos velhos brasileiros, só resta o cárcere da própria casa mantida com a ajuda dos filhos, pois a aposentadoria é realmente uma piada.

A medicina faz tudo para conservar nossos pais. E o faz brilhantemente.

Mas a sociedade, não. Uma pessoa com mais de 80 anos aqui neste país não tem absolutamente nada para fazer a não ser ficar sentado na varanda, olhando para a rua, esperando o próprio enterro passar.

O Estado, além de uma aposentadoria que envergonha a pessoa que trabalhou durante 50 anos pelo País, não lhe oferece absolutamente nada. O máximo que faz é deixar ele vendo televisão ad eternum. E o velhinho fica ali, definhando, definhando. Misturando, num mesmo horário Sérgio Mallandro e ACM.

Tudo bem, dirá você, ele não paga ônibus. Mas quem é de 80 anos que consegue entrar - e sentar - num ônibus? E mais: pegar ônibus para ir aonde? Tente levar seu avô ao campo de futebol: ele morre esmagado na entrada. Na praia não tem mais pernas para fugir dos cachorros.

Coloque o velhinho numa fila médica... Perguntem quanto custa um plano de saúde para um cara dessa idade. E se ele quiser fazer um seguro de vida, quem é que segura?

Tente explicar para um velhinho a forma, a fórmula e o regulamento dos nossos campeonatos de futebol. Tente. Como é que ele vai entender que gols fora valem em dobro, aqui no Brasil? E que não tem mais returno?

Tente explicar para ele que senador não pode ser preso? Principalmente o presidente do Senado. Mais fácil: tente explicar que 100 reais não são 100 contos, nem muito menos 100 cruzados novos. Tente.

Mas tente, você que é filho, neto ou bisneto de um deles. Porque você pode ter certeza que só a família tem algum carinho e respeito por ele. O Estado quer mais é que ele morra.

Sábio foi o Biggs, repito. Preferiu a masmorra inglesa à pachorrenta e inútil vida dos nossos pais e do nosso País.

Me desculpem os mais jovens pelo desabafo, mas é que eu estou achando que eu já deveria ter assaltado um trem pagador. Na Inglaterra, é claro.

Quando eu morrer, não me enterrem na Lapinha. Quando eu morrer, me enterrem em Liverpool.

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A Vida

ALBERT EINSTEIN

A vida é como jogar uma bola na parede:

Se for jogada uma bola azul, ela voltará azul;

Se for jogada uma bola verde, ela voltará verde;

Se a bola for jogada fraca, ela voltará fraca;

Se a bola for jogada com força, ela voltará com força.

Por isso, nunca "jogue uma bola na vida" de forma que você não esteja pronto a recebê-la.

A vida não dá nem empresta; não se comove nem se apieda.

Tudo o quanto ela faz é retribuir e transferir aquilo que nós lhe oferecemos.

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Tenha pensamentos que sejam como as abelhas.

Transcrição: Tadeu Artur Cavedem

Os pensamentos vão e vêm, constantemente; e os bons, como as abelhas que procuram o néctar das flores para fazer o mel, partem em busca da felicidade.

Esses pensamentos trazem-lhe o "mel da felicidade", quando você tem boa apreciação da vida, aceita que há amor nas pessoas, que as dificuldades são mestras, que tem um bom futuro, que a vida é eterna e que deus é o melhor que existe.

Fuja dos maus pensamentos. Eles são abelhas que picam.

A sua felicidade cresce com os pensamentos positivos.

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Caminhos da Liberdade

Autor desconhecido

Quando cortas uma flor para ti, começas a perdê-la, porque murchará em tuas mãos e não se fará semente para outras primaveras.

Quando aprisionas um passarinho para ti, começas a perdê-lo, porque não mais cantará no bosque para ti nem criará outros passarinhos em seu ninho.

Quando guardas teu dinheiro começas a perdê-lo, porque o dinheiro não vale por si, mas pelo o que com ele se pode fazer.

Quando não arriscas tua liberdade para tê-la, começas a perdê-la, porque a liberdade que tens se comprova quando te atiras optando e decidindo.

Quando não deixas partir o teu filho para a vida, começas a perdê-lo, porque nunca o verás voltar para ti livre e maduro.

Não existe preço para a liberdade, mas uma belíssima recompensa para quem a utiliza com despreendimento de alma -- ter para sempre, junto à si a fidelidade daqueles que livres dos grilhões, se comprazem em serem seus eternos admiradores!

Quem ama liberta com a certeza da volta espontânea ao aconchego. Aprende no caminho da vida a padadoxal lição da experiência: sempre ganhas o que deixas e perdes o que reténs.

martha carrer cruz gabriel
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Caminhos

Conceição

Percorremos muitos
E longos caminhos
Caminhos de possibilidades,
De conquistas, de fragilidade...

Sempre buscamos
O inexplicável, o incompreendido...
Muitos desses caminhos
Nos levam ao mundo dos sonhos
Dos devaneios, do inesquecível.

Precisamos percorrê-los
E vivê-los com intensidade
O que vamos encontrar?
Não importa
O que importa é que
Caminhemos sempre

A cada caminho
Vivemos e crescemos
Sonhamos e acreditamos
Sofremos e aprendemos

Nos tornamos fortes, capazes
Dignos e merecedores.
Nos tornamos verdadeiramente
Especiais.

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Todas as cartas de amor são ridídulas

Álvaro de Campos

Todas as cartas de amor são
Ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem
Ridículas.

Também escrevi em meu tempo cartas de amor,
Como as outras,
Ridículas.

As cartas de amor, se há amor,
Têm de ser
Ridículas.

Mas, afinal,
Só as criaturas que nunca escreveram
Cartas de amor
É que são
Ridículas.

Quem me dera no tempo em que escrevia
Sem dar por isso
Cartas de amor
Ridículas.

A verdade é que hoje
As minhas memórias
Dessas cartas de amor
É que são
Ridículas.

(Todas as palavras esdrúxulas,
Como os sentimentos esdrúxulos,
São naturalmente
Ridículas.)

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Um dia de verão

Num dia de verão, eu estava na praia, espiando duas crianças na areia. Trabalhavam muito, construindo um castelo de areia molhada com torres, passarelas e passagens internas.

Quando estavam perto do final, veio uma onda e destruiu tudo, reduzindo o castelo a um monte de areia e espuma. Achei que as crianças cairiam no choro, depois de tanto esforço e cuidado, mas tive uma surpresa: em vez de chorar, correram para a praia fugindo da água, rindo, de mãos dadas, e começaram a construir outro castelo.

Compreendi que havia recebido ali uma importante lição: tudo em nossas vidas, todas as coisas que gastam tanto o nosso tempo e de nossa energia para serem construídas, tudo é passageiro, tudo é feito de areia; o que permanece é só o relacionamento que temos com as outras pessoas.

Mais cedo ou mais tarde, uma onda poderá vir e destruir ou apagar o que levamos tanto tempo para construir. E quando isso acontecer, somente aquele que tiver as mãos de outro alguém para segurar, será capaz de rir e recomeçar.

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Círculo de amor

Ele quase não viu a senhora, com o carro parado no acostamento. Mas percebeu que ela precisava de ajuda. Assim parou seu carro e se aproximou. O carro dela cheirava a tinta, de tão novinho. Mesmo com o sorriso que ele estampava na face, ela ficou preocupada.

Ninguém tinha parado para ajudar durante a última hora. Ele iria aprontar alguma?

Ele não parecia seguro, parecia pobre e faminto. Ele pôde ver que ela estava com muito medo e disse:

— "Eu estou aqui para ajudar madame. Por que não espera no carro onde está quentinho? A propósito, meu nome é Bryan".

Bem, tudo que ela tinha era um pneu furado, mas para uma senhora era ruim o bastante. Bryan abaixou-se, colocou o macaco e levantou o carro.

Logo ele já estava trocando o pneu. Mas ele ficou um tanto sujo e ainda feriu uma das mãos. Enquanto ele apertava as porcas da roda ela abriu a janela e começou a conversar com ele.

Contou que era de St.Louis e só estava de passagem por ali e que não sabia como agradecer pela preciosa ajuda. Bryan apenas sorriu enquanto se levantava. Ela perguntou quanto devia. Qualquer quantia teria sido muito pouco para ela. Já tinha imaginado todas as terríveis coisas que poderiam ter acontecido se Bryan não tivesse parado.

Bryan não pensava em dinheiro. Aquilo não era um trabalho para ele.

Gostava de ajudar quando alguém tinha necessidade e Deus já lhe ajudara bastante. Este era seu modo de viver e nunca lhe ocorreu agir de outro modo.

Ele respondeu:

— Se realmente quiser me reembolsar, da próxima vez que encontrar alguém que precise de ajuda, dê para aquela pessoa a ajuda que precisar. E acrescentou: "... e pense em mim".

Ele esperou até que ela saísse com o carro e também se foi.

Tinha sido um dia frio e deprimido, mas ele se sentia bem, indo pra casa, desaparecendo no crepúsculo.

Algumas milhas abaixo a senhora encontrou um pequeno restaurante. Ela entrou para comer alguma coisa. Era um restaurante sujo. A cena inteira era estranha para ela. A garçonete veio até ela e trouxe-lhe uma toalha limpa para que pudesse esfregar e secar o cabelo molhado e lhe dirigiu um doce sorriso, um sorriso que mesmo os pés doendo por um dia inteiro de trabalho não pôde apagar. A senhora notou que a garçonete estava com quase oito meses de gravidez, mas ela não deixou a tensão e as dores mudarem sua atitude.

A senhora ficou curiosa em saber como alguém que tinha tão pouco, podia tratar tão bem a um estranho. Então se lembrou de Bryan.

Depois que terminou a refeição, enquanto a garçonete buscava troco para a nota de cem dólares, a senhora se retirou. Já tinha partido quando a garçonete voltou.

A garçonete ainda queria saber onde a senhora poderia Ter ido quando notou algo escrito no guardanapo, sob o qual tinha mais 4 notas de $100 dólares.

Havia lágrimas em seus olhos quando leu o que a senhora escreveu. Dizia:

— "Você não me deve nada, eu já tenho o bastante. Alguém me ajudou uma vez e da mesma forma estou lhe ajudando. Se você realmente quiser me reembolsar não deixe este círculo de amor terminar com você".

Bem, havia mesas para limpar, açucareiros para encher, e pessoas para servir.

Aquela noite, quando foi para casa e deitou-se na cama, ficou pensando no dinheiro e no que a senhora deixou escrito.

Como pôde aquela senhora saber o quanto ela e o marido precisavam disto? Com o bebê para o próximo mês, como estava difícil!

Ela virou-se para o preocupado marido que dormia ao lado, deu-lhe um beijo macio e sussurrou:

"Tudo ficará bem; eu te amo, Bryan".

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Colheres!

Conta uma lenda que Deus convidou um homem para conhecer o CÉU e INFERNO.

Foram primeiro ao inferno. Ao abrirem uma porta, o homem viu uma sala em cujo centro havia um caldeirão de substanciosa sopa e à sua volta estavam sentadas pessoas famintas e desesperadas. Cada uma delas segurava uma colher, porém de cabo muito comprido, que lhes possibilitava alcançar o caldeirão mas não permitia que colocassem a sopa na própria boca. O sofrimento era grande.

Em seguida, Deus levou o homem para conhecer o céu. Entraram em uma sala idêntica à primeira: havia o mesmo caldeirão, as pessoas em volta e as colheres de cabo comprido. A diferença é que todos estavam saciados. Não havia fome, nem sofrimento.

— Eu não compreendo - disse o homem a Deus - por que aqui as pessoas estão felizes enquanto na outra sala morrem de aflição, se é tudo igual? Deus sorriu e respondeu:

— Você não percebeu? É porque aqui eles aprenderam a dar comidas uns aos outros.

MORAL

Temos três situações que merecem profunda reflexão:

EGOÍSMO - As pessoas no "inferno" estavam altamente preocupadas com a sua própria fome, impedindo que se pensasse em alternativas para equacionar a situação.

CRIATIVIDADE - Como todos estavam querendo se safar da situação caótica que se encontravam, não tiveram a iniciativa de buscar alternativas que pudessem resolver o problema.

EQUIPE - Se tivesse havido o espírito solidário e ajuda mútua, a situação teria sido rapidamente resolvida.

CONCLUSÃO - Dificilmente o individualismo consegue transpor barreiras. O espírito de equipe é fator preponderante para o alcance do SUCESSO. Uma equipe participativa, homogênea, coesa, vale mais do que um BATALHÃO de pessoas com posicionamentos isolados.Isso vale para qualquer área de sua vida, especialmente a profissional.*

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Como Se Faz Um Inferno

Joaquim Saturnino da Silva

Sim, o inferno existe. Ele é individual, pessoal e intransferível. Cada pessoa carrega o seu onde quer que vá, feito por ela própria, da mesma forma que carrega o paraíso quando escolheu a opção oposta.

A receita para fazer um inferno é simples.

As pessoas nascem sabendo como se faz isso e o fazem sem perceber que sabem como fazê-lo.

Em todo caso, para aqueles que ainda não possuem seu inferno, aqui vai a receita de como montá-lo de forma eficiente e eficaz:

Comece por aceitar todas as idéias prontas que surgem. Acredite que tudo que vem da televisão é verdadeiro. Minta, minta bastante. Nunca, em hipótese alguma, pare para questionar alguma coisa. Pensar com critérios sérios, escolhendo com bom senso, agindo sinceramente consigo mesmo, são espécies de "contra receita" para fazer um inferno. Ou seja, haverá fracasso na sua criação.

Atenção! Isto é importante: jamais seja sincero.

Falar demais e pensar de menos é um aditivo importante no processo. Os desentendimentos que isso causa, pode acelerar a construção do inferno, sensivelmente.

Endividar-se além das possibilidades do ganho, é outro comportamento importante, para obter êxito no pleito. Portanto, poupança nem pensar.

Ao invés de dedicar-se na tarefa de descobrir as capacidades inatas em si mesmo, passando apenas a sentir inveja daqueles que o fazem, é algo que colabora demais na construção infernal.

Acreditar naquelas pregações baratas cujo único objetivo é o saldo de uma conta bancária, ajuda demais. O processo é mais rápido, para aquelas pessoas que emprestam sua fé para os outros, por preguiça de procurar ela mesma a verdade.

Outro componente infalível na receita, é sempre procurar trabalhar no que não gosta, ou não tentar - ao menos - descobrir algo para gostar no trabalho que faz.

Acreditar no que dizem os políticos, sem pesquisar se há alguma verdade ali e depois vote naquele que achar mais simpático, carismático, eloqüente e, como diria o sábio povo da roça, "escorregadio". Interessante neste caso é que não haverá colaboração apenas para a construção do inferno da própria pessoa que o deseja, mas também, para a coletividade no entorno.

Sim, existem pessoas que laboram pela construção de um inferno coletivo. Mas isso, na verdade, é apenas uma "aglomeração" de infernos próximos. As guerras acontecem dessa forma. Seus arquitetos são exímios construtores de inferno.

Outra parte importante da receita: ignore os conselhos paternos.

Agora existem ingredientes sutis na receita. Fazem parte da categoria dos sentimentos.

Cultivar a indiferença, dizendo que nada tem a ver com o problema que afeta as outras pessoas. Aceitar o ciúme como algo normal, extrapolando na ilusão da propriedade sobre o outro, arrasando relacionamentos, é certeza da construção de um inferno bastante sólido, cuja reversão custará um oceano de lágrimas.

Ampliar o repertório de desculpas. Afinal, aquele que passa fome faz isso por conta própria. Isso é algo assim como o rabo do elefante afirmando que não pertence ao elefante, simplesmente por que não o pode ver por inteiro.

Esta parte da receita, sozinha, é capaz de montar um inferno amplo, pois os preteridos da vida, sempre acabam por se voltar contra tudo e todos, indiscriminadamente. Esse é o famoso "inferno que vem a cavalo".

Deixar as crianças por si mesmas entregues a toda sorte de vicissitudes é algo que, não apenas ajuda a criar um inferno, mas faz com que ele se amplie geometricamente, como se tivesse vida própria.

Não fazer agora o que deve ser feito agora, perdendo-se o momento adequado, é algo que auxilia demais. Mesmo porque, depois, a inutilidade do arrependimento é um fardo do qual será impossível se livrar, aliás, esse é o inferno agregado.

Porém, se o objetivo é criar o paraíso, apenas inverta a receita.

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Como uma Folha

Quando criança, por causa de meu caráter impulsivo, tinha raiva a menor provocação.

Na maioria das vezes, depois de um desses incidentes me sentia envergonhado e me esforçava por consolar a quem tinha magoado.

Um dia, meu professor me viu pedindo desculpas depois de uma explosão de raiva, me entregou uma folha de papel lisa e me disse: - amasse-a!

Com medo, obedeci e fiz com ela uma bolinha.

— Agora - voltou a dizer-me - deixe-a como estava antes.

É óbvio que não pude deixá-la como antes. Por mais que tentei, o papel ficou cheio de pregas. Então, disse-me o professor:

— O coração das pessoas é como esse papel... a impressão que neles deixamos será tão difícil de apagar como esses amassados.

Assim aprendi a ser mais compreensivo e mais paciente. Quando sinto vontade de estourar, lembro da folha de papel amassada.

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Compaixão

Dalai Lama Tenzin Gyatso

"Rancor, ódio, ciúme:
Não é possível encontrar a paz com eles.
Podemos resolver muitos de nossos
Problemas por meio da compaixão e do amor.
Só assim nos desarmaremos e
Encontraremos a verdadeira felicidade.

Uma das maiores virtudes
É a compaixão.
A compaixão não pode ser comprada
Numa loja de departamentos
Ou fabricada por máquinas.
Ela advém do crescimento interior.

Sem paz de espírito,
É impossível haver paz no mundo."

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Com quem se parecem os anjos

Com aquela velhinha que devolveu sua carteira outro dia?

Com aquele motorista que disse que seus olhos iluminam o mundo quando você sorri ?

Com aquela criancinha que lhe mostrou a maravilha das coisas simples?

Com aquele homem pobre que lhe agradeceu a esmola com o olhar mais grato possível?

Com aquele homem rico que lhe mostrou que tudo é possível se você apenas acreditar?

Com aquele estranho que apareceu bem na hora em que você estava perdido?

Com aquele amigo que lhe tocou o coração quando você pensava que não tinha amigos para ajudá-lo?

Com o sorriso de bom dia dado por algum desconhecido?

Os anjos aparecem em todos os tamanhos e formas, todas as idades e tipos de peles.

Alguns têm sardas, outros têm covinhas....

Alguns têm rugas e outros não.....

Eles aparecem disfarçados como amigos, inimigos, professores, estudantes, amantes e tolos....

Eles não levam a vida seriamente e conseguem ser muito leves.

Eles não deixam endereços e nada pedem em retorno.

Às vezes usam chinelos, não mostram as asas.

Outras vezes pedem para lavar e passar..

Eles são difíceis de achar quando seus olhos estão fechados.

Mas estão em toda parte quando você escolher vê-los.

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Confiança

Provérbio Chinês

Quando há confiança, nenhuma prova é necessária. Quando não há, nenhuma é possível.

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Confia Sempre

Não percas a tua fé entre as sombras do mundo. Ainda que os teus pés estejam sangrando, Segue para frente, erguendo-a por luz celeste, acima de ti mesmo. Crê e trabalha/luta.

Esforça-te no bem e espera com paciência. Tudo passa e tudo se renova na Terra, Mas o que vem do céu permanecerão. De todos os infelizes, Os mais desditosos são os que perderam A confiança em Deus e em si mesmos, Porque o maior infortúnio é sofrer A privação da fé e prosseguir vivendo.

Eleva, pois, o teu olhar e caminha. Luta e serve. Aprende e adianta-te.

Brilha a alvorada além da noite. Hoje, É possível que a tempestade te amarfanhe O coração e te atormente o ideal, Aguilhoando-te com a aflição ou ameaçando-te com a morte...

Não te esqueças, Porém, de que amanhã será outro dia.

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Conflito de Gerações

Falando sobre conflitos de gerações, o médico inglês Ronald Gibson começou uma conferência citando quatro frases:

1) "Nossa juventude adora o luxo, é mal-educada, caçoa da autoridade e não tem o menor respeito pelos mais velhos. Nossos filhos hoje são verdadeiros tiranos. Eles não se levantam quando uma pessoa idosa entra, respondem a seus pais e são simplesmente maus."

2) "Não tenho mais nenhuma esperança no futuro do nosso país se a juventude de hoje tomar o poder amanhã, porque essa juventude é insuportável, desenfreada, simplesmente horrível."

3) "Nosso mundo atingiu seu ponto crítico. Os filhos não ouvem mais seus pais.O fim do mundo não pode estar muito longe."

4) "Essa juventude está estragada até o fundo do coração. Os jovens são malfeitores e preguiçosos. Eles jamais serão como a juventude de antigamente. A juventude de hoje não será capaz de manter a nossa cultura."

Após ter lido as quatro citações, ficou muito satisfeito com a aprovação que os espectadores davam às frases. Revelou, então, a origem delas:

— A primeira é de Sócrates (470-399 a.C.).

— A segunda é de Hesíodo (720 a.C.).

— A terceira é de um sacerdote do ano 2000 a.C.

— E a quarta estava escrita em um vaso de argila descobertonas ruínas da Babilônia (Atual Bagdá) e tem mais de 4000 anos de existência.

Donde conclui-se, portanto... que NADA MUDOU!

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Para a Conscientização da Mulher

"... há moças que na época de namoro mantém o coração preenchido de amor, de candura, e os lábios sempre sorridentes, e, uma vez formando seu lar, mudam completamente, como se ficassem enfeitiçadas."

Masaharu Taniguchi

O poder de transformar água em vinho:

O que transforma uma vida insípida em algo semelhante a uma bebida refrescante, em algo que oferece mais alento à alma que um doce vinho, são palavras de amor, fisionomia e atitudes que transbordam amor. Se isso for sempre mantido pelas senhoras no lar, o marido não terá outra mulher nem sairá para beber. Entretanto, há moças que na época de namoro mantém o coração preenchido de amor, de candura, e os lábios sempre sorridentes, e, uma vez formando seu lar, mudam completamente, como se ficassem enfeitiçadas.

Transforma-se numa mulher que reclama, que franze as sobrancelhas, que grita, azedando o melhor vinho, amargando a mais refrescante bebida. Por quê? Experimente refletir. Será que você não se transformou numa mulher semelhante? Numa mulher que, com uma só palavra, faz surgir nuvens negras e cria um mundo de total escuridão?

Mulher que fortalece a vida

Não desejo que as mulheres sejam assim. Do mesmo modo que basta o Sol aparecer para que a maior escuridão se transforme imediatamente num mundo resplandecentemente iluminado, desejo que as mulheres sejam alguém que, só de aparecer, remova a escuridão e faça brilhar a luz da felicidade. Tal mulher fortalece a vida e tem o poder de levantar o marido prestes a tombar, cansado de carregar o fardo da vida. O sorriso dessa mulher tem o poder mágico de fazer com que o marido se sinta reconfortado, bem como de melhorar a circulação sangüínea dele e dar-lhe ânimo, coragem e renovada esperança. É maravilhoso possuir uma alegre esposa. (...)

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Conselhos para criar filhos

Se eu tivesse meu filho para criar de novo,
Eu pintaria mais com meus dedos e apontaria muito menos com eles.
Eu passaria menos tempo corrigindo e mais tempo conversando.
Eu tiraria meus olhos do meu relógio e prestaria mais atenção em quão
rápido o tempo está se passando.

Eu me importaria em saber menos, e saberia me importar mais.
Eu passaria mais tempo brincando com eles.
Eu ficaria menos sério e me divertiria mais.

Eu correria mais com eles e olharia mais as estrelas.
Eu seria menos firme, mas, firmaria mais meu amor por eles.
Eu reformaria a auto estima, e deixaria a reforma da casa para depois.
Eu amaria menos a força, e viveria mais a força do amor.

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Conselhos

Mahatma Gandhi

Se eu pudesse deixar algum presente a você, deixaria aceso o sentimento de amar a vida dos seres humanos. A consciência de aprender tudo o que foi ensinado pelo tempo afora...

Lembraria os erros que foram cometidos para que não mais se repetissem. A capacidade de escolher novos rumos.

Deixaria para você, se pudesse, o respeito a àquilo que é indispensável: Além do pão. o trabalho. Além do trabalho, a ação.

E, quando tudo mais faltasse, um segredo: O de buscar no interior de si mesmo a resposta e força para encontrar a saída.

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Construindo pontes

Conta-se que, certa vez, dois irmãos que moravam em fazendas vizinhas, separadas apenas por um riacho, entraram em conflito.

Foi a primeira grande desavença em toda uma vida trabalhando lado a lado, repartindo as ferramentas e cuidando um do outro.

Durante anos eles percorreram uma estrada estreita e muito comprida, que seguia ao longo do rio para, ao final de cada dia, poderem atravessá-lo e desfrutar um da companhia do outro. Apesar do cansaço, faziam a caminhada com prazer, pois se amavam.

Mas agora tudo havia mudado. O que começara com um pequeno mal entendido finalmente explodiu numa troca de palavras ríspidas, seguidas por semanas de total silêncio.

Numa manhã, o irmão mais velho ouviu baterem na sua porta. Ao abri-la notou um homem com uma caixa de ferramentas de carpinteiro na mão.

Estou procurando trabalho- disse ele. Talvez você tenha um pequeno serviço que eu possa executar.

Sim! - disse o fazendeiro - claro que tenho trabalho para você. Veja aquela fazenda além do riacho. É do meu vizinho. Na realidade, meu irmão mais novo. Nós brigamos e não posso mais suportá-lo.

— Vê aquela pilha de madeira perto do celeiro? Quero que você construa uma cerca bem alta ao longo do rio para que eu não precise mais vê-lo.

Acho que entendo a situação - disse o carpinteiro. Mostre-me onde estão a pá e os pregos que certamente farei um trabalho que lhe deixará satisfeito.

Como precisava ir à cidade, o irmão mais velho ajudou o carpinteiro a encontrar o material e partiu.

O homem trabalhou arduamente durante todo aquele dia medindo, cortando e pregando. Já anoitecia quando terminou sua obra.

O fazendeiro chegou da sua viagem e seus olhos não podiam acreditar no que viam. Não havia qualquer cerca!

Em vez da cerca havia uma ponte que ligava as duas margens do riacho.

Era realmente um belo trabalho, mas o fazendeiro ficou enfurecido e falou: você foi muito atrevido construindo essa ponte após tudo que lhe contei.

No entanto, as surpresas não haviam terminado. Ao olhar novamente para a ponte, viu seu irmão aproximando-se da outra margem, correndo com os braços abertos.

Por um instante permaneceu imóvel de seu lado do rio. Mas, de repente, num só impulso, correu na direção do outro e abraçaram-se chorando no meio da ponte.

O carpinteiro estava partindo com sua caixa de ferramentas quando o irmão que o contratou pediu-lhe emocionado: "espere! fique conosco mais alguns dias".

E o carpinteiro respondeu: "eu adoraria ficar, mas, infelizmente, tenho muitas outras pontes para construir." ;

E você, está precisando de um carpinteiro, ou é capaz de construir sua própria ponte para se aproximar daqueles com os quais rompeu contato?

Pense nisso!

As pessoas que estão ao seu lado, não estão aí por acaso.

Há uma razão muito especial para elas fazerem parte do seu círculo de relação.

Por isso, não busque isolar-se construindo cercas que separam e infelicitam os seres.

Construa pontes e busque caminhar na direção daqueles que, por ventura, estejam distanciados de você.

E se a ponte da relação está um pouco frágil, ou balançando por causa dos ventos da discórdia, fortaleça-a com os laços do entendimento e da verdadeira amizade. Agindo assim, você suprirá suas carências afetivas e encontrará a paz íntima que tanto deseja.

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Conversa com meu avô

Oi vô, tudo bem? Hoje resolvi escrever algo para você, sabe, às vezes eu penso muito em ti, eu sei que não pode me escutar agora, mas certamente os anjos vão fazer com que essa carta chegue até você. Vô não sei se algum dia vou conseguir ser como você, quero dizer ser avô sabe, ainda nem tenho um filho e o tempo voa, talvez quando o meu filho tenha um filho eu já nem esteja aqui, assim como você não está mais, mas vô você tá no meu coração, eu ainda me lembro muito bem de você, do seu chapéu, você nunca saia de casa sem ele.

Ainda me lembro daquela musiquinha que você cantava, lembra, aquela do preguinho:

"Ai preguinho, ai preguinho, ai preguinho que furou a minha carça e me fez um buraquinho..."

Como isso é especial para mim,ai se você soubesse...

Lembro-me de você sentado lá na praça esperando a mamãe te buscar, parece que foi ontem que você me pegava no colo, lembro da sua gargalhada, ela me fazia rir também.

Você tinha um quadro de Moisés abrindo o mar vermelho na parede do seu quarto, nunca me esqueci disso, Vô se você me conhecesse agora, se a gente estivesse junto agora, eu ia te contar tanta coisa, tudo que eu descobri da vida e ia escutar as suas histórias, como elas eram gostosas de ouvir, lembro que eu te pedia benção e você me falava: "Deus te abençoe meu filho" e ele me abençoou meu avô querido, eu sou um homem muito feliz, você fez uma família maravilhosa para gente, obrigado!

Vô eu acho que sempre carregamos algo dos nossos familiares além do sangue que corre nas nossas veias, tenho certeza que esse amor que eu tenho pelas pessoas vem de você também, nascemos na beira do mar e aprendemos que a vida é como a maré, ás vezes alta e ás vezes baixa....

Que coisa maravilhosa é a gente lembrar de uma pessoa com alegria, acho que se um dia eu conseguir que se lembrem de mim com tanta saudade e tanta gratidão como eu me lembro de você, minha vida terá valido a pena

Vô, eu vou indo, vou continuar a minha jornada, tenho que viver, fica com Deus e eu te amo!

Um beijo grande do seu neto.

André Luis Aquino

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Coração!

Um jovem estava no centro da cidade, proclamando ter o coração mais belo da região. Uma multidão o cercou e todos admiraram o seu coração. Não havia marca ou qualquer outro defeito. Todos concordaram que aquele era o coração mais belo que já tinham visto.

O jovem ficou muito orgulhoso por seu belo coração. De repente, um velho apareceu diante da multidão e disse:

— Por que o coração do jovem não é tão bonito quanto o meu?

A multidão e o jovem olharam para o coração do velho, que estava batendo com vigor, mas tinha muitas cicatrizes. Havia locais em que pedaços tinham sido removidos e outros tinham sido colocados no lugar, mas estes não encaixavam direito, causando muitas irregularidades. Em alguns pontosdo coração, faltavam pedaços.

O jovem olhou para o coração do velho e disse:

— O senhor deve estar brincando... compare nossos corações. O meu está perfeito, intacto e o seu é uma mistura de cicatrizes e buracos!

— Sim, - disse o velho. - olhando, o seu coração parece perfeito, mas eu não trocaria o meu pelo seu. Veja, cada cicatriz representa uma pessoa para a qual eu dei o meu amor. Tirei um pedaço do meu coração e dei para cada uma dessas pessoas. Muitas delas deram-me também um pedaço dopróprio coração para que eu colocasse no meu, mas, como os pedaçosnão eram exatamente iguais, há irregularidades. Mas eu as estimo, porque me fazem lembrar do amor que compartilhamos. Algumas vezes, dei pedaços do meu coração a quem não me retribuiu. Por isso, há buracos. Eles doem. Ficam abertos, lembrando-me do amor que senti por essas pessoas... um dia espero que elas retribuam, preenchendo esse vazio. E aí, jovem? Agora você entende o que é a verdadeira beleza?

O jovem ficou calado e lágrimas escorriam pelo seu rosto. Ele aproximou-se do velho. Tirou um pedaço de seu perfeito e jovem coração e ofereceu ao velho, que retribuiu o gesto. O jovem olhou para o seu coração, não mais perfeito como antes, mas mais belo que nunca.

Os dois se abraçaram e saíram caminhando lado a lado.

Como deve ser triste passar a vida com o coração intacto.

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Corra mais riscos

Texto de Leo Buscaglia. Retirado do livro "Vivendo, Amando e Aprendendo".

Rir é arriscar-se a parecer tolo.

Chorar é arriscar-se a parecer sentimental.

Estender a mão aos outros é arriscar-se a se envolver.

Mostrar os seus sentimentos é expor a sua humanidade.

Expor suas idéias e sonhos diante do povo é arriscar a sua perda.

Amar é arriscar-se a não ser amado.

Tentar é arriscar-se ao fracasso.

Mas os riscos têm que ser corridos, pois o maior perigo na vida é não arriscar nada.

A pessoa que não arrisca nada não faz nada, não tem nada e não é nada.

Pode evitar o sofrimento e o pesar, mas não pode aprender, sentir, mudar, crescer, viver ou amar.

Acorrentado por suas certezas e vícios, é um escravo.

Sacrificou o seu maior predicado, que é a sua liberdade individual.

Só a pessoa que arrisca é livre.

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Crença na Grandeza Interior

Lourival Lopes, Extraído de "Sabedoria todo dia".

Hoje, diga assim:

"Dentro de mim há forças e virtudes que jamais experimentei. São tão poderosas que podem me dar serenidade, mesmo num vendaval. São Deus dentro de mim."

A crença na grandeza interior, força, poderes e virtudes é a mais poderosa arma contra os problemas, os desânimos, as tristezas. Um só estampido dessa "arma" interna acerta o alvo e elimina os tormentos.

Empregue bem os seus poderes e virtudes.

O pulso firme e o tiro certo destroem os problemas.

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Crescer Juntos

Se você sabe voar, não jogue fora suas asas com pena dos que não sabem.

Não seja infeliz ou pobre, não enfraqueça porque existem tantos infelizes e desprovidos.

Não é descendo que você levanta os que estão a baixo. Suba, traga-os junto de ti e mostre-lhes o caminho.

A lâmpada apagada jamais iluminará a escuridão.

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Crescimento em Grupo

Um membro de um determinado grupo, sem nenhum aviso deixou de participar.

Após algumas semanas, o mestre do grupo decidiu visitá-lo. Era uma noite muito fria. O mestre encontrou o homem em casa sozinho, sentado diante de um brilhante fogo.

Supondo a razão para a visita, o homem saudou-lhe, conduziu-lhe a uma grande cadeira perto da lareira e ficou quieto esperando.

O mestre se fez confortável mas não disse nada. No silêncio sério, contemplou a dança das chamas em torno da lenha ardente. Após alguns minutos, o mestre examinou as brasas, cuidadosamente apanhou uma brasa ardente e deixou-a de lado. Então voltou a sentar-se e permaneceu silencioso e imóvel. O anfitrião prestou atenção a tudo, fascinado e quieto.

Então foi-se diminuindo a chama da solitária brasa, houve um brilho momentâneo e seu fogo apagou de vez. Logo estava frio e morto. Nenhuma palavra tinha sido dita desde o cumprimento inicial.

O mestre antes de se preparar para sair, recolheu a brasa fria e inoperante e colocou-a de volta no meio do fogo. Imediatamente começou a incandescer uma vez mais com a luz e o calor dos carvões ardentes em torno dela.

Quando o mestre alcançou a porta para partir, seu anfitrião disse:

— Obrigado tanto por sua visita quanto pelo sermão. Eu estou voltando ao convívio do grupo.

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Cuide das Palavras

Cuide das palavras que você profere, porque:
Uma palavra impensada pode provocar a discórdia.
Uma palavra cruel pode destruir uma vida.
Uma palavra amarga pode provocar ódio.
Uma palavra brusca pode romper um relacionamento.
Uma palavra agradável pode suavizar o caminho.
Uma palavra a tempo pode poupar um esforço.
Uma palavra alegre pode iluminar o dia.
Uma palavra com amor e carinho pode mudar uma atitude...
Com uma palavra podemos perder
Ou ganhar um amigo!

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Cuide de Suas Responsabilidades

Um grande sábio possuía três filhos jovens, inteligentes e consagrados à sabedoria.

Em certa manhã, eles altercavam a propósito do obstáculo mais difícil no grande caminho da vida.

No auge da discussão, prevendo talvez conseqüências desagradáveis, o genitor benevolente chamou-os a si e confiou-lhes curiosa tarefa.

Iriam os três ao palácio do príncipe governante, conduzindo algumas dádivas que muito lhes honraria o espírito de cordialidade e gentileza.

O primeiro seria o portador de rico vaso de argila preciosa.

O segundo levaria uma corça rara.

O terceiro transportaria um bolo primoroso da família.

O trio recebeu a missão com entusiástica promessa de serviço para a pequena viajem de três milhas; no entanto, no meio do caminho, começaram a discutir.

O depositário do vaso não concordou com a maneira pela qual o irmão puxava a corça delicada, e o responsável pelo animal dava instruções ao carregador do bolo, a fim de que não tropeçasse, perdendo o manjar;este último aconselhava o portador do vaso valioso, para que não caísse.

O pequeno séqüito seguia, estrada afora, dificilmente, porquanto cada viajante permanecia atento as obrigações que diziam respeito aos outros,através de observações acaloradas e incessantes.

Em dado momento, o irmão que conduzia o animalzinho olvida a própria tarefa, a fim de consertar a posição da peça de argila nos braços do companheiro, e o vaso, premido pelas inquietações de ambos, escorrega, de súbito, para espatifar-se no cascalho.

Com o choque, o distraído orientador da corça perde o governo do animal, que foge espantado.

O carregador do bolo avança para sustar-lhe a fuga, e o bolo se perde totalmente no chão.

Desapontados e irritadiços, os três rapazes voltam a presença do pai,apresentando cada qual a sua queixa de derrota.

O sábio, porém, sorriu e explicou-lhes:

— Aproveitem o ensinamento da estrada. Se cada um de vocês estivesse vigilante na própria tarefa, não colheriam as sombras do fracasso. O mais intrincado problema do mundo, meus filhos, é o de cada homem cuidar dos próprios negócios, sem intrometer-se nas atividades alheias. Enquanto cogitamos de responsabilidades que competem aos outros, as nossas viverão esquecidas.

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O Bode Expiatório

Conta uma antiga lenda que na idade média um homem muito religioso foi injustamente acusado de ter assassinado uma mulher. Na verdade, o autor do crime era pessoa influente do reino e, por isso, desde o primeiro momento se procurou um "bode expiatório" para acobertar o verdadeiro assassino.

O homem foi levado a julgamento, já temendo o resultado: a forca.

Ele sabia que tudo iria ser feito para condená-lo e que teria poucas chances de sair vivo desta história.

O juiz, que também foi comprado para levar o pobre homem à morte, simulou um julgamento justo, fazendo uma proposta ao acusado para que este provasse sua inocência.

— Sou de uma profunda religiosidade e por isso vou deixar sua sorte nas mãos do Senhor: vou escrever num pedaço de papel a palavra "inocente" e no outro pedaço a palavra "culpado". Você sorteará um dos papéis e aquele que sair será o veredicto. O senhor decidirá seu destino - determinou o juiz.

Sem que o acusado percebesse, o juiz preparou os dois papéis, mas em ambos escreveu "culpado" de maneira que, naquele instante, não existia nenhuma chance de o acusado se livrar da forca.

Não havia alternativas para o pobre homem. O juiz colocou os dois papéis em uma mesa e mandou o acusado escolher um. O homem pensou alguns segundos e, pressentindo a "vibração", aproximou-se confiante da mesa, pegou um dos papéis e rapidamente colocou na boca e engoliu. Os presentes ao julgamento reagiram surpresos e indignados com a atitude do homem.

— Mas o que você fez? E agora? Como vamos saber o seu veredicto?

— É muito fácil. - respondeu o homem - basta olhar o outro pedaço que sobrou e saberemos que acabei engolindo o contrário.

Imediatamente o homem foi liberado.

Moral da história: Por mais difícil que seja uma situação, não deixe de acreditar até o último momento. Saiba que, para qualquer problema, há sempre uma saída.

Não desista, não entregue os pontos, não se deixe derrotar. Vá em frente apesar de tudo e de todos, creia que pode conseguir.

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Decálogo da Serenidade

João XXIII - Ângelo Joseph Roncalli

Procurarei viver pensando apenas no dia de hoje, exclusivamente neste dia, sem querer resolver todos os problemas da minha vida de uma só vez.

Hoje, apenas hoje, procurarei ter o máximo cuidado na minha convivência, cortês nas minhas maneiras, a ninguém criticarei, nem pretenderei melhorar ou corrigir à força ninguém, senão a mim mesmo.

Hoje, apenas hoje, serei feliz. Na certeza de que fui criado para a felicidade, não só no outro mundo, mas também já neste.

Hoje, apenas hoje, adaptar-me-ei às circunstâncias, sem pretender que sejam todas as circunstâncias a se adaptarem aos meus desejos.

Hoje, apenas hoje, dedicarei 10 minutos do meu tempo à uma boa leitura, recordando que assim como o alimento é necessário para a vida do corpo, a boa leitura é necessária para a vida da alma.

Hoje, apenas hoje, farei uma boa ação, e não direi a ninguém.

Hoje, apenas hoje, farei ao menos uma coisa que me custe fazer, e se me sentir ofendido nos meus sentimentos, procurarei que ninguém o saiba.

Hoje, apenas hoje, executarei um programa pormenorizado, talvez não o cumpra perfeitamente, mas ao menos escrevê-lo-ei, e fugirei de dois males, a pressa e a indecisão.

Hoje, apenas hoje, acreditarei firmemente, embora as circunstâncias mostrem ao contrário, que a Providência de Deus se ocupa de mim, como se não existisse mais ninguém no mundo.

Hoje, apenas hoje, não terei nenhum temor, de modo especial não terei medo de gozar o que é belo, e de crer na bondade.

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Definições

Autor desconhecido

O sorriso...
é o cartão de visita das pessoas saudáveis.
Distribua-o gentilmente.

O diálogo...
é a ponte que liga as duas margens, do eu à do tu.
Transmite-o bastante.

O amor...
é a melhor música na partitura da vida.
Sem ele, você será um eterno desafinado.

A bondade...
é a flor mais atraente do jardim de um coração bem cultivado.
Plante estas flores.

A alegria...
é o perfume gratificante, fruto do dever cumprido.
Esbanje-o, o mundo precisa dele.

A paz da consciência...
é o melhor travesseiro para o sono da tranqüilidade.
Viva em paz consigo mesmo.

A fé...
é a bússola certa para os navios errantes, incertos, buscando as praias
da eternidade.
Utilize-a.

A esperança...
é o vento bom enfunando as velas do nosso barco.
Chame-o para dentro do seu cotidiano.

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Depende de Mim

Hoje levantei cedo pensando no que tenho a fazer antes que o relógio marque meia noite. É minha função escolher que tipo de dia vou ter hoje.

Posso reclamar porque está chovendo ou agradecer às águas por lavarem a poluição.

Posso ficar triste por não ter dinheiro ou me sentir encorajado para administrar minhas finanças, evitando o desperdício.

Posso reclamar sobre minha saúde ou dar graças por estar vivo.

Posso me queixar dos meus pais por não terem me dado tudo o que eu queria ou posso ser grato por ter nascido.

Posso reclamar por ter que ir trabalhar ou agradecer por ter trabalho.

Posso sentir tédio com o trabalho doméstico ou agradecer a Deus.

Posso lamentar decepções com amigos ou me entusiasmar com a possibilidade de fazer novas amizades.

Se as coisas não saíram como planejei posso ficar feliz por ter hoje para recomeçar. O dia está à minha frente esperando para ser o que eu quiser. E aqui estou eu, o escultor que pode dar forma. Tudo depende só de mim.

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O Amor

Que apesar de todas as dificuldades, apesar de algumas tristezas que insistem, que mesmo com essa montanha erguida, o sol possa ser seu presente mais doce.

Desejo ao seu coração o querer que ele quer. Que nas palavras que ele sussurra dentro do seu peito, sejam ouvidas aquelas que têm sabor de liberdade.

Que você esteja atento para o sopro da sua vontade real, e jamais desista dos seus passos em direção à verdade.

Desejo que a sua percepção acorde mais plena no calor de um sol novo e renovador. Que ele lhe encoraje às atitudes que estão querendo respirar.

Aquelas que sempre são substituídas. Aquelas que não se arrojam por ter os pesos de conceitos por demais antigos.

Desejo que você aceite seu tempo, seja ele qual for. Que sinta serenidade na espera necessária para que a semente plantada brote no tempo certo.

Desejo então que sua flor seja inteira, e mesmo que inicialmente pequena e frágil, ela lhe traga as luzes de uma estrada azul. Que a sua sabedoria esteja despertada aguardando com tranquilidade o desabrochar da sua flor.

Em paz, em cadência ritmada, com o aprendizado que vem chegando. Em mais suaves permissões a você. Em muito mais reconhecimento da sua coragem.

Desejo à você um sol diferente.

Espalhando seu sorriso pela densidade das nuvens, simplificando o aspecto complicado de alguns momentos e mostrando-lhe a fonte essencial para a sua sede.

Desejo que a cada instante você desnude mais seu coração e deixe que nele vibre em tom maior: o AMOR.

O amor na sua expressão mais simples. Que não mede, não faz contas e que tem o poder de lhe erguer acima de todas as montanhas escuras.

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Desiderata

Vá placidamente por entre o barulho e a pressa e lembre-se da paz que pode haver no silêncio. Tanto quanto possível, sem capitular, esteja de bem com todas as pessoas. Fale a sua verdade calma e claramente; e escute os outros, mesmo os estúpidos e ignorantes; também eles têm a sua história. Evite as pessoas barulhentas e agressivas. Elas são tormento para o espírito. Se você se comparar a outros, pode tornar-se vaidoso e amargo; porque sempre haverá pessoas superiores e inferiores a você.

Desfrute suas conquistas assim como seus planos. Mantenha-se interessado em sua própria carreira, mesmo que humilde; é o que realmente se possui na sorte incerta dos tempos. Exercite a cautela nos negócios; porque o mundo é cheio de artifícios. Mas não deixe que isso o torne cego à virtude que existe; muitas pessoas lutam por altos ideais; e por toda à parte a vida é cheia de heroísmo. Seja você mesmo. Principalmente não finja afeição, nem seja cínico sobre o amor, porque em face de toda aridez e desencantamento ele é perene como a grama. Aceite gentilmente o conselho dos anos, renunciando com benevolência às coisas da juventude.

Cultive a força do espírito para proteger-se num infortúnio inesperado.

Mas não desgaste com temores imaginários. Muitos medos nascem da fadiga e da solidão. Acima de uma benéfica disciplina, seja bondoso consigo mesmo.

Você é filho do Universo não menos que as árvores e as estrelas.

Você tem o direito de estar aqui. E, quer seja claro ou não pra você, sem dúvida o Universo se desenrola como deveria. Portanto, esteja em paz com Deus, qualquer que seja sua forma de concebe-lo, e, seja qual for a sua lida e suas aspirações, na barulhenta confusão da vida, mantenha-se em paz com sua alma. Com todos os enganos, penas e sonhos desfeitos, este é ainda um mundo maravilhoso. Esteja atento.

*do latim desideratu: Aquilo que se deseja, aspiração. (Esse texto foi encontrado na velha igreja Saint Paul, Baltimore, datado de 1692)

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Deus fala comigo

Masaharu Taniguchi

Deus fala comigo:
Se você necessita de Mim,
Já estou perto de você,
Você não consegue Me Ver,
Mas vê tudo através da Minha luz.
Você não sabe que está junto de Mim,
Mas estou trabalhando dentro das suas mãos.
Você não consegue compreender de que modo trabalho dentro de você,
Mas estou trabalhando em seu interior.
Você não consegue perceber a Minha presença,
Mas estou trabalhando em seu interior.

Não sou simplesmente um símbolo espiritual fantástico,
Nem uma existência misteriosa.
Sou a serenidade absoluta.
Abandone o egoísmo,
Perceberá que Eu sou o "verdadeiro você".
Você apenas sente isso e crê nisso.
Mas Eu estou aí.
Eu consigo ouvi-lo e responder-lhe.
Quando você necessitar de Mim,
Já estarei aí com você.
Mesmo que você negue a minha existência,
Eu já estou aí.
Por mais que sinta tomado pela solidão.
Eu sempre estou junto de você.
Eu sou seu Pai, sua Mãe.
Estou sempre junto de você.
Sou Amor, o próprio Amor.
Quando você ama,
Estou sempre aí.
Sou a Paz, não sinto ódio de ninguém.
Mesmo que você esteja odiando,
Estou dentro de você e amo até esse seu inimigo.

Sou a Paz.
Mesmo que pareça estar ocorrendo uma guerra,
Aqui existe a Paz infinita.
Quando você mergulhar fundo em Mim,
Aí encontrará sempre a Paz infinita.

Mesmo que você não creia em Mim,
Creio que você é "Filho de Deus", uma pessoa maravilhosa.
Desperte!
Conscientize-se da sua Imagem Verdadeira!
Você é "Filho de Deus".
Sua fé pode vacilar,
Mas a Minha fé em você jamais vacilará!!!

FONTE DE LUZ, Revista. Janeiro de 1997. Pg 05

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Três textos sobre o "Dia da mentira"

Jason Figueira

Você sabe por que 1º de abril é o Dia da Mentira?

Você sabe por que 1º de abril é o Dia da Mentira? Há muitas explicações. Uma delas diz que a brincadeira surgiu na França. Desde o começo do século XVI, o Ano Novo era festejado em 25 de março, data que marcava a chegada da primavera. As festas duravam uma semana e terminavam no dia 1º de abril. Em 1564, depois da adoção do calendário gregoriano, o rei Carlos IX determinou que o Ano Novo seria comemorado no dia 1º de janeiro. Alguns franceses resistiram à mudança e quiseram manter a tradição. Só que os gozadores passaram a ridicularizar os conservadores, enviando presentes esquisitos e convites para festas que não existiam.

O Dia da Mentira

Átila

Desde que me conheço por gente 1º de abril é denominado "Dia da Mentira". É interessante notarmos que para algumas pessoas mentira e verdade' são relativas. O que para uma pessoa se apresenta como uma revoltante mentira, para outra é recebido sem maiores exasperações... Este relativismo cresceu até o ponto de marcar diversas gerações e segmentos de nossa sociedade. Por exemplo:

a política - Instituído o "É dando que se recebe" , o desvio de verbas da merenda escolar para a construção de jardins nas casas de alguns privilegiados... - a fome e as necessidades das pessoas são relativas - os fins justificam os meios!

a ética - Liberação total' dos meios de comunicação, principalmente a TV, para a exibição de cenas de sexo, violência, propagandas maravilhosas sobre o álcool e fumo, utilizando-se até de mensagens subliminares - enganar e usar as pessoas é relativo - os fins justificam os meios!

alguns segmentos da moda - Tornaram-se instrumentos de vulgarização do ser humano - homens e mulheres - ludibriar e usar as pessoas, mais uma vez, é relativo - os fins justificam os meios!

e até a religião - Onde a confusão entre as mensagens, posturas e propostas têm trazido engano e alienação - cegar e usar as pessoas é relativo - os fins justificam os meios!

Por isso creio que este "Dia da Mentira", mesmo sendo folclórico, pode incitar nossas mentes a uma avaliação rápida, não só do relativismo no cenário nacional, mas também sua influência sobre nossas próprias vidas, nossa realidade interior. Quantas pessoas assumiram este "Tudo é relativo" como estilo de vida e se encontraram num labirinto existencial sem limites ou opções! Pessoas que perderam, ou estão perdendo totalmente, seus valores, o norte, o rumo! Vejo pais que instituíram este relativismo' como padrão de comunicação no lar , no relacionamento conjugal, para a vida de seus próprios filhos... filhos... Trato de jovens que foram alvo deste tipo de educação quase que semanalmente. Pessoas preciosas, mas que tiveram cedo demais a liberdade total incompatível com sua imaturidade. E ainda por cima não receberam as coordenadas emocionais, físicas, espirituais e acabaram perdendo (e se perdendo...) a alegria e o prazer da vida. Alegria que, talvez, seus próprios pais não sabem onde encontrar. " Tudo é relativo " é BASTANTE RELATIVO! Basta vermos os resultados disso.

Um livro que tem fascinado minha vida e influenciado diretamente na educação dos meus próprios filhos e na maneira como trabalho com os jovens e adolescentes de nossa comunidade é a Bíblia. É incrível como podemos encontrar nela respostas para os mais variados problemas e questionamentos cotidianos: Vida com qualidade total ( ISO 9000 J ), relacionamentos interpessoais, educação de filhos, sexo, alegria, ansiedade, estresse, angústia, beleza interior e exterior, culinária, etc., etc. ... UFA! Ela tem muito a dizer sobre verdade - mentira - relativismo : Quando deixamos o relativismo tomar conta de nosso sistema de valores o caos se instala. Não podemos viver ignorando que nos mais "insignificantes" atos da natureza existem regras bem definidas, verdades absolutas que se não forem respeitadas trarão conseqüências terríveis. Experimente trocar a verdade da lei da gravidade pelo relativismo. "Bem, este negócio de gravidade na Terra é relativo. Se eu pular deste 56º andar nada me acontecerá, porque já assumi que esta lei é relativa para mim!" PODE? Da mesma maneira os relacionamentos com o meu próximo e comigo mesmo se desenrolam por meio de verdades absolutas que quando ignoradas trazem muita amargura e tristezas. A Bíblia trata também destas regras. Define onde termina a verdade e começa a mentira. Milhares de pessoas podem testemunhar que isto é a pura verdade, pois descobriram o conteúdo certo para tapar a lacuna! Incentivo você a parar um momento, dedicar um pouco de sua atenção ao que a Bíblia tem para dizer. Leia, estude, pense, questione e aplique. Estou certo que grandes resultados poderão ser vistos em pouco tempo.

1º de abril, "Dia da Mentira". Que eu e você possamos ter coragem de nos permitirmos uma avaliação séria. Aproveitarmos esta oportunidade para olharmos no espelho , antes que o futuro nos traga as tristezas e conseqüências de termos visto o tempo simplesmente passar sob uma atuação ineficaz de nossa parte. Chico Buarque cantou: " Eu bem que avisei a ela, o tempo passou na janela só Carolina não viu. Eu bem que avisei sorrindo, o tempo passou, ai que lindo, só Carolina não viu".

Vamos refletir? Vamos reavaliar para mudar?

O mês da mentira

É dia primeiro de abril e todo mundo vêm com aquelas piadinhas mais escabrosas dizendo, hoje é o "dia da mentira". Quais foram as piadinhas que você ouviu dessa vez? Só vale as que foram feitas esse mês. Não me venha com as piadinhas feitas por políticos na época da eleição porque não valem.

Para muitas pessoas o dia da mentira é o mês de abril inteiro. Outras prolongam isso para os 365 dias do ano. Uns fazem do seu namoro ou casamento um primeiro de abril eterno. A disputa entre os dois é para ver quem mente mais e melhor para o cônjuge. Outros vivem o dia da mentira em seus negócios. No seu trabalho, passam sempre uma imagem quando a situação é completamente diferente.

No filme "O mentiroso", o personagem principal, Jim Carey, vive um advogado de sucesso que é muito requisitado devido à sua facilidade em "transformar" as situações em favor de seus clientes. Ele se utiliza de artifícios que na maioria das vezes omitem a verdade ou são descaradamente mentirosos. Seu filho, cansado das promessas de levá-lo para passear, faz um pedido. Ele deseja que o pai -- pelo menos por um dia — deixe de mentir. Começam então os problemas do personagem que se vê em muitos apuros por falar a verdade em todos os lugares. Seus problemas culminam no Tribunal, quando ele precisa defender seu cliente falando a verdade.

Na ficção essa história é engraçada, mas no dia a dia, esse problema afeta diretamente o ser humano que se acostuma a contar mentiras. Só que, como diz o ditado, "a mentira tem perna curta" e muitos se vêem em apuros quando a verdade vem à tona. Abraham Lincoln disse certa vez: "Pode-se enganar todas as pessoas por algum tempo, e algumas pessoas durante todo o tempo, mas não se pode enganar todo o mundo por todo o tempo". O destino da pessoa que engana e mente não é nada bom, como diz a Bíblia:

"Mas os homens maus e enganadores irão de mal a pior, enganando e sendo enganados". Segundo livro de Timóteo, capítulo 3 verso 13

É difícil compreender porque os homens escolheram um dia para a mentira. Por que não "o dia da verdade"? A bíblia fala: "e conhecereis a verdade e a verdade vos libertará". Até presidiários experimentam a verdade que é Jesus e são libertos de seus pecados mesmo estando encarcerados. A verdade liberta mas a mentira aprisiona.

Seja livre, viva a verdade!

Um verdadeiramente grande abraço,

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Surpreenda-se

Por Paulo Roberto Gaefke

Descubra, em primeiro lugar, o que você tem de bom para oferecer ao mundo.

Sabe aquele seu sorriso que encanta a todos?

Ou aquele seu jeito de falar sempre educadamente, com carinho e atenção?

Quem sabe não seja a sua facilidade de cuidar dos doentes (do corpo e da alma)?

Pode ser, que todo mundo goste mesmo é da sua disposição e admirem ou até mesmo invejem a sua atitude sempre firme.

Hoje é dia de descobertas.

Coloque um desafio diferente para a sua vida.

Desafie-se!

Prove-se!

Não seja pessimista ou otimista demais, caia na real e use a sua força, a sua fé, a sua determinação para buscar, ainda hoje, uma saída, uma conquista, uma mudança, por menor que seja, na sua vida rotineira.

Aliás, esse é o maior desafio para muita gente: sair da rotina. A maioria sente-se incapaz de mudar o roteiro de sua vida, sair daquele velho trajeto que acostumou a fazer todos os dias.

Tem muita gente que é infeliz, porque aceitou e acostumou-se com a infelicidade.

Porque botou na cabeça que não merece ser feliz, que sua vida não tem solução.

E isso não é verdade porque tudo pode ser diferente.

Então aqui vai uma proposta. Um desafio: faça algo diferente na sua vida.

Pode ser na maneira de vestir-se. Pode ser na mudança do cheiro (perfume) de sempre.

Pode ser no jeito de falar. Pode ser no jeito de andar.

Pode ser no trajeto de casa para o trabalho ou vice-versa.

Que tal, só para variar, pegar um ônibus ou um trajeto errado?

Faça alguma coisa para sair da rotina:

Surpreenda a pessoa amada, mande flores, um cartão animado, uma mensagem fonada.

Surpreenda seus pais e pendure-se no pescoço deles enchendo-os de beijos.

Surpreenda um amigo e diga o quanto ele é importante na sua vida.

Surpreenda seu chefe e termine seu serviço com mais eficiência.

Surpreenda seus professores e tire nota máxima em todas ás provas.

Surpreenda a você mesmo, e perceba que você é feliz com o que já possui.

Reconheça que possui qualidades maravilhosas que andam escondidas por algum trauma sofrido.

Por fim, surpreenda Deus, mostrando que você não é apenas um ser pedinte, um mendigo da esmola divina, e agradeça pelo que tem.

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Dia de Faxina

Estava precisando fazer uma faxina em mim... Jogar alguns pensamentos indesejados para fora, lavar alguns tesouros que andavam meio enferrujados...

Tirei do fundo das gavetas lembranças que não uso e não quero mais.

Joguei fora alguns sonhos, algumas ilusões... Papéis de presente que nunca usei, sorrisos que nunca darei; Joguei fora a raiva e o rancor das flores murchas que estavam dentro de um livro que não li. Olhei para meus sorrisos futuros e minhas alegrias pretendidas... E as coloquei num cantinho, bem arrumadas.

Fiquei sem paciência!... Tirei tudo de dentro do armário e fui jogando no chão: Paixões escondidas, desejos reprimidos, palavras horríveis que nunca queria ter dito, mágoas de um amigo, lembranças de um dia triste... Mas lá também havia outras coisas... e belas!

Um passarinho cantando na minha janela... aquela lua cor-de-prata, o pôr do sol!... Fui me encantando e me distraindo, olhando para cada uma daquelas lembranças. Sentei no chão, para poder fazer minhas escolhas.

Joguei direto no saco de lixo os restos de um amor que me magoou. Peguei aspalavras de raiva e de dor que estavam na prateleira de cima, pois quase não as uso, e também joguei fora no mesmo instante!

Outras coisas que ainda me magoam, coloquei num canto para depois ver o que farei com elas, se as esqueço lá mesmo ou se mando para o lixão.

Aí, fui naquele cantinho, naquela gaveta que a gente guarda tudo o que é mais importante: o amor, a alegria, os sorrisos, um dedinho de fé para os momentos que mais precisamos... como foi bom relembrar tudo aquilo!

Recolhi com carinho o amor encontrado, dobrei direitinho os desejos, coloquei perfume na esperança, passei um paninho na prateleira das minhas metas, deixei-as à mostra, para não perdê-las de vista.

Coloquei nas prateleiras de baixo algumas lembranças da infância, na gaveta de cima as da minha juventude e, pendurada bem à minha frente, coloquei a minha capacidade de amar... e de recomeçar...

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Dias iguais

Quando todos os dias ficam iguais, é porque deixamos de perceber as coisas boas que aparecem em nossas vidas.

Paulo Coelho, O Alquimista

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Dicas para ser mais criativo

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Distanciamento

De vez em quando te afasta, relaxe um pouco, para que quando voltar ao teu trabalho teu julgamento esteja mais seguro. Distancia-te um pouco e o trabalho aparentará menor e num relance poderão ser percebidas faltas de harmonia e as proporções são vistas mais prontamente.

Leonardo da Vinci

Every now and then go away, have a little relaxation, for when you come back to your work your judgment will be surer. Go some distance away because then the work appears smaller and more of it can be taken in at a glance and a lack of harmony and proportion is more readily seen. Leonardo da Vinci

Pintor, escultor, arquiteto, engenheiro, cientista, inventor e escritor italiano. Nasceu em 15 de Abril de 1452, Vinci, perto de Florença, tipo humano Áries, signo Fogo, regência Marte, pedra Rubi e flor Violeta. Faleceu em 2 de maio de 1519, Castelo de Cloux, Amboise, França com 67 anos e 17 dias de idade. É considerado o maior nome do Renascimento, ao lado de Michelangelo.

Por volta de 1466 torna-se aprendiz do pintor e escultor florentino Andre a del Verrocchio.

Entre 1482 e 1499 vive em Milão, onde pinta o afresco A Última Ceia (1495-1497) e faz um projeto urbanístico para a cidade, com rede de canais e sistemas de esgoto e abastecimento de água. Nesse período, estuda perspectiva, ótica, proporções e anatomia.

Nos estudos científicos antecipa muitas descobertas e invenções modernas, como o helicóptero e o pára-quedas.

De volta a Florença, pinta Mona Lisa (1503-1506), sua obra mais famosa.

Entre 1513 e 1517, vive em Roma, envolve-se em intrigas do Vaticano e decide juntar-se à corte do rei francês Francisco I.

Em Tratado da Pintura, Leonardo defende a supremacia da pintura sobre todas as outras artes, por ser a única indispensável à exploração científica da natureza.

Sua arte influencia toda a história da pintura que se segue: supera o pensamento medieval, dominado pelos valores religiosos, e coloca o homem no centro da criação.

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Diversos Amores

Muito se fala em amor e de como ele deve ser, muito se fala em sentimento e de como sentimos saudade, solidão ou paixão, muito se fala em sonhos e decepções, mas muito pouco se fala do que realmente interessa. O que é um homem para uma mulher e uma mulher para um homem?

Quando o amor acontece dentro da gente (podem até falar bem ou mal do amor, mas ele não escolhe credo, raça, condição social, idade ou qualquer outra coisa, o amor pode até às vezes ser cruel, porém ele é justo) muita coisa muda, aquilo que pensávamos ser inconcebível ou que nunca faríamos muitas vezes acabamos aceitando e fazendo, aprendemos que a nossa verdade não é mesma verdade do outro (e nem precisava ser), aprendemos a dividir desde um doce sorvete até as nossas mais amargas dores, a provocar sorrisos e a enxugar lágrimas, quando o mar estiver agitado e estivermos no meio de uma tempestade a única certeza que temos será que nos braços do nosso amor é que vamos nos sentir seguros.

Um homem para uma mulher e uma mulher para um homem são o complemento sentimental um do outro, enquanto ela chora ele enxuga as lágrimas e põem de volta um sorriso nos lábios dela, andar de mãos dadas é andar na mesma velocidade, é ajustar os ritmos, num encontro marcado enquanto ela espera ele corre para chegar a tempo.

Já perdi as contas de quantas vezes gostei de alguém, de quantas vezes até mesmo me apaixonei pela mesma pessoa, já perdi as contas de quantas vezes me decepcionei com esses amores, mas os meus sentimentos de carinho por elas sempre foram muito maiores,o amor vem do fundo da minha alma e não da superfície do meu pensamento, já não luto mais contra ele, se o meu olhar brilha, é porque parte desse brilho é pelo meu amor, se eu estou sorrindo nesse momento, é porque parte desse sorriso também é graças ao meu amor e se chorar no próximo segundo, as lágrimas não serão só minhas, serão também pelo meu amor.

O complemento sentimental é algo que experimentamos algumas vezes na vida (e como é inesquecível), sabe quando mesmo com a luz apagada é como se ela ainda estivesse acesa (visão e tato se misturam numa coisa só), mesmo lendo o que foi escrito pelas mãos é como se pudéssemos estar ouvindo a voz da pessoa, temos a nítida impressão que aquela moça ou moço que caminha a nossa frente é o nosso amor (por trás o cabelo é igual, pelas costas parece ser quem pensamos) e essa dúvida só é desfeita quando vemos que o rosto não é o mesmo, damos um sorriso, estamos sempre querendo que ele(a) esteja por perto.

Homem e mulher foram feitos um para o outro e se complementam em todos os sentidos e sentimentos, enquanto o homem tem a força à mulher tem a delicadeza, o homem pode até ir mais longe, mas a mulher enxerga mais adiante mesmo quando está mais atrás, lado a lado , ombro a ombro e lábios nos lábios, ele não é nada sem ela e ela será muito mais com ele.

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As Duas Caixas

Tenho em minhas mãos duas caixas que Deus me deu para guardar.

Ele disse:

— Coloque todas as suas tristezas na preta e todas as suas alegrias na dourada.

Eu entendi suas palavras e, nas duas caixas, tanto minhas alegrias quantominhas tristezas guardei.

Mas, embora a dourada ficasse cada dia mais pesada, a preta continuava tão leve quanto antes.

Curioso, abri a preta.

Eu queria descobrir o porquê, e vi na base da caixa um buraco pelo qual minhas tristezas saiam.

Mostrei o buraco a Deus e pensei alto:

"gostaria de saber onde minhas tristezas podem estar..."

Ele sorriu gentilmente para mim e disse:

— Meu filho, elas estão aqui comigo!

Perguntei:

— Deus, por que me deu as caixas? Por que a dourada inteira e a preta com o buraco?

— Meu filho, a dourada é para você contar suas bênçãos... E a preta é para você deixar ir embora suas mágoas e tristezas...

Lembre-se sempre de guardar seus momentos mais felizes e deixar ir embora as tristezas!

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Educação

O colunista, Sydney Harris, acompanhava um amigo à banca de jornal. O amigo cumprimentou o jornaleiro amavelmente, mas como retorno recebeu um tratamento rude e grosseiro. Pegando o jornal que foi atirado em sua direção, o amigo de Sydney sorriu atenciosamente e desejou ao jornaleiro um bom final de semana.

Quando os dois amigos desciam pela rua, o colunista perguntou:

— Ele sempre te trata com tanta grosseria?

— Sim, infelizmente é sempre assim.

— E você é sempre tão atencioso e amável com ele?

— Sim, sou.

— Por que você é tão educado, já que ele é tão rude com você?

— Porque não quero que ele decida como eu devo agir. Nós somos nossos ´próprios donos´. Não devemos nos curvar diante de qualquer vento que sopra, nem estar à mercê do mau humor, da mesquinharia, da impaciência e da raiva dos outros. Não são os ambientes que nos transformam, e sim nós que transformamos os ambientes.

NINGUÉM PODE ESTRAGAR O SEU DIA, A MENOS QUE VOCÊ PERMITA!

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Elegância

Mary Cincinnati

Existe uma coisa difícil de ser ensinada e que, talvez por isso, esteja cada vez mais rara: a elegância do comportamento.

É um dom que vai muito além do uso correto dos talheres e que abrange bem mais do que dizer um simples obrigado.

É a elegância que nos acompanha da primeira hora da manhã até a hora de dormir e que se manifesta nas situações mais prosaicas, quando não há festa alguma nem fotógrafos por perto. É uma elegância desobrigada.

É possível detectá-la nas pessoas que elogiam mais do que criticam, nas que escutam mais do que falam. E quando falam, passam longe da fofoca, das pequenas maldades ampliadas no boca a boca.

É possível detectá-la nas pessoas que não usam um tom superior de voz ao se dirigir a frentistas, nas pessoas que evitam assuntos constrangedores porque não sentem prazer em humilhar os outros.

É possível detectá-la em pessoas pontuais.

Elegante é quem demonstra interesse por assuntos que desconhece, é quem presenteia fora das datas festivas, e, ao receber uma ligação, não recomenda à secretária que pergunte antes quem está falando e só depois manda dizer se está ou não está.

Oferecer flores é sempre elegante.

É elegante você fazer algo por alguém e este alguém jamais saber disso...

É elegante não mudar seu estilo apenas para se adaptar ao outro.

É muito elegante não falar de dinheiro em bate-papos informais.

É elegante o silêncio, diante de uma rejeição...

Sobrenome, jóias e nariz empinado não substituem a elegância do gesto.

Não há livro que ensine alguém a ter uma visão generosa do mundo.

É elegante a gentileza...

Atitudes gentis, falam mais que mil imagens...

Abrir a porta para alguém... é muito elegante.

Dar o lugar para alguém sentar... é muito elegante.

Sorrir sempre é muito elegante e faz um bem danado para a alma...

Olhar nos olhos ao conversar é essencialmente elegante.

Pode-se tentar capturar esta delicadeza pela observação, mas tentar imitá-la é improdutivo.

A saída é desenvolver a arte de conviver, que independe de status social: é só pedir licencinha para o nosso lado brucutu, que acha que "com amigo não tem que ter estas frescuras".

Educação enferruja por falta de uso.

E, detalhe: não é frescura!

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É loucura

Odiar todas as rosas
Porque uma te espetou...

Entregar todos os teus sonhos
Porque um deles não se realizou

Perder a fé em todas as orações
Porque numa não foste atendido

Desistir de todos os esforços
Porque um deles fracassou

Condenar todas as amizades
Porque uma te traiu...

Descrer de todo amor
Porque um deles te foi infiel.

Jogar fora todas as chances de ser feliz
Porque uma tentativa não deu certo.

Espero que na tua caminhada
Não cometa estas loucuras
Lembrando que sempre
Há uma outra chance...
Uma outra amizade
Um outro amor
Uma nova força
É só ser perseverante e Procurar ser mais feliz a cada dia
A glória não consiste em

Jamais cair, mas sim de erguer-se toda vez que for necessário!

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E-mail Urgente

Silvana Duboc

Pare!
Não me delete!
Sou o e-mail mais urgente
Que hoje você vai receber
E só precisará de um minuto e meio para me ler.
Não acelere o cursor
Leia-me com calma por favor.
Trago em mim registradas
Algumas daquelas palavras
Que você busca sem cessar
E se tiver paciência e deixar
Na sua caixa de entrada elas vão repousar.
Não sou poesia nem piada
Não sou tragédia nem provocação desaforada
Não sou nenhum pedido, nem mensagem repassada
Não vou travar seu computador
Não sou um vírus avassalador.
Eu vim aqui apenas para lhe falar de amor.
Abra no seu Outlook uma pastinha
Que seja só minha
E nela vá depositando
As tais palavras que eu estou lhe enviando.

Paz e amizade
Paciência e boa vontade
Amor e lealdade
Calma e dignidade
Justiça e sinceridade
Garra e honestidade
Perseverança e humildade.

Com certeza hoje eu fui
O e-mail mais importante que você recebeu.
Só peço a Deus que você tenha notado
E que tenha entendido o meu recado.

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Envelhecer e Crescer Saber Viver

No primeiro dia de aula nosso professor se apresentou aos alunos, e nos desafiou a que nos apresentássemos a alguém que não conhecêssemos ainda.

Eu fiquei em pé para olhar ao redor quando uma mão suave tocou meu ombro.

Olhei para trás e vi uma pequena senhora, velhinha e enrugada, sorrindo radiante para mim. Um sorriso lindo que iluminava todo o seu ser.

Ela disse:

— Hei, bonitão, meu nome é Rosa. Eu tenho oitenta e sete anos de idade. Posso te dar um abraço?

Eu ri, e respondi entusiasticamente:

— É claro que pode!, e ela me deu um gigantesco apertão.

Não resisti e perguntei-lhe:

— Por que você está na faculdade em tão tenra e inocente idade?, e ela respondeu brincalhona:

— Estou aqui para encontrar um marido rico, casar, ter um casal de filhos, e então me aposentar e viajar.

— Está brincando, eu disse.

Eu estava curioso em saber o que a havia motivado a entrar neste desafio com a sua idade, e ela disse:

— Eu sempre sonhei em ter um estudo universitário, e agora estou tendo um!

Após a aula nós caminhamos para o prédio da união dos estudantes, e dividimos um milkshake de chocolate. Nos tornamos amigos instantaneamente.

Todos os dias nos próximos três meses nós teríamos aula juntos e falaríamos sem parar. Eu ficava sempre extasiado ouvindo aquela "máquina do tempo" compartilhar sua experiência e sabedoria comigo.

No decurso de um ano, Rose tornou-se um ícone no campus universitário, e fazia amigos facilmente, onde quer que fosse. Ela adorava vestir-se bem, e revelava-se na atenção que lhe davam os outros estudantes. Ela estava curtindo a vida!

No fim do semestre nós convidamos Rose para falar no nosso banquete de futebol. Jamais esquecerei o que ela nos ensinou.

Ela foi apresentada e se aproximou do podium.

Quando ela começou a ler a sua fala, já preparada, deixou cair três, das cinco folhas no chão. Frustrada e um pouco embaraçada, ela pegou o microfone e disse simplesmente:

— Desculpem-me, eu estou tão nervosa! Eu não conseguirei colocar meus papéis em ordem de novo, então me deixem apenas falar para vocês sobre aquilo que eu sei.

Enquanto nós ríamos, ela limpou sua garganta e começou:

— Nós não paramos de jogar porque ficamos velhos; nós nos tornamos velhos porque paramos de jogar. Existem somente quatro segredos para continuarmos jovens, felizes e conseguir o sucesso. Primeiro, você precisa rir e encontrar humor em cada dia. Segundo, você precisa ter um sonho. Quando você perde seus sonhos, você morre. Nós temos tantas pessoas caminhando por aí que estão mortas e nem desconfiam! Terceiro, há uma enorme diferença entre envelhecer e crescer. Se você tem dezenove anos de idade e ficar deitado na cama por um ano inteiro, sem fazer nada de produtivo, você ficará com vinte anos. Se eu tenho oitenta e sete anos e ficar na cama por um ano e não fizer coisa alguma, eu ficarei com oitenta e oito anos.

Qualquer um, mais cedo ou mais tarde ficará mais velho. Isso não exige talento nem habilidade, é uma conseqüência natural da vida. A idéia é crescer através das oportunidades. E por último, não tenha remorsos. Os velhos geralmente não se arrependem por aquilo que fizeram, mas sim por aquelas coisas que deixaram de fazer. As únicas pessoas que tem mêdo da morte são aquelas que tem remorsos.

Ela concluiu seu discurso cantando corajosamente "A Rosa". Ela desafiou a cada um de nós a estudar poesia e vivê-la em nossa vida diária.

O fim do ano Rose terminou o último ano da faculdade que começara há tantos anos atrás.

Uma semana depois da formatura, Rose morreu tranqüilamente em seu sono.

Mais de dois mil alunos da faculdade foram ao seu funeral, em tributo à maravilhosa mulher que ensinou, através de seu exemplo, que nunca é tarde demais para ser tudo aquilo que você pode provavelmente será, se realmente desejar.

Lembre-se: "envelhecer é inevitável, mas crescer é opcional!"

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Compartilhar a Festa

Epíteto

"Se te apresentam um alimento que desejas, Estende a mão e te serve;
Se ele passar ao longe,
Deixa-o ir embora;
Se ainda não está ao teu alcance,
Espera, que ele virá.
Serve-te só do que queres.
Se tiveres a coragem de fazer isso
Com relação a filhos, a uma esposa,
A um emprego, à riqueza,
Vais compartilhar a festa
Com os próprios deuses..."

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Cultivando Amizades

Costuma-se dizer que ninguém pode escolher a família em que nasce. Mas é possível selecionar os amigos, que são como a extensão da vida. Aamizade, um dos sentimentos mais nobres que existem, nasce de forma espontânea, pura e vai se desenvolvendo até chegar à maturidade. Caracteriza-se por uma afinidade muito grande com alguém, baseada no amor, no carinho, na ternura, no respeito, na compreensão, na troca e na ajuda. É um sentimento muito sincero, que não depende da idade, de dinheiro e de posição social.

O amigo é um dom precioso. A própria Bíblia diz que "quem encontrou um amigo encontrou um tesouro". A amizade é um sentimento limpo, verdadeiro e profundo. Instiga a pessoa ao apoio e ao incentivo, quando as coisas estão bem. E à correção, com muito jeito e carinho, quando estão erradas. Amigo é aquele que está sempre presente, que adivinha o pensamento do outro, sem melindrá-lo; que é sincero e faz da amizade um ponto positivo na vida.

No relacionamento diário, entra-se em contato com muitas pessoas. Mas o amigo torna-se alguém diferente, especial e único. E visto com outros olhos - uma pessoa por quem a gente torce, vibra e sofre. Está presente nosbons e nos maus momentos; é amado e tratado com muita sinceridade. Além da afinidade, a amizade sólida baseia-se no convívio, na compreensão e na manifestação desses sentimentos profundos.. Por essa razão, é um processo. Não nasce pronta. A relação deve ser construída e trabalhada dia a dia, por ambas as partes, porque exige reciprocidade. E como cultivar uma planta que, se não for regada com freqüência, morre.

A amizade, quando não cultivada, desfalece, esfria e acaba.

Quem gosta de outra pessoa não deve ter orgulho. Quando se é amigo, relevam-se os defeitos e até o gênio difícil e a impaciência do outro.A compreensão é uma característica da amizade. Os sentimentos são livres e descontraídos, expressos sem cobranças. Numa grande amizade, as pessoas são fiéis. Ao amigo se fazem confidências, que, às vezes,não foram feitas a ninguém. Há uma entrega do que se é, pois nãohá traição nem mesquinharias. O amigo sempre está pronto para tudoe se pode contar com ele em qualquer momento ou situação de vida.

Mais que um irmão, o amigo é a oportunidade que Deus dá a cada um para encontrar sua metade. Com ele, a pessoa pode se revelar verdadeiramente: dizer não, sem medo de ferir; sim, sem medo de bajular; e as verdades, sem medo de ofender. Isso porque se acredita na amizade, por ela ser isenta de paixão. Num relacionamento assim, não existe inveja, orgulho, rancor ou grandes mágoas. A verdadeira amizade é eterna, como o amor.

Com o amigo, inexiste a censura e o medo de ser por ele conhecido a fundo. Nesse relacionamento, tudo vem à tona: as fraquezas, os limites, os defeitos, mas também as grandezas de alma e os aspectos positivos. Tudo é aceito, partilhado e vivenciado para o crescimento de ambos.

A amizade é uma ligação espiritual, que deixa a impressão de que sempre se conheceu o amigo. Isso ocorre porque ele preenche a outra metade dapessoa. Da mesma forma que se encontra o amor, encontra-se também o amigo. Trata-se de uma preferência de identificação, de carinho, de ternura e de vontades.

Atualmente, existem poucas pessoas que têm amigos e se fazem amigas. Há, também, as que vivem no seu próprio mundo, em que ninguém entra. Outras, por timidez, insegurança ou desconfiança, temem se arriscar, privando-se de uma das melhores coisas que Deus criou. Aqueles que são profundamente infelizes com certeza não conseguiram experimentar a alegria de uma verdadeira amizade. Não se abriram para o outro e morrerão sufocadospelo seu egoísmo.

A infelicidade existente no mundo resulta da incapacidade de as pessoas criarem vínculos de amizade e confiarem nas outras. Elas pensam só em si mesmas, revelando um egoísmo exacerbado. Não se dão ao trabalho de tentar construir uma amizade. Não se arriscam. Preferem ficar sozinhas. Háuma carência de sentimentos positivos relacionados às outras pessoas. Por que é tão difícil alguém encontrar o lado positivo do outro?

Quando os homens descobrirem o valor da amizade, a vida se tornará melhor, porque vale a pena sentir a felicidade de contar incondicionalmente com alguém.

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Errar

Um homem esperto não comete todos os erros sozinho. Dá oportunidade a outros também.

Winston Churchill

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A Escola dos Bichos

A importância de valorizar as diferenças foi registrada em uma fábula muito citada, chamada A Escola dos Bichos, do educador Dr.R.H. Reeves:

Era uma vez um grupo de animais que decidiu fazer algo de heróico para resolver os problemas de um "Novo Mundo", de modo que fundaram uma escola.

Adotaram um currículo de atividades que incluía corrida, alpinismo, natação e vôo.

Para tornar mais fácil a administração, todos os animais participaram de todos os cursos.

O pato era excelente em natação, na verdade melhor do que o professor, e conseguiu boas notas em vôo, mas não se deu bem em corrida.

Como ele era muito lento na corrida, precisou ficar após as aulas para praticar mais, inclusive abandonando a natação. E manteve este esquema até que seu pé de pato ficou muito machucado, e ele no máximo conseguia nadar um pouco, dentro da média. Como ele estava dentro da média, de acordo com o objetivo da escola, ninguém se importou com o problema, fora o próprio pato.

O coelho começou em primeiro lugar na aula de corrida, mas sofreu um colapso nervoso por causa das dificuldades com a natação.

O esquilo mostrou-se excelente em alpinismo, mas ficou frustrado com a aula de vôo, porque seu professor o obrigava a começar do chão, sem permitir a decolagem do alto das árvores. Também passou a sofrer de câimbras por excesso de esforço físico, e acabou tirando "C" em alpinismo e "D" em corrida.

A águia era um aluno problema, e teve de ser castigada severamente. Na aula de alpinismo ela ganhou de todos, mas insistia em atingir o alto com suas próprias técnicas.

No final do ano, uma cobra que conseguia nadar muito bem, e também sabia correr, praticar alpinismo e até voar um pouquinho tirou a média mais alta e foi considerada a melhor aluna.

Os cachorros-do-mato fugiram da escola e não pagaram as mensalidades, porque a direção se recusava a incluir cavar e farejar no currículo.

Eles mesmos ensinaram seus filhos a latir, e mais tarde uniram-se aos porcos e tatus para fundar uma escola particular.

Fonte: Os 7 Hábitos das Pessoas Altamente Eficazes, de Stephen Covey

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Espere um tempo

Autor desconhecido

Não apresses a chuva,
ela tem seu tempo de cair e saciar a sede da terra;

Não apresses o pôr do Sol,
ele tem seu tempo de anunciar o anoitecer até seu último raio de luz;

Não apresses tua alegria,
ela tem seu tempo para aprender com a tua tristeza;

Não apresses teu silêncio,
ele tem seu tempo de paz após o barulho cessar;

Não apresses teu amor,
ele tem seu tempo de semear mesmo nos solos mais áridos do teu coração;

Não apresses tua raiva,
ela tem seu tempo para diluir-se nas águas mansas da tua consciência;

Não apresses o outro, pois ele tem seu
tempo para florescer aos olhos do Criador;

Não apresses a ti mesmo,
pois precisas de tempo para sentir a tua própria evolução.

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eu estou estressado?

Manter seu estresse interior em segredo não é fácil. Pessoas estressadas fazem uma série de coisas inacreditavelmente inoportunas com seus corpos. A especialista de comunicação em negócios, Barbara Pachter, aponta que aquilo que você não diz é o que diz mais sobre você. Ela listou em seu livro /O Poder dos Confrontos Positivos/ as dez principais dicas não verbais que dizem "eu estou estressado":

1. Apontar o dedo para os outros

2. Evidenciar a língua/lamber os lábios quando estiver falando

3. Apertar as mãos

4. Balançar

5. Utilizar expressões faciais inflexíveis

ó. Utilizar movimentos muito amplos ou não utilizar gestos de nenhuma maneira /mãos na cintura

7. Esmurrar a palma da mão

8. Balançar o pé quando está sentado

9. Olhar para o chão quando está falando

10. Brincar com moedas no bolso

Verifique esses comportamentos na sua próxima reunião de funcionários e veja se você pode reconhecer quem está estressado. Esperemos que não seja você.

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Estratégia

Dizem que certa vez, estava um cego sentado no passeio, com um boné em seus pés e um pedaço de madeira que, escrito com giz branco, dizia: "Por Favor Ajudem-me, Sou Cego".

Um criador de publicidade que passava por ele, parou e observou umas poucas moedas no boné. Sem lhe pedir permissão, pegou o cartaz, deu volta, pegou um giz e escreveu outro anúncio. Voltou a colocar o pedaço de madeira sobre os pés do cego e se foi.

Pela tarde, o publicitário voltou a passar em frente ao cego que pedia esmolas, e seu boné estava cheio de notas e moedas. O cego reconheceu seus passos e lhe perguntou se tinha sido ele que escreveu seu cartaz e sobretudo, o que ele tinha escrito. O publicitário lhe respondeu:

— Nada que não esteja certo com seu anúncio, mas com outras palavras. Sorriu e seguiu seu caminho.

O novo cartaz dizia: "Hoje é Primavera, e não Posso Vê-la!"

Mudemos de estratégia quando as coisas não nos saem bem, e veremos que o resultado poderá ser diferente.

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Coisas que Aprendi

Eu aprendi:

Que não posso exigir o amor de ninguém, posso apenas dar boas razões para que gostem de mim e ter paciência para que a vida faça o resto;

Que não importa o quanto certas coisas são importantes para mim, tem gente que não dá a mínima e jamais conseguirei convencê-las que posso passar anos construindo uma verdade e destruí-la em apenas alguns segundos.

Eu aprendi:

Que posso fazer algo em um minuto e ter que responder por isso o resto da minha vida;

Que por mais que você corte o pão em fatias, esse pão continua tendo duas faces, e o mesmo vale para tudo o que cortamos de nosso caminho.

Eu aprendi:

Que vai demorar muito para me transformar na pessoa que quero ser, e devo ter paciência;

Que posso ir além dos limites que eu próprio coloquei;

Que eu preciso escolher entre controlar meus pensamentos ou de ser controlado por eles.

Eu aprendi:

Que os heróis são pessoas que fazem o que acham que devem fazer naquele momento, independentemente do medo que sentem;

Que perdoar exige muita prática; condenar é mais fácil ! Que há muita gente que gosta de mim, mas que não conseguem expressar isso.

Eu aprendi:

Que nos momentos mais difíceis, a ajuda veio justamente daquela pessoa que eu achava que iria tentar piorar a minha vida.

Que eu posso ficar furioso, tenho o direito de me irritar, mas não tenho o direito de ser cruel;

Que jamais posso dizer a uma criança que seus sonhos são impossíveis. Será uma tragédia para o mundo se eu conseguir convencê-la disso.

Eu aprendi:

Que meu melhor amigo vai me machucar de vez em quando, que eu tenho que me acostumar com isso;

Que não é bastante ser perdoado pelos outros, eu preciso me perdoar primeiro;

Que, não importa o quanto meu coração esteja sofrendo, o mundo não vai parar por causa disso.

Eu aprendi:

Que as circunstâncias de minha infância são responsáveis pelo que eu sou, mas não pelas escolhas que fiz quando adulto.

Que numa briga, eu preciso escolher de que lado estou, mesmo quando não quero me envolver.

Que , quando duas pessoas discutem não significa que elas se odeiem. E quando duas pessoas não discutem não significa que elas se amem.

Eu aprendi:

Que por mais eu queira proteger meus filhos, eles vão se machucar e eu também serei machucado, isso faz parte da vida;

Que minha existência pode mudar para sempre em poucas horas, por causa de gente que nunca vi antes;

Que diplomas na parede não me fazem mais respeitável ou mais sábio.

Eu aprendi:

Que a palavra amor perde o sentido, quando usada sem critério;

Que certas pessoas vão embora de qualquer maneira; quer você queira ou não;

Que é difícil traçar uma linha entre ser gentil, não ferir pessoas,e saber lutar pelas coisas que acredita.

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Eu não gostava do papa João Paulo II

Arnaldo Jabor

Escrevo enquanto vejo a morte do papa na TV. E me espanto com a imensa emoção mundial. Espanto-me também comigo mesmo: "Como eu estou sozinho!" - pensei.

Percebi que tinha de saber mais sobre mim, eu, sozinho, sem fé nenhuma, no meio deste oceano de pessoas rezando no Ocidente e Oriente. Meu pai, engenheiro e militar, me passou dois ensinamentos: ele era ateu e torcia pelo América Futebol Clube. Claro que segui seus passos. Fui América até os 12 anos, quando "virei casaca" para o Flamengo (mas até hoje tenho saudade da camisa vermelha, garibaldina, do time de João Cabral e Lamartine Babo), e parei de acreditar em Deus.

Sei que "de mortuis nihil nisi bonum" ("não se fala mal de morto"), mas devo confessar que nunca gostei desse papa. Por quê? Não sei. É que sempre achei, nos meus traumas juvenis, que papa era uma coisa meio inútil, pois só dava opiniões genéricas sobre a insânia do mundo, condenando a "maldade" e pedindo uma "paz" impossível, no meio da sujeira política.

Quando João Paulo entrou, eu era jovem e implicava com tudo. Eu achava vigarice aquele negócio de fingir que ele falava todas as línguas. Que papo era esse do papa? Lendo frases escritas em partituras fonéticas... Quando ele começou a beijar o chão dos países visitados, impliquei mais ainda. Que demagogia! - reinando na corte do Vaticano e bancando o humilde...

Um dia, o papa foi alvejado no meio da Praça de São Pedro, por aquele maluco islâmico, prenúncio dos tempos atuais. Eu tenho a teoria de que aquele tiro, aquela bala terrorista despertou-o para a realidade do mundo. E o papa sentiu no corpo a desgraça política do tempo. Acho que a bala mudou o papa. Mas, fiquei irritadíssimo quando ele, depois de curado, foi à prisão "perdoar" o cara que quis matá-lo. Não gostei de sua "infinita bondade" com um canalha boçal. Achei falso seu perdão que, na verdade, humilhava o terrorista babaca, como uma vingança doce.

E fui por aí, observando esse papa sem muita atenção. É tão fácil desprezar alguém, ideologicamente... Quando vi que ele era "reacionário" em questões como camisinha, pílula e contra os arroubos da Igreja da Libertação, aí não pensei mais nele... Tive apenas uma admiração passageira por sua adesão ao Solidariedade do Walesa, mas, como bom "materialista", desvalorizei o movimento polonês como "idealista", com um Walesa meio "pelego". E o tempo passou.

Depois da euforia inicial dos anos 90, vi que aquela esperança de entendimento político no mundo, capitaneado pelo Gorbachev, fracassaria. Entendi isso quando vi o papai Bush falando no Kremlin, humilhando o Gorba, considerando-se "vitorioso", prenunciando as nuvens negras de hoje com seu filhinho no poder. Senti que o sonho de entendimento socialismo-capitalismo ia ser apenas o triunfo triste dos neoconservadores. O mundo foi piorando e o papa viajando, beijando pés, cantando com Roberto Carlos no Rio. Uma vez, ele declarou: "A Igreja Católica não é uma democracia." Fiquei horrorizado naquela época liberalizante e não liguei mais para o papa "de direita".

Depois, o papa ficou doente, há dez anos. E eu olhava cruelmente seus tremores, sua corcova crescente e, sem compaixão nenhuma, pensava que o pontífice não queria "largar o osso" e ria, como um anti-Cristo.

Até que, nos últimos dias, João Paulo II chegou à janela do Vaticano, tentou falar... e num esgar dolorido, trágico, foi fotografado em close, com a boca aberta, desesperado.

Essa foto é um marco, um símbolo forte, quase como as torres caindo em NY. Parece um prenúncio do Juízo Final, um rosto do Apocalipse, a cara de nossa época. É aterrorizante ver o desespero do homem de Deus, do Infalível, do embaixador de Cristo. Naquele momento, Deus virou homem. E, subitamente, entendi alguma coisa maior que sempre me escapara: aquele rosto retorcido era o choro de uma criança, um rosto infantil em prantos! O papa tinha voltado ao seu nascimento e sua vida se fechava. Ali estava o menino pobre, ex-ator, ex-operário, ali estavam as vítimas da guerra, os atacados pelo terror, ali estava sua imensa solidão igual à nossa. Então, ele morreu. E ontem, vendo os milhões chorando pelo mundo, vendo a praça cheia, entendi de repente sua obra, sua imensa importância. Vendo a cobertura da Globo, montando sua vida inteira, seus milhões de quilômetros viajados, da África às favelas do Nordeste, entendi o papa. Emocionado, senti minha intensíss ima solidão de ateu. Eu estava fora daquelas multidões imensas, eu não tinha nem a velha ideologia esfacelada, nem uma religião para crer, eu era um filho abandonado do racionalismo francês, eu era um órfão de pai e mãe. Aí, quem tremeu fui eu, com olhos cheios d'água. E vi que Karol Wojtyla, tachado superficialmente de "conservador", tinha sido muito mais que isso. Ele tinha batido em dois cravos: satisfez a reacionaríssima Cúria Romana implacável e cortesã e, além disso, botou o pé no mundo, fazendo o que italiano nenhum faria: rezar missa para negões na África e no Nordeste, levando seu corpo vivo como símbolo de uma espiritualidade perdida. O conjunto de sua obra foi muito além de ser contra ou a favor da camisinha. Papa não é para ficar discutindo questões episódicas. É muito mais que isso. Visitou o Chile de Pinochet e o Iraque de Saddam e, ao contrário de ser uma "adesão alienada", foi uma crítica muito mais alta, mostrando-se acima de sórdidas políticas seculares, levando consigo o Espírito, a idéia de Transcendência acima do mercantilismo e de ditaduras. E foi tão "moderno" que usou a "mídia" sim, muito bem, como Madonna ou Pelé.

E nisso, criticou a Cúria por tabela, pois nenhum cardeal sairia do conforto dos palácios para beijar pé de mendigo na América Latina. João Paulo cumpriu seu destino de filósofo acima do mundo, que tanto precisa de grandeza e solidariedade.

Sou ateu, sozinho, condenado a não ter fé, mas vi que se há alguma coisa de que precisamos hoje é de uma nova ética, de um pensamento transcendental, de uma espiritualidade perdida. João Paulo na verdade deu um show de bola.

Terça-feira, 5 de abril de 2005 Fonte: http://txt.estado.com.br/colunistas/jabor.html

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Eu posso fazer mais que isso!

A mãe de 26 anos parou ao lado do leito de seu filhinho, que estava morrendo de leucemia. Embora o coração dela estive pleno de tristeza e angústia, ela também tinha um forte sentimento de determinação. Como qualquer outra mãe, ela gostaria que seu filho crescesse e realizasse seus sonhos. Agora, isso não seria mais possível, por causa da leucemia terminal.

Mas, mesmo assim, ela ainda queria que o sonho de seu filho se transformasse realidade. Ela tomou a mão de seu filho e perguntou:

"Billy, você alguma vez já pensou o que você gostaria de ser quando crescer? Você já sonhou o que gostaria de fazer com sua vida?".

"Mamãe, eu sempre quis ser um bombeiro quando eu crescer."

A mãe sorriu e disse:

"Vamos ver se podemos transformar esse sonho em realidade."

Mais tarde, naquele mesmo dia, ela foi ao corpo de bombeiros local, na cidade de Phoenix, Arizona, onde se encontrou com um bombeiro de enorme coração, chamado Bob.

Ela explicou a situação de seu filho, seu último desejo e perguntou se seria possível dar ao seu filhinho de seis anos uma volta no carro dos bombeiros em torno do quarteirão.

O bombeiro Bob disse "Veja, NÓS PODEMOS FAZER MAIS QUE ISSO! Se você estiver com seu filho pronto às sete horas da manhã, na próxima quarta-feira, nós o faremos um bombeiro honorário por todo o dia. Ele poderá vir para o quartel, comer conosco, sair para atender as chamadas de incêndio!".

"E se você nos der as medidas dele, nós conseguiremos um uniforme verdadeiro para ele, com chapeú, com o emblema de nosso batalhão, um casaco amarelo igual ao que vestimos e botas também. Eles são todos confeccionados aqui mesmo na cidade e conseguiremos eles rapidamente".

Três dias depois, o bombeiro Bob pegou o garoto Billy, vestiu-o em seu uniforme de bombeiro e escoltou-o do leito do hospital até o caminhão dos bombeiros. Billy ficou sentado na parte de trás do caminhão, e foi levado até o quartel central.

Ele estava no céu.

Ocorreram três chamados naquele dia na cidade de Phoenix e Billy acompanhou todos os três. Em cada chamada ele foi em um veículo diferente: no caminhão tanque, na van dos paramédicos e até no carro especial do chefe do corpo de bombeiros. Ele também foi filmado pelo programa de televisão local.

Tendo seu sonho realizado, todo o amor e atenção que foram dispensadas a ele acabaram por tocar Billy tão profundamente que ele viveu três meses mais que todos os médicos haviam previsto.

Uma noite, todas as suas funções vitais começaram a cair dramaticamente e a enfermeira-chefe, que acreditava no conceito de que ninguém deveria morrer sozinho, começou a chamar ao hospital toda a família.

Então, ela lembrou do dia que Billy tinha passado como um bombeiro, e ligou para o chefe e perguntou se seria possível enviar algum bombeiro para o hospital naquele momento de passagem, para ficar com Billy.

O chefe dos bombeiros respondeu:

"NÓS PODEMOS FAZER MAIS QUE ISSO! Nós estaremos aí em cinco minutos. E faça-me um favor? Quando você ouvir as sirenes e ver as luzes de nossos carros, avise no sistema de som que não se trata de um incêndio. É apenas o corpo de bombeiros vindo visitar, mais uma vez, um de seus mais distintos integrantes. E você poderia abrir a janela do quarto dele? Obrigado!".

Cinco minutos depois, uma van e um caminhão com escada Magirus chegaram no hospital, extenderam a escada até o andar onde estava Billy e 16 bombeiros subiram pela escada até o quarto de Billy. Com a permissão da mãe, eles o abraçaram e seguraram e falaram para ele o quanto eles o amavam.

Com um sopro final, Billy olhou para o chefe e perguntou "Chefe, eu sou mesmo um bombeiro?"

"Billy, você é um dos melhores", disse o chefe.

Com estas palavras, Billy sorriu e fechou seus olhos pela última vez.

E você, diante do pedido de seus amigos, filhos e parentes, tem respondido

"EU POSSO FAZER MAIS QUE ISSO!" Reflita se sua vida tem sido em serviço ao próximo, e tome uma decisão hoje mesmo.

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Questão teológica sobre a existência do mal

Um professor ateu desafiou seus alunos com esta pergunta:

— Deus fez tudo que existe?

Um estudante respondeu corajosamente:

— Sim, fez!

— Deus fez tudo mesmo?

— Sim professor! - respondeu o jovem.

O professor replicou:

— Se Deus fez todas as coisas, então Deus fez o mal, pois o mal existe, e considerando-se que nossas ações são um reflexo de nós mesmos, então Deus é mal.

O estudante calou-se diante de tal resposta e o professor, feliz, se vangloriava de haver provado, mais uma vez, que a Fé era um mito. Outro estudante levantou sua mão e disse:

— Posso lhe fazer uma pergunta professor?

— Sem dúvida - respondeu-lhe o professor.

O jovem ficou de pé e perguntou:

— Professor, o frio existe?

— Mas que pergunta é essa? Claro que existe. Você por um acaso nunca sentiu frio?

O rapaz respondeu:

— Na verdade professor, o frio não existe. Segundo as leis da Física, o que consideramos frio, na realidade é ausência de calor. Todo corpo ou objeto pode ser estudado quando tem ou transmite energia, mas é o calor e não o frio que faz com que tal corpo tenha ou transmita energia. O zero absoluto é ausência total e absoluta de calor, todos os corpos ficam inertes, incapazes de reagir, mas o frio não existe. Criamos esse termo para descrever como nos sentimos quando falta o calor. E a escuridão, existe? - continuou o estudante.

O professor respondeu:

— Mas é claro que sim.

O estudante replicou:

— Novamente o senhor se engana, a escuridão tampouco existe. A escuridão é na verdade ausência de luz. Podemos estudar a luz, mas a escuridão não. O prisma de Newton decompõe a luz branca nas várias cores de que se compõe, com seus diferentes comprimentos de onda. A escuridão não. Um simples raio de luz rasga as trevas e ilumina a superfície que a luz toca. Como se faz para determinar quão escuro está um determinado lugar do espaço? Apenas com base na quantidade de luz presente neste local, não é mesmo? Escuridão é um termo que o homem criou para descrever o que acontece quando não há luz presente.

Finalmente o jovem perguntou ao professor:

— Diga, professor, o mal existe?

Ele respondeu:

— Claro que existe. Como eu disse no início da aula, vemos roubos, crimes, violência diariamente em todas as partes do mundo, essas coisas são o mal.

Então o estudante respondeu:

— O mal não existe professor ou, ao menos, não existe por si só. O mal é simplesmente a ausência de Deus. É, como nos casos anteriores, um termo que o homem criou para descrever essa ausência de Deus. Deus não criou o mal. Não é como a Fé ou o Amor, que existem como existe a Luz e o Calor. O mal resulta de que a humanidade não tenha Deus presente em seus corações. É como o frio que surge quando não há calor, ou a escuridão que acontece quando não há luz!!!

MUITO OBRIGADO!

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Faça como os passarinhos

Faça como os passarinhos. Comece o dia cantando.
A música é o alimento para o espírito.
Cante qualquer coisa, cante desafinado, mas cante!
Cantar dilata os pulmões e abre a alma para tudo de bom que a vida tem por oferecer.
Se insistir em não cantar, ao menos ouça muita música e deixe-se absorver por ela.
Ria da vida.
Ria dos problemas.
Ria de você mesmo.
Ria das coisas boas que lhe acontecem.
Ria das besteiras que fez.
Ria abertamente para que todos possam se contagiar com a sua alegria.
Não se deixe abater pelos problemas.
Se você se convencer de que está bem,
vai acabar acreditando e se sentindo bem.
O bom humor, assim como o mau humor, é contagiante.
Qual deles você escolhe?
Leia coisas positivas. Leia bons livros, poesias,
pois a poesia é a arte de aceitar a alma. Pratique algum esporte.
O peso da cabeça é muito grande e ter que ser contrabalançado com alguma coisa.
Você certamente vai se sentir bem disposta, mais animada e mais jovem.
Encare suas obrigações com satisfação. É maravilhoso quando se gosta do que faz.
Ponha amor em tudo o que estiver ao seu alcance.
Quando for fazer alguma coisa, mergulhe de cabeça.
Não viva emoções mornas, próprias de pessoas mornas.
Não deixe as oportunidades que a vida oferece.
Elas não voltam.
Nenhuma barreira é intransponível se você estiver disposto a lutar.
Não deixe que os problemas acumulem.
Resolva-os logo!
Fale.
Converse.
Escute.
Brigue.
O que mata é o silêncio e o rancor.
Exteriorize tudo, deixe que as pessoas saibam que você as estima, as ama, precisa delas, principalmente em família.
Amar não é vergonha.

Mensagem extraída de um texto escrito por Benjamin Franklin

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Inveja, rancor, ciúme, ódio

Certo dia, um professor atento ao comportamento dos seus alunos observou que poderia ajudá-los a resolver alguns problemas de cunho íntimo, e propôs uma atividade.

Pediu a todos que levassem uma sacola e algumas pedras, de vários tamanhos e formas para a próxima aula.

No dia seguinte, orientou que cada um escolhesse uma pedra e escrevesse nela o nome de cada pessoa de quem sentiam mágoa, inveja, rancor, ou ciúme. A pedra deveria ser escolhida conforme o tamanho do sentimento.

Depois que todos haviam terminado a tarefa, o professor pediu que colocassem as pedras na sacola e a carregassem junto ao corpo para todos os lugares onde fossem, dia e noite.

Se alguma pessoa viesse a lhes causar sofrimento ainda intenso, eles poderiam substituir a pedra por uma maior. E se uma nova pessoa os magoasse, deveriam escolher uma nova pedra, escrever o nome dela e colocar na sacola.

E quem resolvesse o problema com algumas das pessoas cujos nomes haviam escrito nas pedras, poderiam retirar a pedra e lançá-la fora.

Assim foi feito. Algumas sacolas ficaram cheias e pesadas, mas ninguém reclamou.

Naturalmente, com o passar dos dias, o conteúdo das sacolas aumentou em vez de diminuir.

O incômodo de carregar aquele peso se tornava cada vez mais evidente.

Com o passar dos dias os alunos começaram a mostrar descontentamento. Afinal de contas, estavam sendo privados de muitos movimentos, pois as pedras pesavam, e alguns ferimentos surgiram, provocados pelas saliências de algumas pedras.

Para não esquecer a sacola em nenhum lugar, os alunos deixavam de prestar atenção em outras coisas que eram importantes para eles.

Passado algum tempo, os alunos pediram uma reunião com o professor e falaram que não dava mais para continuar a experiência, pois estavam cansados de carregar aquele peso morto, e alguns ferimentos incomodavam.

O professor, que já aguardava pelo momento, falou-lhes com sabedoria: essa experiência foi criada para lhes mostrar o tamanho do peso espiritual que a mágoa, a inveja, o rancor ou o ciúme, ocasionam.

Quem mantém esses sentimentos no coração, perde precioso tempo na vida, deixa de prestar atenção em fatos importantes, além de provocar enfermidades como conseqüência.

Esse é o preço que se paga todos os dias para manter a dor e os sentimentos negativos que desejamos guardar conosco.

Agora a escolha é sua. Vocês têm duas opções: jogam fora as pedras ou continuam a mantê-las diariamente, desperdiçando forças para carregá-las.

Se vocês optarem pela paz íntima terão que se livrar desses sentimentos negativos.

Um a um, os alunos foram se desfazendo das pesadas sacolas, e todos foram unânimes em admitir que estavam se sentindo mais leves, em todos os sentidos.

A proposta era de deixar com as pedras os ressentimentos que cada uma delas representava. E isso dava a cada um a sensação de alívio.

Por fim todos se abraçaram e confessaram que naquele gesto simples descobriram que não vale a pena perder tempo e saúde carregando um fardo inútil e prejudicial.

Seja qual for a dificuldade que te impulsione à mágoa, reage, mediante a renovação de propósitos, não valorizando ofensas nem considerando ofensores.

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Felicidade é sorrir para a vida.

Frederico Pereira

Felicidade é sorrir para a vida.
É permitir-se um momento de puro êxtase.
Por pequenas coisas que nos acontecem, E que às vezes não percebemos.
Estão sempre a nossa volta:
Um olhar que nos descobre,
O aperto de mão caloroso de um amigo,
O sorriso do estranho que agradece a nossa atenção,
Um lindo pôr-do-sol,
A chuva caindo no telhado,
Um pássaro,
Uma flor...
Como é bom parar de vez em quando E notar o que se passa pertinho da gente...
E então sorrir, destes momentos, e ser feliz!

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Felizes para Sempre

— Vó?

— Oi?

— O que acontece depois do "Felizes para Sempre?" A avó até se ajeitou na cadeira. Já sabia o que acontecia quando aquelas perguntas começavam.

— Como é que você falou, meu bem?

— O que acontece depois do "Felizes para Sempre" das historinhas. A princesa encontra o príncipe e vivem felizes-para-sempre..., termina sempre assim... Por que eu não vejo ninguém ser feliz para sempre, então?

Ai, ai, ai, pensou a avó.

— Sabe, minha querida, tem uma tribo antiga de índios, lá no Novo México, que não acredita na passagem do tempo.

Fez menção de perguntar o que aquilo tinha a ver com a sua pergunta, mas a avó colocou a mão na sua boca, como se dissesse, espera.

— Esses índios acreditam que existem apenas dois mundos: O mundo das coisas visíveis, e o mundo das coisas invisíveis.

— No mundo das coisas visíveis, encontramos o que construímos: a casa, o carro, esse tricô aqui que você sempre interrompe...

— E no mundo das coisas invisíveis?

— No mundo das coisas invisíveis, encontramos tudo o que não transformamos em realidade; os sonhos, as idéias, as dificuldades, tudo o que ainda está lá, para ser realizado, e que a gente sempre deixa para depois...,

— Depois eu vou estudar, depois eu vou tentar, depois eu vou fazer meu sonho se tornar realidade... as pessoas sempre esperam pelo futuro, a época em que serão "felizes para sempre"...

— E os índios?

— Bem, eles são mais espertos e mais avançados do que nós... como eles não acreditam no tempo, então não acreditam também no futuro, e se não acreditam no futuro, não passam a vida inteira esperando por ele.

A menina acendeu aquele vasto sorriso, que usava sempre que as historinhas da vovó clareavam as suas dúvidas.

— O que eles fazem então?

— Acho que eles tratam de serem felizes todo dia.

— Mas eles não tem coisas chatas para fazer?

— Que coisas chatas?

— Essas que a gente faz todo dia: arrumar a cama, fazer lição de casa,arrumar a casa, comer verduras...

— Lógico que fazem.

— Como é que podem ir para escola se não acreditam no futuro? Meu pai sempre fala que trabalha e fica mal humorado para que a família tenha "um futuro melhor" ... que temos que estudar para termos "um futuro melhor"...

— E o futuro fica mesmo melhor?

— Não sei, ele não chegou ainda... Riram gostosamente.

— Sabe, querida, o que esses índios acham, é que a felicidade, o "felizes para sempre" só existe nessa passagem, das coisas irrealizadas para as coisas realizadas. Esse é um modelo mais bacana de felicidade: é como se a felicidade fosse um quebra-cabeças que a gente monta todo dia... só que é um quebra-cabeças diferente.

— Como ele é?

— Ele é feito todo dia, com coisas que a gente consegue realizar... as peças são invisíveis, e a gente deve procurar por cada uma delas até encontrar. Aí a gente traz as coisas do mundo invisível para o mundo realizado. É como uma oficina. Uma Oficina de Felicidade.

Finalmente, a pergunta mais difícil:

— Você é feliz, vovó?

Sorriu, suavemente.

— Sou, minha querida.

— Mesmo sendo sozinha?

— Mas eu não sou sozinha. Eu tenho você, sua mãe, e uma porção de gente no meu coração, querida. Nunca estou sozinha.

— Quando eu ficar velhinha, eu vou ser feliz, então?

— Não, meu bem. Quando você ficar criança é que vai ser feliz.

— Mas eu já sou criança.

— Então, não se esqueça de ser criança quando você crescer, tá bom?

— Combinado.

— Então vai brincar de construir felicidade, vai...

Não precisou falar duas vezes. Saiu correndo brincar. E a avó continuou trançando, em seu tricô, a delicada trama da vida.

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Fernando Pessoa

Onde você vê um obstáculo,
alguém vê o término da viagem
e o outro vê uma chance de crescer.

Onde você vê um motivo pra se irritar,
Alguém vê a tragédia total
E o outro vê uma prova para sua paciência.

Onde você vê a morte,
Alguém vê o fim
E o outro vê o começo de uma nova etapa...
Onde você vê a fortuna,
Alguém vê a riqueza material
E o outro pode encontrar por trás de tudo, a dor e a miséria total.

Onde você vê a teimosia,
Alguém vê a ignorância,
Um outro compreende as limitações do companheiro,
percebendo que cada qual caminha em seu próprio passo.

E que é inútil querer apressar o passo do outro,
a não ser que ele deseje isso.
Cada qual vê o que quer, pode ou consegue enxergar.

"Porque eu sou do tamanho do que vejo.
E não do tamanho da minha altura."

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Ferreiro

Era uma vez um ferreiro que, após uma juventude cheia de excessos, resolveu entregar sua alma a Deus. Durante muitos anos trabalhou com afinidade, praticou a caridade, mas, apesar de toda sua dedicação, nada parecia dar certo na sua vida. Muito pelo contrário: seus problemas e dívidas acumulavam-se cada vez mais.

Uma bela tarde, um amigo que o visitara - e que se compadecia de sua situação difícil - comentou:

"É realmente estranho que, justamente depois que você resolveu se tornar um homem temente a Deus, sua vida começou a piorar. Eu não desejo enfraquecer sua fé, mas apesar de toda a sua crença no mundo espiritual, nada tem melhorado".

O ferreiro não respondeu imediatamente. Ele já havia pensado nisso muitas vezes, sem entender o que acontecia em sua vida. Entretanto, como não queria deixar o amigo sem resposta, começou a falar e terminou encontrando a explicação que procurava. Eis o que disse o ferreiro:

"Eu recebo nesta oficina o aço ainda não trabalhado e preciso transformá-lo em espadas. Você sabe como isto é feito?

Primeiro eu aqueço a chapa de aço num calor infernal, até que fique vermelha. Em seguida, sem qualquer piedade, eu pego o martelo mais pesado e aplico golpes até que a peça adquira a forma desejada. Logo, ela é mergulhada num balde de água fria e a oficina inteira se enche com o barulho do vapor, enquanto a peça estala e grita por causa da súbita mudança de temperatura. Tenho que repetir esse processo até conseguir a espada perfeita: uma vez apenas não é suficiente".

O ferreiro deu uma longa pausa, acendeu um cigarro e continuou:

"Às vezes, o aço que chega até minhas mãos não consegue agüentar esse tratamento. O calor, as marteladas e a água fria terminam por enchê-lo de rachaduras. E eu sei que jamais se transformará numa boa lâmina de espada. Então, eu simplesmente o coloco no monte de ferro-velho que você viu na entrada de minha ferraria.

Mais uma pausa e o ferreiro concluiu: "Sei que Deus está me colocando no fogo das aflições. Tenho aceito as marteladas que a vida me dá, e às vezes sinto-me tão frio e insensível como a água que faz sofrer o aço. Mas a única coisa que peço é: "Meu Deus, não desista, até que eu consiga tomar a forma que o Senhor espera de mim. Tente da maneira que achar melhor, pelo tempo que quiser - mas jamais me coloque no monte de ferro-velho das almas".

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Filtro solar!

Nunca deixem de usar filtro solar. Se eu pudesse dar só uma dica sobre o Futuro seria esta: use filtro solar. Os benefícios a longo prazo do uso de Filtro solar estão provados e comprovados pela ciência. Já o resto de meus Conselhos não tem outra base confiável além de minha própria experiência Errante. Mas agora eu vou compartilhar esses conselhos com vocês...

Não se preocupe com o futuro. Ou então preocupe-se, se quiser, mas saiba Que "pré-ocupação" é tão eficaz quanto mascar chiclet e para tentar resolver Uma equação de álgebra. As encrencas de verdade em sua vida tendem a vir de Coisas que nunca passaram pela sua cabeça preocupada, que te pegam no ponto Fraco às 16h de uma terça-feira modorrenta.

Todo dia enfrente pelo menos uma coisa que te meta medo de verdade.

Cante.

Não seja leviano com o coração dos outros, não ature gente de coração Leviano. Use fio dental. Não perca tempo com inveja. Às vezes, se está por Cima; às vezes, por baixo... A peleja é longa e, no fim, é só você contra Você mesmo.

Estique-se, não se sinta culpado por não saber o que fazer da vida. As Pessoas mais interessantes que conheço não sabiam aos 22 o que queriam Fazer da vida. Alguns dos quarentões mais interessantes que conheço ainda Não sabem.

Tome bastante cálcio. Seja cuidadoso com os joelhos: você vai sentir falta Deles. Faça o que fizer, não se auto-congratule demais e nem seja severo Demais com você. As suas escolhas têm sempre metade das chances de dar Certo. É assim com todo mundo.

Desfrute de seu corpo, use-o de toda maneira que puder mesmo. Não tenha Medo de seu corpo ou do que as outras pessoas possam achar dele. É o mais Incrível instrumento que você jamais vai possuir. Dance... Mesmo que não Tenha onde, além de seu próprio quarto.

Dedique-se a conhecer os seus pais. É impossível prever quando estarão indo Embora, de vez. Seja legal com os seus irmãos. Eles são a melhor ponte com O seu passado e, possivelmente, quem vai sempre mesmo te apoiar no futuro.

Entenda que amigos vão e vêm. Mas nunca abra mão de uns poucos e bons.

Esforce-se de verdade para diminuir as distâncias geográficas e destinos de Vida, porque quanto mais velho você ficar, mais você vai precisar das Pessoas que conheceu quando jovem. Viaje. Aceite certas verdades Inescapáveis: os preços vão subir, os políticos vão saracotear, você também Vai envelhecer. E quando isso acontecer, você vai fantasiar que quando era Jovem os preços eram razoáveis, os políticos eram decentes e as crianças Respeitavam os mais velhos.

Respeite os mais velhos e não espere que ninguém segure a sua barra. Talvez Você arrume uma boa aposentadoria privada, talvez case com um bom partido, Mas não esqueça que um dos dois pode, de repente, acabar. Não mexa demais Nos cabelos, senão quando você chegar aos 40, vai aparentar 85.

Cuidado com os conselhos que comprar, mas seja paciente com aqueles que oferecem. Conselho é uma forma de nostalgia. Compartilhar conselhos é um Jeito de pescar o passado do lixo, de esfregá-lo, repintar as partes feias E reciclar tudo por mais do que vale.

Mas no filtro solar, acredite!

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Flores para o Dia das Mães

Quando meu marido anunciou calmamente que, após onze anos de casamento, havia dado entrada em nosso divórcio e estava saindo de casa, meu primeiro pensamento foi para os meus filhos. O menino tinha apenas cinco anos e a menina, quatro. Será que eu conseguiria nos manter unidos e passar para eles um sentido de "família"? Será que eu, criando-os sozinha, conseguiria manter o nosso lar e ensinar-lhes a ética e os valores dos quais certamente precisariam para a vida? A única coisa que eu sabia era que precisava tentar.

Freqüentávamos a igreja todos os domingos. Durante a semana, eu arranjava tempo para rever os deveres de casa com eles e, freqüentemente, discutíamos a importância de fazermos as coisas certas. Isso me tomava tempo e energia quando eu tinha pouco de ambos para dar. Mas o pior era não saber se realmente estavam absorvendo tudo aquilo tudo.

Ao entrarmos na igreja no Dia das Mães, dois anos após o divórcio, notei carrocinhas cheias de vasos com os as mais lindas flores ladeando o altar. Durante o sermão, o pastor disse que, a seu ver, ser mãe era uma das tarefas mais difíceis da vida e que merecia não só reconhecimento como, também, recompensa. Assim, pediu que cada criança fosse até a frente da igreja para escolher uma linda flor e entrega-la à mãe como símbolo do quanto era amada e estimada.

De mãos dadas, meu filho e minha filha percorreram o corredor com as outras crianças. Juntos, refletiram sobre qual planta trazer para mim. Nó havíamos passado momentos muito difíceis e esse pequeno gesto de valorização era tudo que eu precisava.. Olhei aquelas lindas begônias, as margaridas douradas e os amores-perfeitos violetas e pus-me a planejar onde plantar o que quer que escolhessem para mim, pois certamente trariam uma linda flor como demonstração do seu amor.

Meus filhos levaram a tarefa muito a sério e olharam cada vaso. Muito depois de as outras crianças já terem retornado aos seus lugares e presenteado suas mães com uma linda flor, meus dois ainda escolhiam. Finalmente, com um grito de alegria, acharam algo bem no fundo. Com sorrisos exuberantes a iluminar seus rostos, avançaram satisfeitos pelo corredor até onde eu estava sentada e me presentearam com a planta que haviam escolhido como demonstração de seu apreço por mim pelo Dia das Mães.

Fiquei olhando estarrecida para aquele pequeno ser roto, murcho e doentio que meu filho estendia em minha direção. Aflita aceitei o vaso de suas mãos. Era óbvio que os dois haviam escolhido a menor planta, a mais doente de todas - nem flor tinha. Olhando para rostinhos sorridentes, percebi o orgulho que sentiam daquela escolha e, sabendo o quanto haviam demorado para selecionar aquela planta em especial, sorri e aceitei a lembrança.

Mais tarde, no entanto, tive de perguntar - de todas aquelas flores maravilhosas, o que os havia feito escolher justamente aquela para me dar?

Todo orgulhoso, meu filho declarou:

— É que aquela parecia precisar de você, mamãe.

Enquanto as lágrimas escorriam pelo meu rosto, abracei meus dois filhos, bem apertado. Eles acabavam de me dar o maior presente de Dia das Mães que jamais poderiam ter imaginado. Todo o meu trabalho e sacrifício não havia sido em vão ¾ eles iam crescer perfeitamente bem.

Patrícia A. Rinaldi

Histórias para Aquecer o Coração das Mães
Jack Canfield, Mark Victor Hansen e outros
Editora Sextante

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Forças Interiores

Que o teu caminhar seja firme e seguro, rumo ao futuro e ao que ele representa. Que não te percas olhando para trás e tropeçando sobre os teus próprios passos. Que ao vacilar durante o teu andar, possas te apoiar em teus próprios erros, transformá-los em conhecimento e que eles te incentivem e te motivem a seguir andando. Conhecer-te é o melhor caminho, tirar o melhor de suas possibilidades, alicerçar-se em teus conhecimentos, olhar-te e aceitar-te da maneira que és, saber que a ajuda chega a medida que nos esforçamos para tê-la.

Temos a nossa disposição, todos os meios que nos possibilitam um andar firme e seguro rumo a nós mesmos, rumo ao conhecimento, rumo a paz interior, basta que para isso, consigamos conhecer todas as nossas limitações e termos a coragem necessária para enfrentarmos todos os obstáculos e fazermos destes obstáculos, trampolins para uma visão maior que nos possibilitem olhar para dentro de nosso próprio interior, procurarmos nossos próprios caminhos e seguir por eles passo a passo, sem querermos ir além de nossa possibilidade, nossa potencialidade e com certeza elas se ampliarão.

Temos dentro de nós mesmos, todas as respostas e todos os meios para sobreviver, todos os meios para nos curarmos, todos os meios para sermos felizes, basta que direcionemos todos os nossos pensamentos, sadiamente, para objetivos nobres.

Ao trilharmos nosso caminho em direção ao auto-conhecimento, conheceremos toda nossa força ao nos despirmos da necessidade de sempre pedir e de nos apoiarmos na comodidade, conheceremos nossa capacidade de produzir.

A preguiça mental leva à falta de atos, leva a ociosidade que, por sua vez, leva os seres a postura cômoda de sempre esperar que os outros façam por ela o que ela própria tem capacidade de fazer.

Continue andando e que teus passos sejam firmes, seguros e que a força que te habita possa brotar do teu íntimo e que teus passos então se tornem livres.

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Gansos

No Outono, quando se vê bandos de gansos voando rumo ao sul, formando um grande "V" no céu, indaga-se sobre o que a ciência já descobriu sobre o porquê de voarem desta forma?

Sabe-se que, quando cada ave bate as asas, move o ar para cima, ajudando a sustentar a ave imediatamente de trás. Ao voar em forma de "V", o bando se beneficia de pelo menos 71% a mais de força de vôo do que uma ave voando sozinha.

Pessoas que têm a mesma direção e sentido de comunidade podem atingir seus objetivos de forma mais rápida e fácil, pois viajam beneficiando-se de impulso mútuo.

Sempre que um ganso sai do bando, sente subitamente o esforço e a resistência necessários para continuar voando sozinho. Rapidamente, ele entra outra vez em formação para aproveitar o deslocamento de ar provocado pela ave que voa imediatamente à sua frente.

Se tivéssemos o mesmo sentido dos gansos, manter-nos-íamos em formação com os que lideram o caminho para onde também desejamos seguir.

Quando o ganso líder se cansa, ele muda de posição dentro da formação e outro ganso assume a liderança.

Vale a pena nos revezarmos em tarefas difíceis, e isto serve tanto para as pessoas quanto para os gansos que voam rumo ao sul. Os gansos de trás gritam, encorajam os da frente para que mantenham a velocidade.

Finalmente, quando um ganso fica doente ou ferido por um tiro e cai, dois gansos saem da formação e o acompanham para ajudá-lo e protegê-lo. Ficam com ele até que consiga voar novamente, ou até que morra. Só então levantam vôo sozinhos ou em outra formação, a fim de alcançar seu bando.

Se tivéssemos o sentido dos gansos, também ficaríamos sempre ao lado do outro para cuidarmos dele.

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Gente Chata

Gente chata essa que quer ser séria, profunda, visceral. Putz, coisa pentelha! A vida já é um caos, por que fazermos dela, ainda por cima, um tratado do Schopenhauer? Deixe a urgência para as horas em que ela é inevitável: mortes, separações, dores. No dia-a-dia, pelo amor de Deus, seja idiota. Ria dos próprios defeitos, tire sarro de suas inabilidades.

Ignore o que o boçal do seu chefe proferiu. Pense assim: quem tem que carregar aquela cara feia, todos os dias, inseparavelmente, é ele. Pobre dele. E nada pessoal também. Pior o Michael Jackson! Milhares de casamentos acabaram-se não pela falta de amor, dinheiro, sexo, sincronia, mas pela ausência de idiotice. Trate seu amor como seu melhor amigo, e pronto.

Quem disse que é bom dividirmos a vida com alguém que tem conselho pra tudo, soluções sensatas, objetivos claramente traçados, mas não consegue rir quando tropeça? Que sabe resolver uma crise familiar, mas não tem a menor idéia de como preencher as horas livres de um fim de semana?

Quanto tempo faz que você não vai ao cinema, não joga videogame, maçã do amor no circo ou parque de diversões nem se fala. Também valem beijo no portão, amasso no carro, essas coisas. Sim, porque é bem comum gente que fica perdida quando se acabam os problemas. E aí, o que elas farão se já não têm por que se desesperar? Em suma: desaprenderam a brincar. Eu não quero alguém assim comigo. Tudo que é mais difícil é mais gostoso, mas a realidade já é dura; piora se for densa. Dura e densa, ruim. Brincar é legal.

Entendeu? Esqueça o que te falaram sobre ser adulto, tudo aquilo de não brincar com comida, não falar besteira, não ser imaturo, não se descontrolar, não demonstrar o que sente, não chorar nem comer danoninho, não andar descalço. É muito não. Dá pra ser feliz com tanto não? Pagar as contas, ser bem-sucedido, amar, ter filhos, saber beber, levar a gata pra jantar e depois pro motel, resolver os seus pepinos e os abacaxis dos outros, dar atenção ao tio doente e lembrar do seguro do carro que vence amanhã - tarefa brava. Piora, muito, com o peso de todos aqueles nãos.

Tenha fé em uma coisa: dá certo ser adulto e idiota. Aliás, tudo fica bem mais fácil se for regado a idiotice, bom humor e muitas gargalhadas. Manuel Bandeira foi um grande homem e um grande poeta. Disse certa vez: "E por que essa condenação da piada, como se a vida fosse só feita de momentos graves ou só nesses houvesse teor poético?". Estava certo. E viva a abobrinha!!! Empine pipa!!! Adultos podem (e devem) contar piadas, ir ao fliperama, passear no parque, gostar dos Simpsons, beliscar a bunda da mulher, sair pelados pela cozinha e lamber a tampa do iogurte. Ser adulto não é perder os prazeres da vida - e esse é o único "não" realmente aceitável. Teste a teoria. Uma semaninha, pra começar. Veja e sinta as coisas como se elas fossem o que são, passageiras. Acorde de manhã e decida entre duas coisas: ficar de mau humor e transmitir isso adiante ou fingir um sorriso que acaba trazendo outros verdadeiros e de repente tudo está fluindo bem, a seu favor - então o sorriso se torna grande. A briga, a dívida, a dor, a mágoa, a dúvida, a raiva, tudinho vai passar, então pra que tanta gravidade? Já fez tudo o que podia para resolver o problema? Parou, chorou, respirou fundo, comeu chocolate e pediu arrêgo? Ótimo, hora da idiotice: entre na Internet, jogue pebolim, coma um churrasco grego, vá por um caminho diferente, cantarole no trnsito! Tá numa de empinar pipa no sábado? Vá. E suje a roupa na grama, por favor. Quer conversar com sua namorada imitando o Pato Donald, mas acha muito boçal? E é, mas e daí? Você realmente acha que ela vai gostar menos de você por isso? Ela não vai, tenha certeza. Só vai gostar mais, porque é delicioso estarmos com quem sorri e ri de si mesmo. E não se surpreenda se chegar em casa e a encontrar fantasiada de Margarida, só pra variar o clichê champagne-morangos-lingerie.

Eu fico chateado por não ser tão idiota quanto gostaria; tenho uma mania horrível de, sem querer, recair na seriedade. Então o mundo fica cinza e cada lágrima ganha o peso de uma bigorna. Nessas horas não preciso de cenhos franzidos de preocupação. Nessas horas tudo de que preciso é uma bela, grande e impagável idiotice. Aquelas besteiras que o colega ao lado sempre solta. Como sair pra jogar paintball - ou, melhor ainda, me olhar fixamente no espelho até notar como fico feio com os olhos vermelhos e o nariz escorrendo.

Como fico ridículo quando esqueço que tudo passa. E como meu sorriso é bonito! Bom mesmo é ter o problema na cabeça, o sorriso na boca e paz no coração!!!!. Aliás, entregue os problemas nas mãos de Deus e, que tal batata frita com sorvete agora mesmo, no happy hour??? Tenha um dia perfeito, um final de semana maravilhoso, uma vida feliz e nunca deixe de ser criança!"

(Ailin Aleixo, colunista da revista Vip, onde este artigo foi originalmente publicado.)

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Gentileza

Um rico resolve presentear um pobre por seu aniversário e ironicamente manda preparar uma bandeja cheia de lixo e sujeiras.

Na presença de todos, manda entregar o presente, que é recebido com alegria pelo aniversariante, que gentilmente agradece e pede que lhe aguarde um instante, pois gostaria de poder retribuir a gentileza".

Joga fora o lixo, lava e desinfeta a bandeja, enche-a de flores, e devolve-a com um cartão, onde está a frase:

"A gente dá o que tem de melhor .."

Ou seja:

Não perca sua serenidade. A raiva faz mal à saúde, o rancor estraga o fígado, a mágoa envenena o coração.

Domine suas reações emotivas. Seja dono de si mesmo. Não jogue lenha no fogo de seu aborrecimento. Esqueça e passe adiante, para não perder sua serenidade. Não perca sua calma. Pense, antes de falar, e não ceda à sua ipulsividade.

"Guardar ressentimentos é como tomar veneno e esperar que outra pessoa morra" - William Shakespeare

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Os oceanos são feitos de gotas d'água...

Os oceanos são feitos de gotas d'água...

Para ser ouvido, fale,

Para ser compreendido, exponha claramente suas idéias sem jamais abrir mão daquelas que julga fundamentais apenas para que os outros o aceitem.

Acima de tudo, busque o prazer antes do sucesso, a auto-realização antes do dinheiro,

O fazer bem feito antes de pensar em obter qualquer recompensa.

Nenhum reconhecimento externo vai substituir a alegria de poder ser você mesmo.

Para poder recomeçar sempre, perdoe-se pelos fracassos e erros que cometer, aprenda com eles e, a partir deles, programe suas próximas ações.

Nunca se deixe iludir que será possível fazer tudo num dia só ou quando tiver todos os recursos: tal dia nunca virá.

Para se manter motivado, sonhe.

Para realizar, planeje, pensando grande e fazendo pequeno, um pouco a cada dia e todos os dias um pouco,

Porque são pequenas gotas d'água que fazem todo o grande oceano...

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Gratifique-se

Conclua um projeto que estava pendente há tempos.
Surpreenda alguém dando um pouco mais do que era esperado.

Aproveite o tempo para aprender algo novo.
Ofereça sua companhia ou conforto a alguém que precise.

Ensine o que você sabe a alguém.
Procure entender um ponto-de-vista oposto ao seu.
Elogie alguém com sinceridade.

Saia para uma boa caminhada.
Organize os papéis na sua mesa.
Arrisque-se, apesar de seus medos.

Diga obrigado a alguém.
Preste atenção quando outros estiverem falando.
Faça algo divertido, apenas pelo prazer de fazê-lo.

Seja mais paciente consigo mesmo e com as pessoas ao seu redor.
A vida é tão especial quanto você a faz.

Gratifique-se hoje e veja quão brilhante você pode fazer o seu amanhã.

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Um Presente para Você

Se eu pudesse deixar algum presente para você, deixaria aceso o sentimento de amor à vida dos seres humanos. A consciência de aprender tudo o que nos foi ensinado pelo tempo a fora.

Lembraria dos erros que foram cometidos, como sinais para que não mais repetissem.

A capacidade de escolher novos rumos.

Deixaria para você, se pudesse, o respeito àquilo que é indispensável. Além do pão, o trabalho, além do trabalho, a ação.

E quando tudo mais faltasse, para você eu deixaria, se pudesse, um segredo. O de buscar no interior de si mesmo a resposta e a força para encontrar a saída...

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A História do Burro

Um dia, o burro de um camponês caiu num poço. Não chegou a se ferir, mas não podia sair dali por conta própria. Depois de muito pensar, o camponês tomou uma decisão cruel: concluiu que já que o burro estava muito velho e que o poço estava mesmo seco, precisaria ser tapado de alguma forma. Então chamou seus vizinhos para ajudá-lo a enterrar vivo o burro. Cada um deles pegou uma pá e começou a jogar terra dentro do poço. O burro não tardou a se dar conta do que estavam fazendo com ele e chorou desesperadamente. Porém, para surpresa de todos, o burro aquietou-se depois de umas quantas pás de terra que levou. O camponês olhou para o fundo do poço e se surpreendeu. A cada pá de terra que caía sobre suas costas o burro a sacudia, dando um passo sobre esta mesma terra que caía ao chão. Assim, em pouco tempo, o burro conseguiu chegar até a boca do poço, passar por cima da borda e sair dali trotando.

A vida vai te jogar muita terra nas costas, principalmente, se você já estiver dentro de um poço. Cada um de nossos problemas é um degrau que nos conduz para cima. Podemos sair dos mais profundos buracos se não nos dermos por vencidos. Use a terra que te jogam para seguir adiante!

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A história do lápis

O menino olhava a avó escrevendo uma carta. A certa altura, perguntou:

— Você está escrevendo uma história que aconteceu conosco? E por acaso, é uma história sobre mim?

A avó parou a carta, sorriu, e comentou com o neto:

— Estou escrevendo sobre você, é verdade. Entretanto, mais importante do que as palavras, é o lápis que estou usando. Gostaria que você fosse como ele, quando crescesse.

O menino olhou para o lápis, intrigado, e não viu nada de especial.

— Mas ele é igual a todos os lápis que vi em minha vida!

Tudo depende do modo como você olha as coisas. Há cinco qualidades nele que, se você conseguir mantê-las, será sempre uma pessoa em paz com o mundo.

"Primeira qualidade: você pode fazer grandes coisas, mas não deve esquecer nunca que existe uma Mão que guia seus passos. Esta mão nós chamamos de Deus, e Ele deve sempre conduzi-lo em direção à Sua vontade".

"Segunda qualidade: de vez em quando eu preciso parar o que estou escrevendo, e usar o apontador. Isso faz com que o lápis sofra um pouco, mas no final, ele está mais afiado. Portanto, saiba suportar algumas dores, porque elas o farão ser uma pessoa melhor."

"Terceira qualidade: o lápis sempre permite que usemos uma borracha para apagar aquilo que estava errado. Entenda que corrigir uma coisa que fizemos não é necessariamente algo mau, mas algo importante para nos manter no caminho da justiça".

"Quarta qualidade: o que realmente importa no lápis não é a madeira ou sua forma exterior, mas o grafite que está dentro. Portanto, sempre cuide daquilo que acontece dentro de você."

"Finalmente, a quinta qualidade do lápis: ele sempre deixa uma marca.

Da mesma maneira, saiba que tudo que você fizer na vida, irá deixar traços, e procure ser consciente de cada ação".

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Hoje, Amanhã e Sempre

Cleide Canton Garcia

Se olhares para o tempo que se foi
Com a convicção de ter aprendido,
Com a serenidade do dever cumprido,
Com o sorriso do amor doado,
Com o prazer de ter sido amado,
Sem mágoa pela dor sentida,
Sem os queixumes da partida
Sem o ranço da ignorância,
Sem vestígios de intolerância,
Verás:

Que o dia de hoje é o mais ditoso,
Que o teu viver é maravilhoso,
Que o teu sonho hás de realizar,
Que não perdes por esperar!

Não permitas que teu coração
Se esconda na desilusão.
Não deixes que tua doçura
Se corrompa na amargura.

Confia naquilo que podes!
Nunca te acomodes!
Aceita o que não modificas!
Invista no que edificas!

Voa nas asas da tua liberdade!
Pois não há maldade alguma
Em ter bem vivido e sentir saudade!

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Hoje é Tudo o que Temos

Um dos aspectos mais perturbadores da ansiedade é a preocupação com o futuro. Soren Kierkegaard disse: "Que é a ansiedade? O dia seguinte."

O capítulo ainda não escrito de nossa vida é que perturba a maioria de nós. Jesus nos oferece a solução: deixe que o amanhã cuide de si; viva hoje ao máximo. A mensagem de Cristo é que se vivermos hoje da maneira que ele sugere, o amanhã será mais glorioso do que jamais ousamos imaginar, pois o que fazemos hoje está inseparavelmente relacionado com o que acontecerá amanhã.

Podemos influenciar o futuro através de como lidamos com o que está acontecendo. Jesus diz que há oportunidade suficiente hoje para vermos o seu poder em operação contra o mal. Concentre-se nessa realidade e o amanhã será uma oportunidade de êxito. Uma vez que o nosso "amanhã" último, a vida eterna, esteja seguro, podemos viver sem reservas cada dia. A maioria de nós se preocupa tanto com o futuro que não desfruta o presente. Preocupamo-nos com o que virá e falhamos em experimentar o que É.

Prosseguimos em preparação como se um novo plano, relacionamento ou oportunidade tornará tudo diferente. É bom fazer planos, mas não a ponto de esquecer a voz de deus nos momentos mais difíceis da vida.

As sementes da colheita do amanhã são plantadas hoje. A maneira de as cultivarmos é que determinará o que colheremos. Não se esqueça de viver... hoje. Hoje é tudo o que temos. Não se esqueça de viver!

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Homem-macaco

Eu estava de passagem pela Universidade de Fordhan, Nova York. Meu colega, Jesuíta americano, ao saber que eu gostava de escrever estorinhas leves para jovens, propôs um passeio a Long Island, onde veria alguma coisa sensacional, inesperada e até nunca sonhada por ninguém... Fez-me entrar no carro e saímos...

De fato, o que vi neste passeio é um caso único. Uma fábrica de sapatos projetada só para deficientes físicos. Todas as máquinas foram desenvolvidas pelo proprietário da empresa, Mister Henry Viscardi. Lá se viam máquinas acionadas só por um toco de braço, outras só pelos pés ou alguma perna atrofiada. Havia uma, a que mais me comoveu, manipulada pela boca de um operário tetraplégico!

Henry Viscardi, o dono e criador dessa maravilha de amor, era também deficiente físico. Nascera com as pernas atrofiadas do joelho para baixo e tinha apenas um esboço de pés.

Quando criança, andava com as mãos, segurando dois tocos de madeira, calçados com borracha de pneu. Esse seu modo de andar lhe valeu o apelido de "homem-macaco", dado pelos meninos da escola. Cada vez que o chamavam assim, ele saía, pulando com seus tocos de madeira, para ir chorar junto da professora.

Um dia, esta resolveu dar-lhe uma sacudidela moral, dizendo:

— Você pode pôr um fim a tudo isso se quiser! É um garoto muito inteligente e pode ser o primeiro da classe. Quando tal acontecer, todos irão respeitá-lo.

Foi dito e feito. Passou a enfrentar aquela situação (ver-se chamado de "homem- macaco") sem lágrimas nem agressividade. Mas, sobretudo, começou a caprichar nos estudos, em pouco tempo estava em primeiro lugar! Acabou-se a zombaria. Ele terminou o primário e o colegial. Entrou para a faculdade e formou-se em engenharia. Casou-se e teve quatro filhas! Abriu uma indústria de sapatos e, em poucos anos, acumulou uma imensa fortuna!

Um dia, no seu carrão milionário, adaptado por ele próprio para ser controlado inteiramente com as mãos, viu um deficiente físico arrastando-se pelas ruas de Nova York. Aquilo doeu-lhe e lhe sugeriu uma grande idéia. Começou a planejar máquinas especiais para deficientes. Foram meses e meses de trabalho, debruçado sobre as pranchetas. ..

E a fábrica saiu do papel.

Lá estava eu percorrendo seus pavilhões, saudado por dezenas e dezenas de sorrisos de deficientes... mas não havia deficiência alguma naqueles sorrisos, porque vinham de homens e mulheres muito felizes.

Henry Viscardi é um grande católico, mas sua fábrica, que leva o nome tão bem empregado de "Abilities" (Habilidade), tem emprego para toda s as religiões e todos se amam com o mesmo sorriso de felicidade! "Eu que conheci bem o sofrimento aprendi a socorrer os que sofrem.", diz Henry.

Há muitas pessoas sofredoras que, talvez, encontrassem paz e felicidade se procurassem ajudar alguém que sofre tanto ou mais do que elas. Esta é a lição maravilhosa, inesquecível, do milionário deficiente físico que, do alto dos seus milhões de dólares, debruçou-se sobre outros deficientes e os ajudou a encontrar o seu lugar na vida. A Lição do " Homem-macaco"!

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Ilusões do amanhã

Autor: PRÍNCIPE POETA (Alexandre Lemos - APAE)

Por que eu vivo procurando
Um motivo de viver,
Se a vida às vezes parece de mim esquecer?

Procuro em todas, mas todas não são você
Eu quero apenas viver
Se não for para mim que seja pra você

Mas as vezes você parece me ignorar
Sem nem ao menos me olhar
Me machucando pra valer

Atrás dos meus sonhos eu vou correr
Eu vou me achar, pra mais tarde em você me perder.

Se a vida dá presente pra cada um
O meu, cadê?

Será que esse mundo tem jeito?
Esse mundo cheio de preconceito.

Quando estou só, preso na minha solidão
Juntando pedaços de mim que caíam ao chão
Juro que às vezes nem ao menos sei, quem sou

Talvez eu seja um tolo,
Que acredita num sonho
Na procura de te esquecer

Eu fiz brotar a flor
Para carregar junto ao peito
E crer que esse mundo ainda tem jeito

E como príncipe sonhador
Sou um tolo que acredita ainda no amor.

Este poema foi escrito por um aluno da APAE, chamado pela sociedade de excepcional. Mas como irão ver, excepcional é a sua sensibilidade. Ele tem 28 anos, com idade mental de 15.

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É triste não ter amigos?

Voltaire

É triste não ter amigos?
Ainda mais triste é não ter inimigos,
porque quem não tem inimigos,
é sinal de que não tem nem talento que faça sombra,
nem caráter que impressione,
nem coragem para que o temam,
nem honra contra qual murmurem,
nem bens que lhe cobicem,
nem coisa alguma que invejem.

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Interrompendo as buscas

Martha Medeiros.

ASSISTINDO AO ÓTIMO "CLOSER - Perto demais" , me veio à lembrança um poema chamado " Salvação " , de Nei Duclós, que tem um verso bonito que diz: " Nenhuma pessoa é lugar de repouso " . Volta e meia este verso me persegue, e ele caiu como uma luva para a história que eu acompanhava dentro do cinema, em que quatro pessoas relacionam-se entre si e nunca se dão por satisfeitas, seguindo sempre em busca de algo que não sabem exatamente o que é. Não há interação com outros personagens ou com as questões banais da vida. É uma egotrip que não permite avanço, que não encontra uma saída - o que é irônico, pois o maior medo dos quatro é justamente a paralisia, precisam estar sempre em movimento. Eles certamente assinariam embaixo: nenhuma pessoa é lugar de repouso.

Apesar dos diálogos divertidos, é um filme triste. Seco. Uma mirada microscópica sobre o que o terceiro milênio tem a nos oferecer: um amplo leque de opções sexuais e descompromisso total com a eternidade - nada foi feito pra durar. Quem não estiver feliz, é só fazer a mala e bater a porta. Relações mais honestas, mais pr áticas e mais excitantes. Deveria parecer o paraíso, mas o fato é que saímos do cinema com um gosto amargo na boca.

Com o tempo, nos tornamos pessoas maduras, aprendemos a lidar com as nossas perdas e já não temos tantas ilusões. Sabemos que não iremos encontrar uma pessoa que, sozinha, conseguirá corresponder 100% a todas as nossas expectativas - sexuais, afetivas e intelectuais. Os que não se conformam com isso adotam o rodízio e aproveitam a vida. Que bom, que maravilha, então deveriam sofrer menos, não? O problema é que ninguém é tão maduro a ponto de abrir m ão do que lhe restou de inocência. Ainda dói trocar o romantismo pelo ceticismo, ainda guardamos resquícios dos contos de fada. Mesmo a vida lá fora flertando descaradamente conosco, nos seduzindo com propostas tipo " leve dois, pague um " , também nos parece tentadora a idéia de contrariar o verso de Duclós e encontrar alguém que acalme nossa histeria e nos faça interromper as buscas.

Não há nada de errado em curtir a mansidão de um relacionamento que já não é apaixonante, mas que oferece em troca a benção da intimidade e do silêncio compartilhado, sem ninguém mais precisar se preocupar em mentir ou dizer a verdade. Quando se está há muitos anos com a mesma pessoa, há grande chance de ela conhecer bem você, já não é preciso ficar explicando a todo instante suas contradi ções, seus motivos, seus desejos. Economiza-se muito em palavras, os gestos falam por si. Quer coisa melhor do que poder ficar quieto ao lado de alguém, sem que nenhum dos dois se atrapalhe com isso?

Longas relações conseguem atravessar a fronteira do estranhamento, um vira pátria do outro. Amizade com sexo também é um jeito legítimo de se relacionar, mesmo não sendo bem encarado pelos caçadores de emoções. Não é pela ansiedade que se mede a grandeza de um sentimento. Sentar, ambos, de frente pra lua, havendo lua, ou de frente pra chuva, havendo chuva, e juntos fazerem um brinde com as taças, contenham elas vinho ou café, a isso chama-se trégua. Uma rela ção calma entre duas pessoas que, sem se preocuparem em ser modernos ou eternos, fizeram um do outro seu lugar de repouso. Preguiça de voltar à ativa? Muitas vezes, é. Mas também, vá saber, pode ser amor.

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Lenço Amarelo

Este é um texto de Moacir Simões, foi lido por Olga Bongiovanni no programa de 29 de março de 2001.

Era uma vez um jovem que se encontrava em um trem e mostrava-se muito ansioso, nervoso e caminhava de um lado para o outro.

Então um senhor que já a algum tempo o observava disse-lhe:

— Rapaz, por que estás tão inquieto?

O rapaz respondeu:

— Não adianta contar-lhe pois não podes me ajudar. E continuou ansioso, andando de um lado para o outro.

O senhor, mais uma vez tentou conversar com ele dizendo:

Meu rapaz, conte-me o que está te angustiando tanto. Talvez eu possa te ajudar.

Então o jovem falou:

— Há muito tempo atrás deixei meu pai, minha casa e fui morar longe. Tentar uma vida independente, mas, agora resolvi voltar e então escrevi, pedindo para meu pai receber-me de volta e avisei-lhe que estaria nesse trem. Se ele concordasse com minha volta, pedi que amarrasse um lenço amarelo em um galho bem alto da árvore que fica na frente da casa. Agora, o que está me angustiando é que estou chegando e tenho receio de que não tenha nenhum lenço, então saberei que ele não me perdoou e assim, seguirei em viagem.

O senhor, então lhe falou:

— Fique tranqüilo que eu ficarei na janela e olharei prá você.

Quando se aproximou do lugar onde o rapaz morava, o senhor colocou-se na janela.

Passando o trem, o rapaz perguntou:

— E então? Vês um lenço amarelo na árvore?

O homem respondeu:

— Não. Eu não vejo um lenço amarelo... Mas, muitos lenços amarelos... Um em cada galho da árvore!!!

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Lençol Sujo

Um casal, recém-casados, mudou-se para um bairro muito tranqüilo. Na primeira manhã que passavam na casa, enquanto tomavam café, a mulher reparou através da janela em uma vizinha que pendurava lençóis no varal e comentou com o marido:

— Que lençóis sujos ela está pendurando no varal! - Está precisando= de um sabão novo. Se eu tivesse intimidade perguntaria se ela quer que eu a ensine a lavar as roupas!

O marido observou calado.

Alguns dias depois, novamente, durante o café da manhã, a vizinha pendurava lençóis no varal e a mulher comentou com o marido:

— Nossa vizinha continua pendurando os lençóis sujos! Se eu tivesse intimidade perguntaria se ela quer que eu a ensine a lavar as roupas!

E assim, a cada dois ou três dias, a mulher repetia seu discurso, enquanto a vizinha pendurava suas roupas no varal.

Passado um mês a mulher se surpreendeu ao ver os lençóis muito brancos sendo estendidos, e empolgada foi dizer ao marido:

— Veja, ela aprendeu a lavar as roupas, Será que a outra vizinha ensinou??? Porque eu não fiz nada.

O marido calmamente respondeu:

— Não, hoje eu levantei mais cedo e lavei os vidros da nossa janela! E assim é.

Tudo depende da janela, através da qual observamos os fatos. Antes de criticar, verifique se você fez alguma coisa para contribuir; verifique seus próprios defeitos e limitações.

Devemos olhar, antes de tudo, para nossa própria casa, para dentro de nós mesmos.

Só assim poderemos ter real noção do real valor de nossos amigos. Lave sua vidraça. Abra sua janela.

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Lição de Vida : Perdoar ou pedir perdão?

Quem pede perdão mostra que ainda crê no amor.

Quem perdoa mostra que ainda existe amor para quem crê.

Mas não importa saber qual das duas coisas é mais importante.

É sempre importante saber que:

Perdoar é o modo mais sublime de crescer.

E pedir perdão é o modo mais sublime de se levantar...

autor desconhecido

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Lição Viva

Era uma tarde de domingo ensolarada na cidade de Oklahoma. Bobby Lewis aproveitou para levar seus dois filhos para jogar mini-golf.

Acompanhado pelos meninos dirigiu-se à bilheteria e perguntou:

— Quanto custa a entrada?

O bilheteiro respondeu prontamente:

— São três dólares para o senhor e para qualquer criança maior de seis anos.

— A entrada é grátis se eles tiverem seis anos ou menos. Quantos anos eles têm?

Bobby informou que o menor tinha três anos e o maior, sete.

O rapaz da bilheteria falou com ares de esperteza:

— O senhor acabou de ganhar na loteria, ou algo assim? Se tivesse me dito que o mais velho tinha seis anos eu não saberia reconhecer a diferença. Poderia ter economizado três dólares.

O pai, sem perturbar-se, disse:

— Sim, você talvez não notasse a diferença, mas as crianças saberiam que não é essa a verdade.

Tantas vezes, para economizar pequena soma em moedas, desperdiçamos o tesouro do ensinamento nobre e justo. Nesses dias de tanta corrupção e descaso para com o ser humano, vale a pena refletirmos sobre que exemplo temos sido para os outros.

Sejamos, assim, cartas vivas de lições nobres para serem lidas e copiadas pelos que convivem conosco.

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Lições do Viver

Se a desilusão atingir sua alma, devastando seus sonhos e ofuscando novas possibilidades, pense na infinidade de caminhos que podem se abrir para você em apenas um dia, uma hora, um minuto.

Se a frustração acariciar friamente sua face, fazendo-te cair diante dos obstáculos, olhe para trás e veja o quanto você já caminhou e o quanto cresceu colhendo em cada trilha amigos sinceros, amores, experiências inesquecíveis.

Se as palavras de insulto e humilhação agredirem a sua integridade, lembre-se de que elas são frutos putrefatos da maldade e da inveja, vire-se e continue a caminhar sem dar ouvidos aos fracos de alma que as pronunciam:

Um dia eles entenderão porque são completamente sós.

Se a preocupação com os encargos do dia-a-dia tomar sua mente e enfraquecer o seu corpo, despertando o nervosismo e o estresse, olhe o horizonte e tente descobrir as saídas para os problemas ao invés de lamentar e achar que eles são piores do que realmente são.

Se o vazio e a insegurança invadirem o seu peito, suba em uma cadeira, abra os braços, feche os olhos e repita para si mesmo "eu posso voar." você é capaz de tudo desde que acredite em si mesmo.

Se a solidão sussurrar em seus ouvidos palavras melancólicas, não se esqueça de que em cada dia, em cada instante, você conhece pessoas novas e que uma delas, no futuro, será o grande amor da sua vida, aquela pessoa que te fará acreditar em noites iluminadas, que estará sempre ao seu lado e juntos vocês terão muito a aprender.

Se a tristeza insistir em te acompanhar, saiba enxergar a felicidade nas pequenas coisas da vida, numa conversa com os amigos, na brincadeira com o cachorro, ou no jogo de damas com seu avô.

Rotina é uma palavra que não existe, pois cada dia traz consigo pequenas surpresas e cada pequeno gesto guarda uma imensa felicidade.

E depois de tudo isso, olhe para si mesmo e veja o quão especial você é, imagine o quanto pode fazer pelo mundo e pelas pessoas, valorize as suas qualidades e tente corrigir seus defeitos (o que é realmente difícil) e saiba o quanto é privilegiado por poder caminhar, cair e aprender comos erros, por ser capaz de escrever uma história única, como nenhuma outra.

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Livro da Vida

As páginas da vida são Cheias de surpresas...
Há capítulos de alegria, mas também de tristezas,
Há mistérios e fantasias,sofrimentos e decepções...
Por isso, não rasgue páginas e nem solte capítulos,
Não se apresse a descobrir os mistérios.
Não perca as esperanças, Pois muitos são os finais felizes.
E nunca se esqueça do principal:
NO LIVRO DA VIDA, O AUTOR É VOCÊ!

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A lógica de Einstein

Albert Einstein

Conta certa lenda, que estavam duas crianças patinando num lago congelado.Era uma tarde nublada e fria, e as crianças brincavam despreocupadas.

De repente, o gelo se quebrou e uma delas caiu, ficando presa na fenda que se formou. A outra, vendo seu amiguinho preso, e se congelando, tirou um dos patins e começou a golpear o gelo com todas as suas forças, conseguindo por fim,quebrá-lo e libertar o amigo.

Quando os bombeiros chegaram e viram o que havia acontecido, perguntaram ao menino:

— Como você conseguiu fazer isso? É impossível que tenha conseguido quebrar o gelo, sendo tão pequeno e com mãos tão frágeis!

Nesse instante, um ancião que passava pelo local, comentou:

— Eu sei como ele conseguiu.

Todos perguntaram:

— Pode nos dizer como?

— É simples: - respondeu o velho.

— Não havia ninguém ao seu redor para lhe dizer que não seria capaz.

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Luz na escuridão

Um dia, um menino de 3 anos estava na oficina do pai, vendo-o fazer arreios e selas. Quando crescesse, queria ser igual ao pai.

Tentando imitá-lo, tomou um instrumento pontudo e começou a bater numa tira de couro. O instrumento escapou da pequena mão, atingindo-lhe o olho esquerdo.

Logo mais, uma infecção atingiu o olho direito e o menino ficou totalmente cego.

Com o passar do tempo, embora se esforçasse para se lembrar, as imagens foram gradualmente desaparecendo e ele não se lembrava mais das cores. Aprendeu a ajudar o pai na oficina, trazendo ferramentas e peças de couro.

Ia para a escola e todos se admiravam da sua memória. De verdade, ele não estava feliz com seus estudos. Queria ler livros. Escrever cartas, como os seus colegas. Um dia, ouviu falar de uma escola para cegos. Aos dez anos, Louis chegou a Paris, levado pelo pai e se matriculou no instituto nacional para crianças cegas

Ali havia livros com letras grandes em relevo. Os estudantes sentiam, pelo tato, as formas das letras e aprendiam as palavras e frases. Logo o jovem Louis descobriu que era um método limitado. As letras eram muito grandes. Uma história curta enchia muitas páginas. O processo de leitura era muito demorado. A impressão de tais volumes era muito cara. Em pouco tempo o menino tinha lido tudo que havia na biblioteca. Queria mais. Como adorava música, tornou-se estudante de piano e violoncelo. O amor à música aguçou seu desejo pela leitura. Queria ler também notas musicais.

Passava noites acordado, pensando em como resolver o problema. Ouviu falar de um capitão do exército que tinha desenvolvido um método para ler mensagens no escuro. A escrita noturna consistia em conjuntos de pontos e traços em relevo no papel. Os soldados podiam, correndo os dedos sobre os códigos, ler sem precisar de luz.

Ora, se os soldados podiam, os cegos também podiam, pensou o garoto. Procurou o capitão Barbier que lhe mostrou como funcionava o método. Fez uma série de furinhos numa folha de papel, com um furador muito semelhante ao que cegara o pequeno.

Noite após noite e dia após dia, Louis trabalhou no sistema de Barbier, fazendo adaptações e aperfeiçoando-o. Suportou muita resistência. Os donos do instituto tinham gasto uma fortuna na impressão dos livros com as letras em relevo. Não queriam que tudo fosse por água abaixo.

Com persistência, Louis Braille foi mostrando seu método. Os meninos do instituto se interessavam. À noite, às escondidas, iam ao seu quarto, para aprender. Finalmente, aos 20 anos de idade, Louis chegou a um alfabeto legível com combinações variadas de um a seis pontos.

O método Braille estava pronto.

O sistema permitia também ler e escrever música. A idéia acabou por encontrar aceitação. Semanas antes de morrer, no leito do hospital, Louis disse a um amigo: "Tenho certeza de que minha missão na Terra terminou."

Dois dias depois de completar 43 anos, Louis Braille faleceu. Nos anos seguintes à sua morte, o método se espalhou por vários países. Finalmente, foi aceito como o método oficial de leitura e escrita para aqueles que não enxergam.

Assim, os livros puderam fazer parte da vida dos cegos. Tudo graças a um menino imerso em trevas, que dedicou sua vida a fazer luz para enriquecer a sua e a vida de todos os que se encontram privados da visão física.

Há quem use suas limitações como desculpa para não agir nem produzir. No entanto, como tudo deve nos trazer aprendizado, a sabedoria está, justamente, em superar as piores condições e realizar o melhor para si e para os outros.

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Mãe - Profissão triunfante

Uma mulher chamada Anne foi renovar a sua carteira de motorista.

Pediram-lhe para informar qual era a sua profissão. Ela hesitou, sem saber bem como se classificar.

— O que eu pergunto é se tem um trabalho, insistiu o funcionário.

— Claro que tenho um trabalho, exclamou Anne. Sou mãe.

— Nós não consideramos 'mãe' um trabalho. Vou colocar Dona de casa, disse o funcionário friamente.

Não voltei a lembrar-me desta história até o dia em que me encontrei em situação idêntica.

A pessoa que me atendeu era obviamente uma funcionária de carreira, segura, eficiente, dona de um título sonante.

— Qual é a sua ocupação? perguntou.

Não sei o que me fez dizer isto; as palavras simplesmente saltaram-me da boca para fora:

— Sou Doutora em Desenvolvimento Infantil e em Relações Humanas.

A funcionária fez uma pausa, a caneta de tinta permanente a apontar para o ar, e olhou-me como quem diz que não ouviu bem.

Eu repeti pausadamente, enfatizando as palavras mais significativas.

Então reparei, maravilhada, como ela ia escrevendo, com tinta preta, no questionário oficial.

— Posso perguntar, disse-me ela com novo interesse, o que faz exatamente?

Calmamente, sem qualquer traço de agitação na voz, ouvi-me responder:

— Desenvolvo um programa a longo prazo (qualquer mãe faz isso), em laboratório e no campo experimental (normalmente eu teria dito dentro e fora de casa). Sou responsável por uma equipe (minha família), e já recebi quatro projetos (todas meninas).

Trabalho em regime de dedicação exclusiva (alguma mulher discorda???), o grau de exigência é a nível de 14 horas por dia (para não dizer 24...).

Houve um crescente tom de respeito na voz da funcionária que acabou de preencher o formulário, se levantou, e pessoalmente me abriu a porta.

Quando cheguei em casa, com o título da minha carreira erguido, fui recebida pela minha equipe - uma com 13 anos, outra com 7 e outra com 3.

Do andar de cima, pude ouvir o meu novo experimento (uma bebé de seis meses), testando uma nova tonalidade de voz.

Senti-me triunfante!

Maternidade... que carreira gloriosa!

Assim, as avós deviam ser chamadas Doutora- Senior em Desenvolvimento Infantil e em Relações Humanas, as bisavós: Doutora-Executiva-Senior e as tias: Doutora-Assistente.

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Mais ou menos

A gente pode morar numa casa mais ou menos,
Numa rua mais ou menos,
Numa cidade mais ou menos,
E até ter um governo mais ou menos.
A gente pode dormir numa cama mais ou menos,
Comer um feijão mais ou menos,
Ter um transporte mais ou menos,
E até ser obrigado a acreditar mais ou menos no futuro.
A gente pode olhar em volta e sentir que tudo está mais ou menos.
Tudo bem.
O que a gente não pode mesmo, nunca, de jeito nenhum:
É amar mais ou menos, É sonhar mais ou menos, É ser amigo mais ou menos, É namorar mais ou menos, É ter fé mais ou menos, E acreditar mais ou menos.
Senão a gente corre o risco de se tornar uma pessoa mais ou menos.
Pense nisso...
"Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim".

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O Sol

Pablo Picasso

"Há pessoas que transformam o sol numa simples mancha amarela, mas há também aquelas que fazem de uma simples mancha amarela o próprio sol."

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Marcas no Coração

Um jovem estava no centro da cidade, proclamando ter o coração mais belo da região. Uma multidão o cercou e todos admiraram o seu coração.Não havia marca ou qualquer outro defeito. Todos concordaram que aquele era o coração mais belo que já tinham visto.

O jovem ficou muito orgulhoso por seu belo coração. De repente, um velho apareceu diante da multidão e disse:

— Por que o coração do jovem não é tão bonito quanto o meu?

A multidão e o jovem olharam para o coração do velho, que estava batendo com vigor, mas tinha muitas cicatrizes. Havia locais em que pedaços tinham sido removidos e outros tinham sido colocados no lugar, mas estes não encaixavam direito, causando muitas irregularidades. Em alguns pontos do coração, faltavam pedaços.

O jovem olhou para o coração do velho e disse:

— O senhor deve estar brincando... compare nossos corações. O meu está perfeito, intacto e o seu é uma mistura de cicatrizes e buracos!

— Sim, - disse o velho. - olhando, o seu coração parece perfeito, mas eu não trocaria o meu pelo seu. Veja, cada cicatriz representa uma pessoa para a qual eu dei o meu amor. Tirei um pedaço do meu coração e dei para cada uma dessas pessoas. Muitas delas deram-me também um pedaço do próprio coração para que eu colocasse no meu, mas, como os pedaços não eram exatamente iguais, há irregularidades. Mas eu as estimo, porque me fazem lembrar do amor que compartilhamos. Algumas vezes, dei pedaços do meu coração a quem não me retribuiu. Por isso, há buracos. Eles doem. Ficam abertos, lembrando-me do amor que senti por essas pessoas... um dia espero que elas retribuam, preenchendo esse vazio. E aí, jovem? Agora você entende o que é a verdadeira beleza?

O jovem ficou calado e lágrimas escorriam pelo seu rosto. Ele aproximou-se do velho. Tirou um pedaço de seu perfeito e jovem coração e ofereceu ao velho, que retribuiu o gesto. O jovem olhou para o seu coração, não mais perfeito como antes, mas mais belo que nunca.

Os dois se abraçaram e saíram caminhando lado a lado.

Como deve ser triste passar a vida com o coração intacto.

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Menino no Mundo

Loyola Rodrigues

O homem no mundo é sempre um menino
tão perdido em meio ao mundo vão;
o homem no mundo cumpre o destino
de andar buscando em vão a razão.

O homem no mundo é pois descontente:
perde o que tem, não acha o que busca,
ora se perde na escuridão,
ora é a luz fortíssima que o ofusca.

Umas vezes rindo, outras chorando,
tão perdido em meio ao mundo vão,
o homem no mundo cumpre o destino
de buscar a idade da razão.

O homem no mundo é sempre um menino
tão perdido em meio ao mundo vão.

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Meu Coração e Minha Língua

Meu coração e minha língua fizeram um trato: quando meu coração estiver enfurecido, minha língua guardará silêncio.

As palavras respondem aos sentimentos, e os sentimentos às idéias. Por isso é impossível dominar nossas palavras se não somos senhores de nossos sentimentos; e estes sentimentos irão se acalmando segundo a força de nossas idéias.

A um coração que não se domina, responderão palavras violentas e ferinas; a um coração fechado em si, sucederão palavras e atitudes que depreciam os demais.

Por conseguinte, me calarei quando meu coração não estiver sossegado e em calma; não falarei, pois seguramente me arrependerei do que disser ou, pelo menos, do modo como o disser, ou do momento em que o disser.

Se em geral o coração não costuma ser bom conselheiro, menos o será quando não estiver em paz e não se sentir senhor de si mesmo.

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Meu nome é Felicidade

Faço parte da vida daqueles que tem amigos, pois ter amigos é ser Feliz.

Faço parte da vida daqueles que vivem cercados por pessoas como você,pois viver assim é ser Feliz!

Faço parte da vida daqueles que acreditam que ontem é passado, amanhã é futuro e hoje é uma dádiva, por isso chamado presente.

Faço parte da vida daqueles que acreditam na força do Amor, que acreditam que para uma história bonita não há ponto final.

Eu sou casada sabia?

Sou casada com o Tempo. Ah! O meu marido é lindo! Ele é responsável pela resolução de todos os problemas. Ele reconstrói corações, ele cura machucados, ele vence a Tristeza...

Juntos, eu e o Tempo tivemos três filhos: A Amizade, a Sabedoria, e o Amor.

A Amizade é a filha mais velha. Uma menina linda, sincera, alegre. A Amizade brilha como o sol. A Amizade une pessoas, pretende nunca ferir, sempre consolar.

A do meio é a Sabedoria, culta, íntegra, sempre foi mais apegada ao Pai, o Tempo. A Sabedoria e o Tempo andam sempre juntos!

O caçula é o Amor. Ah! como esse me dá trabalho! É teimoso, às vezes só quer morar em um lugar... Eu vivo dizendo: Amor, você foi feito para morar em dois corações, não em apenas um. O Amor é complexo, mas é lindo, muito lindo! Quando ele começa a fazer estragos eu chamo logo o pai dele, o Tempo, e aí o Tempo sai fechando todas as feridas que o Amor abriu!

Uma pessoa muito importante me ensinou uma coisa: Tudo no final sempre dá certo, se ainda não deu, é porque não chegou o final.

Por isso, acredite sempre na minha família. Acredite no Tempo, na Amizade, na Sabedoria e, principalmente no Amor.

Aí, com certeza um dia, eu, a Felicidade, baterei à sua porta !!! Tenha Tempo para os Sonhos: eles conduzem sua carruagem para as Estrelas.

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Milagre de vida

Como qualquer mãe, quando Karen soube que um bebê estava a caminho, fez todo o possível para ajudar o seu outro filho, Michael, com três anos de idade, a se preparar para a chegada. Os exames mostraram que era uma menina, e todos os dias Michael cantava perto da barriga de sua mãe.

Ele já amava a sua irmãzinha antes mesmo dela nascer. A gravidez se desenvolveu normalmente. No tempo certo, vieram as contrações.

Primeiro, a cada cinco minutos; depois a cada três; então, a cada minuto uma contração. Entretanto, surgiram algumas complicações e o trabalho de parto de Karen demorou horas.

Todos discutiam a necessidade provável de uma cesariana.

Até que, enfim, depois de muito tempo, a irmãzinha de Michael nasceu.

Só que ela estava muito mal.

Com a sirene no último volume, a ambulância levou a recém-nascida para a UTI neonatal do Hospital Saint Mary.

Os dias passaram. A menininha piorava.

O médico disse aos pais:

— "Preparem-se para o pior. Há poucas esperanças".

Karen e seu marido começaram, então, os preparativos para o funeral. Alguns dias atrás estavam arrumando o quarto para esperar pelo novo bebê. Hoje, os planos eram outros.

Enquanto isso, Michael todos os dias pedia aos pais que o levassem para conhecer a sua irmãzinha.

— "Eu quero cantar pra ela", ele dizia.

A segunda semana de UTI entrou e esperava-se que o bebê não sobrevivesse até o final dela. Michael continuava insistindo com seus pais para que o deixassem cantar para sua irmã, mas crianças não eram permitidas na UTI. Entretanto, Karen decidiu. Ela levaria Michael ao hospital de qualquer jeito.

Ele ainda não tinha visto a irmã e, se não fosse hoje, talvez não a visse viva. Ela vestiu Michael com uma roupa um pouco maior, para disfarçar a idade, e rumou para o hospital. A enfermeira não permitiu que ele entrasse e exigiu que ela o retirasse dali. Mas Karen insitiu:

— "Ele não irá embora até que veja a sua irmãzinha!"

Ela levou Michael até a incubadora. Ele olhou para aquela trouxinha de gente que perdia a batalha pela vida. Depois de alguns segundos olhando, ele começou a cantar, com sua voz pequenininha:

— "Você é o meu sol, o meu único sol.

— Você me deixa feliz mesmo quando o céu está escuro..."

Nesse momento, o bebê pareceu reagir. A pulsação começou a baixar e se estabilizou. Karen encorajou Michael a continuar cantando.

— "Você não sabe, querida, quanto eu te amo. — Por favor, não leve o meu sol embora..."

Enquanto Michael cantava, a respiração difícil do bebê foi se tornando suave.

— "Continue, querido!", pediu Karen, emocionada.

— "Outra noite, querida, eu sonhei que você estava em meus braços..."

O bebê começou a relaxar.

— "Cante mais um pouco, Michael."

A enfermeira começou a chorar.

— Você é o meu sol, o meu único sol. — Você me deixa feliz mesmo quando o céu está escuro... — Por favor, não leve omeu sol embora...

No dia seguinte, a irmã de Michael já tinha se recuperado e em poucos dias foi para casa.

O Woman's Day Magazine chamou essa história de "O milagre da canção de um irmão". Os médicos chamaram simplesmente de milagre. Karen chamou de milagre do amor de Deus.

NUNCA ABANDONE AQUELE QUE VOCÊ AMA. O AMOR É INCRIVELMENTE PODEROSO.

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Dois modos de viver a vida

Albert Einstein

"Existem dois modos de viver a vida: um como se nada fosse um milagre, outro, como se tudo fosse um milagre."

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Milho de pipoca

Milho de pipoca que não passa pelo fogo continua a ser milho para sempre.

Assim acontece com a gente.

As grandes transformações acontecem quando passamos pelo fogo.

Quem não passa pelo fogo, fica do mesmo jeito a vida inteira. São pessoas de uma mesmice e uma dureza assombrosas. Só que elas não percebem e acham que seu jeito de ser é o melhor jeito de ser. Mas, de repente,vem o fogo.

O fogo é quando a vida nos lança numa situação que nunca imaginamos: a dor.

Pode ser fogo de fora: perder um amor, perder um filho, o pai, a mãe, perder o emprego ou ficar pobre.

Pode ser fogo de dentro: pânico, medo, ansiedade, depressão ou sofrimento, cujas causas ignoramos.

Há sempre o recurso do remédio: apagar o fogo! Sem fogo o sofrimento diminui. Com isso, a possibilidade da grande transformação também.

Imagino que a pobre pipoca, fechada dentro da panela, lá dentro cada vez Mais quente, pensa que sua hora chegou: vai morrer. Dentro de sua casca dura, fechada em si mesma, ela não pode imaginar um destino diferente para si.

Não pode imaginar a transformação que está sendo preparada para ela. A pipoca não imagina aquilo de que ela é capaz. Aí, sem aviso prévio, pelo poder do fogo a grande transformação acontece: BUM!

E ela aparece como uma outra coisa completamente diferente, algo que ela mesma nunca havia sonhado. Bom, mas ainda temos o piruá, que é o milho de pipoca que se recusa a estourar.

São como aquelas pessoas que, por mais que o fogo esquente, se recusam a mudar. Elas acham que não pode existir coisa mais maravilhosa do que o jeito delas serem. A presunção e o medo são a dura casca do milho que não estoura. No entanto, o destino delas é triste, já que ficarão duras a vida inteira. Não vão se transformar na flor branca, macia e nutritiva. Não vão dar alegria para ninguém.

Extraído do livro "O amor que acende a lua de Rubem Alves"

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Há momentos

Clarice Lispector

"Há momentos na vida em que sentimos tanto a falta de alguém que o que mais queremos
é tirar esta pessoa de nossos sonhos e abraçá-la.

Sonhe com aquilo que você quiser.
Seja o que você quer ser,
porque você possui apenas uma vida
e nela só se tem uma chance
de fazer aquilo que se quer.

Tenha felicidade bastante para fazê-la doce.
Dificuldades para fazê-la forte.
Tristeza para fazê-la humana.
E esperança suficiente para fazê-la feliz.

As pessoas mais felizes
não têm as melhores coisas.
Elas sabem fazer o melhor
das oportunidades que aparecem
em seus caminhos.

A felicidade aparece para aqueles que choram.
Para aqueles que se machucam.
Para aqueles que buscam e tentam sempre.
E para aqueles que reconhecem
a importância das pessoas que passam por suas vidas.

O futuro mais brilhante
é baseado num passado intensamente vivido. Você só terá sucesso na vida
quando perdoar os erros
e as decepções do passado.

A vida é curta, mas as emoções que podemos deixar
duram uma eternidade.
A vida não é de se brincar
porque um belo dia se morre."

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Morada no Céu

Um homem muito rico morreu e foi recebido no céu.

O anjo guardião levou-o por várias alamedas e foi lhe mostrando as casas e moradias. Passaram por uma linda casa com belos jardins.

O homem perguntou:

— Quem mora aí?

O anjo respondeu:

— É o Raimundo, aquele seu motorista que morreu no ano passado.

O homem ficou pensando:

"puxa! O Raimundo tem uma casa dessas! Aqui deve ser muito bom!"

Logo a seguir surgiu outra casa ainda mais bonita.

— E aqui, quem mora? - perguntou o homem.

O anjo respondeu:

— Aqui é a casa da Rosalina, aquela que foi sua cozinheira.

O homem ficou imaginando que, tendo seus empregados magníficas residências, sua morada deveria ser no mínimo um palácio. Estava ansioso por vê-la. Nisso o anjo parou diante de um barraco construído com tábuas e disse:

— Esta é a sua casa!

O homem ficou indignado:

— Como é possível! Vocês sabem construir coisa muito melhor.

— Sabemos - responde o anjo - mas nós construímos apenas a casa. O material é você mesmo que seleciona e nos envia lá de baixo. Você só enviou isso!

Moral da história: cada gesto de amor e partilha é um tijolo com o qual construímos a eternidade. Tudo se decide por aqui mesmo, nas escolhas e atitudes de cada dia.

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A Revolução da Sua Vida

Um dia, quando os funcionários chegaram para trabalhar, encontraram na = portaria um cartaz enorme no qual estava escrito:

"faleceu ontem a pessoa que impedia seu crescimento na empresa. Você está convidado para o velório na quadra de esportes".

No início, todos se entristeceram com a morte de alguém mas, depois de algum tempo, ficaram curiosos para saber quem estava bloqueando seu crescimento na empresa.

A agitação na quadra de esportes era tão grande que foi preciso chamar os seguranças para organizar a fila do velório.

Conforme as pessoas iam se aproximando do caixão, a excitação aumentava:

— "quem será que estava atrapalhando o meu progresso? Ainda bem que esse infeliz morreu!"

Um a um, os funcionários, agitados, aproximavam-se do caixão, olhavam o defunto e, após isso, ficavam no mais absoluto silêncio, como se tivessem sido atingidos no fundo da alma.

Dentro do caixão havia um espelho...

Só existe uma pessoa capaz de limitar seu crescimento: você mesmo!

Você é a única pessoa que pode fazer a revolução de sua vida.

Você é a única pessoa que pode prejudicar a sua vida. Você é a única pessoa que pode ajudar a si mesmo.

Sua vida não muda quando seu chefe muda.

Quando sua empresa muda.

Quando seus pais mudam.

Quando seu parceiro(a) muda.

Sua vida muda quando você muda!

Você é o único responsável por sua vida.

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Mulheres no Espelho

Aos 3 anos: se olha no espelho e vê uma rainha!

Aos 8 anos: se olha no espelho e vê a cinderela ou a bela adormecida.

Aos 15 anos: se olha no espelho e se vê como a cinderela do Tchan ou a Tiazinha adormecida, ou se está na TPM vê gordura, espinhas, cabelo espigado. (Mãe, me ajuda, como é que eu vou sair com esta cara horrorosa!!)

Aos 20 anos: se olha no espelho e se vê muito magra, muito gorda, muito alta, muito baixa. Muito peito, pouca bunda, mas diz "Lari - Lara" e decide sair para trabalhar assim mesmo.

Aos 30 anos: se olha no espelho e se vê muito magra, muito gorda, muito alta, muito baixa. Muito peito, pouca bunda, cabelos brancos, mas não tem tempo para consertar tudo e sai para jantar com o marido assim mesmo.

Aos 40 anos: se olha no espelho e se vê muito magra, muito gorda, muito alta, muito baixa, muito peito, pouca bunda, cabelos brancos, cheias de rugas, mas pensa, "Vou marcar uma plástica" e vai para o casamento da filha assim mesmo.

Aos 50 anos: se olha no espelho e diz, "Estou saudável!" e sai para passar o dia com os netos.

Aos 60 anos: se olha no espelho e lembra dos amigos que nem com óculos conseguem se olhar no espelho, e vai para o nordeste numa excursão com outras sessentonas.

Aos 70 anos: se olha no espelho e vê sabedoria, paciência e bom-humor, e vai fazer um curso de história da arte.

Aos 80 anos: mais do que nunca, adora o que vê no espelho. Coloca um chapéu roxo e vai se divertir pelo mundo.

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Mulheres

Autor: Arnaldo Jabor

As mulheres, antigamente, ficavam trancadas dentro de casa e se tratavam e ficavam bonitas apenas para os seus homens. Aí começaram a dar liberdade pras danadas e deu no que deu. O mundo ganhou vida, além da beleza, é claro. Pode continuar a ler, minha querida, que as barbaridades vão parar por aqui. Pode parar de me achar machista, machão ou coisa parecida.

Tudo que eu quis dizer é que o homem vive em função de você. Vivem e pensam em você o dia inteiro, a vida inteira. Se você, mulher, não existisse, o mundo não teria ido pra frente. Homem algum iria fazer alguma coisa na vida para impressionar outro homem, para conquistar um sujeito igual a ele, de bigode e tudo. Um mundo só de homens seria o grande erro da criação.

Já dizia a velha frase que "atrás de todo homem bem-sucedido existe uma grande mulher". O dito está envelhecido. Hoje eu diria que "na frente de todo homem bem-sucedido existe uma grande mulher". É você, mulher, quem impulsiona o mundo. É você quem tem o poder, e não o homem. É você quem decide a compra do apartamento, a cor do carro, o filme a ser visto, o local das férias. É mesmo para você que vai o ouro extraído lá na lama.

Bendita a hora em que você saiu da cozinha e, bem-sucedida, ficou na frente de todos os homens. E, se você que está lendo isto aqui for um homem, tente imaginar a sua vida sem nenhuma mulher. Aí na sua casa, onde você trabalha, na rua, nas telenovelas. Só homens. Já pensou? Filmes só com homens? Romance sem uma Capitu ou uma Madame Bovary? Um casamento sem noiva? Um mundo sem cinturas e saboneteiras? Um mundo sem sogras?

E, aos homens, um abraço.

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Nada acontece por acaso!

"...O maior erro do ser humano, é tentar tirar da cabeça aquilo que não sai do coração..."

Um dia, um rapaz pobre que vendia mercadorias de porta em porta para pagar seus estudos, viu que só lhe restava uma simples moeda de dez centavos e tinha fome.

Decidiu que pediria comida na próxima casa. Porém, seus nervos o traíram quando uma encantadora mulher jovem lhe abriu a porta.

Em vez de comida, pediu um copo de água.

Ela pensou que o jovem parecia faminto e assim lhe deu um grande copo de leite.

Ele bebeu devagar e depois lhe perguntou:

— Quanto lhe devo?

— Não me deves nada - respondeu ela. E continuou:

— Minha mãe sempre nos ensinou a nunca aceitar pagamento por uma oferta caridosa.

Ele disse:

— Pois te agradeço de todo coração.

Quando Howard Kelly saiu daquela casa, não só se sentiu mais forte fisicamente, mas também sua fé em Deus e nos homens ficou mais forte. Ele já estava resignado a se render e deixar tudo.

Anos depois, essa jovem mulher ficou gravemente doente.

Os médicos locais estavam confusos. Finalmente a enviaram à cidade grande, onde chamaram um especialista para estudar sua rara enfermidade.

Chamaram o Dr.Howard Kelly. Quando escutou o nome do povoado de onde ela viera, uma estranha luz encheu seus olhos.

Imediatamente, vestido com a sua bata de médico, foi ver a paciente. Reconheceu imediatamente aquela mulher. Determinou-se a fazer o melhor para salvar aquela vida. Passou a dedicar atenção especial àquela paciente.

Depois de uma demorada luta pela vida da enferma, ganhou a batalha.

O Dr. Kelly pediu a administração do hospital que lhe enviasse a fatura total dos gastos para aprová-la. Ele a conferiu, depois escreveu algo e mandou entregá-la no quarto da paciente.

Ela tinha medo de abri-la, porque sabia que levaria o resto da sua vida para pagar todos os gastos.

Mas finalmente abriu a fatura algo lhe chamou a atenção, pois estava escrito o seguinte:

"Totalmente pago há muitos anos com um copo de leite

ass.: Dr.Howard Kelly."

Lágrimas de alegria correram dos olhos da mulher e seu coração feliz rezou assim:

"Graças meu Deus porque teu amor se manifestou nas mãos e nos corações humanos."

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Não descuide do amor.

Lourival Lopes

Ele é poderoso medicamento na cura das dores da alma.

Entenda isto. Sendo deus amor, sempre que há amor no nosso coração h= á também deus.

Pela sua energia positiva, deus anula a energia negativa causada pelo sofri= mento e aí vem o alívio.

Se você sofre, não se revolte.

Procure amar os outros.

Eles lhe devolverão também amor.

Este amor que sai e que entra dará paz a você.

Ninguém pode suprimir a ânsia do coração a não ser com amor. Nã= o lute contra o coração. Siga as suas leis.

Valorizar o amor é aprender a viver.

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Reclamações

Luiz Almeida Marins Filho

Não reclame constantemente. Quando a gente reclama muito, se habitua a reclamar cada vez mais e acaba se transformando numa pessoa azeda. É insuportável conviver com uma pessoa que só vive se queixando.

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Nem tudo é fácil...

Cecília Meireles

É difícil fazer alguém feliz,
Assim como é fácil fazer triste.

É difícil dizer eu te amo,
Assim como é fácil não dizer nada.

É difícil ser fiel,
Assim como é fácil se aventurar.

É difícil valorizar um amor,
Assim como é fácil perdê-lo para sempre.

É difícil agradecer por hoje,
Assim como é fácil viver mais um dia.

É difícil abrir os olhos e enxergar o que de bom a vida te deu,
Assim como é fácil fechar os olhos e atravessar a rua.

É difícil se convencer de que se é feliz,
Assim como é fácil achar que sempre falta algo.

É difícil fazer alguém sorrir,
Assim como é fácil fazer chorar.

É difícil se pôr no lugar de alguém,
Assim como é fácil olhar para o próprio umbigo.

É difícil ver o trem partindo,
Assim como é fácil pedir para ficar quem quer te levar.

Se você errou,
Peça desculpas!
É difícil pedir perdão?
Mas quem disse que é fácil ser perdoado?

Se alguém errou com você,
Perdoa-o!
É difícil perdoar?
Mas quem disse que é fácil se arrepender?

Se você sente algo,
Diga!
É difícil se abrir?
Mas quem disse que é fácil
Encontrar alguém que queira escutar?

Se alguém reclama de você,
Ouça!
É difícil ouvir certas coisas?
Mas quem disse que é fácil ouvir você?

Se alguém te ama,
Ame-o!
É difícil se entregar?
Mas quem disse que é fácil ser feliz?

Nem tudo é fácil na vida,
Mas com certeza nada é impossível!

Precisamos acreditar, ter fé
E lutar para que não apenas sonhemos,
Mas também tornemos
Sonhos em realidade!

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O Obstáculo mais Difícil da Vida

Um grande sábio possuía três filhos jovens, inteligentes e consagrados à sabedoria.

Em certa manhã, eles altercavam a propósito do obstáculo mais difícil no grande caminho da vida.

No auge da discussão, prevendo talvez conseqüências desagradáveis, o genitor benevolente chamou-os a si e confiou-lhes curiosa tarefa.

Iriam os três ao palácio do príncipe governante, conduzindo algumas dádivas que muito lhes honraria o espírito de cordialidade e gentileza.

O primeiro seria o portador de rico vaso de argila preciosa.

O segundo levaria uma corça rara.

O terceiro transportaria um bolo primoroso da família.

O trio recebeu a missão com entusiástica promessa de serviço para a pequena viajem de três milhas; no entanto, no meio do caminho, começaram a discutir.

O depositário do vaso não concordou com a maneira pela qual o irmão puxava a corça delicada, e o responsável pelo animal dava instruções ao carregador do bolo, a fim de que não tropeçasse, perdendo o manjar; este último aconselhava o portador do vaso valioso, para que não caísse.

O pequeno séqüito seguia, estrada afora, dificilmente, porquanto cada viajante permanecia atento as obrigações que diziam respeito aos outros, através de observações acaloradas e incessantes.

Em dado momento, o irmão que conduzia o animalzinho, olvida a própria tarefa, a fim de consertar a posição da peça de argila nos braços do companheiro, e o vaso, premido pelas inquietações de ambos, escorrega, de súbito, para espatifar-se no cascalho.

Com o choque, o distraído orientador da corça perde o governo do animal, que foge espantado.

O carregador do bolo avança para sustar-lhe a fuga, e o bolo se perde totalmente no chão.

Desapontados e irritadiços, os três rapazes voltam a presença do pai, apresentando cada qual a sua queixa de derrota.

O sábio, porém, sorriu e explicou-lhes:

— Aproveitem o ensinamento da estrada. Se cada um de vocês estivesse vigilante na própria tarefa, não colheriam as sombras do fracasso. O mais intrincado problema do mundo, meus filhos, é o de cada homem cuidar dos próprios negócios, sem intrometer-se nas atividades alheias. Enquanto cogitamos de responsabilidades que competem aos outros, as nossas viverão esquecidas.

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Nosso grande medo

Nelson Mandela

Nosso grande medo não é o de que sejamos incapazes. Nosso maior medo é que sejamos poderosos além da conta. É nossa luz, não nossa escuridão, o que nos amedronta.

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Novo Fim

Chico Xavier

Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora a fazer um novo fim!

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Nunca se justifique

Nunca se justifique. Os amigos não precisam, e os inimigos não acreditam.

ditado árabe

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O abacaxi

João trabalhava em uma empresa há muitos anos. Funcionário sério, dedicado, cumpridor de suas obrigações e, por isso mesmo, já com seus 20 anos de casa.

Um belo dia, ele procura o dono da empresa para fazer uma reclamação:

— Patrão, tenho trabalhado durante estes 20 anos em sua empresa com toda a dedicação, só que me sinto um tanto injustiçado.

O Juca,que está conosco há somente três anos, está ganhando mais do que eu.

O patrão escutou atentamente e disse:

— João, foi muito bom você vir aqui.

Antes de tocarmos nesse assunto, tenho um problema para resolver e gostaria da sua ajuda.

Estou querendo dar frutas como sobremesa ao nosso pessoal após o almoço.

Aqui na esquina tem uma quitanda. Por favor, vá até lá e verifique se eles têm abacaxi.

João, meio sem jeito, saiu da sala e foi cumprir a missão.

Em cinco minutos estava de volta.

— E aí, João?

— Verifiquei como o senhor mandou. O moço tem abacaxi.

— E quanto custa?

— Isso eu não perguntei, não.

— Eles têm quantidade suficiente para atender a todos os funcionários?

— Também não perguntei isso, não.

— Há alguma outra fruta que possa substituir o abacaxi?

— Não sei, não...

— Muito bem, João. Sente-se ali naquela cadeira e me aguarde um pouco.

O patrão pegou o telefone e mandou chamar o Juca. Deu a ele a mesma orientação que dera a João:

— Juca, estou querendo dar frutas como sobremesa ao nosso pessoal após o almoço. Aqui na esquina tem uma quitanda.

Vá até lá e verifique se eles têm abacaxi, por favor.

Em oito minutos o Juca voltou.

— E então? - indagou o patrão.

— Eles têm abacaxi, sim, e em quantidade suficiente para todo o nosso pessoal; e se o senhor preferir, tem também laranja, banana e mamão. O abacaxi é vendido a R$1,50 cada; a banana e o mamão a R$1,00 o quilo; o melão R$ 1,20 a unidade e a laranja a R$ 20,00 o cento, já descascado. Mas como eu disse que a compra seria em grande quantidade, eles darão um desconto de 15%. Aí aproveitei e já deixei reservado. Conforme o senhor decidir, volto lá e confirmo - explicou Juca.

Agradecendo as informações,o patrão dispensou-o.

Voltou-se para o João, que permanecia sentado ao lado, e perguntou-lhe:

— João, o que foi mesmo que você estava me dizendo?

— Nada sério, não, patrão. Esqueça. Com licença.

E o João deixou a sala...

Tem muita gente assim. Acomodada, que não faz absolutamente nada além do que foi estritamente pedido ou solicitado. São pessoas que acham "que já fazem demais" e sentem-se os eternos injustiçados. Num mercado competitivo como o do mundo atual, quem for melhor, quem se esforçar mais, quem se interessar realmente pelo que faz, é óbvio, que vai galgar postos no ambiente de trabalho. Não se restrinja, não se limite, amplie seus horizontes. Só assim você vai se destacar e ter sucesso na sua vida profissional.

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O Amigo

O amigo é uma bênção que nos cabe cultivar em clima de gratidão...

Quem diz que ama e não procura compreender e nem auxiliar, nem amparar e nem servir, não saiu de si mesmo ao encontro do amor em alguém.

A amizade verdadeira não é cega, mas se enxerga defeitos nos corações amigos, sabe amá-los e entendê-los mesmo assim.

Teremos vencido o egoísmo em nós quando nos decidirmos a ajudar os entes amados a realizarem a felicidade própria, tal qual entendem eles deva ser a felicidade que procuram, sem cogitar de nossa própria felicidade.

Em geral, pensamos que nossos amigos pensam como pensamos, no entanto, precisamos reconhecer que os pensamentos deles são criações originais deles próprios.

A ventura real da amizade é o bem dos entes queridos.

Assim como espero que os amigos me aceitem como sou, devo, de minha parte, aceitá-los como são.

Toda vez que buscamos desacreditar esse ou aquele amigo, depois de havermos trocado convivência e intimidade, estaremos desmoralizando a nós mesmos.

Em qualquer dificuldade com as relações afetivas é preciso lembrar que toda criatura humana é um ser inteligente em transformação incessante, e, por vezes, a mudança das pessoas que amamos não se verifica na direção de nossas próprias escolhas.

Quanto mais amizade você der, mais amizade receberá.

Se Jesus nos recomendou amar os inimigos, imaginemos com que imenso amor nos compete amar aqueles que nos oferecem o coração.

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O Amor Não Morre

Letícia Thompson

O amor não morre. Ele se cansa muitas vezes. Ele se refugia em algum recanto da alma tentando se esconder do tédio que mata os relacionamentos.

Não é preciso confundir fadiga com desamor. O amor ama. Quem ama, ama sempre. O que desaparece é a musicalidade do sentimento. A causa? O cotidiano, o fazer as mesmas coisas, o fato de não haver mais mistérios, de não haver mais como surpreender o outro. São as mesmices: mesmos carinhos, mesmas palavras, mesmas horas... o outro já sabe!

Falta magia. Falta o inesperado.

O fato de não se ter mais nada a conquistar mostra o fim do caminho. Nada mais a fazer. Muitas pessoas se acomodam e tentam se concentrar em outras coisas, atividades que muitas vezes não têm nada a ver com relacionamentos. Outras procuram aventuras. Elas querem, a todo custo, se redescobrir vivas; querem reencontrar o que julgam perdido: o prazer da paixão, o susto do coração batendo apressado diante de alguém, o sono perdido em sonhos intermináveis e desejos infindos.

Não é possível uma vida sem amor. Ou com amor adormecido.

Se você ama alguém, desperte o amor que dorme! Vez ou outra, faça algo extraordinário. Faça loucuras, compre flores, ofereça um jantar, ponha um novo perfume...

Não permita que o amor durma enquanto você está acordado sem saber o que fazer da vida. Reconquiste! Acredite: reconquistar é uma tarefa muito mais árdua do que conquistar, pois vai exigir um esforço muito maior. Mas... sabe de uma coisa? Vale a pena! Vale muito a pena!

Boa festa do amor!

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O Amor, Quando Se Revela

Fernando Pessoa

O amor, quando se revela,
Não se sabe revelar.
Sabe bem olhar p'ra ela,
Mas não lhe sabe falar.

Quem quer dizer o que sente
Não sabe o que há-de dizer.
Fala: parece que mente...
Cala: parece esquecer...

Ah, mas se ela adivinhasse,
Se pudesse ouvir o olhar,
E se um olhar lhe bastasse
Pra saber que a estão a amar!

Mas quem sente muito, cala;
Quem quer dizer quanto sente
Fica sem alma nem fala,
Fica só, inteiramente!

Mas se isto puder contar-lhe
O que não lhe ouso contar,
Já não terei que falar-lhe
Porque lhe estou a falar...

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Amor sem Ilusão

Conta-se que um jovem caminhava pelas montanhas nevadas da velha Índia, absorvido em profundos questionamentos sobre o amor, sem poder solucionar suas ansiedades.

Ao longo do caminho, à sua frente, percebeu que vinha em sua direção um velho sábio.

E porque se demorasse em seus pensamentos sem encontrar uma resposta que lhe aquietasse a alma, resolveu pedir ao sábio que o ajudasse.

Aproximou-se e falou com verdadeiro interesse:

— Senhor, desejo encontrar minha amada e construir com ela uma família com bases no verdadeiro amor. Todavia, sempre que me vem à mente uma jovem bela e graciosa e eu a olho com atenção, em meus pensamentos ela vai se transformando rapidamente. Seus cabelos tornam-se alvos como a neve, sua pele rósea e firme fica pálida e se enche de profundos vincos. Seu olharvivaz perde o brilho e parece perder-se no infinito. Sua forma física se modifica acentuadamente e eu me apavoro.

Desejo saber, meu sábio, como é que o amor poderá ser eterno, como falam os poetas?

Nesse mesmo instante aproxima-se de ambos uma jovem envolta em luto, trazendo no rosto expressões de profunda dor. Dirige-se ao sábio e lhe fala com voz embargada:

— Acabo de enterrar o corpo de meu pai que morreu antes de completar 50 anos. Sofro porque nunca poderei ver sua cabeça branca aureolada de conhecimentos.

Seu rosto marcado pelas rugas da experiência, nem seu olhar amadurecido pelas lições da vida. Sofro porque não poderei mais ouvir suas histórias sábias nem contemplar seu sorriso de ternura. Não verei suas mãos enrugadas tomando as minhas com profundo afeto.

Nesse momento o sábio dirigiu-se ao jovem e lhe falou com serenidade:

— Você percebe agora as nuanças do amor sem ilusões, meu jovem?

O amor verdadeiro é eterno porque não se apega ao corpo físico, mas se afeiçoa ao ser imortal que o habita temporariamente. É nesses sentimentos sem ilusões nem fantasias que reside o verdadeiro e eterno amor.

A lição do velho sábio é de grande valia para todos nós que buscamos as belezas da forma física sem observar as grandezas da alma imortal.

O sentimento que valoriza somente as aparências exteriores não é amor, é paixão ilusória.

O amor verdadeiro observa, além da roupagem física que se desgasta e morre, a alma que se aperfeiçoa e a deixa quando chega a hora, para prosseguir vivendo e amando, tanto quanto o permita o seu coração imortal.

Pense nisso!

As flores, por mais belas que sejam, um dia murcham e morrem... Mas o seu perfume permanece no ar e no olfato daqueles que o souberam guardar em frascos adequados.

O corpo humano, por mais belo e cheio de vida que seja, um dia envelhece e morre. Mas as virtudes do espírito que dele se liberta continuam vivas nos sentimentos daqueles que as souberam apreciar e preservar, no frasco do coração.

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O Auto-retrato

Mário Quintana

No auto retrato que me faço
— Traço a traço —
As vezes me pinto nuvem,
As vezes me pinto árvore...

As vezes me pinto coisas
De quem nem há mais lembrança...
Ou coisas que não existem
Mas que um dia existirão...

E desta lida, em que busco
— Pouco a pouco —
Minha eterna semelhança,

No final, que restará?
Um desenho de criança...
Corrigido por um louco!

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O bordado

Quando eu era pequeno, minha mãe costurava muito.

Eu me sentava no chão, brincando perto dela, e sempre lhe perguntava o que ela estava fazendo.

Ela respondia que estava bordando.

Todo dia era a mesma pergunta e a mesma resposta.

Observava seu trabalho de uma posição abaixo de onde ela se encontrava sentada, e repetia:

— Mãe, o que a senhora está fazendo?

Dizia-lhe que, de onde eu olhava, o que ela fazia me parecia muito estranho e confuso.

Era um amontoado de nós e fios de cores diferentes, compridos, curtos, uns grossos e outros finos. Eu não entendia nada.

Ela sorria, olhava para baixo e gentilmente me explicava:

— Filho, saia um pouco para brincar e, quando terminar meu trabalho, eu chamo você, coloco-o sentado em meu colo e deixarei que veja o trabalho da minha posição, está bem?

Mas, com toda aquela curiosidade infantil, eu continuava a me perguntar lá de baixo:

"Por que ela usa alguns fios de cores escuras e outros claros? Por que eles me parecem tão desordenados e embaraçados? Por que estavam cheios de pontas e nós? Por que não tinham ainda uma forma definida? Por que demorava tanto para fazer aquilo?"

Bem mais tarde, quando eu estava brincando no quintal, ela me chamou:

— Filho, venha aqui e sente-se em meu colo; quero lhe mostrar uma coisa.

É claro que fui correndo, louco pra ver a sua "obra" acabada.

Eu sentei no colo dela e me surpreendi ao ver o bordado. Não podia acreditar!

Lá de baixo parecia tão confuso e, agora, vendo de cima, vi uma paisagem maravilhosa! Como podia ser?

Então, minha mãe me disse:

— Filho, vendo de baixo, tudo parecia confuso e desordenado porque você não via que na parte de cima havia um belo desenho. Mas, agora, olhando o bordado da minha posição, você sabe o que eu estava fazendo...

Muitas vezes, ao longo dos anos, tenho olhado para o céu e dito:

— Pai, o que estás fazendo?

Ele parece responder:

— Estou bordando a sua vida, filho.

E eu continuo perguntando:

— Mas está tudo tão confuso, Pai, tudo em desordem... Há muitos nós, fatos ruins que não terminam e coisas boas que passam rápido. Os fios são tão escuros... Por que não são mais brilhantes?

O Pai parece me dizer:

— Meu filho, ocupe-se com seu trabalho, descontraia-se, confie em Mim, e Eu farei bem o meu trabalho. Um dia, colocarei você em meu colo e, então, você vai ver o plano da sua vida da minha posição!

Muitas vezes não entendemos o que está acontecendo em nossas vidas. As coisas são confusas, não se encaixam e parece que nada dá certo. É que estamos vendo o avesso da vida. Do outro lado, Deus está bordando...

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O Brilhante e o Opaco

Millôr Fernandes

O vaga-lume, de vago lume esverdeado, fazia voltas e voltas em torno de si mesmo, no encanto indisfarçável de seu próprio brilho. E, enquanto revoava pela escuridão da mata, de galho em galho dos arbustos, pensava com seus botões (luminosos):

— Sou todo uma esmeralda só, brilhante e viva. Deus, Todo-Poderoso, ao me fazer um inseto noturno e me dar essa luz, evidentemente quis que eu fosse superior a todos os outros insetos, guia e Orientador da mata.

E voava e voava e brilhava e brilhava e pensava e pensava:

— Haverá, em toda a mata, outro como eu? Pois dentro do verde que pisco ainda há outro mistério: ninguém sabe se apago-e-acendo ou se acendo-e-apago.

Voava mais e, descrevendo parábolas de luz por entre as flores, mais se envaidecia na comparação com os outros habitantes da floresta:

— Pobres irmãos inferiores, eu vim para protegê-los das trevas. Vocês, grilos de asas cinzentas e sem brilho, formigas que trabalham e suam sem um instante de luz e fulgor, mariposas que por serem opacas, qualquer luz liquido, míseras lagartas imitadores de acordeões sem som. Aranhas destinadas a serem feias tecelãs de sedas que jamais verão prontas,cupins que perdem as asas e ficam tontos até morrer, oh! Para vocês todos, aqui está minha luz verde. Imitem-me os que puderem, sigam meu brilho maravilhoso os que estiverem perdidos nos caminhos.

E voou mais alto e se comparou às estrelas:

— Sou uma de vocês, irmãs! Pisco no céu, como vocês! Sou a Vésper, a estrela da noite, sou Alba, a estrela da manhã. Faço parte da constelação da selva, vivo, vivo!

Foi descendo de novo quando, súbito sentiu uma lufada de ar que o envolvia, algo pegajoso que o segurava e logo estava fechado numa atmosfera nojenta e escorregadia. Sua luz iluminou um pouco a escuridão intensa e ele viu, em volta, centenas de insetos, apertados uns contra os outros, num cubículo úmido e sujo.

Uma lesma sonolenta, levantou a cabeça e gritou com voz rouca e irritada:

— Idiota, idiota, se não fosse você, com essa mania de iluminação noturna, o sapo-boi jamais teria nos engolido no escuro. Vamos, idiota, apaga essa luz que eu quero dormir!

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Oceanos

Os oceanos são feitos de gotas d'água...

Para ser ouvido, fale,

Para ser compreendido, exponha claramente suas idéias sem jamais abrir mão daquelas que julga fundamentais apenas para que os outros o aceitem.

Acima de tudo, busque o prazer antes do sucesso, a auto-realização antes do dinheiro,

O fazer bem feito antes de pensar em obter qualquer recompensa.

Nenhum reconhecimento externo vai substituir a alegria de poder ser você mesmo.

Para poder recomeçar sempre, perdoe-se pelos fracassos e erros que cometer, aprenda com eles e, a partir deles, programe suas próximas ações.

Nunca se deixe iludir que será possível fazer tudo num dia só ou quando tiver todos os recursos: tal dia nunca virá.

Para se manter motivado, sonhe.

Para realizar, planeje, pensando grande e fazendo pequeno, um pouco a cada dia e todos os dias um pouco,

Porque são pequenas gotas d'água que fazem todo o grande oceano...

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O desafio da montanha

Olhe para o alto e veja sua montanha, A montanha que está aí, dentro de você.

São imensos os desafios: o medo da solidão, A desconfiança, os conflitos, a dúvida, O desconhecido, a insegurança, o compromisso, as tempestades que surgem no horizonte.

Mas em você, bem dentro de você, há forças poderosas que precisam ser despertadas, canalizadas.

Está o divino em forma de entusiasmo, está o humano em forma de ousadia, está a esperança feita de entusiasmo e ousadia.

Olhe para o alto e ouse ser aquilo que você deseja ser.

Olhe para o alto e ouse ser alguém maior do que já foi até agora.

Olhe para o alto e ouse Ter grandes esperanças acreditando poder transformar utopias em sonhos e sonhos em realidade.

Olhe para o alto e ouse fazer de cada desafio um motivo para reforçar em si o espírito de luta, garra e determinação de vencer.

Por isso, avance, esforce-se o mais que puder e, quando chegar ao topo, olhe para baixo, e sentirá a satisfação de ter a montanha a seus pés.

Terá o prazer supremo da conquista e, no coração, terá a alegria imensa de saber que outros o seguirão para escalar outras montanhas.

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Ofendendo-se

As pessoas maduras não se abalam por causa de comentários indelicados de outras pessoas. De vez em quando as pessoas dizem coisas para nos testar e fazem comentários do tipo: "você não trabalha duro!" ou "você come demais!" ou ainda "todo mundo sabe que você casou com ele por dinheiro!". Às vezes, essas coisas são ditas por inveja, mas com freqüência, são ditas para provocar uma reação. Qualquer que seja o motivo, a melhor maneira de lidar com isso é sorrir e, ou não dizer nada, ou concordar com a pessoa.

Assim sendo, da próxima vez que seu vizinho o vir em seu carro novo e disser: "você não trabalha quase nada e, ainda assim, eles lhe pagam uma fortuna!", simplesmente sorria e responda: "não é maravilhoso?". Você não tem de explicar nada sobre suas responsabilidades e sobre o tempo que fica "ralando" no trabalho. Não precisa justificar. Apenas sorria e deixe isso para lá.

Quando a sua cunhada observar coisas do tipo: "você está sempre tirando férias!", concorde com ela.

Diga: "sim, adoro tirar férias!". Se o seu primo disser: "puxa, você deve ter gasto uma nota nessa piscina", sorria e fale: "pode apostar que sim. É que detesto piscinas baratas"!

Não se deixe perturbar. Você não vai ganhar nada discutindo com seu primo, sua cunhada, seu vizinho ou com quem quer que seja. Quando encontrar com pessoas assim, concorde com elas de uma maneira gentilmente natural. Se você começar a tentar se defender, estará frito.

Em poucas palavras: somente pessoas que "pensam pequeno" fazem comentários desagradáveis; e somente pessoas que também "pensam pequeno" se ofendem. Seja alguém que "pensa grande".

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O Fósforo e a Vela

Chegou o dia em que o fósforo disse à vela:

— Eu tenho a tarefa de acender-te.

Assustada a vela respondeu:

— Não, isto não! Se eu estou acesa, então os meus dias estão contados. Ninguém vai mais admirar a minha beleza.

O fósforo perguntou:

— Tu preferes passar a vida inteira, inerte e sozinha, Sem ter experimentado a vida?

— Mas queimar dói e consome as minhas forças, sussurrou a vela insegura e apavorada.

— É verdade, - respondeu o fósforo - Mas é este o segredo da nossa vocação. Nós somos chamados para ser luz! O que eu posso fazer é pouco. Se não te acender, eu perco o sentido da minha vida. Eu existo para acender o fogo. Tu és uma vela: tu existes para iluminar os outros, para aquecer. Tudo o que tu ofereceres através da dor, do sofrimento e Do seu empenho será transformado em luz. Tu não te acabarás consumindo-te pelos outros. Outros passarão o teu fogo adiante. Só quando tu te recusares, então morrerás!

Em seguida, a vela afinou o seu pavio e disse cheia de expectativa:

— Eu te peço, acende-me.

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O Furo no Barco

Um homem foi chamado à praia para pintar um barco.

Trouxe com ele tinta e pincéis, e começou a pintar o barco de um vermelho brilhante, como fora contratado para fazer.

Enquanto pintava, percebeu que a tinta estava passando pelo fundo do barco. Percebeu que havia um vazamento, e decidiu consertá-lo. Quando terminou a pintura, recebeu seu dinheiro e se foi.

No dia seguinte, o proprietário do barco procurou o pintor e presenteou-o com um belo cheque.

O pintor ficou surpreso:

— O senhor já me pagou pela pintura do barco - disse ele.

— Mas isto não é pelo trabalho de pintura. É por ter consertado o vazamento do barco.

— Foi um serviço tão pequeno que não quis cobrar. Certamente, não está me pagando uma quantia tão alta por algo tão insignificante!

— Meu caro amigo, você não compreendeu. Deixe-me contar-lhe o que aconteceu: Quando pedi a você que pintasse o barco, esqueci de mencionar o vazamento. Quando o barco secou, meus filhos o pegaram e saíram para uma pescaria. Eu estava fora de casa naquele momento. Quando voltei e notei que haviam saído com o barco, fiquei desesperado, pois me lembrei que o barco tinha um furo. Imagine meu alívio e alegria quando os vi retornando sãos e salvos. Então, examinei o barco e constatei que você o havia consertado! Percebe, agora, o que fez? Salvou a vida de meus filhos! Jamais terei dinheiro suficiente para pagar-lhe pela sua "pequena" boa ação.

Ajude, ampare, enxugue as lágrimas, conserte os vazamentos, sempre!

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O Futuro

Lourival Lopes Extraído de "Sabedoria todo dia" Transcrição/formatação: Tadeu Artur Cavedem

Não pensem em ter um futuro ruim.

Nunca afirme: "não me é possível ser feliz", "nada de bom pode me acontecer", "o ruim sempre Me aparece" e assim por diante.

Na mente presa ao negativo predominam as imagens de Dificuldade sobre as deprogresso e alegria. Então, afirme:

"tenho forças para tudo vencer, e nada me prejudicará" e "é Fácil as coisas virem até mim".

Quando voltada para a confiança, a calma, a esperança, A mente faz surgir o bem no que vai vir.

Pense positivamente.

O bom futuro é o fruto do bom agir de hoje.

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O Homem é como uma Casa

Apparicio Torelly

O homem é como uma casa. Tal e qual.

Há casas que são uma fachada. Atrás de um belo e suntuoso frontispício, escondem um interior e uns fundos miseráveis.

Em compensação, há homens de aparência rude, de mãos calejadas e rostos cheios de sulcos que, no entanto, ao se lhes penetrar no íntimo, revelam uma alma hospitaleira, repleta de bondade sincera e de celestial tranqüilidade.

Há uns velhotes, baixinhos e atarracados, com o cabelo virado nas pontas que lembram essas mansardas coloniais de telhado de beira, com a sala de visita atulhada de objetos antigos, alguns muito bonitos e bem trabalhados, mas que atualmente, não têm a menor utilidade. Por exemplo: um castiçal de prata para velas de sebo, que ainda não tomou conhecimento da existência do mercado das lâmpadas fluorescentes.

Dois irmãos gêmeos são dois prédios iguais, construídos pelo mesmo arquiteto, com o mesmo material. Um cidadão com mais de dois metros de altura é um arranha-céu, sem elevador.

Um homem doente é uma casa avariada. Um homem com muitas doenças é um hospital.

O barbeiro é uma espécie de jardineiro, encarregado de podar as vegetações que nascem na frente da casa. Há barbas piores do que tiririca ou carrapicho rasteiro.

Um homem, uma casa.

Alguns senhores do interior, parados na avenida, uma aldeia.

Um senhor que tem algumas amizades e as explora familiarmente, é uma casa de pensão.

Um cavalheiro muito amável e muito cortês, mas que assalta sem piedade as pessoas que a ele recorrem, é um hotel de luxo.

Os irmãos siameses são dois prédios contíguos.

Um grão-fino, de flor no peito, é um bangalô, muito bem arranjadinho, com jardim na frente, mas hipotecado até os alicerces.

Há homens palácios.

Há homens taperas.

Há homens residenciais.

O tipo mais simpático, porém, é aquele que nos paga o almoço regado a finos líquidos. Este é o armazém de secos e molhados.

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O homem que não se irritava

Em uma cidade interiorana havia um homem que não se irritava e não discutia com ninguém.

Sempre encontrava saída cordial, não feria a ninguém, nem se aborrecia com as pessoas. Morava em modesta pensão, onde era admirado e querido.

Para testá-lo, um dia seus companheiros combinaram levá-lo à irritação e à discussão numa determinada noite em que o levariam a um jantar.

Trataram todos os detalhes com a garçonete que seria a responsável por atender a mesa reservada para a ocasião. Assim que iniciou o jantar, como entrada foi servida uma saborosa sopa, da qual o homem gostava muito.

A garçonete chegou próximo a ele, pela esquerda, e ele, prontamente, levou seu prato para aquele lado, a fim de facilitar a tarefa de servir.

Mas ela serviu todos os demais, e quando chegou a vez dele, foi para outra mesa.

Ele esperou calmamente e em silêncio, que ela voltasse. Quando ela se aproximou outra vez, agora pela direita, para recolher o prato, ele levou outra vez seu prato na direção da jovem, que novamente se distanciou, ignorando-o.

Após servir todos os demais, passou rente a ele, acintosamente, com a sopeira fumegante, exalando saboroso aroma como quem havia concluído a tarefa e retornou à cozinha.

Naquele momento não se ouvia qualquer ruído. Todos o observavam discretamente, para ver sua reação.

Educadamente ele chamou a garçonete, que se voltou, fingindo impaciência e lhe disse: o que o senhor deseja?

Ao que ele respondeu, naturalmente: a senhora não me serviu a sopa.

Novamente ela retrucou, para provocá-lo, desmentindo-o: servi, sim senhor!

Ele olhou para ela, olhou para o prato vazio e limpo e ficou pensativo por alguns segundos...

Todos pensaram que ele iria brigar... Suspense e silêncio total.

Mas o homem surpreendeu a todos, ponderando tranqüilamente: a senhorita serviu sim, mas eu aceito um pouco mais!

Os amigos, frustrados por não conseguir fazê-lo discutir e se irritar com a moça, terminaram o jantar, convencidos de que nada mais faria com que aquele homem perdesse a compostura.

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O Laço e o Abraço

Maria Beatriz Marinho dos Anjos

Meu Deus! Como é engraçado!

Eu nunca tinha reparado como é curioso um laço.

Uma fita dando voltas? Enrosca-se.

Mas não se embola, vira, revira, circula e pronto: está dado o laço é assim que é o abraço: coração com coração, tudo isso cercado de braço.

É assim que é o laço: um laço no presente, no cabelo, no vestido, em qualquer coisa onde o faço.

E quando puxo uma ponta, o que é que acontece? Vai escorregando devagarzinho, desmancha, desfaz o laço.

Solta o presente, o cabelo, fica solto no vestido.

E na fita, que curioso, não faltou nem um pedaço.

Ah! Então é assim o amor, a amizade. Tudo que é sentimento? Como um pedaço de fita?

Enrosca, segura um pouquinho, mas pode se desfazer a qualquer hora, deixando livre as duas bandas do laço.

Por isso é que se diz: laço afetivo, laço de amizade. E quando alguém briga, então se diz - romperam-se os laços.- e saem as duas partes, iguais meus pedaços de fita, sem perder nenhum pedaço.

Então o amor é isso. Não prende, não escraviza, não aperta, nãosufoca.

Porque quando vira nó, já deixou de ser um laço!

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O lençol sujo

Um casal, recém-casado, mudou-se para um bairro muito tranqüilo.

Na primeira manhã que passavam na casa, enquanto tomavam café, a mulher reparou atráves da janela em uma vizinha que pendurava lençóis no varal e comentou com o marido:

"Que lençóis sujos ela está pendurando no varal!"

"Está precisando de um sabão novo. Se eu tivesse intimidade perguntaria se ela quer que eu a ensine a lavar as roupas!"

O marido observou calado.

Alguns dias depois, novamente, durante o café da manhã, a vizinha pendurava lençóis no varal e a mulher comentou com o marido:

"Nossa vizinha continua pendurando os lençóis sujos! Se eu tivesse intimidade perguntaria se ela quer que eu a ensine a lavar as roupas!"

E assim, a cada dois ou três dias, a mulher repetia seu discurso, enquanto a vizinha pendurava suas roupas no varal.

Passado um tempo a mulher se surpreendeu ao ver os lençóis muito brancos sendo estendidos, e empolgada foi dizer ao marido:

"Veja, ela aprendeu a lavar as roupas, Será que outra vizinha ensinou??? Porque eu não fiz nada."

O marido calmamente respondeu:

"Não, hoje eu levantei mais cedo e lavei os vidros da nossa janela!"

E assim é.

Tudo depende da janela, através da qual observamos os fatos.

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O Maior Presente

O maior presente que o passar dos anos nos traz é a sabedoria e o aprendizado da vida que são um legado que recebemos de presente do tempo para nos anos vindouros usarmos da melhor forma, não nos evitará as dores, mastalvez nos ajude a sentir a dor de uma maneira menos dolorosa, não nos evitará problemas, mas talvez nos ajude a solucioná-los mais rápido, não nos evitará cometer erros, mas talvez a cometê-los com menos freqüência.

Com o passar dos anos o coração passa a pulsar mais lentamente, em parte por estar mais tranqüilo e suave e em parte porque desacelera o ritmo enos permite admirar melhor o que está a passar dentro de nós e a ver através de nossos olhos, as janelas da alma, o que se passa com o mundo a nossa volta.

Funciona mais ou menos como um trem que desliza pelos trilhos de uma ferrovia, a vida é o trem e nós somos passageiros desse trem, os trilhos são os caminhos que temos a percorrer e que fazem parte de nosso destino, ao nascemos o trem sai da estação nos levando consigo e ao sair da estação vai a todo vapor e bem rápido, nós passageiros sentados nesse tremolhamos pela janela a paisagem, mas como ele está muito veloz não somos capazes de perceber os pormenores dela, as árvores passam rápido demais e não podemos contemplá-las, as pessoas a beira de ferrovia passam rápido e não conseguimos vê-las direito e assim acontece com tudo que passa pela janela do trem.

Com o passar dos anos esse trem começa a perder velocidade e as paisagense pessoas que passam por nossa janela estão cada vez mais visíveis e podemos perceber melhor o que se passa ao longo de nossa vida e dos trilhos desse trem.

O nosso trem da vida pode parar em algumas estações e pegar alguns passageiros para viajarem conosco e tornarem nossa viagem menos solitária, esses passageiros podem ser alguns amigos e os amores de nosso coração, mas todos algum dia irão descer em alguma outra estação antes do nossofim da linha.

Quando o trem chega a estação final ele está bem lento e quase parando, você já viu tudo que tinha que ver ou lhe era permitido e quando descermos do trem para encontrar nosso destino derradeiro teremos a certeza que nossa missão foi cumprida e nosso coração já pode parar de bater.

O passar dos anos não nos torna mais velhos e sim menos jovens, a juventude tem a eloqüência e a disposição, as idades mais maduras tem a paciência e a sabedoria, o passar dos anos piora nossa visão, porem já aprendemos a enxergar com os olhos do coração, piora nossa memória, porém sabemos melhor o que esperar de nós mesmos, da vida e das outras pessoas.

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O mais importante

Alberto Becker

Um jovem rei, com um desejo muito grande de conhecer as coisas da vida, do mundo, convocou os sábios e filósofos de seu reino. Eles deveriam anotar e registrar tudo o que considerassem importante sobre a vida. O pedido do rei foi levado muito a sério. Após quarenta anos de muito trabalho e pesquisa, de muita reflexão e anotações, retornaram ao rei, trazendo mil livros, nos quais estava registrado tudo o que consideravam importante para a vida.

O rei, que agora estava com sessenta anos, pediu aos seus sábios que fizessem um resumo do seu trabalho, pois ele não teria mais condições de ler mil livros aos sessenta anos. Após dez anos, os sábios retornaram novamente ao rei, trazendo um resumo das coisas mais importantes da vida em cem livros. Novamente o rei, já mais idoso, reagiu dizendo: Cem livros ainda é demais. Com setenta anos não posso mais ler e refletir sobre as coisas mais importantes da vida.

Deu nova tarefa aos seus sábios e filósofos dizendo: Anotem realmente só o essencial. Realizada a tarefa, voltaram ao rei, mas agora com um único livro. O rei, no entanto, estava à beira da morte. O desejo de conhecer as coisas mais importantes da vida ainda estava bem presente na vida do rei, apesar de sua idade avançada, fraqueza e doença. Pediu então aos sábios e filósofos que resumissem todos estes anos de trabalho, pesquisa e estudo em uma única frase. O rei queria conhecer, antes de morrer, quais as descobertas e conclusões de seus sábios.

O resumo apresentado pelos sábios foi este:

"O ser humano nasce, vive, sofre e morre, e o mais importante na vida e o que sobrevive a tudo é o amor recebido e o amor presenteado".

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O Cirurgião e o Mecânico

Um mecânico está desmontando o cabeçote de uma moto quando vê na oficina um cirurgião cardiologista muito conhecido. Ele está olhando o mecânico trabalhar. O mecânico pára e pergunta:

— Hei, doutor, posso fazer uma pergunta pro senhor?

O cirurgião um tanto surpreso concorda e vai até a moto na qual o mecânico está trabalhando. O mecânico se levanta e começa:

— Doutor, olhe este motor. Eu abro seu coração, tiro válvulas, conserto-as, ponho-as de volta e fecho novamente e, quando eu termino, ele volta a trabalhar como se fosse novo. Por que é, então, que eu ganho tão pouco e o senhor ganha tanto se o nosso trabalho é praticamente o mesmo?

O cirurgião dá um sorriso, se inclina e fala baixinho ao mecânico:

— Tente fazer isso com o motor funcionando!

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O Melhor de Você

Benjamin Franklin

A melhor coisa que você pode dar ao inimigo, é o seu perdão.
Ao adversário, sua tolerância.
Ao amigo, sua atenção
Ao filho, bons exemplos
Ao pai, sua consideração
A mãe, comportamento que a faça sentir orgulhosa.
A todos os homens, caridade.
A você próprio, respeito.

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O Milagre de um Novo Dia

Maria José

Hoje eu me levantei cedo pensando no que tenho para fazer antes que o relógio marque meia noite.

Eu tenho responsabilidades para cumprir hoje.

Eu sou importante.

É minha função escolher que tipo de dia terei hoje.

Hoje eu posso reclamar porque está chovendo ou posso agradecer às águas por lavarem energias pesadas.

Hoje eu posso ficar triste por não ter muito dinheiro ou posso me sentir encorajado para administrar minhas finanças sabiamente, mantendo-me longe de desperdícios.

Hoje eu posso reclamar sobre minha saúde ou posso dar graças a Deus por estar vivo.

Hoje eu posso me queixar dos meus pais por não terem me dado tudo que eu queria quando estava crescendo, ou posso ser grato a eles por terem permitido que eu nascesse.

Hoje eu posso lamentar decepções com amigos ou posso observar oportunidades de ter novas amizades.

Hoje eu posso reclamar por ter que trabalhar ou posso vibrar de alegria por ter um trabalho que me põe ativo.

Hoje eu posso choramingar por ter que ir à escola ou abrir minha mente com entusiasmo para novos conhecimentos.

Hoje eu posso sentir tédio com trabalho doméstico ou posso agradecer a Deus por ter me dado a bênção de um teto que abriga meus pertences, meu corpo e minha alma.

Hoje eu posso olhar para o dia de ontem e lamentar as coisas que não saíram como eu planejei ou posso alegrar-me por ter o dia de hoje para recomeçar.

O dia de hoje está à minha frente esperando para ser o que eu quiser.

E aqui estou eu, o escultor que pode dar-lhe forma.

Depende de mim como será o dia de hoje diante de tudo que encontrarei.

A escolha está em minhas mãos:

Hoje eu posso enxergar minha vida vazia ou posso alegremente receber o Milagre de Um Novo Dia!

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O mistério do abraço

Freundschaft

Dizem os orientais que, quando abraçarmos uma pessoa querida a quem amamos, devemos fazer da seguinte forma: inspirando e expirando três vezes, e aí sua felicidade se multiplicará pelo menos dez vezes.

O efeito terapêutico do abraço é inegável. Diante disso não podemos esperar para abraçarmos a quem queremos bem. Se você estiver sentindo um vazio interior, tente abraçar o seu amigo, deslizando delicadamente a mão sobre as costas dele, para que o possa sentir junto a você.

Nos momentos de dor ou de alegria é que vemos o bem que um grande e demorado abraço nos causa. Pelo abraço, transmitimos emoções, recebemos carinho, trocamos afeto, compartilhamos alegria, amenizamos dores, demonstramos amizade, doamos amor, expressamos nossa humanidade.

É tempo de enlaçarmos nossos braços num terno, profundo e afetuoso abraço!

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O monge e o escorpião

Um Monge e seus discípulos iam por uma estrada. Quando passavam por uma ponte, viram um escorpião sendo arrastado pelas águas. O Monge correu pela margem do rio, meteu-se na água e tomou o bichinho na mão.

Quando o trazia para fora, o bichinho o picou e, devido à dor, o homem deixou-o cair novamente no rio. Foi então à margem do rio, tomou um ramo de árvore, correu adiantando-se à correnteza, entrou, recolheu o escorpião e o salvou.

Ao voltar, o Monge juntou-se aos discípulos na estrada. Eles haviam assistido à cena e o receberam perplexos e sem entender nada. Então perguntaram:

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Um dia de cada vez

Um turista visitou uma catedral onde um artista trabalhava em um mosaico enorme. Uma vasta parede vazia estava à frente do artista e o turista perguntou:

— Você não fica preocupado com todo este espaço que você precisa cobrir? Não se preocupa sobre quando conseguirá terminar?

O artista respondeu simplesmente:

— Eu sei o que posso fazer a cada dia. A cada manhã, marco a área que farei e não me permito preocupar com o espaço que falta. Eu assumo um dia de cada vez e um dia o mosaico estará terminado. Muitos dos grandes obstáculos que atrasam o nosso momento são como esta grande parede. Nós podemos nos preocupar com o enorme quadro que temos que criar. Ou podemos simplesmente começar a enchê-lo com as imagens maravilhosas e únicas - a impressão de nossas vidas - fazendo o melhor que podemos a cada dia que nos é dado. E, no final, teremos montado o melhor quadro.

Onde você começa? O melhor lugar para começar é exatamente onde você está hoje.

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O Mulherão

Este é um texto de Martha Medeiros, colaboradora do jornal gaúcho Zero Hora, a maior cronista brasileira da atualidade e autora de vários livros. Esta belíssima crônica, escrita com a habitual leveza e sensibilidade de Martha, foi lida por Olga Bongiovanni no programa de 8 de março de 2001, Dia Internacional da Mulher.

Peça para um homem descrever um mulherão. Ele imediatamente vai falar no tamanho dos seios, na medida da cintura, no volume dos lábios, nas pernas, bumbum e cor dos olhos. Ou vai dizer que mulherão tem que ser loira, 1,80m, siliconada, sorriso colgate.

Mulherões, dentro desse conceito, não existem muitas: Vera Fischer, Malu Mader, Letícia Spiller, Adriane Galisteu, Lumas e Brunas.

Agora pergunte para uma mulher o que ela considera um mulherão e você vai descobrir que tem uma em cada esquina.

Mulherão é aquela que pega dois ônibus para ir para o trabalho e mais dois para voltar, e quando chega em casa encontra um tanque lotado de roupa e uma família morta de fome.

Mulherão é aquela que vai de madrugada para a fila garantir matrícula na escola e aquela aposentada que passa horas em pé na fila do banco para buscar uma pensão de 100 reais.

Mulherão é a empresária que administra dezenas de funcionários de segunda a sexta, e uma família todos os dias da semana.

Mulherão é quem volta do supermercado segurando várias sacolas depois de ter pesquisado preços e feito malabarismo com o orçamento.

Mulherão é aquela que se depila, que passa cremes, que se maquia, que faz dieta, que malha, que usa salto alto, meia-calça, ajeita o cabelo e se perfuma, mesmo sem nenhum convite para ser capa de revista.

Mulherão é quem leva os filhos na escola, busca os filhos na escola, leva os filhos na natação, busca os filhos na natação, leva os filhos para cama, conta histórias, dá um beijo e apaga a luz.

Mulherão é aquela mãe de adolescente que não dorme enquanto ele não chega, é quem de manhã bem cedo já está de pé, esquentando o leite.

Mulherão é quem leciona em troca de um salário mínimo, é quem faz serviços voluntários, é quem colhe uva, é quem opera pacientes, é quem lava a roupa para fora, é quem bota a mesa, cozinha o feijão e à tarde trabalha atrás de um balcão.

Mulherão é quem cria os filhos sozinha, quem dá expediente de 8 horas e enfrenta menopausa, TPM e menstruação. Mulherão é quem arruma os armários, coloca flores nos vasos, fecha a cortina para o sol não desbotar os móveis, mantém a geladeira cheia e os cinzeiros vazios. Mulherão é quem sabe onde cada coisa está, o que cada filho sente e qual o melhor remédio para azia.

Lumas, Brunas, Carlas, Luanas e Sheilas: mulheres nota 10 no quesito lindas de morrer, mas mulherão é quem mata um leão por dia.

Martha Medeiros (Jornal Zero Hora / RS)

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O Mundo é um Livro

O mundo é um livro, e quem fica sentado em casa lê apenas uma página desse livro.

Santo Agostinho

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O Nó do Afeto

Em uma reunião de pais, numa escola da periferia, a diretora ressaltava o apoio que os pais devem dar aos filhos; pedia-lhes também que se fizessem presentes o máximo de tempo possível... Ela entendia que, embora a maioria dos pais e mães daquela comunidade trabalhassem fora, deveriam achar um tempinho para se dedicar e entender as crianças. Mas a diretora ficou muito surpresa quando um pai se levantou e explicou, com seu jeito humilde, que ele não tinha tempo de falar com o filho, nem de vê-lo, durante a semana, porque, quando ele saía para trabalhar, era muito cedo, e o filho ainda estava dormindo. Quando voltava do serviço, já era muito tarde, e o garoto não estava mais acordado. Explicou, ainda, que tinha de trabalhar assim para prover o sustento da família, mas também contou que isso o deixava angustiado por não ter tempo para o filho e que tentava se redimir, indo beijá-lo todas as noites quando chegava em casa. E, para que o filho soubesse da sua presença, ele dava um nó na ponta do lençol que o cobria. Isso acontecia religiosamente todas as noites quando ia beijá-lo. Quando o filho acordava e via o nó, sabia, através dele, que o pai tinha estado ali e o havia beijado. O nó era o meio de comunicação entre eles. A diretora emocionou-se com aquela singela história e ficou surpresa quando constatou que o filho desse pai era um dos melhores alunos da escola.

O fato nos faz refletir sobre as muitas maneiras de as pessoas se fazerem presentes, de se comunicarem com os outros.Aquele pai encontrou a sua, que era simples, mas eficiente. E o mais importante é que o filho percebia, através do nó afetivo, o que o pai estava lhe dizendo. Por vezes, nos importamos tanto com a forma de dizer as coisas e esquecemos o principal, que é a comunicação através do sentimento; simples gestos como um beijo e um nó na ponta do lençol, valiam, para aquele filho, muito mais do que presentes ou desculpas vazias.É válido que nos preocupemos com as pessoas, mas é importante que elas saibam, que elas sintam isso.

Para que haja a comunicação é preciso que as pessoas "ouçam" a linguagem do nosso coração, pois, em matéria de afeto, os sentimentos sempre falam mais alto que as palavras. É por essa razão que um beijo, revestido do mais puro afeto, cura a dor de cabeça, o arranhão no joelho, o medo do escuro. As pessoas podem não entender o significado de muitas palavras, mas sabem registrar um gesto de amor. Mesmo que esse gesto seja apenas um nó... Um nó cheio de afeto e carinho.

E VOCÊ... JÁ DEU ALGUM NÓ AFETIVO HOJE? ESTE É O MEU NÓ PARA VOCÊ!!!

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O Pior Analfabeto

O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas.

O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política, nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais.

Bertold Brecht

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O piquenique das tartarugas

Uma família de tartarugas decidiu sair para um piquenique. As tartarugas, sendo naturalmente lentas, levaram sete anos para prepararem-se para seu passeio. Finalmente a família de tartarugas saiu de casa para procurar um lugar apropriado. Durante o segundo ano da viagem encontraram um lugar ideal!

Por aproximadamente seis meses limparam a área, desembalaram a cesta de piquenique e terminaram os arranjos. Então descobriram que tinham esquecido o sal. Um piquenique sem sal seria um desastre, todas concordaram. Após uma longa discussão, a tartaruga mais nova foi escolhida para voltar em casa e pegar o sal, pois era a mais rápida das tartarugas. A pequena tartaruga laamentou, chorou, e esperneou.

Concordou em ir mas com uma condição: que ninguém comeria até que ela retornasse. A família consentiu e a pequena tartaruga saiu.

Três anos se passaram e a pequena tartaruga não tinha retornado. Cinco anos... Seis anos... Então, no sétimo ano de sua ausência, a tartaruga mais velha não agüentava mais conter sua fome. Anunciou que ia comer e começou a desembalar um sanduíche.

Nesta hora, a pequena tartaruga saiu de trás de uma árvore e gritou:

Ahhãããããã! Eu sabia que vocês não iam me esperar. Agora que eu não vou mesmo buscar o sal.

Descontando os exageros da estória, na nossa vida as coisas acontecem mais ou menos da mesma forma. Nós desperdiçamos nosso tempo esperando que as pessoas vivam à altura de nossas expectativas. Ficamos tão preocupados com o que os outros estão fazendo, que deixamos de fazer nossas próprias coisas.

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O Poder da Validação

Stephen Kanitz

Todo mundo é inseguro, sem exceção. Os super confiantes simplesmente disfarçam melhor. Não escapam pais, professores, chefes, nem colegas de trabalho. Afinal, ninguém é de ferro. Paulo Autran treme nas bases nos primeiros minutos de cada apresentação, mesmo que a peça já tenha sido encenada 500 vezes. Só depois da primeira risada, da primeira reação do público, é que o ator relaxa e parte tranqüilo para o resto do espetáculo.

Eu, para ser absolutamente sincero, fico inseguro a cada artigo que escrevo e corro desesperado para ver os primeiros e-mails que chegam.

Insegurança é o problema humano número 1. O mundo seria muito menos neurótico, louco e agitado se fôssemos todos um pouco menos inseguros.

Segurança não depende da gente, depende dos outros.

Está totalmente fora do nosso controle. Por isso segurança nunca é conquistada definitivamente, ela é sempre temporária, efêmera. Segurança depende de um processo que chamo de "validação", embora para os estatísticos o significado seja outro.

Validação estatística significa certificar-se de que um dado ou informação é verdadeiro, mas eu uso esse termo para seres humanos. Validar alguém seria confirmar que essa pessoa existe, que ela é real, verdadeira, que ela tem valor. Todos nós precisamos ser validados pelos outros, constantemente.

Alguém tem de dizer que você é bonito ou bonita, por mais bonito ou bonita que você seja. O autoconhecimento, tão decantado por filósofos, não resolve o problema. Ninguém pode autovalidar-se, por definição. Validar o outro significa confirmá-lo, como dizer: "Você tem significado para mim". Validar é o que um namorado ou namorada faz quando lhe diz: "Amo você!".

Quem cunhou a frase "Por trás de um grande homem existe uma grande mulher" (e vice-versa) provavelmente estava pensando nesse poder de validação que só uma companheira amorosa e presente no dia-a-dia poderá dar.

Um simples olhar, um sorriso, um singelo elogio são suficientes para você validar todo mundo. Estamos tão preocupados com a própria insegurança que não temos tempo para sair validando os outros.

ESTAMOS TÃO PREOCUPADOS EM MOSTRAR QUE SOMOS O "MÁXIMO" que esquecemos de dizer aos nossos amigos, filhos e cônjuges que o "MÁXIMO" são ELES.

Por falta de validação, criamos um mundo consumista, onde se valoriza o "ter" e não o "ser".

Por falta de validação, criamos um mundo onde todos querem mostrar-se ou dominar os outros em busca de poder. Validação permite que pessoas sejam aceitas pelo que realmente são e não pelo que gostaríamos que fossem.

Mas, justamente graças à validação, elas começarão a acreditar em si mesmas e crescerão para ser o que queremos.

Se quisermos tornar o mundo menos inseguro e melhor, precisaremos treinar e exercitar uma nova competência: validar alguém todo dia. Um elogio certo, um sorriso, os parabéns na hora certa, uma salva de palmas, um beijo, um dedão polegar para cima, um "valeu cara, valeu".

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Oração das Mães

Senhor, fazei que eu me lembre mais das minhas responsabilidades do que dos meus privilégios.

Que eu saiba amar meus filhos sem intenção alguma de possuí-los.

Que eu conquiste o respeito dos meus filhos em lugar de exigi-lo.

Que eu seja compassiva e compreensiva ante os defeitos deles, sendo forte também em corrigi-los, não tendo nunca amor de "vista grossa" o triste falso amor que sabe apenas fazer todas as vontades das crianças.

Que eu tente projetar no coração de meus filhos a vossa imagem de Pai e que a minha imagem de mãe seja um reflexo de vossa imagem de Pai.

Que eu os faça crescer, estes meus filhos, bem mais por dentro do que por fora.

Que eu saiba dialogar bem mais do que ensinar.

Que a fertilidade do meu ventre não seja maior do que a sublime fecundidade da minha alma de mãe.

E que esta alma de mãe seja uma cópia do vosso grande coração de Pai.

Amém.

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O Rei e Suas Quatro Esposas

Era uma vez, um rei que tinha quatro esposas.

Ele amava demais a quarta esposa, e vivia lhe dando lindos presentes, jóias e roupas caras. Ele lhe dava de tudo e sempre do melhor.

Ele também amava muito sua terceira esposa e gostava de exibi-la aos reinados vizinhos. Contudo, ele tinha medo que um dia, ela o deixasse por outro rei.

Ele também amava sua segunda esposa. Ela era sua confidente e estava sempre pronta para ele, com amabilidade e paciência. Sempre que o rei tinha que enfrentar um problema, ele confiava nela para atravessar esses tempos de dificuldade.

A primeira esposa era uma parceira muito leal e fazia tudo que estava ao seu alcance para manter o rei muito rico e poderoso, ele e o reino. Mas, ele não amava a primeira esposa, e apesar dela o amar profundamente, ele mal tomava conhecimento dela.

Um dia, o rei caiu doente e percebeu que seu fim estava próximo. Ele pensou em toda a luxúria da sua vida e ponderou:

"É, agora eu tenho quatro esposas comigo, mas quando eu morrer, com quantas poderei contar?" - Então, ele perguntou à quarta esposa:

— Eu te amei tanto, querida, te cobri das mais finas roupas e jóias. Mostrei o quanto eu te amava cuidando bem de você. Agora que eu estou morrendo, você é capaz de morrer comigo, para não me deixar sozinho?

— De jeito nenhum! - Respondeu a quarta esposa, e saiu do quarto sem sequer olhar para trás.

A resposta que ela deu cortou o coração do rei como se fosse uma faca afiada.

Tristemente, o rei então perguntou para a terceira esposa:

— Eu também te amei tanto a vida inteira. Agora que eu estou morrendo, você é capaz de morrer comigo, para não me deixar sozinho?

— Não! Respondeu a terceira esposa. A vida é boa demais! Quando você morrer, eu vou é casar de novo.

O coração do rei sangrou e gelou de tanta dor. Ele perguntou então à segunda esposa:

— Eu sempre recorri a você quando precisei de ajuda, e você sempre esteve ao meu lado. Quando eu morrer, você será capaz de morrer comigo,para me fazer companhia?

— Sinto muito, mas desta vez eu não posso fazer o que você me pede! - Respondeu a segunda esposa. O máximo que eu posso fazer é enterrar você!

Essa resposta veio como um trovão na cabeça do rei, e mais uma vez ele ficou arrasado. Daí, então, uma voz se fez ouvir:

— Eu partirei com você e o seguirei por onde você for.

O rei levantou os olhos e lá estava a sua primeira esposa, tão magrinha, tão mal nutrida, tão sofrida. Com o coração partido, o rei falou:

— Eu deveria ter cuidado muito melhor de você enquanto eu ainda podia.

Na verdade, nós todos temos quatro esposas nas nossas vidas. Nossa quarta esposa é o nosso corpo. Apesar de todos os esforços que fazemos para mantê-lo saudável e bonito, ele nos deixará quando morrermos. Nossa terceira esposa é a nossa posse, as nossas propriedades, as nossas riquezas. Quando morremos, tudo isso vai para os outros. Nossa segunda esposa é nossa família e nossos amigos. Apesar de nos amarem muito e estarem sempre nos apoiando, o máximo que eles podem fazer é nos enterrar. E nossa primeira esposa é a nossa alma, muitas vezes deixada de lado por perseguirmos, durante a vida toda, a riqueza, o poder e os prazeres do nosso ego. Apesar de tudo, nossa alma é a única coisa que sempre irá conosco, não importa aonde formos.

Então, cultive, fortaleça, bendiga, enobreça sua alma agora! É o maior presente que você pode dar ao mundo e a si mesmo. Deixe-a brilhar!

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Os Ipês

Thoureau, que amava muito a natureza, escreveu que se um homem resolver viver nas matas para gozar o mistério da vida selvagem será considerado pessoa estranha ou talvez louca. Se, ao contrário, se puser a cortar as árvores para transformá-las em dinheiro (muito embora vá deixando a desolação por onde passe), será tido como homem trabalhador e responsável. Lembro-me disso todas as manhãs, pois na minha caminhada para o trabalho passo por um ipê rosa florido. A beleza é tão grande que fico ali parado, olhando sua copa contra o céu azul. E imagino que os outros, encerrados em suas pequenas bolhas metálicas rodantes, em busca de um destino, devem imaginar que não funciono bem.

Gosto dos ipês de forma especial. Questão de afinidade.

Alegram-se em fazer as coisas ao contrário. As outras árvores fazem o que é normal - abrem-se para o amor na primavera, quando o clima é ameno e o verão está prá chegar, com seu calor e chuvas. O ipê faz amor justo quando o inverno chega, e a sua copa florida é uma despudorada e triunfante exaltação do cio.

Conheci os ipês na minha infância, em minas, os pastos queimados pela geada, a poeira subindo das estradas secas e, no meio dos campos, os ipês solitários, colorindo o inverno de alegria. O tempo era diferente, moroso como as vacas que voltam em fim de tarde. As coisas andavam ao ritmo da própria vida, nos seus giros naturais. Mas agora, de repente, esta árvore de outros espaços irrompe no meio do asfalto, interrompe o tempo urbano de semáforos, buzinas e ultrapassagens, e eu tenho de parar ante esta aparição do outro mundo. Como aconteceu com moisés, que pastoreava os rebanhos do sogro, e viu um arbusto pegando fogo, sem se consumir. Ao se aproximar para ver melhor, ouviu uma voz que dizia: "tira as sandálias dos teus pés, pois a terra em que pisas é santa". Acho que não foi sarça ardente. Deve ter sido um ipê florido.

De fato, algo arde, sem queimar, não na árvore, mas na alma. E concluo que o escritor sagrado estava certo. Também eu acho sacrilégio chegar perto e pisar as milhares de flores caídas, tão lindas, agonizantes, tendo já cumprido sua vocação de amor.

Mas sei que o espaço urbano pensa diferente. O que é milagre para alguns é canseira para a vassoura de outros. Melhor o cimento limpo que a copa colorida. Lembro-me de um pé de ipê, indefeso, com sua casca cortada a toda volta. Meses depois, estava morto, seco. Mas não importa.

O ritual de amor no inverno espalhará sementes pela terra e a vida triunfará sobre a morte, o verde arrebentará o asfalto. A despeito de toda a nossa loucura, os ipês continuam fiéis à sua vocação de beleza, e nos esperarão tranqüilos. Ainda haverá de vir um tempo em que os homens e a natureza conviverão em harmonia.

Agora são os ipês rosa. Depois virão os amarelos. Por fim, os brancos.

Cada um dizendo uma coisa diferente. Três partes de uma brincadeira musical, que certamente teria sido composta por vivaldi ou mozart, se tivessem vivido aqui.

Primeiro movimento, "ipê rosa", andante tranqüilo, como o coral de bach que descreve as ovelhas pastando. Ouve-se o som rural do órgão.

Segundo movimento, "ipê amarelo", rondo vivace, em que os metais, cores parecidas com as do ipê, fazem soar a exuberância da vida.

Terceiro movimento, "ipê branco", moderato, em que os violoncelos falam de paz e esperança. Penso que os ipês são uma metáfora do que poderíamos ser. Seria bom se pudéssemos nos abrir para o amor no inverno...

Corra o risco de ser considerado louco: vá visitar os ipês.

E diga-lhes que eles tornam o seu mundo mais belo. Eles nem o ouvirão e não responderão. Estão muito ocupados com o tempo de amar, que é tão curto. Quem sabe acontecerá com você o que aconteceu com moisés, e sentirá que ali resplandece a glória divina...

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Os Macados

Rubem Alves

Vou contar para vocês uma estória. Não importa se verdadeira ou imaginada. Por vezes, para ver a verdade, é preciso sair do mundo da realidadee entrar no mundo da fantasia... Um grupo de psicólogos se dispôs a fazer uma experiência com macacos. Colocaram cinco macacos dentro de uma jaula. No meio da jaula, uma mesa. Em cima da mesa, pendendo do teto, um cacho de bananas.

Os macacos gostam de bananas. Viram a mesa. Perceberam que, subindo na mesa, alcançariam as bananas. Um dos macacos subiu na mesa para apanhar uma banana. Mas os psicólogos estavam preparados para tal eventualidade: com uma mangueira deram um banho de água fria nele. O macaco que estava sobre a mesa, ensopado, desistiu provisoriamente do seu projeto.

Passados alguns minutos, voltou o desejo de comer bananas. Outro macaco resolveu comer bananas. Mas, ao subir na mesa, outro banho de água fria. Depois de o banho se repetir por quatro vezes, os macacos concluíram que havia uma relação causal entre subir na mesa e o banho de água fria. Como o medo da água fria era maior que o desejo de comer bananas, resolveram que o macaco que tentasse subir na mesa levaria uma surra. Quando um macaco subia na mesa, antes do banho de água fria, os outros lhe aplicavam a surra merecida.

Aí os psicólogos retiraram da jaula um macaco e colocaram no seu lugar um outro macaco que nada sabia dos banhos de água fria. Ele se comportou como qualquer macaco. Foi subir na mesa para comer as bananas. Mas, antes que o fizesse, os outros quatro lhe aplicaram a surra prescrita. Sem nada entender e passada a dor da surra, voltou a querer comer a banana e subiu na mesa. Nova surra. Depois da quarta surra, ele concluiu: nessa jaula, macaco que sobe na mesa apanha. Adotou, então, a sabedoria cristalizada pelos políticos humanos que diz: se você não pode derrotá-los, junte-se a eles.

Os psicólogos retiraram então um outro macaco e o substituíram por outro. A mesma coisa aconteceu. Os três macacos originais mais o último macaco, que nada sabia da origem e função da surra, lhe aplicaram a sovade praxe. Este último macaco também aprendeu que, naquela jaula, quem subia na mesa apanhava.

E assim continuaram os psicólogos a substituir os macacos originais por macacos novos, até que na jaula só ficaram macacos que nada sabiam sobre o banho de água fria. Mas, a despeito disso, eles continuavam a surrar os macacos que subiam na mesa.

Se perguntássemos aos macacos a razão das surras, eles responderiam: é assim porque é assim. Nessa jaula, macaco que sobe na mesa apanha... Haviam se esquecido completamente das bananas e nada sabiam sobre os banhos. Só pensavam na mesa proibida.

Vamos brincar de "fazer de conta". Imaginemos que as escolas sejam as jaulas e que nós estejamos dentro delas... Por favor, não se ofenda, é só faz-de-conta, fantasia, para ajudar o pensamento. Nosso desejo original é comer bananas. Mas já nos esquecemos delas. Há, nas escolas, uma infinidade de coisas e procedimentos cristalizados pela rotina, pela burocracia, pelas repetições, pelos melhoramentos. À semelhança dos macacos, aprendemos que é assim que são as escolas. E nem fazemos perguntas sobre o sentido daquelas coisas e procedimentos para a educação das crianças. Vou dar alguns exemplos.

Primeiro, a arquitetura das escolas. Todas as escolas têm corredores e salas de aula. As salas servem para separar as crianças em grupos, segregando-as umas das outras. Por que é assim? Tem de ser assim? Haverá uma outra forma de organizar o espaço, que permita interação e cooperação entre crianças de idades diferentes, tal como acontece na vida? A escola não deveria imitar a vida?

Programas. Um programa é uma organização de saberes numa determinada sequência. Quem determinou que esses são os saberes e que eles devem ser aprendidos na ordem prescrita? Que uso fazem as crianças desses saberes na sua vida de cada dia? As crianças escolheriam esses saberes? Os programas servem igualmente para crianças que vivem nas praias de Alagoas, nas favelas das cidades, nas montanhas de Minas, nas florestas da Amazônia, nas cidadezinhas do interior?

Os programas são dados em unidades de tempo chamadas "aulas". As aulas têm horários definidos. Ao final, toca-se uma campainha. A criança tem de parar de pensar o que estava pensando e passar a pensar o que o programa diz que deve ser pensado naquele tempo. O pensamento obedece às ordens das campainhas? Por que é necessário que todas as crianças pensem as mesmas coisas, na mesma hora, no mesmo ritmo? As crianças são todas iguais? O objetivo da escola é fazer com que as crianças sejam todas iguais?

A questão é fazer as perguntas fundamentais: por que é assim? Para que serve isso? Poderia ser de outra forma? Temo que, como os macacos, concentrados no cuidado com a mesa, acabemos por nos esquecer das bananas...

Rubem Alves, 65, é educador e escritor

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Os porcos-espinho

Durante a era glacial, muitos animais morriam por causa do frio.

Os porcos espinhos, percebendo esta situação, resolveram se juntar em grupos, assim se agasalhariam e se protegeriam mutuamente.

Mas os espinhos de cada um feriam os companheiros mais próximos, justamente os que forneciam calor. E, por isso, eles tornaram a se afastar uns dos outros, voltando assim a morrer congelados.

Precisavam fazer uma escolha urgentemente. Desapareceriam também da face da terra morrendo todos congelados, ou aceitavam os espinhos de seus semelhantes?

Com sabedoria, decidiram voltar e ficar juntos. Aprenderam assim, a conviver com as pequenas feridas que uma relação muito próxima podia causar, já que o mais importante era o calor um do outro.

Sobreviveram...

O melhor relacionamento não é aquele que reúne membros perfeitos, mas aquele onde cada um aceita os defeitos do outro e consegue perdão pelos próprios defeitos.

"Aqueles que nos são mais próximos são os que mais machucamos."

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Os Quatro Elementos

Autor desconhecido

E disse o mestre:

— Seja terra - a terra recebe os dejetos de homens e animais, e não é perturbada por isto; muito pelo contrário, transforma as impurezas em adubo, e fertiliza o campo.

— Seja água - a água limpa a si mesma, e limpa tudo aquilo que toca. Seja água em torrente.

— Seja fogo - o fogo faz a madeira podre transformar-se em luz e calor. Seja o fogo que queima e purifica.

— Seja vento - o vento espalha as sementes sobre a terra, faz o fogo arder com mais brilho, empurra as nuvens para que a água caia sobre todos os homens.

Se você tiver a paciência da terra, a pureza da água, a força do fogo, e a justiça do vento, você está livre.

M a r t h a
martha carrer cruz gabriel
www.martha.com.br
www.ociocriativo.com.br

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Uma ostra que não foi ferida não produz pérolas

Pérolas são produtos da dor, resultados da entrada de uma substância estranha ou indesejável no interior da ostra, como um parasita ou um grão de areia.

Na parte interna da concha é encontrada uma substância lustrosa chamada nácar.

Quando o grão de areia penetra as células do nácar, começam a trabalhar e cobrir o grão com camadas para proteger o corpo indefeso da ostra.

Como resultado, uma linda pérola vai se formando ali no seu interior.

Uma ostra que não foi ferida, nunca vai produzir pérolas, pois a pérola é uma ferida cicatrizada.

Você já se sentiu ferido pelas palavras rudes de alguém?

Já foi acusado de ter dito coisas que não disse?

Suas idéias já foram rejeitadas ou mal interpretadas?

Já sentiu duros golpes de preconceito?

Já recebeu o troco da indiferença?

Então, produziu uma pérola.

Cubra suas mágoas com várias camadas de amor.

Infelizmente, são poucas as pessoas que se interessam por esse tipo de sentimento.

A maioria aprende apenas a cultivar ressentimentos, deixando as feridas abertas alimentando-as com de sentimentos pequenos, não permitindo que cicatrizem.

Assim, na prática, o que vemos são muitas "ostras vazias" não por que não tenham sido feridas, mas porque não souberam perdoar, compreender e transformar a dor em amor.

Fabrique pérolas você também!

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Os Versos que te Dou

J. G. De Araújo Jorge

Ouve estes versos que te dou, eu os fiz
Hoje que sinto o coração contente
Enquanto o teu amor for meu somente,
Eu farei versos... e serei feliz...

E hei de fazê-los pela vida afora
Versos de sonho e amor, e hei depois
Relembrar o passado de nós dois...
... esse passado que começa agora...

Estes versos repletos de ternura
São versos meus, mas que são teus, também...
Sozinha, hás de escutá-los sem ninguém
Que possa perturbar nossa ventura...

Quando o tempo branquear os teus cabelos
Hás de um dia, mais tarde, revivê-los,
Nas lembranças que a vida não desfez...

E ao lê-los... com saudade em tua dor...
Hás de rever, chorando, o nosso amor,
Hás de lembrar, também, de quem os fez...

Se nesse tempo eu já tiver partido
E outros versos quiseres, teu pedido
Deixa ao lado da cruz para onde eu vou...

Quando lá, novamente, então tu fores,
Podes colher do chão todas as flores
Pois são versos de amor que ainda te dou.

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O Tempo

Para os erros, o perdão. Para os fracassos, uma nova chance. Para um amor impossível, o tempo

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Ouça, por favor

Quando peço para você me ouvir e você começa a me dar conselhos, não está fazendo o que eu pedi.

Quando peço para você me ouvir e você começa a me dizer por que eu não deveria me sentir assim, está ferindo meus sentimentos.

Quando peço para você me ouvir e você acha que precisa fazer alguma coisa para resolver o meu problema, você não me ajudou, por mais estranho que pareça.

Não fale nem faça - apenas ouça.

Conselhos são baratos. Com pouco dinheiro, você compra uma revista, um jornal ou um livro cheios de conselhos. E isso eu posso fazer por conta própria. Não sou incapaz.

Talvez me desanime e hesite com frequência, mas não sou incapaz.

Quando você faz por mim alguma coisa que eu posso e preciso fazer por conta própria, você contribui para o meu medo e a minha insegurança.

Mas, quando você aceita como um fato natural que eu sinta o que sinto, por mais irracional que seja, aí eu não preciso me preocupar em convencer você e posso entender o que está por trás desse sentimento irracional.

E, quando isso estiver claro, as respostas serão óbvias e não precisarei de conselhos.

Sentimentos irracionais fazem sentido quando entendemos o que está por trás deles.

Talvez seja por isso que rezar funciona às vezes para algumas pessoas - porque Deus é mudo e não dá conselhos, nem tenta consertar as coisas. Deus apenas ouve e deixa você descobrir as coisas por conta própria.

Então, por favor, apenas ouça, apenas ouça.

E se quiser falar, espere um pouco a sua vez - e eu ouvirei você.

Histórias para aquecer o coração dos adolescentes

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Ouvir Estrelas

Olavo Bilac

Ora, direis ouvir estrelas! Certo
Perdeste o senso!" E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouví-las, muitas vezes desperto
E abro as janelas, pálido de espanto...

E conversamos toda a noite, enquanto
A via Láctea, como um pálio aberto,
Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.

Direis agora! "Tresloucado amigo!
Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizem, quando estão contigo?"

E eu vos direi: "Amai para entendê-las:
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas".

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Ouvir: Escutar Atentamente

Norm Anderson

Ouvir é "fazer um esforço consciente para escutar." É "prestar atenção" a uma outra pessoa.

Ouvir é fundamental para uma boa comunicação e parte vital do relacionamento íntimo. Inclui prestar atenção a mensagens que são enviadas através de uma variedade de meios.

Ouvir é importante porque torna a comunicação possível e esta é essencial para o desenvolvimento de relacionamentos. Assim, ouvir é algo de grande importância. Quando alguém envia mensagens sem que haja alguém para lhes dar atenção e fazer um esforço para recebê-las, a comunicação não acontece.

Há outra grande razão para que o ouvir seja tão importante: nós aprendemos quando ouvimos. Quando as pessoas deixam de ouvir umas às outras, raramente os relacionamentos se desenvolvem. Os mal-entendidos são freqüentes, o trabalho em equipe é deficiente e os erros são comuns. As pessoas podem estar tão concentradas em enviar mensagens que dedicam pouco ou nenhum tempo para ouvir as mensagens que estão sendo emitidas pelos outros. A insensibilidade em relação aos outros é freqüente e as pessoas, não raro, se distanciam emocionalmente.

Quando o ouvir é deficiente, é virtualmente impossível que as pessoas se conheçam e compreendam umas às outras. Ao contrário, elas se sentem ignoradas, como se os pensamentos que expressam não sejam importantes o bastante para que alguém lhes preste a devida atenção. As pessoas se sentem sozinhas ou isoladas. A frustração torna-se comum e cresce o nível de estresse. As pessoas querem se expressar, compartilhar suas idéias com outras. Elas querem e necessitam ser ouvidas.

Isto nos faz voltar à necessidade de atenção, o chamado respeito. Ouvir também é uma forma de cuidado, quando alguém dedica tempo para ouvir, demonstra que se importa.

Resultados do estímulo de ouvir: as pessoas se sentem importantes. A comunicação positiva aumenta. Nós aprendemos. Cresce o entendimento interpessoal. O trabalho em equipe melhora, Diminuem os erros e enganos.

"Sejam todos prontos para ouvir, tardios para falar e tardios para irar-se." - Tiago 1.19

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Paganini

Era uma vez um grande violinista chamado Paganini. Alguns diziam que ele era muito estranho. Outros, que era sobrenatural. As notas mágicas que saiam de seu violino tinham um som diferente, por isso ninguém queria perder a oportunidade de ver seu espetáculo.

Numa certa noite, o palco de um auditório repleto de admiradores estava preparado para recebê-lo. A orquestra entrou e foi aplaudida. O maestro foi ovacionado. Mas quando a figura de Paganini surgiu, triunfante, o público delirou. Paganini coloca seu violino no ombro e o que se assiste a seguir é indescritível.

Breves e semibreves, fusas e semifusas, colcheias e semicolcheias parecem ter asas e voar com o toque daqueles dedos encantados.

De repente, um som estranho interrompe o devaneio da platéia. Uma das cordas do violino de Paganini arrebenta. O maestro parou. A orquestra parou. O público parou. Mas Paganini não parou.

Olhando para sua partitura, ele continua a tirar sons deliciosos de um violino com problemas.

O maestro e a orquestra, empolgados, voltam a tocar.

Mal o público se acalmou quando, de repente, um outro som perturbador derruba a atenção dos assistentes. Uma outra corda do violino de Paganini se rompe. O maestro parou de novo. A orquestra parou de novo. Paganini não parou.

Como se nada tivesse acontecido, ele esqueceu as dificuldades e avançou tirando sons do impossível. O maestro e a orquestra, impressionados voltam a tocar. Mas o público não poderia imaginar o que iria acontecer a seguir. Todas as pessoas, pasmas, gritaram oohhh! Que ecoou pela abobadilha daquele auditório. Uma terceira corda do violino de Paganini se quebra.

O maestro pára. A orquestra pára. A respiração do público pára.Mas Paganini não pára.

Como se fosse um contorcionista musical, ele tira todos os sons da única corda que sobrara daquele violino destruído. Nenhuma nota foi esquecida. O maestro empolgado se anima. A orquestra se motiva.

O público parte do silêncio para a euforia, da inércia para o delírio. Paganini atinge a glória. Seu nome corre através do tempo.

Ele não é apenas um violinista genial. É o símbolo do profissional que continua diante do impossível.

Não importa o tipo de problemas que você está tendo. Pode ser problema pessoal, conjugal, familiar, qualquer coisa que esteja afetando a sua auto-estima ou seu desempenho profissional. Tenha certeza de uma coisa: nem tudo está perdido. Ainda existe uma corda e é tocando nela que você exercerá seu talento. Tocando nela é que você irá vibrar.

Aprenda a aceitar que a vida sempre lhe deixará uma última corda. Quando sentir desânimo, nunca desista. Ainda existirá a corda da persistência inteligente, do "tentar mais uma vez ", do dar um passo a mais com um enfoque novo. Desperte o Paganini que existe dentro de você e avance para vencer. Vitória é a arte de você continuar, onde os outros resolvem parar.

Quando tudo parece ruir, dê uma chance a você e vá em frente. Toque na corda da motivação e tire sons de resultados positivos. Mas antes pergunte: quem motiva o motivador? Isto é: quem motiva seu cérebro, que motiva sua mão, que toca seu violino?

Não se frustre, não se desespere... lembre-se: ainda existe a última corda: a do aprender de novo para deslumbrar e gerar soluções. Nunca a vida lhe quebrará todas as cordas. Se os resultados estão mal, é a sua oportunidade de tocar a última corda, a da imaginação que reinventa o futuro com inovação contínua.

É sempre a corda esquecida que lhe dará o maior resultado.

Mas, se por acaso, você se sentir no "fundo do poço", esta é a sua chance de tocar na melhor corda do universo: Deus.

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Paciência e Perseverança

Paciência e perseverança tem o efeito mágico de fazer as dificuldades desaparecerem e os obstáculos sumirem.

John Quincy Adams

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Paixões

Voltaire

As paixões são como ventanias que enfurnam as velas dos navios,
Fazendo-os navegar;
outras vezes podem fazê-los naufragar,
mas se não Fossem elas,
não haveria viagens nem aventuras nem novas descobertas.

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Para combater a contrariedade

Extraído de Cem Impulsos Positivos Para Viver Melhor, de Eduardo Criado

O Dr. John Sain Schindler recomenda um método fácil e simples de ser usado, ainda que provoque risos em alguém. Diz ele:

"Sempre que enfrentar uma irritação que lhe bate à porta, experimente a estratégia de formar o circulo mágico com o indicador e o polegar e, pondo-o à sua frente, diga: para o diabo que o carregue. Não permitirei que isso me aflija."

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Para você estar passando adiante

Ricardo Freire

Este artigo foi feito especialmente para que você possa estar recortando e possa estar deixando discretamente sobre a mesa de alguém que não consiga estar falando sem estar espalhando essa praga terrível da comunicação moderna, o gerundismo.

Você pode também estar passando por fax, estar mandando pelo correio ou estar enviando pela Internet.

O importante é estar garantindo que a pessoa em questão vá estar recebendo esta mensagem, de modo que ela possa estar lendo e, quem sabe, consiga até mesmo estar se dando conta da maneira como tudo o que ela costuma estar falando deve estar soando nos ouvidos de quem precisa estar escutando.

Sinta-se livre para estar fazendo tantas cópias quantas você vá estar achando necessárias, de modo a estar atingindo o maior número de pessoas infectadas por esta epidemia de transmissão oral. Mais do que estar repreendendo ou estar caçoando, o objetivo deste movimento é estar fazendo com que esteja caindo a ficha nas pessoas que costumam estar falando desse jeito sem estar percebendo. Nós temos que estar nos unindo para estar mostrando a nossos interlocutores que, sim!, pode estar existindo uma maneira de estar aprendendo a estar parando de estar falando desse jeito. Até porque, caso contrário, todos nós vamos estar sendo obrigados a estar emigrando para algum lugar onde não vão estar nos obrigando a estar ouvindo frases assim o dia inteirinho.

Sinceramente: nossa paciência está estando a ponto de estar estourando. O próximo "Eu vou estar transferindo a sua ligação" que eu vá estar ouvindo pode estar provocando alguma reação violenta da minha parte. Eu não vou estar me responsabilizando pelos meus atos.

As pessoas precisam estar entendendo a maneira como esse vício maldito conseguiu estar entrando na linguagem do dia-a-dia. Tudo começou a estar acontecendo quando alguém precisou estar traduzindo manuais de atendimento por telemarketing. Daí a estar pensando que "We'll be sending it tomorrow" possa estar tendo o mesmo significado que "Nós vamos estar mandando isso amanhã" acabou por estar sendo só um passo.

Pouco a pouco a coisa deixou de estar acontecendo apenas no âmbito dos atendentes de telemarketing para estar ganhando os escritórios. Todo mundo passou a estar marcando reuniões, a estar considerando pedidos e a estar retornando ligações.

A gravidade da situação só começou a estar se evidenciando quando o diálogo mais coloquial demonstrou estar sendo invadido inapelavelmente pelo gerundismo. A primeira pessoa que inventou de estar falando "Eu vou tá pensando no seu caso" sem querer acabou por estar escancarando uma porta para essa infelicidade lingüística estar se instalando nas ruas e estar entrando em nossas vidas. Você certamente já deve ter estado estando a estar ouvindo coisas como "O que cê vai tá fazendo domingo?", ou "Quando que cê vai tá viajando pra praia?", ou "Me espera, que eu vou tá te ligando assim que eu chegar em casa".

Caramba! O que a gente pode tá fazendo pra que as pessoas tejam entendendo o que esse negócio pode tá provocando no cérebro das novas gerações? A única solução vai estar sendo submeter o gerundismo à mesma campanha de desmoralização à qual precisaram estar sendo expostos seus coleguinhas contagiosos, como o "a nível de", o "enquanto", o "pra se ter uma idéia" e outros menos votados.

A nível de linguagem, enquanto pessoa, o que você acha de tá insistindo em tá falando desse jeito?

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Pedro e seu machado

Pedro, um lenhador, após um grande trabalho em uma área de desmatamento, se viu desempregado. Após tanto tempo cortando árvores, entrou no corte! A madeireira precisou reduzir custos...

Saiu, então, à procura de nova oportunidade de trabalho. Seu tipo físico, porém, muito franzino, fugia completamente do biotipo de um lenhador. Além disso, o machado que carregava era desproporcional ao seu tamanho. Aqueles que conheciam Pedro, entretanto, julgavam-no um ótimo profissional.

Em suas andanças, Pedro chegou a uma área reflorestada que estava começando a ser desmatada. Apresentou-se ao capataz da madeireira como um lenhador experiente. E ele o era! O capataz, após um breve olhar ao tipo miúdo do Pedro e, com aquele semblante de selecionador implacável, foi dizendo que precisava de pessoas capazes de derrubar grandes árvores, e não de "catadores de gravetos".

Pedro, necessitando do emprego, insistiu. Pediu que lhe fosse dada uma oportunidade para demonstrar sua capacidade. Afinal, ele era um profissional experiente! Com relutância, o capataz resolveu levar Pedro à área de desmatamento. E só fez isso pensando que Pedro fosse servir de chacota aos demais lenhadores. Afinal, ele era um fracote...

Sob os olhares dos demais lenhadores, Pedro se postou frente a uma árvore de grande porte e, com o grito de "madeira", deu uma machadada tão violenta que a árvore caiu logo no primeiro golpe. Todos ficaram atônitos!

Como era possível tão grande habilidade e que força descomunal era essa, que conseguira derrubar aquela grande árvore numa só machadada? Logicamente, Pedro foi admitido na madeireira. Seu trabalho era elogiado por todos, principalmente pelo patrão, que via em Pedro uma fonte adicional de receita.

O tempo foi passando e, gradativamente, Pedro foi reduzindo a quantidade de árvores que derrubava. O fato era incompreensível, uma vez que Pedro estava se esforçando cada vez mais.

Um dia, Pedro se nivelou aos demais. Dias depois, encontrava-se entre os lenhadores que menos produziam... O capataz que, apesar da sua rudeza, era um homem vivido, chamou Pedro e o questionou sobre o que estava ocorrendo. "Não sei", respondeu Pedro, "nunca me esforcei tanto e, apesar disso, minha produção está decaindo".

O capataz pediu, então, que Pedro lhe mostrasse o seu machado. Quando o recebeu, notando que ele estava cheio de "dentes" e sem o "fio de corte", perguntou ao Pedro: "Por que você não afiou o machado?".

Pedro, surpreso, respondeu que estava trabalhando muito e por isso não tinha tido tempo de afiar a sua ferramenta de trabalho. O capataz ordenou que Pedro ficasse no acampamento e amolasse seu machado. Só depois disso ele poderia voltar ao trabalho. Pedro fez o que lhe foi mandado.

Quando retornou à floresta, percebeu que tinha voltado à forma antiga conseguia derrubar as árvores com uma só machadada.

A lição que Pedro recebeu cái como uma luva sobre muitos de nós, preocupados em executar nosso trabalho ou, pior ainda, julgando que já sabemos tudo o que é preciso, deixamos de "amolar o nosso machado", ou seja, deixamos de atualizar nossos conhecimentos.

Sem saber por que, vamos perdendo posições em nossas empresas ou nos deixando superar pelos outros. Em outras palavras, perdemos a nossa potencialidade.

Muitos avaliam a experiência que possuem pelos anos em que se dedicam àquilo que fazem. Se isso fosse verdade, aquele funcionário que aprendeu, em 15 minutos, a carimbar os documentos que lhe chegam às mãos, depois de 10 anos na mesma atividade poderia dizer que tem 10 anos de experiência. Na realidade, tem 15 minutos de experiência repetida durante dez anos.

A experiência não é a repetição monótona do mesmo trabalho, e sim a busca incessante de novas soluções, tendo coragem de correr riscos que possam surgir. É "perder tempo" para afiar o nosso machado.

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Pegadas na Areia

Uma noite eu tive um sonho... Sonhei que estava andando na praia com o Senhor, e através do céu, passavam cenas da minha vida. Para cada cena que se passava, percebi que eram deixados dois pares de pegadas na areia, um era meu e outro era do Senhor.

Quando a ultima cena da minha vida passou diante de nós, olhei para traz, para as pegadas na areia, e notei que muitas vezes no caminho da vida havia apenas um par de pegadas na areia.

Notei também que isto aconteceu nos momentos mais difíceis e angustiosos do meu viver. Isso aborreceu-me, então perguntei ao Senhor:

— Senhor, Tu me disseste que uma vez que resolvi te seguir, Tu andarias sempre comigo, em todo o meu caminho, mas notei que durante as maiores tribulações do meu viver, havia apenas um par de pegadas na areia. Não compreendo porque nas horas em que necessitava de Ti, tu me deixastes...

O Senhor respondeu:

— Meu precioso filho, Eu Te Amo e jamais te deixaria nas horas de tua prova e de teu sofrimento. Quando vistes na areia apenas um par de pegadas, foi exatamente aí, que Eu te carreguei nos braços.

Peixe Fresco

Os japoneses adoram peixe fresco. Porém, as águas perto do Japão não produzem muitos peixes há décadas. Assim, para alimentar a sua população, os japoneses aumentaram o tamanho dos navios pesqueiros e começaram a pescar mais longe do que nunca. Quanto mais longe os pescadores iam, mais tempo gastavam para o peixe chegar. Se a viagem de volta levasse mais do que alguns dias, o peixe já não era mais fresco.

E os japoneses não gostaram do gosto daqueles peixes. Para resolver este problema, as empresas de pesca instalaram congeladores em seus barcos. Eles pescavam e congelavam os peixes em alto-mar. Os congeladores permitiram que os pesqueiros fossem mais longe e ficassem em alto mar por muito mais tempo.

Entretanto, os japoneses conseguiram notar a diferença entre peixe fresco e peixe congelado, e, é claro, eles não gostaram do peixe congelado.O peixe congelado, porém, tornou os preços mais baixos. Então as empresas de pesca instalaram tanques de peixe nos navios pesqueiros. Eles podiam pescar e enfiar esses peixes nos tanques, como sardinhas. Depois de certo tempo, pela falta de espaço, os peixes paravam de se debater e não se moviam mais. Eles chegavam cansados e abatidos, embora, vivos.

Os japoneses ainda podiam notar a diferença no sabor. Por não se mexerem por dias, os peixes perdiam o gosto de frescor. Os japoneses preferiam o gosto de peixe fresco e não o gosto de peixe apático.

Então, como os japoneses resolveram este problema?

Como eles conseguiram levar aos consumidores peixes com gosto de puro frescor ?

Se nós estivéssemos trabalhando em consultoria para as empresas de pesca, o que recomendaríamos?

Quando as pessoas atingem seus objetivos, tais como, quando encontram um(a) namorado(a) maravilhoso(a), começam com sucesso numa empresa nova, pagam todas as suas dívidas ou o que quer que seja, elas podem perder as suas paixões.

Elas podem começar a pensar que não precisam mais trabalhar tanto, se dedicarem tanto, então relaxam. Elas passam pelo mesmo problema que os ganhadores de loteria que gastam todo seu dinheiro, o mesmo problema de herdeiros que nunca trabalharam e de donas de casa, entediadas, que ficam dependentes de remédios de tarja preta.

Para essas situações, inclusive no caso dos peixes dos japoneses, existe solução. L. Ron Hubbard observou no começo dos anos 50. "O homem progride, estranhamente, somente perante a um ambiente desafiador". Quanto mais inteligente, persistente e competitivo somos, mais gostamos de um bom problema. Se nossos desafios estão em um determinado tamanho e conseguimos, passo a passo, conquista-los, ficamos muito felizes. Pensamos em novos desafios e nos sentimos com mais energia.

Ficamos excitados em tentar novas soluções. Nos divertimos. Permanecemos vivos!

Para conservar o gosto de peixe fresco, as empresas de pesca japonesas, ainda colocam os peixes dentro de tanques. Mas, eles também adicionam um pequeno tubarão em cada tanque. O tubarão come alguns peixes, mas a maioria dos peixes chega "muito vivo".

Os peixes são desafiados!

Portanto, ao invés de evitar desafios, devemos pular dentro deles.

Massacremo-los. Se nossos desafios são muito grandes e numerosos, não devemos desistir e, isto sim, nos reorganizar buscando mais determinação, mais conhecimento e mais ajuda.

Se alcançamos nossos objetivos, buscamos objetivos maiores. Uma vez que nossas necessidades pessoais ou familiares forem atingidas , vamos ao encontro dos objetivos do nosso grupo, da sociedade e até mesmo da humanidade.

Devemos criar o nosso sucesso pessoal e não se acomodar nele. E, com recursos, habilidades e destrezas, fazer a diferença.

Vamos por um tubarão em nossos tanques e observar quão longe, realmente, podemos chegar.

Somos obrigados a acordar conosco, todos os dias de manhã...

E, como vamos fazer isto pelo resto das nossas vidas, é melhor que façamos com prazer.

Muito prazer !!!

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Pensamentos

James Allen

Hoje estamos no lugar aonde nos trouxeram os nossos pensamentos; amanhã estaremos aonde os nossos pensamentos nos levarem.

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Perdão

Anthony Strano, Discovering Spirituality, Eternety Ink, Australia, 1999

Perdoar a nós mesmos significa não fazer o mesmo erro de novo, não inventar caminhos convenientes para nos desculpar.

Mesmo o perdão e a compaixão de Deus não podem ser sentidos pela pessoa que tenha endurecido seu próprio coração contra os outros.

Se quisermos ser perdoados precisamos estar dispostos a perdoar primeiro. Acoragem de agir primeiro é o sinal daquele que é realmente justo.

Quem perdoa primeiro não só prova sua justiça mas especialmente provaseu amor.

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Perfeição

No Brooklyn, Nova Iorque, Chush é uma escola que se dedica ao ensino de crianças especiais.

Algumas crianças ali permanecem por toda a vida escolar, enquanto outras podem ser encaminhadas a escolas comuns.

Em um jantar beneficente de Chush, o pai de uma criança fez um discurso que nunca mais seria esquecido pelos que ali estavam presentes.

Depois de elogiar a escola e seu dedicado pessoal, perguntou ele:

— Onde está a perfeição em meu filho Shaya? Se tudo o que DEUS faz, é feito com perfeição. Mas meu filho não pode entender as coisas como outras crianças entendem. Meu filho não pode se lembrar de fatos e números como as outras crianças. Então onde está a perfeição de Deus?

Todos ficaram chocados com a pergunta e com o sofrimento daquele pai..

Mas ele continuou:

— Acredito que quando Deus traz uma criança especial ao mundo, a perfeição que Ele busca está no modo como as pessoas reagem diante desta criança. Então ele contou a seguinte história sobre o seu filho Shaya:

— Uma tarde Shaya e eu caminhávamos pelo parque onde alguns meninos que Shaya conhecia, estavam jogando beisebol. Shaya perguntou-me: você acha que eles me deixariam jogar? Eu sabia das limitações do meu filho e que a maioria dos meninos não o queria no time. Mas entendi que se Shaya pudesse jogar com eles, isto lhe daria uma confortável sensação de participação. Aproximei-me de um dos meninos no campo e perguntei se Shaya poderia jogar.

O menino deu uma olhada ao redor buscando a aprovação de seus companheiros de time. Mesmo não conseguindo nenhuma aprovação, ele assumiu a responsabilidade e disse:

— Nós estamos perdendo por seis rodadas e o jogo está na oitava... Acho que ele pode entrar em nosso time e tentaremos colocá-lo para bater até a nona rodada.

Fiquei admirado quando Shaya abriu um grande sorriso ao ouvir a resposta do menino. Pediram então que ele calçasse a luva e fosse para o campo jogar...

No final da oitava rodada, o time de Shaya marcou alguns pontos, mas ainda estava perdendo por três. No final da nona rodada, o time de Shaya marcou novamente e agora com dois fora e as bases com potencial para a rodada decisiva, Shaya foi escalado para continuar. O time deixaria Shaya de fato rebater nesta circunstância e jogar fora a chance de ganhar o jogo?

Surpreendentemente, foi dado o bastão a Shaya. Todo o mundo sabia que isto seria quase impossível, porque ele nem mesmo sabia segurar o bastão. Porém quando Shaya tomou posição, o lançador se moveu alguns passos para arremessar a bola de maneira que Shaya pudesse ao menos rebater. Foi feito o primeiro arremesso e Shaya balançou desajeitadamente e o perdeu.

Um dos companheiros do time de Shaya foi até ele e juntos seguraram o bastão e encararam o lançador. O lançador deu novamente alguns passos para lançar a bola suavemente para Shaya. Quando veio o lance, Shaya e o seu companheiro de time balançaram o bastão e juntos rebateram a lenta bola do lançador. O lançador apanhou a suave bola e poderia tê-la lançado facilmente ao primeiro homem da base, Shaya estaria fora e isso teria terminado o jogo, ao invés disso, o lançador pegou a bola e lançou-a em uma curva, longa e alta para o campo, distante do alcance do primeiro homem da base.

Então todo o mundo começou a gritar:

— Shaya, corra para a primeira base. Corra para a primeira. Nunca em sua vida ele tinha corrido... Mas saiu em disparada para a linha de base, com os olhos arregalados e assustados. Até que ele alcançasse a primeira base,o jogador da direita teve a posse da bola. Ele poderia ter lançado a bola ao segundo homem da base o que colocaria Shaya para fora, pois ele ainda estava correndo. Mas o jogador entendeu quais eram as intenções do lançador, assim, lançou a bola alta e distante, acima da cabeça do terceiro homem da base.

Todo o mundo gritou: Corra para a segunda, corra para a segunda base Shaya correu para a segunda base, enquanto os jogadores à frente dele circulavam deliberadamente para a base principal.

Quando Shaya alcançou a segunda base, a curta parada adversária, colocou-o na direção de terceira base e todos gritaram: Corra para a terceira.

Quando Shaya contornou a terceira base, os meninos de ambos os times correram atrás dele gritando:

— Shaya, corra para a base principal. Shaya correu para a base principal,pisou nela e todos os 18 meninos o ergueram nos ombros fazendo dele o herói, como se ele tivesse vencido o campeonato e ganho o jogo para o time dele.

— Naquele dia, disse o pai com lágrimas caindo sobre sua face, aqueles 18 meninos alcançaram a Perfeição de Deus.

— Eu nunca tinha visto um sorriso tão lindo no rosto do meu filho!.

O fato é verdadeiro e ao mesmo tempo nos causa tanta estranheza.

Entretanto, há pessoas que enviam mil piadas por e-mail e elas se espalham como fogo, mas quando enviamos mensagens sobre algo bom, as pessoas pensam duas vezes antes de compartilhá-las. É preocupante que coisas grotescas, vulgares e obscenas cruzem livremente o ciberespaço, mas se você decidir passar adiante esta mensagem, não a enviará para muitos de sua lista de endereços, porque não está seguro quanto ao que eles acreditam, ou o que pensarão de você..

Estamos mais preocupados sobre o que as outras pessoas pensam de nós, do que com o que Deus espera de nós.

Mas, tenhamos a certeza que, se quisermos, poderemos transformar Nossas vidas e fazer sempre o melhor para todas as pessoas.

Um ótimo dia para você, com as bênçãos de Deus sobre sua vida!

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Pessoas foram feitas para se amar

Pessoas foram feitas para se amar.
Coisas foram feitas para se usar.
O problema do mundo é que:
Usamos as pessoas e amamos as coisas.

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Pessoas Especiais

D. Beisser

As pessoas especiais são aquelas que têm a habilidade de dividir suas vidas com os outros.

Elas são honestas nas atitudes, são sinceras e compassivas, e sempre dão por certo que o amor é parte de tudo.

As pessoas especiais são aquelas que têm a habilidade de doar aos outros, e de ajudá-los com as mudanças que surgem em seus caminhos.

Elas não têm medo de ser vulneráveis; elas acreditam que são únicas e têm orgulho em ser quem são.

As pessoas especiais são aquelas que permitem-se o prazer de estar próximo aos outros e importar-se com a felicidade deles.

Elas vieram para entender que o amor é o que faz a diferença na vida.

As pessoas especiais são aquelas que realmente tornam a vida bela.

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Pessoas São um Presente

Vamos falar de gente, de pessoas...

Existe, acaso, algo mais espetacular do que gente?

Pessoas são um presente. Algumas tem um embrulho bonito, como os presentes de Natal, Páscoa ou festa de aniversário.

Outras vêm em embalagem comum.

E há as que ficaram machucadas no correio...

De vez em quando uma Registrada. São os presentes valiosos.

Algumas pessoas trazem invólucros fáceis.

De outras, é dificílimo, quase impossível, tirar a embalagem. É fita durex que não acaba mais...

Mas... a embalagem não é o presente. E tantas pessoas se enganam, confundindo a embalagem com o presente.

Por que será que alguns presentes são complicados para a gente abrir? Talvez porque dentro da bonita embalagem haja muito pouco valor. E bastante vazio, bastante solidão. A decepção seria grande.

Também você amigo. Também eu. Somos um presente para os outros. Você para mim, eu para você.

Triste se formos apenas um presente-embalagem: muito bem empacotado e quase nada, lá dentro!

Quando existe verdadeiro encontro com alguém, no diálogo, na abertura, na fraternidade, deixamos de ser mera embalagem e passamos à categoria de reais presentes.

Nos verdadeiros encontros humanos, acontecem coisas muito comoventes e essenciais: mutuamente nos vamos desembrulhando, desempacotando, revelando...

Você já experimentou essa imensa alegria da vida? A alegria profunda que nasce da alma, quando duas pessoas se comunicam virando um presente uma para outra? Conteúdo interno é segredo para quem deseja tornar-se Presente aos irmãos de cada estrada e não apenas embalagem...

Um presente assim não necessita de embalagem. É a verdadeira alegria que a gente sente e não consegue descrever, só nasce no verdadeiro encontro com alguém. A gente abre, sente e agradece a Deus.

Pessoas São um Presente!

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Pessoas são música

José Oliva

Elas entram na vida da gente e deixam sinais.

Como a sonoridade do vento ao final da tarde.

Como os ataques de guitarras e metais presentes em cada clarão da manhã.

Olhe a pessoa que está ao seu lado e você vai descobrir, Olhando fundo, que há uma melodia brilhando no disco do olhar.

Procure escutar.

Pessoas foram compostas para serem ouvidas, sentidas, interpretadas.

Para tocarem nossas vidas com a mesma força do instante em que Foram criadas, para tocarem suas vidas com toda essa magia de serem músicas.

E de poderem alçar todos os vôos, de poderem vibrar com as notas, de poderem cumprir, Afinal, todo o sentido que a elas foi dado pelo compositor.

Pessoas são músicas como você.

Está ouvindo? Como você.

Pessoas têm que fazer sucesso. Mesmo que não estejam nas paradas.

Mesmo que não toquem no rádio.

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Pontes, muros e cercas

Dois irmãos que moravam em fazendas vizinhas, separadas apenas por um riacho, entraram em conflito. Foi a primeira grande desavença em toda uma vida de trabalho lado a lado. Mas tudo agora havia mudado. O que começou com um pequeno mal entendido, finalmente explodiu numa troca de palavras ríspidas, seguidas por semanas de total silêncio.

Numa manhã, o irmão mais velho ouviu baterem à sua porta:

— Estou procurando trabalho, talvez você tenha algum serviço para mim. - disse o homem.

— Sim, disse o fazendeiro. - Claro! Vê aquela fazenda ali, além do riacho? É do meu vizinho, na realidade do meu irmão mais novo. Nós brigamos e não posso mais suportá-lo. Vê aquela pilha de madeira ali no celeiro? Pois use para construir uma cerca bem alta!

— Acho que entendo a situação. - disse o homem. - mostre-me onde estão a pá e os pregos!

O irmão mais velho entregou o material e foi para a cidade. O homem ficou ali cortando, medindo, trabalhando o dia inteiro. Quando o fazendeiro chegou, não acreditou no que viu: em vez de cerca, uma ponte foi construída ali, ligando as duas margens do riacho.

Era um belo trabalho, mas o fazendeiro ficou enfurecido e falou:

— Você foi atrevido construindo essa ponte depois de tudo que lhe contei.

Mas as surpresas não pararam por ali. Ao olhar novamente para a ponte viu o seu irmão se aproximando de braços abertos.

Por um instante permaneceu imóvel do seu lado do rio. O irmão mais novo disse:

— Você realmente foi muito amigo construindo esta ponte mesmo depois do que eu lhe disse.

De repente, num só impulso, o irmão mais velho correu na direção do outro e abraçaram-se, chorando no meio da ponte. O homem que fez o trabalho, partiu com sua caixa de ferramentas.

— Espere, fique conosco! Tenho outros trabalhos para você.

E o homem respondeu:

— Eu adoraria, mas tenho outras pontes a construir...

Já pensou como ascoisas seriam mais fáceis se parássemos de construir cercas e muros e passássemos a construir pontes com nossos familiares, amigos, colegas de trabalho e principalmente nossos inimigos... o que você está esperando? Que tal começar agora?!

"a única vez que você não pode falhar é na última vez que tentar."

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Por falar em dar

Dar não é fazer amor.
Dar é dar.
Fazer amor é lindo, é sublime, é encantador, é esplêndido, mas dar é bom pra cacete.
Dar é aquela coisa que alguém te puxa os cabelos da nuca, te chama de nomes que eu não escreveria, não te vira com delicadeza, não sente vergonha de ritmos animais.
Dar é bom.
Melhor do que dar, só dar por dar.
Dar sem querer casar, sem querer apresentar pra mãe, sem querer dar o primeiro abraço no Ano Novo.
Dar porque o cara te esquenta a coluna vertebral, te amolece o gingado, te molha o instinto.
Dar porque a vida de uma publicitária em começo de carreira é estressante, e dar relaxa.
Dar porque se você não der para ele hoje, vai dar amanhã, ou depois de amanhã.
Dar sem esperar ouvir promessas, sem esperar ouvir carinhos, sem esperar ouvir futuro.
Dar é bom, na hora.
Durante um mês.
Para as mais desavisadas, talvez anos.
Mas dar é dar demais e ficar vazia.
Dar é não ganhar.
É não ganhar um eu te amo baixinho perdido no meio do escuro.
É não ganhar uma mão no ombro quando o caos da cidade parece querer te abduzir.
É não ter alguém pra querer casar, para apresentar pra mãe, pra dar o primeiro abraço de Ano Novo e pra falar:
"Que cê acha amor?".
Dar é inevitável, dê mesmo, dê sempre, dê muito.
Mas dê mais ainda, muito mais do que qualquer coisa, uma chance ao amor, esse sim é o maior tesão.
Esse sim relaxa, cura o mau humor, ameniza todas as crises e faz você flutuar o suficiente pra nem perceber as catarradas na rua.
Se você for chata, suas amigas perdoam.
Se você for brava, suas amigas perdoam.
Até se você for magra, as suas amigas perdoam.
Mas... experimente ser amada.

Veríssimo

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Precisando de amor

Luis Fernando Veríssimo

Quem não gosta de ser amado?

Ser paparicado?

Receber atenção especial, presentinhos e beijinhos doces?

Quem não gosta de surpresinhas gostosas, beijo na boca e abraços apertados? Quem é que de livre e espontânea vontade prefere a solidão a uma boa companhia?

Ora, todo mundo quer uma boa companhia e de preferência para o todo sempre.

Mas conviver com essa "boa companhia" diariamente por 3, 5, 10, 15, 25 anos é que é o difícil.

No começo dos relacionamentos e até 1 ano de vida amorosa, tudo são mais ou menos flores.

Brigas e discussões, (caia fora dessa fria).

Não adianta você dizer que depois de três meses apenas que "encontrou o amor de sua vida", porque o amor precisa de convivência para ser devidamente testado.

Nesse mundo maluco e agitado, as pessoas estão se encontrando hoje, se amando amanhã e entrando em crise depois de amanhã.

Uma coisa frenética e louca que tem feito muita gente, que se julgava equilibrada, perder os parafusos e fazer muita besteira.

Paixão, loucura e obsessão, três dos mais perigosos ingredientes que estão crescendo nos relacionamentos de hoje em dia por causa da velocidade das informações e o medo de ficar sozinho.

As pessoas não estão conseguindo conviver sozinhas com seus defeitos, vícios e qualidades, e partem desesperadamente para encontrar alguém, a tal da alma gêmea, e se entregam muitas vezes aos primeiros pares de olhos que piscam para o seu lado.

Vale tudo nessa guerra, chat, carta, agência, festas e até roubar o parceiro de alguém. É uma guerra para não ficar sozinho.

Medo?

Com medo de se encarar no espelho e perceber as próprias eficiências?

Com medo de encarar a vida e suas lutas?

Então a pessoa consegue alguém (ou acha que está nascendo um grande amor), fecha os olhos para a realidade e começa a viver um sonho, trancado em si.

Mesmo, nos quartos e no seu egoísmo, a pessoa transfere toda a sua carência para o (a) parceiro (a), transfere a responsabilidade de ser feliz para uma pessoa que na verdade ela mal conhece.

Então, um belo dia, vem o espanto, a realidade, o caso melado, o "falso amor" acaba, e você que apostou todas as suas fichas nesse romance fica sem chão, sem eira nem beira, e o pior: muitas vezes fica sem vontade de viver.

Pobre povo desse século da pressa!

Precisamos urgentemente voltar o costume "antigo" de "ter tempo", de dar um tempo para o tempo nos mostrar quem são as pessoas.

Namorar é conhecer, é reconhecer, é a época das pesquisas, do reconhecimento...

Se as pessoas não se derem um tempo, não buscarem se conhecer mais, logo em breve teremos milhares de consultórios lotados de "depressivos" e cemitérios cada vez mais cheios de suicidas "seres cansados de si mesmos...". Faça um bem para si mesmo e para os outros, quando iniciar um relacionamento procure dar tempo para tudo: passeie muito de mãos dadas, converse mais sobre gostos e preferências, conheça a família e mostre a sua, descubra os hábitos e costumes.

Parece careta demais?

Que nada, isso é a realidade que pode salvar relacionamento e muitas vidas. Pense nisso e se gostar, passe essa mensagem para frente; quem sabe se juntos, não ajudamos alguém carente de amor a encontrar um motivo para ser feliz?

Muita pretensão?

Não, só vontade de te ver feliz.

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Precisa-se de um amigo

Vinícius de Moraes

Não precisa ser homem, basta ser humano,
basta ter sentimentos, basta ter coração.

Precisa saber falar e calar, sobretudo saber ouvir.

Tem que gostar de poesia, de madrugada, de pássaros,
de sol, de lua, de canto, dos ventos
e das canções da brisa.

Deve ter amor, um grande amor por alguém,
ou então sentir falta de não ter esse amor.

Deve amar o próximo e respeitar
a dor que os passantes levam consigo.

Deve guardar segredo sem se sacrificar.

Não é preciso que seja de primeira mão,
nem é imprescindível que seja de segunda mão.

Pode já ter sido enganado,
pois todos os amigos são enganados.

Não é preciso que seja puro, nem que seja de todo impuro,
mas não deve ser vulgar.

Deve ter um ideal e medo de perdê-lo e,
no caso de assim não ser,
deve sentir o grande vazio que isso deixa.

Deve ter ressonâncias humanas,
seu principal objetivo deve ser o de ser amigo.

Deve sentir pena das pessoas tristes e
compreender o imenso vazio dos solitários.

Deve gostar de crianças e lamentar
os que não puderam nascer.

Que saiba conversar de coisas simples,
de orvalho, de grandes chuvas
e de recordações da infância.

Precisa-se de um amigo para não enlouquecer,
para contar o que se viu de belo e triste durante o dia,
dos anseios e das realizações, dos sonhos e da realidade.

Deve gostar das ruas desertas, de poças de água
e dos caminhos molhados, de beira de estrada,
de mato depois da chuva,
de se deitar no capim.

Precisa-se de um amigo que diga que vale a pena viver,
não porque a vida é bela,
mas porque já se tenha um amigo.

Precisa-se de um amigo para se parar de chorar.

Para não se viver debruçado no passado
em busca de memórias perdidas.

Que bata nos ombros sorrindo e chorando,
mas que nos chame de amigo,
para se ter consciência de que ainda se vive.

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Presente de natal

Um dia, Alfredo acordou em uma véspera de Natal, muito contente, pois uma data muito importante estava para chegar. Era o dia do aniversário do menino Jesus, e é lógico, o dia em que o Papai Noel vinha visitá-lo todos os anos.

Com seus cinco aninhos, esperava ansiosamente o cair da noite, para voltar a dormir e olhar o seu pé de meia que estava frente a porta, pois não tinha árvore de Natal. Dormiu muito tarde, para ver se conseguia pegar aquele velhinho no "flagra", mas como o sono era maior do que sua vontade, dormiu profundamente.

Na manhã de Natal, observou que seu pé de meia não estava lá, e que não havia presente algum em toda a sua casa. Seu pai desempregado, com os olhos cheios de água, observava atentamente ao seu filho, e esperava tomar coragem para falar que o seu sonho não existia, e com muita dor no coração o chama:

— Alfredo meu filho, venha cá!

— Papai?

— Pois não filho?

— O Papai Noel se esqueceu de mim...

Falando isso, Alfredo abraça seu pai e os dois se põem a chorar, quando Alfredo fala:

— Ele também esqueceu do senhor papai?

— Não meu filho. O melhor presente que eu poderia ter ganho na vida está em meus braços, e fique tranqüilo pois eu sei que o papai Noel não esqueceu de você.

— Mas todas as outras crianças vizinhas estão brincando com seus presentes...

— Ele pulou a nossa casa...

— Pulou não... O seu presente está te abraçando agora, e vai te levar para um dos melhores passeios da sua vida!

E assim, foram para um parque e Alfredo brincou com seu pai durante o resto do dia, voltando somente no começo da noite. Chegando em casa muito sonolento, Alfredo foi para o seu quarto, e "escreveu" para o Papai Noel:

"Querido Papai Noel, Eu sei que é cedo demais para pedir alguma coisa, mas quero agradecer o presente que o senhor me deu. Desejo que todos os Natais que eu passe, faça com que meu pai esqueça de seus problemas, e que ele possa se distrair comigo, passando uma tarde maravilhosa como a de hoje. Obrigado pela minha vida, pois descobri que não são com brinquedos que somos felizes, e sim, com o verdadeiro sentimento que está dentro de nós, que o senhor desperta nos Natais. De quem te agradece por tudo, Alfredo."

E foi dormir...

Entrando no quarto para dar boa-noite ao seu filho, o pai de Alfredo viu a cartinha, e a partir desse dia, não deixou que os seus problemas afetassem a felicidade dele, e começou a fazer que todo dia fosse um Natal para ambos.

Se uma criança de cinco anos, conseguiu perceber que os melhores presentes que se pode receber não são materiais, porque nós não fazemos o mesmo? Que todos façamos com que cada dia seja um Natal, valorizando a amizade, carinho e todos os sentimentos bons que existem dentro de nós.

Afinal, as únicas coisas que poderemos levar desta vida, são os sentimentos e as recordações que ficarão guardadas em nossos corações, não é verdade???

E precisamos lembrar, também, do verdadeiro sentido do Natal, do protagonista desta "festa": uma criança humilde, que nasceu há quase 2000 anos e foi o responsável pelo destino da humanidade.

Às vezes nos pegamos envolvidos com tantas coisas que acabamos esquecendo dele, do "aniversariante". Não se esqueça de agradecê-lo pelos "presentes" que Ele tem lhe dado!!! E o melhor "presente" que você pode ofertá-lo é o seu amor e a sua vida!!!

Autor Desconhecido

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Se eu pudesse deixar algum presente a você

Mahatma Gandhi

Se eu pudesse deixar algum presente a você, Deixaria aceso o sentimento De amar a vida dos seres humanos.

A consciência de aprender Tudo o que foi ensinado pelo tempo afora...

Lembraria os erros que foram cometidos Para que não mais se repetissem. A capacidade de escolher novos rumos.

Deixaria para você, se pudesse, O respeito àquilo que é indispensável: Além do pão, o trabalho. Além do trabalho, a ação.

E, quando tudo o mais faltasse, um segredo: O de buscar no interior de si mesmo A resposta e a força para encontrar a saída.

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Procura-se uma alma de criança

Maria Eugenia

Procura-se uma alma de criança que foi vista, pela última vez, dentro de nós mesmos, há muitos anos atrás...

Ela pulava, ria e ficava feliz com seus brinquedos velhos...

Ela exultava quando ganhava brinquedos novos, dando vida à latinhas, barbantes, tampinhas de refrigerantes, bonecas, soldadinhos de chumbo, figurinhas... Ela batia palmas quando ia ao circo, quando ouvia músicas de roda, quando seus pais lhe compravam sorvete: "chikabon, tombon, eskibon".

... tudo danado de bom!

Ela se emocionava ao ouvir histórias contadas pela mãe ou quando lia aqueles livrinhos de pano que a madrinha lhe dava quando ia visitá-la.

Ela chorava quando arranhavam seus brinquedos: aquele aparelho de chá cheio de xícaras, com que servia as bonecas ou aqueles carrinhos de guindaste, tratores e furgões. Ela fazia beiço quando a professora a colocava de castigo, mas era feliz com seus amigos, sua pureza, sua inocência, sua esperança, sua enorme vontade de ser uma grande figura humana, que não somente sonhasse, mas que realizasse coisas importantes num futuro que lhe parecia ainda tão longínquo.

Onde ela foi?

Pra que lado ela foi?

Quem a ver, que venha nos falar... ainda é tempo de fazermos com que ela reviva, retomando um pouco da alegria de nossa infância e deixando a alma dar gargalhadas pois, afinal "ainda que as uvas se transformem em passas, o coração é sempre uma criança disposta a pular corda".

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Em Busca do Boi

Conta uma história da tradição budista que, um monge entrou em um vilarejo montado em um boi, e os habitantes da vila lhe perguntaram onde estava indo.

Ele então respondeu que estava em busca de um boi.

As pessoas se entreolharam, intrigadas, e então começaram a rir. O monge se foi. No dia seguinte, de novo montando um boi, o monge voltou ao vilarejo. E de novo as pessoas lhe perguntaram o que buscava.

"Procuro um boi", foi novamente a resposta. Outra vez o monge se foi, em meio ao riso de todos.

No terceiro dia o fato se repetiu: "o que busca?" e o monge, montado no boi, disse ser um boi o que buscava. Só que a piada já perdera a sua graça e as pessoas protestaram, dizendo: "olhe aqui, você é um monge, supostamente uma pessoa santa, sábia, e mesmo assim você vem aqui à procura de um boi quando, o tempo todo, é sobre um boi que você esta sentado." ao que replicou o monge: "também assim é a sua procura de deus." e assim é conosco. Tantas e tantas vezes saímos em busca de algo que estava conosco o tempo todo, sem que nos déssemos conta. Achamos que a nossa realização está em outro trabalho, outra profissão, outra família, outros amigos... e chegamos por vezes a partir em uma busca inútil quando, se olhássemos com um pouco mais de atenção - talvez com um pouco mais de boa vontade - para aquilo que já temos, descobriríamos que o " boi" que tanto procurávamos estava nos carregando todo o tempo.

É preciso olhar para frente, sim, traçar metas, segui-las. Mas sem perder a noção do potencial de realização e felicidade que esta bem aqui, na nossa realidade presente.

Se você aprender a olhar para sua própria vida, pode descobrir que sua esposa, ou seu marido, ainda conserva muito daquilo que fez você se apaixonar há 10, 20, 50 anos.

Que sua profissão continua tendo muito em comum com suas idéias de vida - apesar de seu desgaste, de seu cansaço.

Que seu trabalho ainda guarda chances e as perspectivas que tanto prometiam. Estão apenas um tanto encobertas pela poeira do tempo que passou, enquanto você esteve ocupado demais para aproveitá-las.

A felicidade precisa ser perseguida. Mas muitas, muitas vezes, sofremos e choramos sentados sobre ela.

(A. D.)

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Punir e educar

Quando o telefone tocou Santiago não poderia imaginar a notícia que lhe seria dada.

— Senhor Santiago? - perguntou uma voz severa.

— Sim. - respondeu apreensivo.

— Sou o delegado Lima.

Seu filho Fábio foi preso em flagrante, minutos atrás, quando furtavaum CD de uma loja em um Shopping. Embora o delegado continuasse falando, nada mais foi registrado por Santiago.

O choque da notícia atingiu-o como um violento soco.

Ficou calado, segurando o telefone mesmo depois do término da ligação.

Não podia crer naquilo.

— Por quê? - perguntava a si mesmo.

Enquanto dirigia-se para a delegacia onde estava detido o filho, pensava nos sacrifícios que fizera ao longo dos anos para oferecer à família conforto e bem-estar.

Longas e extenuantes jornadas de trabalho.

Anos e anos sem férias.

Economias e empréstimos bancários para garantir aos filhos tudo que lhes era essencial e necessário para crescerem fortes e felizes.

Não podia lhes dar tudo o que queriam, mas fazia o possível para oferecer-lhes tudo o que precisavam.

Priorizava a saúde e a educação dos pequenos.

Tratava-os com amor e com atenção, mesmo quando chegava tarde do trabalho e os encontrava às turras e fazendo manhas.

Sabia que não era um pai perfeito.

Reconhecia em si mesmo defeitos e vícios, mas não conseguia encontrar justificativa para a atitude do filho.

Por que Fábio teria feito aquilo?

Sentia-se mortificado de vergonha.

Seu filho, um ladrão!

Onde teriam ido parar os ensinamentos e os valores que acreditara ter incutido na cabeça daquele menino?

A dor inicial foi cedendo lugar à ira, e quando Santiago chegou à delegacia e foi levado à presença do filho não se conteve.

Sem dizer nenhuma palavra esbofeteou a face do rapaz na frente dos policiais que ali estavam.

Fábio não reagiu, nem disse nada.

Lágrimas escorreram pelo seu rosto.

Depois dos procedimentos burocráticos inevitáveis, o rapaz foi liberado e eles partiram silenciosos para casa.

Durante o trajeto nada foi dito.

Na realidade, Santiago estava arrependido pela sua reação brutal, mas= não conseguia encontrar uma forma de contornar a situação.

Fábio, por sua vez, estava envergonhado e sentia-se a última das criaturas.

Acreditava não ser merecedor nem mesmo do perdão do pai pelo seu gesto impensado.

Quando chegou em casa, Fábio trancou-se no quarto.

Santiago largou seu corpo no sofá, pesadamente.

Levou alguns instantes para dar-se conta da urgente necessidade de conversar com o filho.

Tomado por um impulso, correu até o quarto de Fábio e, como ele não respondia aos seus chamados, arrombou a porta.

Graças à providência divina, chegou a tempo de evitar uma tragédia ainda maior.

A severa punição que infligira publicamente ao filho, e que agora atormentava a sua própria consciência, estimulara o desequilibrado rapaz a buscar a fuga da vida pelas vias equivocadas do suicídio.

Jamais puna quando estiver irado.

Nos momentos de raiva somos capazes de ferir até mesmo as pessoas que amamos.

A melhor forma de educar é fazer com que crianças e jovens repensem suas atitudes e aprendam com os próprios erros.

Pense nisso!

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Qual é o problema?

Bons administradores são aqueles que fazem as melhores perguntas, e não os que repetem suas melhores aulas"

Stephen Kanitz

Um dos maiores choques de minha vida foi na noite anterior ao meu primeiro dia de pós-graduação em administração. Havia sido um dos quatro brasileiros escolhidos naquele ano, e todos nós acreditávamos, ingenuamente, que o difícil fora ter entrado em Harvard, e que o mestrado em si seria sopa. Ledo engano. Tínhamos de resolver naquela noite três estudos de caso de oitenta páginas cada um. O estudo de caso era uma novidade para mim. Lá não há aulas de inauguração, na qual o professor diz quem ele é e o que ensinará durante o ano, matando assim o primeiro dia de aula. Essas informações podem ser dadas antes. Aliás, a carta em que me avisaram que fora aceito como aluno veio acompanhada de dois livros para ser lidos antes do início das aulas.

O primeiro caso a ser resolvido naquela noite era de marketing, em que a empresa gastava boas somas em propaganda, mas as vendas caíam ano após ano. Havia comentários detalhados de cada diretor da companhia, um culpando o outro, e o caso terminava com uma análise do presidente sobre a situação.

O caso terminava ali, e ponto final. Foi quando percebi que estava faltando algo. Algo que nunca tinha me ocorrido nos dezoito anos de estudos no Brasil. Não havia nenhuma pergunta do professor a responder. O que nós teríamos de fazer com aquele amontoado de palavras? Eu, como meus quatro colegas brasileiros, esperava perguntas do tipo "Deve o presidente mudar de agência de propaganda ou demitir seu diretor de marketing?". Afinal, estávamos todos acostumados com testes de vestibular e perguntas do tipo "Quem descobriu o Brasil?". Harvard queria justamente o contrário. Queria que nós descobríssemos as perguntas que precisam ser respondidas ao longo da vida.

Uma reviravolta e tanto. Eu estava acostumado a professores que insistiam em que decorássemos as perguntas que provavelmente iriam cair no vestibular. Adorei esse novo método de ensino, e quando voltei para dar aulas na Universidade de São Paulo, trinta anos atrás, acabei implantando o método de estudo de casos em minhas aulas. Para minha surpresa, a reação da classe foi a pior possível. "Professor, qual é a pergunta?", perguntavam-me. E, quando eu respondia que essa era justamente a primeira pergunta a que teriam de responder, a revolta era geral: "Como vamos resolver uma questão que não foi sequer formulada?".

Temos um ensino no Brasil voltado para perguntas prontas e definidas, por uma razão muito simples: é mais fácil para o aluno e também para o professor. O professor é visto como um sábio, um intelectual, alguém que tem solução para tudo. E os alunos, por comodismo, querem ter as perguntas feitas, como no vestibular. Nossos alunos estão sendo levados a uma falsa consciência, o mito de que todas as questões do mundo já foram formuladas e solucionadas. O objetivo das aulas passa a ser apresentá-las, e a obrigação dos alunos é repeti-las na prova final.

Em seu primeiro dia de trabalho você vai descobrir que seu patrão não lhe perguntará quem descobriu o Brasil e não lhe pagará um salário por isso no fim do mês. Nem vai lhe pedir para resolver "4/2 3D ?". Em toda a minha vida profissional nunca encontrei um quadrado perfeito, muito menos uma divisão perfeita, os números da vida sempre terminam com longas casas decimais. Seu patrão vai querer saber de você quais são os problemas que precisam ser resolvidos em sua área. Bons administradores são aqueles que fazem as melhores perguntas, e não os que repetem suas melhores aulas.

Uma famosa professora de filosofia me disse recentemente que não existem mais perguntas a ser feitas, depois de Aristóteles e Platão. Talvez por isso não encontramos solução para os inúmeros problemas brasileiros de hoje. O maior erro que se pode cometer na vida é procurar soluções certas para os problemas errados. Em minha experiência e na da maioria das pessoas que trabalham no dia-a-dia, uma vez definido qual é o verdadeiro problema, o que não é fácil, a solução não demora muito a ser encontrada. Se você pretende ser útil na vida, aprenda a fazer boas perguntas mais do que sair arrogantemente ditando respostas. Se você ainda é um estudante, lembre-se de que não são as respostas que são importantes na vida, são as perguntas.

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Dicas de Nuno Cobra

Qualidade de vida é o assunto do momento. Isto mostra que as pessoas estão deixando de festejar os avanços tecnológicos para festejar a própria vida. Este é o verdadeiro progresso da humanidade: perceber sua existência pessoal. Ou seja, se colocar em primeiro lugar na agenda, antes dos compromissos do dia-a-dia, se cuidando e se protegendo. O alcance deste fundamental objetivo só acontece ao concluir que:

1º) Você vale a pena

2º) E que você é a pessoa mais importante que existe.

Agora se você quer saber como anda o seu nível de qualidade de vida. Veja se está incorporando no seu cotidiano, as seguintes dicas para se ter um bom nível de qualidade de vida.

Quinze dicas para melhorar sua qualidade de vida

1º) Busque um sono melhor, mais profundo e reparador.

2º) Envolva-se com uma alimentação mais adequada com seu gasto calórico.

3º)Introduza o movimento na sua vida.

4º) Encontre um tempo por menor que seja para o relaxamento e a meditação.

5º)Tenha a atitude simples de buscar estar presente com sua cabeça aonde está o seu corpo.

6º) Ao acordar antes do café da manhã tome um copo d'agua.

7º) Faça respirações profundas e tranqüilas sempre que se perceber vivo.

8º) Espreguice e boceje várias vezes por dia.

9º) Contemple mais a vida que nos cerca e pense menos. Não leve a vida muito a sério.

10º) Traga ao seu mundo social mais amigos. Pessoas queridas são fatores fundamentais para adquirir uma vida melhor com mais resultado e qualidade.

11º) Se possível more perto do trabalho.

12º) Após o almoço tenha mais momentos de divertimento e recreação.

13º) Não se irrite no trânsito. Irritar-se no trânsito produz uma péssima qualidade de vida, porque o trânsito está muito inserido no nosso dia-a-dia.

14º)Tenha uma boa alimentação mental. Não esqueça de que para onde vai a sua cabeça, a vida corre atrás. Pense coisas boas, que a vida assim também será da mesma forma.

15º) Evite o ódio, a raiva e a mágoa porque estes são venenos que atingem você e não o adversário; pois levam para a corrente circulatória hormônios que irão destruir uma boa perspectiva de vida. Seja esperto, não odeie as pessoas. Não porque seja bom para elas, mas porque é melhor para sua saúde e felicidade.

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Quando encontrar o amor

Carlos Drummond de Andrade

Quando encontrar alguém e esse alguém fizer seu coração parar de funcionar por alguns segundos, preste atenção: pode ser a pessoa mais importante da sua vida.

Se os olhares se cruzarem e, neste momento, houver o mesmo brilho intenso entre eles, fique alerta: pode ser a pessoa que você está esperando desde o dia em que nasceu.

Se o toque dos lábios for intenso, se o beijo for apaixonante e os olhos se encherem d'água neste momento, perceba: existe algo mágico entre vocês.

Se o primeiro e o último pensamento do seu dia for essa pessoa, se a vontade de ficar juntos chegar a apertar o coração, agradeça: Deus te mandou um presente divino - o amor.

Se um dia tiverem que pedir perdão um ao outro por algum motivo e em troca receber um abraço, um sorriso, um afago nos cabelos e os gestos valerem mais que mil palavras, entregue-se: vocês foram feitos um pro outro.

Se por algum motivo você estiver triste, se a vida te deu uma rasteira e a outra pessoa sofrer o seu sofrimento, chorar as suas lágrimas e enxuga-las com ternura, que coisa maravilhosa: você poderá contar com ela em qualquer momento de sua vida.

Se você conseguir, em pensamento, sentir o cheiro da pessoa como se ela estivesse ali do seu lado...

Se você achar a pessoa maravilhosamente linda, mesmo ela estando de pijamas velhos, chinelos de dedo e cabelos emaranhados...

É uma dádiva.

Muitas pessoas apaixonam-se muitas vezes na vida, mas poucas amam ou encontram um amor verdadeiro. Ou às vezes encontram e, por não prestarem atenção nesses sinais, deixam o amor passar, sem deixa-lo acontecer verdadeiramente.

É o livre-arbítrio. Por isso, preste atenção nos sinais.

Não deixe que as loucuras do dia-a-dia o deixem cego para a melhor coisa da vida: O AMOR.

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Quase

Ainda pior que a convicção do não e a incerteza do talvez é a desilusão de um quase. É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi. Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou. Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas idéias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono.

Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cor, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "Bom dia", quase que sussurrados. Sobra covardia e falta coragem até pra ser feliz. A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai.

Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são. Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza. O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si.

Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência porém, preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer.

Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis, tempo. De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance. Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar. Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu.

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Receber emails faz bem a saúde

Certa vez recebi uma mensagem a qual dizia que receber e-mails faz bem à saúde.

Inclusive parece que isto já foi até comprovado. Se isto tem algum embasamento científico não sei, mas se eu olhar para os meus sentimentos não tenho dúvida alguma de que isto é uma realidade.

Fico impressionado por conhecermos pessoas com disposição e disponibilidade para serem generosas e afetivas, dizendo-nos palavras de conforto, ajuda e incentivo. Quem não gosta do computador é porque ainda não se familiarizou com as possibilidades de aconchego que ele pode proporcionar.

Já me disseram que ele não substitui um bom abraço. Mas vou lhes dizer que nas últimas semanas tenho me sentido muito abraçado. São pessoas que me encaminham poemas, músicas e crônicas.

Chamam isto de amizade virtual????

Pois vou lhes dizer que algumas pessoas de virtual não têm nada, pois já colocaram no concreto, de maneira palpável, seu afeto.

Onde eu poderia imaginar uma coisa assim?

Em pouco tempo muitas pessoas entraram no meu computador, deram o seu recado e saíram.

Outras se mantém constantes e já não fazem somente parte da agenda do computador.

Confesso que ocupam um lugar cativo no meu coração. Espero suas mensagens como se eu fosse um adolescente a espera dos "amigos".

Se isto realmente é coisa de adolescente vou lhes dizer que para algumas coisas não deveríamos crescer nunca!

Lógico, como tudo na vida, a intensidade e a freqüência com que usamos este recurso, este tipo de possibilidade de encontro e relacionamento, devem ser levados em consideração.

O inesperado de sermos surpreendidos com uma mensagem carinhosa que vem carregada de afeto causa uma verdadeira corrente interna de energia, a qual pode, em muitos momentos, ser terapêutica. Num determinado momento pode até parecer enfadonha ou sem propósito, extensa demais, demorada demais para "abrir", mas podem ter certeza que quando você menos espera lá estará você precisando daquela palavrinha ou daquela imagem.

Às vezes você já nem espera um retorno e de repente lá está a mensagem que tanto esperava.

Você pode até dizer que também recebemos muita porcaria através do computador.

Mas não é assim também na vida?

Nossa tarefa é fazermos a seleção do que é bom ou ruim.

O que sei é que não tenho esquecido muitos nomes devido a duas palavras fundamentais: iniciativa e investimento.

Estas pessoas passaram a ter espaço garantido na minha vida. Algumas vezes fica difícil responder a todos na hora em que se quer. Mas estou certo que vale a pena dedicarmos parte do nosso tempo para espalhar carinho e amor com um simples comando de enviar.

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Receita de bem viver

Ralph Waldo Emerson

Receita de bem viver, rir muito e com freqüência: ganhar o respeito de pessoas inteligentes e o afeto das crianças; merecer a consideraçãode críticos honestos; suportar a traição de falsos amigos; apreciar a beleza; encontrar o melhor nos outros; deixar o mundo um pouco melhor, seja por uma saudável criança, um canteiro de jardim de uma remida condição; saber que ao menos uma vida respirou mais fácil porque nós vivemos. Isso é ter tido sucesso.

Revenue to live well, laugh a lot and frequently: win the intelligent people's respect and the children's affection; deserve the consideration of honests criticals; support the false friends betrayal; appreciate the beauty; find the best in the other ones; leave the world a little better,be for a healthy child, a stonemason garden of a remitted condition; know that at least a life breathed easier because we lived. That is to have had success.

Ralph Waldo Emerson

Ensaísta, poeta, conferencista, filósofo e orador norte-americano. Nasceu em 25 de maio de 1803, Boston, Massachusetts, tipo humano Gêmeos, signo Ar, regência Mercúrio, pedra Ágata e flor Esporeira. Faleceu em 27 de Abril de 1882, Concord com 78 anos e 337 dias de idade. Uma das principais figuras do pensamento e da literatura norte americanos.

Reuniu elementos do passado e deu-lhes forma literária, exercendo importante influência nas obras de vários autores norte americanos, como Henry David Thoreau, Herman Melville, Walt Whitman, Emily Dickinson, Henry James e Robert Frost.

O início de sua vida foi marcado pela pobreza, pela frustração e pela doença. Filho de um ministro da Igreja Unitária, Emerson, depois de estudos na Universidade de Harvard, ordenou-se pastor em 1829. Insatisfeito com essa atividade, abandonou-a em 1832. A seguir, viajou durante um ano pela Europa. Ao voltar, iniciou sua carreira como escritor e conferencista. Emerson morreu em 27 de abril de 1882.

As fontes do pensamento de Emerson podem ser identificadas em muitos movimentos intelectuais - Platonismo, neoplatonismo, puritanismo, poesia do Renascimento, misticismo, idealismo, ceticismo e romantismo. Seu estilo em prosa, em seus melhores exemplos, mostra-se ágil, simples e econômico.

Seu primeiro livro, Natureza (1836), foi recebido com certo entusiasmo, sobretudo pela juventude de seu tempo. A obra expressava os princípios mais importantes de um novo movimento filosófico denominado transcendentalismo. Pouco depois de sua publicação, formou-se um grupo de discussão, tendo Emerson como líder. Esse grupo recebeu mais tarde o nome de Clube Transcendental, e publicou uma influente revista, The Dial (O Quadrante), dedicada à literatura e à filosofia. O próprio Emerson dirigiu o periódico de 1842 a 1844.

Nos dois volumes dos Ensaios (1841 e 1844) talvez se encontre a parte mais característica e duradoura da obra de Emerson. Em Homens representativos (1850), Emerson reuniu uma série de ensaios semicríticos e semibiográficos sobre Platão, Swedenborg, Montaigne, Shakespeare, Napoleão e Goethe.

Sua obra poética segue modelos convencionais, caracterizando-se pela economia de recursos e simplicidade de imagens. Os dois volumes de poesia que apareceram durante sua vida, Poemas (1846) e Dia de maio (1867) contêm alguns dos melhores versos da poesia norte-americana do séc. XIX.

Sobrevivência

Jogue fora todos os números não essenciais para sua Sobrevivência. Isso inclui idade, peso e altura. Deixe o médico se preocupar com eles. Para isso ele é pago.

Freqüente, de preferência, seus amigos alegres. Os "baixo-astrais" puxam você para baixo.

Continue aprendendo. Aprenda mais sobre computador, artesanato, jardinagem, qualquer Coisa.

Não deixe seu cérebro desocupado. Uma mente sem uso é a oficina do diabo. E o nome do diabo é Alzheimer.

Curta coisas simples.

Ria sempre, muito e alto. Ria até perder o fôlego.

Lágrimas acontecem. Agüente, sofra e siga em frente.

A única pessoa que acompanha você a vida toda é você mesmo.

Esteja vivo, enquanto você viver.

Esteja sempre rodeado daquilo que você gosta: família, animais, Lembranças, música, plantas, um hobby, o que for.

Seu lar é o seu refúgio.

Aproveite sua saúde.

Se for boa, preserve-a,

Se está instável, melhore-a,

Se está abaixo desse nível, peça ajuda.

Não faça viagens de remorsos. Viaje para o shopping, para cidade vizinha, para um país Estrangeiro, mas não faça viagens ao passado.

Diga a quem você ama, que você realmente os ama, em todas as Oportunidades.

E se lembre sempre que:

A vida não é medida pelo número de vezes que você respirou, Mas pelos momentos em que você perdeu o fôlego...

De tanto rir...

De surpresa...

De êxtase...

De felicidade...

Reconhecimento e Mérito

Um fazendeiro colecionava cavalos e só faltava um determinado espécime. Um dia ele descobriu que o seu vizinho tinha este determinado cavalo. Assim, ele atazanou seu vizinho até conseguir comprá-lo.

Um mês depois o cavalo adoeceu, e ele chamou o veterinário:

— Bem, seu cavalo está com uma virose, é preciso tomar este medicamento durante três dias, no terceiro dia eu retornarei e caso ele não estej a melhor, será necessário sacrificá-lo. Neste momento, o porco escutava toda a conversa.

No dia seguinte deram o medicamento e foram embora.

O porco se aproximou do cavalo e disse:

— Força amigo! Levanta daí, senão você será sacrificado!

No segundo dia, deram o medicamento e foram embora.

O porco se aproximou do cavalo e disse:

— Vamos lá amigão, levanta senão você vai morrer! Vamos lá, eu te ajudo a levantar!

Um, dois, três... No terceiro dia deram o medicamento e o veterinário disse:

Infelizmente vamos ter que sacrificá-lo amanhã, pois a virose pode contaminar os outros cavalos. Quando foram embora, o porco se aproximou do cavalo e disse:

— Cara é agora ou nunca, levanta logo! Coragem!

Isso, devagar! Ótimo, vamos, um, dois, três, legal, legal, agora mais depressa vai... Fantástico!

Corre, corre mais! Você venceu, Campeão!

Então de repente o dono chegou, viu o cavalo correndo no campo e gritou :

— Milagre! O cavalo melhorou. Isso merece uma festa... Vamos matar o porco!

"Quantas vezes isso acontece dentro de uma empresa e ninguém consegue perceber, que o coitado do porco é que merecia todo o mérito pelo sucesso".

Saber viver é uma arte! Seja um artista em sua vida!

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Reformar o eu

Primeiro considera profunda e sinceramente Se tens que reformar teu próprio interior. Se concluíres que sim, Saibas, desde já, que não será tarefa fácil. Terás teu próprio eu como teu maior adversário Nessa grande reforma. Se, mesmo assim, Decidires que teu tempo de mudança chegou, Não cometas o erro de tentar, Porque tentar, apenas, é pouco! Faça ou não faça!

Entretanto, Se te julgas suficientemente forte Para vencer teu dragão interior, Então, começa pelo coração! E não deixes pedra sobre pedra, Sequer aqueles entulhos de sentimentos Tão carinhosamente guardados Para quando um dia possas vir a utilizá-los.

Desfaz-te dos antigos quadros que já nada dizem, Apenas doem, Pregados com pregos enferrujados na parede da alma... Abre as janelas de tuas aspirações Para o sol da manhã de um novo dia de realizações, E deixa a luz purificadora do sol das ousadias Invadir os cantos escuros de tuas preocupações - por perigos, talvez imaginários - Onde escondias tuas dores irreveladas.

Ouve os trinados dos pássaros de teus sonhos A te entoarem novas e reveladoras melodias. Abre a porta de tua mansão do passado, E vejas o caminho dos teus ideais Abrindo-se em felizes e brilhantes futuros, Enfeitados pelas flores das muitas alegrias Que te esperam ao longo da jornada.

Caminha por ele. Não! Não leves nada! Não cedas à tentação de levar contigo Aquela enganadora linda caixinha de veludo, Que contém doces lembranças de um passado feliz. Ela será o teu veneno, E te fará verter lágrimas Por algo que não pode ser revivido nem alterado, Quando deverias sorrir Pelo verdejante vale de alegrias Que te aguarda e com as quais nem sonhas.

Abre as janelas de teus embolorados projetos Há tanto adiados E deixa o frescor da brisa de novas metas Estabelecerem novos rumos para tua vida. Pinta de cores novas e alegres Teus ensombrecidos porões, E deixa que a luz de novas promessas de vida os ilumine E invadam os nichos de tuas reticências.

Não temas a noite silenciosa de tuas incertezas, Nem as chuvas ocasionais de tuas tristezas. Elas virão, com certeza. Mas, noites podem ser belas, Se, ao contrário de olhares para a escuridão Que nada transmite, Decidires olhar para o céu e contar estrelas, E vê-las como purpurinas Com que Deus enfeita a festa Da descoberta do encontro com teu próprio eu.

Chuvas podem ser revigorantes, Se decidires não apenas Olhar para os rios de tuas atribulações, Transbordantes de preocupações, Mas te detiveres a observar Os novos ramos de esperança de vida Que nascem após a tormenta.

Abre as portas daquele armário de espelhos, Onde guardavas apenas os reflexos de tuas boas intenções, E olhando tua própria imagem refletida, Faze valer a pena ser tu A única coisa de valor que vale a pena ser guardada ali. Desfaça-te de tudo o que possa ser apenas miragens, E vá à feira de novas aspirações, Onde poderás adquirir novos adornos para tua alma.

Não te deixes iludir por muitos brilhos. Procura as coisas simples, Porque serão sempre as mais verdadeiras. Sai de tua pálida estada Nas sombras da saudade e da desesperança E vai para a luz irradiante do sol das novas perspectivas.

E quando estiveres caminhando Pela estrada do encontro com teu próprio coração, Olha, de vez em quando, para o alto, Para o cimo das montanhas, Porque é lá que nascerá, para sempre, a cada manhã, O raiar de um novo dia!

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Regras da Vida

Guerdjef

O pensador russo Guerdjef, que no início do século passado já falava em auto-conhecimento e na importância de se saber viver, dizia em sua tese:

Uma boa vida tem como base o sentido do que queremos para nós em cada momento e daquilo que, realmente, vale como principal". Assim sendo, ele traçou 20 regras de vida que foram colocadas em destaque no Instituto Francês de Ansiedade e Stress, em Paris. Dizem, os experts em comportamento, que quem já consegue assimilar 10 delas, com certeza, aprendeu a viver com qualidade interna. Ei-las:

1. Faça pausas de dez minutos a cada duas horas de trabalho, no máximo. Repita essas pausas na vida diária e pense em você, analisando suas atitudes.

2. Aprenda a dizer NÃO sem se sentir culpado ou achar que magoou. Querer agradar a todos é um desgaste enorme.

3. Planeje seu dia, sim, mas deixe sempre um bom espaço para o improviso, consciente de que nem tudo depende de você.

4. Concentre-se em apenas uma tarefa de cada vez. Por mais ágeis que sejam os seus quadros mentais, você se exaure.

5. Esqueça, de uma vez por todas, que você é imprescindível. No trabalho, em casa, no grupo habitual. Por mais que isso lhe desagrade, tudo anda sem a sua atuação, a não ser, você mesmo.

6. Abra mão de ser o responsável pelo prazer de todos. Não é você a fonte dos desejos, o eterno mestre de cerimônias.

7. Peça ajuda sempre que necessário, tendo o bom senso de pedir às pessoas certas.

8. Diferencie problemas reais de problemas imaginários e elimine-os porque são pura perda de tempo e ocupam um espaço mental precioso para coisas mais importantes.

9. Tente descobrir o prazer de fatos cotidianos como dormir, comer, tomar banho, sem também achar que é o máximo a se conseguir na vida.

10. Evite se envolver na ansiedade e tensão alheias enquanto ansiedade e tensão. Espere um pouco e depois retome o diálogo, a ação.

11. Família não é você, está junto de você, compõe o seu mundo, mas não é a sua própria identidade.

12. Entenda que princípios e convicções fechadas podem ser um grande peso, a trave do movimento e da busca.

13. É preciso ter sempre alguém em que se possa confiar e falar abertamente ao menos num raio de cem quilômetros. Não adianta estar mais longe.

14. Saiba a hora certa de sair de cena, de retirar-se do palco, de deixar a roda. Nunca perca o sentido da importância sutil de uma saída discreta.

15. Não queira saber se falaram mal de você e nem se atormente com esse lixo mental; escute o que falaram bem, com reserva analítica, sem qualquer convencimento.

16. Competir no lazer, no trabalho, na vida a dois, é ótimo... para quem quer ficar esgotado e perder o melhor.

17. A rigidez é boa na pedra não no homem. A ele cabe firmeza, o que é muito diferente.

18. Uma hora de intenso prazer substitui com folga 3 horas de sono perdido. O prazer recompõe mais que o sono. Logo, não perca uma oportunidade de divertir-se.

19. Não abandone suas três grandes e inabaláveis amigas: a intuição, a inocência e a fé.

20. Entenda de uma vez por todas, definitiva e conclusivamente: você é o que se fizer!

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Resista

Resista um pouco mais, mesmo que as feridas latejem e que a sua coragem esteja cochilando.

Resista mais um minuto e será fácil resistir aos demais.

Resista mais um instante, mesmo que a derrota seja um ímã...mesmo que a desilusão caminhe em sua direção.

Resista mais um pouco, mesmo que os invejosos digam para você parar... Mesmo que sua esperança esteja no fim.

Resista mais um momento, mesmo que você não possa avistar ainda a linha de chegada... mesmo que as inseguranças brinquem de roda à sua volta.

Resista um pouco mais, mesmo que a sua vida esteja sendo pesada como a consciência dos insensatos, e você se sinta indefeso como um pássaro de asas quebradas.

Resista, porque o último instante da madrugada é sempre aquele que puxa a manhã pelo braço e essa manhã bonita, ensolarada, sem algemas nascerá para você em breve, desde que você resista.

Resista, porque estou sentado na arquibancada do tempo, torcendo ansioso para que você vença e receba de DEUS a coroa que você merece A FELICIDADE...

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Reverência ao Destino

Carlos Drummond de Andrade

Falar é completamente fácil, quando se tem palavras em mente que expressem uma opinião. Difícil é expressar por gestos e atitudes o que realmente queremos dizer, o quanto queremos dizer antes que a pessoa se vá.

Fácil é julgar pessoas que estão sendo expostas pelas circunstâncias. Difícil é encontrar e refletir sobre os seus erros, ou tentar fazer diferente algo que já fez muito errado.

Fácil é ser colega, fazer companhia a alguém, dizer o que ele deseja ouvir. Difícil é ser amigo para todas as horas e dizer sempre a verdade quando for preciso. E com confiança no que diz.

Fácil é analisar a situação alheia e poder aconselhar sobre esta situação. Difícil é vivenciar esta situação e saber o que fazer. Ou ter coragem pra fazer.

Fácil é demonstrar raiva e impaciência quando algo te deixa irritado. Difícil é expressar o seu amor a alguém que realmente te conhece, te respeita e te entende. E é assim que perdemos pessoas especiais.

Fácil é mentir aos quatro ventos o que tentamos camuflar. Difícil é mentir para o nosso coração.

Fácil é ver o que queremos enxergar. Difícil é saber que nos iludimos com o que achávamos ter visto. Admitir que nos deixamos levar, mais uma vez, isso é difícil.

Fácil é dizer "oi" ou "como vai?" Difícil é dizer "adeus". Principalmente quando somos culpados pela partida de alguém das nossas vidas...

Fácil é abraçar, apertar as mãos, beijar de olhos fechados. Difícil é sentir a energia que é transmitida. Aquela que toma conta do corpo como uma corrente elétrica quando tocamos a pessoa certa.

Fácil é querer ser amado. Difícil é amar completamente só. Amar de verdade, sem ter medo de viver, Amar e se entregar. E aprender a dar valor somente a quem te ama.

Fácil é ouvir a música que toca. Difícil é ouvir a consciência acenando o tempo todo, mostrando nossas escolhas erradas.

Fácil é ditar regras. Difícil é segui-las. Ter a noção exata de nossas próprias vidas, ao invés de ter noção das vidas dos outros.

Fácil é perguntar o que deseja saber. Difícil é estar preparado para escutar esta resposta. Ou querer entender a resposta.

Fácil é chorar ou sorrir quando der vontade. Difícil é sorrir com vontade de chorar ou chorar de rir, de alegria.

Fácil é dar um beijo. Difícil é entregar a alma. Sinceramente, por inteiro.

Fácil é sair com várias pessoas ao longo da vida. Difícil é entender que pouquíssimas delas vão te aceitar como és e te fazer feliz por inteiro.

Fácil é ocupar um lugar na caderneta telefônica. Difícil é ocupar o coração de alguém. Saber que se é realmente amado.

Fácil é sonhar todas as noites. Difícil é lutar por um sonho.

Eterno é tudo aquilo que dura uma fração de segundo, mas com tamanha intensidade, que se petrifica, e nenhuma força jamais o resgata.

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Rir e recomeçar

São pequenas as coisas com que aprendemos muito: num dia de verão, eu estava na praia, espiando duas crianças na areia. Trabalhavam muito, construindo um castelo de areia molhada com torres, passarelas e passagens internas. Quando estavam perto do final do projeto, veio uma onda e destruiu tudo, reduzindo o castelo a um monte de areia e espuma.

Achei que as crianças iriam cair no choro, depois de tanto esforço e cuidado. Mas tive uma surpresa: em vez de chorar, elas correram para a praia, fugindo da água, rindo, de mãos dadas e começaram a construir outro castelo.

Compreendi que havia recebido ali uma importante lição: tudo em nossas vidas, todas as coisas que gastam tanto de nosso tempo e de nossa energia para construir, tudo é passageiro, tudo é feito de areia; o que permanece é só o relacionamento que temos com as outras pessoas.

Mais cedo ou mais tarde, uma onda virá e destruirá ou apagará o que levamos tanto tempo para construir. E quando isso acontecer, somente aquele que tiver as mãos de outro alguém para segurar será capaz de rir e recomeçar.

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Aprender é descobrir aquilo que você já sabe

Aprender é descobrir aquilo que você já sabe.
Fazer é demonstrar que você sabe.
Ensinar é lembrar aos outros que eles sabem tanto quanto você.
Somos todos aprendizes, fazedores, professores."

Richard Bach

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Saber viver

No meio do barulho e da agitação, caminhe tranqüilo, pensando na paz que você pode encontrar no silêncio. Procure viver em harmonia com as pessoas que estão ao seu redor, sem abrir mão de sua dignidade.

Fale sua verdade, clara e mansamente. Escute a verdade de outros, pois eles também têm a sua própria história.

Evite as pessoas agitadas e agressivas: elas afligem o nosso espírito.

Não se compare aos demais, olhando as pessoas como superiores ou inferiores a você: isso o tornaria superficial e amargo.

Viva intensamente os seus ideais e o que você já conseguiu realizar. Mantenha o interesse no seu trabalho, pois por mais humilde que seja, ele é um verdadeiro tesouro.

Seja prudente em tudo o que fizer, porque o mundo está cheio de armadilhas.

Mas, não fique cego para o bem que sempre existe, há muita gente lutando por nobres causas.

Seja você mesmo e, sobretudo, não simule afeição... Aceite com carinho o conselho dos mais velhos e seja compreensivo com os impulsos inovadores da juventude.

Não se desespere com perigos imaginários: muitos temores têm sua origem no cansaço e na solidão.

Você merece estar aqui, e mesmo que não perceba, a terra e o universo vão cumprindo o seu destino.

Procure, pois, estar em paz com Deus, seja qual for o nome que você lhe der.

No meio de seus trabalhos e aspirações, na fatigante jornada pela vida, conserve no mais profundo do ser, a harmonia e a paz.

Acima de toda mesquinhez e falsidade, o mundo ainda é belo.

Caminhe com cuidado, faça tudo para ser feliz e partilhe com os outros sua felicidade.

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Sacanagem

Martha Medeiros

Por causa do Dia dos Namorados, junho é o momento ideal para falar de Sacanagem.

Se dei a impressão de que o assunto será ménage a trois, sexo selvagem e Práticas perversas, sinto muito desiludí-lo. Pretendo, sim, é falar das Sacanagens que fizeram com a gente.

Fizeram a gente acreditar que amor mesmo, amor pra valer, só acontece uma Vez, geralmente antes dos 30 anos.

Não contaram para nós que amor não é racionado nem chega com hora marcada.

Fizeram a gente acreditar que cada um de nós é a metade de uma laranja e que A vida só ganha sentido quando encontramos a outra metade.

Não contaram que já nascemos inteiros, que ninguém em nossa vida merece Carregar nas costas a responsabilidade de completar o que nos falta: a gente Cresce através da gente mesmo.

Se estivermos em boa companhia, é só mais rápido.

Fizeram a gente acreditar numa fórmula chamada "dois em um", duas pessoas Pensando igual, agindo igual, que isso era que funcionava. Não nos contaram Que isso tem nome: anulação, que só sendo indivíduos com personalidade Própria é que poderemos ter uma relação saudável.

Fizeram a gente acreditar que casamento é obrigatório e que desejos fora de Hora devem ser reprimidos.

Fizeram a gente acreditar que os bonitos e magros são mais amados, que os Que transam pouco são caretas, que os que transam muito não são confiáveis, E que sempre haverá um chinelo velho para um pé torto.

Ninguém nos disse que chinelos velhos também têm seu valor, já que não nos Machucam, e que existe mais cabeças tortas do que pés.

Fizeram a gente acreditar que só há uma fórmula de ser feliz, a mesma para Todos, e os que escapam dela estão condenados à marginalidade.

Não nos contaram que estas fórmulas dão erradas, frustram as pessoas, são Alienantes, e que poderíamos tentar outras alternativas menos convencionais.

Sexo não é sacanagem.

Sexo é uma coisa natural, simples, só é ruim quando feito sem vontade.

Sacanagem é outra coisa.

É nos condicionarem a um amor cheio de regras e princípios, sem ter o Direito à leveza e ao prazer que nos proporcionam as coisas escolhidas por Nós mesmos.

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Saudação de amigo

Quero ser o teu amigo
Nem de mais e nem de menos
Nem tão longe, nem tão perto
Na medida mais precisa que eu puder
Mas amar-te sem medida e ficar na tua vida
Da maneira mais amiga
Da maneira mais discreta, sem jamais te sufocar
Sem forçar tua vontade, sem jamais te aprisionar
E saber quando falar e saber quando calar
Nem ausente, nem presente por demais
Fraternalmente ser amigo e dar-te a paz
A paz que o mundo não dá, a paz de Jesus
A paz esteja com você!
E comigo também!

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Saudade

Miguel Falabella

Trancar o dedo numa porta dói. Bater com o queixo no chão dói. Torcer o tornozelo dói. Um tapa, um soco, um pontapé, doem. Dói bater a cabeça na quina da mesa, dói morder a língua, dói cólica, cárie e pedra no rim. Mas o que mais dói é a saudade.

Saudade de um irmão que mora longe. Saudade de uma cachoeira da infância. Saudade do gosto de uma fruta que não se encontra mais. Saudade do pai que morreu, do amigo imaginário que nunca existiu. Saudade de uma cidade. Saudade da gente mesmo, que o tempo não perdoa. Doem essas saudades todas.

Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama. Saudade da pele, do cheiro, dos beijos. Saudade da presença, e até da ausência consentida. Você podia ficar na sala e ela no quarto, sem se verem, mas sabiam-se lá. Você podia ir para o escritório e ela para o dentista, mas sabiam-se onde. Você podia ficar o dia sem vê-la, ela o dia sem vê-lo, mas sabiam-se amanhã. Contudo, quando o amor de um acaba, ou torna-se menor, ao outro sobra uma saudade que ninguém sabe como deter.

Saudade é basicamente não saber. Não saber mais se ela continua fungando num ambiente mais frio. Não saber se ele continua sem fazer a barba por causa daquela alergia. Não saber se ele ainda usa camisa xadrez. Não saber se ela foi na consulta com o dermatologista como prometeu. Não saber se ele tem comido bem por causa daquela mania de estar sempre ocupado, se ela tem assistido às aulas de inglês, se ele aprendeu a entrar na Internet e encontrar a página do Diário Oficial, se ela aprendeu a estacionar entre dois carros, se ele continua preferindo Malzibier, se ela continua preferindo Fanta, se ela continua sorrindo com aqueles olhinhos apertados, se ele continua dançando daquele jeitinho enlouquecedor, se ele continua detestando o Mc Donald's, se ela continua lhe amando. Saudade é não saber mesmo! Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos, não saber como encontrar tarefas que lhe cessem os pensamentos, não saber como frear as lágrimas diante de uma música, não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche.

Saudade é não querer saber se ele esta com outra, e ao mesmo tempo querer. É não saber se ela está feliz, e ao mesmo tempo perguntar a todos os amigos por isso... É não querer saber se ele está mais magro, se ela está mais bela. Saudade é nunca mais saber de quem se ama, e ainda assim doer. Saudade é isso que senti enquanto estive escrevendo o que você, provavelmente, está sentindo agora depois que acabou de ler...

Seja otimista

As grandes realizações do nosso século, aconteceram quando alguém resolveu vencer o impossível...

— Nas navegações encontramos um colombo determinado a seguir viagems pelo mar, mesmo estando cansado de ouvir que o mar acabava e estava cheio de monstros terriveis.

— Santos dumont foi taxado de louco tantas vezes que nem ligava mais para os comentários até fazer subir o seu 14 bis...

— Einstein foi ridicularizado na Alemanha...

— Ford foi ignorado por banqueiros e poderosos que não acreditavam em carros em série...

— "essa idéia de alcançar a lua é impossível" (citado por um cientista em 1926)...

— "qualquer pessoa que viajar a uma velocidade de 45km/h irá se sufocar" (prognóstico feito em 1840)...

— "Não existe nenhuma combinação possivel que possa formar uma máquina com a qual os homens possam voar" (1901, poucos anos antes do 1º avião decolar)...

...Acredite, sonhos podem se tornar realidade!

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Seja um idiota

Arnaldo Jabor

A idiotice é vital para a felicidade

Gente chata essa que quer ser séria, profunda e visceral sempre. Putz! A vida já é um caos, por que fazermos dela, ainda por cima, um tratado?

Deixe a seriedade para as horas em que ela é inevitável: mortes, separações, dores e afins.

No dia-a-dia, pelo amor de Deus, seja idiota!

Ria dos próprios defeitos. E de quem acha defeitos em você.

Ignore o que o boçal do seu chefe disse.

Pense assim: quem tem que carregar aquela cara feia, todos os dias, inseparavelmente, é ele. Pobre dele.

Milhares de casamentos acabaram-se não pela falta de amor, dinheiro, sexo, sincronia, mas pela ausência de idiotice.

Trate seu amor como seu melhor amigo, e pronto.

Quem disse que é bom dividirmos a vida com alguém que tem conselho pra tudo, soluções sensatas, mas não consegue rir quando tropeça?

hahahahahahahahaha!...

Alguém que sabe resolver uma crise familiar, mas não tem a menor idéia de como preencher as horas livres de um fim de semana? Quanto tempo faz que você não vai ao cinema?

É bem comum gente que fica perdida quando se acabam os problemas. E daí, o que elas farão se já não têm por que se desesperar?

Desaprenderam a brincar. Eu não quero alguém assim comigo. Você quer? Espero que não.

Tudo que é mais difícil é mais gostoso, mas... a realidade já é dura; piora se for densa.

Dura, densa, e bem ruim.

Brincar é legal. Entendeu?

Esqueça o que te falaram sobre ser adulto, tudo aquilo de não brincar com comida, não falar besteira, não ser imaturo, não chorar, não andar descalço, não tomar chuva.

Pule corda!

Adultos podem (e devem) contar piadas, passear no parque, rir alto e lamber a tampa do iogurte.

Ser adulto não é perder os prazeres da vida - e esse é o único "não" realmente aceitável.

Teste a teoria. Uma semaninha, para começar.

Veja e sinta as coisas como se elas fossem o que realmente são: passageiras. Acorde de manhã e decida entre duas coisas: ficar de mau humor e transmitir isso adiante ou sorrir...

Bom mesmo é ter problema na cabeça, sorriso na boca e paz no coração!

Aliás, entregue os problemas nas mãos de Deus e que tal um cafezinho gostoso agora?

A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso cante, chore, dance e viva intensamente antes que a cortina se feche

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Será que você sabe

Oi! Você sabe???...
Você sabe qual é o exato valor...
...de um sorriso amigo num momento de tristeza?
...de um simples olhar prá quem entende?
. de uma flor pequenina quando o romantismo invade?
. do nascer do sol e de sua beleza?
. da luz da lua longe da cidade?
. do poder da prece quando o desespero se estende?
Você sabe qual é o exato valor...
... de um abraço que aperta?
... de uma lágrima de saudade?
... da atenção de um carinho?
... do dizer a verdade?
... do viver a emoção?
... da sincera amizade?
... de uma palavra simples na hora certa?
Isso alguém consegue definir???
Pois então não fale nada, apenas sinta tudo isso...
Sinta essa vida linda, sempre sorrindo...
Viva com esse compromisso...
Viva sentindo... sentindo de uma forma apaixonada...
Afastando todo e qualquer escudo...
Pois da sensibilidade não dá prá se fugir...

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Ser Feliz é

Ser feliz é..
Acordar e saber que está atrasado...
Mas ter certeza de que tem um emprego!
Ver a caixa do correio cheia de contas...
Mas receber uma carta do amigo!
Ter um monte de recados na secretária...
Mas no meio deles, um que diz: "Tô morrendo de saudades!"
Ver que no almoço a mãe fez salada de beterraba...
Mas o prato principal está apetitoso e é o seu preferido!
Estar num engarrafamento...
Mas ligar o rádio e ouvir a sua música predileta tocando lembrando de alguém especial!
Brigar com o cachorro porque ele comeu seu sapato...
Mas ser recebido por ele com uma festa todos os dias quando você chega em casa!
Ser feliz é chegar em casa exausto...
Mas ainda assim ser arrastado pra balada por uma porção de amigos!
Enfim, ser feliz é ter um monte de problemas, mas ser capaz de
sorrir com as pequenas coisas do dia-a-dia !!!

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Ser Feliz ou Ter Razão?

Oito da noite numa avenida movimentada. O casal já esta atrasado para jantar na casa de alguns amigos.

O endereço é novo, assim como o caminho, que ela conferiu no mapa antes de sair. Ele dirige o carro. Ela o orienta e pede para que vire na próxima rua à esquerda. Ele tem certeza de que é à direita.

Discutem. Percebendo que além de atrasados, poderão ficar mal humorados, ela deixa que ele decida.

Ele vira a direita e percebe que estava errado. Ainda com dificuldade, ele admite que insistiu no caminho errado, enquanto faz o retorno.

Ela sorri e diz que não há problema algum em chegar alguns minutos mais tarde.

Mas ele ainda quer saber: Se você tinha tanta certeza de que eu estava tomando o caminho errado, deveria insistir um pouco mais.

E ela diz: Entre ter razão e ser feliz, prefiro ser feliz.

Estávamos a beira de uma briga, se eu insistisse mais, teríamos estragado a noite.

MORAL DA HISTÓRIA

Essa pequena historia foi contada por uma empresária durante uma palestra sobre simplicidade no mundo do trabalho.

Ela usou a cena para ilustrar quanta energia nós gastamos apenas para demonstrar que temos razão, independente de tê-la ou não.

Desde que ouvi esta história, tenho me perguntado com mais freqüência:

Quero ser feliz ou ter razão? Pense nisso e seja feliz.

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Felicidade

"Se tudo na vida é relativo, relativa também é a idéia que cada um faz da felicidade.

Para uns, felicidade é dinheiro no bolso, cerveja na geladeira, roupa nova no armário.

Para outros a felicidade representa o sucesso, a carreira brilhante, o simples fato de se achar importante, (ainda que na verdade as coisas não sejam bem assim).

Para outros tantos, ser feliz é conhecer o mundo, ter um conhecimento profundo das coisas da terra e do ar.

Mas para mim, ser feliz é diferente. Ser feliz é ser gente, é ter vida, que como dizia o poeta: "é bonita, é bonita, é bonita..."

felicidade é a família reunida, é viver sem chegada, sem partida. É sonhar, é chorar, é sorrir.

Felicidade é viver cercado de amor, é plantar amizade, é o calor do abraço daquele amigo, que mesmo distante, lembrou de dizer: "alô".

Ser feliz, é acordar às cinco da matina, depois de ter ido dormir às três da madrugada, com sono e pra lá de cansado, só pra dar uma pontinha da cama, para o filho dormir.

Ser feliz é ter violetas na janela, é chá de maçã com canela, é pipoca na panela. É um cd bem mela-mela, para esquentar o coração.

Ser feliz é curtir sol radiante, frio aconchegante, chuvinha ou temporal.

Ser feliz é enxergar o outro (e sabe lá quantos outros, que cruzam nossa estrada).

Ser feliz é fazer da vida uma grande aventura, a maior loucura, um enorme prazer.

Ser feliz é ser amigo, mas...

Antes de tudo é ter amigos, exatamente assim, como vocês."

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Tudo na vida é relativo

Se tudo na vida é relativo, relativa também é a idéia que cada um faz da felicidade.

Para uns, felicidade é dinheiro no bolso, cerveja na geladeira, roupa nova no armário.

Para outros a felicidade representa o sucesso, a carreira brilhante, o simples fato de se achar importante, (ainda que na verdade as coisas não sejam bem assim).

Para outros tantos, ser feliz é conhecer o mundo, ter um conhecimento profundo das coisas da terra e do ar.

Mas para mim, ser feliz é diferente. Ser feliz é ser gente, é ter vida, que como dizia o poeta: "é bonita, é bonita, é bonita..."

Felicidade é a família reunida, é viver sem chegada, sem partida. É sonhar, é chorar, é sorrir.

Felicidade é viver cercado de amor, é plantar amizade, é o calor do abraço daquele amigo, que mesmo distante, lembrou de dizer:

"alô".

Ser feliz, é acordar às cinco da matina, depois de ter ido dormir às três da madrugada, com sono e pra lá de cansado, só pra dar uma pontinha da cama, para o filho dormir.

Ser feliz é ter violetas na janela, é chá de maçã com canela, é pipoca na panela. É um cd bem mela-mela, para esquentar o coração.

Ser feliz é curtir sol radiante, frio aconchegante, chuvinha ou temporal.

Ser feliz é enxergar o outro (e sabe lá quantos outros, que cruzam nossa estrada).

Ser feliz é fazer da vida uma grande aventura, a maior loucura, um enorme prazer.

Ser feliz é ser amigo, mas...

Antes de tudo é ter amigos, exatamente assim, como vocês.

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Ser livre

Roberto Shinyashiki

Você tem o direito de escolher com quem, e como vai viver. Você pode mudar a sua vida.

Você pode estruturar a sua vida como quiser.

Porque você é livre!

Você é livre para sofrer tudo o que você quiser!

Perceba que sua liberdade lhe dá condições para sofrer tudo o que você uiser.

Com uma simples cara fechada de seu marido resfriado, você pode acabar numa crise conjugal de um mês.

Por causa de uma buzinada no trânsito, você pode se irritar o dia inteiro.

Com a inflação do mês você entra em depressão profunda.

Porque você é livre!

Nada ou ninguém pode impedir você de sofrer tudo o que quiser.

Perceba que nem mesmo muito dinheiro pode impedir você de se sentir pobre.

Nem um grande amor pode impedir você de se sentir mal amado.

Nem muitos amigos podem impedir você de se sentir solitário.

Nem mesmo o sucesso pode impedir você de se sentir fracassado.

Porque você é livre!

Você só vai parar de sofrer quando você quiser!

Perceba que é sua a opção pelo sofrimento.

Algumas pessoas decidem estar no mundo para viver, outras para sofrer.

E pensam que é seu destino sofrer.

Isso é pura ilusão!

Só quando você decidir, você pára de sofrer.

Porque você é livre!"

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Seu Maior Tesouro

Diz a lenda que, certa vez, um homem caminhava pela praia numa noite de luacheia. Pensava desta forma:

"Se tivesse uma casa grande, seria feliz". "Se tivesse um excelente trabalho, seria feliz. Se tivesse uma companheira perfeita, seria feliz".

Nesse momento, tropeçou com uma sacolinha cheia de pedras e começou a jogá-las, uma a uma, no mar, a cada vez que dizia: "seria feliz se tivesse..."

Assim o fez até que a sacolinha ficou com uma só pedrinha, que decidiu guardá-la.

Ao chegar em casa, percebeu que aquela pedrinha tratava-se de um diamante muito valioso.

Você imaginou quantos diamantes jogou no mar, sem parar para pensar?

Quantos de nós vivemos jogando fora nossos preciosos tesouros por estar esperando o que acreditamos ser perfeito ou sonhando e desejando o que não temos, sem dar valor ao que temos perto de nossas mãos?

Olhe ao seu redor e, se você parar para observar, perceberás quão afortunado você é. Muito perto de ti está tua felicidade.

Observe a pedrinha, que pode ser um diamante valioso.

Cada um de nossos dias pode ser considerado um diamante preciso e insubstituível. Depende de nós aproveitá-lo ou lançá-lo ao mar do esquecimento para nunca mais recuperá-lo.

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Simplesmente Sublime

© Laila Vaneti

Ás vezes eu me pego pensando em certas coisas. São questões capazes de deixar qualquer pessoa com cara de ponto de interrogação. Afinal de contas, quem somos? Para onde vamos? De onde viemos? Existe, mesmo, a tão falada vida após a morte? Ou será que tudo acaba no dia em que expiramos e fechamos os olhos pela última vez?

Com efeito, essas questões assolam a mente da humanidade desde que o homem percebeu que é um ser com data de validade, embora essa data de validade não venha impressa na testa de ninguém. E como diria o escritor português José Saramago, "Nem tu podes fazer-me todas as perguntas e nem eu posso te dar todas as respostas". (1991).

Por outro lado, existe outra questão bastante engraçada e que, pelo menos para mim, continua sem resposta plausível, muito menos satisfatória. Já repararam como Deus é um cara brincalhão? Pois vejam vocês, estamos em pleno mês de março. Além da Páscoa, que, para os cristãos, é a ressurreição do filho de Deus temos, neste mês, o dia 08, o Dia Internacional da Mulher. E não poderia haver coincidência, se é que há, de fato, coincidências, mais propícia e digna de figurar num artigo.

Quando digo que Deus é um cara brincalhão, o faço justamente por conta da eterna guerra dos sexos. Recentemente, um treinador (agora ex) de futebol de uma conhecida e popular equipe paulistana, disse que a mulher não poderia arbitrar um jogo de tão alto nível, como é o futebol, por ela não ser capaz de acompanhar o ritmo físico, o "torque" dos atletas, que isso era algo "biológico". Pilhérias à parte, já que o técnico é gaúcho, a polêmica sobre quem faz o quê melhor, o homem ou mulher, voltou à baila. E logo neste mês.

Longe de mim querer colocar mais lenha nessa fogueira. Porém, continuo com minha tese de que Deus é brincalhão. Não é de hoje que absurdos como: "a mulher é o sexo frágil", "o homem dirige melhor do que a mulher", "o homem é mais inteligente do que a mulher" são ditas. E por que não dizer, cuspidas, lançadas com violência.

É claro que eu poderia falar na presença cada vez mais constante da mulher no mundo corporativo. Poderia citar o sem número de mulheres inseridas no mundo corporativo, administrando empresas com muita competência. Afinal de contas, segundo pesquisa da Global Entrepreneurship Monitor, nós representávamos, em 2003, 46% dos empreendedores no país. No entanto, não é o que farei. Poderia, também, falar da força da mulher como professora. No entanto, não é isso que farei. Continuo batendo na tecla de que Deus é brincalhão.

Ora, se Deus não é brincalhão, como explicar a mania que os homens têm de se dizerem mais fortes e mais inteligentes do que as mulheres? Taí o treinador de futebol que não me deixa mentir. Por incrível que pareça, ainda existe esse tipo de pensamento de que a mulher não pode fazer certas coisas, que os homens são melhores. Porém, é sensível a diferença entre a maneira de conduzir certos assuntos. E já que falamos em sensível, nada melhor do que um exemplo prático de sensibilidade.

Ana Cuder é hoje vice-presidente da rede de escolas de inglês CNA, que tem 56% de suas franquias comandadas por mulheres. Sua trajetória profissional começou em 1978 quando ela formou-se em Língua Inglesa e passou a dar aulas.

Sobre as dificuldades que teve pelo caminho até chegar ao cargo que ocupa hoje, Ana fala que foi difícil "impor seus pontos de vista em um mundo essencialmente masculino, em que as mulheres são vistas, por determinado tipo de homem, como inferiores intelectualmente. Ela também afirma que teve dificuldades por ser uma pessoa emotiva. "Talvez tenham me taxado de "chorona", o que sou mesmo, mas desde quando isso afeta minha capacidade intelectual ou meu empenho profissional?", questiona. (disponível em http://www.terra.com.br/mulher/).

Deus, quando resolveu criar os seres humanos, fez uma brincadeira com os homens: colocou neles 23 bilhões de neurônios, enquanto na mulher pôs 4 bilhões a menos. E isso gerou toda uma ilusão de que os machos são inteligentíssimos enquanto que as fêmeas...

Todavia, uma análise mais profunda provará que essa direcionamento não é o mais adequado:

"Mulheres raciocinam em paralelo, avaliam dezenas de variáveis simultaneamente, suas conclusões são do tipo "melhor-pior" ou uma simples sensação visceral de certeza da conclusão. Por isto, dizem que as mulheres são "intuitivas". Elas processam informação mais rapidamente, são mais abrangentes, mais holísticas. Ou seja, mulheres são paralelas, homens são seriais." (disponível em http://www.kanitz.com.br/impublicaveis/paralelas.asp)

Perceberam a brincadeira? Ora, se os homens pensam mais e melhor, por que, então nós processamos informações mais rapidamente. Mistério? Milagre? Obra do acaso?

Nada disso. É Deus, lá em cima, rindo dos homens quando eles se julgam mais inteligentes. E se vocês pararem por alguns segundos, poderão escutar a voz DELE sendo levado pelo vento: "Vocês é que pensam!

Feliz Dia Internacional da Mulher!

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Sobre príncipes e sapos

Sempre que respondo a alguém que sou psicanalista, inevitavelmente vem a pergunta: "E o que é a psicanálise?" Os mais sabidos, que j á ouviram ou leram sobre o assunto, dispensam introduções e vão logo ao exame de posições. "E qual é a linha que o senhor segue?" Me dá logo vontade de dizer que prefiro as curvas às retas - no que não estaria sendo infiel ao espírito da psicanálise, onde a curva é sempre o caminho mais curto entre dois pontos. Mas sei que não entenderiam, pois o que querem saber é se sou freudiano, kleiniano, bioniano, junguiano, lacaniano, etc, etc. Acontece que este não é o meu jeito. Preferindo as curvas às retas, sigo o conselho de Guimarães Rosa: só dou respostas para perguntas que ninguém nunca perguntou. E assim, meio num estilo oriental, meio num estilo evangélico, conto uma estória:

"Era uma vez um príncipe de voz maravilhosa que encantava a todas as criaturas que o ouviam. Seu canto era tão belo que seduziu até a bruxa que morava na floresta negra e que por ele também se apaixonou. Mas, diferente de todos os outros, que se sentiam felizes só de ouvir, ela resolveu cantar também. Que lindo dueto faremos, ela pensou. E logo se pôs a cantar. Acontece, entretanto, que bruxas não conseguem cantar afinado. Bastava que ela abrisse a boca para que dela saíssem os sons mais bizarros, que soavam como o coaxar de sapos e rãs. A vaia foi geral. A bruxa se encheu de uma inveja raivosa e lançou contra ele o mais terrível dos feitiços: Se não posso cantar como você canta, farei com que você cante como eu canto. E o príncipe foi transformado num sapo. Envergonhado de sua nova forma ele fugiu e se escondeu no fundo da lagoa, onde moravam os sapos e rãs. Ele ficou em tudo parecido aos batráquios. Menos numa coisa. Continuou a cantar tão bonito quanto sempre cantara. Mas desta vez quem não gostou do canto do novo sapo foram os sapos e as rãs que só sabiam coaxar. O canto novo soava aos seus ouvidos como coisa de outro mundo, que perturbava a concordância de sua monotonia sapal. Severos, advertiram: Quem mora com rãs e sapos tem de coaxar como rãs e sapos. O príncipe-sapo fez cessar o seu canto e não teve alternativas: teve de aprender a coaxar como todos os outros faziam. E tanto repetiu que acabou por se esquecer das canções de outrora. Não, não se esqueceu não... Porque, quando dormia, ele se lembrava e ouvia a música antiga proibida que continuava a se cantar dentro dele. Mas quando ele acordava, se esquecia. Mas não de tudo. Ficava uma saudade indefinível. Saudade, ele não sabia bem de quê. Saudade que lhe dizia que ele estava longe, muito longe do lar..."

Este é o resumo da psicanálise, tal como eu a entendo. É uma estória em que se misturam o amor, a beleza e o feitiço do esquecimento. Decepcionaram-se? Esperavam nomes famosos, conceitos complicados - e ao invés disto eu conto uma estória de fadas. Palavras para fazer as crianças dormirem, dirão. Mas eu acrescento: É para fazer os adultos acordarem ... A psicanálise é uma luta para quebrar o feitiço da palavra má que nos fez adormecer e esquecer a melodia bela. É um ouvir atento de uma canção que só se ouve no intervalo do silêncio do coaxar dos sapos, e que nos chega como pequenos e fugazes fragmentos desconexos. É uma batalha para nos fazer retornar ao nosso destino, inscrito nas funduras do mar da alma.

Li os clássicos. Mas foi pela palavra dos anônimos contadores de estórias de encantamento e no encantamento da palavra dos poetas que a letra morta ficou coisa viva. Melhor do que eu, diz estes segredos do corpo e da alma, Fernando Pessoa. Leia estes versos. Mas leia devagar. Leia de novo. É do nosso mistério que ele fala. É o nosso mistério que ele invoca: Cessa o teu canto! Cessa, que enquanto o ouvi, ouvia uma outra voz como que vindo nos interstícios do brando encanto com que o teu canto vinha até nós. Ouvi-te e ouvi-a no mesmo tempo e diferentes juntas a cantar E a melodia que não havia se agora a lembro faz-me chorar.

E ele pergunta: Foi tua voz encantamento que, sem querer, nesse momento vago acordou um ser qualquer alheio a nós que nos falou?

Será isto? Em nós mora um outro? Nos interstícios do coaxar, uma canção? Que outro é este? Que anjo, ao ergueres a tua voz, sem o saberes, veio baixar sobre esta terra onde a alma erra, e com suas asas soprou as brasas de ignoto lar?

Mora em nós um outro que não se esquece da nossa verdade...

Alguns pensam que psicanálise e poesia são coisas de loucos. Os sapos e as rãs, ao ouvirem as canções do príncipe poeta, só poderiam ter dito: É poeta! É louco! ... E trataram de cura-lo, educando-o para a realidade. Para eles ser normal é coaxar como todos coaxam. Mas a alma, em meio à ruidosa monotonia da vida, continua a ouvir uma voz que vem nos intervalos. Continua a chorar ao ouvir uma melodia que não havia. Continua a ouvir a fala de um estranho que mora em nós, e que nos visita em sonhos.

Continua a ser queimada pelas brasas da saudade de um lar esquecido, do qual estamos exilados.

É bem possível que os sapos e as rãs vivam mais tranqüilos. Para eles todas as questões já estão resolvidas.

Mas existe uma felicidade que só mora na beleza. E esta a gente s ó encontra na melodia que soa, esquecida e reprimida no fundo da alma

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Solte a panela

Certa vez, um urso faminto perambulava pela floresta em busca de alimento.

A época era de escassez, porém, seu faro aguçado sentiu o cheiro de comida e o conduziu a um acampamento de caçadores.

Ao chegar lá, o urso, percebendo que o acampamento estava vazio, foi até a fogueira, ardendo em brasas, e dela tirou um panelão de comida.

Quando a tina já estava fora da fogueira, o urso a abraçou com toda sua força e enfiou a cabeça dentro dela, devorando tudo.

Enquanto abraçava a panela, começou a perceber algo lhe atingindo.

Na verdade, era o calor da tina...

Ele estava sendo queimado nas patas, no peito e por onde mais a panela encostava.

O urso nunca havia experimentado aquela sensação e, então, interpretou as queimaduras pelo seu corpo como uma coisa que queria lhe tirar a comida.

Começou a urrar muito alto. E, quanto mais alto rugia, mais apertava a panela quente contra seu imenso corpo.

Quanto mais a tina quente lhe queimava, mais ele apertava contra o seu corpo e mais alto ainda rugia.

Quando os caçadores chegaram ao acampamento, encontraram o urso recostado a uma árvore próxima à fogueira, segurando a tina de comida.

O urso tinha tantas queimaduras que o fizeram grudar na panela e, seu imenso corpo, mesmo morto, ainda mantinha a expressão de estar rugindo.

Quando terminei de ouvir esta história de um mestre, percebi que, em nossa vida, por muitas vezes, abraçamos certas coisas que julgamos ser importantes.

Algumas delas nos fazem gemer de dor, nos queimam por fora e por dentro, e mesmo assim, ainda as julgamos importantes.

Temos medo de abandoná-las e esse medo nos coloca numa situação de sofrimento, de desespero.

Apertamos essas coisas contra nossos corações e terminamos derrotados por algo que tanto protegemos, acreditamos e defendemos.

Para que tudo dê certo em sua vida, é necessário reconhecer, em certos momentos, que nem sempre o que parece salvação vai lhe dar condições de prosseguir.

Tenha a coragem e a visão que o urso não teve.

Tire de seu caminho tudo aquilo que faz seu coração arder.

Solte a panela!

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Soneto ao Verdadeiro Amigo

Arneyde T. Marcheschi

Amigo verdadeiro é aquele, que onde há ódio procura semear o amor.
Amigo verdadeiro é aquele que quando estas triste, te leva um doce sorriso.
Amigo verdadeiro é aquele que nem sempre concorda com você.
Amigo verdadeiro é aquele que te faz enxergar a luz, mesmo onde há somente trevas.
Amigo verdadeiro é aquele que te contesta, aquele que chama sua atenção, quando estás errado... teimando na sua posição de super herói, ou de vitima.
Amigo verdadeiro é aquele que chora a seu lado, que sorri com você, quedivide as mazelas, que te da colo nas horas necessárias.
Amigo verdadeiro é você, meu querido(a) amigo(a), que aí do outro lado dessa telinha sempre demonstrou seu carinho por mim, nas minhas horas difíceis e alegres da vida.
Amigos, sinceros, virtuais, que foram chegando devagar, sem eu conhecer o rosto, mas que me cativaram, com suas suaves palavras seus telefonemas inesperados e tão gostosos, que me fizeram sorrir e chorar de emoção.
Por isso no dia do amigo, quero lhes dizer o quanto vocês são importantes para mim e oferecer-lhes, o meu mais sincero sorriso, meu abraço carinhoso e meus beijos ternos.
Amo-os porque vocês são meus amigos para sempre!

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Sonho e Pensamento

Autran Dourado

Nenhum sonho é impossível,
o pensamento nasce de um sonho,
o sonho é um pensamento
que ainda não encontrou a sua forma.

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Só porque você dança bem

Só porque você dança bem, não significa que vai ser convidado para o baile

Você é competente naquilo que faz, mas por alguma razão outras pessoas são escolhidas em seu lugar?

Você conhece seu produto melhor do que qualquer outro, mas vendedores aparentemente inexperientes vendem muito mais?

Sua empresa ou departamento está implantando novas estratégias e táticas administrativas, mas uma concorrente, aparentemente menos organizada e frágil, está tomando o mercado e sendo muito mais bem sucedida?

Talvez o seu problema seja o de estar confundindo ficção com realidade. Na ficção que nos contaram, o importante eram as coisas, estratégias, sistemas, produtos, planilhas, crenças.

Na realidade, o importante são as pessoas. Não existe nada sem pessoas.

Não existem vendas - portanto, não existe economia de mercado - não existem casamentos, não existem famílias e, para ser franco, não existe sequer civilização.

Tudo o que você faz, começa e termina em pessoas.

Se você tivesse que passar o resto da sua vida com todas as riquezas do universo... sozinho em uma ilha deserta, de que valeria qualquer sucesso?

Você - e eu - precisamos compartilhar o tempo, a vida e as experiências com outras pessoas. Empresas que se esquecem deste fator, se concentrando somente no balanço do trimestre, acabam soterradas por guerrilheiros dos negócios ou sabotadas por inúmeros funcionários descontentes que, na melhor das hipóteses, entram em "operação padrão".

Você pode ser genial, mas as pessoas gostam de trabalhar com você? (Eu não perguntei se elas gostam de passear com você.

Isso é fácil. Perguntei se elas gostam de trabalhar com você). Seus chefes, subordinados e colegas confiam em você como profissional e gostam de trabalhar com você?

Se apenas uma dessas perguntas tiver como resposta "não", você ficará abaixo de onde pode chegar.

Se não gostam de estar com você, se notam que você as vê somente como um instrumento para gerar vendas, por exemplo), o primeiro vendedor "amigo"que aparecer vai tomar o seu cliente. Para sempre.

Seus funcionários vêem você como um líder ou como um analista, que corta pessoal sem se preocupar com o "moral" das tropas. Alguém em quem não podem confiar?

Agora, deixe-me esclarecer um ponto. Isso não significa que você deva ser "amigo" de todos, ou um bajulador.

Seja você mesmo. Sempre. Dá menos trabalho! Faça o que tem que ser feito. Mas, se você não é parte da solução na empresa, na família, no romance, no clube ou na sociedade, então você é parte do problema. E se este é seu caso, cuidado: problemas não são convidados para subir na empresa.

Problemas não são bem vindos no casamento. Problemas não são eleitos. Problemas são evitados, mesmo que inconscientemente.

Seja a solução, concentrando-se nas pessoas.

O que elas realmente buscam? Do que precisam? O que querem?

Você deve buscar a competência técnica, claro. Mas não precisa ser perfeito como um robô, porque somente pessoas avançam. Robôs a gente constrói, ou desliga. E o único modo de pessoas avançarem com lastro duradouro é quando são apoiadas por outras pessoas.

Você é apoiado por outras pessoas? Em outras palavras, depois da sua competência técnica, os seus relacionamentos são a fonte mais importante para o seu futuro, em todos os níveis.

Seja na carreira, na família ou na sociedade.

Por isso, lembre-se do que disse Michael Leboeuf:

Só porque você dança bem, não significa que vai ser convidado para o baile.

E o baile da vida é bem curto. Curto demais. Não espere a última música para entender isso.

Tudo começa e termina, nas pessoas.

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Sorria

Charlie Chaplin

Sorria. Mas não se esconda atrás deste sorriso. Mostre aquilo que você é. Sem medo.

Existem pessoas que sonham. Viva. Tente. Felicidade é o resultado dessa tentativa.

Ame acima de tudo. Ame a tudo e a todos. Deles depende a felicidade completa.

Procure o que há de bom em tudo e em todos. Não faça dos defeitos uma distância e sim, uma aproximação.

Aceite. A vida, as pessoas... Faça delas a sua razão de viver.

Entenda os que pensam diferentemente de você. Não os reprove.

Olhe à sua volta, quantos amigos... Você já tornou alguém feliz? Ou fez alguém sofrer com o seu egoísmo?

Não corra... Para que tanta pressa? Corra apenas para dentro de você.

Sonhe, mas não transforme esse sonho em fuga.

Acredite! Espere! Sempre deve haver uma esperança. Sempre brilhará uma estrela.

Chore! Lute! Faça aquilo que você gosta. Sinta o que há dentro de você.

Ouça... Escute o que as pessoas têm a lhe dizer. É importante.

Faça dos obstáculos degraus para aquilo que você acha supremo... Mas não esqueça daqueles que não conseguiram subir a escada da vida.

Descubra aquilo de bom dentro de você. Procure acima de tudo ser gente. Eu também vou tentar.

Sou feliz... Porque você existe!

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Sossega, coração! Não desesperes!

Fernando Pessoa

Sossega, coração! Não desesperes!
Talvez um dia, para além dos dias,
Encontres o que queres porque o queres.
Então, livre de falsas nostalgias,
Atingirás a perfeição de seres.

Mas pobre sonho o que só quer não tê-lo!
Pobre esperança a de existir somente!
Como quem passa a mão pelo cabelo
E em si mesmo se sente diferente,
Como faz mal ao sonho o concebê-lo!

Sossega, coração, contudo! Dorme!
O sossego não quer razão nem causa.
Quer só a noite plácida e enorme,
A grande, universal, solente pausa
Antes que tudo em tudo se transforme.

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Sucesso

Nizan Guanaes

Dizem que conselho só se dá a quem pede. E, se vocês me convidaram para paraninfo, estou tentado a acreditar que tenho sua licença para dar alguns.

Portanto, apesar da minha pouca autoridade para dar conselhos a quem quer que seja, aqui vão alguns, que julgo valiosos.

Não paute sua vida, nem sua carreira, pelo dinheiro. Ame seu ofício com todo o coração. Persiga fazer o melhor. Seja fascinado pelo realizar, que o dinheiro virá como conseqüência.

Quem pensa só em dinheiro não consegue sequer ser nem um grande bandido, nem um grande canalha.

Napoleão não invadiu a Europa por dinheiro. Hitler não matou 6 milhões de judeus por dinheiro. Michelangelo não passou 16 anos pintando a capela sistina por dinheiro. E, geralmente, os que só pensam nele não o ganham. Porque são incapazes de sonhar.

E tudo que fica pronto na vida foi construído antes, na alma.

A propósito disso, lembro-me de uma passagem extraordinária, que descreve o diálogo entre uma freira americana cuidando de leprosos no pacífico e um milionário texano. O milionário, vendo-a tratar daqueles leprosos, disse:

— Freira, eu não faria isso por dinheiro nenhum no mundo.

E ela responde:

— Eu também não, meu filho.

Não estou fazendo com isso nenhuma apologia à pobreza, muito pelo contrário. Digo apenas que pensar e realizar, tem trazido mais fortuna do que pensar em fortuna.

Meu segundo conselho:

Pense no seu país. Porque, principalmente hoje, pensar em todos é a melhor maneira de pensar em si.

Afinal é difícil viver numa nação onde a maioria morre de fome e a minoria morre de medo. O caos político gera uma queda de padrão de vida generalizada. Os pobres vivem como bichos e uma elite brega, sem cultura e sem refinamento, não chega a viver como homem. Roubam, mas vivem uma vida digna de Odorico Paraguassu.

Meu terceiro conselho vem diretamente da bíblia:

"Seja quente ou seja frio, não seja morno que eu te vomito" é exatamente isso que está escrito na carta de Laudiceia:

Seja quente ou seja frio, não seja morno que eu te vomito:

É preferível o erro à omissão. O fracasso, ao tédio. O escândalo, ao vazio.

Porque já vi grandes livros e filmes sobre a tristeza, a tragédia, o fracasso. Mas ninguém narra o ócio, a acomodação, o não fazer, o remanso.

Colabore com seu biógrafo. Faça, erre, tente, falhe, lute. Mas, por favor, não jogue fora, se acomodando, a extraordinária oportunidade de ter vivido.

Tendo consciência de que, cada homem foi feito para fazer história. Que todo homem é um milagre e traz em si uma evolução. Que é mais do que sexo ou dinheiro. Você foi criado para construir pirâmides e versos,descobrir continentes e mundos, e, caminhar sempre com um saco de interrogações na mão e uma caixa de possibilidades na outra.

Não use "rider", não dê férias a seus pés. Não se sente e passe a ser analista da vida alheia, espectador do mundo, comentarista do cotidiano, dessas pessoas que vivem a dizer: eu não disse! Eu sabia!

Toda família tem um tio batalhador e bem de vida. E, durante o almoço de domingo, tem que agüentar aquele outro tio muito inteligente e fracassado contar tudo que ele faria, se fizesse alguma coisa.

Chega dos poetas não publicados. Empresários de mesa de bar. Pessoas que fazem coisas fantásticas toda sexta de noite, todo sábado e domingo, mas que na segunda não sabem concretizar o que falam.

Porque não sabem ansiar, não sabem perder a pose, porque não sabem recomeçar. Porque não sabem trabalhar. Eu digo: trabalhem, trabalhem, trabalhem. De 8 às 12, de 12 as 8 e mais se for preciso.

Trabalho não mata. Ocupa o tempo. Evita o ócio, que é a morada do demônio, e constrói prodígios.

O Brasil, este país de malandros e espertos, da vantagem em tudo, tem muito que aprender com aqueles trouxas dos japoneses. Porque aqueles trouxas japoneses que trabalham de sol a sol construíram, em menos de 50 anos, a 2ª maior megapotência do planeta, enquanto nós, os espertos, construímos uma das maiores impotências do trabalho.

Trabalhe! Muitos de seus colegas dirão que você está perdendo sua vida, porque você vai trabalhar enquanto eles veraneiam.

Porque você vai trabalhar, enquanto eles vão ao mesmo bar da semana anterior, conversar as mesmas conversas, mas o tempo, que é mesmo o senhor da razão, vai bendizer o fruto do seu esforço, e só o trabalho lhe leva a conhecer pessoas e mundos que os acomodados não conhecerão.

E isso se chama sucesso.

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Ninguém tem a felicidade garantida.

S. Brown

Ninguém tem a felicidade garantida.
A vida simplesmente dá tempo e espaço a cada pessoa.
Depende de cada um enchê-los de alegria."

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Tempo

Hoje, ao atender o telefone que insistentemente exigia atenção, o meu mundo desabou.

Entre soluços e lamentos, a voz do outro lado da linha me informava que o meu melhor amigo, meu companheiro de jornada, meu ombro camarada, havia sofrido um grave acidente, vindo a falecer quase que instantaneamente.

Lembro de ter desligado o telefone, e caminhado a passos lentos para meu quarto, meu refúgio particular. As imagens de minha juventude vieram quase que instantaneamente à mente. A faculdade, as bebedeiras, as conversas em volta da lareira até altas horas da noite, os amores não correspondidos, as confidências ao pé do ouvido, as colas, a cumplicidade, os sorrisos....

AHHHHH... os sorrisos.... Como eram fáceis de surgir naquela época.

Lembrei da formatura, de um novo horizonte surgindo... das lágrimas e despedidas, e principalmente, das promessas de novos encontros. Lembro perfeitamente de cada feição do melhor amigo que já tive em toda a vida: em seus olhos a promessa de que eu nunca seria esquecida. E realmente, nunca fui. Perdi a conta das vezes em que ele carinhosamente me ligava quando eu estava no fundo do poço. Ou as mensagens - que nunca respondi - que ele constantemente me enviava, enchendo minha caixa postal eletrônica de esperanças e promessas de um futuro melhor.

Lembro que foi o seu rosto preocupado que vi quando acordei de minha cirurgia para retirada do apêndice. Lembro que foi em seu ombro que chorei a perda de meu amado pai. Foi em seu ouvido que derramei as lamentações do noivado desfeito.

Apesar do esforço para vasculhar minha mente, não consegui me lembrar de uma só vez em que tenha pego o telefone para ligar e dizer a ele o quanto era importante para mim contar com a sua amizade. Afinal, eu era uma pessoa muito ocupada. Eu não tinha tempo.

Não lembro de uma só vez em que me preocupei de procurar um texto edificante e enviar para ele, ou qualquer outro amigo, com o intuito de tornar o seu dia melhor.

Eu não tinha tempo.

Não lembro de ter feito qualquer tipo de surpresa, como aparecer de repente com uma garrafa de vinho e um coração aberto disposto a ouvir.

Eu não tinha tempo.

Não lembro de qualquer dia em que eu estivesse disposta a ouvir os seus problemas.

Eu não tinha tempo.

Acho que eu nunca sequer imaginei que ele tinha problemas. Não me dignei a reparar que constantemente meu amigo passava da conta a bebida. Achava divertido o seu jeito bêbado de ser. Afinal, bêbado ou não ele era uma ótima companhia para mim.

Só agora vejo com clareza o meu egoísmo. Talvez - e este talvez vai me acompanhar eternamente - se eu tivesse saído de meu pedestal egocêntrico e prestado um pouco de atenção e despendido um pouquinho do meu sagrado tempo, meu grande amigo não teria bebido até não agüentar mais e não teria jogado sua vida fora ao perder o controle de um carro que com certeza, não tinha a mínima condição de dirigir. Talvez, ele, que sempre inundou o meu mundo com sua iluminada presença, estivesse se sentindo sozinho. Até mesmo as mensagens engraçadas que ele constantemente deixava em minha secretária eletrônica, poderiam ser seu jeito de pedir ajuda. Aquelas mesmas mensagens que simplesmente apaguei da secretária eletrônica, jamais se apagarão da minha consciência.

Estas indagações que inundam agora o meu ser nunca mais terão resposta. A minha falta de tempo me impediu de responde-las. Agora, lentamente escolho uma roupa preta - digna do meu estado de espírito - e pego o telefone. Aviso o meu chefe de que não irei trabalhar hoje - e quem sabe nem amanhã, nem depois .... -, pois irei tirar o dia para homenagear com meu pranto a uma das pessoas que mais amei nesta vida.

Ao desligar o telefone, com surpresa eu vejo, entre lágrimas e remorsos, de que para isto, para acompanhar durante um dia inteiro o seu corpo sem vida, eu TIVE TEMPO! Descobri que se você não toma as rédeas da tua vida o tempo te engole e te escraviza. Trabalho com o mesmo afinco de sempre, mas somente sou " a profissional" durante o expediente normal. Fora dele, sou um ser humano.

Nunca mais uma mensagem da minha secretária eletrônica ficou sem pelo menos um "oi" de retorno. Procuro constantemente encher a caixa eletrônica dos meus amigos com mensagens de amizade e dias melhores. Escrevo cartões de aniversário e de natal, sempre lembrando às pessoas de como elas são importantes para mim. Abraço constantemente meus irmãos e minha família, pois os laços que nos unem são eternos.

Esses momentos costumam desaparecer com o tempo, e todo o cuidado é pouco. Distribuo sorrisos e abraços a todos que me rodeiam afinal, para que guardá-los? -Enfim... você achou um tempinho para ler este....agora... disponha de outro minuto para mostrar para os seus amigos e familiares que vc. está pensando neles e que eles significam algo....e são importantes na sua vida ! Deixe alguém feliz...hoje...e sempre!!!!!!!!!!!!!

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Tem sempre presente

Tem sempre presente,
Que a pele se enruga,
Que o cabelo se torna branco,
Que os dias se convertem em anos,
Mas o mais importante não muda!

Tua força interior e tuas convicções
Não têm idade.
Teu espírito é o espanador
De qualquer teia de aranha.

Atrás de cada linha de chegada,
Há uma de partida.
Atrás de cada trunfo,
Há outro desafio.
Enquanto estiveres vivo,
Sente-te vivo.
Se sentes saudades do que fazias,
Torna a fazê-lo.

Não viva de fotografias amareladas.
Continua,
Apesar de todos esperarem que abandones.

Não deixes que se enferruje
O ferro que há em você.

Faz com que em lugar de pena,
Te respeitem.
Quando pelos anos não consigas correr,
Trota.
Quando não possas trotar,
Caminha.
Quando não possas caminhar,
Usa bengala.
Mas Nunca te Detenhas!

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Todo mundo, alguém, qualquer um e ninguém

Esta é uma história de quatro pessoas: TODO MUNDO, ALGUÉM, QUALQUER UM e NINGUÉM.

Havia um trabalho importante a ser feito e TODO MUNDO tinha certeza de que ALGUÉM o faria.

QUALQUER UM poderia tê-lo feito, mas NINGUÉM o fêz.

ALGUÉM zangou-se porque era um trabalho de TODO MUNDO.

TODO MUNDO pensou que QUALQUER UM poderia fazê-lo, mas NINGUÉM imaginou que TODO MUNDO deixasse de fazê-lo.

Ao final, TODO MUNDO culpou ALGUÉM quando NINGUÉM fez o que QUALQUER UM poderia ter feito.

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Torcida

Liliana Barabino

Mesmo antes de nascer, já tinha alguém torcendo por você.

Tinha gente que torcia para você ser menino. Outros torciam para você ser menina.

Torciam para você puxar a beleza da mãe, o bom humor do pai.

Estavam torcendo para você nascer perfeito.

Daí continuaram torcendo.

Torceram pelo seu primeiro sorriso, pela primeira palavra, pelo primeiro passo.

O seu primeiro dia de escola foi a maior torcida. E o primeiro gol, então?

E de tanto torcerem por você, você aprendeu a torcer.

Começou a torcer para ganhar muitos presentes e flagrar Papai Noel.

Torcia o nariz para o quiabo e a escarola.

Mas torcia por hambúrguer e refrigerante.

Começou a torcer até para um time.

Provavelmente, nesse dia, você descobriu que tem gente que torce diferente de você.

Seus pais torciam para você comer de boca fechada, tomar banho, escovar os dentes, estudar inglês e piano. Eles só estavam torcendo para você ser uma pessoa bacana.

Seus amigos torciam para você usar brinco, cabular aula, falar palavrão.

Eles também estavam torcendo para você ser bacana.

Nessas horas, você só torcia para não ter nascido.

E por não saber pelo que você torcia, torcia torcido.

Torceu para seus irmãos se ferrarem, torceu para o mundo explodir.

E quando os hormônios começaram a torcer, torceu pelo primeiro beijo, pelo primeiro amasso.

Depois começou a torcer pela sua liberdade.

Torcia para viajar com a turma, ficar até tarde na rua.

Sua mãe só torcia para você chegar vivo em casa.

Passou a torcer o nariz para as roupas da sua irmã, para as idéias dos professores e para qualquer opinião dos seus pais.

Todo mundo queria era torcer o seu pescoço.

Foi quando até você começou a torcer pelo seu futuro.

Torceu para ser médico, músico, advogado.

Na dúvida, torceu para ser físico nuclear ou jogador de futebol.

Seus pais torciam para passar logo essa fase.

No dia do vestibular, uma grande torcida se formou.

Pais, avós, vizinhos, namoradas e todos os santos torceram por você.

Na faculdade, então, era torcida pra todo lado.

Para a direita, esquerda, contra a corrupção, a fome na Albânia e o preço da coxinha na cantina.

E, de torcida em torcida, um dia teve um torcicolo de tanto olhar para ela.

Primeiro, torceu para ela não ter outro.

Torceu para ela não te achar muito baixo, muito alto, muito gordo, muito magro. Descobriu que ela torcia igual a você.

E de repente vocês estavam torcendo para não acordar desse sonho.

Torceram para ganhar a geladeira, o microondas e a grana para a viagem de lua-de-mel.

E daí pra frente você entendeu que a vida é uma grande torcida.

Porque, mesmo antes do seu filho nascer, já tinha muita gente torcendo por ele.

Mesmo com toda essa torcida, pode ser que você ainda não tenha conquistado algumas coisas. Mas muita gente ainda torce por você!!!

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Trabalho

Houve um homem que morreu e se viu em um lugar lindo, rodeado de todo conforto concebível. Um ser vestido inteiramente de branco veio até ele e disse:

— O senhor aqui pode Ter qualquer coisa que desejar; qualquer iguaria, qualquer prazer, qualquer tipo de entretenimento.

O homem ficou encantado, e por vários dias deliciou-se com todos os manjares e deleites que sonhara na Terra. Um dia, porém, entediou-se daquilo tudo e, chamando o atendente de trajes brancos, explicou:

— Estou cansado disso tudo. Preciso de alguma coisa para fazer. Que tipo de trabalho você pode me oferecer?

O atendente de banco sacudiu a cabeça melancolicamente e respondeu:

— Sinto muito, meu senhor. Essa é a única coisa que não podemos lhe oferecer. Não há trabalho aqui.

Ao que o homem retrucou:

— Essa não! Eu poderia bem estar no inferno.

O atendente respondeu com brandura:

— E onde o senhor pensa que está?

Margarete Stevens

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Três Atitudes

Você se considera uma pessoa egoísta, orgulhosa, ou é alguém que sempre busca praticar o bem? Talvez a resposta para essa pergunta não seja tão fácil assim, por isso vamos fazer uma análise dessas três atitudes considerando alguns quadros e circunstâncias da vida diária:

Na sociedade: O egoísmo faz o que quer. O orgulho faz como quer. O bem faz o que pode, acima das próprias obrigações.

No trabalho: O egoísmo explora o que acha. O orgulho oprime o que vê. O bem produz incessantemente.

Na equipe: O egoísmo atrai para si. O orgulho pensa em si. O bem serve a todos.

Na amizade: O egoísmo utiliza as situações. O orgulho clama por privilégios. O bem renuncia ao próprio bem.

Na fé: O egoísmo aparenta. O orgulho reclama. O bem ouve.

Na responsabilidade: O egoísmo foge. O orgulho tiraniza. O bem colabora.

Na dor alheia: O egoísmo esquece. O orgulho condena. O bem ampara.

No estudo: O egoísmo finge que sabe. O orgulho não busca saber. O bem aprende sempre, para realizar o melhor.

Considerando essas três atitudes, você poderá avaliar qual é a que mais se destaca nas suas ações diárias.

Fazendo essa análise você poderá responder se é uma pessoa egoísta, orgulhosa ou que age de acordo com o bem.

Com a avaliação em mãos, considere o seguinte: O egoísmo e o orgulho são dois corredores sombrios que conduzem ao ví cio, à delinqüência, à desgraça.

O bem é ampla e iluminada avenida que nos leva à conquista das virtudes sublimes e à felicidade suprema que tanto desejamos.

Mas para isso não basta apenas admirar o bem ou divulgá-lo; é preciso, acima de tudo, praticá-lo com todas as forças da alma.

E a decisão entre uma atitude e outra, cabe exclusivamente a cada um de nós.

Não esqueça de que o bem que se faz é o único trabalho que faz bem, e esse serviço em favor dos outros é a caridade única em favor de nós mesmos.

O bem é a alavanca capaz de libertar o homem dos vícios e elevá-lo aos altos planos da harmonia consigo mesmo e com o mundo que o rodeia. Assim, a prática do bem é e sempre será nossa melhor atitude.

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Tropeçar e Cair

Aldo Novak

Todos tropeçam e caem, especialmente quando estão caminhando e buscando mudanças -- seu caso. Todos se machucam e sangram, por fora ou por dentro, mesmo quando querem somente viver a vida plenamente -- seu caso. Todos se sentem exaustos, um dia ou outro, e param a caminhada para descansar quando não conseguem dar nem mais um passo -- seu caso.

Seu caso, meu caso e o caso de todos os que estão vivos. Ninguém disse que nossa aventura de viver seria fácil mas, apesar dos tropeços, quedas, dores, tristezas, ferimentos, solidão e exaustão, ainda assim você é mais forte. Mesmo quando derrubado, ou derrubada, você pode levantar e continuar.

Você é mais forte do que suas aparentes limitações e a prova disso é que sente quando algo está limitando sua vida. Se não fosse mais forte, nem notaria. Você é mais forte do que seus ferimentos, razão pela qual busca curar-se o mais rapidamente possível para voltar ao combate na vida, na família, na empresa, na escola ou onde quer que seja necessário o seu retorno. Você é mais forte do que a tristeza porque, no fundo, deseja que ela se vá para dar lugar à alegria e felicidade.

Você é bem mais forte.

Mais forte do que pensam os outros, por melhor que conheçam você. Mais forte do que pensa você, por mais que acredite conhecer-se. Mais forte do que qualquer um sobre a Terra possa achar que você é. Sua força não pode ser medida em aparelhos, não pode ser guardada nem vendida. Ela está ai dentro e só você pode usa-la, quando achar que deve, quando achar que pode, quando achar que vai.

Suas derrotas não são permanentes, como diz Marilyn vos Savant ao afirmar: Ser derrubado é freqüentemente uma condição temporária. Desistir é o que a torna permanente. E você não vai desistir, porque você é mais forte, e sempre será mais forte.

Mostre isso ao mundo hoje e se, por qualquer razão, você tropeçar e cair, lembre-se: você é mais forte. Respire fundo, levante-se e não desista. Desistir é o que torna toda derrota permanente. Levantar-se éi o que torna toda derrota somente mais uma lição em direção ao seu imbatível sucesso.

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Tudo é uma questão de escolha

Duas rãs brincavam distraidamente e saltitavam dentro de um curral, de repente num desses saltos caíram ambas num latão cheio de leite, as bordas do latão eram lisas e altas.

Não havia a menor possibilidade de saírem dali mergulhadas no líquido, não havia como impulsionar o corpo e saltar para fora, ao perceber que sua amiga estava quase se afogando a primeira rã disse:

— Não esmoreça, continue batendo os braços, mantenha-se flutuando.

— Não adianta, respondeu a outra, estou exausta. E de que adianta manter-me flutuando se não existe nenhuma maneira de sair daqui..

— Não desista. Mantenha a calma e lute, enquanto há vida, há esperança, continue batendo os braços com toda força.

— Não vale a pena, estou me cansando e não consigo ver comopodemos nos salvar.

Dito isso, parou de se debater, afundou e morreu afogada.

— Não posso desistir, disse a primeira, deve haver uma saída, vou continuar me debatendo, tenho que me manter viva. Debateu-se a noite inteira, e debateu-se tanto dentro do leite que este acabou virando manteiga.

Agora sim. Apoiada sobre uma base sólida bastou descansar um pouquinho, tomar impulso para fora do latão e recomeçar sua vida.

Tudo é uma questão de perseverança, desde que o mundo é mundo os problemas são os mesmos, cada um de nós tem uma maneira diferente de enfrentá-los e essa maneira que vai determinar o sucesso ou fracasso.

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Uma Flor Rara

Havia uma jovem muito rica, que tinha tudo: um marido maravilhoso, filhos perfeitos, um emprego que lhe pagava muitíssimo bem, uma família unida.

O estranho é que ela não conseguia conciliar tudo isso, o trabalho e os afazeres lhe ocupavam todo o tempo e a sua vida estava deficitária em algumas áreas.

Se o trabalho lhe consumia muito tempo, ela tirava dos filhos, se surgiam problemas, ela deixava de lado o marido... E assim, as pessoas que ela amava eram sempre deixadas para depois.

Até que um dia, seu pai, um homem muito sábio, lhe deu um presente: uma flor muito cara e raríssima, da qual havia um apenas exemplar em todo o mundo.

E disse a ela:

— Filha, esta flor vai te ajudar muito mais do que você imagina! Você terá apenas que regá-la e podá-la de vez em quando, ás vezes conversar um pouquinho com ela, e ela te dará em troca esse perfume maravilhoso e essas lindas flores.

A jovem ficou muito emocionada, afinal a flor era de uma beleza sem igual.

Mas o tempo foi passando, os problemas surgiam, o trabalho consumia todo o seu tempo, e a sua vida, que continuava confusa, não lhe permitia cuidar da flor.

Ela chegava em casa, olhava a flor e as flores ainda estavam, lá, não mostravam sinal de fraqueza ou morte, apenas estavam lá, lindas, perfumadas.

Então ela passava direto.

Até que um dia, sem mais nem menos, a flor morreu.

Ela chegou em casa e levou um susto!

Estava completamente morta, suas raízes estavam ressecadas, suas flores caídas e suas folhas amarelas.

A jovem chorou muito, e contou a seu pai o que havia acontecido.

Seu pai então respondeu:

— Eu já imaginava que isso aconteceria, e eu não posso te dar outra flor, porque não existe outra igual a essa, ela era única, assim como seus filhos, seu marido e sua família. Todos são bênçãos que o Senhor te deu, mas você tem que aprender a regá-los, podá-los e dar atenção a eles, pois assim como a flor, os sentimentos também morrem. Você se acostumou a ver a flor sempre lá, sempre florida, sempre perfumada, e se esqueceu de cuidar dela.

Cuide das pessoas que você ama!

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Uma Oração Para mim

Rosy Beltrão

Que eu: Tenha a força de ser eu mesmo, sempre...
Possa fazer o bem, sem saber o porquê...
Nunca pense, que esse alguém irá me retribuir...
Possa ver a luz do dia numa montanha cheia de flores...
Possa ouvir passarinhos cantando...
Possa ver a imensidão azul do céu...
Descubra, brincando, o formato das nuvens...
Possa valorizar a alma da criança que existe em mim Possa brincar como uma...

Que ao me levantar, enxergue a "Luz" através do sol
Que diga com amor, o bom dia de cada dia
Que a minha presença seja sentida, amiga

Que eu: Fale sempre o que sinto, como o aroma de absinto, que é leve e encantador
Que quando estiver no campo...
a luz do luar caia sobre meus cabelos
Que meu pranto só seja de alegria...

Que eu: Sinta o perfume do orvalho sobre a relva das noites frias de inverno
Possa me agasalhar no coração do meu amor quando sentir frio,
Esteja ao seu lado nos dias alegres de verão.
Possa andar na praia e pegar conchinhas.

Que a grandeza do mar seja a energia que recarrega minha alma
Que a minha existência faça diferença.

Que minhas palavras sejam amáveis e doces e lembrem os brancos cafezais.

Que sejam ouvidas de forma leve, suave, sublime, como anjos cantando.

Que eu: Possa fazer da minha luz o candeeiro de outros.

Saiba ser sozinha, mesmo na multidão.
Possa andar descalça, de pés no chão.
Sinta o calor e frescor da terra molhada com cheiro de chuva.
Possa entender o amor dos que não sabem demonstrar o amor que sentem.
Saiba ser desapegada do amor dos que não sabem amar.
Possa entender que nem todos podem me amar.
Mas que eu ame a todos, sem distinção, com toda a força e luz do amor que existe em mim.

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Leva-se um minuto na vida ...

Leva-se um minuto na vida para reparar numa pessoa especial,
uma hora para apreciá-la,
um dia para amá-la,
e uma vida inteira para esquecê-la!"

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Um dia

Mario Quintana

Um dia percebemos que beijar uma pessoa para esquecer outra, é bobagem!

Você não só esquece a outra pessoa como pensa muito mais nela...

Um dia descobrimos que se apaixonar é inevitável...

Um dia percebemos que as melhores provas de amor são as mais simples...

Um dia percebemos que o comum não nos atrai...

Um dia saberemos que ser classificados como "o bonzinho", não é bom...

Um dia perceberemos que a pessoa que nunca te liga, é a que mais pensa em você...

Um dia saberemos a importância da frase: "Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas."

Um dia perceberemos que somos muito importante para alguém, mas não damos valor a isso...

Um dia perceberemos como aquele amigo faz falta, mas aí já é tarde de mais...

Enfim... Um dia descobriremos que apensar de viver quase 100 anos, esse tempo todo não é suficiente para realizarmos todos os nossos sonhos, para dizer tudo que tem de ser dito...

O jeito é: ou nos conformamos com a falta de algumas coisas na nossa vida ou lutamos para realizar todas as nossas loucuras...

Quem não compreende um olhar tampouco compreenderá uma longa explicação.

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Um trem

A vida não passa de uma viagem de trem, cheia de embarques e desembarques; alguns acidentes, surpresas agradáveis em alguns embarques e grandes tristezas em outros.

Quando nascemos, entramos nesse trem e nos deparamos com algumas pessoas que, julgamos, estarão sempre nessa viagem conosco: nossos pais.

Infelizmente, isso não é verdade; em alguma estação eles descerão e nos deixarão órfãos de seu carinho, amizade e companhia insubstituível...(até certo ponto).Mas isso não impede que, durante a viagem, pessoas interessantes e que virão a ser super especiais para nós, embarquem.

Chegam nossos irmãos, amigos e amores maravilhosos.

Muitas pessoas tomam esse trem, apenas a passeio, outros encontrarão nessa viagem somente tristezas, ainda outros circularão pelo trem, prontos a ajudar a quem precisa. Muitos descem e deixam saudades eternas, outros tantos passam por ele de uma forma que, quando desocupam seu assento, ninguém sequer os percebe.

Curioso é constatar que alguns passageiros, que nos são tão caros, acomodam-se em vagões diferentes dos nossos; portanto, somos obrigados a fazer esse trajeto separados deles, o que não impede, é claro, que durante esse trajeto, atravessemos, com grande dificuldade nosso vagão e cheguemos até eles....só que, infelizmente, jamais poderemos sentar ao seu lado, pois já terá alguém ocupando aquele lugar. Não importa, é assim a viagem, cheia de atropelos, sonhos, fantasias, esperas, despedidas, decepções, alegrias, mudanças, muitas mudanças.

Façamos essa viagem, então, da melhor maneira possível, tentando nos relacionar bem com todos os passageiros, procurando, em cada um deles, o que tiverem de melhor, lembrando, sempre, que, em algum momento do trajeto, eles poderão fraquejar e, provavelmente, precisaremos entender isso, porque nós também fraquejaremos muitas vezes e, com certeza, haverá alguém que nos entenderá. O grande mistério, afinal, é que jamais saberemos em qual parada desceremos, muito menos nossos companheiros, nem mesmo aquele que está sentado ao nosso lado.

Eu fico pensando, se, quando descer desse trem, sentirei saudades.... acredito que sim, me separar de alguns amigos que fiz nele será, no mínimo dolorido, deixar meus filhos continuarem a viagem sozinhos, com certeza será muito triste, mas me agarro na esperança que, em algum momento, estarei na estação principal e terei a grande emoção de vê-los chegar com uma bagagem que não tinham quando embarcaram.....e o que vai me deixar feliz, será pensar que eu colaborei para que ela tenha crescido e se tornado valiosa.

Amigos, façamos com que a nossa estada, nesse trem, seja tranqüila, que tenha valido a pena e que, quando chegar a hora de desembarcarmos, o nosso lugar vazio traga saudades e boas recordações para aqueles que prosseguirem a viagem.

Ao desembarcarmos desse trem, certamente encontraremos na grande plataforma, as mesmas pessoas dessa e de outras viagens, as quais contribuirão sensivelmente para a nossa evolução, no próximo embarque(quer nos auxiliando,ou nos perturbando).

Portanto, aproveitemos as lições de vida oferecidas nessa viagem, alertando que, se possível, não cultivemos inimizades nesse trem. Mais que isso, procuremos resolver as nossa "pendências" anteriores.

Muita paz.

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A verdadeira amizade

A verdadeira amizade está acima de quaisquer valores financeiros.

Todo o dinheiro do mundo não seria suficiente para adquirir uma amizade leal, já que é um sentimento que não está à venda.

E por mais rico que seja um ser humano, ele não será completamente feliz se não contar com, pelo menos, um amigo fiel.

De nada valeria ser a pessoa mais famosa do mundo, se não pudesse contar suas alegrias a um amigo.

De nada adiantaria ter todas as riquezas materiais que o mundo pode oferecer, se não houver uma amizade para compartilhar.

Por outro lado, ainda que a pessoa seja a mais pobre da face da terra, se tiver um amigo verdadeiro, nunca passará necessidade.

Quando outras emoções se enfraquecem no vaivém dos choques, a amizade perdura, companheira devotada das pessoas que se estimam.

Ter amizade é ter coração que ama e esclarece, que compreende e perdoa, nas horas mais amargas da vida.

A amizade pura é uma flor que nunca morre.

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Vida Amarrada

Conta uma velha lenda dos indios Sioux, que uma vez, Touro Bravo, o mais valente e honrado de todos os jovens guerreiros, e Nuvem Azul, a filha do cacique, uma das mais formosas mulheres da tribo, chegaram de mãos dadas, até a tenda do velho feiticeiro da tribo...

— Nós nos amamos... e vamos nos casar - disse o jovem. E nos amamos tanto que queremos um feitiço, um conselho, ou um talismã... alguma coisa que nos garanta que poderemos ficar sempre juntos... que nos assegure que estaremos um ao lado do do outro até encontrarmos a morte. Há algo que possamos fazer?

E o velho emocionado ao vê-los tão jovens, tão apaixonados e tão ansiosos por uma palavra, disse:

— Tem uma coisa a ser feita, mas é uma tarefa muito difícil e sacrificada... Tu, Nuvem Azul, deves escalar o monte ao norte dessa aldeia, e apenas com uma rede e tuas mãos, deves caçar o falcão mais vigoroso do monte... e trazê-- lo aqui com vida, até o terceiro dia depois da lua cheia. E tu, Touro Bravo -- continuou o feiticeiro - deves escalar a montanha do trono, e lá em cima, encontrarás a mais brava de todas as águias, e somente com as tuas mãos e uma rede, deverás apanhá-la trazendo-a para mim, viva! Os jovens se abraçaram com ternura, e logo partiram para cumprir a missão recomendada... no dia estabelecido, à frente da tenda do feiticeiro, os dois esperavam com as aves dentro de um saco.

O velho pediu, que com cuidado as tirassem dos sacos... e viu eram verdadeiramente formosos exemplares...

— E agora o que faremos? - perguntou o jovem - as matamos e depois bebemos a honra de seu sangue? Ou as cozinhamos e depois comemos o valor da sua carne? -- propôs a jovem. - Não! -- disse o feiticeiro, apanhem as aves, e amarrem-nas entre sí pelas patas com essas fitas de couro... quando as tiver bem amarradas, soltem-nas, para que voem livres...

O guerreiro e a jovem fizeram o que lhes foi ordenado, e soltaram os pássaros... a águia e o falcão, tentaram voar mas apenas conseguiram saltar pelo terreno. Minutos depois, irritadas pela incapacidade do vôo, as aves arremessavam-se entre si, bicando-- se até se machucar. E o velho disse:

— Jamais esqueçam o que estão vendo... este é o meu conselho. Vocês são como a águia e o falcão... se estiverem amarrados um ao outro, ainda que por amor, não só viverão arrastando-se, como também, cedo ou tarde, começarão a machucar-se um ao outro... Se quiserem que o amor entre vocês perdure... voem juntos... mas jamais amarrados.

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A vida

Mário Quintana

A vida são deveres que nós trouxemos pra fazer em casa.
Quando se vê já são seis horas!
Quando se vê, já é sexta-feira...
Quando se vê, já terminou o ano...
Quando se vê, passaram-se 50 anos!
Agora, é tarde demais para ser reprovado...

Se me fosse dada, um dia,
outra oportunidade,
eu nem olhava o relógio.

Seguiria sempre em frente
e iria jogando, pelo caminho,
a casca dourada e inútil das horas...

Dessa forma eu digo,
não deixe de fazer algo que gosta devido a falta de tempo,
a única falta que terá, será desse tempo,
que infelizmente não voltará mais.

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Vida Ponto Com

Miriam Travassos

Estava toda feliz, acessando a internet, quando meu computador trancou.

Comecei a bater em diversas teclas, liguei e desliguei, disse um nome horrível que eu sei... e nada.

Sentada em frente ao pc, era mesmo uma burra olhando para um palácio.

Foi quando me ocorreu a idéia de pedir uma ajuda a um colega que entende a fundo de eletrônica.

Não o encontrei. Fiquei ali, perdendo tempo e paciência, até que me lembrei de discar para o serviço de suporte do meu provedor.

E tudo foi resolvido.

Pois tirei uma lição desse problema: a vida da gente é nada mais nada menos do que uma internet, interligados todos numa rede onde se cruzam bons contatos, conhecimento, futilidade, violência, pornografia, inutilidade.

E, vez em quando, nos sentimos travados.

Por que há dias em que você se sente off-line.

Sua vida, como um pc, parece haver se trancado, fugindo a seu comando, provocando-lhe a estranha sensação de uma queda de voltagem, de força, deresistência - você ali, impotente, sem entender em que teclas erradas bateu para que acontecesse essa parada súbita.

A primeira e compreensível atitude é interrogar por que não lhe deramum pentium cheio de recursos, evitando que você tivesse que passar uma existência inteira catando milho nas teclas de um micro assim tão sem potência.

Mas, você sabe, é quase impossível trocar o programa que lhe é imposto pelo destino.

À noite, em sua cama, você faz um download nos seus sentimentos.

Nota que há dezenas de tarefas, ainda no rascunho, que você jamais se importou em terminar; centenas de itens que já deveriam ter sido excluídos de sua memória, sua lixeira está repleta de sentimentos negativos ainda não deletados; há mensagens na caixa de entrada que você se recusa a receber e itens enviados que você poderia ter evitado encaminhar.

Perderam-se, para sempre, as linhas de um ideal que você havia traçado,ao programar seu futuro.

E não existe back-up em nossa vida quando se extravia o plano original, não há como recuperar o que foi definitivamente deletado, nem é possível dar backspace no presente.

Desarvorado, você conclui que lhe foge ao controle reter as alegrias e afugentar os sofrimentos: a tecla enter não consegue fazer com que as pequenas conquistas sejam arquivadas para depois repeti-las, nem a tecla escape consegue evitar que os fracassos prossigam sendo impressos a laser e em cores vivas.

Diante da tela em branco, nenhum recurso lhe ocorre.

Exausto por causa de tantas tentativas de acerto, você começa a pensar que é hora de abandonar essa luta em busca de saída:

Não há atalho e nem lhe resta espaço.

Quantos mais reset você dá, tantas vezes se mostra igual o reinício -insistindo em bater nas mesmas teclas, você apenas repete as mesmas tolices.

Que saída você tentará, nesse momento?

O aconselhamento de amigos, o extravasamento de toda a sua fúria, a buscade aperfeiçoamento para entender o problema, a conformidade perante a sua incapacidade de seguir em frente, a depressão?

Não se resolve assim, quando é a nossa existência que se encontra em jogo.

Há um momento em que é preciso estabelecer contato com nosso provedor, quando nos foge à compreensão onde nos quer levar esse intrincado software chamado vida.

E você sabe quem é nosso Bill Gates, em hora dessas.

Melhor, então, acessar o Dono do programa.

Envie um sos urgente e peça-Lhe ajuda.

Ele consegue decodificar as mais complexas linguagens, mas você pode iniciar assim sua mensagem: Pai Nosso que estais no céu...

Conte com uma resposta com absurda agilidade.

Talvez você até continue a julgar-se inapto para tantos comandos, entrejanelas e campos, estilos e modelos, vacilante na escolha de uma ferramenta.

Mas descobre que é sempre possível contatar o próprio autor do soft, que entende a precariedade do seu pc, a pouca capacidade de seu hd, a sua falta de espaço para o armazenamento de tantas amarguras e, mesmo assim, teima em querer vê-lo aperfeiçoar-se a cada dia, sem se deixar vergar ante a complexidade da intrincada operação que é esta vida - de home a end.

... nunca dê pause em sua fé.

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A vida é um dever

Mário Quintana

A vida é um dever que nós trouxemos para fazer em casa.

Quando se vê, já são seis horas.

Quando se vê, já é sexta-feira.

Quando se vê, já terminou o ano.

Quando se vê, passaram 50 anos!

Agora é tarde demais para ser reprovado...

Se me fosse dado, um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio.

Seguiria sempre em frente e iria jogando, pelo caminho, a casca dourada e inútil das horas...

Dessa forma, eu digo: "Não deixe de fazer algo que gosta devido à falta de tempo. A única falta que terá, será desse tempo que infelizmente não voltará mais".

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Vinte e Quatro Toques

Roberto Shinyashiki

01 - Seja ético. A vitória que vale a pena é a que aumenta sua dignidade e reafirma valores profundos. Pisar nos outros para subir desperta o desejo de vingança.

02 - Estude sempre e muito. A glória pertence àqueles que têm um trabalho especial para oferecer.

03 - Acredite sempre no amor. Não fomos feitos para a solidão. Se você está sofrendo por amor, está com a pessoa errada ou amando de uma forma ruim para você. Caso tenha se separado, curta a dor, mas se abra para outro amor.

04 - Seja grato a quem participa de suas conquistas. O verdadeiro campeão sabe que as vitórias são alimentadas pelo trabalho em equipe. Agradecer é a melhor maneira de deixar os outros motivados.

05 - Eleve suas expectativas. Pessoas com sonhos grandes obtêm energia para crescer. Os perdedores dizem: "isso não é para nós". Os vencedores pensam em como realizar seu objetivo.

06 - Curta muito a sua companhia. Casamento dá certo para quem não é dependente.

07 - Tenha metas claras. A história da humanidade é cheia de vidas desperdiçadas: amores que não geram relações enriquecedoras, talentos que não levam carreiras ao sucesso, etc. Ter objetivos evita desperdícios de tempo, energia e dinheiro.

08 - Cuide bem do seu corpo. Alimentação, sono e exercício são fundamentais para uma vida saudável. Seu corpo é seu templo. Gostar da gent e deixa as portas abertas para os outros gostarem também.

09 - Declare o seu amor. Cada vez mais devemos exercer o nosso direito de buscar o que queremos (sobretudo no amor). Mas atenção: elegância e bom senso são fundamentais.

10 - Amplie os seus relacionamentos profissionais. Os amigos são a melhor referência em crises e a melhor fonte de oportunidades na expansão. Ter bons contatos é essencial em momentos decisivos.

11 - Seja simples. Retire da sua vida tudo o que lhe dá trabalho e preocupação desnecessários.

12 - Não imite o modelo masculino do sucesso. Os homens fizeram sucesso a custa de solidão e da restrição aos sentimentos. O preço tem sido alto: infartos e suicídios. Sem dúvida, temos mais a aprender com as mulheres do que elas conosco. Preserve a sensibilidade feminina - é mais natural e mais criativa.

13 - Tenha um orientador. Viver sem é decidir na neblina, sabendo que o resultado só será conhecido, quando pouco resta a fazer. Procure alguém de confiança, de preferência mais experiente e mais bem sucedido, para lhe orientar nas decisões, caso precise.

14 - Jogue fora o vício da preocupação. Viver tenso e estressado está virando moda. Parece que ser competente e estar de bem com a vida são coisas incompatíveis. Bobagem... defina suas metas, conquiste-as e deixe as neuras para quem gosta delas.

15 - O amor é um jogo cooperativo. Se vocês estão juntos é para jogar no mesmo time.

16 - Tenha amigos vencedores. Aproxime-se de pessoas com alegria de viver.

17 - Diga adeus a quem não o(a) merece. Alimentar relacionamentos que só trazem sofrimento é masoquismo, é atrapalhar sua vida. Não gaste vela com mau defunto. Se você estiver com um marido/mulher que não esteja compartilhando, empreste, venda, alugue, doe... e deixe o espaço livre para um novo amor.

18 - Resolva! A mulher/homem do milênio vai limpar sua vida as situações e os problemas desnecessários.

19 - Aceite o ritmo do amor. Assim como ninguém vai empolgadíssimo todos os dias para o trabalho, ninguém está sempre no auge da paixão. Cobrar de si e do outro viver nas nuvens é o começo de muita frustração.

20 - Celebre as vitórias. Compartilhe o sucesso, mesmo as pequenas conquistas, com pessoas queridas. Grite, chore, encha-se de energia para os desafios seguintes.

21 - Perdoe! Se você quer continuar com uma pessoa, enterre o passado para viver feliz. Todo mundo erra, a gente também.

22 - Arrisque! O amor não é para covardes. Quem fica a noite em casa sozinho, só terá que decidir que pizza pedir. E o único risco será o de engordar.

23 - Tenha uma vida espiritual. Conversar com deus é o máximo, especialmente para agradecer. Reze antes de dormir. Faz bem ao sono e a alma. Oração e meditação são fontes de inspiração.

24 - Muita paz, harmonia e amor... sempre!

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Uma visão

Uma visão sem ação é somente um sonho.
Uma ação sem visão é apenas um passatempo.
Uma visão com ação pode transformar o mundo."

Fred Polak

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Vivências

Dentro das minhas malas
Eu carrego muitas coisas...
Vivências acumuladas
Por muitas e muitas jornadas,
Por trilhas, atalhos, escolhas.
Algumas delas erradas.
Tantas dúvidas e incertezas,
Quantas coisas guardadas.
Carrego o suor dos amantes,
O encanto, a paixão e a poesia,
O sentimento não compartilhado,
Muitas histórias não terminadas,
A dor de um amor sofrido.
Carrego também a saudade
De amigos, de entes queridos
Que em algum lugar do passado,
Seguiram por outros caminhos.
Dentro das minhas malas
Eu carrego muitas coisas...
A armadura, a cicatriz, o conflito.
A guerreira de olhar cansado,
O andarilho em busca de abrigo,
O nobre, o juiz, o bandido,
A feiticeira, o anjo, a banida.
Dentro das minhas malas
Muitas coisas pesadas.
A aflição, o medo, a espera,
O arrependimento, a culpa, o pecado,
A obrigação de desfazer o mal feito
E desta feita fazer direito.
A obrigação de reconstruir os meus templos
Profanados pela ação do tempo.
Dentro das minhas malas
Eu carrego muita esperança.
Carrego a ingênua, a sonhadora, a criança,
A certeza de reencontrar o inimigo
E fazer dele um novo amigo.
Carrego o santo, o mago, o diabo,
Um sorriso para ser ofertado,
O carinho do ser apaixonada
Que muitas vezes adormece cansada,
Mas amanhece sempre renovada,
E vai em busca de uma nova morada!

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Navegue, descubra tesouros

Navegue, descubra tesouros, mas não os tire do fundo do mar, o lugar deles ela.

Admire a lua, sonhe com ela, mas não queira trazê-la para a terra.

Curta o sol, se deixe acariciar por ele, mas lembre-se que o seu calor é para todos.

Sonhe com as estrelas, apenas sonhe. Elas só podem brilhar no céu. Não tente deter o vento, ele precisa correr por toda parte, ele tem pressa de chegar sabe-se lá onde.

Não apare a chuva, ela quer cair e molhar muitos rostos, não pode molhar só o seu.

As lágrimas? Não as seque, elas precisam correr na minha, na sua, em todas as faces.

O sorriso! Esse você deve segurar, não o deixe ir embora, agarre-o!

Quem você ama? Guarde dentro de um porta jóias, tranque, perca a chave!

Quem você ama é a maior jóia que você possui, a mais valiosa.

Não importa se a estação do ano muda, se o século vira e se o milênio é outro, se a idade aumenta; conserve a vontade de viver, não se chega a parte alguma sem ela.

Abra todas as janelas que encontrar e as portas também.

Persiga um sonho, mas não o deixe viver sozinho.

Alimente sua alma com amor, cure suas feridas com carinho.

Descubra-se todos os dias, deixe-se levar pelas vontades, mas não enlouqueça por elas.

Procure, sempre procure o fim de uma história, seja ela qual for.

De um sorriso para quem esqueceu como se faz isso.

Acelere seus pensamentos, mas não permita que eles te consumam.

Olhe para o lado, alguém precisa de você.

Abasteça seu coração de fé, não a perca nunca.

Mergulhe de cabeça nos seus desejos e satisfaça-os.

Agonize de dor por um amigo, só saia dessa agonia se conseguir tirá-lo também.

Procure os seus caminhos, mas não magoe ninguém nessa procura.

Arrependa-se, volte atrás, peça perdão!

Não se acostume com o que não o faz feliz, revolte-se quando julgar necessário.

Alague seu coração de esperanças, mas não deixe que ele se afogue nelas.

Se achar que precisa voltar, volte!

Se perceber que precisa seguir, siga!

Se estiver tudo errado, comece novamente.

Se estiver tudo certo, continue.

Se sentir saudades, mate-a.

Se perder um amor, não se perca!

Se achá-lo, segure-o!

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Viver

Viver
não é preencher o dia-a-dia...

Viver
é crer em alguma coisa,
é sonhar com algo belo,
é acreditar e ter esperanças
de que o amanhã será melhor...

Viver
é nunca descansar
enquanto no mundo houver ódio...

Viver
é lutar sempre por um ideal,
é nunca nos darmos por vencidos...

Viver
é acreditar que não existe nada impossível,
é lutar para realizar um sonho...

Viver
é ser cada dia unicamente jovem...

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Você é especial

Um famoso palestrante começou um seminário segurando uma nota de 100 reais. Numa sala, com 200 pessoas ele perguntou: Quem quer esta nota de 100 reais?

Mãos começaram a se erguer. Ele disse: Eu darei esta nota a um de vocês, mas primeiro, deixem me fazer isto! Então ele amassou a nota.

E perguntou, outra vez: Quem ainda quer esta nota? As mãos continuaram erguidas.

Bom - ele disse - e se eu fizer isto? E ele deixou a nota cair no chão e começou a pisà-la e esfregá-la. Depois pegou a nota, agora imunda e amassada, e perguntou: E agora? Quem ainda quer esta nota?

Todas as mãos continuaram erguidas.

Meus amigos, vocês todos devem aprender esta lição:

Não importa o que eu faça com o dinheiro, vocês ainda irão querer esta nota, porque ela não perde o valor.

Ela ainda valerá 100 reais. Essa situação também se da conosco.

Muitas vezes, em nossas vidas, somos amassados, pisoteados e ficamos sujos, por decisões que tomamos e/ou pelas circunstancias que vêm em nossos caminhos. E assim, ficamos nos sentindo desvalorizados, sem importância. Porem, creiam, não importa o que aconteceu ou o que acontecerá, jamais perderemos nosso valor perante o Universo. Quer estejamos sujos, quer estejamos limpos, quer amassados ou inteiros, nada disso altera a importância que temos. A nossa valia. O preço de nossas vidas não é pelo que fazemos ou que sabemos, mas pelo que Somos!

Somos especiais... Você é especial. Muito especial...

Jamais se esqueça disso!

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Dos quinze aos setenta...

Silvana Duboc

Senti aos quinze anos
que a dança do amor jamais mudaria de planos
Seria sempre daquela maneira corriqueira
Eu correndo atrás de alguém que não me queria bem.

Aos vinte entendi que não era exatamente assim
Alguém poderia também correr atrás de mim.
E eu, superior na dança do amor fingiria não perceber
Até o instante que ele resolvesse me esquecer.

Aos trinta começaram as decepções, os términos e as desilusões... As lágrimas infinitas, as insônias malditas.

Aos quarenta fui apresentada à traição
E tive que conviver com essa terrível questão
Nessa mesma ocasião descobri como era ser trocada
esquecida e ignorada.

Aos quarenta e cinco procurei com afinco... um novo amor.
E que dor... foi tão difícil de achar...
Encontrei almas encantadoras e também destruidoras.
Almas gêmeas e impostoras
Mas ninguém ficou comigo
Terminei no ostracismo.

Aos cinquenta a gente inventa...
Inventa que é feliz
Que tem o amor que sempre quiz
Inventa que se alimenta de paixão
Que o coração ainda palmita de emoção.
É talvez aos sessenta, descubra que aos quinze fui feliz.
Que aos trinta tive o que quis
As noites mal dormidas poderiam ter sido resolvidas.
Que aos quarenta a traição foi o melhor ingrediente da emoção
E que nessa época o gostoso era dar o perdão.
E aos quarenta e cinco, buscar um amor não causou assim tanta dor
É bem verdade que foi com dificuldade
Mas ainda existia na mesma alma
Uma grande carga de força e vitalidade.

E que aos cinquenta, inventar pode ser gostoso
Sonhar, delicioso
Esperar, prazeroso.
...mas enfim chegando aos sessenta
Será que vou descobrir finalmente
Que a solidão assolou meu coração?
Que desde os quinze vivi mergulhada na ilusão?
Como serão os meus setenta então?
Acho que aos setenta...
Quem sabe uma nova dança
a gente inventa.

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Os novos criativos

São aqueles conseguem enxergar, nas atividades cotidianas, aquilo que ninguém viu ainda.

Quinta-feira, 2 de junho, 16h35, palestra de Max Gehringer no primeiro dia da Career Fair. Sala lotada e muitas gargalhadas durante 1h30 de apresentação. Para quem não viu, aí vai uma das tiradas de Mr. Max sobre a comédia que é a vida corporativa:

Quando entrevistava candidatos a emprego na empresa em que trabalhava, adotei o hábito de, no final da conversa, entregar um isqueiro para cada um, como brinde. Dois tipos de resposta acabavam com os candidatos:

— Obrigado, eu não fumo.

ou

— Obrigado, como você sabia que eu fumava?

Quem só consegue enxergar num isqueiro uma única finalidade (acender cigarros) tem um sério problema de criatividade. Uma candidata me ganhou na hora em que olhou o isqueirinho e se saiu com essa: "Obrigada, isso aqui vai ser ótimo para lixar as unhas'."

Em resumo, é o seguinte: até em anúncio de emprego para faxineiro se pede alguém criativo. Hoje, isso significa ser capaz de olhar para o que todo mundo está olhando e enxergar algo diferente. Esse olhar diferenciado é para ser exercitado diariamente, nas mais diversas atividades corporativas. Como você pode fazer melhor, mais rápido ou mais barato? Como satisfazer ainda mais o cliente? O criativo de hoje busca essas respostas o tempo todo.

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Simplifique

Um professor de Filosofia entra na sala de aula, põe a cadeira em cima da mesa e escreve no quadro: "Provem-me que esta cadeira não existe".

Apressadamente, os alunos começam a escrever longas dissertações sobre o assunto. No entanto, um dos alunos escreve apenas duas palavras na folha e entrega-a ao professor. Este, quando a recebe, não pode deixar de sorrir depois de ler: "Que cadeira?"

Conclusão: Não procure chifres em cabeça de cavalo ou pêlo em ovo. Opte pela simplificação.

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O cego de nascença

Era uma vez um cego de nascença. Nunca tinha visto o sol, e perguntava como era este às pessoas que enxergavam. Alguém lhe disse: O sol é como uma bandeja de latão. O cego bateu na bandeja de latão e ouviu o som. Depois, quando ouviu um sino, pensou que fosse o sol. Outra vez, disse-lhe alguém: o sol é como uma vela. O cego apalpou uma vela, e pensou que assim era o formato do sol. A verdade é mais difícil de descrever que o sol; e quando os homens não a conhecem, são exatamente como o cego. Ainda que façais o possível para esclarecê-la por meio de comparações e exemplos, ela ficará tão confusa como a comparação da bandeja de latão e da vela.

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Quero ser feliz ou ter razão?

Oito da noite numa avenida movimentada. O casal já esta atrasado para jantar na casa de alguns amigos. O endereço é novo, assim como o caminho, que ela conferiu no mapa antes de sair.

Ele dirige o carro. Ela o orienta e pede para que vire na próxima rua à esquerda. Ele tem certeza de que é à direita. Discutem. Percebendo que além de atrasados, poderão ficar mal humorados, ela deixa que ele decida.

Ele vira a direita e percebe que estava errado. Ainda com dificuldade, ele admite que insistiu no caminho errado, enquanto faz o retorno.

Ela sorri e diz que não há problema algum em chegar alguns minutos mais tarde. Mas ele ainda quer saber:

— Se você tinha tanta certeza de que eu estava tomando o caminho errado, deveria insistir um pouco mais.

E ela diz:

— Entre ter razão e ser feliz, prefiro ser feliz. Estávamos a beira de uma briga, se eu insistisse mais, teríamos estragado a noite.

MORAL DA HISTÓRIA

Essa pequena história foi contada por uma empresária durante uma palestra sobre simplicidade no mundo do trabalho. Ela usou a cena para ilustrar quanta energia nós gastamos apenas para demonstrar que temos razão,independente de tê-la ou não. Desde que ouvi esta história, tenho me perguntado com mais freqüência:

— Quero ser feliz ou ter razão?

Pense nisso e seja feliz

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Saudade

Miguel Falabella

Devemos ter feito algo de muito grave, para sentirmos tanta saudade...

Trancar o dedo numa porta dói.

Bater com o queixo no chão dói.

Torcer o tornozelo dói.

Um tapa, um soco, um pontapé , doem.

Dói bater a cabeça na quina da mesa.

Dói morder a língua, dói cólica, cárie e pedra no rim.

Mas o que mais dói é a saudade.

Saudade de um irmão que mora longe.

Saudade de uma cachoeira da infância.

Saudade do gosto de uma fruta que não se encontra mais.

Saudade do pai que morreu, do amigo imaginário que nunca existiu.

Saudade de uma cidade.

Saudade da gente mesmo, que o tempo não perdoa.

Doem estas saudades todas.

Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama.

Saudade da pele, do cheiro, dos beijos.

Saudade da presença, e até da ausência consentida.

Você podia ficar no quarto e ela na sala, sem se verem, mas sabiam-se lá.

Você podia ir para o dentista e ela pra faculdade, mas sabiam-se onde.

Você podia ficar o dia sem vê-la, ela sem vê-lo, mas sabiam-se amanhã.

Contudo, quando o amor de um acaba, ou torna-se menor.

Ao outro sobra uma saudade que ninguém sabe como deter.

Saudade é basicamente não saber.

Não saber mais se ela continua fungando num ambiente frio.

Não saber se ele continua sem fazer a barba por causa daquela alergia.

Não saber se ela ainda usa aquela saia.

Não saber se ele foi à consulta com o dermatologista como prometeu.

Não saber se ela tem comido bem por causa daquela mania de estar sempre ocupada.

Se ele tem assistido às aulas de inglês, se aprendeu a entrar na Internet, a encontrar a página do Diário Oficial.

Se ela aprendeu a estacionar entre dois carros.

Se ele continua preferindo Malzebier.

Se ela continua detestando McDonalds.

Se ele continua amando.

Se ela continua a chorar até nas comédias.

Saudade é não saber mesmo!

Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos.

Não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento.

Não saber como frear as lágrimas diante de uma música.

Não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche.

É não saber se ela está feliz, e ao mesmo tempo perguntar a todos os amigos por isso...

É não querer saber se ele está mais magro, se ela está mais bela.

Saudade é nunca mais saber de quem se ama, e ainda assim doer.

Saudade é isso que eu estive sentindo enquanto escrevia.

E o que você provavelmente estará sentindo depois que acabar de ler.

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Amigas fazem muito bem à saúde !

Um estudo publicado pela Universidade de Los Angeles, Califórnia, indica que a amizade entre mulheres é algo verdadeiramente especial. Descobriu-se, que as amigas contribuem para o fortalecimento da identidade e para projetar nosso futuro. Constituem um remanso, diante de um mundo real, cheio de tempestades e obstáculos.

As amigas ajudam-nos a preencher os vazios emocionais de nossas relações com os homens e ajudam-nos a recordar quem nós somos, realmente. Após 50 anos de investigações, identificou-se que existem substâncias químicas produzidas pelo cérebro que ajudam a criar e manter laços de amizade entre as mulheres. Os pesquisadores, homens em sua maioria, surpreenderam-se com os resultados destes estudos. Quando o hormônio OXITOCINA é liberado como parte da reação das mulheres frente ao stress, elas sentem a necessidade de proteger seus filhos e de agruparem-se com outras mulheres. Quando isso acontece, produz-se uma ainda maior quantidade de oxitocina, que reduz o stress mais agudo e provoca um efeito calmante.

Estas reações não aparecem entre os membros do sexo masculino porque a testosterona, que os homens produzem em altas quantidades, tende a neutralizar os efeitos da oxitocina, enquanto os estrógenos femininos aumentam a produção do hormônio oxitocina.

Após repetidos estudos, demonstrou-se que os laços emocionais existentes entre as mulheres que são amigas verdadeiras e leais, contribuem para a redução dos riscos de doenças ligadas à pressão arterial e ao colesterol. Acredita-se que esta pode ser uma das razões por que as mulheres geralmente vivem mais do que os homens. As mulheres que não estabelecem relações de amizade com outras mulheres não mostram os mesmos resultados em sua saúde.

Assim, ter amigas nos ajuda não somente a viver mais, como também a viver melhor.

O estudo sobre saúde indica que quanto mais amigas tem uma mulher, maior probabilidade ela terá de chegar à velhice sem problemas físicos, levando uma vida plena e saudável. Não contar com amigas próximas pode ser tão prejudicial para a saúde quanto a obesidade, o tabagismo ou o sedentarismo. Neste mesmo estudo, foi observado, também, como as mulheres superam um momento crítico, como a morte do cônjuge e percebeu-se que as mulheres que podiam confiar em suas amigas, reagiram sem doenças graves e recuperaram-se em um lapso de tempo menor do que aquelas que não tinham em quem confiar. O estudo concluiu que a amizade entre as mulheres constitui uma fonte recíproca de força, bem-estar, alegria e saúde!!!!!!!!!!

Nâo é legal saber isso?

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Solidão

Fátima Irene Pinto

Solidão não é a falta de gente para conversar, namorar, passear ou fazer sexo...

Isto é carência.

Solidão não é o sentimento que experimentamos pela ausência de entes queridos que não podem mais voltar...

Isto é saudade.

Solidão não é o retiro voluntário que a gente se impõe, às vezes, para realinhar os pensamentos...

Isto é equilíbrio.

Solidão não é o claustro involuntário que o destino nos impõe compulsoriamente para que revejamos a nossa vida...

Isto é um princípio da natureza.

Solidão não é o vazio de gente ao nosso lado...

Isto é circunstância.

Solidão é muito mais do que isto.

Solidão é quando nos perdemos de nós mesmos e procuramos em vão pela nossa alma.

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Meus Amigos...

Oscar Wilde

Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila. Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.

A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos. Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo. Deles não quero resposta, quero meu avesso.

Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim. Para isso só sendo louco. Quero-os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.

Escolho meus amigos pela cara lavada e a alma exposta. Não quero só o ombro ou o colo, quero também a sua maior alegria.

Amigo que não ri junto não sabe sofrer junto.

Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis nem choros piedosos. Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça.

Não quero amigos adultos nem chatos. Quero-os metade infância e a outra metade velhice. Crianças para que não esqueçam o valor do vento no rosto e velhos para que nunca tenham pressa.

Tenho amigos para saber quem eu sou. Pois vendo-os loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.

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Mau humor

Lula Vieira - publicitário

Não me lembro direito, mas li numa revista, acho que na Carta Capital, um artigo levantando a hipótese de que todo o cara que tem mania de fazer aspas com os dedinhos quando faz uma ironia é um chato. Num outro artigo alguém escreveu que achava que jamais tinha conhecido um restaurante de boa comida com garçons vestidos de coletinho vermelho. Joaquim Ferreira dos Santos, em "O Globo" de domingo, fala do seu profundo preconceito com quem usa "agregar valor". Eu posso jurar que toda mulher que anda permanentemente com uma garrafinha de água e fica mamando de segundo em segundo é uma chata. São preconceitos, eu sei. Mas cada vez mais a vida está confirmando estas conclusões.

Um outro amigo meu jura que um dos maiores indícios de babaquice é usar o paletó nos ombros, sem os braços nas mangas. Por incrível que pareça, não consegui desmentir. Pode ser coincidência, mas até agora todo cara que eu me lembro de ter visto usando o paletó colocado sobre os ombros é muito babaca.

Já que estamos nessa onda, me responda uma coisa: você conhece algum natureba radical que tenha conversa agradável? O sujeito ou sujeita que adora uma granola, só come coisas orgânicas, faz cara de nojo à simples menção da palavra "carne", fica falando o tempo todo em vida saudável é seu ideal como companhia numa madrugada? Sei lá, não sei. Não consigo me lembrar de ninguém assim que tenha me despertado muita paixão.

Eu ando detestando certos vícios de linguagem, do tipo "chegar junto", "superar limites", essas bobagens que lembram papo de concorrente a big brother. Mais uma vez, repito: acho puro preconceito, idiossincrasia, mas essa rotulagem imediata é uma mania que a gente vai adquirindo pela vida e que pode explicar algumas antipatias gratuitas.

Tem gente que a gente não gosta logo de saída, sem saber direito por quê. Vai ver que transmite algum sintoma de chatice. Tom de voz de operador de telemarketing lendo o script na tela do computador e repetindo a cada cinco palavras a expressão "senhoooorrr" me irrita profundamente.

Se algum dia eu matar alguém, existe imensa possibilidade de ser um flanelinha. Não posso ver um deles que o sangue sobe à cabeça. Deus que me perdoe, me livre e me guarde, mas tenho raiva menor do assaltante do que do cara que fica na frente do meu carro fazendo gestos desesperados tentando me ajudar em alguma manobra, como se tivesse comprado a rua e tivesse todo o direito de me cobrar pela vaga.

Sei que estou ficando velho e ranzinza, mas o que se há de fazer? Não suporto especialista em motivação de pessoal que obrigue as pessoas a pagarem o mico de ficar segurando na mão do vizinho, com os olhos fechados e tentando receber "energia positiva".

Aliás, tenho convicção de que empresa que paga bons salários e tem uma boa e honesta política de pessoal não precisa contratar palestras de motivação para seus empregados. Eles se motivam com a grana no fim do mês e com a satisfação de trabalhar numa boa empresa.

Que me perdoem todos os palestrantes que estão ficando ricos percorrendo o país, mas eu acho que esse negócio de trocar fluidos me lembra putaria. E para terminar: existe qualquer esperança de encontrar vida inteligente numa criatura que se despede mandando "um beijo no coração"?

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A lei de Zeca Pagodinho

Nailor Marques Junior

Diz uma história que numa cidade apareceu um circo, e que entre seus artistas havia um palhaço com o poder de divertir, sem medida, todas as pessoas da platéia e o riso era tão bom, tão profundo e natural que se tornou terapêutico. Todos os que padeciam de tristezas agudas ou crônicas eram indicados pelo médico do lugar para que assistissem ao tal artista que possuía o dom de eliminar angústias.

Um dia porém um morador desconhecido, tomado de profunda depressão, procurou o doutor. O médico então, sem relutar, indicou o circo como o lugar de cura de todos os males daquela natureza, de abrandamento de todas as dores da alma, de iluminação de todos os cantos escuros do nosso jeito perdido de ser. O homem nada disse, levantou-se, caminhou em direção à porta e quando já estava saindo, virou- se, olhou o médico nos olhos e sentenciou: "não posso procurar o circo... aí está o meu problema: eu sou o palhaço". Como professor vejo que, às vezes, sou esse palhaço, alguém que trabalhou para construir os outros e não vê resultado muito claro daquilo que faz.

Tenho a impressão que ensino no vazio (e sei que não estou só nesse sentimento) porque depois de formados meus ex-alunos parecem que se acostumam rapidamente com aquele mundo de iniqüidades que combatíamos juntos. Parece que quando meus meninos(as) caem no mercado de trabalho a única coisa que importa é quanto cada um vai lucrar, não importando quem vai pagar essa conta e nem se alguém vai ser lesado nesse processo. Aprenderam rindo, mas não querem passar o riso à frente e nem se comovem com o choro alheio. Digo isso, até em tom de desabafo, porque vejo que cada dia mais meus alunos se gabam de desonestidades. Os que passam os outros para trás são heróis e os que protestam são otários, idiotas ou excluídos, é uma total inversão dos valores. Vejo que alguns professores partilham das mesmas idéias e as defendem em sala de aula e na sala de professores e se vangloriam disso. Essa idéia vem me assustando cada vez mais, desde que repreendi, numa conversa com alunos, o comportamento do cantor Zeca Pagodinho, no episódio da guerra das cervejas e quase todos disseram que o cantor estava certo, tontos foram os que confiaram nele. "O importante professor é que o cara embolsou milhões", disse-me um; outro: "daqui a pouco ninguém lembra mais, no Brasil é assim, e ele vai continuar sendo o Zeca, só que um pouco mais rico", todos se entreolharam e riram, só eu, bobo que sou, fiquei sem graça. O pior é quando a gente se dá conta que no Brasil é assim mesmo, o que vale é a lei de Gérson: "o importante é levar vantagem em tudo". ( Lei de Gerson...dá para rir...) A pergunta é: É possível, pela lógica, que todo mundo ganhe ? Para alguém ganhar é óbvio que alguém tem de perder.

A lógica é guardar o troco a mais recebido no caixa do supermercado; é enrolar a aula fingindo que a matéria está sendo dada; é fingir que a apostila está aberta na matéria dada, mas usá-la como apoio enquanto se joga forca, batalha naval ou jogo da velha; é cortar a fila do cinema ou da entrada do show; é dizer que leu o livro, quando ficou só no resumo ou na conversa com quem leu; é marcar só o gabarito na prova em branco, copiado do vizinho, alegando que fez as contas de cabeça; é comprar na feira uma dúzia de quinze laranjas; é bater num carro parado e sair rápido antes que alguém perceba; é brigar para baixar o preço mínimo das refeições nos restaurantes universitários, para sobrar mais dinheiro para a cerveja da tarde; é arrancar as páginas ou escrever nos livros das bibliotecas públicas; é arrancar placas de trânsito e colocá- las de enfeite no quarto; é trocar o voto por empregos, pares de sapato ou cestas básicas; é fraudar propaganda política mostrando realiza ções que nunca foram feitas. a lógica da perpetuação da burrice. Quando um país perde, todo mundo perde. E não adianta pensar que logo bateremos no fundo do poço, porque o poço não tem fundo. Parafraseando Schopenhauer: "Não há nada tão desgraçado na vida da gente que ainda não possa ficar pior". Se os desonestos brasileiros voassem, nós nunca veríamos o sol. Felizmente há os descontentes, os lutadores, os sonhadores, os que querem manter o sol aceso, brilhando e no alto. A luz é e sempre foi a metáfora da inteligência. No entanto, de nada adianta o conhecimento sem o caráter. Que nas escolas seja tão importante ensinar Literatura, Matemática ou História quanto decência, senso de coletividade, coleguismo e respeito por si e pelos outros. Acho que o mundo (e, sobretudo, o Brasil) precisa mais de gente honesta do que de literatos, historiadores ou matemáticos.

Ou o Brasil encontra e defende esses valores e abomina Zecas, Gérsons, Dirceus, Dudas, Roriz e todos os que chamam desonestidades flagrantes, de espertezas técnicas, ou o Brasil passa de país do futuro para país do só furo. De um Presidente da República espera-se mais do que choro e condecoração a garis honestos, espera-se honestidade em forma de trabalho e transparência. De professores, espera-se mais que discurso de bons modos, espera-se que mereçam o salário que ganham (pouco ou muito) agindo como quem é honesto. A honestidade não precisa de propaganda, nem de homenagens, precisa de exemplos. Quem plantar joio, jamais colherá trigo.

Quando reflexões assim são feitas cada um de nós se sente o palhaço perdido no palco das ilusões. A gente se sente vendendo o que não pode viver, não porque não mereça, mas porque não há ambiente para isso.

Quando seria de se esperar uma vaia coletiva pelo tombo, pelo golpe dado na decência, na coerência, na credibilidade, no senso de respeito, vemos a população em coro delirante gritando "bis" e, como todos sabemos, um bis não se despreza. Então, uma pirueta, duas piruetas, bravo ! bravo ! E vamos todos rindo e afinando o coro do "se eu livrar a minha cara o resto que se dane". Enquanto isso o Brasil de irmã Dulce, de Manuel Bandeira, do Betinho, de Clarice Lispector, de Chiquinha Gonzaga e de muitos outros heróis anônimos que diminuíram a dor desse país com a sua obra, levanta-se, caminha em silêncio até a porta, vira-se e diz: "Esse é o problema... eu sou o palhaço".

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Cuidado Ratoeira!

Autor desconhecido

Um rato, olhando pelo buraco na parede, vê o fazendeiro e sua esposa abrindo um pacote. Pensou logo no tipo de comida que poderia haver ali.

Ao descobrir que era uma ratoeira, ficou aterrorizado. Correu ao curral da fazenda advertindo a todos: - Há uma ratoeira na casa, uma ratoeira na casa! A galinha disse: - Desculpe-me, Sr. Rato, eu entendo que isso seja um grande problema para o senhor, mas não me prejudica em nada, não me incomoda. O rato foi até o porco e lhe disse: - Há uma ratoeira na casa, uma ratoeira!

O porco disse: - Desculpe-me Sr. Rato, mas não há nada que eu possa fazer, a não ser rezar. Fique tranqüilo, que o senhor será lembrado nas minhas preces.

O rato dirigiu-se então à vaca. A vaca lhe disse: - O que, Sr. Rato? Uma ratoeira? Por acaso estou em perigo? - Acho que não! Então o rato voltou para seu canto, cabisbaixo e abatido, para encarar a ratoeira do fazendeiro.

Naquela noite, ouviu-se um barulho, como o de uma ratoeira pegando sua vítima. A mulher do fazendeiro correu para ver o que havia pego. No escuro, ela não viu que a ratoeira havia pego a cauda de uma cobra venenosa. E a cobra picou a mulher... O fazendeiro a levou imediatamente ao hospital.

Ela voltou com febre. Para amenizar a sua febre, nada melhor que uma canja de galinha. Então, o fazendeiro pegou seu cutelo e foi providenciar o ingrediente principal. Como a doença da mulher continuava, os amigos e vizinhos vieram visitá-la. Então, para alimentá-los, o fazendeiro matou o porco. A mulher não melhorou e acabou morrendo. Muita gente veio para o funeral. Então, o fazendeiro sacrificou a vaca, para poder alimentar todo aquele povo.

Na próxima vez que você ouvir dizer que alguém está diante de um problema e acreditar que o problema não lhe diz respeito, lembre-se que: quando existir uma ratoeira, todos corremos risco.

"O problema de um é problema de todos, quando convivemos em equipe."

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Inimaginável

Maisa Bacafi

Você chegou, tocou meu ser com a leveza de teu sorriso, arrebatou-me, e s e fez dono de mim...

Meu coração não mais me pertence, é seu, inteiramente!

Se ainda hoje eu o sinto pulsar, pulsa por você, te chamando, sussurrando teu nome por minhas veias, impulsionando em minha vida o ritmo do amor...

Falaram-me do amor, mas nunca me disseram como aconteceria! Ninguém me co ntou que eu deixaria de ser eu mesma, para ser parte de ti, a sua melhor pa rte, a mais pura e intensa...

Não, eu não podia imaginar que amar me transformaria, que eu conheceria a alegria de doar-me completamente...

Que eu renasceria e seria então somente amor, pleno amor...

Amo-te, inteiramente!

Amo seu sorriso de menino..

Amo seu sono tranqüilo...

Amo seu beijo envolvente...

Amo seu abraço apertado...

Amo só ficar do seu lado...

Amo porque agora esta sou eu, e esta é a minha essência...

Se um dia alguém tivesse me falado, me alertado de que eu seria mais voc ê do que eu mesma, talvez eu não acreditasse, é provável que eu rec usasse...

Mas agora que aqui estou.. Agora que conheço o amor, eu mesma o escolheri a, para nortear a minha vida, e tomar conta do meu ser...

Hoje posso me definir com facilidade: sou aquela que te ama, que nos teus s onhos te encanta, quem você chama com carinho, e te faz sentir saudades, sentido-se mesmo sozinho no meio da multidão.. Faço parte da tua vida, melhor dizendo da tua alma, sou a dona do teu coração...

Sei que você me entende, está confuso mas coerente para quem já sabe amar...

Isso tudo é inexplicável, eu diria inimaginável para quem não exper imentar...

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Redação

Não sei se ele foi aprovado...

CURRICULUM VITAE

Eu já dei risada até a barriga doer, já nadei até perder o fôlego, já chorei até dormir e acordei como rosto desfigurado. Já fiz cosquinha na minha irmã só pra ela parar de chorar, já me queimei brincando com vela. Eu já fiz bola de chiclete e melequei todo o rosto, já conversei como espelho, e até já brinquei de ser bruxo. Já quis ser astronauta, violonista, mágico, caçador e trapezista. Já me escondi atrás da cortina e esqueci os pés pra fora. Já passei trote por telefone, já tomei banho de Chuva e e acabei me viciando. Já roubei beijo, Já fiz confissões antes de dormir num quarto escuro pro melhor amigo. Já confundi sentimentos, Peguei atalho errado e continuo andando pelo desconhecido. Já raspei o fundo da panela de arroz carreteiro, já me cortei fazendo a barba apressado, já chorei ouvindo música no ônibus.

Já tentei esquecer algumas pessoas, mas descobri que essas são as mais dificeis de se esquecer. Já subi escondido no telhado pra tentar pegar es trelas, já subi em árvore pra roubar fruta, já caí da escada de bunda. Conheci a morte de perto, e agora anseio por viver cada dia. Já fiz juras eternas, já escrevi no muro da escola, já chorei sentado no chão do banheiro, já fugi de casa pra sempre, e voltei no outro instante. Já saí pra caminhar sem rumo, sem nada na cabeça, ouvindo estrelas. Já corri pra não deixar alguém chorando, já fiquei sozinho no meio de mil pessoas sentindo falta de uma só. Já vi pôr-do-sol cor-de-rosa e alaranjado, já me joguei a piscina sem vontade de voltar, já bebi uísque até sentir dormentes os meus lábios, já olhei a cidade de cima e mesmo assim não encontrei meu lugar.

Já senti medo do escuro, já tremi de nervoso, já quase morri de amor, mas renasci novamente pra ver o sorriso de alguém especial. Já acordei no meio da noite e fiquei com medo de levantar. Já apostei em correr descalço na rua, já gritei de felicidade, já roubei rosas num enorme jardim. Já me apaixonei e achei que era para sempre, mas sempre era um para sempre pela metade.

Já deitei na grama de madrugada e vi a Lua virar Sol, já chorei por ver amigos partindo, mas descobri que logo chegam novos, e a vida é mesmo um ir e vir sem razão. Foram tantas coisas feitas, momentos fotografados pelas lentes da emoção, guardados num baú, chamado coração.

E agora um formulário me interroga, me encosta na parede e grita: - Qual sua experiência?

Essa pergunta ecoa no meu cérebro: - experiência... experiência... Será que ser plantador de sorrisos é uma boa experiência? Não! Talvez eles não saibam ainda colher sonhos!

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Amizade... O Verdadeiro Amor

Já se falou muito sobre Amor, sobre Amizade, sobre a confusão que muita s vezes se faz entre esses dois sentimentos que, de tão parecidos, chegam realmente a ser confundidos.

Muitas vezes, por querermos muito bem a uma pessoa, julgamos estar amando, quando na verdade o que sentimos é uma profunda amizade.

Bem... na verdade penso que a amizade muitas vezes é um sentimento superi or ao amor, pois não implica em nada mais do que gostarmos de uma pessoa, desinteressadamente.

E, convenhamos, não existe nada melhor do que alguém gostar de nós, independendo de nosso aspecto físico, se somos ricos ou não.

Enfim... gostar, pura e simplesmente...

Apreciar o papo, a companhia...

Nada mais gratificante, descobrir que somos capazes de despertar em outras pessoas sentimentos como

A Amizade.

O grande ídolo das candidatas a Miss Qualquer Coisa

Antigamente, era Antoine du Saint Exupery, com seu badalado Pequeno Príncipe, que era o livro de cabeceira de todas elas, até das que não sabiam ler...

Acontece que nosso querido Saint Exupery não escreveu somente o Pequeno Príncipe. Além de outras obras menos badaladas, também foi autor de frases muito bacanas, como esta:

O verdadeiro amor começa quando nada se espera em troca.

Sem qualquer sombra de dúvida, quando gostamos realmente de alguém, sim plesmente gostamos e não esperamos conseguir qualquer vantagem com isso.

Isso se aplica principalmente com a mais pura expressão de amor, que é a AMIZADE.

Se alguém nos inspira confiança suficiente para que possamos consider á-lo como amigo, devemos estar prontos para partilhar de seus sentimentos.

Dividir suas alegrias e tristezas.

Regozijarmo-nos com suas vitórias e procurarmos consolá-lo em suas derrotas.

Tudo isso, claro, sem esperarmos nada em troca, exceto que essa amizade seja retribuída na mesma proporção, pois qualquer sentimento que seja unilateral não é bom.

Fica impossível gostarmos de quem não aprecia nossa companhia.

Aí passa a ser masoquismo.

Por outro lado, se dedicamos amizade a alguém e esse alguém só está procurando explorar nosso

Sentimento para tirar alguma vantagem, ficamos muito frustrados se descobrirmos que estivemos enganados durante algum tempo, sobre os reais sentimentos desse alguém.

É muito desagradável chegar-se à conclusão de que dedicamos nossa amizade a alguém que só tentava nos prejudicar, ou então que só visa a algum benefício. A falsidade dessas pessoas faz muita gente acabar meio descrente na humanidade... mas não se pode generalizar a esse ponto. Se uma pessoa burlou seus sentimentos, não se esqueça de que existem muitos outros amigos sinceros, prontos para escutá-lo

E confortá-lo.

Enfim, nunca fica muito fácil definir-se a sinceridade dos sentimentos, porque a tendência do ser humano é mascará-los, já que admiti-los, por vezes, se confunde com admissão de fraqueza.

Aliás, esse é outro ponto a ser abordado: Por que para muita gente é tão difícil dizer eu te amo, ou mais simplesmente, eu gosto de você.

Muitas vezes percebemos esse sentimento em outras pessoas, que se recusam a admiti-los publicamente.

Guardam em seu íntimo, e ficam tristes quando não conseguimos advinhá-los.

Por hoje, vamos ficando por aqui, procurando espalhar essa doença chamada AMIZADE para todos. Esperemos que não surja

Nenhum antivírus para combater essa epidemia.

Para tanto,

Sejam Amigos, Tenham Amigos e que Todos Tenhamos um Lindo Dia.

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As palavras do meu dicionário

Escritor ou poeta que se preze não devem se limitar apenas a escrever poemas ou a contar histórias, devem inventar uma nova linguagem para traduzir os seus sentimentos e para traduzir-se aos que tentam entender o que dizem.

Conheço muita gente que usa de abreviaturas para dizer o que quer, uns o fazem por preguiça e outros por estilo e isso me inspirou a criar no meu mundo novas palavras para a minha linguagem.

Sublime na língua dos homens pode ser um adjetivo que quer dizer perfeitíssimo, excelente, encantador ou um substantivo masculino que quer dizer o mais alto grau de perfeição, o que há de mais elevado nos sentimentos, nas ações.

Na minha Linguagem Sublime é a mais belas das palavras, é um beijo que nada poderia impedir de acontecer, é um desejo atendido, é um sonho que vira realidade, Sublime para mim é o ato de fechar os olhos e ver melhor com eles fechados do que com eles abertos.

Cativar na língua dos homens é tornar cativo, prender; dominar; escravizar e na minha é seduzir, encantar, sem precisar tornar escravo, é prender sem precisar de grades com um pássaro que a gente tem que é livre para voar e sempre volta sem precisar chamar, no meu dicionário cativar é agradar quem já é dono de mim.

Seduzir na língua dos homens é enganar, corromper, por meio de insinuações ou falsas promessas, fazer cair em erro ou culpa e na minha língua é encantar sem precisar mentir ou enganar, é ligar uma chave no coração e desligar um botão na cabeça, é trazer para o meu mundo quem eu quero amar.

O amor de tão grandioso não tem como abreviar e no máximo dá pra somar, inventei amore, que para os homens é amor em italiano, mas na minha língua é amo de amor mesmo e re de repetir. Assim o re vem no final só para a palavra voltar sempre pro começo, o amor para mim é infinito e repetido, as histórias de amor sempre se repetem comigo.

Tevelo é a minha versão de te vejo logo, amovomaquetu é // amo você mais do que tudo//, talvez isso tudo venha do mundo da minha adolescência onde inventava um alfabeto inteiro só para codificar meus diários ou da língua que inventei para falar com o meu amigo invisível quando era criança. Kaj mi scias, ke am' estas bona afero (Eu sei que o amor é uma coisa boa)

O esperanto é uma idéia maravilhosa, criaram uma língua que pudesse ser falada pelas pessoas de todos os lugares do mundo, nada mais humano que isso, nada mais bonito que isso... e eu querendo inventar uma só minha, que egoísta, né?

Mi parolos nur pri mia viv', Vivo pli gravas ol la rev'(esperanto)

Que te con uomo ie vivire, vid é meor que sonhe(minha língua andr ees)

Quero lhe contar como eu vivi, viver é melhor do que sonhar.

Quando escrevemos algo que sai do nosso pensamento estamos inventando novos significados para velhas palavras, dizemos velhas coisas com novas idéia se à medida que vamos criando um novo texto nos também nos reinventamos como pessoas, se fazer entender é uma arte em qualquer língua seja.

Multe pli ol du grandaj amikoj, Kaj la pacon ene de la kor' (muito mais do que dois grandes amigos em longos anos em busca de paz).

Watashi no nozomu koto wa shiawase de aru koto dêsu (japonês)

Alles der ich Smögen ein glücklich (alemão)

(Tudo o que eu quero é ser feliz)

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Como fazer para durar o amor...

Clara Luz

Uma mãe e a sua filha estavam a caminhar pela praia. Num certo ponto, a menina disse:

"Como se faz para manter um amor?"

A mãe olhou para a filha e respondeu:

"Pega num pouco de areia e fecha a mão com força..."

A menina assim fez e reparou que quanto mais forte apertava a areia com a mão com mais velocidade a areia se escapava.

"Mamã, mas assim a areia cai!!!"

"Eu sei, agora abre completamente a mão..."

A menina assim fez mas veio um vento forte e levou consigo a areia que restava na sua mão.

"Assim também não consigo mantê-la na minha mão!"

A mãe, sempre a sorrir disse-lhe:

"Agora pega outra vez num pouco de areia e mantenha na mão =3D semi-aberta como se fosse uma colher... bastante fechada para protegê-la e bastante aberta para lhe dar liberdade"

A menina experimenta e vê que a areia não se escapa da mão e está protegida do vento. "É assim que se faz durar um amor..."

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Crianças Especiais

No Brooklyn, Nova Iorque, Chush é uma escola que se dedica ao ensino de crianças especiais.

Algumas crianças ali permanecem por toda a vida escolar, enquanto outras podem ser encaminhadas a escolas comuns.

Em um jantar beneficente de Chush, o pai de uma criança fez um discurso que nunca mais seria esquecido pelos que ali estavam presentes.

Depois de elogiar a escola e seu dedicado pessoal, perguntou ele:

"Onde está a perfeição em meu filho Pedro, se tudo o que DEUS faz é feito com perfeição? Meu filho não pode entender as coisas como outras crianças entendem. Meu filho não pode se lembrar de fatos e números como as outras crianças. Então, onde está a perfeição de Deus?"

Todos ficaram chocados com a pergunta e com o sofrimento daquele pai.

Mas ele continuou:

"Acredito que quando Deus traz uma criança especial ao mundo, a perfeição que Ele busca está no modo como as pessoas reagem diante desta criança."

Então ele contou a seguinte história sobre o seu filho Pedro:

Uma tarde, Pedro e eu caminhávamos pelo parque onde alguns meninos que o conheciam, estavam jogando beisebol.

Pedro perguntou-me:

— Pai, você acha que eles me deixariam jogar?

Eu sabia das limitações do meu filho e que a maioria dos meninos não o queria no time. Mas entendi que se Pedro pudesse jogar com eles, isto lhe daria uma confortável sensação de participação. Aproximei-me de um dos meninos no campo e perguntei-lhe se Pedro poderia jogar. O menino deu uma olhada ao redor, buscando a aprovação de seus companheiros de time e mesmo não conseguindo nenhuma aprovação, ele assumiu a responsabilidade e disse:

— Nós estamos perdendo por seis rodadas e o jogo está na oitava.

— Acho que ele pode entrar em nosso time e tentaremos colocá-lo para bater até a nona rodada. Fiquei admirado quando Pedro abriu um grande sorriso ao ouvir a resposta do menino. Pediram então que ele calçasse a luva e fosse para o campo jogar. No final da oitava rodada, o time de Pedro marcou alguns pontos, mas ainda estava perdendo por três. No final da nona rodada, o time de Pedro marcou novamente e agora com dois fora e as bases com potencial para a rodada decisiva, Pedro foi escalado para continuar. Um questionamento, porém, veio à minha mente: o time deixaria Pedro, de fato, rebater nesta circunstância e jogar fora a chance de ganhar o jogo?

Surpreendentemente, foi dado o bastão a Pedro.

Todo o mundo sabia que isto seria quase impossível, porque ele nem mesmo sabia segurar o bastão.

Porém, quando Pedro tomou posição, o lançador se moveu alguns passos para arremessar a bola de maneira que Pedro pudesse ao menos rebater.

Foi feito o primeiro arremesso e Pedro balançou desajeitadamente e o perdeu.

Um dos companheiros do time de Pedro foi até ele e juntos seguraram o bastão e encararam o lançador.

O lançador deu novamente alguns passos para lançar a bola suavemente para Pedro.

Quando veio o lance, Pedro e o seu companheiro de time balançaram o bastão e juntos rebateram a lenta bola do lançador.

O lançador apanhou a suave bola e poderia tê-la lançado facilmente ao primeiro homem da base, Pedro estaria fora e isso teria terminado o jogo.

Ao invés disso, o lançador pegou a bola e lançou-a em uma curva, longa e alta para o campo, distante do alcance do primeiro homem da base.

Então todo o mundo começou a gritar:

— Pedro, corra para a primeira base. Corra para a primeira.

Nunca em sua vida ele tinha corrido... Mas saiu em disparada para a linha de base, com os olhos arregalados e assustado.

Até que ele alcançasse a primeira base, o jogador da direita teve a posse da bola.

Ele poderia ter lançado a bola ao segundo homem da base, o que colocaria Pedro para fora, pois ele ainda estava correndo.

Mas o jogador entendeu quais eram as intenções do lançador, assim, lançou a bola alta e distante, acima da cabeça do terceiro homem da base.

Todo o mundo gritou:

— Corra para a segunda, corra para a segunda base.

Pedro correu para a segunda base, enquanto os jogadores à frente dele circulavam deliberadamente para a base principal.

Quando Pedro alcançou a segunda base, a curta parada adversária colocou-o na direção de terceira base e todos gritaram:

— Corra para a terceira.

Quando Pedro contornou a terceira base, os meninos de ambos os times correram atrás dele gritando:

— Pedro, corra para a base principal.

Pedro correu para a base principal, pisou nela e todos os 18 meninos o ergueram nos ombros fazendo dele o herói, como se ele tivesse vencido o campeonato e ganhado o jogo para o time dele.

Naquele dia, disse o pai, com lágrimas caindo sobre a face, aqueles 18 meninos alcançaram a Perfeição de Deus. Eu nunca tinha visto um sorriso tão lindo no rosto do meu filho!

O fato é verdadeiro e ao mesmo tempo nos causa tanta estranheza!

Entretanto, há pessoas que enviam mil piadas por e-mail e elas se espalham como fogo, mas quando enviamos mensagens sobre algo bom, as pessoas pensam duas vezes antes de compartilhá-las. É preocupante que coisas grotescas, vulgares e obscenas cruzem livremente o ciberespaço, mas se você decidir passar adiante esta mensagem, não a enviará para muitos de sua lista de endereços, porque não está seguro quanto ao que eles acreditam, ou ao que pensarão de você.

Estamos mais preocupados sobre o que as outras pessoas pensam de nós, do que com o que Deus espera de nós. Contudo, tenhamos a certeza que, se quisermos, poderemos transformar nossas vidas e fazer sempre o melhor para todas as pessoas.

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O que é a vida?

Madre Teresa de Calcutá

A vida é uma oportunidade use-a
A vida é beleza admire-a
A vida é prazer goze-o
A vida é sonho concretize-o
A vida é desafio aceite-o
A vida é dever cumpra-o
A vida é viagem finalize-a
A vida é um jogo jogue-o
A vida é cara valorize-a
A vida é riqueza proteja-a
A vida é amor prove-o
A vida é um mistério desvende-o
A vida é promessa cobre-a
A vida é sofrimento domine-o
A vida é uma canção cante-a
A vida é luta enfrente-a
A vida é uma tragédia contenha-se
A vida é uma aventura ouse
A vida é viver viva
A vida é felicidade crie-a
Por favor não a desperdice, ela é valiosa.

Bilhete escrito e exposto na parede do escritório de um orfanato das Missionárias da Caridade em Calcutá.

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Aprendi

Aprendi que se pode conhecer bem uma pessoa
Pela forma como ela lida com três coisas:
Um dia chuvoso,
Uma bagagem perdida
E os fios das luzes de uma árvore de natal que se embaraçaram.
Aprendi que,
Nao importa o tipo de relacionamento que tenha com seus pais,

Você sentirá falta deles quando partirem.
Aprendi que saber ganhar a vida nao é a mesma coisa que saber vive-la.

Aprendi que a vida às vezes nos dá uma segunda chance.
Aprendi que viver nao é só receber, é também dar.
Aprendi que se você procurar a felicidade, vai se iludir.

Mas se focalizar a atenção na família, nos amigos,
Nas necessidades dos outros, no trabalho,

Procurando fazer o melhor, a felicidade vai encontrá-lo.
Aprendi que sempre que decido algo com o coração aberto, geralmente acerto.
Aprendi que quando sinto dores, nao preciso ser uma dor para outros.
Aprendi que diariamente preciso alcançar e tocar alguém.
As pessoas gostam de um toque humano -

Segurar na mao, receber um abraço afetuoso
Ou simplesmente um tapinha amigável nas costas.
Aprendi que ainda tenho muito que aprender.

As pessoas se esquecerão do que você disse.
Esquecerão o que você fez...
Mas nunca esquecerão de como você as tratou.

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Prece

Rabindranath Tagore

Esta é a minha prece a Ti, meu Senhor,
Com raízes em meu coração:
Dá-me força para sofrer minhas alegrias
E tristezas.
Dá-me força para tornar frutífero
Meu amor em Teu serviço.
Dá-me força de não fugir nunca ao pobre
E de não dobrar os joelhos
Ante o poder insolente.
Dá-me força para elevar minha mente
Acima das pequenezas da vida diária.
E dá-me força para sujeita-la
Tua Vontade, com todo amor.
Não me deixes rogar para pôr-me
A salvo dos perigos,
Mas para encara-los sem temor.
Não me deixes implorar para que
Se aliviem minhas penas,
Mas para que meu coração possa vence-las.
Não me deixes aliados
No campo de minhas batalhas,
Mas que possa eu fiar-me
Em minhas próprias forças.
Não me deixes que, ansioso temor,
Deseje salvar-me,
Mas que obtenha a paciência
Para ganhar meu reino.
Conceda-me a graça de que eu
Não seja covarde,
Que não só sinta Tua ajuda
Em minhas vitórias,
Mas que também possa achar
A doce pressão
De Tua mão
Em meus fracassos.

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Eu te Amei

Sara Fuentes

Eu te amei... mas não valorizaste
Minha emoção... não sentiste sequer
O pulsar do meu sensível coração!

Desprezaste sentimentos palpáveis
Que tocavas com tuas mãos...
Deitando-os ao chão...

Dei um basta na situação...
Não forçarei tua volta!
Cansei de sofrer...
Irreverente, deste as costas
=C0s chances que te concedi... O que mais querias de mim?

Foste matreiro enquanto
Eu te interessava...
Perverso, quando me deixaste
Sem me dizer um nada...

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Céu

Cláudya Lessa

Eu estava aqui, toda ocupada...

O telefone toca... era meu filho:

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Qualidade de Vida !!

Os cinco mandamentos de Mauricio Hirata, clínico geral

  1. Arrume um espaço na agenda para fazer ginástica, como o horário do almoço

  2. Coma alimentos saudáveis. Se for o caso, leve a comida de casa

  3. Ponha um comedouro para pássaros na janela de sua casa ou apartamento e observe os movimentos dos animais. "É excelente para relaxar"

  4. Não perca muito tempo de seu dia no trânsito. Se você mora longe do trabalho, mude-se para mais perto

  5. Deixe a janela do quarto entreaberta se você tem dificuldade em acordar de manhã. A luz ajuda o cérebro a perceber que já é dia

Os cinco mandamentos de Tânia Rodrigues, nutricionista:

  1. Acostume-se a beber mais água. Deixe uma garrafa de meio litro sobre a mesa de trabalho e outra dentro do carro

  2. Inclua pelo menos três frutas na alimentação diária. Elas garantem quantidades mínimas de vitaminas, fibras e minerais, que ajudam a prevenir diversos tipos de câncer

  3. Não saia de casa sem se alimentar. Se sua refeição for apenas um cafezinho, pelo menos acrescente um pouco de leite à xícara

  4. O jantar deve ser a refeição mais leve do dia. Se você tem mais fome à noite, faça um esforço e coma menos nesse horário.. O corpo se acostumará e você terá mais apetite de manhã

  5. Coma uma pequena porção de algum alimento rico em carboidrato trinta minutos antes das atividades físicas. Isso vai melhorar seu rendimento

Os cinco mandamentos de Hong Jin Pai, acupunturista

  1. Reclamar da vida só causa stress. Em vez de resmungar porque faz frio, vista um agasalho

  2. Passamos a maior parte do dia no trabalho. Por isso, você precisa amar o que faz

  3. Aproveite o trânsito para escutar alguma música de que goste, estudar um idioma ou, se não estiver dirigindo, ler

  4. Seja otimista. Lembre-se de que todas as crises são passageiras

  5. A terceira idade deve ser a melhor fase da vida. Estude, exercite-se e leia. Ficar parado só acelera o envelhecimento

Os dez mandamentos de Nuno Cobra, preparador físico

  1. Durma pelo menos oito horas e tente acordar sem despertador. "Ele é uma agressão ao organismo"

  2. Alimente-se em pequenas quantidades a cada três horas.

  3. Cheire a comida, pegue as folhas com as mãos e mastigue o mais devagar possível

  4. Exerça alguma atividade física pelo menos três vezes por semana. Uma hora de caminhada pode ser praticada por qualquer pessoa, em qualquer lugar, e é suficiente para obter os benefícios do esporte

  5. Evite ficar nervoso. Em situações de stress, experimente bocejar e espreguiçar

  6. Dedique pelo menos quinze minutos do dia à meditação. Escolha um local silencioso, sente-se numa posição confortável e se esqueça da vida

  7. Tome ao menos dois banhos frios por dia. Esse hábito é energizante

  8. Nenhum tratamento irá funcionar se você não abandonar seus vícios, a começar pelo cigarro

  9. Quando fizer exercícios físicos, concentre-se apenas neles. Não leia enquanto pedala na bicicleta nem ouça música enquanto corre

  10. Preste atenção ao fluxo de ar que entra e sai de seu pulmão e procure respirar mais profundamente

  11. Faça elogios com mais freqüência. Essa tática funciona como um ímã e faz com que todos queiram estar a seu lado.

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Prece

Rabindranath Tagore

Que a minha prece seja,
Não para ser protegido dos perigos,
Mas para não ter medo de enfrentá-los.

Que a minha prece seja,
Não para acalmar a dor,
Mas para que o coração a conquiste.

Permita que na batalha da vida
Não procure aliados,
Mas as minhas próprias forças.

Permita que não implore no meu medo,
Ansioso por ser salvo,
Mas que aguarde a paciência para
Conquistar a minha liberdade.

Sir Rabindranath Tagore (1861-1941) foi poeta, contista, dramaturgo e crítico de arte hindu. Nascido em Calcutá, seu pensamento abriu novos caminhos à interpretação do misticismo, procurando atualizar as antigas doutrinas religiosas nacionais. Recebeu o Prêmio Nobel de Literatura em 1913. Suas principais obras poéticas foram O Jardineiro, O Carteiro do Rei e Pássaros Perdidos.

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O Segredo da Felicidade

Autor desconhecido

Há muito tempo, em uma terra muito distante, havia um jovem rapaz, filho de um rico mercador, que buscava obstinadamente o segredo da felicidade. Já havia viajado por muitos reinos, falado com muitos sábios, sem, no entanto, desvendar tal questão.

Um dia, após longa viagem pelo deserto, chegou a um belo castelo no alto de uma montanha.

Lá vivia um sábio, que o rapaz ansiava conhecer. Ao entrar em uma sala, viu uma atividade intensa. Mercadores entravam e saíam, pessoas conversavam pelos cantos, uma pequena orquestra tocava melodias suaves. De longe ele avistou o sábio, que conversava calmamente com todos os que o buscavam.

O jovem precisou esperar duas horas até chegar sua vez de ser atendido.

O sábio ouviu-o com atenção, mas lhe disse com serenidade que naquele momento não poderia explicar-lhe qual era o segredo da felicidade. Sugeriu que o rapaz desse um passeio pelo palácio e voltasse dali a duas horas. "Entretanto, quero pedir-lhe um favor." - completou o sábio, entregando-lhe uma colher de chá, na qual pingou duas gotas de óleo. "Enquanto estiver caminhando, carregue essa colher sem deixar o óleo derramar."

O rapaz pôs-se a subir e a descer as escadarias do palácio, mantendo sempre os olhos fixos na colher. Ao fim de duas horas, retornou à presença do sábio.

"E então?" - perguntou o sábio - "você viu as tapeçarias da pérsia que estão na sala de jantar? Viu o jardim que levou dez anos para ser cultivado? Reparou nos belos pergaminhos de minha biblioteca?"

O rapaz, envergonhado, confessou não ter visto nada. Sua única preocupação havia sido não derramar as gotas de óleo que o sábio lhe havia confiado.

"Pois então volte e tente perceber as belezas que adornam minha casa." - disse-lhe o sábio.

Já mais tranqüilo, o rapaz pegou a colher com as duas gotas de óleo e voltou a percorrer o palácio, dessa vez reparando em todas as obras de arte. Viu os jardins, as montanhas ao redor, a delicadeza das flores, atentando a todos os detalhes possíveis. De volta à presença do sábio, relatou pormenorizadamente tudo o que vira.

"E onde estão as duas gotas de óleo que lhe confiei?" - perguntou o sábio.

Olhando para a colher, o rapaz percebeu que as havia derramado.

"Pois este, meu rapaz, é o único conselho que tenho para lhe dar:", disse o sábio, "o segredo da felicidade está em saber admirar as maravilhas do mundo, sem nunca esquecer das duas gotas de óleo na colher."

M a r t h a
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O que fazer com a saudade?

Texto de Ivo Lima - escritor e professor de filosofia

A saudade sempre estará presente em nossa vida. por mais que queiramos, nunca vamos afastá-la completamente de dentro de nós.

Sentimos saudade de um ente querido que já partiu dessa vida para outra dimensão; temos saudade do amigos (as) de infancia; sentimos saudade de um lugar que era especial para nós; guardamos uma eterna lembrança de alguma coisa que nos marcou profundamente; temos saudade de um amor que foi eterno enquanto durou.

A saudade passeia pelas entranhas de nosso ser e mistura aos nossos sentimentos mais profundos.

A saudade nos faz sonhar acordados e ver na tela do tempo para além da imaginação e acima das aparências.

A saudade faz renascer dentro de nós imagens que nem o tempo, nem o vento e nem a distância conseguem apagar.

A saudade não respeita barreiras, tem a velocidade da luz e a sensação da eternidade.

Por causa da saudade muitas vezes choramos, outras vezes rimos de nós mesmos e também temos a sensação de que, muitas vezes, éramos felizes e não sabiamos.

Se pudessemos arrancariamos de nosso coração a saudade que carregamos de certas coisas e pessoas, porque assim não povoaríamos nossa mente com lembranças que só nós fazem sofrer na contramão do tempo.

Quando a saudade bate forte nos atira pelo alto, nos lança no palco do passado e perdemos o controle de nossa própria imaginação; e quando menos esperamos, damos de cara com lembranças que nos tomam de surpresa como o furor de um vendaval no descampado da vida.

A saudade tambem traz recordação de momentos felizes que passamos, e ai ela nos joga nos braços do contentamento outra vez e sentimos o que vivemos no passado vale a pena. de outra parte, se nós não sentíssemos saudade, nosso passado seria como um livro de páginas arrancadas; nada seria acrescentado das experiências vividas em nosso presente e nem poderíamos usá-las como suporte para ajudar nossas buscas na rota do futuro.

Já que não é possível deixar de sentir saudade, precisamos transformar a saudade que sentimos em motivação para superar os obstáculos que a vida nos coloca no caminho.

Que saudade não seja uma sina maldita, com o qual temos que conviver para o resto da vida, nas que saibamos transformá-la em dádivas para escrevermos no diário de nossa história muitas lições na arte de viver e ser gente.

Que o lado negativo de nossas lembranças não pesem mais na balança de nossos sentimentos.

A saudade é será sempre nossa eterna companheira de viagem. vida e saudade cominham lado a lado. é impossível dissociá-la.

Se não existisse saudade, que gosto a vida teria? a saudade abre lacunas que precisam ser preenchidas com vibrações de esperança, dose de otimismo e com o orvalho da serenidade.

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Doenças do Mundo Moderno?

Iraê Carlovich

A rotina, a velocidade das informações, um mundo global cada vez menor, metrópoles com gente solitária, pressão da sociedade, e outros causa s. Quem é que nunca ouviu dizer que a vida atual está deixando muita gente doente? Pois bem, não deixa de ser verdade.

Na verdade muitos problemas que sempre existiram ganham destaque no século XX com ajuda de um dos maiores vilões dos dias de hoje, o famoso stress . Diversos fatores colaboram: preocupações com trabalho, trânsito, barulho, violência... Todos têm seus motivos para, vez ou outra, perder a cabeça.

Diversas doenças começam a se popularizar nestes tempos modernos. Depressão, síndrome do pânico, anorexia (doença na qual a pessoa deixa de comer, muda sua rotina para evitar as refeições e, mesmo perdendo peso rapidamente, continua se enxergando obesa) e bulimia (a pessoa não deix a de comer, mas vomita tudo o que ingere) são os exemplos mais populares. Mas engana-se quem realmente acha que estas doenças são recentes. "Ambas são doenças que existem há muitos séculos", conta o criador de um site para prevenção de anorexia e bulimia, Carlos Peixoto.

Carlos tem uma história trágica. Em 1999, ele perdeu sua filha de 18 anos, morta em decorrência de anorexia combinada com bulimia. Para ele, o estilo de vida levado nas grandes cidades, aliado ao poder exercido pela mídia, é o grande vilão na luta contra estas doenças. "O dia a dia das metrópoles, a competição acirrada entre as pessoas, a insegurança tanto individual quanto profissional, a mídia nos bombardeando que as modelos de sucesso são 'as mulheres mais lindas do mundo', etc. Tudo colabora para que cada vez mais jovens ingressem nessa loucura do emagrecer rápido", acredita.

A influência da mídia em relação a estas doenças ainda é um assunto muito polêmico. Para a psicóloga Virgínia Garrote, "na anor exia esta relação não pode ser estabelecida. Porque esta doença depende de uma força de vontade enorme, muito maior do que a influencia da m ídia. Já com a bulimia, pode haver relação. Porque na bulimia, a pessoa come o quanto quer, depois vai ao banheiro, vomita, e volta a comer.

O fato é que com a mídia influenciando os jovens ou não, estas doenças têm chamado mais atenção nos dias de hoje. Segundo dados da Org anização Mundial de Saúde, a síndrome do pânico, por exemplo, cresce de maneira assustadora e hoje, cerca de 2 a 4% da população mundial sofre do problema.

O pânico ocorre a partir da fobia em níveis exagerados. A partir deste ponto, a pessoa começa a apresentar sintomas físicos como o coração disparado, tontura, atordoamento, náusea, dificuldade de respirar, calafrios ou ondas de calor. O músico Thiago Warzee, de 21 anos, conta qual a sensação de se viver com a síndrome: "O pânico me fazia chorar, o tempo todo. Também sentia uma constante vontade de morrer", diz.

Thiago acredita que o início da síndrome ocorreu logo após a morte de dois familiares muito queridos. " Sofri dois grandes traumas, a morte de minha avó e de meu tio, duas perdas que causaram muito sofrimento. Com isso tive um aumento significativo de ansiedade, e começaram os sintomas do pânico", explica.

O músico afirma que sofreu muito preconceito e acredita que existe muita falta de informação, inclusive dos profissionais." Eu acho que essa reação ocorre porque há muita falta de informação a respeito de doenças psicológicas. Acham que tudo é depressão. Inclusive muitos médicos não entendem o pânico", afirma.

A psicóloga Virgínia Garrote também compartilha da opinião de Thiago." Na verdade há tanta informação, que muitos profissionais acabam classificando tudo como sendo depressão. Além disto, a própria pessoa começa a ler em revistas àqueles testes sobre stress e coisas do tipo, e acha que tem algum daqueles sintomas e começa a se auto-medicar, o que é um grande perigo", explica.

Virgínia acredita que o fato de muitos jovens estarem com sintomas destas doenças, se deve ao fato de que os pais os criaram com muita proteção, prolongaram demais a infância." Isso faz com que o jovem cresça sem garra, ele não passa por todas as fases de transição da vida, com isso, não aprende a superar, a lidar com a frustração. Isso aliado a vida nos tempos modernos pode contribuir para o aumento de jovens que apresentam sintomas de doenças psicológicas", conclui.

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Tales e as nove Perguntas

Tales de Mileto, filósofo grego, o mais antigo dos Sete Sábios da Grécia (624 a 546 A.C.), durante parte de sua vida foi um bom comerciante. Após enriquecer, retirou-se dos negócios e pôde dedicar-se aos estudos, adquirindo muitos conhecimentos através de viagens.

Aprende Geometria com sacerdotes egípcios, previu o primeiro eclipse solar no ano de 500 a. C. E determinou a duração do ano. Ainda em vida, foi considerado o pai da Astronomia, da Geometria e da Aritmética.

Em certa ocasião, foi inquirido sobre 9 questões. hei-las, seguidas da resposta de Tales:

  1. Qual a coisa mais velha de todas as coisas?

    Deus, porque ele sempre existiu.

  2. Qual a mais bela de todas as coisas?

    O universo, porque é trabalho de Deus.

  3. Qual a maior de todas coisas?

    O espaço, porque ele contém o que foi criado.

  4. Qual a mais constante de todas as coisas?

    A esperança, porque ela permanece nos homens mesmo depois de Terem perdido tudo.

  5. Qual é a melhor de todas as coisas?

    A liberdade, porque sem ela não há nada de bom.

  6. Qual é a rápida de todas as coisas?

    O pensamento, porque em um segundo pode voar para o extremo do universo.

  7. Qual é a mais forte de todas as coisas?

    A necessidade, porque ela faz os homens enfrentarem os perigos da vida.

  8. Qual é a mais fácil de todas as coisas?

    Dar conselhos.

  9. Qual a mais difícil de todas as coisas?

    Conhecer a si mesmo

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O Pranto do Deserto

(Desconheço o autor)

Assim que chegou a Marrakesh, o missionário resolveu que passearia todas as Manhãs pelo deserto que ficava nos limites da cidade. Na sua primeira Caminhada, notou um homem deitado nas areias, com a mão acariciando o solo, E o ouvido colado na terra.

"É um louco", disse para si mesmo.

Mas a cena se repetiu todos os dias e, passado um mês, intrigado por aquele comportamento estranho, ele resolveu dirigir-se ao estranho. Com muita dificuldade, já que ainda não falava árabe fluentemente, ajoelhou-se a o seu lado.

— O que você está fazendo?

— Faço companhia ao deserto e o consolo por sua solidão e suas lágrimas.

— Não sabia que o deserto era capaz de chorar.

— Ele chora todos os dias, porque tem o sonho de tornar-se útil ao homem e transformar-se num imenso jardim, onde se pudesse cultivar cereal, flores e carneiros.

"Quando olho suas areias, imagino as milhões de pessoas no mundo que foram criadas iguais, embora nem sempre o mundo seja justo com todos. As suas Montanhas me ajudam a meditar. Ao ver o sol nascendo no horizonte, minha alma se enche de alegria e me aproximo do Criador."

O missionário deixou o homem e voltou para os seus afazeres diários. Qual Foi sua surpresa, na manhã seguinte, ao encontrá-lo no mesmo lugar e na mesma posição.

— Você comentou com o deserto tudo que lhe disse? Perguntou.

O homem acenou afirmativamente com a cabeça.

— E mesmo assim ele continua chorando?

— Posso escutar cada um de seus soluços. Agora ele chora porque passou milhares de anos pensando que era completamente inútil e desperdiçou todo este tempo blasfemando contra Deus e seu destino.

— Pois conte para ele que, apesar do ser humano ter uma vida muito mais curta, também passa muitos de seus dias pensando que é inútil. Raramente descobre a razão do seu destino, acha que Deus foi injusto com ele. Quando chega o momento em que, finalmente, algum acontecimento lhe mostra o por quê de ter nascido, acha que é muito tarde para mudar de vida e continu a sofrendo. E como o deserto, culpa-se pelo tempo que perdeu.

— Não sei se o deserto ouviu, disse o homem. Ele já está acostumado com a dor e não consegue ver as coisas de outra maneira.

— Então vamos fazer aquilo que eu sempre faço quando sinto que as pesso as perderam a esperança. Vamos rezar. Os dois ajoelharam-se e rezaram um virou-se em direção a Meca porque era muçulmano, o outro colocou as mãos juntas em prece, porque era cristão. Rezaram cada um para o seu Deus, que sempre foi o mesmo Deus, embora as pessoas insistissem em chamá-l o por nomes diferentes.

No dia seguinte, quando o missionário retomou a sua caminhada matinal, o homem não estava mais lá. No lugar onde costumava abraçar a areia, o solo parecia molhado, já que uma pequena fonte tinha nascido. Nos meses que se seguiram, esta fonte cresceu e os habitantes da cidade construíram um poço em torno dela.

Os beduínos chamam o lugar de "poço das lágrimas do deserto" . Dizem que todo Aquele que beber de sua água irá transformar o motivo do seu sofrimento na razão da sua alegria terminará encontrando seu verdadeiro destino.

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Alma de Mulher

Autor Desconhecido

Nada mais contraditório do que ser mulher...

Mulher que pensa com o coração,
age pela emoção e vence pelo amor.

Que vive milhões de emoções num só dia e
transmite cada uma delas, num único olhar.

Que cobra de si a perfeição e vive
arrumando desculpas para os erros, daqueles a quem ama.

Que hospeda no ventre outras almas, dá a luz
e depois fica cega, diante da beleza dos filhos que gerou.

Que dá as asas, ensina a voar mas não quer ver partir
os pássaros, mesmo sabendo que eles não lhe pertencem.

Que se enfeita toda e perfuma o leito,
ainda que seu amor nem perceba mais tais detalhes.

Que como uma dona de poderes mágicos transforma
em luz e sorriso as dores que sente na alma, só pra ninguém notar.

E ainda tem que ser forte, pra dar os ombros
para quem neles precise chorar.

Feliz do homem que por um dia souber,
entender a alma da mulher !!!

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O Amor...

"O amor de quem ama é a maior riqueza desta vida... Um bem espiritual, cujo valor está acima de todos os bens que se possa ter"...

Um bem que, quando verdadeiro, jamais acaba...

O amor cultiva o amor...

O amor faz o amor aumentar, atravessa crises, sobe acima das mais altas montanhas, desce às maiores profundezas da alma...

Percorre de novo as trilhas já percorridas com a graça do perdão e avança por novos caminhos com a luz da esperança...

Ame!

Ame, não porque alguém ama você, mas sim, ame sem esperar nada em troca, a não ser a alegria de amar...

Faça do seu amor um testemunho do amor de Deus, que amou o mundo de tal maneira que deu o seu filho único!

Ame... com o amor que socorre a quem precisa de ajuda...

Que perdoa a quem precisa de paz...

Que leva esperança a quem precisa de alegria.

Ponha em prática o amor. Esse é a maneira como você pode celebrar de um modo realmente feliz todos os dias do seu viver.

Se, por falta de amor, alguém não entender ou não aceitar o seu amor, continue amando porque o amor "tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo s uporta" e tudo vence. Vença tudo pelo amor, pois a vitória pelo amor é a única vitória digna.

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Meditando...

Meditação é a arte de deixarmos nossa mente quieta e descansada.

Quando fisicamente nos sentimos cansados e exaustos, só temos uma coisa e m mente: dormir, relaxar, descansar. Essa é a única maneira que encontramos para nos recuperarmos do cansaço, caso contrário, o estado contínuo de fatiga pode nos levar a profundas dores musculares, cãibras e até mesmo à doença. Por outro lado, nossa mente nunca descansa. Ela se encontra ativa dia e noite. Mesmo durante o sono, ela está funcionando, mandando estímulos para que nosso corpo continue ativo, vivo, ainda que se recuperando da luta diária.

O exercício da Meditação permite que você consiga desacelerar um pouquinho a sua mente. Com a prática, você será capaz de 'parar'o fluxo contínuo de pensamentos por alguns minutos, permitindo que a sua mente descanse, se recupere e se organize. Enquanto isso, as suas funções físicas continuarão trabalhando, harmonicamente, sem a interferência positiva ou negativa da corrente de pensamentos que é capaz de provocar alterações energéticas, físicas, químicas e orgânicas em nosso organismo.

Meditar é se permitir não ter preocupações por alguns segundos ou minutos. É se encontrar despido de todos os pensamentos que o induzem a realização de suas ações diárias

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A Tristeza

Se a tristeza vier por qualquer motivo, faça o seguinte:

Evite as sombras que ficaram para trás.

Assopre o pensamento triste,

Deixe escorrer a última lágrima,

E conte até vinte.

Abra então a janela, aquela que dá para o vôo dos pardais, procure a luz que pisca adiante.

Ao encontrá-la, coloque-a dentro do peito, de tal jeito que possa ser notada do lado de fora; acrescente agora uma pitada de poesia, do tipo que passa por nós todos os dias e nem sequer consegue ser notada; aumente o bril ho com toda a intensidade de que um sorriso é capaz.

A felicidade é o seu limite...

E o paraíso é você mesmo quem faz.

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Vencedor e perdedor

Quando um vencedor comete um erro, diz:

— Eu errei.

Quando um perdedor comete um erro, diz:

— Não foi minha culpa.

Um vencedor trabalha duro e tem mais tempo.

Um perdedor está sempre "muito ocupado" para fazer o que é necessário.

Um vencedor enfrenta e supera o problema.

Um perdedor da voltas e nunca consegue resolvê-lo.

Um vencedor se compromete.

Um perdedor faz promessas.

Um vencedor diz:

— Eu sou bom, porém não tão bom como gostaria de ser.

Um perdedor diz:

— Eu não sou tão ruim como tantos outros.

Um vencedor escuta, compreende e responde.

Um perdedor somente espera uma oportunidade para falar.

Um vencedor respeita aqueles que são superiores a ele e trata de aprender algo com eles.

Um perdedor resiste àqueles que são superiores a ele e trata de encontrar defeitos.

Um vencedor se sente responsável por algo mais do que somente o seu trabalho.

Um perdedor não colabora e sempre diz:

— Eu somente faço o meu trabalho.

Um vencedor diz:

— Deve haver uma melhor forma de fazer o meu trabalho.

Um perdedor diz:

— Esta é a maneira que sempre fizemos.

Um perdedor guarda a vitória para si mesmo porque não tem tempo ou amigos para compartilhar.

Um vencedor sempre compartilha suas vitórias com seus os amigos.

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O que é o Amor ?

Numa sala de aula, havia várias crianças.

Quando uma delas perguntou à professora : Professora, o que é o amor ?

A professora sentiu que a criança merecia uma resposta à altura da pergunta inteligente que fizera.

Como já estava na hora do recreio, pediu para que cada aluno desse uma volta pelo pátio da escola e trouxesse o que mais despertasse nele o sentimento de amor.

As crianças saíram apressadas e, ao voltarem, a professora disse :

Quero que cada um mostre o que trouxe consigo.

A primeira criança disse : Eu trouxe esta flor, não é linda ?

A segunda criança falou : Eu trouxe esta borboleta.

Veja o colorido de suas asas, vou colocá-la em minha coleção.

A terceira criança completou : Eu trouxe este filhote de passarinho.

Ele havia caído do ninho junto com outro irmão. Não é uma gracinha ?

E assim as crianças foram se colocando.

Terminada a exposição, a professora notou que havia uma criança que tinha ficado quieta o tempo todo.

Ela estava vermelha de vergonha, pois nada havia trazido.

A professora se dirigiu a ela e perguntou :

Meu bem, por que você nada trouxe ?

E a criança timidamente respondeu :

Desculpe, professora. Vi a flor e senti o seu perfume.

Pensei em arrancá-la, mas preferi deixá-la para que seu perfume exalasse por mais tempo.

Vi também a borboleta, leve, colorida.

Ela parecia tão feliz que não tive coragem de aprisioná-la.

Vi também o passarinho caído entre as folhas, mas, ao subir na árvore, notei o olhar triste de sua mãe e preferi devolvê-lo ao ninho.

Portanto professora, trago comigo o perfume da flor, a sensação de liberdade da borboleta e a gratidão que senti nos olhos da mãe do passarinho.

Como posso mostrar o que trouxe ?

A professora agradeceu a criança e lhe deu nota máxima, pois ela fora a única que percebera que só podemos trazer o amor no coração.

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

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O Preço do Amor...

Uma tarde, um menino aproximou-se de sua mãe, que preparava o jantar, e entregou-lhe uma folha de papel com algo escrito.

Depois que ela secou as mãos e tirou o avental, ela leu :

Cortar a grama do jardim R$ 3,00
Por limpar meu quarto esta semana R$ 1,00
Por ir ao supermercado em seu lugar R$ 2,00
Por cuidar de meu irmãozinho enquanto você ia as compras R$ 2,00
Por tirar o lixo toda semana R$ 1,00
Por ter um boletim com boas notas R$ 5,00
Por limpar e varrer o quintal: R$ 2,00
TOTAL DA DÍVIDA R$ 16,00

A mãe olhou o menino, que aguardava cheio de expectativa.

Finalmente, ela pegou um lápis e no verso da mesma nota escreveu :

Por levar-te nove meses em meu ventre e dar-te a vida NADA
Por tantas noites sem dormir, curar-te e orar por ti NADA
Pelos problemas e pelos prantos que me causastes NADA
Pelo medo e pelas preocupações que me esperam NADA
Por comidas, roupas e brinquedos NADA
Por limpar-te o nariz NADA
CUSTO TOTAL DE MEU AMOR NADA

Quando o menino terminou de ler o que sua mãe havia escrito, tinha os olhos cheios de lágrimas.

Olhou nos olhos da mãe e disse : "Eu te Amo, Mamãe !!!"

Logo após, pegou um lápis e escreveu com uma letra enorme : "TOTALMENTE PAGO".

Assim somos nos adultos, como crianças, querendo recompensa por boas ações que fazemos. É difícil entender que a melhor recompensa é o AMOR que vem de Deus.

E para sorte nossa é GRÁTIS.

Basta querermos recebe-lo em nossas vidas.

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

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Quatro Velas

Quatro velas estavam queimando calmamente.

O ambiente estava tão silencioso que podia-se ouvir o diálogo que travavam.

A primeira disse :

— Eu sou a Paz ! Apesar de minha luz as pessoas não conseguem manter-me, acho que vou apagar.

E diminuindo devagarzinho, apagou totalmente.

A segunda disse :

— Eu me chamo Fé ! Infelizmente sou muito supérflua.

As pessoas não querem saber de Deus.

Não faz sentido continuar queimando.

Ao terminar sua fala, um vento levemente bateu sobre ela, e esta se apagou.

Baixinho e triste a terceira vela se manifestou :

— Eu sou o Amor ! Não tenho mais forças para queimar.

As pessoas me deixam de lado, só conseguem se enxergar, esquecem-se até daqueles à sua volta que lhes amam.

E sem esperar apagou-se.

— Que é isto ? Vocês deviam queimar e ficar acesas até o fim.

Dizendo isso começou a chorar.

Então a quarta vela falou :

— Não tenhas medo criança, enquanto eu queimar podemos acender as outras velas, eu sou a Esperança !

A criança com os olhos brilhantes pegou a vela que restava e acendeu todas as outras. "Que a vela da esperança nunca se apague dentro de nós ..."

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

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A Mais Bela Flor

O estacionamento estava deserto quando me sentei para ler embaixo dos longos ramos de um velho carvalho.

Desiludido da vida, com boas razões para chorar, pois o mundo estava tentando me afundar.

E se não fosse razão suficiente para arruinar o dia, um garoto ofegante se chegou, cansado de brincar.

Ele parou na minha frente, cabeça pendente, e disse cheio de alegria :

— Veja o que encontrei :

Na sua mão uma flor, e que visão lamentável, pétalas caídas, pouca água ou luz.

Querendo me ver livre do garoto com sua flor, fingi pálido sorriso e me virei.

Mas ao invés de recuar ele se sentou ao meu lado, levou a flor ao nariz e declarou com estranha surpresa :

— O cheiro é ótimo, e é bonita também... Por isso a peguei, é sua.

A flor à minha frente estava morta ou morrendo, nada de cores vibrantes como laranja, amarelo ou vermelho, mas eu sabia que tinha que pegá-la, ou ele jamais sairia de lá.

Então me estendi para pegá-la e respondi :

— O que eu precisava.

Mas, ao invés de colocá-la na minha mão, ele a segurou no ar sem qualquer razão.

Nessa hora notei, pela primeira vez, que o garoto era cego, que não podia ver o que tinha nas mãos.

Ouvi minha voz sumir, lágrimas despontaram ao sol enquanto lhe agradecia por escolher a melhor flor daquele jardim.

— De nada, ele sorriu.

E então voltou a brincar sem perceber o impacto que teve em meu dia.

Me sentei e pus-me a pensar como ele conseguiu enxergar um homem auto-piedoso sob um velho carvalho.

Como ele sabia do meu sofrimento auto-indulgente ?

Talvez no seu coração ele tenha sido abençoado com a verdadeira visão.

Através dos olhos de uma criança cega, finalmente entendi que o problema não era o mundo, e sim EU.

E por todos os momentos em que eu mesmo fui cego, agradeci por ver a beleza da vida e apreciei cada segundo que é só meu.

E então levei aquela feia flor ao meu nariz e senti a fragrância de uma bela rosa, e sorri enquanto via aquele garoto, com outra flor em suas mãos, prestes a mudar a vida de um insuspeito senhor de idade.

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

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Vivendo e Aprendendo

Um fazendeiro, que lutava com muitas dificuldades possuía alguns cavalos para ajudar nos trabalhos em sua pequena fazenda.

Um dia, seu capataz veio trazer a noticia de que um dos cavalos havia caido num velho poço abandonado.

O poço era muito profundo e seria extremamente difícil tirar o cavalo de lá.

O fazendeiro foi rapidamente até o local do acidente, avaliou a situação certificando-se que o animal não se machucara.

Mas, pela dificuldade e alto custo de retira-lo do fundo do poço, achou que não valeria a pena investir numa operação de resgate.

Tomou então a difícil decisão : determinou ao capataz que sacrificasse o animal, jogando terra no poço até enterra-lo ali mesmo.

E assim foi feito :

Os empregados, comandados pelo capataz, começaram a lançar terra para dentro do buraco de forma a cobrir o cavalo...

Mas, a medida que a terra caia em seu dorso, animal sacudia e ela ia se acumulando no fundo, possibilitando ao cavalo ir subindo.

Logo os homens perceberam que o cavalo não se deixava enterrar, mas, ao contrário, estava subindo a medida que a terra enchia o poço, até que finalmente conseguiu sair.

Sabendo do caso, o fazendeiro ficou muito satisfeito e o cavalo viveu ainda muitos anos servindo ao seu dono na fazenda.

Se você estiver "LÁ EMBAIXO", sentindo-se pouco valorizado.

Quando, já certos de seu desaparecimento, os outros jogarem sobre você a terra da incompreensão, da falta de oportunidades e de apoio, lembre-se desse cavalo...

Não aceite a terra que cai sobre você... Sacuda-a e suba sobre ela.

E quanto mais terra, mais você vai subindo..., subindo...,subindo..., aprendendo a sair do poço.

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

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A Caixinha

Há certo tempo atrás, um homem castigou sua filhinha de 3 anos por desperdiçar um rolo de papel de presente dourado.

O dinheiro andava escasso naqueles dias, razão pela qual o homem ficou furioso ao ver a menina envolvendo uma caixinha com aquele papel dourado e colocá-la debaixo da árvore de Natal.

Apesar de tudo, na manhã seguinte, a menininha levou o presente a seu pai e disse :

— Isto é pra você, paizinho !.

Ele sentiu-se envergonhado da sua furiosa reação, mas voltou a

— explodir quando viu que a caixa estava vazia.

Gritou, dizendo :

— Você não sabe que quando se dá um presente a alguém, a gente coloca alguma coisa dentro da caixa ?

A pequena menina olhou para cima com lágrima nos olhos e disse :

— Oh, Paizinho, não está vazia. Eu soprei beijos dentro da caixa. Todos para você, Papai.

O pai quase morreu de vergonha, abraçou a menina e suplicou que ela o perdoasse.

Dizem que o homem guardou a caixa dourada ao lado de sua cama por anos e sempre que se sentia triste, chateado, deprimido, ele tomava da caixa um beijo imaginário e recordava o amor que sua filha havia posto ali.

De uma forma simples, mas sensível, cada um de nós humanos temos recebido uma caixinha dourada, cheia de amor incondicional e beijos daqueles que nos amam......

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

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Assembléia na Carpintaria

Contam que numa carpintaria houve uma vez uma estranha assembléia.

Foi uma reunião de ferramentas para acertar suas diferenças.

Um martelo exerceu a presidência, mas os participantes lhe notificaram que teria que renunciar.

A causa ? Fazia demasiado barulho; e além do mais, passava todo o tempo golpeando.

O martelo aceitou sua culpa, mas pediu que também fosse expulso o parafuso, dizendo que ele dava muitas voltas para conseguir algo.

Diante do ataque, o parafuso concordou, mas por sua vez, pediu a expulsão da lixa.

Dizia que ela era muito áspera no tratamento com os demais, entrando sempre em atritos.

A lixa acatou, com a condição de que se expulsasse o metro que sempre media os outros segundo a sua medida, como se fora o único perfeito.

Nesse momento entrou o carpinteiro, juntou o material e iniciou o seu trabalho.

Utilizou o martelo, a lixa, o metro e o parafuso.

Finalmente, a rústica madeira se converteu num fino móvel.

Quando a carpintaria ficou novamente só, a assembléia reativou a discussão.

Foi então que o serrote tomou a palavra e disse :

— Senhores ficou demonstrado que temos defeitos, mas o carpinteiro trabalha com nossas qualidades, com nossos pontos valiosos.

Assim, não pensemos em nossos pontos fracos e concentremo-nos em nossos pontos fortes.

A assembléia entendeu que o martelo era forte, o parafuso unia e dava força, a lixa era especial para limar e afinar asperezas, e o metro era preciso e exato.

Sentiram-se então como uma equipe capaz de produzir móveis de qualidade.

Sentiram alegria pela oportunidade de trabalharem juntos.

Ocorre o mesmo com os seres humanos.

Basta observar e comprovar.

Quando uma pessoa busca defeitos em outra, a situação torna-se tensa e negativa; ao contrário, quando se busca com sinceridade os pontos fortes dos outros, florescem as melhores conquistas humanas. É fácil encontrar defeitos, qualquer um pode fazê-lo.

Mas encontrar qualidades... isto é para os sábios !

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

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O Cavalinho

Certa tarde o paizao saiu para um passeio com as duas filhas, uma de oito e a outra de quatro anos.

Em determinado momento da caminhada, Helena, a filha mais nova, pediu ao pai que a carregasse, pois estava muito cansada para continuar andando.

O pai respondeu que estava também muito fatigado, e diante da resposta, a garotinha começou a choramingar e fazer "corpo mole".

Sem dizer uma só palavra, o pai cortou um pequeno galho de árvore e o entregou à Helena dizendo :

— Olhe aqui um cavalinho para você montar, filha !

Ele irá ajudá-la a seguir em frente.

A menina parou de chorar e pôs-se a cavalgar o galho verde tão rápido, que chegou em casa antes dos outros.

Ficou tão encantada com seu cavalo de pau, que foi difícil fazê-la parar de galopar.

A irmã mais velha ficou intrigada com o que viu e perguntou ao pai como entender a atitude de Helena.

O pai sorriu e respondeu dizendo :

— Assim é a vida, minha filha.

As vezes a gente está física e mentalmente cansado, certo de que é impossível continuar.

Mas encontramos então um "cavalinho" qualquer que nos dá ânimo outra vez.

Esse cavalinho pode ser um bom livro, um amigo, uma canção... assim, quando você se sentir cansada ou desanimada, lembre-se de que sempre haverá um cavalinho para cada momento, e nunca se deixe levar pela preguiça ou o desânimo.

E Sorria !!!... A mais completa perda de tempo de todos os dias é aquela na qual você não sorriu nem uma vez !

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

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Grandes problemas

Se você estiver enfrentando um grande problema há 3 coisas importantes à recordar.

Primeiramente, recorde que as coisas poderiam sempre ser mais graves.

Em algum lugar no mundo há alguém com um problema muito mais grave que o seu.

Em segundo, pense as coisas boas da vida.

Recorde a sua juventude, a beleza da natureza e o calor do amor.

Por último saiba que sou seu amigo.

Não importa o que acontecer eu sempre estarei contigo.

Que seus dias sejam sempre lindos e brilhantes... e todas suas noites sejam calmas.

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A Lição da Borboleta

Um dia, uma pequena abertura apareceu em um casulo; um homem sentou e observou a borboleta por várias horas, conforme ela se esforcava para fazer com que seu corpo passasse através daquele pequeno buraco.

Então pareceu que ela havia parado de fazer qualquer progresso.

Parecia que ela tinha ido o mais longe que podia, e não conseguia ir mais.

Então o homem decidiu ajudar a borboleta : ele pegou uma tesoura e cortou o restante do casulo.

A borboleta então saiu facilmente.

Mas seu corpo estava murcho, era pequeno e tinha as asas amassadas.

O homem continuou a observar a borboleta porque ele esperava que, a qualquer momento, as asas dela se abrissem e esticassem para serem capazes de suportar o corpo que iria se afirmar a tempo.

Nada aconteceu !

Na verdade, a borboleta passou o resto da sua vida rastejando com um corpo murcho e asas encolhidas.

Ela nunca foi capaz de voar.

O que o homem, em sua gentileza e vontade de ajudar não compreendia, era que o casulo apertado e o esforço necessario a borboleta para passar atraves da pequena abertura era o modo com que Deus fazia com que o fluido do corpo da borboleta fosse para as suas asas, de modo que ela estaria pronta para voar uma vez que estivesse livre do casulo.

Algumas vezes, o esforco é justamente o que precisamos em nossa vida.

Se Deus nos permitisse passar atraves de nossas vidas sem quaisquer obstaculos, ele nos deixaria aleijados.

Nós não iriamos ser tão fortes como poderiamos ter sido.

Eu pedi Força..................... e recebi Dificuldades para me fazer forte.

Eu pedi Sabedoria.......................... e recebi Problemas para resolver.

Eu pedi Prosperidade... e recebi Cerebro e Musculos para trabalhar.

Eu pedi Coragem.................................... e recebi Perigo para superar.

Eu pedi Amor.............. e recebi pessoas com Problemas para ajudar.

Eu pedi Favores............................................... e recebi Oportunidades.

Eu não recebi nada do que pedi...................... Mas eu recebi tudo de que precisava.

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

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O Valor da Bíblia

Há muitos anos, existiu um homem muito rico que no dia do seu aniversário convocou a criadagem a sua sala para receberem presentes.

Colocou-os a sua frente na seguinte ordem: cocheiro, jardineiro, cozinheira, arrumadeira e o pequeno mensageiro.

Em seguida dirigindo-se a eles, explicou o motivo de os haver chamado até ali e, por fim, fez-lhes uma pergunta, esperando de cada um a sua própria resposta.

Essa foi a pergunta feita :

— O que prefere você receber agora : esta Bíblia ou este valor em dinheiro ?

— Eu gostaria de receber a Bíblia. Respondeu pela ordem o cocheiro.

— Mas, como não aprendi a ler, o dinheiro me será bastante mais útil!

Recebeu então a nota, de valor elevado na época, e agradeceu ao patrão.

Esse pediu-lhe que permanecesse em seu lugar.

Era a vez do jardineiro fazer a sua escolha e, escolhendo bem as palavras, falou :

— Minha mulher está adoentada e por esta razão tenho necessidade do dinheiro; em outra circunstância escolheria, sem dúvida, a Bíblia.

Como aconteceu com o primeiro, ele também permaneceu na sala após receber o valor das mãos do patrão.

Agora, pela ordem, falaria a cozinheira, que teve tempo de elaborar bem a sua resposta :

— Eu sei ler, porém, nunca encontro tempo para sequer folhear uma revista; portanto, aceito o dinheiro para comprar um vestido novo.

— Eu já possuo uma Bíblia e não preciso de outra; assim, prefiro o dinheiro.

Informou a arrumadeira, em poucas palavras.

Finalmente, chegou a vez do menino de recados.

Sabendo-o bastante necessitado, o patrão adiantou-se em dizer-lhe :

— Certamente você também ira preferir dinheiro, para comprar uma nova sandália, não é isso, meu rapaz ?

— Muito obrigado pela sugestão. De fato estou precisando muito de um calçado novo, mas vou preferir a Bíblia.

Minha mãe me ensinou que a Palavra de Deus é mais desejável do que o ouro...

Disse o pequeno mensageiro.

Ao receber o bonito volume, o menino feliz o abriu e nisso caiu aos seus pés uma moeda de ouro.

Virando outras paginas, foi deparando com outros valores em notas.

Vendo isso, os outros criados perceberam o seu erro e envergonhados deixaram o recinto.

A sós com o menino, disse-lhe comovido o patrão : "Que Deus o abençoe, meu filho, e também a sua mãe, que tão bem o ensinou a valorizar a Palavra de Deus"

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

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As Três Peneiras

Olavo foi transferido de setor.

Logo no primeiro dia, para fazer média com o novo chefe, saiu-se com esta :

— Chefe o senhor nem imagina o que me contaram a respeito do Silva.

Disseram que ele... Nem chegou a terminar a frase, Juliano, o chefe, apartou :

— Espere um pouco Olavo, o que vai me contar já passou pelo crivo das três peneiras ?

— Peneiras ? Que peneiras, chefe ?

— A primeira Olavo, é a da VERDADE.

Você tem certeza que este fato é absolutamente verdadeiro ?

— Não, não tenho não. Como posso saber ? O que sei foi o que me contaram...

Mas eu acho que...

E, novamente Olavo é interrompido pelo chefe.

— Então sua história já vazou a primeira peneira.

Vamos então para a segunda peneira que é a da BONDADE.

O que você vai me contar, gostaria que os outros também dissessem a seu respeito ?

— Claro que não ! Deus me livre, chefe ! - diz Olavo assustado.

— Então - continua o chefe - sua história vazou a segunda peneira.

Vamos ver a terceira que é a da NECESSIDADE.

Você acha mesmo necessário me contar esse fato ou passá-lo adiante ?

— Não, chefe. Passando pelo crivo destas peneiras, vi que não sobrou nada do que eu iria contar - falou Olavo surpreendido...

— Pois é, Olavo. Já pensou como as pessoas seriam mais felizes se todos usassem essas peneiras ? - diz o chefe sorrindo e continua :

— Da próxima vez em que surgir um boato por aí, submeta-se ao crivo dessas três peneiras :

Verdade, Bondade, Necessidade, antes de obedecer ao impulso de passá-lo adiante, porque :

PESSOAS INTELIGENTES FALAM SOBRE IDÉIAS,

PESSOAS COMUNS FALAM SOBRE COISAS,

PESSOAS MEDÍOCRES FALAM SOBRE PESSOAS.

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

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Sons Inaudíveis

Um rei mandou seu filho estudar no templo de um grande mestre, com o objetivo de prepará-lo para ser uma grande pessoa.

Quando o príncipe chegou ao templo, o mestre o mandou sozinho para uma floresta.

Ele deveria voltar um ano depois, com a tarefa de descrever todos os sons da floresta.

Retornando ao templo, após um ano, o mestre lhe pediu para descrever todos os sons que conseguira ouvir.

Então disse o príncipe : "Mestre, pude ouvir o canto dos pássaros, o barulho das folhas, o alvoroço dos beija-flores, a brisa batendo na grama, o zumbido das abelhas, o barulho do vento cortando os céus..."

E ao terminar o seu relato, o mestre pediu que o príncipe retornasse a floresta, para ouvir tudo o mais que fosse possível.

Apesar de intrigado, o príncipe obedeceu a ordem do mestre, pensando : "não entendo, eu já distingui todos os sons da floresta..."

Por dias e noites ficou sozinho ouvindo, ouvindo, ouvindo... mas não conseguiu distingir nada de novo alem daquilo que havia dito ao mestre.

Porem, certa manha, começou a distinguir sons vagos, diferentes de tudo o que ouvira antes.

E quanto mais prestava atenção, mais claros os sons se tornavam.

Uma sensação de encantamento tomou conta do rapaz.

Pensou : "esses devem ser os sons que o mestre queria que eu ouvisse..."

E sem pressa, ficou ali ouvindo e ouvindo, pacientemente.

Queria Ter certeza de que estava no caminho certo.

Quando retornou ao templo, o mestre lhe perguntou o que mais conseguira ouvir.

Paciente e respeitosamente o príncipe disse :

— Mestre, quando prestei atenção pude ouvir o inaudível som das flores se abrindo, o som do sol nascendo e aquecendo a terra e da grama bebendo o orvalho da noite...

O mestre sorrindo, acenou com a cabeça em sinal de aprovação, e disse:

— Ouvir o inaudível é ter a calma necessária para se tornar uma grande pessoa.

Apenas quando se aprende a ouvir o coração das pessoas, seus sentimentos mudos, seus medos não confessados e suas queixas silenciosas, uma pessoa pode inspirar confiança ao seu redor; entender o que esta errado e atender as reais necessidades de cada um.

A morte de uma relação começa quando as pessoas ouvem apenas as palavras pronunciadas pela boca, sem se atentarem no que vai no interior das pessoas para ouvir os seus sentimentos, desejos e opiniões reais. É preciso, portanto, ouvir o lado inaudível das coisas, o lado não mensurado, mas que tem o seu valor, pois eh o lado do ser humano...

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

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O Monge e a Prostituta

Vivia um monge nas proximidades do templo de Shiva.

Na casa em frente, morava uma prostituta.

Observando a quantidade de homens que a visitavam, o monge resolveu chamá-la.

— Você é uma grande pecadora, repreendeu-a. Desrespeita a Deus todos os dias e todas as noites. Será que você não consegue parar e refletir sobre a sua vida depois da morte?

A pobre mulher ficou muito abalada com as palavras do monge; com sincero arrependimento orou a Deus, implorando perdão.

Pediu também que o Todo-Poderoso a fizesse encontrar uma nova maneira de ganhar o seu sustento.

Mas não encontrou nenhum trabalho diferente.

E, após uma semana passando fome, voltou a prostituir-se.

Mas, cada vez que entregava seu corpo a um estranho, rezava ao senhor e pedia perdão.

O monge, irritado porque seu conselho não produzira nenhum efeito, pensou consigo mesmo :

— A partir de agora vou contar quantos homens entram naquela casa até o dia da morte dessa pecadora.

E, desde aquele dia, ele não fazia outra coisa a não ser vigiar a rotina da prostituta: a cada homem que entrava, colocava uma pedra num monte.

Passado algum tempo, o monge tornou a chamar a prostituta e lhe disse:

— Vê este monte ? Cada pedra dessa representa um dos pecados mortais que você cometeu, mesmo depois de minhas advertências. Agora torno a dizer: cuidado com as más ações !

A mulher começou a tremer, percebendo como se avolumavam seus pecados.

Voltando para casa, derramou lágrimas de sincero arrependimento, orando:

— Ó Senhor, quando vossa misericórdia irá me livrar dessa miserável vida que levo ?

Sua prece foi ouvida. Naquele mesmo dia, o anjo da morte passou por sua casa e a levou. Por vontade de Deus, o anjo atravessou a rua e também carregou o monge consigo.

A alma da prostituta subiu imediatamente aos céus, enquanto os demônios levaram o monge ao inferno.

Ao cruzarem no meio do caminho, o monge viu o que estava acontecendo e clamou:

— Oh, Senhor, essa é a tua justiça ? Eu, que passei a minha vida em devoção e pobreza, agora sou levado ao inferno, enquanto essa prostituta, que viveu em constante pecado, está subindo ao céu!

Ouvindo isso, um dos anjos respondeu :

— São sempre justos os desígnios de Deus. Você achava que o amor de Deus se resumia a julgar o comportamento do próximo. Enquanto você enchia seu coração com a impureza do pecado alheio, essa mulher orava fervorosamente dia e noite. A alma dela ficou tão leve depois de chorar, que podemos levá-la até o paraíso. A sua alma ficou tão carregada de pedras, que não conseguimos fazê-la subir até o alto.

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

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Os Três Conselhos

Um casal de jovens recém-casados, era muito pobre e vivia de favores num sítio do interior.

Um dia o marido fez a seguinte proposta a esposa :

— Querida eu vou sair de casa, vou viajar para bem longe, arrumar um emprego e trabalhar até ter condições para voltar e dar-te uma vida mais digna e confortável. Não sei quanto tempo vou ficar longe, só peço uma coisa, que você me espere e, enquanto estiver fora, seja fiel a mim, pois eu serei fiel a você.

Assim sendo o jovem saiu.

Andou muitos dias a pé, até que encontrou um fazendeiro que estava precisando de alguém para ajudá-lo em sua fazenda.

O jovem chegou e ofereceu-se para trabalhar, no que foi aceito.

Pediu para fazer um pacto com o patrão, o que também foi aceito.

O pacto seria o seguinte :

— Me deixe trabalhar pelo tempo que eu quiser e quando eu achar que devo ir, o Senhor me dispensa das minhas obrigações. Eu não quero receber o meu salário. Peço que o Senhor o coloque na poupança, até o dia em que eu for embora. - No dia em que eu sair o Senhor me dá o dinheiro e eu sigo o meu caminho.

Tudo combinado.

Aquele jovem trabalhou durante vinte anos, sem férias e sem descanso.

Depois de vinte anos chegou para o patrão e disse :

— Patrão, eu quero o meu dinheiro, pois estou voltando para a minha casa.

O patrão então lhe respondeu :

— Tudo bem, afinal, fizemos um pacto e vou cumpri-lo, só que antes, quero lhe fazer uma proposta, tudo bem? Eu lhe dou todo o seu dinheiro e você vai embora ou eu lhe dou três conselhos e não lhe dou o dinheiro e você vai embora. Se eu lhe der o dinheiro eu não lhe dou os conselhos e se eu lhe der os conselhos eu não lhe dou o dinheiro. Vá para o seu quarto, pense e depois me de a resposta.

Ele pensou durante dois dias, procurou o patrão e disse-lhe :

— Quero os três conselhos.

O patrão novamente frisou :

— Se lhe der os conselhos, não lhe dou o dinheiro.

E o empregado respondeu :

— Quero os conselhos.

O patrão então lhe falou :

  1. Nunca tome atalhos em sua vida, caminhos mais curtos e desconhecidos podem custar a sua vida;

  2. Nunca seja curioso para aquilo que é mal, pois a curiosidade para o mal pode ser mortal;

  3. Nunca tome decisões em momentos de ódio ou de dor, pois você pode se arrepender e ser tarde demais.

Após dar os conselhos, o patrão disse ao rapaz, que já não era tão jovem assim:

— Aqui você tem três pães, dois para você comer durante a viagem e o terceiro é para comer com sua esposa quando chegar a sua casa.

O homem então, seguiu seu caminho de volta, depois de vinte anos longe de casa e da esposa que ele tanto amava.

Após o primeiro dia de viagem, encontrou um andarilho que o cumprimentou e lhe perguntou :

— Pra onde você vai ?

Ele respondeu :

— Vou para um lugar muito distante que fica a mais de vinte dias de caminhada por esta estrada.

O andarilho disse-lhe então :

— Rapaz, este caminho é muito longo, eu conheço um atalho que "é dez" e você chega em poucos dias.

O rapaz contente, começou a seguir pelo atalho, quando lembrou-se do primeiro conselho, então voltou e seguiu o caminho normal.

Dias depois soube que o atalho levava a uma emboscada.

Depois de alguns dias de viagem, cansado ao extremo, achou uma pensão à beira da estrada, onde pôde hospedar-se.

Pagou a diária e após tomar um banho deitou-se para dormir.

De madrugada acordou assustado com um grito estarrecedor.

Levantou-se de um salto só e dirigiu-se à porta para ir até o local do grito.

Quando estava abrindo a porta, lembrou-se do segundo conselho.

Voltou, deitou-se e dormiu.

Ao amanhecer, após tomar o café, o dono da hospedagem lhe perguntou se ele não havia ouvido um grito e ele disse que tinha ouvido.

O hospedeiro disse :

E você não ficou curioso? ele disse que não.

No que o hospedeiro respondeu :

— Você é o primeiro hóspede a sair vivo daqui, pois meu filho tem crises de loucura; grita durante a noite e quando o hospede sai, mata-o e enterra-o no quintal.

O rapaz prosseguiu na sua longa jornada, ansioso por chegar a sua casa.

Depois de muitos dias e noites de caminhada...

Já ao entardecer, viu entre as árvores a fumaça de sua casinha, andou e logo viu entre os arbustos a silhueta de sua esposa.

Estava anoitecendo , mas ele pôde ver que ela não estava só.

Andou mais um pouco e viu que ela tinha entre as pernas, um homem a quem estava acariciando os cabelos.

Quando viu aquela cena, seu coração se encheu de ódio e amargura e decidiu-se a correr de encontro aos dois e a matá-los sem piedade.

Respirou fundo, apressou os passos, quando lembrou-se do terceiro conselho.

Então parou, refletiu e decidiu dormir aquela noite ali mesmo e no dia seguinte tomar uma decisão.

Ao amanhecer, já com a cabeça fria ele disse :

— Não vou matar minha esposa e nem o seu amante. Vou voltar para o meu patrão e pedir que ele me aceite de volta. Só que antes, quero dizer a minha esposa que eu sempre fui fiel a ela.

Dirigiu-se à porta da casa e bateu.

Quando a esposa abre a porta e o reconhece, se atira ao seu pescoço e o abraça afetuosamente.

Ele tenta afastá-la, mas não consegue.

Então com lágrimas nos olhos, lhe diz :

— Eu fui fiel a você e você me traiu...

Ela espantada lhe responde :

Como? Eu nunca te trai, esperei durante esses vinte anos.

Ele então lhe perguntou :

— E aquele homem que você estava acariciando ontem ao entardecer ?

E ela lhe disse :

— Aquele homem é nosso filho. Quando você foi embora, descobri que estava grávida. Hoje ele está com vinte anos de idade.

Então o marido entrou, conheceu, abraçou seu filho e contou-lhes toda a sua história, enquanto a esposa preparava o café.

Sentaram-se para tomá-lo e comer juntos o último pão.

Após a oração de agradecimento, com lágrimas de emoção, ele parte o pão e ao abri-lo, encontra todo o seu dinheiro, o pagamento por seus vinte anos de dedicação.

Muitas vezes achamos que o atalho "queima etapas" e nos faz chegar mais rápido, o que nem sempre é verdade...

Muitas vezes somos curiosos, queremos saber de coisas que nem ao menos nos dizem respeito e que nada de bom nos acrescentará...

Outras vezes, agimos por impulso, na hora da raiva, e fatalmente nos arrependemos depois...

Espero que você, assim como eu, não se esqueça desses três conselhos e não se esqueça também, de CONFIAR (mesmo que a vida muitas vezes já tenha te dado motivos para a desconfiança).

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

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Consertando o Mundo

Um cientista vivia preocupado com os problemas do mundo e estava resolvido a encontrar meios de minorá-los.

Passava dias em seu laboratório em busca de respostas para suas duvidas.

Certo dia, seu filho de sete anos invadiu o seu santuário decidido a ajuda-lo a trabalhar.

O cientista nervoso pela interrupção, tentou que o filho fosse brincar em outro lugar.

Vendo que seria impossível demovê-lo, o pai procurou algo que pudesse ser oferecido ao filho com o objetivo de distrair sua atenção.

De repente deparou-se com o mapa do mundo, o que procurava !

Com o auxilio de uma tesoura, recortou o mapa em vários pedaços e, junto com um rolo de fita adesiva, entregou ao filho dizendo :

— Você gosta de quebra-cabeças ? Então vou lhe dar o mundo para consertar.

Aqui esta o mundo todo quebrado.

Veja se consegue consertá-lo bem direitinho !

Faça tudo sozinho.

Calculou que a criança levaria dias para recompor o mapa.

Algumas horas, depois, ouviu a voz do filho que o chamava calmamente :

— Pai, pai, já fiz tudo. Consegui terminar tudinho !

A princípio o pai não deu credito as palavras do filho.

Seria impossível na sua idade ter conseguido recompor um mapa que jamais havia visto.

Relutante, o cientista levantou os olhos de suas anotações, certo de que veria um trabalho digno de uma criança.

Para sua surpresa, o mapa estava completo.

Todos os pedaços haviam sido colocados nos devidos lugares.

Como seria possível ? Como o menino havia sido capaz ?

— Você não sabia como era o mundo, meu filho, como conseguiu ?

— Pai , eu não sabia como era o mundo, mas quando você tirou o papel da revista para recortar, eu vi que do outro lado havia a figura de um homem.

Quando você me deu o mundo para consertar, eu tentei mas não consegui.

Foi ai que me lembrei do homem, virei os recortes e comecei a consertar o homem que eu sabia como era.

Quando consegui consertar o homem, virei a folha e vi que havia consertado o mundo.

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

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A outra Janela

A menina debruçada na janela trazia nos olhos grossas lágrimas e o peito oprimido pelo sentimento de dor causado pela morte de seu cão de estimação.

Com pesar observava atenta ao jardineiro a enterrar o corpo do amigo de tantas brincadeiras.

A cada pá de terra jogada sobre o animal, sentia como se sua felicidade estivesse sendo soterrada também.

O avô que observava a neta, aproximou-se a envolveu em um abraço e falou-lhe com serenidade :

Triste a cena, não é verdade ?

A netinha ficou ainda mais triste e as lágrimas rolaram em abundância.

No entanto, o avô que desejava conforta-la chamou-lhe a atenção para outra realidade.

Tomou-lhe pela mão e a conduziu para uma janela opostamente localizada na ampla sala.

Abriu as cortinas e permitiu-a que visse o jardim florido a sua frente e lhe perguntou carinhosamente :

Está vendo aquele pé de rosas amarelas bem ali a frente ?

Lembra que você me ajudou a planta-lo ?

Foi em um dia de sol como hoje que nós dois o plantamos.

Era apenas um pequeno galho cheio de espinhos e hoje veja como está lindo, carregado de flores perfumadas e botões como promessa de novas rosas.

A menina enxugou as lágrimas que ainda teimavam em permanecer em suas faces e abriu um largo sorriso mostrando as abelhas que pousavam sobre as flores e as borboletas que faziam festa entre umas e outras das tantas rosas de variados matizes que enfeitavam o jardim.

O avô, satisfeito pôr te- la ajudado a superar o momento de dor falou-lhe com afeto :

Veja, minha filha.

A vida nos oferece sempre várias janelas.

Quando a paisagem de uma delas nos causa tristeza sem que possamos alterar o quadro, voltamo-nos para outra e certamente nos deparamos com uma paisagem diferente.

Tantos são os momentos de nossa existência, tantas as oportunidades de aprendizado que nos visitam no dia-a-dia que não vale a pena sofrer diante de quadros que não podemos alterar.

São experiências valiosas da vida, das quais devemos tirar lições oportunas sem nos deixar tragar pelo desespero e revolta que só infelicitam e denotam a falta de confiança em Deus.

A nossa visão do mundo é muito limitada.

Mas Deus tem sempre objetivos nobres e uma proposta de felicidade para nos aguardar após cada dificuldade superada.

Se hoje você está a observar um quadro desolador, lembre-se de que existem tantas outras janelas, com paisagens repletas de promessas de melhores dias.

Não se permita contemplar a janela da dor.

Aproveite a lição e siga em frente com ânimo e disposição.

Agindo assim, o gosto amargo do sofrimento logo cede lugar ao sabor agradável de viver e saber que Deus nos ampara em todos os momentos da nossa vida.

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

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Pé Grande, Coração Maior

Era um dia muito quente.

Todos procuravam algum tipo de refrigério, logo, uma sorveteria parecia ser uma boa opção.

Uma menininha entrou na loja segurando firme seu dinheiro.

Antes que ela dissesse uma palavra,o dono, bravo, disse que ela saísse e lesse a placa na porta, e que ficasse lá fora até calçar um sapato.

Ela saiu vagarosamente.

Um homem grande a seguiu para fora da loja.

Ele a viu ficar na frente da porta e ler a placa : Não entrar descalço.

As lágrimas começaram a rolar pelas suas bochechas.

Então, o homem a chamou.

Eles sentaram na calçada, ele tirou seus sapatos tamanho 45, e os colocou em frente da menininha dizendo, "Aqui, você não vai conseguir andar com eles, mas se você os arrastar até lá dentro poderá pegar o seu sorvete."

Ele levantou a menininha e a calçou. "Não precisa se apressar," ele disse, "eu fico cansado de ficar arrastando os pés dentro dos sapatos, e será bom ficar sentado aqui comendo meu sorvete."

Era impossível não perceber o brilho nos olhos da menininha à medida que ela arrastava os pés até o balcão para fazer seu pedido.

O homem era grande.

Barriga grande, sapatos grandes, mas acima de tudo, tinha um grande coração.

Legalismo mata e faz a vida difícil.

Sensibilidade às necessidades do próximo abençoa.

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

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A Flor

Durante algum tempo, em todos os domingos uma pessoa me deu um botão de rosa para colocar na lapela do meu terno.

Como eu sempre recebi a flor pela manhã, realmente nunca pensei muito naquilo.

Foi um belo gesto que apreciei, mas tornou-se rotina.

Contudo, em um domingo, o que eu considerava comum tornou-se muito especial.

Quando eu saía da igreja, um garoto veio em minha direção e disse:

— Senhor, o que vai fazer com essa flor?

Em princípio eu não soube do que ele estava falando, mas depois compreendi.

— Está falando disto? - perguntei, apontando para a rosa em minha lapela.

— Sim - respondeu ele. - Gostaria que me desse, se for jogá-la fora.

Então eu sorri, disse-lhe que poderia ficar com a flor e perguntei casualmente o que pretendia fazer com ela.

O garoto, que provavelmente tinha menos de dez anos, ergueu os olhos para mim e respondeu:

— Vou dá-la para a minha avó. Minha mãe e meu pai se divorciaram no ano passado. Eu estava morando com a minha mãe, mas quando ela se casou novamente, quis que eu fosse morar com o meu pai. Morei com ele durante algum tempo, mas ele disse que eu não podia ficar, por isso me mandou ir morar com a minha avó. Ela é muito boa. Cozinha para nós dois e cuida de mim. Tem sido tão boa que eu quero dar-lhe essa linda flor para que fique feliz comigo.

Quando o garotinho terminou, eu mal podia falar.

Meus olhos encheram-se de lágrimas e eu soube que ele tocara nas profundezas da minha alma.

Eu tirei a flor da lapela.

Com a flor na minha mão, olhei para ele e disse:

— Filho, essa é a coisa mais bonita que eu já ouvi, mas você não pode ficar com esta flor porque não é o suficiente. Se olhar para o púlpito da igreja, verá um grande buquê de flores. Famílias diferentes o compram para a igreja todas as semanas. Por favor, leve aquelas flores para a sua avó, porque ela merece as melhores.

Como se não bastasse a minha emoção, ele proferiu uma última frase da qual sempre me lembrarei:

— Que dia maravilhoso! Pedi apenas uma flor, mas recebi um lindo buquê!

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

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Imaginação

Albert Einstein

Um senhor muito rico vai a caça na África e leva consigo um cachorrinho para não se sentir tão só naquelas regiões.

Um dia, já na expedição, o cachorrinho começa a brincar de caçar mariposas e quando se dá conta já está muito longe do grupo do safari.

Nisso vê que vem perto uma pantera correndo em sua direção.

Ao perceber que a pantera irá devorá-lo, pensa rápido no que fazer.

Vê uns ossos de um animal morto e se coloca a mordê-los.

Então, quando a pantera está a ponto de atacá-lo, o cachorrinho diz:

— "Ah, que delícia esta pantera que acabo de comer !"

A pantera pára bruscamente e sai apavorada correndo do cachorrinho e vai pensando :

— "Que cachorro bravo ! Por pouco não come a mim também !"

Um macaco que estava trepado em uma árvore perto e que havia visto a cena, sai correndo atrás da pantera para lhe contar como ela foi enganada pelo cachorro.

Mas o cachorrinho percebe a manobra do macaco.

O macaco alcança a pantera e lhe conta toda a história.

Então, a pantera furiosa diz :

— "Cachorro maldito ! Me vai pagar ! Agora vamos ver quem come a quem !"

— "Depressa !", disse o macaco."Vamos alcançá-lo"

E saem correndo para buscar o cachorrinho.

O cachorrinho vê que a pantera vem atrás dele de novo e desta vez traz o macaco montado em suas costas.

— "Ah, macaco desgraçado ! O que faço agora ?" - Pensou o cachorrinho.

O cachorrinho ao invés de sair correndo, fica de costas como se não estivesse vendo nada, e quando a pantera está a ponto de atacá-lo de novo,o cachorrinho diz :

— "Maldito Macaco preguiçoso ! Faz meia hora que eu o mandei me trazer uma outra pantera e ele ainda não voltou !" "Em momentos de crise, só a imaginação é mais importante que o conhecimento"

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

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O Quadro

Um homem havia pintado um lindo quadro.

No dia de apresentá-lo ao público, convidou todo mundo para vê-lo.

Compareceram as autoridades do local, fotógrafos, jornalistas, e muita gente, pois o pintor era muito famoso e um grande artista.

Chegado o momento, tirou-se o pano que velava o quadro.

Houve caloroso aplauso.

Era uma impressionante figura de Jesus batendo suavemente à porta de uma casa.

O Cristo parecia vivo.

Com o ouvido junto à porta, Ele parecia querer ouvir se lá dentro alguém respondia.

Houve discursos e elogios.

Todos admiravam aquela obra de arte.

Um observador curioso porém, achou uma falha no quadro :

A porta não tinha fechadura.

E foi perguntar ao artista :

— Sua porta não tem fechadura ! Como se fará para abri-la ?

— É assim mesmo - respondeu o pintor

— Esta é a porta do coração humano.

— Só se abre do lado de dentro.

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

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A Águia e as Galinhas

Um camponês criou um filhote de águia junto com suas galinhas.

Tratando-a da mesma maneira que tratava as galinhas, de modo que ela pensasse que também era uma galinha.

Dando a mesma comida jogada no chão, a mesma água num bebedouro rente ao solo, e fazendo-a ciscar para complementar a alimentação, como se fosse uma galinha.

E a águia passou a se portar como se galinha fosse.

Certo dia, passou por sua casa um naturalista, que vendo a águia ciscando no chão, foi falar com o camponês:

— Isto não é uma galinha, é uma águia!

O camponês retrucou: - Agora ela não é mais uma águia, agora ela é uma galinha!

O naturalista disse: - Não, uma águia é sempre uma águia, vamos ver uma coisa...

Levou-a para cima da casa do camponês e elevou-a nos braços e disse:

— Voa, você é uma águia, assuma sua natureza!

Mas a águia não voou, e o camponês disse:

— Eu não falei que ela agora era uma galinha!

O naturalista disse: - Amanhã, veremos...

No dia seguinte, logo de manhã, eles subiram até o alto de uma montanha.

O naturalista levantou a águia e disse:

— Águia, veja este horizonte, veja o sol lá em cima, e os campos verdes lá em baixo, veja, todas estas nuvens podem ser suas. Desperte para sua natureza, e voe como águia que és...

A águia começou a ver tudo aquilo, e foi ficando maravilhada com a beleza das coisas que nunca tinha visto, ficou um pouco confusa no início, sem entender o porquê tinha ficado tanto tempo alienada.

Então, ela sentiu seu sangue de águia correr nas veias, perfilou, de vagar, suas asas e partiu num vôo lindo, até que desapareceu no horizonte azul.

Criam as pessoas como se galinhas fossem, porém, elas são águias.

Todos podemos voar, se quisermos.

Voe cada vez mais alto, não se contente com os grãos que lhe jogam para ciscar.

Nós somos águias, não temos que agir como galinhas, como as vezes querem que sejamos.

Pois com uma mentalidade de galinha fica mais fácil controlar as pessoas, elas abaixam a cabeça para tudo, com medo.

Conduza sua vida de cabeça erguida, respeitando os outros, sim, mas com medo, nunca!

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

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Trem da Vida

Há algum tempo, li um livro que comparava a vida como a uma viagem de trem.

Quando nascemos, entramos nesse trem e nos deparamos com algumas pessoas que julgamos, estarão sempre nessa viagem conosco : nossos pais.

Infelizmente, isso não é verdade; em alguma estação eles descerão e nos deixarão órfãos de seu carinho, amizade e companhia insubstituíveis...

Mas isso não impede que, durante a viagem pessoas interessantes, e que virão a ser super especiais para nós, embarquem.

Chegam nossos irmãos, amigos e amores maravilhosos !

Muitas pessoas tomam esse trem, apenas a passeio.

Outros encontram nessa viagem, somente tristezas.

Ainda outros circularão pelo trem, prontos para ajudar a quem precisa.

Muitos descem e deixam saudades eternas, outros tantos passam por ele de uma forma que, quando desocupam seu acento, ninguém nem sequer percebe.

Curioso é constatar que alguns passageiros, que nos são tão caros, acomodam-se em vagões diferentes dos nossos; portanto, somos obrigados a fazer esse trajeto separados deles, o que não impede, é claro, que durante o trajeto, atravessemos com grande dificuldade nosso vagão e cheguemos até eles...

Só que, infelizmente, jamais poderemos sentar ao seu lado, pois já terá alguém ocupando esse lugar.

Não importa, é assim a viagem: cheia de atropelos, sonhos, fantasias, esperas, despedidas...

Porém, jamais retornos.

Façamos essa viagem, então da melhor maneira possível, tentando nos relacionar bem com todos os passageiros, procurando em cada um deles, o que tiverem de melhor; lembrando sempre que, em algum momento do trajeto, eles poderão fraquejar e provavelmente, precisaremos entender isso, porque nós também fraquejaremos muitas vezes e com certeza, haverá alguém que nos entenderá.

O grande mistério, afinal, é que jamais saberemos em qual parada desceremos, muito menos nossos companheiros, nem menos aquele que está sentado ao nosso lado.

Fico pensando, se quando descer desse trem, sentirei saudades...

Acredito que sim; separar-me de alguns amigos que fiz nessa viagem, deixar meus filhos continuarem a viagem sozinhos.

Mas me agarro na esperança de que, em algum momento, estarei na estação principal e terei a grande emoção de vê-los chegar com uma bagagem que não tinham quando embarcaram...

E o que vai deixar-me feliz ........... Será saber que eu colaborei para isso.

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

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O Sábio

Certo dia, a Solidão bateu à porta de um grande sábio e ele convidou-a para entrar.

Pouco depois saiu decepcionada, pois descobriu que não podia capturar nada daquele ser bondoso, porque ele nunca estava sozinho; estava sempre acompanhado pelo amor de Deus.

Outro dia, a Ilusão também bateu à porta daquele sábio.

Ele, amorosamente, convidou-a para entrar em sua humilde casa; mas logo depois ela saiu correndo gritando que estava cega, pois o coração dele era tão luminoso de amor que havia ofuscado a própria Ilusão.

Mais adiante , apareceu a Tristeza.

Antes mesmo que ela batesse à porta, o sábio saiu na janela e dirigiu-lhe um sorriso enternecido.

A Tristeza recuou e disse que era engano e foi bater em alguma outra porta que não fosse tão luminosa.

E assim a fama do sábio foi crescendo; a cada dia, novos visitantes chegavam tentando conquistá-lo.

Num dia era o Desespero, no outro a Impaciência; depois vieram a

Mentira, o Ódio, a Culpa e o Engano.

Pura perda de tempo; o sábio convidava todos a entrarem e eles saiam decepcionados com o equilíbrio daquela alma bondosa.

Porém, um dia, a Morte bateu à sua porta e ele também convidou-a para entrar ...

Seus discípulos esperavam que ela saísse correndo a qualquer momento, ofuscada pelo amor do mestre.

Entretanto, tal não aconteceu.

O tempo foi passando e nem ela nem o sábio apareciam.

Cheios de receio, entraram e encontraram o cadáver do mestre estirado no chão.

Ficaram muito tristes e começaram a chorar ao ver que o querido mestre havia partido com a Morte.

Na mesma hora, começaram a entrar na casa, todos os outros servos da

Ignorância que nunca tinham conseguido permanecer naquele recinto; a

Tristeza havia aberto a porta e os mantia lá dentro.

Entram na nossa morada aqueles que convidamos, mas só permanecem conosco, aqueles que encontram ambiente propício para se estabelecerem.

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

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Os Sapos

Havia na Sapolândia três sapinhos que estavam passeando pela floresta.

De repente, caíram numa panela cheia de leite.

Assim que começaram a se debater, todos os outros sapos da Sapolândia foram ver o que estava acontecendo, pois estava uma algazarra na floresta.

Foi aí que morreu o primeiro sapo.

A Sapolândia toda começou a gritar :

— Parem de se debater, é melhor morrer descansado do que se debatendo! - Diziam uns.

— Vão morrer mesmo ! - Diziam outros.

Foi então que morreu o segundo sapinho.

Os demais sapos tentavam, em vão, fazer o terceiro sapinho desistir de se debater.

Mas quanto mais eles falavam, mais o sapinho se debatia.

E foi se debatendo, debatendo e debateu-se tão vigorosamente que, de repente, o leite da panela virou manteiga e o sapinho se salvou.

Espantados com tamanha proeza, os cientistas da Sapolândia foram estudar o sapinho.

Sabe o que descobriram ?

O SAPO ERA SURDO!

Ou seja, não se deixou contaminar pelo negativismo dos outros, porque não podia ouvir; e assim, pode se salvar.

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

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Crer e Confiar

Um certo homem saiu em uma viagem de avião.

Era um homem temente a Deus, e sabia que Deus o protegeria.

Durante a viagem, quando sobrevoavam o mar um dos motores falhou e o piloto teve que fazer um pouso forçado no oceano.

Quase todos morreram, mas o homem conseguiu agarrar-se a alguma coisa que o conservasse em cima da água.

Ficou boiando à deriva durante muito tempo até que chegou a uma ilha não habitada.

Ao chegar à praia, cansado, porém vivo, agradeceu a Deus por este livramento maravilhoso da morte.

Ele conseguiu se alimentar de peixes e ervas.

Conseguiu derrubar algumas arvores e com muito esforço conseguiu construir uma casinha para ele.

Não era bem uma casa, mas um abrigo tosco, com paus e folhas.

Porém significava proteção.

Ele ficou todo satisfeito e mais uma vez agradeceu a Deus, porque agora podia dormir sem medo dos animais selvagens que talvez pudessem existir na ilha.

Um dia, ele estava pescando e quando terminou, havia apanhado muitos peixes.

Assim com comida abundante, estava satisfeito com o resultado da pesca.

Porém, ao voltar-se na direção de sua casa, qual tamanha não foi sua decepção, ao ver sua casa toda incendiada.

Ele se sentou em uma pedra chorando e dizendo em prantos :

— Deus ! Como é que o Senhor podia deixar isto acontecer comigo ?

O Senhor sabe que eu preciso muito desta casa para poder me abrigar, e o Senhor deixou minha casa se queimar todinha.

Deus, o Senhor não tem compaixão de mim?

Neste mesmo momento uma mão pousou no seu ombro e ele ouviu uma voz dizendo :

— Vamos rapaz?

Ele se virou para ver quem estava falando com ele, e qual não foi sua surpresa quando viu em sua frente um marinheiro todo fardado e dizendo:

— Vamos rapaz, nós viemos te buscar.

— Mas como é possível? Como vocês souberam que eu estava aqui ?

— Ora, amigo ! Vimos os seus sinais de fumaça pedindo socorro.

O capitão ordenou que o navio parasse e me mandou vir lhe buscar naquele barco ali adiante.

Os dois entraram no barco e assim o homem foi para o navio que o levaria em segurança de volta para os seus entes queridos.

Quantas vezes nossa casa se queima e nós gritamos como aquele homem gritou ?

Todas as coisas contribuem para o bem daqueles que amam a Deus. Às vezes, é muito difícil aceitar isto, mas é assim mesmo. É preciso crer e confiar !

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

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Amor, Fartura ou Sucesso ?

Uma mulher saiu de sua casa e viu três homens com longas barbas brancas sentados em frente ao quintal dela.

Ela não os reconheceu.

Ela disse :

— Acho que não os conheço, mas devem estar com fome. Por favor entrem e comam algo.

— O homem da casa está ? Perguntaram.

— Não, ela disse, está fora.

— Então não podemos entrar. Eles responderam.

A noite quando o marido chegou, ela contou-lhe o que aconteceu.

— Vá diga que estou em casa e convide-os a entrar.

A mulher saiu e convidou-os a entrar.

— Não podemos entrar juntos. Responderam.

— Por que isto ? Ela quis saber. Um dos velhos explicou-lhe :

— Seu nome é Fartura. Ele disse apontando um dos seus amigos e mostrando o outro, falou :

— Ele é o Sucesso e eu sou o Amor. E completou :

— Agora vá e discuta com o seu marido qual de nós você quer em sua casa.

A mulher entrou e falou ao marido o que foi dito.

Ele ficou arrebatado e disse :

— Que bom ! Ele disse :

— Neste caso. vamos convidar Fartura. Deixe-o vir e encher nossa casa de fartura.

A esposa discordou :

— Meu querido, por que não convidamos o Sucesso ?

A cunhada deles ouvia do outro canto da casa. Ela apresentou sua sugestão :

— Não seria melhor convidar o Amor ? Nossa casa então estará cheia de amor.

— Atentamos pelo conselho da nossa cunhada - disse o marido para a esposa - Vá lá fora e chame o amor para ser nosso convidado.

A mulher saiu e perguntou aos três homens :

— Qual de vocês é o amor ? Por favor entre e seja nosso convidado.

O amor levantou-se e seguiu em direção à casa.

Os outros dois levantaram-se e seguiram-no.

Surpresa a senhora perguntou-lhes :

— Apenas convidei o Amor, por que vocês entraram ?

Os velhos homens responderam juntos :

— Se você convidasse o Fartura ou o Sucesso, os outros dois esperariam aqui fora, mas se você convidar o Amor, onde ele for iremos com ele.

Onde há amor, há também fartura e sucesso !!!

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

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O Bem mais Precioso

Conta o folclore europeu que há muitos anos atrás um rapaz e uma moça apaixonados, resolveram se casar.

Dinheiro eles quase não tinham, mas nenhum deles ligava para isso.

A confiança mútua era a esperança de um belo futuro, desde que tivessem um ao outro.

Assim, marcaram a data para se unir em corpo e alma.

Antes do casamento, porém, a moça fez um pedido ao noivo :

— Não posso nem imaginar que um dia possamos nos separar.

Mas pode ser que com o tempo um se canse do outro, ou que você se aborreça e me mande de volta para meus pais.

— Quero que você me prometa que, se algum dia isso acontecer, me deixará levar comigo o bem mais precioso que eu tiver então.

O noivo riu, achando bobagem o que ela dizia, mas a moça não ficou satisfeita enquanto ele não fez a promessa por escrito e assinou.

Casaram-se, decididos a melhorar de vida, ambos trabalharam muito e foram recompensados.

Cada novo sucesso os fazia mais determinados a sair da pobreza, e trabalhavam ainda mais.

E o tempo passou e o casal prosperou.

Conquistaram uma situação estável e cada vez mais confortável, e finalmente ficaram ricos.

Mudaram-se para uma ampla casa, fizeram novos amigos e se cercaram dos prazeres da riqueza.

Mas, dedicados em tempo integral aos negócios e aos compromissos sociais, pensavam mais nas coisas do que um no outro.

Discutiam sobre o que comprar, quanto gastar, como aumentar o patrimônio, mas estavam cada vez mais distanciados entre si.

Certo dia, enquanto preparavam uma festa para amigos importantes, discutiram sobre uma bobagem qualquer, e começaram a levantar a voz, a gritar, e chegaram às inevitáveis acusações.

— Você não liga para mim! - gritou o marido

— Só pensa em você, em roupas e jóias.

— Pegue o que achar mais precioso, como prometi, e volte para a casa dos seus pais.

Não há motivo para continuarmos juntos.

A mulher empalideceu e encarou-o com um olhar magoado, como se acabasse de descobrir uma coisa nunca suspeitada.

— Muito bem, disse ela baixinho. Quero mesmo ir embora.

Mas vamos ficar juntos esta noite para receber os amigos que já foram convidados.

Ele concordou.

A noite chegou. Começou a festa, com todo o luxo e a fartura que a riqueza permitia.

Alta madrugada o marido adormeceu, exausto.

Ela então fez com que o levassem com cuidado para a casa dos pais dela e o pusessem na cama.

Quando ele acordou, na manhã seguinte, não entendeu o que tinha acontecido.

Não sabia onde estava e, quando sentou-se na cama para olhar em volta, a mulher aproximou-se e disse-lhe com carinho :

— Querido marido, você prometeu que se algum dia me mandasse embora eu poderia levar comigo o bem mais precioso que tivesse no momento.

— Pois bem, você é e sempre será o meu bem mais precioso.

Quero você mais que tudo na vida, e nem a morte poderá nos separar.

Envolveram-se num abraço de ternura e voltaram para casa mais apaixonados do que nunca.

O egoísmo, muitas vezes, nos turva a visão e nos faz ver as coisas de forma distorcida.

Faz-nos esquecer os verdadeiros valores da vida e buscar coisas que têm valor relativo e passageiro.

Importante que, no dia-a-dia, façamos uma análise e coloquemos na balança os nossos bens mais preciosos e passemos a dar-lhes o devido valor.

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

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A História do Amor

Contam que, uma vez, se reuniram os sentimentos e qualidades dos homens em um lugar da Terra.

O ABORRECIMENTO havia reclamado pela terceira vez que não suportava mais ficar à toa e a LOUCURA, como sempre louca,propôs -lhe :

— Vamos brincar de esconce-esconde ?

A INTRIGA levantou a sobrancelha intrigada e a CURIOSIDADE, sem poder conter-se, perguntou-lhe :

— Esconde-esconde ? Como é isso ? É um jogo, explicou a LOUCURA, em que eu fecho os olhos e começo a contar de um a um milhão enquanto vocês se escondem, e quando eu tiver terminado de contar, o primeiro de vocês que eu encontrar ocupará meu lugar para continuar o jogo.

O ENTUSIASMO dançou seguido pela EUFORIA.

A ALEGRIA deu tantos saltos que acabou convencendo a DÚVIDA e até mesmo a APATIA, que nunca se interessava por nada.

Mas nem todos quiseram participar.

A VERDADE preferiu não esconder-se. Para quê, se no final todos a encontravam?

A SOBERBA opinou que era um jogo muito tonto (no fundo o que a incomodava era que a idéia não tivesse sido dela) e a COVARDIA preferiu não arriscar-se.

— Um,dois, três, quatro...

— começou a contar a LOUCURA.

A primeira a esconder-se foi a PRESSA, que como sempre caiu tropeçando na primeira pedra do caminho.

A Fé subiu ao céu e a INVEJA se escondeu atrás da sombra do TRIUNFO, que com seu próprio esforço, tinha conseguido subir na copa da árvore mais alta.

A GENEROSIDADE quase não consegue esconder-se, pois cada local que encontrava lhe parecia maravilhoso para algum de seus amigos se era um lago cristalino, ideal para a BELEZA; se era a copa de uma árvore, perfeito para a TIMIDEZ; se era o vôo de uma borboleta, o melhor para a VOLÚPIA; se era uma rajada de vento, magnífico para a LIBERDADE, e assim, acabou escondendo-se em um raio de sol.

O EGOÍSMO, ao contrário, encontrou um local muito bom desde o início, ventilado, cômodo, mas apenas para ele.

A MENTIRA escondeu-se no fundo do oceano (mentira, na realidade, escondeu-se atrás do arco-íris), e o DESEJO, no centro dos vulcões.

O ESQUECIMENTO, não me recordo onde se escondeu, mas isso não é importante.

Quando a LOUCURA estava lá pelo 999.999, o AMOR havia encontrado um local para esconder-se, pois todos já estavam ocupados, até que encontrou um roseiral e, carinhosamente, decidiu esconder-se entre as suas flores.

— Um milhão-contou a LOUCURA, e começou a busca.

A primeira a aparecer foi a PRESSA, apenas a três passos de uma pedra.

Depois, escutou-se a FÉ discutindo com Deus no céu sobre zoologia.

Sentiu-se vibrar o DESEJO nos vulcões.

Em um descuido encontrou a INVEJA, e claro, pôde deduzir onde estava o

TRIUNFO.

EGOÍSMO, não teve nem que procurá-lo.

Ele sozinho saiu disparado de seu esconderijo, que na verdade era um ninho de vespas.

De tanto caminhar, a LOUCURA sentiu sede e, ao aproximar-se de um lago, descobriu a BELEZA.

A DÚVIDA foi mais fácil ainda, pois a encontrou sentada sobre uma cerca sem se decidir de que lado esconder-se.

E assim foi encontrando todos.

O TALENTO, entre a erva fresca; a ANGÚSTIA, em uma cova escura; a MENTIRA, atrás do arco-íris (não, mentira, ela estava no fundo do oceano);e até o ESQUECIMENTO, pra quem já havia esquecido que estava brincando de esconde-esconde.

Apenas o AMOR não aparecia em nenhum local.

A LOUCURA procurou atrás de cada árvore, embaixo de cada rocha do planeta, e em cima das montanhas.

Quando estava a ponto de dar-se por vencida, encontrou um roseiral.

Pegou uma forquilha e começou a mover os ramos,quando, no mesmo instante, escutou-se um doloroso grito.

Os espinhos tinham ferido o AMOR nos olhos.

A LOUCURA não sabia o que fazer para desculpar-se.

Chorou, rezou, implorou, pediu perdão e até prometeu ser seu guia.

Desde então, desde que pela primeira vez se brincou de esconde-esconde na Terra, O AMOR é cego e a LOUCURA sempre o acompanha.

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

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Regras para ser Feliz

Conta-se que um homem de negócios, após longos anos de trabalho árduo, conseguiu ajuntar significativa fortuna.

Todavia, o grande empresário, apesar de todo o dinheiro que possuía, sentia-se infeliz.

Desejava a felicidade, mas um grande vazio lhe perturbava a alma e as tribulações das horas lhe roubavam a paz.

Um dia, ouviu falar da existência de um velho sábio conhecedor de regras eficientes para quem deseja ser feliz.

O executivo não teve dúvidas.

Muniu-se dos recursos necessário e saiu a procurá-lo.

Após longa e exaustiva busca, chegou ao lugarejo onde residia o tal sábio.

Algumas informações a mais, e lá estava ele, frente a frente com o ancião.

A expectativa era tanta que ele foi direto ao assunto. "Ouvi dizer que o senhor sabe a receita para se conquistar a felicidade, e o que mais desejo é ser feliz, pode me ajudar ?"

Perguntou ansioso.

Bem, respondeu o sábio, na verdade as regras são muito simples.

A primeira delas é prestar atenção.

A segunda, é prestar atenção.

E a terceira e última é prestar muita atenção.

O executivo pensou que ele só podia estar brincando, mas depois de ouvir algumas considerações, foi mudando de idéia.

O ancião falou com sabedoria : "quem presta atenção em tudo o que acontece nos minutos de sua vida, consegue ser feliz."

— Preste atenção no que as pessoas lhe dizem.

Saiba ouvi-las com serenidade, buscando ajudar na medida do possível.

— Ao fazer uma refeição, aproveite bem o momento. Preste atenção nos alimentos que ingere, sinta o seu sabor.

— Preste atenção em tudo à sua volta...

— Olhe com atenção uma noite enluarada, um amanhecer de ouro...

— Contemple, com atenção, um jardim que explode em perfumes e cores...

— Uma cascata estirada sobre a montanha rochosa...

— Observe com atenção um bando multicor de aves cruzando os ares...

Ouça atentamente o canto de um pássaro solitário...

— Preste atenção na chuva que cai abençoando o solo. Imagine os lençóis dágua no subsolo, espalhando fertilidade e vida...

— Detenha-se a observar o trabalho das formigas, sua organização, sua perseverança.

— Acompanhe com atenção o desabrochar de uma rosa... sinta o seu perfume.

— Enfim, observe atentamente os pequenos "nadas" ao seu redor.

— Em pouco tempo você perceberá que há muito mais coisas boas do que ruins, e isso o fará feliz.

Depois de ouvir atentamente os conselhos do velho sábio, o empresário já estava se sentindo mais alegre e disposto a lutar pela felicidade tão almejada.

Pense nisso !

As horas são abençoadas oportunidades de aprendizado e alegria.

Mas, embora elas se repitam incessantemente, os minutos já não são os mesmos e as circunstâncias mudam a cada segundo.

Dessa forma, a cada hora temos sessenta minutos para encontrar motivos de felicidade, basta que prestemos muita atenção em cada um deles, sem esquecer que a nossa atenção deve voltar-se para as coisas realmente positivas.

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

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Uma Gota

Havia uma gota em uma nascente de rio.

Era uma simples gota, nada mais que isso.

Mas em sua insignificância tinha uma utopia, um sonho.

Sonhava em um dia, após vencer a correnteza e chegar ao encontro das águas, virar mar.

Ora, quanta pretensão ! Uma gota, uma simples gota, querendo virar mar...

Era difícil, sabia ela, porém não impossível.

E agarrando-se nesse fio de esperança seguiu o seu curso natural de rio, sempre pensando no dia em que certamente encontraria o oceano.

Desafios foram surgindo : pedras, evaporação, galhos, entre outros obstáculos, mas ela nunca desistia.

Outras gotas que partiram com ela não chegaram ao fim, ficaram pelo caminho.

Esta porém, talvez pela sua persistência, pela fé que tinha, de uma forma ou de outra sabia que um dia chegaria lá; e de fato, chegou.

Venceu todos os obstáculos, chegou ao encontro das águas e finalmente realizou seu grande sonho.

Hoje aquela gota, aquela ínfima gota, é mar.

Graças à sua persistência conseguiu o que era considerado uma utopia, uma pretensão incomensurável.

Não importa, hoje aquela gota é mar.

Você também pode ser mar, só depende de si próprio.

Você pode ser como aquelas gotas que ficaram pelo caminho, ou como a gota que protagonizou esta estória.

Só depende de você!

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

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Poderia ser Pior

O dia apenas amanhecera e Jorge já se achava a meio caminho da empresa em que trabalhava.

Os passos lentos e o olhar voltado para o chão, demonstravam a tristeza e o desalento de que estava possuído.

Adentrou o local de trabalho alguns minutos antes do horário, e cumprimentou o colega, um tanto desanimado.

Ao perceber a tristeza de Jorge o companheiro lhe perguntou interessado :

— O que aconteceu com você? Seu olhar denuncia sentimentos amargos...

— É verdade. Trago nos ombros o peso da desesperança...

— À minha volta só acontecem desgraças e mais desgraças...

Sinto-me impotente, e penso que sou o homem mais infeliz da face da terra.

— Mas, afinal de contas, o que aconteceu ? - Indagou o colega.

— Ora, meu irmão mais novo contraiu grande dívida e fugiu sem deixar o endereço. Meu cunhado envolveu-se com assaltantes e está atrás das grades.

O companheiro que ouvia atento, observou : mas podia ser pior...

Jorge continuou :

— Minha esposa, levianamente envolveu-se com um rapaz bem mais novo que ela, e abandonou o lar...

— Mas podia ser pior... - Retrucou o colega.

— Meu melhor amigo me traiu, espalhando calúnias a meu respeito...

— No entanto, podia ser pior... - Falou novamente o companheiro.

Jorge não suportou mais ouvir aquela afirmativa e perguntou um tanto irritado :

— Ora, eu já lhe contei tantas desgraças e você só sabe dizer que podia ser pior ?

O que poderia acontecer que fosse pior ?

O amigo respondeu serenamente :

— você falou que o seu irmão tomou um empréstimo e não honrou o compromisso... Que seu cunhado envolveu-se em assaltos... Que sua esposa o traiu... Que seu melhor amigo o caluniou... E eu posso afirmar com segurança que podia ser pior, se fosse você o autor de tantos desatinos...

Jorge um tanto chocado, olhou longamente para o colega e respondeu meio reticente:

— É... Podia mesmo ser pior...

Às vezes nos deparamos com situações que nos deixam tristes, porque sentimos o coração dilacerado pela traição, pela calúnia, ou pelos equívocos dos entes queridos.

Todavia, se já conseguimos permanecer fiéis à nossa própria consciência, poderemos oferecer apoio aos que ainda se debatem nas águas turbulentas dos vícios morais.

Ainda que a navalha da ingratidão nos dilacere o coração...

Ainda que a desgraça dos seres amados comprima nosso coração afetuoso...

Ainda que tenhamos que sorver a taça da calúnia, lembremos o exemplo maior de Jesus, diante da traição do amigo que com ele convivera por longos anos...

Lembremos as lágrimas do Sublime Galileu diante do sofrimento alheio...

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

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A Lâmpada Queimada

Era véspera de Natal.

Em todas as casas havia intensa alegria.

Nas ruas, era grande o movimento.

Pessoas transitavam com pacotes, entrando e saindo de lojas cheias de compradores e vendedores ansiosos.

O homem e a mulher se aproximaram de um restaurante.

A mulher trazia nos olhos o brilho dos que sabem compartilhar alegrias e se sentem felizes com pequenas coisas.

Sorria.

O homem se apresentava carrancudo.

O rosto marcado por rugas de preocupação.

No coração, um tanto de revolta.

Sentaram-se à mesa e, enquanto ela olhava o cardápio, procurando algo simples e gostoso para o lanche, ele começou a reclamar.

Reclamou que as coisas não estavam dando certo.

Ele tinha investido em um determinado produto em sua loja, contando que as vendas fossem excelentes, mas não foram.

O produto não era tão atraente assim.

Ou talvez fosse o preço.

Enfim, o comerciante reclamava e reclamava.

De repente, ele parou de falar.

Observou que sua esposa parecia não estar ouvindo o que ele dizia.

Em verdade, ela estava mesmo era em outra esfera.

Olhava fixamente para uma árvore de natal que enfeitava o balcão do pequeno restaurante.

Sim, ela não estava interessada na sua conversa.

Ele também olhou na mesma direção e, de forma mecânica, comentou : a árvore está bem enfeitada, mas tem uma lâmpada queimada no meio das luzes. É verdade, respondeu a mulher.

Há uma lâmpada queimada.

E você conseguiu vê-la porque está pessimista, meu amor.

Não conseguiu perceber a beleza das dezenas de outras luzes coloridas que acendem e apagam, lançando reflexos no ambiente.

Assim também acontece com a nossa vida.

Você está reclamando da venda do produto que não deu certo e se mostra triste.

Mas está esquecido das dezenas de bênçãos que brilharam durante todo o ano para nós.

Você está fixando seu olhar na única lâmpada que não iluminou nada.

Não há dúvida de que acharemos, no balanço das nossas vidas, diversas ocorrências que nos infelicitam.

Podemos chegar a sentir como se o mundo ruísse sob os nossos pés.

Porém, a maior tristeza que pode se abater sobre a criatura, multiplicando dificuldades para o espírito, é o mau aproveitamento das oportunidades que Deus lhe concede, para evoluir e brilhar.

Meditemos sobre isso e descubramos as centenas de lâmpadas que brilham em nossos caminhos.

Ao lado das dores e problemas que nos atingem as vidas, numerosas são as bênçãos que nos oferece a divindade.

Apliquemo-nos no dom de ver e ouvir o que é bom, belo e positivo.

Contemplemos a noite que se estende sobre a terra e sem nos determos no seu manto escuro, descubramos no brilho das estrelas as milhares de lâmpadas que Deus posicionou no espaço para encher de luz os nossos olhos.

Acostumemo-nos a observar e a ver o bem em toda a parte a fim de que a felicidade nos alcance e possamos sentir a presença do criador, que é amor na sua expressão mais sustentando-nos as vidas.

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

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A Lição das Gaivotas

Um enorme transatlântico partiu de movimentado porto rumo a outro continente.

Do convés, os passageiros acenavam lenços e agitavam mãos, em manifestações de adeuses.

No porto, muitas pessoas acenavam igualmente e lançavam beijos ao ar, num misto de antecipada saudade e carinho.

Pouco depois os que se encontravam no convés, ainda observando os que permaneciam em terra, puderam constatar uma nuvem de gaivotas prateadas acompanhando o imenso navio.

O seu vôo atraiu a atenção de quase todos, tanto pela algazarra que promoviam, quanto pelo capricho de suas voltas, ao redor da enorme máquina concebida pelo homem.

Passada uma meia hora de viagem, o tempo se tornou ameaçador.

Ondas de espuma se levantavam ao açoitar dos ventos violentos.

Esboçou-se no firmamento uma tremenda tempestade.

Com suas possantes máquinas, o navio cortava as vagas agitadas e parecia fazê-lo com dificuldade, dada a presença dos elementos da natureza em convulsão.

Um dos poucos viajantes que até então permanecia no tombadilho, contemplou as aves a voejar e as lastimou.

Como podiam elas, com suas asas tão débeis lutar contra o tufão, desamparadas nos céus ?

Elas nada tinham além do próprio corpo para o enfrentar.

Suas asas resistiriam ao vento implacável, se o possante navio, com suas máquinas que representam milhares de cavalos resistia com dificuldade ao tempo torrencial?

De repente, aquele homem que estava tão compadecido das avezinhas do mar, ficou perplexo. É que as pequenas gaivotas, estendendo as asas que Deus lhes deu abandonaram o navio na tempestade e se ergueram acima da tormenta, passando a voar numa região serena dos ares.

E a máquina, representando a ciência humana, prosseguiu na sua luta penosa para resistir à fúria dos elementos.

Em nossas vidas ocorre de forma semelhante.

Quando pretendemos lutar unicamente com nossos próprios meios, encontramos o fustigar dos ventos das dificuldades atrozes, que vergastam a alma e maceram o corpo.

Contudo, se utilizarmos os recursos da oração alcançaremos as possibilidades das asas das gaivotas.

Pelas asas poderosas da prece, o homem pode se elevar acima das tempestades do cotidiano e voar placidamente.

Envolvidos pelas luzes da prece, alcançaremos regiões que o vendaval das paixões inferiores não alcança.

Fortificados pela oração, enfrentaremos o mar agitado dos problemas, a fúria das vicissitudes, e chegaremos ao porto seguro que todos almejamos.

Quando o triunfo nos alcançar ou quando sofrermos aparentes quedas, busquemos Jesus e falemos sem palavras ao Seu coração de Mestre e

Amigo.

Condutor vigilante de nossas almas, Ele assumirá o leme da frágil embarcação das nossas vidas, permitindo-nos singrar o mar agitado das nossas dores, com coragem e segurança.

A medida ideal será sempre orar antes de agir, a fim de evitar que procedamos de forma imprevidente, o que nos conduziria ao desespero e a maior soma de dores.

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

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Um Simples Conselho

Certa vez um jovem muito rico foi procurar um rabi para lhe pedir um conselho.

Toda a fortuna que possuía não era capaz de lhe proporcionar a felicidade tão sonhada.

Falou da sua vida ao rabi e pediu a ajuda.

Aquele homem sábio o conduziu até uma janela e lhe pediu para que olhasse para fora com atenção, e o jovem obedeceu.

— O que você vê através do vidro, meu rapaz?

— Vejo homens que vêm e vão, e um cego pedindo esmolas na rua.

Então o homem lhe mostrou um grande espelho e novamente o interrogou : o que você vê neste espelho ?

Vejo a mim mesmo, disse o jovem prontamente.

— E já não vê os outros, não é verdade ?

E o sábio continuou com suas lições preciosas :

— Observe que a janela e o espelho são feitos da mesma matéria prima : o vidro.

Mas no espelho há uma camada fina de prata colada ao vidro e, por essa razão, você não vê mais do que sua própria pessoa.

Se você se comparar a essas duas espécies de vidro, poderá retirar uma grande lição.

Quando a prata do egoísmo recobre a nossa visão, só temos olhos para nós mesmos e não temos chance de conquistar a felicidade efetiva.

Mas quando olhamos através dos vidros limpos da compaixão, encontramos razão para viver e a felicidade se aproxima.

Por fim, o sábio lhe deu um simples conselho :

— Se quiser ser verdadeiramente feliz, arranque o revestimento de prata que lhe cobre os olhos para poder enxergar e amar aos outros.

Eis a chave para a solução dos seus problemas.

Se você também não está feliz com as respostas que a vida tem lhe oferecido, talvez fosse interessante tentar de outra forma.

Muitas vezes, ficamos olhando somente para a nossa própria imagem e nos esquecemos de que é preciso retirar a camada de prata que nos impede de ver a necessidade à nossa volta.

Quando saímos da concha de egoísmo, percebemos que há muitas pessoas em situação bem mais difícil que a nossa e que dariam tudo para estar em nosso lugar.

E quando estendemos a mão para socorrer o próximo, uma paz incomparável nos invade a alma. É como se Deus nos envolvesse em bênçãos de agradecimento pelo ato de compaixão para com Seus filhos em dificuldades.

Ademais, quem acende a luz da caridade, é sempre o primeiro a beneficiar-se dela.

E a caridade tem muitas maneiras de se apresentar :

Pode ser um sorriso gentil...

Uma palavra que anima e consola...

Um abraço de ternura...

Um aperto de mão...

Um pedaço de pão...

Um minuto de atenção...

Um gesto de carinho...

Uma frase de esperança...

E quem de nós pode dizer que não necessita ou nunca necessitará dessas pequenas coisas ?

"A caridade é o gênio celestial que nos tece asas de luz para a comunhão com o pensamento divino, se soubermos esquecer de nós mesmos para construir a felicidade daqueles que nos estendem as mãos."

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

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O Exemplo Sempre Fala mais Alto

As sandálias do discípulo fizeram um barulho especial nos degraus da escada de pedra que levavam aos porões do velho convento.

Era naquele local que vivia um homem muito sábio.

O jovem empurrou a pesada porta de madeira, entrou e demorou um pouco para acostumar os olhos com a pouca luminosidade.

Finalmente, ele localizou o ancião sentado atrás de uma enorme escrivaninha, tendo um capuz a lhe cobrir parte do rosto.

De forma estranha, apesar do escuro, ele fazia anotações num grande livro, tão velho quanto ele.

O discípulo se aproximou com respeito e perguntou, ansioso pela resposta :

— Mestre, qual o sentido da vida ?

O idoso monge permaneceu em silêncio.

Apenas apontou um pedaço de pano, um trapo grosseiro no chão junto à parede.

Depois apontou seu indicador magro para o alto, para o vidro da janela, cheio de poeira e teias de aranha.

Mais do que depressa, o discípulo pegou o pano, subiu em algumas prateleiras de uma pesada estante forrada de livros.

Conseguiu alcançar a vidraça, começou a esfregá-la com força, retirando a sujeira que impedia a transparência.

O sol inundou o aposento e iluminou com sua luz estranhos objetos, instrumentos raros, dezenas de papiros e pergaminhos com misteriosas anotações.

Cheio de alegria, o jovem declarou :

— Entendi, mestre. Devemos nos livrar de tudo aquilo que não permita o nosso aprendizado.

Buscar retirar o pó dos preconceitos e as teias das opiniões que impedem que a luz do conhecimento nos atinja.

Só então poderemos enxergar as coisas com mais nitidez.

Fez uma reverência e saiu do aposento, a fim de comunicar aos seus amigos o que aprendera.

O velho monge, de rosto enrugado e ainda encoberto pelo largo capuz, sentiu os raios quentes do sol a invadir o quarto com uma claridade a que se desacostumara.

Viu o discípulo se afastando, sorriu levemente e falou :

— Mais importante do que aquilo que alguém mostra é o que o outro enxerga.

Afinal, eu só queria que ele colocasse o pano no lugar de onde caiu.

Pense em como aquilo que você faz todos os dias, está influenciando os outros.

Por isso, aja sempre no bem.

Faça as coisas corretas, começando pelas pequenas coisas como, por exemplo, manter limpa a cidade.

Seja você aquele que não joga papel no chão.

Coloque-o no bolso, na bolsa, num lugarzinho no chão do carro.

Quando passar por uma lixeira, deposite-o ali.

Seja você aquele que respeita os sinais de trânsito.

Não estacione seu carro sobre a calçada.

Não estacione em fila dupla.

Respeite as filas de ônibus, do banco, do supermercado, em qualquer lugar.

Espere a sua vez sem reclamar nem xingar.

Preserve a paz.

Não arranque flores dos jardins públicos, mesmo que seja para plantar em sua casa, em seu jardim.

Preserve o que é de todos.

Enfim, dê o bom exemplo em tudo.

Ao seu lado, sempre haverá uma criança, um jovem, um adulto, alguém enfim que se achará no direito de fazer o que você faz, principalmente se você for alguém que ele respeita, como o pai, a mãe, o professor, o melhor amigo, o político conhecido na cidade.

E lembra-se : "mais importante do que aquilo que alguém mostra é o que o outro enxerga".

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

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A Montanha da Vida

A vida pode ser comparada à conquista de uma montanha.

Como a vida, ela possui altos e baixos.

Para ser conquistada, deve merecer detalhada observação, a fim de que a chegada ao topo se dê com sucesso.

Todo alpinista sabe que deve ter equipamento apropriado.

Quanto mais alta a montanha, maiores os cuidados e mais detalhados os preparativos.

No momento da escalada, o início parece ser fácil.

Quanto mais subimos, mais árduo vai se tornando o caminho.

Chegando a uma primeira etapa, necessitamos de toda a força para prosseguir.

O importante é perseguir o ideal: chegar ao topo. À medida que subimos, o panorama que se descortina é maravilhoso.

As paisagens se desdobram à vista, mostrando-nos o verde intenso das árvores, as rochas pontiagudas desafiando o céu.

Lá embaixo, as casas dos homens tão pequenas... É dali, do alto, que percebemos que os nossos problemas, aqueles que já foram superados são do tamanho daquelas casinhas.

Pode acontecer que um pequeno descuido nos faça perder o equilíbrio e rolamos montanha abaixo.

Batemos com violência em algum arbusto e podemos ficar presos na frincha de uma pedra. É aí que precisamos de um amigo para nos auxiliar.

Podemos estar machucados, feridos ao ponto de não conseguir, por nós mesmos, sair do lugar.

O amigo vem e nos cura os ferimentos.

Estende-nos as mãos, puxa-nos e nos auxilia a recomeçar a escalada.

Os pés e as mãos vão se firmando, a corda nos prende ao amigo que nos puxa para a subida.

Na longa jornada, os espaços acima vão sendo conquistados dia a dia.

Por vezes, o ar parece tão rarefeito que sentimos dificuldade para respirar.

O que nos salva é o equipamento certo para este momento.

Depois vêm as tempestades de neve, os ventos gélidos que são os problemas e as dificuldades que ainda não superamos.

Se escorregamos numa ladeira de incertezas, podemos usar as nossas habilidades para parar e voltar de novo.

Se caímos num buraco de falsidade de alguém que estava coberto de neve, sabemos a técnica para nos levantar sem torcer o pé e sem machucar quem esteja por perto.

Para a escalada da montanha da vida, é preciso aprender a subir e descer, cair e levantar, mas voltar sempre com a mesma coragem.

Não desistir nunca de uma nova felicidade, uma nova caminhada, uma nova paisagem, até chegar ao topo da montanha.

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

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A Grande Diferença

Os alunos residentes estavam reunidos discutindo suas dificuldades.

Todos eram unânimes em afirmar que o maior problema no hospital era o dr. M.

Ninguém gostava daquele médico que tinha a seus cuidados, pacientes portadores de câncer.

Ele era brilhante em seu trabalho mas intolerável no trato pessoal.

Era áspero, arrogante e nunca admitia que alguém falasse que um de seus pacientes iria morrer.

A médica psiquiatra que a tudo escutava, inesperadamente falou :

— Não se pode ajudar uma outra pessoa sem gostar um pouquinho dela. Há alguém aqui que goste dele?

Depois de muitas caretas, risos e gestos hostis, uma moça ergueu a mão hesitante.

Era uma enfermeira.

— Vocês não conhecem esse homem, ela começou. Não conhecem a pessoa que ele é. Todas as noites, depois que todos os médicos já se retiraram, ele visita os pacientes. Começa no quarto mais distante do posto de enfermagem e vem seguindo, entrando de quarto em quarto. Quando entra no primeiro, parece seguro, confiante, de cabeça alta. Mas de cada quarto que sai, suas costas vão se curvando mais. Quando sai do último quarto, está arrasado. Sem alegria, esperança ou satisfação por seu trabalho. O que eu mais desejaria é quando ele está assim triste, pousar minha mão no seu ombro, como uma amiga. Mas nunca o fiz porque sou só uma enfermeira e ele é o chefe do departamento de oncologia.

Nos momentos seguintes, todos se uniram e insistiram para que ela se esforçasse e seguisse o impulso do seu coração.

Aquele homem precisava de ajuda.

Uma semana depois, reunidos novamente, a enfermeira entrou sorridente e disse : "consegui."

Na sexta-feira anterior, ela vira o médico sair arrasado do plantão.

Dois dos seus pacientes haviam morrido naquele dia.

Aproximou-se dele e inesperadamente, ele a levou para o seu consultório e desabafou.

Ele falou como sonhava curar seus pacientes, enquanto os seus amigos, da mesma idade que ele, estavam constituindo família.

Sua vida tinha sido aprender uma especialidade.

Agora, ele ocupava uma posição que podia fazer a diferença para a vida dos enfermos.

E, no entanto, todos eles morriam.

Um após outro, todos morriam.

Ele era um homem acabado, vencido.

Quando ouviram essa história, os residentes se deram conta de como todos somos frágeis e necessitados de afeto.

Também de como uma pessoa tem o poder extraordinário de curar outras, apenas tomando coragem e agindo sob o impulso do coração.

Um ano depois, o dr. M. Era outro homem.

Abriu o seu coração às pessoas e redescobriu as maravilhosas qualidades que possuía, o afeto e a compreensão que o haviam motivado a se tornar um médico.

Um gesto, uma atitude, um olhar podem mudar a vida de uma criatura.

Pessoas ásperas, de trato rude, quase sempre estão ocultando as suas mágoas e pesares profundos.

Por vezes, basta um pequeno toque para que elas abram o coração e demonstrem toda a sua fragilidade.

E o que faz a grande diferença na vida de tais pessoas é a demonstração de afeto, que pode ser de um grande amor, de um amigo, de um irmão ou de um colega de trabalho.

Por tudo isso, esteja atento.

Olhe ao redor e descubra se você, com sua atitude, não pode fazer a grande diferença na vida de alguém.

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

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Quanto Custa um Milagre?

Uma garotinha esperta de apenas seis anos de idade, ouviu seus pais conversando sobre seu irmãozinho mais novo.

Tudo que ela sabia era que o menino estava muito doente e que estavam completamente sem dinheiro.

Iriam se mudar para um apartamento num subúrbio, no próximo mês, porque seu pai não tinha recursos para pagar as contas do médico e o aluguel do apartamento.

Somente uma intervenção cirúrgica muito cara poderia salvar o garoto, e não havia ninguém que pudesse emprestar-lhes dinheiro.

A menina ouviu seu pai dizer a sua mãe chorosa, com um sussurro desesperado: somente um milagre poderá salvá-lo.

Ela foi ao seu quarto e puxou o vidro de gelatina de seu esconderijo, no armário.

Despejou todo o dinheiro que tinha no chão e contou-o cuidadosamente, três vezes.

O total tinha que estar exato.

Não havia margem de erro.

Colocou as moedas de volta no vidro com cuidado e fechou a tampa.

Saiu devagarzinho pela porta dos fundos e andou cinco quarteirões até chegar à farmácia.

Esperou pacientemente que o farmacêutico a visse e lhe desse atenção, mas ele estava muito ocupado no momento.

Ela, então, esfregou os pés no chão para fazer barulho, e nada !

Limpou a garganta com o som mais alto que pôde, mas nem assim foi notada.

Por fim, pegou uma moeda e bateu no vidro da porta.

Finalmente foi atendida!

— O que você quer? perguntou o farmacêutico com voz aborrecida.

— Estou conversando com meu irmão que chegou de Chicago e que não vejo há séculos, disse ele sem esperar resposta.

— Bem, eu quero lhe falar sobre meu irmão, respondeu a menina no mesmo tom aborrecido, ele está realmente doente... e eu quero comprar um milagre.

— Como?, balbuciou o farmacêutico admirado.

— Ele se chama Andrew e está com alguma coisa muito ruim crescendo dentro de sua cabeça e papai disse que só um milagre poderá salvá-lo. E é por isso que eu estou aqui. Então, quanto custa um milagre?

— Não vendemos milagres aqui, garotinha. Desculpe, mas não posso ajudá-la, respondeu o farmacêutico, com um tom mais suave.

— Escute, eu tenho o dinheiro para pagar. Se não for suficiente, conseguirei o resto. Por favor, diga-me quanto custa, insistiu a pequena.

O irmão do farmacêutico era um homem gentil. Deu um passo à frente e perguntou à garota:

— Que tipo de milagre seu irmão precisa?

— Não sei, respondeu ela, levantando os olhos para ele. Só sei que ele está muito mal e mamãe diz que precisa ser operado. Como papai não pode pagar, quero usar meu dinheiro.

— Quanto você tem, perguntou o homem de Chicago. Um dólar e onze centavos, respondeu a menina num sussurro.

— É tudo que tenho, mas posso conseguir mais se for preciso.

— Puxa, que coincidência, sorriu o homem. Um dólar e onze centavos!

Exatamente o preço de um milagre para irmãozinhos.

O homem pegou o dinheiro com uma mão e, dando a outra mão à menina, disse :

— Leve-me até sua casa. Quero ver seu irmão e conhecer seus pais. Quero ver se tenho o tipo de milagre que você precisa.

Aquele senhor gentil era um cirurgião, especializado em Neurocirurgia.

A operação foi feita com sucesso e sem custos.

Alguns meses depois Andrew estava em casa novamente, recuperado.

A mãe e pai comentavam alegremente sobre a seqüência de acontecimentos ocorridos.

— A cirurgia, murmurou a mãe, foi um milagre real. Gostaria de saber quanto custou!

A menina sorriu.

Ela sabia exatamente quanto custa um milagre...

Um dólar e onze centavos... Mais a fé de uma garotinha...

Não há situação, por pior que seja, que resista ao milagre do amor.

Quando o amor entra em ação, tudo vence e tudo acalma.

Onde o amor se apresenta, foge a dor, se afasta o sofrimento e o egoísmo bate em retirada.

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

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O Amor e a Loucura

Há tempos atrás viviam duas crianças, um menino e uma menina, que tinham entre cinco e seis anos de idade.

O menino chamava-se Amor e a menina, Loucura.

O Amor sempre foi uma criança calma, doce e compreensiva.

Já Loucura era emotiva, passional e impulsiva.

Enfim, do tipo que jamais levava desaforo para casa.

Entretanto, com todas as diferenças, as crianças cresciam juntas, inseparáveis, brincando, brigando...

Mas houve um dia em que Amor não estava muito bem e acabou cedendo às provocações de Loucura, com a qual teve uma discussão muito feia.

Ela não deixava nada barato; estava furiosa como nunca com Amor e começou a agredi-lo, não só verbalmente, como de costume.

Ela estava tão descontrolada que o agrediu fisicamente, e antes que pudesse perceber, arrancou os olhos de Amor.

O Amor, sem saber o que fazer, foi chorando contar à sua mãe, a deusa

Afrodite, o que havia acontecido.

Inconsolada, Afrodite foi até Zeus e implorou-lhe que ajudasse seu filho e castigasse Loucura.

Zeus então, ordenou que chamassem a garota para uma conversa séria.

Ao ser interrogada, a menina respondeu como se estivesse com a razão : que Amor havia lhe aborrecido e que fora merecido tudo o que tinha acontecido com ele.

Embora soubesse que não fora justa com o seu amigo, ela, que nunca soube se desculpar, concluiu dizendo que a culpa havia sido de Amor e que não estava nem um pouco arrependida.

Zeus, perplexo com a aparente frieza daquela criança, disse que nada poderia fazer para devolver a visão à Amor, mas ordenou que Loucura fosse condenada a guiá-lo por toda a eternidade, estando sempre junto ao Amor, em cada passo que ele desse.

E até hoje eles caminham juntos : onde quer que o Amor esteja, com ele estará Loucura, quase que fundidos numa só essência.

Tão unidos que, por vezes, não se consegue definir onde termina o Amor e onde começa a Loucura. É também por isso que se usa dizer que o amor é cego.

Mas, isso não é verdade, pois O AMOR TEM OS OLHOS DA LOUCURA.

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

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Todas as Coisas têm Dois Lados

Suponha que lhe aconteceu, o que me aconteceu. Recebi da Espanha um chaveiro de metal.

Já era importante por ser um presente.

Percebendo o peso e a cor, conclui sem pestanejar : É de prata !

Feliz da vida, coloquei nele as chaves do meu carro e passei a desfrutar da pequena jóia.

Acresce que, além do lado liso e brilhante, o outro lado trazia um baixo relevo, que a tornava verdadeira obra de arte.

O prazer com que passei a usá-lo está na origem do que vim a sentir, meses depois.

Certa manhã, fui pegar o chaveirinho de prata na garagem do meu prédio.

Sabe, a necessidade de manobras...E foi então que recebi o choque..

Custei a me recuperar.

Não havia sido roubado, não ! Talvez tenha sido pior.

A parte de trás estava inexplicavelmente des-cas-ca-da !

O amarelo vivo do latão, metal amarelo, acusava uma decepção.

O desapontamento tomou conta de mim.

Fiquei paralisado por alguns momentos.

Aí olhei o lado da frente.

Estava em ordem.

Tive, então, um estalo.

Olhar o lado descascado me causava desprazer, mas eu podia olhar o da frente e continuar gostando dele.

A escolha era minha.

Eu era responsável por me sentir bem ou me sentir mal.

Já que os dois lados eram reais, seria tão honesto preferir olhar mais um lado do que outro.

Eu não estaria mentindo para mim mesmo, se preferisse olhar o lado bem conservado; e me tornaria responsável por me sentir bem.

Comecei a perceber, então, que todas as coisas da vida têm dois lados.

Um lado sombrio, desagradável, penoso.

E outro, claro, luminoso, colorido.

Podia assim escolher, para vantagem minha, o lado que me conservaria sempre no melhor astral.

Por exemplo, o fato de ter furado o pneu do carro, coisa desagradável, é o lado sombrio; mas, pensando bem, isso só acontece com que tem carro ! É o lado luminoso e colorido do mesmíssimo fato.

Você pode se dar ao luxo de ter de trocar o pneu de seu carro de vez em quando, pois, em contrapartida, ele lhe dá prazer e lhe presta serviço no resto do tempo.

Outro exemplo.

Uma chuva inesperada impede você e sua família de saírem para um piquenique, como haviam planejado. É o lado sombrio.

Mas, em compensação, você poderá ter tempo em casa, finalmente, para arrumar aquela torneira pingando ou para assistir a um filme, há muito esperado, no seu vídeo-cassete.

Pode ser o lado luminoso.

Ou, ainda, alguém sofre um pequeno acidente ou contrai uma febre, ficando obrigado a ficar de cama. É o lado sombrio.

O lado luminoso - e quantas vezes acontecido ! - pode ser a experiência de repensar a vida; ou a de cair na conta finalmente de quanto é estimado e visitado pelos parentes e amigos, apesar de ter tido dúvidas, até então.

Um último exemplo.

Seu patrão lhe chama a atenção com freqüência, seus colegas de trabalho costumam ser competitivos e pouco amigos. É o lado sombrio.

Você não se vai acomodar, é claro.

Vai tomar providências cabíveis para que a situação melhore.

Mas, por outro lado, você tem emprego, o que não é para se minimizar.

Quantos gostariam de ter um!

Você poderia objetar em primeiro lugar : Mas, esse não é o jogo da

Polyanna ?

Não é o mesmo que mentir para si mesmo e fazer de conta, como quem esconde o sol com a peneira ?

Desde o início pode ter ficado claro que olhar qualquer dos lados é honesto, e que você é responsável pelo lado que prefere fixar.

Olhando o lado bonito da vida, não está escondendo nada, apenas está preferindo ser feliz. Qual é o mal?

Você ainda poderia dizer : Mas isso é tão difícil!

Será que alguém consegue pensar assim? Eu lhe garanto que é possível.

Vamos concordar também que é difícil. Ora!

O quê não é difícil, quando enfrentado pela primeira vez!

Digitar numa máquina de escrever, dirigir um carro, aprender língua estrangeira, escrever corretamente o português, fazer tricô e qualquer outra coisa no mundo.

Entretanto, seja o que for, você consegue dominar qualquer uma, com duas condições : ter a receita correta e treinar com perseverança.

Então, você também pode descobrir o lado colorido e mais real da sua vida.

Nada o impede.

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

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Amor em Família

Aconteceu enquanto eu esperava por um amigo no aeroporto.

Procurando localizar meu amigo no portão de desembarque, notei um homem que vinha com duas malas.

Ele parou perto de mim para cumprimentar sua família. Primeiro, ele abraçou o filho mais novo (talvez 6 anos de idade).

Eles trocaram um longo e carinhoso abraço.

E então se separaram o suficiente para olhar um ao outro.

Foi quando eu ouvi o pai dizer :

— É tão bom te ver, filho. Eu senti tanta falta de você!

O filho sorriu e, meio acanhado, respondeu suavemente :

— Eu também, papai !

Então o homem se levantou, contemplou os olhos do filho mais velho (talvez 9 ou 10 anos) e disse :

— Você já está um homenzinho. Eu te amo muito, Zach!

E também trocaram um longo e fraterno abraço.

Enquanto isto acontecia, um bebê estava excitada nos braços da mãe.

O homem, segurando delicadamente no queixo da menina, disse :

— Olá minha gatinha !

E pegou a criança suavemente.

Ele a beijou no rosto e a apertou contra o peito.

A pequena menina relaxou imediatamente e simplesmente deitou a cabeça no ombro dele e ficou imóvel em pura satisfação.

Depois ele entregou a filha aos cuidados do mais velho e declarou :

— O melhor por último.

E deu em sua esposa o beijo mais longo e mais apaixonado que eu me lembro de ter visto.

Ele a olhou nos olhos por alguns segundos e então silenciosamente declamou :

— Eu te amo tanto !

Olharam-se nos olhos, enquanto abriam grandes sorrisos segurando-se pelas mãos.

Por um momento eles me pareceram recém casados, mas pela idade das crianças ficava claro que não eram.

Eu senti um incômodo de repente, era como se eu estivesse invadindo algo sagrado e fiquei embasbacado ao ouvir minha própria voz nervosamente perguntar :

— Emocionante ! Quanto tempo os dois tem de casado ?

— São 14 anos. Ele respondeu, sem desviar o olhar do rosto da esposa.

— Bem, então, quanto tempo você esteve fora ?

O homem, finalmente, virou e olhou para mim, ainda irradiando um sorriso jovial.

— Dois dias inteiros !

Dois dias ? Fiquei atordoado.

Pela intensidade da saudação, tinha concluído que ele tivesse se afastado por pelo menos várias semanas, se não meses.

Eu sei que minha expressão me traiu.

Eu disse quase imediatamente, procurando terminar minha intrusão com alguma graça (e voltar a procurar por meu amigo):

— Eu espero que meu casamento seja ainda apaixonado depois de 12 anos!

O homem deixou de sorrir de repente.

Ele me olhou diretamente nos olhos, e com uma expressão séria que até me assustou, respondeu :

— Não espere, amigo... DECIDA !

Então seu sorriso brilhou novamente, me deu um aperto de mão e disse :

— Deus lhe abençoe !

Com isso, viraram-se, ele e a família, e saíram.

Eu ainda estava observando aquela excepcional família caminhando para longe da vista quando meu amigo surgiu e perguntou :

— Ei ! Está olhando o que ?

Sem hesitar eu respondi :

— Meu futuro.

Aqui está a bela lição de que tudo depende de nós e que podemos lutar por um futuro melhor e cheio de amor ao lado da nossa família, acreditamos que tudo é exatamente como a gente quer.

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

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Oportunidades da Vida

Um garoto que nasceu com uma doença que não tinha cura.

Tinha 17 anos e podia morrer a qualquer momento.

Sempre viveu na casa de seus pais, sob o cuidado constante de sua mãe.

Um dia decidiu sair sozinho e, com a permissão da mãe, caminhou pela sua quadra, olhando as vitrines e as pessoas que passavam.

Ao passar pôr uma loja de discos, notou a presença de uma garota, mais ou menos da sua idade, que parecia ser feita de ternura e beleza.

Foi amor a primeira vista.

Abriu a porta e entrou, sem olhar para mais nada que não a sua amada.

Aproximando-se timidamente, chegou ao balcão onde ela estava.

Quando o viu, ela deu-lhe um sorriso e perguntou se podia ajuda-lo em alguma coisa.

Era o sorriso mais lindo que ele já havia visto, e a emoção foi tão forte que ele mal conseguiu dizer que queria comprar um CD.

Pegou o primeiro que encontrou, sem nem olhar de quem era, e disse :

— Esse aqui.

— Quer que embrulhe para presente ?

Perguntou a garota sorrindo ainda mais e ele só mexeu com a cabeça para dizer que sim.

Ela saiu do balcão e voltou, pouco depois, com o CD muito bem embalado.

Ele pegou o pacote e saiu, louco de vontade de ficar por ali, admirando aquela figura divina.

Daquele dia em diante, todos as tardes voltava a loja de discos e comprava um CD qualquer.

Todas as vezes a garota deixava o balcão e voltava com um embrulho cada vez mais bem feito, que ele guardava no closet, sem nem abrir.

Ele estava apaixonado, mas tinha medo da reação dela, e assim, por mais que ela sempre o recebesse com um sorriso doce, não tinha coragem para convida-la para sair e conversar.

Comentou sobre isso com sua mãe e ela o incentivou, muito, a chama-la para sair.

Um dia, ele se encheu de coragem e foi para a loja.

Como todos os dias comprou outro CD e, como sempre, ela foi embrulha-lo.

Quando ela não estava vendo, escondeu um papel com seu nome e telefone no balcão e saiu da loja correndo.

No dia seguinte o telefone tocou e a mãe do jovem atendeu.

Era a garota perguntando por ele.

A mãe, desconsolada, nem perguntou quem era, começou a chorar e disse:

— Então, você não sabe ? Faleceu essa manhã.

Mais tarde, a mãe entrou no quarto do filho, para olhar suas roupas e ficou muito surpresa com a quantidade de CDs, todos embrulhados.

Ficou curiosa e decidiu abrir um deles.

Ao faze-lo, viu cair um pequeno pedaço de papel, onde estava escrito :

— Você é muito simpático, não quer me convidar para sair ? Eu adoraria.

Emocionada, a mãe abriu outro CD e dele também caiu um papel que dizia o mesmo, e assim todos quantos ela abriu traziam uma mensagem de carinho e a esperança de conhecer aquele rapaz.

Assim é a vida : não espere demais para dizer a alguém especial aquilo que você sente.

Diga-o já; amanhã pode ser muito tarde.

Essa mensagem foi escrita para fazer as pessoas refletirem e assim, pouco a pouco, ir mudando sua vida.

Esta mensagem é para dizer que você é muito especial, diga agora a alguém o que ainda não foi dito.

Não deixe para amanhã.

Quem sabe não dá mais tempo.

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

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Os Sentimentos

Era uma vez uma linda ilha, onde moravam os seguintes sentimentos : a Alegria, a Tristeza, a Vaidade, a Sabedoria, o Amor e outros.

Um dia avisaram a todos o moradores dessa ilha que ela seria inundada.

Apavorado, o Amor cuidou para que todos os sentimentos se salvassem.

Todos correram e pegaram seus barquinhos, para irem a um morro bem alto.

Só o Amor não se apressou pois queria ficar um pouco mais em sua ilha.

Quando já estava quase afogando, correu para pedir ajuda.

Estava passando a Riqueza e ele disse :

— Riqueza, me leva com você?

— Não posso, meu barco está cheio de prata e ouro e você não vai caber.

Passou então a Vaidade e ele pediu :

— Oh!, Vaidade me leva com você?

— Não posso, você vai sujar meu barco.

Logo atrás vinha a Tristeza.

— Tristeza, posso ir com você?

— Ah... Amor, eu estou tão triste que prefiro ir sozinha.

Passa a Alegria que estava tão alegre que nem ouviu o Amor chamar por ela.

Já desesperado, achando que iria ficar só, o Amor começou a chorar.

Então passou um barquinho onde estava um velhinho e ele disse :

— Sobe, Amor que eu te levo.

O Amor ficou tão radiante de felicidade, que até se esqueceu de perguntar o nome do velhinho.

Chegando ao morro onde estavam os sentimentos, o Amor perguntou a

Sabedoria :

— Sabedoria, quem era o velhinho que me trouxe até aqui ?

— O nome do velhinho é o Tempo.

— O Tempo ? Mas porque só o Tempo me trouxe até aqui ?

PORQUE SÓ O TEMPO É CAPAZ DE AJUDAR E ENTENDER UM GRANDE AMOR.

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

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O Soldado

Esta historia é sobre um soldado que finalmente estava voltando para casa depois de ter lutado no Vietnã.

Ele ligou para seus pais em São Francisco :

— Mãe, Pai, eu estou voltando para casa, mas, eu tenho um favor a pedir.

Eu tenho um amigo que eu gostaria de trazer comigo.

— Claro, eles responderam, nos adoraríamos conhece-lo !!!!

— Há algo que vocês precisam saber - contínuou o filho - ele foi terrivelmente ferido na luta; ele pisou em uma mina e perdeu um braço e uma perna.

Ele não tem nenhum lugar para ir e, por isso, eu quero que ele venha morar conosco.

— Eu sinto muito em ouvir isso filho, nos talvez possamos ajuda-lo a encontrar um lugar para ele morar.

— Não, mamãe e papai, eu quero que ele venha morar conosco.

— Filho, disse o pai, você não sabe o que esta pedindo.

Alguém com tanta dificuldade seria um grande fardo para nós.

Nós temos nossas próprias vidas e não podemos deixar que uma coisa como esta interfira em nosso modo de viver.

Acho que você deveria voltar para casa e esquecer este rapaz.

Ele encontrara uma maneira de viver por si mesmo.

Neste momento, o filho bateu o telefone.

Os pais não ouviram mais nenhuma palavra dele.

Alguns dias depois, no entanto, ele receberam um telefonema da policia de São Francisco.

O filho deles havia morrido depois de ter caído de um prédio.

A policia acreditava em suicídio.

Os pais angustiados voaram para São Francisco e foram levado para o necrotério a fim de identificar o corpo do filho.

Eles o reconheceram, mas, para o seu horror, descobriram algo que desconheciam: o filho deles tinha apenas um braço e uma perna.

Os pais, nesta historia são como muitos de nos.

Achamos fácil amar aqueles que são bonitos ou divertidos, mas, não gostamos das pessoas que nos incomodam ou nos fazem sentir desconfortáveis.

De preferencia, ficamos longe destas e de outras que não são saudáveis, bonitas ou espertas como nos somos.

Graças a DEUS, ha alguém que não nos trata desta maneira.

Alguém que nos ama com um amor incondicional, que nos acolhe dentro de uma só família.

Esta noite, antes de nos recolhermos, façamos uma pequena prece para que DEUS nos de a força que precisamos para aceitar as pessoas como elas são, e ajudar a todos a compreender aqueles que são diferentes de nos.

Há um milagre chamado AMIZADE, que mora em nosso coração.

Você não sabe como ele acontece ou quando surge.

Mas, você sabe que este sentimento especial aflora e você percebe que a Amizade e o presente mais precioso de Deus.

Amigos são como jóias raras.

Eles fazem você sorrir e lhe encorajam para o sucesso.

Eles nos emprestam um ouvido, compartilham uma palavra de incentivo e estão sempre com o coração aberto para nós.

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

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O Último Dia de Vida

Naquela manhã, sentiu vontade de dormir mais um pouco.

Estava cansado porque na noite anterior fora deitar muito tarde.

Também não havia dormido bem.

Tinha tido um sono agitado.

Mas logo abandonou a idéia de ficar um pouco mais na cama e se levantou, pensando na montanha de coisas que precisava fazer na empresa.

Lavou o rosto e fez a barba correndo, automaticamente.

Não prestou atenção no rosto cansado nem nas olheiras escuras, resultado das noites mal dormidas.

Nem sequer percebeu um aglomerado de pelos teimosos que escaparam da lâmina de barbear. "A vida é uma seqüência de dias vazios que precisamos preencher", pensou enquanto jogava a roupa por cima do corpo.

Engoliu o café e saiu resmungando baixinho um "bom dia", sem convicção.

Desprezou os lábios da esposa, que se ofereciam para um beijo de despedida.

Não notou que os olhos dela ainda guardavam a doçura de mulher apaixonada, mesmo depois de tantos anos de casamento.

Não entendia por que ela se queixava tanto da ausência dele e vivia reivindicando mais tempo para ficarem juntos.

Ele estava conseguindo manter o elevado padrão de vida da família, não estava ? Isso não bastava ?

Claro que não teve tempo para esquentar o carro nem sorrir quando o cachorro, alegre, abanou o rabo.

Deu a partida e acelerou.

Ligou o rádio, que tocava uma canção antiga do Roberto Carlos, "detalhes tão pequenos de nós dois..."

Pensou que não tinha mais tempo para curtir detalhes tão pequenos da vida.

Anos atrás, gostava de assistir ao programa de Roberto Carlos nas tardes de domingo.

Mas isso fazia parte de outra época, quando podia se divertir mais.

Pegou o telefone celular e ligou para sua filha.

Sorriu quando soube que o netinho havia dado os primeiros passos.

Ficou sério quando a filha lembrou-o de que há tempos ele não aparecia para ver o neto e o convidou para almoçar.

Ele relutou bastante: sabia que iria gostar muito de estar com o neto, mas não podia, naquele dia, dar-se ao luxo de sair da empresa.

Agradeceu o convite, mas respondeu que seria impossível.

Quem sabe no próximo final de semana ?

Ela insistiu, disse que sentia muita saudade e que gostaria de poder estar com ele na hora do almoço.

Mas ele foi irredutível: realmente, era impossível.

Chegou à empresa e mal cumprimentou as pessoas.

A agenda estava totalmente lotada, e era muito importante começar logo a atender seus compromissos, pois tinha plena convicção de que pessoas de valor não desperdiçam seu tempo com conversa fiada.

No que seria sua hora do almoço, pediu para a secretária trazer um sanduíche e um refrigerante diet.

O colesterol estava alto, precisava fazer um check-up, mas isso ficaria para o mês seguinte.

Começou a comer enquanto lia alguns papéis que usaria na reunião da tarde.

Nem observou que tipo de lanche estava mastigando.

Enquanto engolia relacionava os telefones que deveria dar, sentiu um pouco de tontura, a vista embaçou.

Lembrou-se do médico advertindo-o, alguns dias antes, quando tivera os mesmos sintomas, de que estava na hora de fazer um check-up.

Mas ele logo concluiu que era um mal-estar passageiro, que seria resolvido com um café forte, sem açúcar.

Terminado o "almoço", escovou os dentes e voltou à sua mesa. "A vida continua", pensou.

Mais papéis para ler, mais decisões a tomar, mais compromissos a cumprir.

Nem tudo saía como ele queria.

Começou a gritar com o gerente, exigindo que este cumprisse o prometido.

Afinal, ele estava sendo pressionado pela diretoria. Tinha de mostrar resultados.

Será que o gerente não conseguia entender isso ?

Saiu para a reunião já meio atrasado.

Não esperou o elevador.

Desceu as escadas pulando de dois em dois degraus.

Parecia que a garagem estava a quilômetros de distância, encravada no miolo da terra, e não no subsolo do prédio.

Entrou no carro, deu partida e, quando ia engatar a primeira marcha, sentiu de novo o mal-estar.

Agora havia uma dor forte no peito.

O ar começou a faltar... a dor foi aumentando... o carro desapareceu... os outros carros também...

Os pilares, as paredes, a porta, a claridade da rua, as luzes do teto, tudo foi sumindo diante de seus olhos, ao mesmo tempo em que surgiam cenas de um filme que ele conhecia bem.

Era como se o videocassete estivesse rodando em câmara lenta.

Quadro a quadro, ele via esposa, o netinho, a filha e, uma após outra, todas as pessoas que mais gostava.

Por que mesmo não tinha ido almoçar com a filha e o neto ?

O que a esposa tinha dito à porta de casa quando ele estava saindo, hoje de manhã?

Por que não foi pescar com os amigos no último feriado ?

A dor no peito persistia, mas agora outra dor começava a perturbá-lo: a do arrependimento.

Ele não conseguia distinguir qual era a mais forte, a da coronária entupida ou a de sua alma rasgando.

Escutou o barulho de alguma coisa quebrando dentro de seu coração, e de seus olhos escorreram lágrimas silenciosas.

Queria viver, queria ter mais uma chance, queria voltar para casa e beijar a esposa, abraçar a filha, brincar com o neto... queria... queria... mas não deu tempo...

Para entender o valor de um ano: pergunte a um estudante que não passou nos exames finais.

Para entender o valor de um mês: pergunte a uma mãe que teve um filho prematuro.

Para entender o valor de uma semana: pergunte ao editor de uma revista semanal.

Para entender o valor de uma hora: pergunte aos apaixonados que estão esperando o momento do encontro.

Para entender o valor de um minuto: pergunte a uma pessoa que perdeu o trem, ônibus ou avião.

Para entender o valor de um segundo: pergunte a uma pessoa que sobreviveu a um acidente.

Para entender o valor de um milisegundo: pergunte a uma pessoa que ganhou uma medalha de prata nas Olimpíadas.

O tempo não espera por ninguém.

Valorize cada momento de sua vida.

Você irá apreciá-los ainda mais se puder dividí-los com alguém especial.

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

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O Alfinete e a Agulha (Ninguém é Melhor que Ninguém)

Conta-nos uma antiga parábola que, certo dia, um alfinete e uma agulha encontraram-se numa cesta de costuras.

Estando os dois desocupados, começaram a discutir, porque cada um se considerava melhor e mais importante do que o outro:

— "Afinal, qual é mesmo a sua utilidade ?" disse o alfinete para a agulha. "E como pensa você vencer na vida se não tem cabeça ?"

— "A sua crítica não tem a menor procedência" respondeu a agulha rispidamente. "Responda-me agora: de que te serve a cabeça se não tem olho ? Não é mais importante poder ver ?"

— "Ora, e de que lhe vale seu olho se há sempre um fio impedindo a sua visão ?" retrucou o alfinete.

— "Pois fique sabendo que mesmo tendo um fio atravessando o meu olho, eu ainda posso fazer muito mais do que você."

Enquanto se ocupavam nessa discussão, uma senhora pegou a cesta de costura, desejando coser um pequeno rasgo no tapete.

Enfiou a agulha com linha bem resistente e se pôs a costurar o mais rápido que pôde.

De repente a linha emaranhou-se, formando uma laçada que dificultou o acabamento da costura.

Apressada, a mulher deu um puxão violento que rompeu o olho da agulha.

Tendo que ultimar aquele trabalho, ela amarrou a linha na cabeça do alfinete e conseguiu dar os pontos finais; mas na hora de arrematar, a cabeça do alfinete se desprendeu.

Impaciente com tudo, jogou a agulha e o alfinete na cesta e saiu resmungando.

Ambos estavam enganados: o alfinete e a agulha ! Nenhum dos dois era insubstituível.

Nenhum dos dois era perfeito.

Nenhum dos dois era tão versátil que pudesse julgar-se com o direito de se considerar melhor do que o outro.

"Porque também o corpo não é um membro, mas muitos. Se o pé disser: Porque não sou mão, não sou do corpo; nem por isso deixará de ser do corpo. E o olho não pode dizer à mão: Não tenho necessidade de ti."

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

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As Bananas

Um amigo do viajante resolveu passar algumas semanas num mosteiro do Nepal.

Certa tarde, entrou num dos muitos templos do mosteiro, e encontrou um monge, sorrindo, sentado no altar.

— Por que o senhor sorri ? - perguntou ao monge.

— Porque entendo o significado das bananas - disse o monge, abrindo a bolsa que carregava, e tirando uma banana podre de dentro.

— Esta é a vida que passou e não foi aproveitada no momento certo, agora é tarde demais.

Em seguida, tirou da bolsa uma banana ainda verde.

Mostrou-a e tornou a guardá-la.

— Esta é a vida que ainda não aconteceu, é preciso esperar o momento certo - disse.

Finalmente, tirou uma banana madura, descascou-a, e dividiu-a com meu amigo, dizendo :

— Este é o momento presente.

Saiba vivê-lo sem medo.

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

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O Burro

No tempo em que não havia automóveis, na cocheira de um famoso palácio real, um burro de carga curtia imensa amargura, em vista das pilhérias dos companheiros de apartamento.

Reparando-lhe o pêlo maltratado, as fundas cicatrizes do lombo e a cabeça tristonha e humilde, aproximou-se formoso cavalo árabe que se fizera detentor de muitos prêmios, e disse, orgulhoso:

— Triste sina a que recebeste! Não invejas minha posição em corridas?

Sou acariciado por mãos de princesas e elogiado pela palavra dos reis!

— Pudera! - exclamou um potro de fina origem inglesa: como conseguirá um burro entender o brilho das apostas e o gosto da caça?

O infortunado animal recebia os sarcasmos, resignadamente.

Outro soberbo cavalo, de procedência húngara, entrou no assunto e comentou:

— Há dez anos, quando me ausentei de pastagem vizinha, vi este miserável sofrendo rudemente nas mãos do bruto amansador. É tão covarde que não chegava a reagir, nem mesmo com um coice. Não nasceu senão para carga e pancadas. É vergonhoso suportar-lhe a companhia.

Nisto, admirável jumento espanhol acercou-se do grupo, e acentuou sem piedade:

— Lastimo reconhecer neste burro um parente próximo. É animal desonrado, fraco, inútil, não sabe viver senão sob pesadas disciplinas. Ignora o aprumo da dignidade pessoal e desconhece o amor-próprio. Aceito os deveres que me competem até o justo limite; mas se me constrangem a ultrapassar as obrigações, recuso-me à obediência, pinoteio e sou capaz de matar.

As observações insultuosas não haviam terminado, quando o rei penetrou o recinto, em companhia do chefe das cavalariças.

— Preciso de um animal para serviço de grande responsabilidade, informou o monarca, um animal dócil e educado, que mereça absoluta confiança.

O empregado perguntou:

— Não prefere o árabe, Majestade?

— Não, não - falou o soberano, é muito altivo e só serve para corridas em festejos oficiais sem maior importância.

— Não quer o potro inglês?

— De modo algum. É muito irrequieto e não vai além das extravagâncias da caça.

— Não deseja o húngaro?

— Não, não. É bravio, sem qualquer educação. É apenas um pastor de rebanho.

— O jumento espanhol serviria? - insistiu o servidor atencioso.

— De maneira nenhuma. É manhoso e não merece confiança.

Decorridos alguns instantes de silêncio, o soberano indagou:

— Onde está meu burro de carga?

O chefe das cocheiras indicou-o, entre os demais.

O próprio rei puxou-o carinhosamente para fora, mandou ajaezá-lo com as armas resplandecentes de sua Casa e confiou-lhe o filho ainda criança, para longa viajem.

E ficou tranqüilo, sabendo que poderia colocar toda a sua confiança naquele animal...

Assim também acontece na vida.

Em todas as ocasiões, temos sempre grande número de amigos, de conhecidos e companheiros, mas somente nos prestam serviços de utilidade real aqueles que já aprenderam a servir, sem pensar em si mesmos.

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

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Eco da Vida

Um pequeno garoto e seu Pai caminhavam pelas montanhas.

De repente o garoto cai, se machuca e grita :

— Aai !!!

Para sua surpresa escuta a voz se repetir, em algum lugar da montanha:

— Aai !!!

Curioso, pergunta : - Quem é você ?

Recebe como resposta : - Quem é você ?

Contrariado, grita : - Seu covarde !!!

Escuta como resposta : - Seu covarde !!!

Olha para o pai e pergunta aflito : - O que é isso ?

O Pai sorri e fala : - Meu filho, preste atenção !!!

Então o pai grita em direção a montanha : - Eu admiro você!

A voz responde : - Eu admiro você!

De novo o homem grita : - Você é um campeão !

A voz responde : - Você é um campeão !

O garoto fica espantado sem entender nada.

Então o pai explica :

As pessoas chamam isso de ECO, mas na verdade isso é a VIDA.

Ela lhe dá de volta tudo o que você diz ou faz.

Nossa vida é simplesmente o reflexo das nossas ações.

Se você quer mais amor no mundo, crie mais amor no seu coração.

Se você quer mais responsabilidade da sua equipe, desenvolva a sua responsabilidade.

Se você quer mais tolerância das pessoas, seja mais tolerante.

Se você quer mais alegria no mundo, seja mais alegre.

Tanto no plano pessoal quanto no profissional, a vida vai lhe dar de volta o que você deu a ela.

SUA VIDA NÃO É UMA COINCIDÊNCIA;

SUA VIDA É A CONSEQUÊNCIA DE VOCÊ MESMO !!!

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

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A Árvore dos Desejos

Uma vez um homem estava viajando e, acidentalmente, entrou no paraíso.

E no conceito indiano de paraíso existem árvores-dos-desejos.

Você simplesmente senta debaixo delas, deseja qualquer coisa e imediatamente seu desejo é realizado - não há intervalo entre o desejo e sua realização.

O homem estava cansado e pegou no sono sob a árvore-dos-desejos.

Quando despertou, estava com muita fome, então disse :

— Estou com tanta fome, desejaria poder conseguir alguma comida de algum lugar.

E imediatamente apareceu comida vinda do nada - simplesmente uma deliciosa comida flutuando no ar.

Ele estava tão faminto que não prestou atenção de onde a comida viera -quando se está com fome, não se é filósofo.

Começou a comer imediatamente, a comida era tão deliciosa...

Depois, a fome tendo desaparecido, olhou à sua volta.

Agora estava satisfeito.

Outro pensamento surgiu em sua mente :

— Se ao menos pudesse conseguir algo para beber...

E imediatamente apareceu um excelente vinho.

Bebendo o vinho relaxadamente na brisa fresca do paraiso, sob a sombra da árvore, comecou a pensar :

— O que está acontecendo ? O que está havendo ? Estou sonhando ou existem espíritos ao redor que estão fazendo truques comigo ?

E espíritos apareceram.

E eram ferozes, horríveis, nauseantes.

Ele começou a tremer e um pensamento surgiu em sua mente :

— Agora vou ser assassinado, com certeza...!!

E ELE FOI ASSASSINADO.

Esta é uma antiga parábola e de imenso significado.

Sua mente é a árvore-dos-desejos - o que você pensa, mais cedo ou mais tarde, se realiza. Às vezes, o intervalo é tão grande que você se esquece completamente que, de alguma maneira, "desejou" aquilo; então não faz a ligação com a fonte.

Mas se olhar profundamente, perceberá que todos os seus pensamentos, com medos/receios, estão criando você e sua vida.

Eles criam seu inferno ou criam seu paraíso.

Criam seu tormento ou criam sua alegria.

Eles criam o negativo ou criam o positivo...

Todos aqui são mágicos.

E todos estão fiando e tecendo um mundo mágico a seu redor... e aí são apanhados.

A própria aranha é pega em sua própria teia.

Ninguém o está torturando... a não ser você mesmo.

E uma vez que isso seja compreendido, mudanças começam a acontecer.

Então você pode dar a volta, pode mudar seu inferno em paraíso. É simplesmente uma questão de pintá-lo a partir de um ângulo diferente...

A responsabilidade é toda sua.

Seu "paraíso" depende de VOCÊ.

Tenha sempre, muito cuidado com aquilo que deseja,..talvez ele se torne realidade....

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

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A Verdade

Certa vez um sultão sonhou que havia perdido todos os dentes.

Ele acordou assustado e mandou chamar um sábio para que interpretasse o sonho.

— Que desgraça, senhor! - exclamou o sábio.

Cada dente caído representa a perda de um parente de vossa majestade !

— Mas que insolente, gritou o sultão. Como se atreve a dizer tal coisa?!

E ele chamou os guardas e mandou que lhe dessem cem chicotadas.

Mandou também que chamassem outro sábio, para interpretar o mesmo sonho.

E o outro sábio disse :

— Senhor, uma grande felicidade vos está reservada!!! O sonho indica que ireis viver mais que todos os vossos parentes!

A fisionomia do sultão iluminou-se e ele mandou dar cem moedas ao sábio.

Quando este saía do palácio um cortesão perguntou :

— Como é possível? A interpretação que você fez foi a mesma do seu colega. No entanto ele levou chicotadas e você moedas de ouro !

Lembre-se sempre, amigo - respondeu o sábio- tudo depende da maneira de dizer as coisas.

E esse é um dos grandes desafios da humanidade. É daí que vem a felicidade ou a desgraça; a paz ou a guerra.

A verdade sempre deve ser dita, não resta a menor dúvida, mas a forma como ela é dita é que faz toda a diferença.

A verdade deve ser comparada a uma pedra preciosa.

Se a lançarmos no rosto de alguém, pode ferir, provocando revolta.

Mas se a envolvemos numa delicada embalagem e a oferecermos com ternura, certamente será aceita com facilidade.

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

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Zé Alegria

Havia uma fazenda onde os trabalhadores viviam tristes e isolados.

Eles estendiam suas roupas surradas no varal e alimentavam seus magros cães com o pouco que sobrava das refeições.

Todos que viviam ali trabalhavam na roça do Sinhozinho João, um homem rico e poderoso, que, dono de muitas terras, exigia que todos trabalhassem duro, pagando muito pouco por isso.

Um dia, chegou ali um novo empregado, cujo apelido era Zé Alegria.

Era um jovem agricultor em busca de trabalho.

Recebeu, como todos, uma velha casa onde iria morar enquanto trabalhasse ali.

O jovem vendo aquela casa suja e largada, resolveu dar-lhe vida nova.

Pegou uma parte de suas economias, foi até a cidade e comprou algumas latas de tinta.

Chegando à sua casa, cuidou da limpeza e, em suas horas vagas, lixou e pintou as paredes com cores alegres e brilhantes, além de colocar flores nos vasos.

Aquela casa limpa e arrumada chamava à atenção de todos que passavam.

O jovem sempre trabalhava alegre e feliz na fazenda, era por isso que tinha esse apelido.

Os outros trabalhadores lhe perguntavam:

— Como você consegue trabalhar feliz e sempre cantando com o pouco dinheiro que ganhamos ?

O jovem olhou bem para os amigos e disse: -Bem, este trabalho, hoje é tudo que eu tenho.

Ao invés de blasfemar e reclamar, prefiro agradecer por ele.

Quando aceitei este trabalho, sabia de suas limitações.

Não é justo que agora que estou aqui, fique reclamando.

Farei com capricho e amor aquilo que aceitei fazer.

Os outros olharam admirados. "Como ele podia pensar assim?"

Afinal, acreditavam ser vítimas das circunstâncias abandonados pelo destino...

O entusiasmo do rapaz, em pouco tempo, chamou à atenção de Sinhozinho, que passou a observar à distância os passos dele.

Um dia Sinhozinho pensou:

— Alguém que cuida com tanto cuidado e carinho da casa que emprestei, cuidará com o mesmo capricho da minha fazenda.

Ele é o único aqui que pensa como eu.

Estou velho e preciso de alguém que me ajude na administração da fazenda.

Sinhozinho foi até a casa do rapaz e, após tomar um café bem fresquinho, ofereceu ao jovem um emprego de administrador da fazenda.

O rapaz prontamente aceitou.

Seus amigos agricultores novamente foram perguntar-lhe:

— O que faz algumas pessoas serem bem sucedidas e outras não ?

E ouviram, com atenção, a resposta:

— Em minhas andanças, meus amigos, eu aprendi muito e o principal é que:

Não existe realidade, existe em nós a capacidade de realizar e dar vida nova a tudo que nos cerca.

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

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O Velho Problema das Drogas

Recentemente a Rádio Bandeirantes levou ao ar uma série de reportagens sobre o velho problema das drogas.

Vários profissionais da área foram ouvidos e, infelizmente, pelas considerações feitas, ficou entendido que grande parte da responsabilidade pelo uso de drogas na adolescência, recai sobre os ombros dos pais.

O que geralmente acontece, é que os pais não observam algumas noções básicas para se formar um indivíduo consciente das suas responsabilidades e resistente ao apelo das drogas.

Pensando em fazer o melhor, os pais começam por isentar os filhos de qualquer obrigação.

Para poupá-los, executam as tarefas que lhes dizem respeito.

Quando os filhos são pequenos os pais se desdobram para fazer tudo, providenciar tudo para que nada lhes falte e para que não tenham que enfrentar frustrações nem quaisquer dificuldades.

Se pudessem, os pais os poupariam até mesmo das enfermidades, dos pequenos tombos, das dores, dos arranhões...

Quando a criança começa sua jornada na escola, os pais as acompanham e carregam a sua mochila e, alguns, até fazem as lições de casa para poupar possíveis reprimendas de seus mestres.

E assim a criança vai crescendo num mundo de ilusões, pois essa não é a realidade que terão que enfrentar logo mais, quando tiverem que caminhar com as próprias pernas.

Imaginemos alguém que nunca teve oportunidade de dar alguns passos, que sempre foi carregado no colo, que forças terá para se manter de pé?

É evidente que essa criança, quando chegar na adolescência, não terá estrutura nenhuma.

Diante da primeira dificuldade ficará vulnerável como uma flor de estufa aos primeiros golpes do vento.

Ela não aprendeu a suportar frustrações, pois os pais as evitaram o quanto puderam. Ela nunca teve nenhuma responsabilidade a lhe pesar sobre os ombros.

Jamais sofreu uma decepção e sempre teve a razão a seu favor, até mesmo nas pequenas rixas com os amiguinhos da infância.

Crianças criadas assim, não estão preparadas para pensar, nem para sair de dificuldades, nem para resolver problemas. Sempre esperam que alguém resolva tudo por elas, pois essa foi a lição que receberam dos pais ou responsáveis.

Mas, afinal de contas, quem é que pode passar pelo mundo isento de dificuldades?

Isso é impossível, em se tratando do nosso mundo.

E o problema está justamente quando a criança, agora adolescente, sofre seu primeiro solavanco, que pode até não ser tão grave, mas é suficiente para abalar sua estrutura frágil, agora longe do olhar vigilante dos pais.

Psicólogos e psiquiatras, entre outros profissionais que se pronunciaram na referida reportagem, aconselham que os pais evitem que seus filhos venham a usar drogas, dando-lhes uma educação consciente, que prepara o indivíduo para viver no mundo real e não num mundo ilusório por eles idealizado.

É preciso que os pais repensem essa forma de amor sem raciocínio, esse amor permissivo, bajulador e sem consistência. É preciso permitir que os filhos andem com as próprias pernas, amparando-os sempre, mas deixando-os fortalecer os próprios "músculos".

É preciso deixá-los enfrentar pequenas frustrações, como não ganhar o brinquedo igual ao do filho do vizinho, por exemplo. Como não ganhar o álbum de figurinhas que todos os colegas da escola têm.

Educar é a arte de formar os caracteres do educando, e não de deformar.

Assim, se você é pai ou mãe e tem interesse em manter seu filho longe das drogas, pense com carinho a respeito das recomendações que lhe chegam.

E, acima de tudo, doe muito amor e atenção aos seus pequenos, pois quem ama, verdadeiramente, ensina a viver e não faz sombra para impedir o crescimento dos seus amores.

...............................

Se você quer que seu filho tenha os pés no chão, coloque responsabilidades sobre seus ombros.

Se você quer que seu filho resista aos vendavais da existência e ao convite mortal das drogas, permita que ele firme suas raízes bem fundo, mesmo que para isso tenha que se dobrar de vez em quando, como faz a pequena árvore enquanto seu tronco está em formação.

www.momento.com.br

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Irmão Especial

Um amigo meu chamado Paul ganhou um automóvel de presente de seu irmão no Natal.

Na noite de Natal, quando Paul saiu de seu escritório, um menino de rua estava andando em volta do reluzente carro novo, admirando-o.

— Este carro é seu, senhor ? - ele perguntou.

Paul assentiu.

— Meu irmão me deu de Natal.

O garoto ficou boquiaberto.

— Quer dizer que foi um presente de seu irmão e não lhe custou nada?

— Rapaz, quem me dera... - hesitou ele. É claro que Paul sabia o que ele ia desejar.

Ele ia desejar ter um irmão como aquele.

Mas o que o garoto disse chocou Paul tão completamente que o desarmou.

— Quem me dera - continuou o garoto - ser um irmão como esse.

Paul olhou o garoto com espanto, e então, impulsivamente, acrescentou:

— Você gostaria de dar uma volta no meu automóvel?

— Oh, sim, eu adoraria.

Depois de uma voltinha, o garoto virou-se e, com os olhos incandescentes, disse:

— O senhor se importaria de passar em frente a minha casa ?

Paul deu um leve sorriso.

Pensou que soubesse o que o rapaz queria.

Ele queria mostrar para os vizinhos que podia chegar em casa num carrão.

Mas Paul estava novamente enganado.

— Pode parar em frente aqueles dois degraus ? perguntou o garoto.

Ele subiu correndo os degraus.

Então, passados alguns momentos, Paul ouviu-o retornar, mas ele não vinha depressa.

Carregava seu irmãozinho paralítico.

Sentou-o no degrau inferior e depois de fortemente abraça-lo apontou o carro:

— Ai está ele, amigão, exatamente como eu te contei lá em cima.

O irmão deu o carro a ele de presente de Natal e não lhe custou nem um centavo.

E algum dia eu vou te dar um igualzinho... então você poderá ver com seus próprios olhos, nas vitrines de Natal, todas as coisas bonitas sobre as quais eu venho tentando lhe contar.

Paul saiu do carro e colocou o rapaz no banco da frente.

O irmão mais velho, com os olhos brilhando, entrou atrás dele e os três deram uma volta comemorativa.

Naquela noite, Paul aprendeu que a felicidade maior sentimos quando a proporcionamos a alguém.

Que hoje seja um dia muito especial pra você!

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

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Se Podes Imaginar, Podes Conseguir...

Autor : Albert Einsten

Certa lenda conta que estavam duas crianças patinando em cima de um lago congelado.

Era uma tarde nublada e fria e as crianças brincavam sem preocupação.

De repente, o gelo se quebrou e uma das crianças caiu na água.

A outra criança vendo que seu amiguinho se afogava debaixo do gelo, pegou uma pedra e começou a golpear com todas as suas forças, conseguindo quebrá-lo e salvar seu amigo.

Quando os bombeiros chegaram e viram o que havia acontecido, perguntaram ao menino:

— Como você fez? É impossível que você tenha quebrado o gelo com essa pedra e suas mãos tão pequenas!

Nesse instante apareceu um ancião e disse:

— Eu sei como ele conseguiu.

Todos perguntaram: -- Como ?

O ancião respondeu:

— Não havia ninguém ao seu redor para lhe dizer que não poderia fazer...

"Se Podes Imaginar, Podes Conseguir"

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

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O Desperdício da Vida

Carlos Drummond de Andrade

Cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do sofrimento, perdemos também a felicidade.

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Céu & Inferno

Conta uma lenda que Deus convidou um homem para conhecer o céu e o inferno.

Foram primeiro ao inferno.

Ao abrirem uma porta, o homem viu uma sala em cujo centro havia um caldeirão de substanciosa sopa e à sua volta estavam sentadas pessoas famintas e desesperadas.

Cada uma delas segurava uma colher, porém de cabo muito comprido, que lhes possibilitava alcançar o caldeirão mas não permitia que colocassem a sopa na própria boca.

O sofrimento era grande.

Em seguida, deus levou o homem para conhecer o céu.

Entraram em uma sala idêntica à primeira: havia o mesmo caldeirão, as pessoas em volta e as colheres de cabo comprido.

A diferença é que todos estavam saciados.

Não havia fome, nem sofrimento.

"Eu não compreendo", disse o homem a Deus, "por que aqui as pessoas estão felizes enquanto na outra sala morrem de aflição, se é tudo igual?"

Deus sorriu e respondeu:

"Você não percebeu? É porque aqui eles aprenderam a dar comidas uns aos outros."

Moral: temos três situações que merecem profunda reflexão:

Egoísmo: as pessoas no "inferno" estavam altamente preocupadas com a sua própria fome, impedindo que se pensasse em alternativas para equacionar a situação;

Criatividade: como todos estavam querendo se safar da situação caótica que se encontravam, não tiveram a iniciativa de buscar alternativas que pudessem resolver o problema;

Equipe: se tivesse havido o espírito solidário e ajuda mútua, a situação teria sido rapidamente resolvida.

Conclusão: dificilmente o individualismo consegue transpor barreiras. O espírito de equipe é essencial para o alcance do sucesso. Uma equipe participativa, homogênea, coesa, vale mais do que um batalhão de pessoas com posicionamentos isolados.

Isso vale para qualquer área de sua vida, especialmente a profissional.

E, lembre sempre:

A alegria faz bem à saúde; estar sempre triste é morrer aos poucos.

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Seja bom com os outros

Seja bom com os outros. A distância que você caminha na vida vai depender da sua ternura com os jovens, da sua compaixão com os idosos, sua compreensão com aqueles que lutam, da sua tolerância com os fracos e os fortes. Porque algum dia na vida você poderá ser um deles

George Washington Carver

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Apenas compreenda!

Um sujeito estava colocando flores no túmulo de um parente, quando vê um chinês colocando um prato de arroz na lápide ao lado.

Ele se vira para o chinês e pergunta:

— Desculpe, mas o senhor acha mesmo que o defunto virá comer o arroz?

E o chinês responde:

— Sim, quando o seu vier cheirar as flores!!!

RESPEITAR AS OPÇÕES DO OUTRO, EM QUALQUER ASPECTO, É UMA DAS MAIORES VIRTUDES QUE UM SER HUMANO PODE TER" "AS PESSOAS SÃO DIFERENTES, AGEM DIFERENTE, E PENSAM DIFERENTE. NUNCA JULGUE... APENAS COMPREENDA!!

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Deixe a Raiva Secar !

Mariana ficou toda feliz porque ganhou de presente um joguinho de chá, todo azulzinho, com bolinhas amarelas.

No dia seguinte, Júlia sua amiguinha, veio bem cedo convidá-la para brincar.

Mariana não podia, pois iria sair com sua mãe naquela manhã.

Júlia então, pediu a coleguinha que lhe emprestasse o seu conjuntinho de chá para que ela pudesse brincar sozinha na garagem do prédio.

Mariana não queria emprestar, mas, com a insistência da amiga, resolveu ceder, fazendo questão de demonstrar todo o seu ciúme por aquele brinquedo tão especial.

Ao regressar do passeio, Mariana ficou chocada ao ver o seu conjuntinho de chá jogado no chão.

Faltavam algumas xícaras e a bandejinha estava toda quebrada.

Chorando e muito nervosa, Mariana desabafou :

Está vendo, mamãe, o que a Júlia fez comigo ?

Emprestei o meu brinquedo, ela estragou tudo e ainda deixou jogado no chão.

Totalmente descontrolada, Mariana queria, porque queria, ir ao apartamento de Júlia pedir explicações.

Mas a mãe, com muito carinho ponderou :

Filhinha, lembra daquele dia quando você saiu com seu vestido novo todo branquinho e um carro, passando, jogou lama em sua roupa ?

Ao chegar em casa você queria lavar imediatamente aquela sujeira, mas a vovó não deixou.

Você lembra o que a vovó falou ?

Ela falou que era para deixar o barro secar primeiro.

Depois ficava mais fácil limpar.

Pois é, minha filha, com a raiva é a mesma coisa.

Deixa a raiva secar primeiro.

Depois fica bem mais fácil resolver tudo.

Mariana não entendeu muito bem, mas resolveu seguir o conselho da mãe e foi para a sala ver televisão.

Logo depois alguém tocou a campainha.

Era Júlia, toda sem graça, com um embrulho na mão.

Sem que houvesse tempo para qualquer pergunta, ela foi falando :

Mariana, sabe aquele menino mau da outra rua que fica correndo atrás da gente ?

Ele veio querendo brincar comigo e eu não deixei.

Aí ele ficou bravo e estragou o brinquedo que você havia me emprestado.

Quando eu contei para a mamãe ela ficou preocupada e foi correndo comprar outro brinquedo igualzinho para você.

Espero que voce não fique com raiva de mim. Não foi minha culpa.

Não tem problema, disse Mariana, minha raiva já secou.

E dando um forte abraço em sua amiga, tomou-a pela mão e levou-a para o quarto para contar a história do vestido novo que havia sujado de barro.

Nunca tome qualquer atitude com raiva.

A raiva nos cega e impede que vejamos as coisas como elas realmente são.

Assim você evitará cometer injustiças e ganhará o respeito dos demais pela sua posição ponderada e correta diante de uma situação difícil.

Lembre-se sempre : Deixe a raiva secar !

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

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Fazer a Diferença

Relata a Sra. Teresa, que no seu primeiro dia de aula parou em frente aos seus alunos da quinta série primária e como todos os demais professores, lhes disse que gostava de todos por igual.

No entanto, ela sabia que isto era quase impossível, já que na primeira fila estava sentado um pequeno garoto chamado Ricardo.

A professora havia observado que ele não se dava bem com os colegas de classe e muitas vezes suas roupas estavam sujas e cheiravam mal.

Houve até momentos em que ela sentia prazer em lhe dar notas vermelhas ao corrigir suas provas e trabalhos.

Ao iniciar o ano letivo, era solicitado a cada professor que lesse com atenção a ficha escolar dos alunos, para tomar conhecimento das anotações feitas em cada ano.

A Sra. Teresa deixou a ficha de Ricardo por último.

Mas quando a leu foi grande a sua surpresa.

A professora do primeiro ano escolar de Ricardo havia anotado o seguinte : Ricardo é um menino brilhante e simpático.

Seus trabalhos sempre estão em ordem e muito nítidos.

Tem bons modos e é muito agradável estar perto dele.

A professora do segundo ano escreveu :

Ricardo é um aluno excelente e muito querido por seus colegas, mas tem estado preocupado com sua mãe, que está com uma doença grave e desenganada pelos médicos.

A vida em seu lar deve estar sendo muito difícil.

Da professora do terceiro ano constava a anotação seguinte :

A morte de sua mãe foi um golpe muito duro para Ricardo.

Ele procura fazer o melhor, mas seu pai não tem nenhum interesse e logo sua vida será prejudicada se ninguém tomar providências para ajudá-lo.

A professora do quarto ano escreveu :

Ricardo anda muito distraído e não mostra interesse algum pelos estudos.

Tem poucos amigos e muitas vezes dorme na sala de aula.

A Sra. Tereza se deu conta do problema e ficou terrivelmente envergonhada.

Sentiu-se ainda pior quando lembrou dos presentes de Natal que os alunos lhe haviam dado, envoltos em papéis coloridos, exceto o de

Ricardo, que estava enrolado num papel marrom de supermercado.

Lembra-se de que abriu o pacote com tristeza, enquanto os outros garotos riam ao ver uma pulseira faltando algumas pedras e um vidro de perfume pela metade.

Apesar das piadas ela disse que o presente era precioso e pôs a pulseira no braço e um pouco de perfume sobre a mão.

Naquela ocasião, Ricardo ficou um pouco mais de tempo na escola do que o de costume.

Lembrou-se ainda, que Ricardo lhe disse que ela estava cheirosa como sua mãe.

Naquele dia, depois que todos se foram, a professora Tereza chorou por longo tempo...

Em seguida, decidiu-se a mudar sua maneira de ensinar e passou a dar mais atenção aos seus alunos, especialmente a Ricardo.

Com o passar do tempo ela notou que o garoto só melhorava.

E quanto mais ela lhe dava carinho e atenção, mais ele se animava.

Ao finalizar o ano letivo, Ricardo saiu como o melhor da classe.

Um ano mais tarde a Sra. Tereza recebeu uma notícia em que Ricardo lhe dizia que ela era a melhor professora que teve na vida.

Seis anos depois, recebeu outra carta de Ricardo contando que havia concluído o segundo grau e que ela continuava sendo a melhor professora que tivera.

As notícias se repetiram até que um dia, ela recebeu uma carta assinada pelo Dr. Ricardo Stoddard, seu antigo aluno, mais conhecido como Ricardo.

Mas a história não terminou aqui.

A Sra. Tereza recebeu outra carta, em que Ricardo a convidava para seu casamento e noticiava a morte de seu pai.

Ela aceitou o convite e no dia do casamento, estava usando a pulseira que ganhou de Ricardo anos antes, e também o perfume.

Quando os dois se encontraram, abraçaram-se por longo tempo e Ricardo lhe disse ao ouvido :

— "Obrigado por acreditar em mim e me fazer sentir importante, demonstrando-me que posso fazer a diferença."

Mas ela, com os olhos banhados em pranto sussurrou baixinho :

— "Você está enganado ! Foi você quem me ensinou que eu podia fazer a diferença, afinal eu não sabia ensinar até que o conheci."

Mais do que ensinar a ler e escrever, explicar matemática e outras matérias, é preciso ouvir os apelos silenciosos que ecoam na alma do educando.

Mais do que avaliar provas e dar notas, é importante ensinar com amor, mostrando que sempre é possível fazer a diferença...

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

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O Empurrão...

A águia empurrou gentilmente seus filhotes para a beirada do ninho.

Seu coração se acelerou com emoções conflitantes, ao mesmo tempo em que sentiu a resistência dos filhotes a seus insistentes cutucões.

Por que a emoção de voar tem que começar com o medo de cair ?

Pensou ela. O ninho estava colocado bem no alto de um pico rochoso.

Abaixo, somente o abismo e o ar para sustentar as asas dos filhotes.

E se justamente agora isto não funcionar ?

Ela pensou.

Apesar do medo, a águia sabia que aquele era o momento.

Sua missão estava prestes a se completar, restava ainda uma tarefa final: o empurrão.

A águia encheu-se de coragem.

Enquanto os filhotes não descobrirem suas asas não haverá propósito para a sua vida.

Enquanto eles não aprenderem a voar não compreenderão o privilégio que é nascer águia.

O empurrão era o menor presente que ela podia oferecer-lhes.

Era seu supremo ato de amor.

Então, um a um, ela os precipitou para o abismo.

E eles voaram! Às vezes, nas nossas vidas, as circunstâncias fazem o papel de águia.

São elas que nos empurram para o abismo.

E quem sabe não são elas, as próprias circunstâncias, que nos fazem descobrir que temos" asas para voar."

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

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O Relógio

O colégio onde eu estudava quando menina, costumava encerrar o ano letivo com um espetáculo teatral.

Eu adorava aquilo, porém nunca fora convidada para participar, o que me trazia uma secreta mágoa.

Quando fiz onze anos avisaram-me que, finalmente iria ter um papel para representar.

Fiquei felicíssima, mas esse estado de espírito durou pouco.

Escolheram uma colega minha para o desempenho principal.

A mim coube uma ponta de pouca importância.

Minha decepção foi imensa.

Voltei para casa em prantos.

Mamãe quis saber o que se passava e ouviu toda a minha história entre lágrimas e soluços.

Sem nada dizer ela foi buscar o bonito relógio de bolso de papai e colocou-o em minhas mãos, dizendo :

— Que é isso que você está vendo ?

— Um relógio de ouro com mostrador e ponteiros.

Em seguida mamãe abriu a parte traseira do relógio e repetiu a pergunta :

— O que você está vendo ?

— Ora mamãe, aí dentro parece haver centenas de rodinhas e parafusos.

Mamãe me surpreendia, pois aquilo nada tinha a ver com o motivo do meu aborrecimento.

Entretanto, calmamente ela prosseguiu :

— Este relógio tão necessário ao seu pai e tão bonito seria absolutamente inútil se nele faltasse qualquer parte, mesmo a mais insignificante das rodinhas ou o menor dos parafusos.

Nós nos entrefitamos e no seu olhar calmo e amoroso, eu compreendi que sem que ela precisasse dizer mais nada.

Essa pequana lição tem me ajudado muito a ser mais feliz na vida, aprendi com a máquina daquele relógio quão essenciais são mesmo os deveres mais ingratos e difíceis, que nos cabem a todos.

Não importa que sejamos o mais ínfimo parafuso ou a mais ignorada rodinha, desde que o trabalho, em conjunto, seja para o bem de todos.

E percebi também que se o esforço tiver êxito o que menos importa são os aplausos exteriores.

O que vale mesmo é a paz de espírito do dever cumprido.

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

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Milho Bom

Esta é a história de um fazendeiro que venceu o prêmio "milho-crescido".

Todo ano ele entrava com seu milho na feira e ganhava o maior prêmio.

Uma vez um repórter de jornal o entrevistou e aprendeu algo interessante sobre como ele cultivou o milho.

O repórter descobriu que o fazendeiro compartilhava a semente do milho dele com seus vizinhos.

— Como pode você se dispor a compartilhar sua melhor semente de milho com seus vizinhos quando eles estão competindo com o seu em cada ano? perguntou o repórter.

— Por que? - disse o fazendeiro

— Você não sabe? O vento apanha pólen do milho maduro e o leva através do vento de campo para campo. Se meu vizinhos cultivam milho inferior, a polinização degradará continuamente a qualidade de meu milho. Se eu for cultivar milho bom, eu tenho que ajudar meu vizinhos a cultivar milho bom.

Ele era atento às conectividades da vida.

O milho dele não pode melhorar a menos que o milho do vizinho também melhore.

Assim é também em outras dimensões.

Aqueles que escolhem estar em paz devem fazer com que seus vizinhos estejam em paz.

Aqueles que querem viver bem têm que ajudar os outros para que vivam bem.

E aqueles que querem ser felizes têm que ajudar os outros a achar a felicidade, pois o bem-estar de cada um está ligado ao bem-estar de todos.

A lição para cada um de nós se formos cultivar milho bom, nós temos que ajudar nossos vizinhos a cultivar milho bom.

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

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Que Conselho Você daria?

Em uma Faculdade de medicina, certo professor propôs à classe a seguinte situação:

— Baseados nas circunstâncias que vou enumerar, que conselho dariam vocês a certa senhora, grávida do quinto filho? O marido sofre de sífilis e ela de tuberculose. Seu primeiro filho nasceu cego. O segundo morreu. O terceiro nasceu surdo. O quarto é tuberculoso e ela está pensando seriamente em abortar a quinta gravidez. Que caminho aconselharia tomar?

Com base nestes fatos, a maioria dos alunos concordou em que o aborto seria a melhor alternativa.

O professor, então disse aos alunos:

— Os que disseram sim a idéia do aborto, saibam que acabaram de matar o grande compositor Ludwig Van Beethoven.

Grandes projetos, excelentes idéias, às vezes são "abortados" quando as pessoas envolvidas se vêem diante de situações difíceis.

Tudo, para ser bem feito, leva tempo e exige perseverança, tenacidade e entusiasmo.

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

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A Cidade dos Resmungos

Era uma vez um lugar chamado Cidade dos Resmungos, onde todos resmungavam, resmungavam, resmungavam.

No verão, resmungavam que estava muito quente.

No inverno, que estava muito frio.

Quando chovia, as crianças choramingavam porque não podiam sair.

Quando fazia sol, reclamavam que não tinham o que fazer.

Os vizinhos queixavam-se uns dos outros, os pais queixavam-se dos filhos, os irmãos das irmãs.

Todos tinham um problema, e todos reclamavam que alguém deveria fazer alguma coisa.

Um dia chegou à cidade um mascate carregando um enorme cesto às costas.

Ao perceber toda aquela inquietação e choradeira, pôs o cesto no chão e gritou :

— Ó cidadãos deste belo lugar! Os campos estão abarrotados de trigo, os pomares carregados de frutas. As cordilheiras estão cobertas de florestas espessas, e os vales banhados por rios profundos. Jamais vi um lugar abençoado por tantas conveniências e tamanha abundância. Por que tanta insatisfação? Aproximem-se, e eu lhes mostrarei o caminho para a felicidade.

Ora, a camisa do mascate estava rasgada e puída.

Havia remendos nas calças e buracos nos sapatos.

As pessoas riram que alguém como ele pudesse mostrar-lhes como ser feliz.

Mas enquanto riam, ele puxou uma corda comprida do cesto e a esticou entre os dois postes na praça da cidade.

Então segurando o cesto diante de si, gritou :

— Povo desta cidade ! Aqueles que estiverem insatisfeitos escrevam seus problemas num pedaço de papel e ponham dentro deste cesto. Trocarei seus problemas por felicidade !

A multidão se aglomerou ao seu redor.

Ninguém hesitou diante da chance de se livrar dos problemas.

Todo homem, mulher e criança da vila rabiscou sua queixa num pedaço de papel e jogou no cesto.

Eles observaram o mascate pegar cada problema e pendurá-lo na corda.

Quando ele terminou, havia problemas tremulando em cada polegada da corda, de um extremo a outro.

Então ele disse :

— Agora cada um de vocês deve retirar desta linha mágica o menor problema que puder encontrar.

Todos correram para examinar os problemas.

Procuraram, manusearam os pedaços de papel e ponderaram, cada qual tentando escolher o menor problema.

Depois de algum tempo a corda estava vazia.

Eis que cada um segurava o mesmíssimo problema que havia colocado no cesto.

Cada pessoa havia escolhido os seu próprio problema, julgando ser ele o menor da corda.

Daí por diante, o povo daquela cidade deixou de resmungar o tempo todo.

E sempre que alguém sentia o desejo de resmungar ou reclamar, pensava no mascate e na sua corda mágica.

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

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Cenoura, Ovo ou Café

Uma filha se queixou a seu pai sobre sua vida e de como as coisas estavam tão difíceis para ela..

Ela já não sabia mais o que fazer e queria desistir.

Estava cansada de lutar e combater.

Parecia que assim que um problema estava resolvido um outro surgia.

Seu pai, um "chef", levou-a até a cozinha dele.

Encheu três panelas com água e colocou cada uma delas em fogo alto.

Logo as panelas começaram a ferver.

Em uma ele colocou cenouras, em outra colocou ovos e, na última pó de café.

Deixou que tudo fervesse, sem dizer uma palavra..

A filha deu um suspiro e esperou impacientemente, imaginando o que ele estaria fazendo.

Cerca de vinte minutos depois, ele apagou as bocas de gás.

Pescou as cenouras e as colocou em uma tigela.

Retirou os ovos e os colocou em uma tigela.

Então pegou o café com uma concha e o colocou em uma tigela.

Virando-se para ela, perguntou "Querida, o que você está vendo ?" "Cenouras, ovos e café," ela respondeu.

Ele a trouxe para mais perto e pediu-lhe para experimentar as cenouras.

Ela obedeceu e notou que as cenouras estavam macias.

Ele, então, pediu-lhe que pegasse um ovo e o quebrasse.

Ela obedeceu e depois de retirar a casca verificou que o ovo endurecera com a fervura.

Finalmente, ele lhe pediu que tomasse um gole do café.

Ela sorriu ao provar seu aroma delicioso.

Ela perguntou humildemente : "O que isto significa, pai ?"

Ele explicou que cada um deles havia enfrentado a mesma adversidade, água fervendo, mas que cada um reagira de maneira diferente.

A cenoura entrara forte, firme e inflexível.

Mas depois de ter sido submetida à água fervendo, ela amolecera e se tornara frágil.

Os ovos eram frágeis.

Sua casca fina havia protegido o líquido interior.

Mas depois de terem sido colocados na água fervendo, seu interior se tornou mais rigido.

O pó de café, contudo, era incomparável.

Depois que fora colocado na água fervente, ele havia mudado a água. "Qual deles é você?" ele perguntou a sua filha. "Quando a adversidade bate a sua porta, como você responde ? Você é uma cenoura, um ovo ou um pó de café?"

E você?

Você é como a cenoura que parece forte, mas com a dor e a adversidade você murcha e se torna frágil e perde sua força ?

Será que você é como o ovo, que começa com um coração maleável ?

Você teria um espírito maleável, mas depois de alguma morte, uma falência, um divórcio ou uma demissão, você se tornou mais difícil e duro ?

Sua casca parece a mesma, mas você está mais amargo e obstinado, com o coração e o espírito inflexíveis ?

Ou será que você é como o pó de café ?

Ele muda a água fervente, a coisa que está trazendo a dor, para conseguir o máximo de seu sabor, a 100 graus centígrados.

Quanto mais quente estiver a água, mais gostoso se torna o café.

Se você é como o pó de café, quando as coisas se tornam piores, você se torna melhor e faz com que as coisas em torno de você também se tornem melhores.

Como você lida com a adversidade ?

Você é uma cenoura, um ovo ou café ?

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

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A Verdade e a Parábola

A Verdade visitava os homens; sem roupas e sem adornos, tão nua quanto o seu nome.

E todos os que a viam viravam-lhe as costas de vergonha ou de medo e ninguém lhe dava as boas vindas.

Assim a Verdade percorria os confins da Terra, rejeitada e desprezada.

Numa tarde, muito desolada e triste, encontrou a Parábola que passeava alegremente, num traje belo e muito colorido.

— Verdade, porque estás tão abatida ? - perguntou a Parábola.

— Porque devo ser muito feia já que os homens me evitam tanto !

— Que disparate - riu a Parábola - não é por isso que os homens te evitam.

Toma, veste algumas das minhas roupas e vê o que acontece.

Então a Verdade pôs algumas das lindas vestes da Parábola e, de repente, por toda a parte onde passava era bem vinda.

Então a Parábola falou :

— A verdade é que os homens não gostam de encarar a Verdade nua; eles a preferem disfarçada !

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

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Quatro Esposas

Era uma vez um rei que tinha 4 esposas.

Ele amava a 4ª esposa demais e, por isso, vivia dando-lhe lindos presentes, jóias e roupas caras.

Ele dava-lhe de tudo e sempre do melhor.

Ele também amava muito sua 3ª esposa e gostava de exibi-la aos reinados vizinhos.

Contudo, ele tinha medo que um dia, ela o deixasse por outro rei.

Ele também amava sua 2ª esposa.

Ela era sua confidente e estava sempre pronta para ele, com amabilidade e paciência.

Sempre que o rei tinha que enfrentar um problema, ele confiava nela, para atravessar esses tempos de dificuldade.

A 1ª esposa era uma parceira muito leal e fazia tudo que estava ao seu alcance para manter o rei muito Rico e Poderoso, ele e o reino.

Mas ele não amava a 1ª esposa, e apesar dela o amar profundamente, ele mal tomava conhecimento dela.

Um dia o rei caiu doente e percebeu que seu fim estava próximo.

Ele pensou em toda a luxúria da sua vida e ponderou :

— É.... agora eu tenho 4 esposas comigo, mas quando eu morrer, eu ficarei sozinho.....

Então ele perguntou a 4ª esposa :

— Eu te amei tanto, querida. A cobri das mais finas roupas e jóias. Mostrei o quanto eu a amava, cuidando bem de você. Agora que eu estou morrendo, você é capaz de morrer comigo, para não me deixar sozinho ?

— De jeito nenhum! respondeu a 4a esposa e saiu do quarto sem sequer olhar para trás.

A resposta que ela deu cortou o coração do rei como se fosse uma faca afiada.

Tristemente, o rei então perguntou a 3ª esposa:

— Eu também a amei tanto a vida inteira. Agora que eu estou morrendo, você é capaz de morrer comigo, para não me deixar sozinho ?

— Não !!, respondeu a 3ª esposa. A vida é boa demais !!!!! Quando você morrer, eu vou é casar de novo...

O coração do rei sangrou e gelou de tanta dor.

Ele perguntou, então, à 2ª esposa:

— Eu sempre recorri a você quando precisei de ajuda e você sempre esteve ao meu lado. Quando eu morrer, você será capaz de morrer comigo, para me fazer companhia ?

— Sinto muito, mas desta vez, eu não posso fazer, o que você me pede ! Respondeu a 2ª esposa. O máximo que eu posso fazer é enterrar você.

Essa resposta veio como um trovão na cabeça do rei e ele ficou arrasado.

Então uma voz se fez ouvir:

— Eu partirei com você e o seguirei por onde for.

O rei levantou os olhos e lá estava a sua 1ª esposa, tão magrinha, tão mal nutrida, tão sofrida.

Com o coração partido, o rei falou:

— Eu deveria ter cuidado muito melhor de você, enquanto eu ainda podia.

Na Verdade nós todos temos 4 esposas nas nossas vidas.

Nossa 4ª esposa é o nosso corpo.

Apesar de todos os esforços que fazemos para mantê-lo saudável e bonito ele nos deixará quando morrermos.

Nossa 3ª esposa são as nossas posses, as nossas propriedades, a nossa riquezas.

Quando morremos, tudo isso vai para os outros.

Nossa 2ª esposa é nossa família e nossos amigos.

Apesar de nos amarem muito e estarem sempre nos apoiando, o máximo que eles podem fazer é nos enterrar.

E nossa 1ª esposa é a nossa ALMA muitas vezes deixada de lado por perseguirmos, durante a vida toda, a Riqueza, o Poder e os Prazeres do nosso ego.

Apesar de tudo, nossa Alma é a única coisa que sempre irá conosco, não importa onde formos.

Então, Cultive... Fortaleça... Bendiga... Enobreça sua alma agora !! É o maior presente que você pode dar ao mundo...

Deixe-a Brilhar !!!

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

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A Mulher

Cuida-te quando fazes chorar uma mulher, pois Deus conta as suas Lágrimas. A mulher foi feita da costela do homem . Não dos pés para ser pisada, nem da cabeça para ser superior, mas sim do lado para ser igual.... debaixo do braço para ser protegida e do lado do coração para ser amada.

Talmud

Mulheres Maduras

Maurício Cintrão

O tempo passa e as mulheres maduras continuam me encantando.

Aliás, o encantamento é cada vez maior.

Essa coisa de menininha bonitinha é para quem tem energia demais para desperdiçar.

Prefiro o manejo racional de recursos.

Mais do que isso, já estou na fase de pensar na preservação das minhas espécies em extinção.

Não sou a Mata Atlântica, e já não tenho aquela lenha toda.

Depois de uma certa idade, a gente deixa de lado o interesse superficial.

Beleza continua sendo fundamental. Mas precisa ter aquele olhar da experiência, da loba.

Precisa ter conteúdo.

E isso só o tempo traz. É por essas e por outras que sou mais a Ana Maria Braga do que a Daniella Cicarelli.

Eu sei, eu sei. Muitos dos meus amigos vão dizer que só falo isso porque estou longe das duas.

Porque, se pudesse escolher, eu preferiria a VJ modeladinha à apresentadora global.

Pois eu reafirmo a escolha.

Na emergência, é a categoria de quem já fez que conta.

Com o charme característico de quem já viveu do bom e do ruim. É uma escolha que não tem a ver apenas com a idade.

Tem a ver com a maneira de enxergar o mundo.

Prefiro a mulher deslumbrante à deslumbrada.

Aquela que define o parceiro pelo faro e não pelo marketing. Por exemplo, que prefira a mim e não ao Leonardo Di Caprio.

E eu tenho a certeza de que não estou sozinho nessa maneira de pensar.

Veja o Gianechinni, por exemplo. Com tanta gatinha dando em cima, ele preferiu a Gaby. Belíssima escolha, aliás.

Menino ajuizado e de bom gosto.

Porque, nesses casos, não é preciso perder tempo explicando nada.

A gente vai lá e ama o amor sem legenda, sem tecla SAP, sem dicionário.

O importante não é a roupa da moda, mas o beijo de entrega. Não interessam as bobaginhas de butique, mas a maneira de abraçar.

Um olhar vale mais do que mil conversas.

Uma conversa vale por uma noite de amor. É difícil de explicar essas sutilezas para a molecadinha.

Imaginem este dinossauro tentando dizer para a gatinha turbinada que é preciso criar um clima, ter luz difusa e muito beijo demorado.

Não funciona, nem fazendo desenhinho. É uma questão hormonal.

Você que é mais jovem, vai entender disso no futuro.

Mulher interessante tem que ter mais de 30, sem limite de idade para continuar em forma. É aquela tiazona de quem você ri agora. É riso histérico de novato diante de uma grande verdade da natureza.

Maurício Cintrão é jornalista e cronista

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O Avô e os Lobos

Um velho avô disse a seu neto, que veio a ele com raiva de um amigo que lhe havia feito uma injustiça :

— Deixe-me contar-lhe uma historia. Eu mesmo, algumas vezes, senti grande ódio daqueles que 'aprontaram' tanto, sem qualquer arrependimento daquilo que fizeram. Todavia, o ódio corrói você, mas não fere seu inimigo. É o mesmo que tomar veneno, desejando que seu inimigo morra. Lutei muitas vezes contra estes sentimentos.

E ele continuou:

— É como se existissem dois lobos dentro de mim. Um deles é bom e não magoa. Ele vive em harmonia com todos ao redor dele e não se ofende quando não se teve intenção de ofender. Ele só lutará quando for certo fazer isto, e da maneira correta. Mas, o outro lobo, ah!, este é cheio de raiva. Mesmo as pequeninas coisas o lançam num ataque de ira ! Ele briga com todos, o tempo todo, sem qualquer motivo. Ele não pode pensar porque sua raiva e seu ódio são muito grandes. É uma raiva inútil, pois sua raiva não irá mudar coisa alguma ! Algumas vezes é difícil conviver com estes dois lobos dentro de mim, pois ambos tentam dominar meu espírito.

O garoto olhou intensamente nos olhos de seu avô e perguntou :

— E qual deles vence, vovô ?

O avô sorriu e respondeu baixinho :

— Aquele que eu alimento mais frequentemente. É difícil pensar em amar alguém que você não gosta, amar quem o prejudica ou alguém que o ofendeu. Mas por mais que tentemos, ou que queiramos, a verdade é que o ódio corrói nosso espírito, e somos os maiores prejudicados. Pense em como você pode amar a nosso semelhante, não importando o que ele fez, ou qualquer que tenha sido a atitude dele. Afinal, só o amor constrói.

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

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Elegância

Martha Medeiros

Existe uma coisa difícil de ser ensinada e que, talvez por isso, esteja cada vez mais rara: a elegância do comportamento. É um dom que vai muito além do uso correto dos talheres e que abrange bem mais do que dizer um simples obrigado diante de uma gentileza.

É a elegância que nos acompanha da primeira hora da manhã até a hora de dormir e que se manifesta nas situações mais prosaicas, quando não há festa alguma nem fotógrafos por perto.

É uma elegância desobrigada.

É possível detectá-la nas pessoas que elogiam mais do que criticam.

Nas pessoas que escutam. E quando falam, não ficam a julgar sentindo-se o "dono da verdade".

É possível detectá-la nas pessoas que não usam um tom superior de voz ao se dirigir a frentistas.

Nas pessoas que evitam assuntos constrangedores porque não sentem prazer em humilhar os outros.

É possível detectá-la em pessoas pontuais.

Em pessoas que sabem que os mais velhos, muitas vezes, são rabujentos e mesmo assim o tratam com a deferência que merecem.

Elegante é quem demonstra interesse por assuntos que desconhece, é quem presenteia fora das datas festivas, é quem cumpre o que promete e, ao receber uma ligação, não recomenda à secretária que pergunte antes quem está falando e só depois manda dizer se está ou não está.

Oferecer flores é sempre elegante.

É elegante não ficar espaçoso demais.

É elegante você fazer algo por alguém e este alguém jamais saber o que você teve que se arrebentar para o fazer...

É elegante não mudar seu estilo apenas para se adaptar ao outro.

É muito elegante não falar de dinheiro em bate-papos informais.

É elegante retribuir carinho e solidariedade.

É elegante o silêncio, diante de uma rejeição....

Sobrenome, jóias e nariz empinado não substituem a elegância do gesto.

Não há livro que ensine alguém a ter uma visão generosa do mundo, a estar nele de uma forma não arrogante.

É elegante a gentileza; atitudes gentis falam mais que mil imagens...

Abrir a porta para alguém? É muito elegante.

Dar o lugar para alguém sentar? É muito elegante.

Sorrir, sempre é muito elegante e faz um bem danado para a alma...

Oferecer ajuda? Muito elegante.

Olhar nos olhos ao conversar? Essencialmente elegante.

Pode-se tentar capturar esta delicadeza natural pela observação, mas tentar imitá-la é improdutivo.

A saída é desenvolver em si mesmo a arte de conviver, que independe de status social: é só pedir licencinha para o nosso lado brucutu, que acha que "com amigo não tem que ter estas frescuras". Se os amigos não merecem uma certa cordialidade, os inimigos é que não irão desfrutá-la.

Educação enferruja por falta de uso. E, detalhe: não é frescura.

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Paciência

Teilhard de Chardin.

"Ah! Se vendessem paciência nas farmácias e supermercados... muita gente iria gastar boa parte do salário nessa mercadoria tão rara hoje em dia. Por muito pouco a madame que parece uma "lady", solta palavrões e berros que lembram as antigas "trabalhadoras do cais", e o bem comportado executivo, "o cavalheiro", se transforma numa "besta selvagem" no trânsito que ele mesmo ajuda tumultuar.

Os filhos atrapalham, os idosos incomodam, a voz da vizinha é um tormento, o jeito do chefe é demais para sua cabeça, a esposa virou uma chata, o marido uma "mala sem alça", aquela velha amiga uma "alça sem mala", o emprego uma tortura, a escola uma chatice.

O cinema se arrasta, o teatro nem pensar, até o passeio viraram novela. Outro dia, vi um jovem reclamando que o banco dele pela Internet estava demorando a dar o saldo, eu me lembrei da fila dos bancos. Pobre de nós, meninos e meninas sem paciência, sem tempo para a vida, sem tempo para a espiritualidade, a paciência está em falta no mercado, e pelo jeito, a paciência sintética dos calmantes está cada vez mais em alta.

Pergunte para alguém que você saiba que é "ansioso demais", onde ele quer chegar? Qual é a finalidade de sua vida? Surpreenda-se com a falta de metas, com o vago de sua resposta.

E você? Onde quer chegar? Está correndo tanto para que? Por quem? Seu coração vai agüentar?

Se você morrer hoje de infarto agudo do miocárdio o mundo vai parar? A empresa que você trabalha vai acabar? As pessoas que você ama vão parar?

Será que você conseguiu ler até aqui?

Respire...Acalme-se... O mundo está apenas na sua primeira volta e com certeza, no final do dia vai completar o seu giro ao redor do sol, com ou sem a sua paciência".

"NÃO SOMOS SERES HUMANOS PASSANDO POR UMA EXPERIÊNCIA ESPIRITUAL... SOMOS SERES ESPIRITUAIS PASSANDO POR UMA EXPERIÊNCIA HUMANA...".

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Viver Como as Flores

— Mestre, como faço para não me aborrecer? Algumas pessoas falam demais, outras são ignorantes. Algumas são indiferentes. Sinto ódio das que são mentirosas. Sofro com as que caluniam.

— Pois viva como as flores, advertiu o mestre!

— Como é viver como as flores, perguntou o discípulo?

— Repare nestas flores, continuou o mestre, apontando lírios que cresciam no jardim. Elas nascem no esterco, entretanto, são puras e perfumadas. Extraem do adubo malcheiroso tudo que lhes é útil e saudável, mas não permitem que o azedume da terra manche o frescor de suas pétalas. É justo angustiar-se com as próprias culpas, mas não é sábio permitir que os vícios dos outros o importunem. Os defeitos deles são deles e não seus. Se não são seus, não há razão para aborrecimento. Exercite, pois, a virtude de rejeitar todo mal que vem de fora. Isso é viver como as flores.

Lembre-se: Não se aborrecer é uma questão de treino, pois os motivos sempre existirão!

A Alma dos Diferentes

Artur da Távola

Ahhhh, o diferente.... esse ser especial!... Diferente não é quem pretenda ser. Esse é um imitador do que ainda não foi imitado, nunca um ser diferente.

Diferente é quem foi dotado de alguns mais e de alguns menos, em hora, momento e lugar errados para os outros, Que riem de inveja de não serem assim, E de medo de não aguentar, caso um dia venham a ser.

O diferente é um ser sempre mais próximo da perfeição. O diferente nunca é um chato. Mas é sempre confundido por pessoas menos sensíveis e avisadas.

Supondo encontrar um chato onde está um diferente, talentos são rechaçados; vitórias adiadas; esperanças mortas.

Um diferente medroso, este sim, acaba transformando-se num chato. Chato é um diferente que não vingou. Os diferentes muito inteligentes, percebem porque os outros não os entendem. Os diferentes raivosos acabam tendo razão sozinhos, contra o mundo inteiro.

Diferente que se preza entende o porquê de quem o agride. Se o diferente se mediocrizar, mergulhará no complexo de inferioridade. O diferente paga sempre o preço de estar - mesmo sem querer - alterando algo, ameaçando rebanhos, carneiros e pastores.

O diferente suporta e digere a ira do irremediavelmente igual, a inveja do comum, o ódio do mediano. O verdadeiro diferente sabe que nunca tem razão, mas que está sempre certo.

O diferente começa a sofrer cedo, já no primário, onde os demais, de mãos dadas, e até mesmo alguns adultos, por omissão, se unem para transformar o que é peculiaridade e potencial em aleijão e caricatura. O que é percepção aguçada em: "Puxa, fulano, como você é complicado". O que é o embrião de um estilo próprio em: "Você não está vendo como todo mundo faz?"

O diferente carrega desde cedo apelidos e marcações os quais acaba incorporando. Só os diferentes mais fortes do que o mundo se transformaram (e se transformam) nos seus grandes modificadores.

Diferente é o que vê mais longe do que o consenso. O que sente antes mesmo dos demais começarem a perceber.

Diferente é o que se emociona enquanto todos em torno, agridem e gargalham. É o que engorda mais um pouco; chora onde outros xingam; estuda onde outros burram. Quer onde outros cansam. Espera de onde já não vem. Sonha entre realistas. Concretiza entre sonhadores. Fala de leite em reunião de bêbados. Cria onde o hábito rotiniza. Sofre onde os outros ganham.

Diferente é o que fica doendo onde a alegria impera. Aceita empregos que ninguém supõe. Perde horas em coisas que só ele sabe importantes. Engorda onde não deve. Diz sempre na hora de calar. Cala nas horas erradas. Não desiste de lutar pela harmonia. Fala de amor no meio da guerra. Deixa o adversário fazer o gol, porque gosta mais de jogar do que de ganhar.

Ele aprendeu a superar riso, deboche, escárnio , e consciência dolorosa de que a média é má porque é igual.

Os diferentes aí estão: enfermos, paralíticos, machucados, engordados, magros demais, inteligentes em excesso, bons demais para aquele cargo, excepcionais, narigudos, barrigudos, joelhudos, de pé grande, de roupas erradas, cheios de espinhas, de mumunha, de malícia ou de baba.

Aí estão, doendo e doendo, mas procurando ser, conseguindo ser, sendo muito mais.

A alma dos diferentes é feita de uma luz além. Sua estrela tem moradas deslumbrantes que eles guardam para os poucos capazes de os sentir e entender. Nossas são moradas são tesouros da ternura humana. De que só os diferentes são capazes.

Não mexa com o amor de um diferente. A menos que você seja suficientemente forte para suportá-lo depois.

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Amanhecer...

Chico Xavier

Quero nascer de novo cada dia que nasce. Quero ser outra vez novo, puro, cristalino.

Quero lavar-me, cada manhã, do homem velho, da poeira velha, das palavras gastas, dos gestos rituais.

Quero reviver a primeira manhã da criação, o primeiro abrir dos olhos para a vida.

Quero que cada manhã, a alma desabroche do sono como a rosa do botão, e surja, como a aurora do oceano, ao sorriso dos teus lábios, ao gesto de tua mão.

Quero me engrinaldar para a festa renovada com que cada dia nos convidas e desdobrar as asas como a águia em demanda do sol.

Quero crer, a cada nova aurora, que esta é a definitiva, a do encontro com a felicidade, a da permanência assegurada, a de teu sim definitivo.

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Três Sapos

Se existem três sapos numa folha, e um deles decide pular da folha para a água, quantos sapos restam na folha? Resposta certa: três sapos!

Porque o sapo apenas decidiu pular mas ele não fez isso.

Às vezes, a gente não se parece com o sapo?

Quando decidimos fazer isso, fazer aquilo e no final não fazemos nada?

Na vida temos que tomar muitas decisões. Algumas fáceis, outras difíceis.

Rir é correr o risco de parecer tolo.

Chorar é correr o risco de parecer sentimental.

Abrir-se para alguém é arriscar envolvimento.

Expor as idéias e sonhos é arriscar-se a perdê-los.

Amar é correr o risco de não ser amado.

Viver é correr o risco de morrer.

Ter esperança é correr o risco de se decepcionar.

Tentar é correr o risco de falhar.

Os riscos precisam ser enfrentados porque o maior fracasso na vida é não arriscar nada. A pessoa que não arrisca nada, não faz nada, não tem nada, é nada... Ela pode evitar o sofrimento e a dor mas não aprende, não sente, não muda, não cresce, não vive. É uma escrava que teme a liberdade.

Apenas quem arrisca é livre.

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As coisas bonitas na vida

Há coisas bonitas na vida! Sim... Mas, bonitas são as coisas vindas do interior de cada um, as palavras simples, sinceras e significativas.

Bonito é o sorriso que vem de dentro, o brilho dos olhos, o beijo soprado...

Bonito é o dia de sol depois da noite chuvosa ou as noites enluaradas de verão em que quase todos passeiam...

Bonito é procurar estrelas no céu e dar de presente ao amigo, amiga, namorado, neto...

Bonito é achar a poesia do vento, das flores, do mato, dos animais e das crianças.

Bonito é chorar quando sentir vontade e deixar as lágrimas rolarem sem vergonha ou medo de crítica.

Bonito é gostar da vida e se deixar viver de um sonho.

Bonito é ver a realidade da vida, sem nunca ser extremista, e acreditar na beleza de todas as coisas.

Bonito é a gente continuar sendo gente com G maiúsculo em qualquer situação, principalmente nos momentos de dificuldade.

Bonito é você ser você... nesta bonita vida...!!!

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Descubra o Amor

Mahatma Gandhi

Pegue um sorriso
e doe-o a quem jamais o teve.

Pegue um raio de sol
e faça-o voar lá onde reina a noite.

Descubra uma fonte
e faça banhar-se quem vive no lodo.

Pegue uma lágrima
e ponha-a no rosto de quem jamais chorou.

Pegue a coragem
e ponha-a no ânimo de quem não sabe lutar.

Descubra a vida
e narre-a quem não sabe entendê-la.

Pegue a esperança
e viva na sua luz.

Pegue a bondade
e doe-a a quem não sabe doar.

Descubra o amor
e faça-o conhecer o mundo.

Um dia o Rei teve uma idéia.

Marina Colasanti

Era a primeira da vida toda, e tão maravilhado ficou com aquela idéia azul, que não quis saber de contar aos ministros. Desceu com ela para o jardim, correu com Ela nos gramados, brincou com ela de esconder entre outros pensamentos, encontrando-a sempre com igual alegria, linda idéia dele toda azul.

Brincaram até o Rei adormecer encostado numa árvore.

Foi acordar tateando a coroa e procurando a idéia, para perceber o perigo. Sozinha no seu sono, solta e tão bonita, a idéia poderia ter chamado a atenção de alguém.

Bastaria esse alguém pegá-la e levar. É tão fácil roubar uma idéia: Quem jamais saberia que já tinha dono?

Com a idéia escondida debaixo do manto, o Rei voltou para o castelo. Esperou a noite. Quando todos os olhos se fecharam, saiu dos seus aposentos, atravessou salões, Desceu escadas, subiu degraus, até Chegar ao Corredor das Salas do Tempo.

Portas fechadas, e o silêncio.

Que sala escolher?

Diante de cada porta o Rei parava, pensava, e seguia adiante. Até chegar à Sala do Sono.

Abriu. Na sala acolchoada os pés do Rei afundavam até o tornozelo, o olhar se embaraçava em gazes, cortinas e véus pendurados como teias.

Sala de quase escuro, sempre igual. O Rei deitou a idéia adormecida na cama de marfim, baixou o cortinado, saiu e trancou a porta.

A chave prendeu no pescoço em grossa corrente. E nunca mais mexeu nela.

O tempo correu seus anos. Idéias o Rei não teve mais, nem sentiu falta, tão ocupado estava em governar. Envelhecia sem perceber, diante dos educados espelhos reais Que mentiam a verdade. Apenas, sentia-se mais triste e mais só, sem que nunca mais tivesse tido vontade de brincar nos jardins.

Só os ministros viam a velhice do Rei. Quando a cabeça ficou toda branca, disseram-lhe que já podia descansar, e o libertaram do manto.

Posta a coroa sobre a almofada, o Rei logo levou a mão à corrente.

— Ninguém mais se ocupa de mim - dizia atravessando salões e descendo escadas a caminho das Salas do Tempo - ninguém mais me olha. Agora posso buscar minha Linda idéia e guardá-la só para mim.

Abriu a porta, levantou o cortinado.

Na cama de marfim, a idéia dormia azul como naquele dia.

Como naquele dia, jovem, tão jovem, uma idéia menina. E linda. Mas o Rei não era mais o Rei daquele dia.

Entre ele e a idéia estava todo o tempo passado lá fora, o tempo todo parado na Sala do Sono. Seus olhos não viam na idéia a mesma graça. Brincar não queria, nem Rir. Que fazer com ela? Nunca mais saberiam estar juntos como naquele dia.

Sentado na beira da cama o Rei chorou suas duas últimas lágrimas, as que tinha guardado para a maior tristeza.

Depois baixou o cortinado, e deixando a idéia adormecida, fechou para sempre a porta.

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A vida não é medida

A vida não é medida
pelo número de vêzes
que você respirou,
mas pelos momentos
em que você perdeu o fôlego...
de amor...,
de tanto rir...,
de surpresa...,
de êxtase...
e, enfim,
de felicidade!"

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A Coruja e a Águia

Conta uma fábula portuguesa que a coruja encontrou a águia, e disse-lhe:

— O águia, se vires uns passarinhos muito lindos em um ninho, com uns biquinhos muito bem feitos, olha lá não os coma, que são os meus filhos!

A águia prometeu-lhe que não os comeria; foi voando e encontrou numa árvore um ninho, e comeu todos filhotes. Quando a coruja chegou e viu que lhe tinham comido os filhos, foi ter com a águia, muito aflita:

— O águia, tu foste-me falsa, porque prometeste que não me comias meus filhinhos, e mataste-nos todos!

Diz a águia:

— Eu encontrei uns pássaros pequenos num ninho, todos depenados, sem bico, e com os olhos tapados, e comi-os; e como tu me disseste que os teus filhos eram muito lindos e tinham os biquinhos bem feitos entendi que não eram esses.

— Pois eram esses mesmos, disse a coruja.

— Pois então queixa-te de ti, que é que me enganaste com a tua cegueira.

Essa fábula é atribuída ao surgimento da expressão "mãe coruja "pois aos olhos das mães os filhos são sempre perfeitos e lindos, o coração de uma mãe é o lugar mais seguro do mundo e se precisar até sangra por um filho.

Existe um provérbio Iídiche (Israel) que diz: "Deus sabia que não poderia estar em todos os lugares, então criou as mães.", o provérbio significa que o amor de Deus se manifesta através do amor materno e a dimensão que representa ser mãe é algo tão grandioso que nós como filhos só entendemos o dia em que nos tornamos pais.

Assim hoje quando olho para trás e vejo os erros que cometi posso também ouvir a voz da minha mãe me falando para não fazer ou então para fazer, se ao menos eu tivesse ouvido algumas de suas palavras poderia ter evitado muito dos erros que cometi, mas na época não queria escutar e não tinha a consciência do poder que tinham essas palavras sobre a minha vida.

O lado bom de tudo isso é saber que os erros também são necessários para o nosso crescimento e que muitas vezes a voz da minha mãe se calou, pois sabia que o silêncio também é necessário, pois sabia que muitas vezes é errando que se aprende a acertar, que é chorando que se aprende a sorrir, que é perdendo que se aprende a vencer, que é caindo que se aprende a levantar.

A voz suave da minha mãe que me ninava com suas canções que vinham do coração, a voz firme da minha mãe que brigava comigo porque queria me ver na linha e no caminho certo, a voz carinhosa da minha mãe me dando os melhores conselhos que alguém já me deu, o silêncio de quando ela não estava por perto e tudo que eu mais queria era ouvir novamente a sua voz.

Mãe foi com você que eu aprendi a viver e amar e tudo que eu tenho de melhor em mim é graças a sua dedicação, carinho e amor, mãe obrigado por ter sido o que você sempre foi para mim, uma mãe(não existe outra palavra no universo para descrever), obrigado por me fazer sorrir e chorar, por me fazer crescer e me encontrar.

Sabe qual é a coisa que pode ser uma das mais tristes do mundo?

Uma mãe chorando pelo destino de seus filhos.

E uma das mais belas?

A imensa gratidão que habita o coração de um filho pelo amor de sua mãe.

Por toda a minha vida a sua voz e as suas palavras vão fazer eco na minha consciência e calaram fundo para sempre na minha alma e em todo meu coração.

E quando meus dias na terra acabarem e o meu último pensamento passar pela minha cabeça será em você que irei pensar mãe.

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A Deusa do Sal

Conta uma lenda que em uma ilha longínqua vivia uma solitária deusa de sal. Ela era apaixonada pelo mar.

Passava dias, noites, horas na praia observando o balanço de suas ondas, sua Beleza, seu mistério, sua magnitude. Um desejo enorme começou a apossar-se do seu coração: experimentar toda Aquela beleza.

Esse desejo foi aumentando até que um dia a deusa resolveu entrar no mar. Logo que ela colocou os pés no mar, eles sumiram, derreteram-se. Encantada com ele, ela seguiu em frente e suas pernas e coxas desapareceram.

A deusa, entretanto, seguiu adiante, sentindo partes do seu corpo Derretendo-se, até ficar apenas com o rosto do lado de fora.

Uma estrela que observava tudo falou:

— Linda deusa, você vai desaparecer por completo. Daqui a pouco você não mais Existirá.

A água do mar desfazia o rosto da deusa, mas ela respondeu fazendo um esforço:

— Continuarei existindo, porque agora eu sou o mar também.

Para conhecer e experimentar é preciso permitir-se, ir em frente.

Quando isto acontece, a mudança se dá, mudamos.

A deusa mudou transformando-se em mar, fazendo parte dele, passou a ser o mar Que ela tanto admirava da praia.

O mar por sua vez, também se transformou, porque foi salgado pela deusa. Ambos experimentaram a mudança: a deusa e o mar.

desconheço a autoria

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O Minuto

O minuto que você está vivendo agora, é o minuto mais importante de sua vida, onde quer que você esteja.

Preste atenção ao que está fazendo.

O ontem já lhe fugiu das mãos.

O amanhã ainda não chegou.

Viva o momento presente, porque dele depende todo o seu futuro.

Procure aproveitar ao máximo o momento que está vivendo, tirando todas as vantagens que puder, para seu aperfeiçoamento.

desconheço a autoria

A pior coisa

Amyr Klink

A pior coisa que pode acontecer na vida de uma pessoa não é quando seu projeto não dá certo, seu plano de ação não funciona ou quando a sua viagem termina no lugar errado.

O pior é não começar. Esse é o maior naufrágio.

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Oração da melhor idade

Senhor, ensina-me a envelhecer!

Convence-me que o mundo não me fará nenhum agravo.

Se me vai tirando as responsabilidades, se não pede mais a minha opinião, escolhem-se outros para ocuparem o meu lugar, tira-me o orgulho da experiência acumulada e de me julgar insubstituível.

Que eu saiba ver com desprendimento, apenas a lei do tempo.

Que descubra nesta transferência de encargos, a renovação de tudo ao meu redor, sob o impulso da Tua "providência".

Faze Senhor, com que eu consiga ser ainda útil nesta Terra, contribuindo com o otimismo e a oração, para a alegria e coragem de quem recebe as responsabilidades.

Que eu viva sem perder o contato humilde e sereno com o mundo da transformação.

Que eu consiga entender a modernização dos tempos.

Que não me lamente do passado, nem do presente, e que não veja no futuro, o vazio.

Que eu saiba fazer dos meus sofrimentos, um instrumento de reparação para as injustiças.

Que o meu afastamento do trabalho produtivo seja tão simples e natural, e que a velhice advenha como um sereno, feliz e luminoso por do sol, com os coloridos dourados e a esperança de ver nascer o próximo dia.

desconheço a autoria

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Oração de uma camponesa de Madagascar

Senhor, dono das panelas e marmitas,
não posso ser a santa que medita aos Vossos pés.
Não sei bordar toalhas para o Vosso Altar.
Então, que eu seja a santa ao pé do meu fogão.
Que o Vosso amor, acenda a chama que eu acendi
pela manhã, e me faça calar a vontade de gemer,
às vezes a minha tristeza.
Que eu tenha as mãos de Marta,
mas quero ter também as mãos de Maria.
Quando eu lavar o chão, lavai,
Senhor, os meus pecados.
Quando eu puser na mesa a comida,
comei também.
Senhor, junto conosco.
É ao meu Senhor que eu sirvo,
servindo as minhas crianças.

Extraído da página 107 do livro "Corações em Luz" de Régis de Morais, Centro Espírita Allan Kardec,
Departamento Editorial, Campinas - 1ª Edição- 2003

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O Rio que não Gostava de Mudar

Ricardo kelmer

Movimento significa contínua transformação, mudança, aprendizado. Significa evolução. Isso nos faz lembrar da historinha sobre o sentido da vida.

Ela diz que somos todos como o rio que vai descendo, procurando o melhor caminho. Podemos nos enganar muitas vezes mas isso fará parte do aprendizado e não da derrota. Podemos cansar de tudo e, deprimidos, querermos até desistir.

Então, parados, transformamo-nos em lagos, para assim podermos provar a nós mesmos que estamos sozinhos e que o universo ao redor, com sua mania de movimento e transformação, não nos diz respeito e tudo que se dane.

No entanto, começa a cair uma chuvinha irritante que termina nos fazendo transbordar e lá vai o rio descendo novamente, seguindo caminho, inapelavelmente.

O rio, então, muda-se para um lugar onde não chove e ele possa continuar sua reclusão em paz, onde ele possa sofrer sozinho sem ninguém para lhe dar lições de moral. Mas aí, acaba descobrindo que aos poucos está se transformando em vapor, subindo para o céu e virando nuvem. Ele até pensa em aproveitar e seguir como uma nuvem até o pólo sul, onde desceria como neve e ficaria como aquelas montanhas de gelo, solitárias e auto-suficientes.

Mas só de pensar no quanto teria de se transformar, desiste. Além do mais quem garante que até elas não evaporem mesmo com o sol fraco dos pólos?

Achando aquilo tudo o cúmulo da aporrinhação e intromissão, o rio enfim decide esconder-se numa caverna profunda, a mais profunda que houvesse, no centro do planeta, onde enfim pudesse ser um pequeno lago, eternamente tranqüilo e sem ninguém a lhe dar conselhos sobre evolução e transformação.

Foi um esforço tremendo. Teve que primeiro transformar-se em chuva e umedecer bem as rochas, depois penetrá-las e descer por dentro delas, tendo sempre que buscar reforço quando o calor ameaçava estragar tudo. Pensou várias vezes em desistir mas aquilo era sua única saída. Sabia que talvez levasse toda a vida provando sua tese mas valeria a pena. Por fim terminou conseguindo. Virou um lago no fundo da caverna mais profunda.

Mostrou ao mundo que podia ficar deprimido e desistir de tudo, tinha esse direito de não querer seguir em frente, de não querer se transformar. Então, completamente exausto, sorriu satisfeito e morreu. E a morte veio saudar-lhe com todas as honras. Afinal, um rio que dedicou sua vida inteira a se transformar no lago mais distante da mais profunda caverna, e conseguiu, é mesmo um rio bem especial.

Um rio que captou como nenhum outro que a evolução é o sentido da vida.

Moral da história:

Tudo se transforma, cada um a seu modo, ainda que insista em não se transformar. Porque somos a própria evolução.

Texto Extraído do Livro "Quem Apagou a Luz?", de Ricardo Kelmer

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O Rouxinol e a Rosa

Era uma vez, um rouxinol que vivia em um jardim.

No jardim havia uma casa, cuja janela se abria todas as manhãs.

Na janela, um jovem, comia pão, olhando as belezas do jardim.

Sempre deixava cair farelos de pão, sobre a janela.

O rouxinol, comia os farelos, acreditando que o jovem os deixava de propósito para ele.

Assim criou um grande afeto, pelo jovem que se importava em alimentá-lo, mesmo com migalhas.

O jovem um dia se apaixonou.

Ao se declarar a sua amada, ela disse que só aceitaria seu amor, se como prova, ele desse a ela, na manhã seguinte, uma rosa vermelha.

O jovem, percorreu todas as floriculturas da cidade, sua busca foi em vão, não encontrou nenhuma rosa para ofertar a sua amada.

Triste, desolado, o jovem foi falar com o jardineiro da casa onde vivia. O jardineiro explicou a ele, que poderia presenteá-la com petúnias, violetas, cravos, menos rosas.

Elas estavam fora de época, era impossível consegui-las, naquela estação.

O rouxinol, que escutara a conversa, ficou penalizado pela desolação do jovem, teria que fazer algo para ajudar seu amigo, a conseguir a flor.

Assim, a ave procurou o deus dos pássaros que assim falou:

— Na verdade, você pode conseguir uma rosa vermelha para teu amigo, mas o sacrifício é grande, e pode custar-lhe a vida!

— Não importa respondeu a ave. O que devo fazer?

— Bem, você terá que se emaranhar em uma roseira, e ali cantar a noite toda, sem parar, o esforço é muito grande, seu peito pode não agüentar.

— Assim farei, respondeu a ave, é para a felicidade de um amigo!

Quando escureceu, o rouxinol, se emaranhou em meio a uma roseira, que ficava frente a janela do jovem.

Ali, se pôs a cantar, seu canto mais alegre, precisava caprichar na formação da flor.

Um grande espinho, começou a entrar no peito do rouxinol, quanto mais ele cantava, mais o espinho entrava em seu peito.

O rouxinol não parou, continuou seu canto, pela felicidade de um amigo, um canto que simbolizava gratidão, amizade. Um canto de doação, mesmo que fosse da própria vida!

Do peito da pobre ave, começou a escorrer sangue, que foi se acumulando sobre o galho da roseira, mas ela não se deteve nem se entristeceu.

Pela manhã, ao abrir a janela, o jovem se deteve diante da mais linda rosa vermelha, formada pelo sangue da ave, nem questionou o milagre, apenas colheu a rosa.

Ao olhar o corpo inerte da pobre ave, o jovem disse:

— Que ave estúpida! Tendo tantas árvores para cantar, foi se enfiar justamente em meio a roseira que tem espinhos, pelo menos agora dormirei melhor, sem ter que escutar seu canto chato.

Moral da história:

Cada um dá o que tem no coração, cada um recebe com o coração que tem...

Papel picado, ao Vento

Um senhor, há muito tempo, tanto falou que seu vizinho era ladrão que o rapaz acabou preso! Dias depois, descobriram que era inocente. O rapaz foi solto, e processou o homem.

No tribunal, o velho diz ao juiz: Comentários não causam tanto mal.

E o juiz responde: Escreva os comentários num papel, "depois pique e jogue os pedaços no caminho de casa. Amanhã, volte para ouvir a sentença.

O senhor obedeceu e voltou no dia seguinte. Antes da sentença, terá que catar os pedaços de papel que espalhou ontem", disse o juiz.

Responde o velho: Não posso fazer isso. O vento deve tê-los espalhado, já não sei onde estão.

Responde o juiz: Da mesma maneira, um simples comentário pode destruir a honra de um homem, a ponto de não podermos consertar o mal.

Se não se pode falar bem de uma pessoa, é melhor que não se diga nada. Sejamos donos de nossa boca, para não sermos escravos de nossas palavras.

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Saudação da Aurora

(Antiga Oração em Sânscrito)

Cuida bem deste Dia,
porque é o Dia da própria vida da Vida.
Neste Dia residem todas as Verdades
e as Realidades de tua Existência:
— a glória da Beleza;
— o esplendor da Ação;
— a benção do Crescimento.
Cuida bem deste Dia!
Pois ontem é apenas um Sonho
E Amanhã, apenas uma Visão.
Mas cada Hoje bem vivido
Torna cada Ontem um Sonho de Felicidade
E cada Amanhã uma Visão de Esperança.
Cuida bem, pois, deste Dia.
Esta é a saudação da Aurora.

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A semente

Conta-se que por volta do ano 250 A.C., na China, um príncipe da região norte do país estava às vésperas de ser coroado imperador, mas, de acordo com a lei, ele deveria se casar.

Sabendo disso, resolveu fazer uma "disputa" entre as moças da corte e as que se achassem dignas de sua proposta.

Assim, o príncipe anunciou que receberia, numa celebração especial, todas as pretendentes e lançaria um desafio.

Uma velha senhora, serva do palácio há muitos anos, ouvindo os comentários sobre os preparativos, sentiu uma leve tristeza, pois sabia que sua jovem filha nutria um sentimento de profundo amor pelo príncipe. Ao chegar em casa, após relatar o fato à jovem, espantou-se ao saber que ela resolveu ir a celebração, e indagou incrédula:

— Minha filha, o que você fará lá? Estarão presentes as mais belas e ricas moças da corte. Tire esta idéia insensata da cabeça. Eu sei que você deve estar sofrendo, mas não torne o sofrimento uma loucura.

A filha respondeu:

— Não, querida mãe, não estou sofrendo e muito menos louca. Sei que jamais poderei ser a escolhida, mas é minha oportunidade de ficar pelo menos alguns momentos perto do príncipe, isto já me faz feliz.

No dia da celebração a jovem chegou ao palácio. Lá estavam, de fato, as mais belas moças, com as mais belas roupas e as mais belas jóias, e com as mais determinadas intenções.

No momento por todas ansiosamente esperado, o príncipe anunciou o desafio:

— Darei a cada uma de vocês uma semente. Aquela que, dentro de seis meses, me trouxer a mais bela flor será escolhida minha esposa e futura imperatriz da china.

A proposta do príncipe não fugiu às profundas tradições daquele povo que valorizava muito a especialidade de "cultivar" algo, sejam costumes, amizades, relacionamentos etc.

O tempo passou e a doce jovem, que não tinha muita habilidade nas artes da jardinagem, cuidava com muita paciência e ternura a sua semente, pois sabia que se a beleza da flor surgisse na mesma extensão de seu amor ela não precisaria se preocupar com o resultado.

Passaram-se três meses e nada surgiu onde plantara a sua semente. A jovem tudo tentara, usara de todos os métodos que conhecia, mas nada havia nascido. Dia após dia ela percebia cada vez mais longe a realização do seu sonho, mas cada vez mais profundo era o seu amor.

Por fim, os seis meses se passaram e nada havia brotado. Consciente do seu esforço e dedicação aquela moça comunicou à sua mãe que, independente das circunstâncias, retornaria ao palácio, na data e hora combinadas, pois não pretendia nada além de mais alguns momentos na companhia do príncipe.

Na hora marcada, estavam lá ela e as demais pretendentes, só que seu vaso estava vazio, e todas as outras pretendentes traziam uma flor, cada uma mais bela do que a outra, e das mais variadas formas e cores. Ela estava admirada, nunca havia presenciado tão bela cena.

Finalmente chegou o momento esperado e o príncipe observou o vaso de cada uma das pretendentes demonstrando muito interesse. Após passar por todas, uma a uma, ele anuncia o resultado e indica aquela bela jovem, filha da serva do palácio, como sua futura esposa.

As pessoas presentes tiveram as mais inesperadas reações. Ninguém compreendeu porque ele havia escolhido justamente aquela que nada havia cultivado. Então, calmamente, o príncipe esclareceu:

— Esta jovem foi a única que cultivou a flor que a tornou digna de se tornar minha imperatriz: a flor da honestidade, pois todas as sementes que entreguei eram estéreis.

Se para vencer for necessário ser desonesto, perca. Você será sempre um vencedor.

Desconheço a autoria

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A Nevasca

Cris Lacerda

Uma nevasca estava a caminho e os habitantes de um certo lugar procuram recolher-se ao abrigo de seus lares, quando de dentro da janela um homem vê uma roseira carregada de botões.

Ele, intrigado, decide-se ter com ela.

Diz-lhe: - Sua insana, não percebeu que estamos em pleno inverno?

Ela, humildemente responde:

— Que culpa tenho se dentro de mim é sempre primavera?

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Só por hoje

Aldo Novak

Você sabe que já passou por momentos muito dolorosos em sua vida, momentos que podem abalar suas crenças, sua lógica, sua fé. Ainda assim você continuou. Apesar das dores, apesar do peso que recaiu sobre seus ombros, apesar dos desapontamentos, você deu um passo depois do outro. E está aqui agora.

Pode não ser o lugar perfeito, mas é a direção que conta. Se você estiver na direção certa, simplesmente continue em frente,por maiores que sejam as tempestades, por mais pesado que seja seu fardo, o sol voltará a brilhar e o oásis surgirá, para descansar. Não desista.

Se estiver no caminho errado, simplesmente mude a direção do seu próximo passo e já o terá corrigido. Sim, apenas um passo em outra direção e você terá ajustado seu curso de vida. Ainda assim, mesmo indo para a direção certa, haverá momentos dolorosos. Neste caso, não importa o que ocorra, lembre-se de se concentrar somente no presente.

Só por hoje.

Soluções não costumam aparecer enquanto o desespero estiver com você. Por isso, esqueça o sentimento de culpa pelos erros passados e nem sequer pense no que o futuro lhe reserva, porque quando o desespero nos cerca, qualquer tentativa de análise do futuro estará contaminada pelo pessimismo, pela cegueira e pela depressão. E, como você será levado a acreditar em um futuro distorcido, falso e ainda mais "pesado" para carregar, é melhor olhar somente para o aqui e o agora. Não seja enganado pelo desespero.

Só por hoje.

Feche as cortinas do amanhã. Feche as cortinas do ontem. Viva um dia de cada vez.

Só por hoje.

Você e eu podemos agüentar qualquer sofrimento, desde que seja só por hoje. Supere qualquer ressentimento, só por hoje. Respire fundo e faça algo positivo e diferente, só por hoje.

Viva. Viva de verdade. Só por hoje.

Tributo ao tempo

"Dizem que a vida é curta, mas não é verdade. A vida é longa para quem consegue viver pequenas felicidades.

E essa tal felicidade anda por aí, disfarçada, como uma criança brincando de esconde-esconde.

Infelizmente às vezes não percebemos isso e passamos nossa existência colecionando nãos: a viagem que não fizemos, o presente que não demos, a festa à qual não fomos, o amor que não vivemos, o perfume que não sentimos.

A vida é mais emocionante quando se é ator e não espectador, quando se é piloto e não passageiro, pássaro e não paisagem, cavaleiro e não montaria. E como ela é feita de instantes, não pode e nem deve ser medida em anos ou meses, mas em minutos e segundos.

Esta mensagem é um TRIBUTO AO TEMPO. Tanto àquele tempo que você soube aproveitar no passado quanto àquele tempo que você não vai desperdiçar no futuro. Porque a vida é agora."

Texto extraído do Jornal O Globo 14/09/03

Honestidade - ser livre de engano

A honestidade implica esclarecer as expectativas das pessoas, tornando-as responsáveis, dispondo-se a transmitir tanto as más notícias quanto as boas, dando às pessoas um retorno, sendo firme, previsível e justo. Em suma, nosso comportamento deve ser isento de engano e dedicado à verdade a todo custo. A maioria das pessoas quer saber como são avaliadas pelo líder.

Compromisso - ater-se às suas escolhas

O verdadeiro compromisso envolve o crsecimento do indivíduo e do grupo, juntamente com o aperfeiçoamento constante. O líder comprometido dedica-se ao crescimento e aperfeiçoamento de seus liderados.

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O Suficiente Para Ser Feliz

Um pequeno caracol que vivia perto do oceano notou com inveja a grande e bonita concha em que a lagosta vivia.

— Que maravilhoso palácio a lagosta carrega em suas costas! Eu desejaria viver em seu lugar -- lamentou o pequeno caracol.

— Oh, como meus amigos me admirariam nesta concha!

De repente, algo aconteceu. O invejoso caracol viu a lagosta deixar sua concha para desenvolver-se em outra, maior. Ao ver a concha da lagosta, vazia e abandonada na praia, o caracol pensou:

— Agora meu desejo será realizado.

E ele proclamou a todos os seus amigos que agora iria morar em um majestoso palácio. Os pássaros e os animais então assistiram o caracol soltar-se de sua pequena concha e orgulhosamente rastejar para a concha da lagosta. Ele soprou, bufou, tornou a soprar até perder o fôlego esforçando-se para adaptar-se à nova concha. De nada adiantou porque era muito pequeno para ajustar-se dentro da concha da lagosta. Ele só parou de tentar quando se viu completamente exausto. Aquela noite ele morreu porque a concha grande e vazia estava muito fria.

Um velho e sábio corvo disse, então, para os corvos mais jovens:

— Prestem atenção! é este o resultado da inveja. O que vocês têm é o bastante. Sejam vocês mesmos e livrem-se de problemas. É melhor ser um caracol em sua pequena concha confortável do que ser um pequeno caracol em uma concha grande e congelar até a morte.

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A Formiguinha Feliz...

Todos os dias, bem cedinho, a Formiga produtiva e feliz chegava ao escritório. Ali transcorria os seus dias, trabalhando e cantarolando uma velha canção de amor.

Era produtiva e feliz, mas nao era supervisionada. O Marimbondo, gerente geral, considerou o fato impossível e criou um cargo de supervisor, no qual colocaram uma Barata com muita experiência.

A primeira preocupação da Barata foi a de padronizar o horário de entrada e saída, além de preparar belíssimos relatórios.

Bem depressa se fez necessária uma secretaria para ajudar a preparar os relatórios e, portanto, empregaram uma aranhazinha, que organizou os arquivos e se ocupou do telefone. En quanto isso, a Formiga produtiva e feliz trabalhava e trabalhava.

O Marimbondo, gerente geral, estava encantado com os relatórios da Barata, e terminou por pedir também quadros comparativos e gráficos, indicadores de gestao e analise das tendencias. Foi, entao, necessario empregar uma Mosca ajudante do supervisor, e foi preciso um novo computador com impressora colorida.

Logo a Formiga produtiva e feliz parou de cantarolar as suas melodias e comecou a lamentar-se de toda aquela movimentacao de papeis que tinha de ser feita.

O Marimbondo, gerente geral, concluiu, portanto, que era o momento de adotar medidas: criaram a posicao de gestor da area onde a Formiga produtiva e feliz trabalhava.

O cargo foi dado a uma Cigarra, que mandou colocar carpete no seu escritorio e comprar uma cadeira especial. A nova gestora de area - claro - precisou de um computador novo, e quando se tem mais do que um computador, a Internet se faz necessaria. A nova gestora logo precisou de um assistente (Remora, que ja era sua assistente na empresa anterior) para ajuda-la a preparar o plano estrategico e o orçamento para a area onde trabalhava a Formiga produtiva e feliz.

A Formiga ja nao cantarolava mais, e cada dia se tornava mais irascível. "Precisaremos pagar para que seja feito um estudo sobre o ambiente de trabalho um dia desses", disse a Cigarra. Mas um dia, o gerente geral - ao rever as cifras - se deu conta de que a unidade na qual a Formiga produtiva e feliz trabalhava nao rendia muito mais.

E assim contatou a Coruja, consultora prestigiada, para que fizesse um diagnostico da situacao.

A Coruja permaneceu três meses nos escritórios e emitiu um relatório brilhante com vários volumes e custo de "vários" milhoes, que concluia:

"Ha muita gente nesta empresa".

E assim ...... , o gerente geral seguiu o conselho da consultora e demitiu a Formiga, por que andava muito desmotivada e aborrecida ......

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Agregando Valor à Sua Empresa

Rick Warren

Se você tem investido no mercado de ações, compreende o significado de "valorização". Valorizar significa "elevar o valor". Negócios saudáveis têm muitas formas de bens valorizáveis, mas a mais importante delas, em qualquer ramo, são as pessoas que nela trabalham. Todas as coisas se originam ou recaem sobre a liderança, mas o potencial das pessoas que seguem os líderes também é importante. Pessoas de qualidade produzem mercadorias e serviços de qualidade. Com a capacidade de valorizar seus empregados ou companheiros de trabalho cria-se uma empresa mais valorizada.

Como você valoriza aqueles que trabalham para você ou com você? Mostrando-lhes o seu apreço. Como? O melhor meio de investir em seu negócio é demonstrar a importância das pessoas que trabalham com você, reconhecendo sua contribuição para o sucesso da empresa.

Reconhecimento faz brotar o melhor em nós. Ele nos ajuda a aprender melhor e nos estimula a ser mais produtivos. William James, grande psicólogo, disse: "O princípio mais profundo na natureza humana é o anseio de ser reconhecido." O célebre autor Mark Twain disse certa vez: "Um bom elogio me impulsiona por uns dois meses!"

A Bíblia tem muito a dizer sobre o valor de expressar reconhecimento. Por exemplo, ela diz: "...Animem-se uns aos outros e edifiquem-se uns aos outros" (I Tessalonicenses 5.11). O autor de Hebreus exorta seus leitores a: "Consideremos uns aos outros para nos incentivarmos ao amor e às boas obras... procuremos encorajar-nos uns aos outros" (10.24-25).

Empreendimentos de sucesso valorizam três coisas nas pessoas:

Reconhecimento efetivo apresenta três características:

Ken Blanchard, popular escritor, locutor e autoridade em administração, diz: "Adote o hábito de surpreender as pessoas fazendo algo certo!" Quanto mais você demonstra reconhecimento pelas pessoas com quem trabalha, mais elas gostarão de você, de sua empresa e do trabalho que lhes é solicitado fazer. Pessoas que se sentem valorizadas e reconhecidas são mais alegres, mais produtivas e mais leais.

A propósito: reconhecimento não é algo que funciona apenas no seu negócio. Funciona também com seu cônjuge e seus filhos. Experimente. Eles irão gostar!

Texto de autoria de Rick Warren, autor do best-seller "The Purpose-Drive Life" (Uma Vida Com Propósito), traduzido em diversas línguas, e no qual analisa a importância de um propósito cuidadoso e claramente expresso para guiar a vida cotidiana. Tradução de Mércia Padovani.

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Aos casados

Arthur da Tavola

Aos casados há muito tempo
aos que não casaram, aos que vão casar,
aos que acabaram de casar,
aos que pensam em se separar,
...aos que acabaram de se separar, aos que pensam em voltar...

Por mais que o poder e o dinheiro tenham conquistado
uma ótima posição no ranking das virtudes,
o amor ainda lidera com folga.
Tudo o que todos querem é amar.
Encontrar alguém que faça bater forte o coração
e justifique loucuras.
Que nos faça entrar em transe, cair de quatro,
babar na gravata.
Que nos faça revirar os olhos, rir à toa,
cantarolar dentro de um ônibus lotado.
Tem algum médico aí???
Depois que acaba esta paixão retumbante,
sobra o que?

O amor.
Mas não o amor mistificado,
que muitos julgam ter o poder de fazer levitar.
O que sobra é o amor que todos conhecemos,
o sentimento que temos por mãe, pai, irmão, filho.
É tudo o mesmo amor, só que entre amantes existe sexo. Não existem vários tipos de amor,
assim como não existem três tipos de saudades,
quatro de ódio, seis espécies de inveja.
O amor é único, como qualquer sentimento,
seja ele destinado a familiares, ao cônjuge ou a Deus.

A diferença é que, como entre marido
e mulher não há laços de sangue,
a sedução tem que ser ininterrupta.
Por não haver nenhuma garantia de durabilidade,
qualquer alteração no tom de voz nos fragiliza,
e de cobrança em cobrança acabamos por sepultar
uma relação que poderia ser eterna.
Casaram. Te amo prá lá, te amo prá cá.
Lindo, mas insustentável.
O sucesso de um casamento
exige mais do que declarações românticas.
Entre duas pessoas que resolvem dividir o mesmo teto,
tem que haver muito mais do que amor,
e às vezes nem necessita de um amor tão intenso.
É preciso que haja, antes de mais nada, respeito. Agressões zero. Disposição para ouvir argumentos alheios.
Alguma paciência... Amor, só, não basta.

Não pode haver competição. Nem comparações.
Tem que ter jogo de cintura para acatar regras
que não foram previamente combinadas.
Tem que haver bom humor para enfrentar imprevistos,
acessos de carência, infantilidades.
Tem que saber levar. Amar, só, é pouco.

Tem que haver inteligência.
Um cérebro programado para enfrentar tensões pré-menstruais,
rejeições, demissões inesperadas, contas pra pagar.
Tem que ter disciplina para educar filhos,
dar exemplo, não gritar. Tem que ter um bom psiquiatra.
Não adianta, apenas, amar.
Entre casais que se unem visando à longevidade do matrimônio
tem que haver um pouco de silêncio, amigos de infância,
vida própria, um tempo pra cada um. Tem que haver confiança.
Uma certa camaradagem, às vezes fingir que não viu,
fazer de conta que não escutou.
É preciso entender que união não significa, necessariamente, fusão.
E que amar, 'solamente', não basta.

Entre homens e mulheres que acham que o amor é só poesia,
falta discernimento, pé no chão, racionalidade.
Tem que saber que o amor pode ser bom, pode durar para sempre,
mas que sozinho não dá conta do recado.
O amor é grande mas não é dois.
É preciso convocar uma turma de sentimentos para amparar esse amor que carrega o ônus da onipotência.
O amor até pode nos bastar, mas ele próprio não se basta.

Um bom amor aos que já têm!
Um bom encontro aos que procuram!
E felicidades a todos nós!

Ciclos de Vida

Autor desconhecido

Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final.

Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver. Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos - não importa o nome que damos, o que importa é deixar no passado os momentos da vida que já se acabaram.

Foi despedido do trabalho? Terminou uma relação? Deixou a casa dos pais? Partiu para viver em outro país? A amizade tão longamente cultivada desapareceu sem explicações? Você pode passar muito tempo se perguntando por que isso aconteceu. Pode dizer para si mesmo que não dará mais um passo enquanto não entender as razões que levaram certas coisas, que eram tão importantes e sólidas em sua vida, serem subitamente transformadas em pó. Mas tal atitude será um desgaste imenso para todos: seus pais, seu marido ou sua esposa, seus amigos, seus filhos, sua irmã, todos estarão encerrando capítulos, virando a folha, seguindo adiante, e todos sofrerão ao ver que você está parado.

Ninguém pode estar ao mesmo tempo no presente e no passado, nem mesmo quando tentamos entender as coisas que acontecem conosco. O que passou não voltará: não podemos ser eternamente meninos, adolescentes tardios, filhos que se sentem culpados ou rancorosos com os pais, amantes que revivem noite e dia uma ligação com quem já foi embora e não tem a menor intenção de voltar. As coisas passam e o melhor que fazemos é deixar que elas realmente possam ir embora. Por isso é tão importante (por mais doloroso que seja!) destruir recordações, mudar de casa, dar muitas coisas para orfanatos, vender ou doar os livros que tem.

Tudo neste mundo visível é uma manifestação do mundo invisível, do que está acontecendo em nosso coração - e o desfazer-se de certas lembranças significa também abrir espaço para que outras tomem o seu lugar. Deixar ir embora. Soltar. Desprender-se. Ninguém está jogando nesta vida com cartas marcadas, portanto, às vezes ganhamos e às vezes perdemos. Não espere que devolvam algo, não espere que reconheçam seu esforço, que descubram seu gênio, que entendam seu amor. Pare de ligar sua televisão emocional e assistir sempre ao mesmo programa, que mostra como você sofreu com determinada perda: isso o estará apenas envenenando e nada mais.

Não há nada mais perigoso que rompimentos amorosos que não são aceitos, promessas de emprego que não têm data marcada para começar, decisões que sempre são adiadas em nome do "momento ideal". Antes de começar um capítulo novo é preciso terminar o antigo: diga a si mesmo que o que passou, jamais voltará. Lembre-se de que houve uma época em que podia viver sem aquilo, sem aquela pessoa - nada é insubstituível, um hábito não é uma necessidade.

Pode parecer óbvio, pode mesmo ser difícil, mas é muito importante. Encerrando ciclos. Não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida. Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira.

Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é.

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Era uma Vez

Helen Buckley

Era uma vez um menininho bastante pequeno que contrastava com a escola bastante grande. Uma manhã, a professora disse:

— Hoje nós iremos fazer um desenho.

Que bom!. pensou o menininho. Ele gostava de desenhar leões, tigres, galinhas, vacas, trens e barcos

Pegou a sua caixa de lápis-de-cor e começou a desenhar. A professora então disse:

— Esperem, ainda não é hora de começar !

Ela esperou até que todos estivessem prontos.

— Agora, disse a professora, nós iremos desenhar flores.

E o menininho começou a desenhar bonitas flores com seus lápis rosa, laranja e azul.

A professora disse:

— Esperem ! Vou mostrar como fazer.

E a flor era vermelha com caule verde.

— Assim, disse a professora, agora vocês podem começar.

O menininho olhou para a flor da professora, então olhou para a sua flor. Gostou mais da sua flor, mas não podia dizer isso virou o papel e desenhou uma flor igual a da professora. Era vermelha com caule verde.

Num outro dia, quando o menininho estava em aula ao ar livre, a professora disse:

— Hoje nós iremos fazer alguma coisa com o barro.

— Que bom ! Pensou o menininho.

Ele gostava de trabalhar com barro. Podia fazer com ele todos os tipos de coisas: elefantes, camundongos, carros e caminhões. Começou a juntar e amassar a sua bola de barro.

Então, a professora disse:

— Esperem ! Não é hora de começar !

Ela esperou até que todos estivessem prontos.

— Agora, disse a professora, nós iremos fazer um prato.

Que bom! -- pensou o menininho.

Ele gostava de fazer pratos de todas as formas e manhos. A professora disse:

— Esperem ! Vou mostrar como se faz. Assim, agora vocês podem começar.

E o prato era um prato fundo.

O menininho olhou para o prato da professora, olhou para o próprio prato e gostou mais do seu, mas ele não podia dizer isso. Amassou seu barro numa grande bola novamente e fez um prato fundo, igual ao da professora.

E muito cedo o menininho aprendeu a esperar e a olhar e a fazer as coisas exatamente como a professora. E muito cedo ele não fazia mais coisas por si próprio.

Então aconteceu que o menininho teve que mudar de escola. Essa escola era ainda maior que a primeira. Um dia a professora disse:

— Hoje nós vamos fazer um desenho.

Que bom! pensou o menininho e esperou que a professora dissesse o que fazer.

Ela não disse.

Apenas andava pela sala.

Então veio até o menininho e disse:

— Você não quer desenhar ?

— Sim, e o que é que nós vamos fazer ?

— Eu não sei, até que você o faça.

— Como eu posso fazê-lo ?

— Da maneira que você gostar.

— E de que cor ?

— Se todo mundo fizer o mesmo desenho e usar as mesmas cores, como eu posso saber o desenho de cada um ?

— Eu não sei . . .

E então o menininho começou a desenhar uma flor vermelha com o caule verde

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Como Nasrudin criou a verdade

Nasrudin (Khawajah Nasr Al-Din)

As leis não fazem com que as pessoas fiquem melhores, disse Nasrudin ao Rei. Elas precisam, antes, praticar certas coisas de maneira a entrar em sintonia com a verdade interior, que se assemelha apenas levemente à verdade aparente.

O Rei, no entanto, decidiu que ele poderia, sim, fazer com que as pessoas observassem a verdade, que poderia fazê-las observar a autenticidade -- e assim o faria.

O acesso a sua cidade dava-se através de uma ponte. Sobre ela, o Rei ordenou que fosse construída uma forca.

Quando os portões foram abertos, na alvorada do dia seguinte, o Chefe da Guarda estava a postos em frente de um pelotão para testar todos os que por ali passassem. Um edital fora imediatamente publicado: "Todos serão interrogados. Aquele que falar a verdade terá seu ingresso na cidade permitido. Caso mentir, será enforcado."

Nasrudin, na ponte entre alguns populares, deu um passo à frente e começou a cruzar a ponte.

— Onde o senhor pensa que vai? perguntou o Chefe da Guarda.

— Estou a caminho da forca -- respondeu Nasradin, calmamente.

— Não acredito no que está dizendo!

— Muito bem, se eu estiver mentindo, pode me enforcar.

— Mas se o enforcarmos por mentir, faremos com que aquilo que disse seja verdade!

— Isso mesmo - respondeu Nasrudin, sentindo-se vitorioso. Agora vocês já sabem o que é a verdade: é apenas a sua verdade.

O Mullá Nasrudin (Khawajah Nasr Al-Din) escreveu, no século XIV em que viveu, histórias onde ele mesmo era personagem. São histórias que atravessaram fronteiras desde sua época, enraizando-se em várias culturas. Elas compõem um imenso conjunto que integra a chamada Tradiçã Sufi, ou o Sufismo, seita religiosa ou de sabedoria de vida, de antiga tradição persa e que se espalha pelo mundo até hoje. Como o budismo e o zen-budismo, o sufismo sempre aliou o (bom) humor com sabedoria.

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Céu e inferno íntimos

Conta-se que, certo dia, um samurai, grande e forte, conhecido pela sua índole irascível, foi procurar um sábio monge em busca de respostas para suas dúvidas.

— Monge, disse o samurai com desejo sincero de aprender, ensina-me sobre o céu e o inferno.

O monge, de pequena estatura e muito franzino, olhou para o bravo guerreiro e, simulando desprezo, lhe disse:

— Eu não poderia ensinar-lhe coisa alguma, você está imundo. Seu mau cheiro é insuportável. Além do que, a lâmina da sua espada está enferrujada. Você é uma vergonha para a sua classe.

O samurai ficou transtornado. O sangue lhe subiu à cabeça e ele não conseguiu dizer nenhuma palavra, tamanha era sua raiva. Com os olhos crispados, empunhou a espada, ergueu-a sobre a cabeça e se preparou para decapitar o monge.

— "Aí começa o inferno", disse-lhe o sábio mansamente.

O samurai ficou imóvel. A sabedoria daquele pequeno homem o impressionara. Afinal, arriscarra a própria vida para lhe ensinar sobre o inferno. O ferroz guerreiro abaixou lentamente a espada e agradeceu ao monge pelo valioso ensinamento. O velho sábio continuou em silêncio.

Passado algum tempo o samurai, já com o ânimo pacificado, pediu humildemente ao monge que lhe perdoasse o gesto infeliz.

Percebendo que seu pedido era sincero, o monge, então, lhe falou: "Aí começa o céu".

Para nós, resta a importante lição sobre o céu e o inferno que podemos construir em nosso próprio íntimo. Tanto o céu quanto o inferno, são estados de ânimo, que nós mesmos escolhemos em nosso dia-a-dia. A cada instante somos mobilizados a tomar decisões que definirão o início do céu ou o começo do inferno. É como se todos fôssemos portadores de uma caixa invisível, onde houvesse ferramentas e materiais de primeiros socorros. Diante de uma situação inesperada, podemos abri-la e lançar mão de qualquer dos objetos disponíveis em seu interior.

Assim, quando alguém nos ofende, podemos empunhar o martelo da ira ou usar o bálsamo da tolerância. Atacados pela calúnia, podemos usar a foice do revide ou a pomada da autoconfiança. Quando a injúria bater em nossa porta, podemos usar o aguilhão da vingança ou o óleo do perdão. Diante de enfermidade inesperada, podemos lançar mão do ácido corrosivo da revolta ou empunhar o escudo da confiança.

Enfim, surpreendidos pelas mais diversas e infelizes situações, poderemos sempre optar por abrir fossos de incompreensão ou estender a ponte do diálogo que nos possibilite uma solução feliz.

A decisão depende sempre de nós mesmos. Somente de nossa própria vontade decorrerá o nosso estado de ânimo. Portanto, criar portais para o céu ou cavar abismos para o inferno em nosso íntimo, é algo que não depende de ninguém, pois somos os únicos responsáveis.

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Pensar

(autor desconhecido)

A inteligência sem amor, te faz perverso.
A justiça sem amor, te faz implacável.
A diplomacia sem amor, te faz hipócrita.
O êxito sem amor, te faz arrogante.
A riqueza sem amor, te faz avaro.
A docilidade sem amor te faz servil.
A pobreza sem amor, te faz orgulhoso.
A beleza sem amor, te faz ridículo.
A autoridade sem amor, te faz tirano.
O trabalho sem amor, te faz escravo.
A simplicidade sem amor, te deprecia.
A oração sem amor, te faz introvertido.
A lei sem amor, te escraviza.
A política sem amor, te deixa egoísta.
A fé sem amor te deixa fanático.
A cruz sem amor se converte em tortura.
A vida sem amor... não tem sentido.........

A felicidade virá

Eu preferirei sempre aqueles que sonham...
embora se enganem;
aqueles que esperam...
embora, às vezes, suas esperanças fracassem;
aqueles que apostam na utopia...
embora, em seguida, fiquem no meio do caminho.
Aposto nos que confiam em que
o mundo pode e deve mudar;
naqueles que acreditam que a felicidade virá.
Só daqueles que esperam
será o reino da felicidade.

josé Luis Martín Descalzo, 1930-1991

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Jardim da infância

Tudo o que hoje preciso realmente saber, sobre como viver, o que fazer e como ser, eu aprendi no jardim de infância. A sabedoria não se encontrava no topo de um curso de pós-graduação, mas no montinho de areia da escola de todo o dia. Estas são as coisas que aprendi lá:

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Elogio e Crítica

O mal de quase todos nós é que preferimos ser arruinados pelo elogio a ser salvos pela crítica.

Norman Vincent

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Um erro no céu

Certa vez, perguntei para o Ramesh, um de meus mestres na Índia:

— Por que existem pessoas que saem facilmente dos problemas mais complicados, enquanto outras sofrem por problemas muito pequenos, morrem afogadas num copo de água?

Ele simplesmente sorriu e me contou uma história...

Era um sujeito que viveu amorosamente toda a sua vida. Quando morreu, todo mundo falou que ele iria para o céu. Um homem tão bondoso quanto ele somente poderia ir para o Paraíso.

Ir para o céu não era tão importante para aquele homem, mas mesmo assim ele foi até lá. Naquela época, o céu não havia ainda passado por um programa de qualidade total.

A recepção não funcionava muito bem.

A moça que o recebeu deu uma olhada rápida nas fichas em cima do balcão e, como não viu o nome dele na lista, lhe orientou para ir ao Inferno.

E no Inferno, você sabe como é. Ninguém exige crachá nem convite, qualquer um que chega é convidado a entrar.

O sujeito entrou lá e foi ficando.

Alguns dias depois, Lúcifer chegou furioso às portas do Paraíso para tomar satisfações com São Pedro:

— Isto é sacanagem! Nunca imaginei que fosse capaz de uma baixaria como essa. Isso que você está fazendo é puro terrorismo!

Sem saber o motivo de tanta raiva, São Pedro perguntou, surpreso, do que se tratava.

Lúcifer, transtornado, desabafou:

— Você mandou aquele sujeito para o Inferno e ele está fazendo a maior bagunça lá.

Ele chegou escutando as pessoas, olhando-as nos olhos, conversando com elas.

Agora, está todo mundo dialogando, se abraçando, se beijando. O inferno está insuportável, parece o Paraíso!

E então fez um apelo:

— Pedro, por favor, pegue aquele sujeito e traga-o para cá!

Quando Ramesh terminou de contar esta história olhou-me carinhosamente e disse:

— Viva com tanto amor no coração que se, por engano, você for parar no Inferno, o próprio demônio lhe trará de volta ao Paraíso.

Problemas fazem parte da nossa vida, porém não deixe que eles o transformem numa pessoa amargurada. As crises vão estar sempre se sucedendo e às vezes você não terá escolha.

Sua vida está sensacional e de repente você pode descobrir que uma pessoa amada está doente; que a política econômica do governo mudou; e que infinitas possibilidades de encrencas aparecem.

As crises você não pode escolher, mas pode escolher a maneira de como enfrentá-las.

E, no final, quando os problemas forem resolvidos, mais do que sentir orgulho por ter encontrado as soluções, você terá orgulho de si mesmo.

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Encantação da Primavera

Mário Quintana

Brotam brotinhos na tarde feita
Só de suspiros:
O amor é um vírus...
Apenas o general de bronze continua de bronze!
O vento desrespeita todos os sinais do tráfego.
Velhinhos de gravata borboleta
Sobem e descem como autogiros.
O guarda de trânsito virou catavento.
As mulheres são de todas as cores como esses
manequins expostos nas vitrinas,
E onde é que estão, me conta, as tuas esperanças
mortas?!
Lá vão elas — tão lindas — vestidas de verde
Como Ofélias levadas pelos rios em fora
Enquanto eu nem me atrevo a olhar para o alto:
repara se não é
O Espírito Santo que vem descendo em lento vôo
E até ele, até Ele, deve estar assim, — todo irisado
Como os olhos das crianças, como as maravilhosas
bolinhas-de-gude!

A Gripe Mortal

Imagine que é uma típica tarde de sexta-feira e você está dirigindo em direção à sua casa. Você sintoniza o rádio. O noticiário está falando de coisas de pouca importância. Você ouve que numa cidadezinha distante morreram 3 pessoas de uma gripe, até então, totalmente desconhecida.

Não presta muita atenção ao tal acontecimento e esquece assunto.

Na segunda-feira, quando acorda, escuta que já não são 3, mas 30.000, as pessoas mortas pela tal gripe, nas colinas remotas da Índia. Um grupo do Controle de Doenças dos EUA foi investigar o caso.

Na terça-feira, já é a notícia mais importante, ocupando a primeira página de todos os jornais, pois já não é só na Índia, mas também no Paquistão, Irã e Afeganistão.

Enfim, a notícia se espalha pelo mundo. Estão chamando a doença de "La Influenza Misteriosa", e todos se perguntam: --Que faremos para controlá-la?

Então, uma notícia surpreende a todos: A Europa fecha suas fronteiras.

A França não recebe mais vôos da Índia, nem de outros países dos quais se tenham comentado de casos da tal doença.

Por causa do fechamento das fronteiras, você está ligado em todos os meios de comunicação, para manter-se informado da situação e, de repente, ouve que uma mulher declarou que num dos hospitais da França, um homem está morrendo por causa da tal "Influenza Misteriosa".

Começa o pânico na Europa.

As informações dizem que, quando você contrai o vírus, é questão de uma semana de vida.

Em seguida, as pessoas têm 4 dias de sintomas horríveis e morrem.

A Inglaterra também fecha suas fronteiras, mas já é tarde.

No dia seguinte, o presidente dos EUA fecha também suas fronteiras para Europa e Ásia, para evitar a entrada do vírus país, até que encontrem cura.

No dia seguinte, as pessoas começam a se nas igrejas, em oração pela descoberta da cura, quando, de repente, entra alguém na igreja, aos gritos: - Liguem o rádio! Liguem o rádio! Duas mulheres morreram em Nova York!".

Em questão de horas, parece que a coisa invadiu o mundo inteiro.

Os cientistas continuam trabalhando na descoberta de um antídoto, mas nada funciona.

De repente, vem a notícia esperada:

Conseguiram decifrar o código de DNA do vírus.

É possível fabricar o antídoto!

É preciso, para isso, conseguir sangue de alguém que não tenha sido infectado pelo vírus.

Corre por todo o mundo, a notícia de que as pessoas devem ir aos hospitais fazer análise de seu sangue e doar para a fabricação do antídoto. Você vai de voluntário com toda sua família, juntamente com alguns vizinhos, perguntando-se, o que acontecerá.

Será este o final do mundo?

De repente, o médico sai gritando um nome que leu em seu caderno.

O menor dos seus filhos está ao seu lado, se agarra na sua jaqueta, e lhe diz:

Pai? Esse é meu nome! E antes que você possa raciocinar, estão levando seu filho, e você grita: Esperem!"

E eles respondem: - Tudo está bem! O sangue dele está limpo, e é sangue puro. Achamos que ele tem o sangue que precisamos para o antídoto."

Depois de 5 longos minutos, saem os médicos chorando e rindo ao mesmo tempo.

E é a primeira vez que você vê alguém rindo em uma semana.

O médico mais velho se aproxima de você e diz:

Obrigado, senhor!

O sangue de seu filho é perfeito, está limpo e puro, o antídoto finalmente poderá ser fabricado."

A notícia se espalha por todos os lados. As pessoas estão orando e rindo de felicidade.

Nisso, o médico se aproxima de você e de sua esposa, e diz:

— Posso falar-lhes um momento? Não sabíamos que o doador seria uma criança e precisamos que o senhor assine uma autorização para usarmos o sangue de seu filho."

Quando você está lendo, percebe que não colocaram a quantidade de sangue que vão usar, e pergunta:

— Mas, qual a quantidade de sangue que vão usar?"

O sorriso do médico desaparece e ele responde: Não pensávamos que fosse uma criança. Não estávamos preparados...

Precisamos de todo o sangue de seu filho..."

Você não pode acreditar no que ouve e trata de contestar:

— Mas...mas..."

O médico insiste:

— O senhor não compreende? Estamos falando da cura para o mundo inteiro! Por favor, assine! Nós precisamos de todo o sangue!"

Você, então, pergunta:

— Mas vocês não podem fazer-lhe uma transfusão?

E vem a resposta:

— Se tivéssemos sangue puro, poderíamos.

Assine! Por favor, assine!

Em silêncio, e sem ao menos poder sentir a caneta na mão, você assina.

Perguntam-lhe: " - Quer ver seu filho agora?"

Você caminha na direção da sala de emergência onde se encontra seu filho, que está sentado na cama, e ele diz:

— Papai!? Mamãe!? O que está acontecendo?"

Você segura na mão dele e fala:

— Filho,sua mãe e eu lhe amamos muito e jamais permitiríamos que lhe acontecesse algo que não fosse necessário, você entende?"

O médico regressa e diz:

— Sinto muito senhor, precisamos começar, gente do mundo inteiro está morrendo, o senhor pode sair?"

Nisso, seu filho pergunta:

— Papai? Mamãe? Por que vocês estão me abandonando?

E na semana seguinte, quando fazem uma cerimônia para honrar o seu filho, algumas pessoas ficam em casa dormindo, e outras não vêm, porque preferem fazer um passeio ou assistir um jogo de futebol na TV.

E outras vêm, mas como se realmente não estivessem se importando. Você tem vontade de parar e gritar:

— MEU FILHO MORREU POR VOCÊS!!! NÃO SE IMPORTAM COM ISSO?

Talvez isso é o que DEUS nos quer dizer:

— MEU FILHO MORREU POR VOCÊS!!! NÃO SABEM O QUANTO EU OS AMO?

É curioso como é simples para algumas pessoas debocharem de Deus, e dizer que não entendem como o mundo caminha de mal para pior.

É curioso como acreditamos em tudo aquilo que lemos nos jornais, mas questionamos as palavras de Deus.

É curioso como todos querem ir para o Céu, mas nada fazem para merecê-lo.

É curioso como as pessoas diz em: "Eu creio em Deus!", mas com suas ações, mostram totalmente o contrário.

É curioso como você consegue enviar centenas de piadas através de um correio eletrônico, mas quando recebe uma mensagem a respeito de Deus, pensas duas vezes antes de compartilhá-la com os outros.

É curioso como a luxúria, crua, vulgar e obscena, passa livremente através do espaço, mas a discussão pública de DEUS é suprimida nas escolas e locais de trabalho.

CURIOSO, NÃO É?

É curioso como me preocupo com o que as pessoas pensam de mim, mas não me preocupo com aquilo que DEUS possa pensar de mim.

Depois de terminar de ler esta mensagem, se realmente sentir em seu coração que deve compartilhá-la, envie aos seus amigos.

Talvez eles estejam precisando, exatamente, de uma mensagem como esta.

Pensem nisso...

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O humor cura

O riso estimula a produçãode endorfinas, analgésicos naturais do corpo e agentes da sensação de bem-estar que ajudam a aliviar o estresse e a curar doenças. Ao ser diagnosticado como portador de uma doença que afeta a coluna cervical, Norman Cousins ouviu dos médicos que nada podia ser feito para ajudá-lo e que ele sofreria dores horríveis até morrer. Cousins resolveu então se confinar num quarto de hotel com todos os filmes de humor que pôde encontrar-os irmãos Marx, os Três Patetas,etc.

Viu e reviu todos os filmes, vezes sem conta, dando as gargalhadas mais altas e mais intensas que podia. Depois de seis meses dessa terapia do riso, os médicos ficaram atônitos com o que constataram: a doença de Cousins fora completamente curada - simplesmente desaparecera!

Este espantoso resultado levou à publicação do livro de Cousins, A força curadora da mente, e ao começo de uma intensa pesquisa sobre as funções das endorfinas. As endorfinas são substâncias químicas liberadas pelo cérebro quando rimos. Com uma composição química similar à da morfina e da heroína, ela produz um efeito tranqüilizante sobre o corpo,ao mesmo tempo em que reforça o sistema imunológico.Isso explica porque raramente as pessoas felizes adoecem, e as infelizes e queixosas sempre parecem estar doentes.

Fonte: Desvendando os segredos da Linguagem Corporal, Allan & Barbara Pease, Página 63

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Iniciativa e acabativa

Stephen Kanitz

Isto é um teste de personalidade que poderá alterar a sua vida. Portanto, preste muita atenção.

Iniciativa é a capacidade que todos nós temos de criar, iniciar projetos e conceber novas idéias. Algumas pessoas têm muita iniciativa e outras têm pouca.

Acabativa, é um neologismo que significa a capacidade que algumas pessoas possuem de terminar aquilo que iniciaram ou concluir o que outros começaram. É a capacidade de colocar em prática uma idéia e levá-la até o fim.

Os seres humanos podem ser divididos em três grupos, dependendo do grau de iniciativa e acabativa de cada um: os empreendedores, os iniciativos e os acabativos - sem contar os burocratas.

— Empreendedores são aqueles que têm iniciativa e acabativa. Um seleto grupo que não se contenta em ficar na idéia e vai a campo implantá-la.

— Iniciativos são criativos, têm mil idéias, mas abominam a rotina necessária para colocá-las em prática. São filósofos, cientistas, professores, intelectuais e a maioria dos economistas. São famosas as histórias de economistas que nunca assinaram uma promissória. Acabativa é o ponto fraco desse grupo.

— Acabativos são aqueles que gostam de implantar projetos. Sua atenção vai mais para o detalhe do que para a teoria. Não se preocupam com o imenso tédio da repetição do dia-a-dia e não desanimam com as inúmeras frustrações da implantação. Nesse grupo está a maioria dos executivos, empresários, administradores e engenheiros.

Essa singela classificação explica muitas das contradições do mundo moderno.

Empresários descobrem rapidamente que ficar implantando suas próprias idéias é coisa de empreendedor egoísta. Limita o crescimento. Existem mais pessoas com excelentes idéias do que pessoas capazes de implantá-las. É por isso que empresários ficam ricos e intelectuais, professores - entre os quais me incluo - morrem pobres.

Se Bill Gates tivesse se restringido a implantar suas próprias idéias teria parado no Visual Basic. Ele fez fortuna porque foi hábil em implantar as idéias dos outros - dizem as más línguas que até copiou algumas.

Essa classificação explica porque intelectual normalmente odeia empresário, e vice-versa. Há uma enorme injustiça na medida em que os lucros fluem para quem implantou uma idéia, e não para quem a teve. Uma idéia somente no papel é letra morta, inútil para a sociedade como um todo.

Um dos problemas do Brasil é justamente a eterna predominância, em cargos de ministérios, de professores brilhantes e com iniciativa, mas com pouca ou nenhuma acabativa. Para o Brasil começar a dar certo, precisamos procurar valorizar mais os brasileiros com a capacidade de implantar nossas idéias. Tendemos a encarar o acabativo, o administrador, o executivo, o empresário como sendo parte do problema, quando na realidade eles são parte da solução.

Iniciativo almeja ser famoso, acabativo quer ser útil.

Mas a verdade é que a maioria dos intelectuais e iniciativos não tem o estômago para devotar uma vida inteira para fazer dia após dia, digamos bicicletas. O iniciativo vive mudando, testando, procurando coisas novas, e acaba tendo uma vida muito mais rica, mesmo que seja menos rentável.

Por isso, a esquerda intelectual e a direita neoliberal conviverão as turras, quando deveriam unir-se.

Se você tem iniciativa mas não tem acabativa, faça correndo um curso de administração ou tenha como sócio um acabativo. Há um ditado chinês, "Quem sabe e não faz, no fundo, não sabe" - muito apropriado para os dias de hoje.

Se você tem acabativa mas não tem iniciativa, faça um curso de criatividade, estude um pouco de teoria. Empresário que se vangloria de nunca ter estudado não serve de modelo.

No fundo, a esquerda precisa da acabativa da direita, e a direita precisa das iniciativas da esquerda.

Finalmente, se você não tem iniciativa nem tampouco acabativa, só se pode dizer uma coisa: meus pêsames.

M a r t h a
martha carrer cruz gabriel
www.martha.com.br
www.ociocriativo.com.br

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Um fósforo, uma bala de menta, uma xícara de café e um jornal:

Estes quatro elementos fazem parte de uma das melhores histórias sobre atendimento que conhecemos.

Um homem estava dirigindo há horas e, cansado da estrada, resolveu procurar um hotel ou uma pousada para descansar. Em poucos minutos, avistou um letreiro luminoso com o nome: Hotel Venetia.

Quando chegou à recepção, o hall do hotel estava iluminado com luz suave.

Atrás do balcão, uma moça de rosto alegre o saudou amavelmente: "Bem-vindo ao Venetia!"

Três minutos após essa saudação, o hóspede já se encontrava confortavelmente instalado no seu quarto e impressionado com os procedimentos: tudo muito rápido e prático.

No quarto, uma discreta opulência; uma cama, impecavelmente limpa, uma lareira, um fósforo apropriado em posição perfeitamente alinhada sobre a lareira, para ser riscado. Era demais! Aquele homem que queria um quarto apenas para passar a noite, começou a pensar que estava com sorte.

Mudou de roupa para o jantar (a moça da recepção fizera o pedido no momento do registro). A refeição foi tão deliciosa, como tudo o que tinha experimentado, naquele local, até então. Assinou a conta e retornou para o quarto. Fazia frio e ele estava ansioso pelo fogo da lareira.

Qual não foi a sua surpresa! Alguém havia se antecipado a ele, pois havia um lindo fogo crepitante na lareira. A cama estava preparada, os travesseiros arrumados e uma bala de menta sobre cada um. Que noite agradável aquela!

Na manhã seguinte, o hóspede acordou com um estranho borbulhar, vindo do banheiro. Saiu da cama para investigar. Simplesmente uma cafeteira ligada por um timer automático, estava preparando o seu café e, junto um cartão que dizia: "Sua marca predileta de café. Bom apetite!" Era mesmo! Como eles podiam saber desse detalhe?

De repente, lembrou-se: no jantar perguntaram qual a sua marca preferida de café.

Em seguida, ele ouve um leve toque na porta. Ao abrir, havia um jornal.

"Mas, como pode?! É o meu jornal! Como eles adivinharam?" Mais uma vez, lembrou-se de quando se registrou: a recepcionista havia perguntado qual jornal ele preferia.

O cliente deixou o hotel encantando. Feliz pela sorte de ter ficado num lugar tão acolhedor. Mas, o que esse hotel fizera mesmo de especial?

Apenas ofereceram um fósforo, uma bala de menta, uma xícara de café e um jornal.

Nunca se falou tanto na relação empresa-cliente como nos dias de hoje.

Milhões são gastos em planos mirabolantes de marketing e, no entanto, o cliente está cada vez mais insatisfeito, mais desconfiado. Mudamos o layout das lojas, pintamos as prateleiras, trocamos as embalagens, mas esquecemos-nos das pessoas.

O valor das pequenas coisas conta, e muito. A valorização do relacionamento com o cliente.

Fazer com que ele perceba que é um parceiro importante!

Isto vale também para nossas relações pessoais ( namoro, amizade, família, casamento) enfim pensar no outro como ser humano é sempre uma satisfação para quem doa e para quem recebe. Seremos muito mais felizes, pois a verdadeira felicidade está nos gestos mais simples de nosso dia-a-dia e na maioria das vezes passamos desapercebidos

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Boas práticas e as cores

— Use primeiro o branco da paz. Síntese de todas as cores, a paz deve ser também a sua meta primeira. Procure a harmonia com todas as pessoas que cruzarem seu caminho, eliminando de uma vez por todas a intolerância, a inflexibilidade, a raiva, o ódio, o ressentimento. Antes de buscar a paz mundial, cultive sua paz individual.

— Agora use o azul da cooperação. Exercite, em todos os seus momentos de interação com o outro, sua vontade de cooperar e ajudar. Certamente os frutos virão em grande quantidade e você se surpreenderá com o apoio que passará a receber de todos que o cercam.

— Escolha também o laranja da simpatia. Lembre-se de que a primeira impressão que você provoca nas pessoas dura somente alguns segundos, mas permanece no subconsciente delas durante vinte anos. Para isso procure sempre sorrir, olhar sempre nos olhos de seus interlocutores, emitir frases com conteúdo otimista, suavizar a voz, ouvir com respeito, ser cordato, fazer elogios verdadeiros, descobrindo, no outro, pontos positivos.

— O vermelho, sendo a cor da energia, deve trazer para suas atitudes o bom humor.-- Ninguém consegue conviver com pessoas que estão constantemente reclamando da vida e dando tiros na própria sombra. Não veja os problemas e obstáculos com pessimismo e negatividade. Encare-os como oportunidades para seu crescimento e aprendizado. Passe entusiasmo para todos com quem você se encontrar. Após cada contato, deixe em cada pessoa uma sensação de alegria, prazer e bem-estar.

— Adote também o verde da empatia. Empatia é saber se colocar no lugar do outro, ver o mundo com a ótica do outro e senti-lo como ele o sente. Ela fará com que você cuide melhor de suas reações, pensando nos efeitos que elas causam em seu semelhante. Antes de escolher qualquer atitude, fazer uma crítica ou comentário, pense na maneira com que eles serão percebidos pelas outras pessoas. Elimine a impulsividade, o orgulho, a vaidade e o egoísmo. Pare de olhar só para o seu próprio umbigo e passe a reparar mais nas necessidades dos outros.

— O violeta deverá estar presente em suas atitudes quando você resolver adotar a prática do perdão.-- Essa cor representa a transmutação das energias negativas em positivas. Exercite primeiro o autoperdão. Perdoando a si mesmo, eliminando suas culpas e assumindo-se como responsável por sua própria melhoria, você se tornará menos rígido com os defeitos das outras pessoas e mais apto a perdoar o que elas fizerem de negativo com você.

— Para terminar o seu arco-íris, adote a cortesia, que tem o brilho do amarelo.-- Trate as pessoas com a mesma gentileza e respeito que gostaria de receber. Nunca se esqueça de pequenos gestos. Das palavras mágicas do bem-viver: Bom dia! Boa tarde! Boa noite! Com licença! Desculpe-me! Por favor! E Muito obrigado!

Procure sempre mostrar para as outras pessoas o seu melhor ângulo.

— Garanto que para todos será mesmo um grande prazer conhecê-lo!

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Cobrança indevida

Depois de um dia de caminhada pela mata, mestre e discípulo retornavam ao casebre, seguindo por longa estrada. Ao passarem próximo a uma moita de samambaia, ouviram um gemido. Verificaram e descobriram um homem caído. Estava pálido e com uma grande mancha de sangue, próxima ao coração. Tinha sido ferido e já estava próximo da inconsciência.

Com muita dificuldade, mestre e discípulo o carregaram para o casebre rústico, onde viviam. Lá trataram do ferimento.

Uma semana depois, já restabelecido, o homem contou que havia sido assaltado e que ao reagir fora ferido por uma faca.

Disse também que conhecia seu agressor, e que não descansaria enquanto não se vingasse. Disposto a partir, o homem disse ao sábio:

— Senhor, muito lhe agradeço por ter salvado a minha vida. Tenho que partir e levo comigo a gratidão por sua bondade. Vou ao encontro daquele que me atacou e vou fazer com que ele sinta a mesma dor que senti.

O mestre olhou fixo para o homem e disse:

— Vá e faça o que deseja. Entretanto, devo informá-lo de que você me deve três mil moedas de ouro, como pagamento pelo tratamento que lhe fiz.

O homem ficou assustado e disse:

— Senhor, é muito dinheiro. Sou um trabalhador e não tenho como lhe pagar esse valor!

Com serenidade, tornou a falar o sábio:

— Se não pode pagar pelo bem que recebeu, com que direito quer cobrar o mal que lhe fizeram?

O homem ficou confuso e o mestre concluiu:

— Antes de cobrar alguma coisa, procure saber quanto você deve. Não faça cobrança pelas coisas ruins que aconteçam em sua vida, pois a vida pode lhe cobrar tudo de bom que lhe ofereceu.

A Toalha de Mesa

Um novo pastor, recentemente formado, e sua esposa, que foram encarregados de reabrir uma igreja no bairro de Brooklyn, NY. Chegaram no início de outubro, entusiasmados com a oportunidade.

Quando viram a igreja, observaram que havia muitos estragos e um grande trabalho a ser feito. Sem se deixar abater, estabeleceram como meta deixar tudo pronto para o primeiro serviço: o culto de Natal.

Trabalharam sem descanso, consertando o telhado, refazendo o piso, pintando... e, muito antes do Natal, em 18 de dezembro, tudo estava pronto!

Mas, no dia seguinte, 19 de dezembro, desabou uma terrível tempestade que durou por dois dias.

No dia 21, o pastor foi até a igreja. Seu coração doeu... viu que o telhado tinha quebrado e que uma grande área do revestimento de gesso decorado, da parede do santuário, logo atrás do púlpito, havia caído.

O pastor, enquanto limpava o chão, pensava em como resolver a situação.

No caminho de casa, pensando em adiar o culto de Natal, observava as vitrines, enfeitadas para a época, quando notou um bazar beneficente e parou por instantes.

Uma linda toalha de mesa, de crochet, na cor marfim, com um crucifixo delicadamente bordado no centro chamou-lhe a atenção.

Era do tamanho exato para cobrir o estrago atrás do púlpito. Comprou-a e voltou para a igreja.

Começou a nevar. Apressou seus passos e quando chegava à porta da igreja, uma velha senhora vinha correndo em direção contrária tentando pegar o ônibus, o que não conseguiu.

O pastor convidou-a a entrar para esperar pelo próximo, abrigando-se do frio que viria 45 minutos depois.

Ela sentou-se num banco e nem prestava atenção no pastor que já providenciava a instalação da toalha de mesa na parede. Ao terminar, afastou-se e pôde admirar o quanto a toalha era linda e servia perfeitamente para esconder o estrago.

Então, o pastor notou a velha encaminhando-se para ele. Seu rosto estava lívido e perguntou:

— Pastor, onde o senhor encontrou essa toalha de mesa?

O pastor contou a história. A mulher pediu-lhe que examinasse o canto direito inferior para encontrar as iniciais EBG bordadas.

O pastor fez o que a mulher pediu e, intrigado, confirmou.

A mulher disse:

— Essas são as minhas iniciais.

Ela havia feito essa toalha de mesa há 35 anos, na Áustria. Contou que, antes da guerra, ela e seu marido estavam "bem-de-vida". Quando os nazistas invadiram seu país, combinaram fugir: ela iria antes e seu marido a seguiria uma semana depois. Ela foi capturada, trancada numa prisão e nunca mais viu seu marido e sua casa.

O pastor ofereceu a toalha, mas, ela recusou, dizendo que estava num lugar muito apropriado. Insistindo, ofereceu-se para levá-la até sua casa; era o mínimo que poderia fazer. Ela morava em Staten Island e tinha passado o dia no Brooklin para um serviço de faxina.

No dia de Natal a igreja estava quase cheia. Foi um lindo trabalho.

Ao final, o pastor e sua esposa cumprimentaram os fiéis um a um à porta e muitos diziam que retornariam.

Um velho homem, que o pastor reconheceu pela vizinhança, permaneceu sentado, atônito.

O pastor aproximou-se e, antes que dissesse uma palavra, o velho perguntou:

— Onde o senhor conseguiu a toalha de mesa da parede? Ela é idêntica à uma que minha mulher fez, muitos anos atrás, quando vivíamos na Áustria, antes da guerra. Como poderiam existir duas toalhas tão parecidas?

Imediatamente, o pastor entendeu o que tinha acontecido e disse:

— Venha... Eu vou levá-lo a um lugar que o senhor vai gostar muito.

No caminho o velho contou a mesma história da mulher. Ele, antes de poder fugir, também havia sido preso e nunca mais pôde ver sua mulher e sua casa, por 35 anos. Ao chegar à mesma casa onde deixara a mulher, três dias antes, ajudou o velho a subir os três lances de escadas e bateu na porta.

Creio que não há necessidade de se contar o resto da história. Quem disse que Deus não trabalha de maneira misteriosa?

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Carpas, tubarões e golfinhos

Carpas, tubarões e golfinhos vivem nas mesmas águas...

As carpas, com medo da escassez e de serem agredidas, vivem isoladas, escondidas nos cantos.

Não se organizam, não se comunicam, não se auxiliam.

Muitas vezes, morrem pela escassez.

Vivem amedrontadas e infelizes.

Para elas, golfinhos e tubarões são a mesma coisa.

Os tubarões andam desordenadamente por todas as águas.

Abocanham tudo o que vêem pela frente, às vezes até pedaços de navio ou mesmo, de um outro tubarão que foi ferido.

Não são cooperativos, não se comunicam, não se organizam.

Apesar de não se apavorarem, são covardes e facilmente atingidos.

Morrem, muitas vezes, pelo excesso de "qualquer coisa" que ingerem desmesuradamente.

Passam suas vidas agressivos, desequilibrados e insatisfeitos.

Para eles, carpas e golfinhos são a mesma coisa.

Os golfinhos ocupam todas as águas com graça, alegria e vida.

Comem somente quando têm fome e só os peixes pequenos.

São organizados, cooperativos e se comunicam o tempo todo.

São amáveis, sábios e inteligentes.

Somente atacam para defesa própria.

São necessários apenas cinco golfinhos para se defenderem de noventa tubarões.

Ao se verem ameaçados, se organizam de uma forma que, um grupo distrai alguns tubarões, enquanto um dos golfinhos dá um bote certeiro no peito de um tubarão que, por ter respiração frágil morre.

Ou então, mordem um tubarão que sangra e logo começa a ser devorado pelos outros tubarões.

Com isso, os golfinhos podem escapar.

Vivem uma vida longa, saudável e feliz. Para eles, carpas e tubarões são completamente diferentes.

Tomemos cuidado com aqueles que se assemelham a tubarões.

Devemos evitá-los - mas, quando não pudermos, não devemos temê-los. e jamais imitá-los.

Vamos ajudar as carpas, para que sejam integradas ao mundo.

Vamos imitar os golfinhos, que são cooperativos, amigos, alegres, ativos, organizados, atentos, observadores, não gananciosos, comunicativos, criativos, vivendo uma vida tranqüila e feliz........

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Navegue

Fernando Pessoa

Navegue, descubra tesouros, mas não os tire do fundo do mar, o lugar deles é lá.

Admire a lua, sonhe com ela, mas não queira trazê-la para a terra.

Curta o sol, se deixe acariciar por ele, mas lembre-se que o seu calor é para todos.

Sonhe com as estrelas, apenas sonhe, elas só podem brilhar no céu.

Não tente deter o vento, ele precisa correr por toda parte, ele tem pressa de chegar sabe-se lá onde.

Não apare a chuva, ela quer cair e molhar muitos rostos, não pode molhar só o seu.

As lágrimas? Não as seque, elas precisam correr na minha, na sua, em todas as faces.

O sorriso! Esse você deve segurar, não deixe-o ir embora, agarre-o!

Quem você ama? Guarde dentro de um porta jóias, tranque, perca a chave!

Quem você ama é a maior jóia que você possui, a mais valiosa.

Não importa se a estação do ano muda, se o século vira e se o milênio é outro, se a idade aumenta; conserve a vontade de viver, não se chega

à parte alguma sem ela.

Abra todas as janelas que encontrar e as portas também.

Persiga um sonho, mas não deixe ele viver sozinho.

Alimente sua alma com amor, cure suas feridas com carinho.

Descubra-se todos os dias, deixe-se levar pelas vontades, mas não enlouqueça por elas.

Procure, sempre procure o fim de uma história, seja ela qual for.

Dê um sorriso para quem esqueceu como se faz isso.

Acelere seus pensamentos, mas não permita que eles te consumam.

Olhe para o lado, alguém precisa de você.

Abasteça seu coração de fé, não a perca nunca.

Mergulhe de cabeça nos seus desejos e satisfaça-os.

Agonize de dor por um amigo, só saia dessa agonia se conseguir tirá-lo também.

Procure os seus caminhos, mas não magoe ninguém nessa procura.

Arrependa-se, volte atrás, peça perdão!

Não se acostume com o que não o faz feliz, revolte-se quando julgar necessário.

Alague seu coração de esperanças, mas não deixe que ele se afogue nelas.

Se achar que precisa voltar, volte!

Se perceber que precisa seguir, siga!

Se estiver tudo errado, comece novamente.

Se estiver tudo certo, continue.

Se sentir saudades, mate-a.

Se perder um amor, não se perca!

Se achá-lo, segure-o!

"Circunda-te de rosas, ama, bebe e cala. O mais é nada".

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Invisíveis, mas não ausentes

Quando morreu, no século XIX, Victor Hugo arrastou nada menos que dois milhões de acompanhantes em seu cortejo fúnebre, em plena Paris.

Lutador das causas sociais, defensor dos oprimidos, divulgador do ensino e da educação, o genial literato deixou textos inéditos que, por sua vontade, somente foram publicados após a sua morte.

Um deles fala exatamente do homem e da imortalidade e se traduz mais ou menos nas seguintes palavras:

"A morte não é o fim de tudo. Ela não é senão o fim de uma coisa e o começo de outra. Na morte o homem acaba, e a alma começa.

"Que digam esses que atravessam a hora fúnebre, a última alegria, a primeira do luto. Digam se não é verdade que ainda há ali alguém, e que não acabou tudo?

"Eu sou uma alma. Bem sinto que o que darei ao túmulo não é o meu eu, o meu ser. O que constitui o meu eu, irá além.

"O homem é um prisioneiro. O prisioneiro escala penosamente os muros da sua masmorra, coloca o pé em todas as saliências e sobe até ao respiradouro.

"Aí, olha, distingue ao longe a campina, aspira o ar livre, vê a luz.

"Assim é o homem. O prisioneiro não duvida que encontrará a claridade do dia, a liberdade. Como pode o homem duvidar se vai encontrar a eternidade à sua saída?

"Por que não possuirá ele um corpo sutil, etéreo, de que o nosso corpo humano não pode ser senão um esboço grosseiro?

"A alma tem sede do absoluto e o absoluto não é deste mundo. É por demais pesado para esta terra.

"O mundo luminoso é o mundo invisível. O mundo do luminoso é o que não vemos. Os nossos olhos carnais só vêem a noite.

"A morte é uma mudança de vestimenta. A alma, que estava vestida de sombra, vai ser vestida de luz.

"Na morte o homem fica sendo imortal. A vida é o poder que tem o corpo de manter a alma sobre a terra, pelo peso que faz nela.

"A morte é uma continuação. Para além das sombras, estendes-se o brilho da eternidade.

"As almas passam de uma esfera para outra, tornam-se cada vez mais luz, aproximam-se cada vez mais e mais de Deus.

"O ponto de reunião é no infinito.

"Aquele que dorme e desperta, desperta e vê que é homem.

"Aquele que é vivo e morre, desperta e vê que é Espírito."

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O que Faz o Balão Subir

Era uma vez um velho homem que vendia balões numa quermesse.

Para atrair compradores, o homem deixou um balão vermelho soltar-se e elevar-se nos ares.

Estava ali perto um menino negro.

Estava observando o vendedor e, é claro apreciando os balões.

Depois de ter soltado o balão vermelho, o homem soltou um azul, depois um amarelo e finalmente um branco.

Todos foram subindo até sumirem de vista.

O menino, de olhar atento, seguia a cada um.

Ficava imaginando mil coisas... Uma coisa o aborrecia, o homem não soltava o balão preto.

Então aproximou-se do vendedor e lhe perguntou :

— Moço, se o senhor soltasse o balão preto, ele subiria tanto quanto os outros ?

O vendedor de balões sorriu compreensivamente para o menino, arrebentou a linha que prendia o balão preto e enquanto ele se elevava nos ares disse :

— Não é a cor, filho, é o que está dentro dele que o faz subir.

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

Aladim e a Lâmpada Maravilhosa

Aladim caminhava por uma viela estreita e escura quando um cálido brilho no chão chamou sua atenção.

Aproximando-se, viu que era uma lâmpada.

Estava a olhá-la por vários ângulos quando viu sob a poeira algo que parecia ser algum escrito.

Passou a mão no local e subitamente uma grande luz branca começou a surgir do bico da lâmpada.

Aladim assustou-se e deixou cair a lâmpada, enquanto uma grande forma humana masculina ia se formando no espaço antes vazio.

Ao invés de terminar em pés, suas pernas se afunilavam na direção do bico da lâmpada.

A forma algo fantasmagórica flutuava envolta por uma aura oscilante.

Antes que Aladim pudesse sequer avaliar a situação, a forma disse com voz grave e firme :

— Sou o Gênio da Lâmpada, e você tem direito a um desejo.

Recobrando-se, Aladim compreendeu logo a situação e, sem questionar porque era um só desejo, já ia dizendo algo quando o Gênio continuou :

— Mas há três condições.

Três condições ? Onde já se viu gênio ter condições para atender desejos ?

Aladim continuou ouvindo.

— Primeira condição : o que quer que você deseje, deve se realizar antes em sua mente.

Aladim já ia perguntar o que isto queria dizer, mas o Gênio não deixou :

— Segunda condição : o que quer que você deseje, deve desejar integralmente, sem conflitos.

Desta vez Aladim esperou.

— Terceira condição : o que quer você deseje, deve ser capaz de continuar desejando para continuar a ter.

Aladim, ansioso por dizer logo o que queria, fez o primeiro desejo assim que pôde falar :

— Eu quero um milhão de dólares !

— Já se imaginou tendo um milhão de dólares ?

Aladim agora entendera o que queria dizer a primeira condição.

Na mesma hora vieram à sua mente imagens de si mesmo nadando em dinheiro, comprando muitas coisas, Mas ao se imaginar, questionou-se se teria que compartilhar parte do dinheiro com pobres ou outras pessoas.

Aí entendeu a segunda condição, e percebeu que seu desejo não poderia ser atendido.

Aladim então buscou então algum desejo que poderia ter sem conflitos.

Pensou, pensou, buscou e por fim disse ao Gênio :

— Senhor Gênio, eu quero uma companheira bela, sábia e carinhosa.

Aladim tinha se imaginado com uma mulher assim e sentiu que aquilo ele queria de verdade, sem qualquer conflito.

O Gênio fez um gesto e de sua mão saiu um feixe de luz esverdeada na direção do coração de Aladim.

Este teve uma alucinação, como um sonho, de estar vivendo com uma mulher bela, sábia e carinhosa por vários anos.

E viu-se então enjoado, não a queria mais depois de tanto tempo.

Voltando à realidade, Aladim lembrou-se das cenas e viu que aquele desejo também não poderia ser atendido.

Entristeceu-se, pensando que jamais poderia querer e continuar querendo algo sem conflitos.

Algo aparentemente aconteceu.

O rosto de Aladim iluminou-se, e ele se empertigou todo para dizer ao

Gênio que já sabia o que queria.

— Sim? O Gênio foi lacônico. Aladim completou, em um só fôlego :

— Eu desejo que você me dê a capacidade de realizar os desejos que eu imaginar em minha mente sem conflitos !

Final 1

O Gênio estendeu uma das mãos e, projetando um jato de luz multicolorida em Aladim, transformou-o em um Gênio da Lâmpada.

Final 2

Algo inesperado aconteceu : o Gênio foi se soltando da lâmpada, formaram-se duas pernas completas no seu corpo e ele desceu devagar até finalmente apoiar-se no chão, em frente a Aladim, que o olhava com um ar interrogador.

— Obrigado, disse o Gênio, sorridente.

Estava escrito que eu seria libertado quando alguém pedisse algo que já tivesse !

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

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A Terra em Miniatura

Se pudéssemos reduzir a população da Terra à uma pequena aldeia de exatamente 100 habitantes, mantendo as proporções existentes atualmente, sería algo assim :

Dos 100 Habitantes, haveriam : 57 asiáticos
21 europeus
4 pessoas do hemisfério oeste (tanto norte como sul)
8 africanos
52 seriam mulheres
48 homens
70 não seriam brancos
30 seriam brancos
70 não cristãos
30 cristãos
89 heterossexuais
11 homossexuais confessos
6 pessoas possuiriam 59% da riqueza de toda a aldeia e os 6 (sim, 6 de 6) seriam norte-americanos.

Das 100 pessoas, 80 viveriam em condições subhumanas.
70 não saberiam ler
50 sofreriam de desnutrição
1 pessoa estaria a ponto de morrer
1 bebê estaria prestes a nascer
Só 1 (sim, só 1) teria educação universitária=

Nesta aldeia haveria só 1 pessoa que possuiria um computador.

Ao analizar nosso mundo desta perspectiva tão reduzida é quando se faz mais premente a necessidade de aceitação, entendimento e educação.

Agora pense...

Se você levantou esta manhã com mais saúde que doenças, então você tem mais sorte que os milhões de pessoas que não sobreviverão nesta semana.

Se você nunca experimentou os perigos da guerra, a solidão de estar preso, a agonia de ser torturado ou a aflição da fome, então está melhor do que 500 milhões de pessoas.

Se você pode ir à sua igreja sem medo de ser humilhado, preso, torturado ou morto... Então você é mais afortunado que 3.000 milhões (3.000.000.000) de pessoas no mundo.

Se você tem comida na geladeira, roupa no armario, um teto sobre sua cabeça e um lugar onde dormir, você é mais rico que 75% da população mundial.

Se você guarda dinheiro no banco, na carteira e tem algumas moedas em um cofrinho... já está entre os 8% mais ricos deste mundo.

Se teus pais ainda estão vivos e unidos... Você é uma pessoa MUITO rara.

Se você leu esta mensagem, acaba de receber uma dupla benção : alguém estava pensando em você e, mais ainda, tem melhor sorte que mais de 2.000.000.000 de pessoas neste mundo que não sabem, sequer, ler.

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

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O Corvo Cobiçoso

Era uma vez uma linda pomba que costumava viver em um ninho perto de uma cozinha.

Os cozinheiros gostavam muito dela e freqüentemente lhe davam grãos.

Ela gostava do lugar e tinha uma boa vida.

Um dia, um corvo viu a pomba e percebeu como ela estava recebendo ótimas refeições da cozinha.

Então, numa ocasião o corvo fez amizade com a pomba, e sob o pretexto de amizade, de alguma forma conseguiu fazer com que a pomba dividisse o seu ninho com ele.

A pomba então lhe disse que poderiam passar o tempo juntos discutindo política, religião, etc., mas que em se tratando de comida cada um teria seu meio próprio.

Dessa forma ela sugeriu que o corvo buscasse sua própria comida.

Mas o corvo estava impaciente e sua única razão para fazer amizade com a pomba era pela comida.

Ele queria carne e tudo o que a pomba ganhava da cozinha eram grãos.

Ela não podia esperar mais e finalmente decidiu visitar a cozinha diretamente para obter comida.

Assim pensando, ela furtivamente se arrastou pela chaminé abaixo e entrou na cozinha.

Ela sentiu o cheiro de um peixe temperado que estava numa panela.

Cobiçoso, ele adiantou-se e tentou pegar o peixe, porém ao fazer isto ele tropeçou numa concha de sopa e fez um barulho.

Isto alertou o cozinheiro que estava na sala vizinha e apanhou o corvo e o matou.

Moral da história :

A cobiça paralisa a Inteligência.

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

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As Codornas

Há tempos, um bando de mais de mil codornas habitava uma floresta da Índia.

Viviam felizes, mas temiam enormemente seu inimigo, o apanhador de codornas.

Ele imitava seu chamado e, quando se reuniam para atendê-lo, jogava sobre elas uma enorme rede e as levava numa cesta para vender.

Mas uma das codornas era muito sábia e disse : "Irmãs ! Elaborei um plano muito bom.

No futuro, assim que o caçador jogar a rede, cada uma de nós enfiará a cabeça por dentro de uma malha e todas alcançaremos vôo juntas, levando-a conosco.

Depois de tomarmos uma boa distância, deixaremos cair a rede num espinheiro e fugiremos".

Todas concordaram com o plano.

No dia seguinte, quando o caçador jogou a rede, todas juntas a içaram conforme a sábia codorna havia instruído, jogaram-na sobre um espinheiro e fugiram.

Enquanto o caçador tentava retirar a rede de cima do espinheiro, escureceu e ele teve de voltar para casa.

Isso aconteceu durante várias tentativas, até que afinal a mulher do caçador se aborreceu e indagou. "Por que você nunca mais conseguiu pegar nenhuma codorna ?"

O caçador respondeu : "O problema é que todas as aves estão trabalhando juntas, ajudando-se entre si.

Se ao menos elas começassem a discutir, eu teria tempo de pegá-las."

Dias depois, uma das codornas acidentalmente esbarrou na cabeça de uma das irmãs quando pousaram para ciscar o chão. "Quem esbarrou na minha cabeça ?", perguntou raivosamente a codorna ferida. "Não se aborreça. Não tive a intenção de esbarrar em você", disse a primeira.

Mas a irmã agredida continuou a discutir : "Eu sustentei todo o peso da rede ! Você não ajudou nem um pouquinho !", gritou.

A primeira então se aborreceu e em pouco tempo estavam todas envolvidas na disputa.

Foi quando o caçador percebeu a sua chance.

Imitou o chamado das codornas e jogou a rede sobre as que se aproximaram.

Elas ainda estavam contando vantagem e discutindo, e não se ajudaram a içar a rede.

Portanto, o caçador ergueu-a sozinho e enfiou as codornas dentro da cesta.

Enquanto isto, a sábia codorna reuniu as amigas e juntas voaram para bem longe, pois ela sabia que discussões dão origem a infortúnios.

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

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É preciso saber dizer...

Demonstrar o amor é uma forma de deixar a vida transbordar dentro do próprio coração.

A maioria das pessoas estabelece datas especiais para manifestar o seu amor pelo outro : é o dia do aniversário, o natal, o aniversário de casamento, o dia dos namorados.

Para elas, expressar amor é como usar talheres de prata : é bonito, sofisticado, mas somente em ocasiões muito especiais.

E alguns não dizem nunca o que sentem ao outro.

Acreditam que o outro sabe que é amado e pronto.

Não é preciso dizer.

Conta um médico que uma cliente sua, esposa de um homem avesso a externar os seus sentimentos, foi acometida de uma supuração de apêndice e foi levada às pressas para o hospital.

Operada de emergência, necessitou receber várias transfusões de sangue sem nenhum resultado satisfatório para o restabelecimento de sua saúde.

O médico, um tanto preocupado, a fim de sugestiona-la, lhe disse : pensei que a senhora quisesse ficar curada o mais rápido possível para voltar para o seu lar e o seu marido.

Ela respondeu, sem nenhum entusiasmo :

— O meu marido não precisa de mim. Aliás, ele não necessita de ninguém. Sempre diz isto.

Naquela noite, o médico falou para o esposo que a sua mulher não queria ficar curada.

Que ela estava sofrendo de profunda carência afetiva que estava comprometendo a sua cura.

A resposta do marido foi curta, mas precisa :

— Ela tem de ficar boa.

Finalmente, como último recurso para a obtenção do restabelecimento da paciente, o médico optou por realizar uma transfusão de sangue direta.

O doador foi o próprio marido, pois ele possuía o tipo de sangue adequado para ela.

Deitado ao lado dela, enquanto o sangue fluía dele para as veias da sua esposa, aconteceu algo imprevisível.

O marido, traduzindo na voz uma verdadeira afeição, disse para a esposa :

— Querida, eu vou fazer você ficar boa.

— Por que ? Perguntou ela, sem nem mesmo abrir os olhos.

— Porque você representa muito para mim. Você é a minha vida !

Houve uma pausa.

O pulso dela bateu mais depressa.

Seus olhos se abriram e ela voltou lentamente a cabeça para ele.

— Você nunca me disse isso.

— Estou dizendo agora.

Mais tarde, com surpresa, o marido ouviu a opinião do médico sobre a causa principal da cura da sua esposa.

Não foi a transfusão em si mesma, mas o que acompanhou a doação do sangue que fez com que ela se restabelecesse.

As palavras de carinho fizeram a diferença entre a morte e a vida. É importante saber dizer : amo você!

O gesto carinhoso, a palavra gentil autêntica, a demonstração afetiva num abraço, numa delicada carícia funcionam como estímulos para o estreitamento dos laços indestrutíveis do amor. É urgente que, no relacionamento humano, se quebre a cortina do silêncio entre as criaturas e se fale a respeito dos sentimentos mútuos, sem vergonha e sem medo.

A pessoa cuja presença é uma declaração de amor consegue criar um ambiente especial para si e para os que privam da sua convivência.

Quem diz ao outro : eu amo você, expressa a sua própria capacidade de amar, mas também, afirmando que o outro é amado, se faz amar e cria amor ao seu redor.

Não Basta amar o outro.

É preciso que ele saiba que é amado !

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

Saberes Diferentes

Em um largo rio, de difícil travessia, havia um barqueiro que atravessava as pessoas de um lado para o outro.

Em uma das viagens, iam um advogado e uma professora.

Como quem gosta de falar muito, o advogado pergunta ao barqueiro :

— Companheiro, você entende de leis ?

— Não. - Responde o barqueiro.

E o advogado compadecido :

— É pena, você perdeu metade da vida !

A professora muito social entra na conversa :

— Seu barqueiro, você sabe ler e escrever ?

— Também não. - Responde o remador.

— Que pena ! - Condói-se a mestra - Você perdeu metade da vida !

Nisso chega uma onda bastante forte e vira o barco.

O canoeiro preocupado pergunta :

— Vocês sabem nadar ?

— Não ! - Responderam eles rapidamente.

— Então é pena - Conclui o barqueiro - Vocês perderam toda a vida !

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

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Filosofia Ocupacional

Um professor de filosofia parou na frente da classe e sem dizer uma palavra, pegou um vidro de maionese vazio e encheu-o com pedras de uns 2 cm de diâmetro.

Então perguntou aos alunos se o vidro estava cheio.

Eles concordaram que estava.

Então o professor pegou uma caixa com pedregulhos bem pequenos e o jogou dentro do vidro agitando-o levemente.

Os pedregulhos rolaram para os espaços entre as pedras.

Ele então perguntou novamente se o vidro estava cheio.

Os alunos concordaram : agora sim, estava cheio.

Então o professor pegou uma caixa com areia e despejou-a dentro do vidro preenchendo o restante.

— Agora, disse o Professor, eu quero que vocês entendam que isto simboliza a sua vida :

As pedras são as coisas importantes : sua família, seus amigos, sua saúde, seus filhos, coisas que preenchem a sua vida.

Os pedregulhos são as outras coisas que importam, como o seu emprego, sua casa, seu carro.

A areia representa o resto. As coisas pequenas.

Se vocês colocarem a areia primeiro no vidro, não haverá mais espaço para os pedregulhos e as pedras.

O mesmo vale para a sua vida.

Cuidem das pedras primeiro.

Das coisas que realmente importam.

Estabeleçam suas prioridades.

O resto é só areia !

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

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A Arrogância (História Verídica)

O diálogo abaixo é verídico e foi travado em outubro de 1995 entre um navio da Marinha Norte Americana e as autoridades costeiras do Canadá, próximo ao litoral de Newfoundland.

Os americanos começaram na maciota :

— Favor alterar seu curso 15 graus para norte para evitar colisão com nossa embarcação.

Os canadenses responderam prontamente :

— Recomendo mudar o SEU curso 15 graus para sul.

O capitão americano irritou-se :

— Aqui é o capitão de um navio da Marinha Americana. Repito, mude o SEU curso.

Mas o canadense insistiu :

— Não. Mude o SEU curso atual.

A situação foi se agravando.

O capitão americano berrou ao microfone :

— ESTE É O PORTA-AVIÕES USS LINCOLN, O SEGUNDO MAIOR NAVIO DA FROTA AMERICANA NO ATLÂNTICO. ESTAMOS ACOMPANHADOS DE TRÊS DESTRÓIERES, TRÊS FRAGATAS E NUMEROSOS NAVIOS DE SUPORTE. EU EXIJO QUE VOCÊS MUDEM SEU CURSO 15 GRAUS PARA NORTE, UM, CINCO, GRAUS NORTE, OU ENTÃO TOMAREMOS CONTRAMEDIDAS PARA GARANTIR A SEGURANÇA DO NAVIO.

E o canadense respondeu :

— Aqui é um farol, câmbio !

Às vezes a nossa arrogância nos faz cegos...

Quantas vezes criticamos a ação dos outros, quantas vezes exigimos mudanças de comportamento nas pessoas que vivem perto de nós, quando na verdade nós é que deveríamos mudar o nosso rumo...

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

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Quando meus dedos crescerão novamente ? (História Verídica)

Um homem saiu de casa para admirar seu novíssimo caminhão. ara sua surpresa, encontrou seu filho de três anos alegremente martelando a pintura brilhante.

O homem correu até a criança, tomou-lhe o martelo e martelou as mãos do pequeno menino como uma forma de castigo.

Quando o pai se tranquilizou, levou a criança ao hospital.

Embora o doutor desesperadamente tentasse poupar os ossos esmagados, ele teve que amputar os dedos das mãos do menino.

Quando o menino acordou da cirurgia e viu o curativo, ele disse inocentemente :

"Papai, eu sinto muito por seu caminhão".

Então ele perguntou :

"Mas quando meus dedos voltarão a crescer ?"

O pai foi para casa e cometeu suicídio.

Pense nesta história e da próxima vez que você vir alguém derramar o leite sobre a mesa de jantar ou quando ouvir o bebê chorando insistentemente.

Pense primeiro antes de perder a paciência com alguém que te ama.

Caminhões podem ser consertados.

Ossos quebrados e sentimentos feridos frequentemente não podem.

Nós, muito frequentemente, não reconhecemos a diferença entre a pessoa e o desempenho.

Pessoas cometem erros.

Somos autorizados a cometer erros.

Mas as ações tomadas durante um acesso de raiva nos assombrará sempre...

Sejamos prudentes e conscientes !

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

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Dando Valor...

O dono de um pequeno comércio, amigo do grande poeta Olavo Bilac, abordou-o na rua :

— Sr. Bilac, estou precisando vender o meu sítio, que o senhor tão bem conhece.

Será que o senhor poderia redigir o anúncio para o jornal ?

Olavo Bilac apanhou o papel e escreveu : "Vende-se encantadora propriedade, onde cantam os pássaros ao amanhecer no extenso arvoredo, cortada por cristalinas e marejantes águas de um ribeirão." "A casa banhada pelo sol nascente, oferece a sombra tranqüila das tardes, na varanda".

Meses depois, topa o poeta com o homem e pergunta-lhe se havia vendido o sítio.

— Nem pense mais nisso, disse o homem.

— Quando li o anúncio é que percebi a maravilha que tinha ! Às vezes, não descobrimos as coisas boas que temos conosco e vamos longe atrás da miragem de falsos tesouros.

Valorize o que você tem, os amigos que estão perto de você, o emprego que Deus lhe deu, o conhecimento que você adquiriu, a sua saúde, etc.

Esses são os seus verdadeiros tesouros.

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

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Duplo Silêncio (Lenda Judaica)

Dois amigos cultivavam o mesmo campo de trigo, trabalhando arduamente a terra com amor e dedicação, numa luta estafante, às vezes inglória, à espera de um resultado compensador.

Passam-se anos de pouco ou nenhum retorno.

Até que um dia, chegou a grande colheita.

Perfeita, abundante, magnífica, satisfazendo os dois agricultores que a repartiram igualmente, eufóricos.

Cada um seguiu o seu rumo. À noite, já no leito, cansado da brava lida daqueles últimos dias, um deles pensou : "Eu sou casado, tenho filhos fortes e bons, uma companheira fiel e cúmplice.

Eles me ajudarão no fim da minha vida.

O meu amigo é sozinho, não se casou, nunca terá um braço forte a apoiá-lo.

Com certeza, vai precisar muito mais do dinheiro da colheita do que eu".

Levantou-se silencioso para não acordar ninguém, colocou metade dos sacos de trigo recolhidos na carroça e saiu.

Ao mesmo tempo, em sua casa, o outro não conciliava o sono, questionando : "Para que preciso de tanto dinheiro se não tenho ninguém para sustentar, já estou idoso para ter filhos e não penso mais em me casar.

As minhas necessidades são muito menores do que as do meu sócio, com uma família numerosa para manter".

Não teve dúvidas, pulou da cama, encheu a sua carroça com a metade do produto da boa terra e saiu pela madrugada fria, dirigindo-se à casa do outro.

O entusiasmo era tanto que não dava para esperar o amanhecer.

Na estrada escura e nebulosa daquela noite de inverno, os dois amigos encontraram-se frente a frente.

Olharam-se espantados.

Mas não foram necessárias as palavras para que entendessem a mútua intenção.

Amigo é aquele que no seu silêncio escuta o silêncio do outro.

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

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A Menina do Vestido Azul

Num bairro pobre de uma cidade distante, morava uma garotinha muito bonita.

Acontece que essa menina freqüentava as aulas da escolinha local no mais lamentável estado: suas roupas eram tão velhas que seu professor resolveu dar-lhe um vestido novo.

Assim raciocinou o mestre: "é uma pena que uma aluna tão encantadora venha às aulas desarrumada desse jeito. Talvez, com algum sacrifício, eu pudesse comprar para ela um vestido azul."

Quando a garota ganhou a roupa nova, sua mãe não achou razoável que, com aquele traje tão bonito, a filha continuasse a ir ao colégio suja como sempre, e começou a dar-lhe banho todos os dias, antes das aulas.

Ao fim de uma semana, disse o pai:

"Mulher, você não acha uma vergonha que nossa filha, sendo tão bonita e bem arrumada, more num lugar como este, caindo aos pedaços? Que tal você ajeitar um pouco a casa, enquanto eu, nas horas vagas, vou dando uma pintura nas paredes, consertando a cerca, plantando um jardim?"

E assim fez o humilde casal.

Até que sua casa ficou muito mais bonita que todas as casas da rua e os vizinhos se envergonharam e se puseram também a reformar suas residências.

Desse modo, todo o bairro melhorava a olhos vistos, quando por isso passou um político que, bem impressionado, disse:

"É lamentável que gente tão esforçada não receba nenhuma ajuda do governo".

E dali saiu para ir falar com o prefeito, que o autorizou a organizar uma comissão para estudar que melhoramentos eram necessários ao bairro.

Dessa primeira comissão surgiram muitas outras e hoje, por todo o país, elas ajudaram os bairros pobres a se reconstruírem.

E pensar que tudo começou com um vestido azul.

Não era intenção daquele simples professor consertar toda a rua, nem criar um organismo que socorresse os bairros abandonados de todo o país.

Mas ele fez o que podia, ele deu a sua parte, ele fez o primeiro movimento, do qual se desencadeou toda aquela transformação. É difícil reconstruir um bairro, mas é possível dar um vestido azul.

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

O Círculo da Tolerância

Um famoso senhor com poder de decisão, gritou com um diretor da sua empresa, porque estava com ódio naquele momento.

O diretor, chegando em casa, gritou com sua esposa, acusando-a de que estava gastando demais, porque havia um bom e farto almoço à mesa.

Sua esposa gritou com a empregada que quebrou um prato.

A empregada chutou o cachorrinho no qual tropeçara.

O cachorrinho saiu correndo, e mordeu uma senhora que ia passando pela rua, porque estava atrapalhando sua saída pelo portão.

Essa senhora foi à farmácia para tomar vacina e fazer um curativo, e gritou com o farmacêutico, porque a vacina doeu ao ser-lhe aplicada.

O farmacêutico, chegando à casa, gritou com sua mãe, porque o jantar não estava do seu agrado.

Sua mãe, tolerante, um manancial de amor e perdão, afagou-lhe seus cabelos e beijou-o na testa, dizendo-lhe :

"Filho querido, prometo-lhe que amanhã farei os seus doces favoritos. Você trabalha muito, está cansado e precisa de uma boa noite de sono. Vou trocar os lençóis da sua cama por outros bem limpinhos e cheirosos para que você descanse em paz. Amanhã você vai sentir-se melhor."

E abençoou-o, retirando-se e deixando-o sozinho com os seus pensamentos.

Naquele momento, rompeu-se o círculo do ódio, porque esbarrou-se com a tolerância a doçura, o perdão e o amor.

Faça você o mesmo.

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

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Fazendo diferente

Um grupo de cientistas colocou cinco macacos numa jaula, em cujo centro puseram uma escada e, sobre ela, um cacho de banana.

Quando um macaco subia a escada para apanhar as bananas, os cientistas lançaram um jato de água fria nos que estavam no chão.

Depois de certo tempo, quando um macaco ia subir a escada, os outros enchiam-no de pancadas.

Passado mais algum tempo, nenhum macaco subia mais a escada, apesar da tentação das bananas.

Então, os cientistas substituíram um dos cinco macacos.

A primeira coisa que ele fez foi subir a escada, dela sendo rapidamente retirado pelos outros, que o surraram.

Depois de algumas surras, o novo integrante do grupo não mais subia a escada.

Um segundo foi substituído, e o mesmo ocorreu, tendo o primeiro substituto participado, com entusiamo, da surra ao novato.

Um terceiro foi trocado, e repetiu-se o fato.

Um quarto e, finalmente, o o último dos veteranos foi substituído.

Os cientistas ficaram, então, com um grupo de cinco macacos que, mesmo nunca tendo tomado um banho frio, continuavam batendo naquele que tentasse chegar às bananas.

Se fosse possível perguntar a algum deles porque batiam em quem tentasse subir a escada, com certeza a resposta seria : "Não sei, as coisas sempre foram assim por aqui..."

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

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Lembranças

Um velho sábio chinês estava caminhando por um campo de neve, quando viu uma mulher chorando.

Dirigiu-se a ela e perguntou :

— Porque choras ?

— Porque me lembro do passado, da minha juventude, da beleza que via no espelho... Deus foi cruel comigo por me fazer lembrar.

Ele sabia que, ao recordar a primavera da minha vida, eu sofreria e acabaria chorando.

O sábio, então, em silêncio ficou contemplando o campo de neve, com o olhar fixo em determinado ponto...

A mulher, intrigada com aquela atitude, parou de chorar e perguntou :

— O que estás vendo aí ?

— Eu vejo um campo florido, disse o sábio. Deus foi generoso comigo por me fazer lembrar.

Ele sabia que, no inverno, eu poderia sempre recordar a primavera e sorrir.

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

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O Purgatório e o Paraíso

A um rabino muito justo foi permitido que visitasse o purgatório (Gehena) e o paraíso (GanEden).

Primeiramente foi levado ao purgatório, de onde provinham os gritos mais horrendos dos rostos mais angustiados que já virá.

Estavam todos sentados numa grande mesa.

Sobre ela, se viam iguarias, comidas das mais deliciosas que se possa imaginar, com a prataria e a louça mais maravilhosa que jamais se vira.

Não entendendo porque sofriam tanto, o rabino prestou mais atenção e viu que seus cotovelos estavam invertidos, de tal forma que não podiam dobrar os braços e levar aquelas delícias às suas bocas.

O rabino foi levado ao paraíso, onde se ouvia deliciosas gargalhadas e onde reinava um clima de festa.

Porém, ao observar, para sua surpresa, encontrou o mesmo ambiente : todos sentados à mesma mesa que vira no purgatório, contendo as mesmas iguarias, as mesmas louças e os mesmos cotovelos invertidos.

Mas ali havia um detalhe muito especial : cada um levava a comida à boca do outro.

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

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Pontos de Vista

Uma vez uma companhia enviou um vendedor de sapatos a uma cidade na África aonde ele nunca tinha vendido.

Ele era um dos vendedores mais antigos e experientes, e esperavam grandes resultados.

Logo após sua chegada à Africa, o vendedor escreveu para a companhia dizendo :

— É melhor vocês me chamarem de volta. Aqui ninguém usa sapatos.

Foi chamado de volta.

A companhia decidiu então enviar um outro vendedor que não possuía muita experiência, mas era dotado de grande entusiasmo.

A companhia achava que ele seria capaz de vender alguns pares de sapatos.

Pouco depois de sua chegada ele enviou um telegrama urgente para a firma dizendo :

— Por favor, enviem todos os sapatos disponíveis. Aqui ninguém usa sapatos!

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

As Duas Sementes

Na primavera, uma jovem senhora semeou o seu jardim.

Duas sementes acabaram sendo enterradas uma ao lado da outra.

A primeira semente disse para segunda :

— Pensa como será divertido, vamos crescer nossas raízes fundo no solo e quando elas estiverem fortes, nós vamos brotar da terra e nos tornar lindas flores para todo mundo ver e admirar !

A segunda semente ouviu mas estava preocupada.

— Isso parece legal, ela disse, mas a terra não está muito fria? Eu estou com medo de estender minhas raízes nela. E se alguma coisa der errado e eu não me tornar muito bonita ? Então a senhora pode não gostar de mim, eu estou com medo.

A primeira semente, no entanto, não estava intimidada.

Ela empurrou suas raízes para baixo na terra e começou a crescer.

Quando suas raízes estavam fortes o suficiente, ela emergiu do solo como uma linda flor.

A senhora inclinou-se cuidadosamente para ela e orgulhosamente mostrou a flor perfumada para todos os seus amigos.

Mas enquanto isso a outra semente permanecia dormente.

— "Vamos lá", a flor dizia todo o dia para a sua amiga, está quente e maravilhoso aqui em cima, no sol!

A segunda semente estava muito impressionada, mas permanecia amedrontada e com insegurança empurrou uma raiz no solo.

— "Ai", ela disse. Essa terra ainda está ainda muito fria e dura pra mim. Eu não gosto dela. Eu prefiro ficar aqui na minha própria concha onde estou segura e confortável. Há muito tempo par se tornar uma flor.

Nada que a primeira semente dissesse mudava a mente da segunda.

Então, um dia quando a senhora estava fora um pássaro faminto voou no jardim, ele ciscava o solo procurando algo para comer.

A segunda semente que estava logo abaixo da superfície estava com muito medo de ser comida.

Mas aquele era seu dia de sorte.

Um gato pulou do peitoril da janela e espantou o pássaro.

A semente suspirou de alívio !

E neste momento tomou uma importante decisão :

— É uma tolice desperdiçar meu curto tempo aqui na terra, ela disse. Eu vou seguir as minhas esperanças e sonhos de mudança em vez de meus medos. Então, sem outro pensamento, a segunda semente começou a espalhar as suas raízes e também cresceu e se tornou uma linda flor.

Perguntas-Guia :

Você segue seus sonhos e esperanças ou segue seus medos ?

Você já teve uma experiência em que você teve que enfrentar seus medos para crescer ?

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

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A Porta Negra

Era uma vez um país das Mil e uma Noites.

Neste país, havia um Rei que era muito polêmico por causa de seus atos.

Ele pegava os prisioneiros de guerra e levava para uma enorme sala.

Os prisioneiros eram enfileirados no centro da sala e o Rei gritava, dizendo :

— Eu vou dar uma chance para vocês. Olhem para o canto direito da sala.

Ao olharem, os prisioneiros viam alguns soldados armados de arco e flechas, prontos para ação.

— Agora, - continuava o Rei - Olhem para o canto esquerdo.

Ao olharem, todos os presos notavam que havia uma horrível Porta Negra de aspecto gigantesco.

Crânios humanos serviam como decoração e a maçaneta era a mão de um cadáver.

Algo horripilante só de imaginar, quanto mais para ver.

O Rei se posicionava no centro da sala e gritava :

— Agora escolham : o que vocês querem ?

Morrerem cravados de flechas ou abrirem rapidamente aquela Porta Negra e entrarem lá dentro enquanto tranco vocês ?

Agora decidam, vocês têm livre arbítrio, escolham....

Todos os prisioneiros tinham o mesmo comportamento : na hora da decisão, eles chegavam perto da horrível Porta Negra de mais de quatro metros de altura, olhavam para os desenhos de caveiras, sangue humano, esqueletos, aspecto infernal, coisas escritas do tipo : "Viva a Morte", etc...e decidiam :

"Quero morrer flechado"...

Um a um, todos agiam assim: olhavam para a Porta Negra e para os arqueiros da Morte e diziam para o Rei :

— Prefiro ser atravessado por flechas a abrir essa Porta Negra a ser trancado lá dentro.

Milhares optaram pelo que estavam vendo : a morte feia pelas flechas.

Mas, um dia, a guerra acabou.

Passado algum tempo, um daqueles soldados do "Pelotão da Flechada" estava varrendo a enorme sala quando eis que surge o Rei.

O soldado com toda reverência e meio sem jeito, perguntou :

— Sabe, ó grande Rei, eu sempre tive uma curiosidade, não se zangue com minha pergunta, mas... o que tem além daquela Porta Negra ?

O Rei respondeu :

— Lembra que eu dava aos prisioneiros duas escolhas ?

Pois bem, vá e abra a Porta Negra.

O soldado, trêmulo, virou cautelosamente a maçaneta e sentiu um raio puro de sol beijar o chão feio da enorme sala.

Abriu mais um pouquinho a porta e mais luz e um gostoso cheiro de verde inundaram o local.

O soldado notou que a Porta Negra abria para um caminho que apontava para a grande estrada.

Foi aí que o soldado foi perceber : a Porta Negra dava para a.... LIBERDADE !!!!!

Todos nós temos uma Porta Negra dentro da mente.

Para uns, a Porta Negra é o medo do desconhecido.

Para outros, é uma pessoa difícil.

Quem sabe até uma frustração qualquer, do tipo : Medo de se entregar (a alguém ou a alguma coisa).

Medo de se relacionar ou Medo de viver um grande (e triste) amor ou

Medo de ser rejeitado ou

Medo de inovar ou

Medo de mudar ou

Medo de voar mais alto.

Para alguns, a Porta Negra é a incerteza que a falta de preparo atemoriza.

Ou uma trava imaginária que as inseguranças da vida fabricaram durante a educação.

Mas, se você pode perder, você também pode vencer.

Se der um passo além do medo, você vai encontrar o raio de sol entrando em sua vida.

Abra essa PORTA NEGRA e deixe o sol inundar você...

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

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A Verdade, a Mentira, o Fogo e a Água (Lenda Etíope)

Há muito tempo, a Verdade, a Mentira, o Fogo e a Água estavam viajando e chegaram a um rebanho de gado.

Discutiram o assunto e chegaram à conclusão de que seria melhor dividir o rebanho em quatro partes iguais para que cada um pudesse levar consigo uma quantidade igual de animais.

Mas a Mentira era gananciosa e arquitetou um plano para ficar com uma parte maior.

— Ouça o meu conselho - sussurou ela, puxando a Água para um canto.

— O Fogo está planejando queimar toda a relva e as árvores das suas margens para conduzir seu gado pelas planícies e ficar com os animais para si.

Se eu fosse você, acabaria com ele logo agora, e assim repartiríamos a parte dele entre nós.

A Água foi tola o suficiente para acatar o conselho da Mentira e lançou-se sobre o Fogo, apagando-o.

E a Mentira dirigiu-se em seguida para a Verdade, sussurando-lhe :

— Veja só o que fez a Água ! Acabou com o Fogo para ficar com o gado dele. Não deveríamos associar-nos a alguém assim. Deveríamos pegar todo o gado e partir para as montanhas.

A Verdade acreditou nas palavras da Mentira e concordou com seu plano.

E, juntas, levaram o gado para as montanhas.

— Esperem por mim - disse a Água, correndo no se encalço, mas é claro que não conseguiu correr morro acima.

E foi deixada para trás, no vale.

Ao chegarem no topo da montanha mais alta, a Mentira virou-se para a Verdade e pôs-se a rir.

— Consegui enganá-la, sua idiota ! - disse ela, soltando uma risada estridente.

— Agora você vai me dar todo o gado e será minha escrava, ou eu a destruirei.

— Ora essa ! Você me enganou - admitiu a Verdade. Mas eu jamais serei sua escrava.

E as duas brigaram; e enquanto se batiam, os trovões ecoavam pelas montanhas.

As duas se agrediram como o quê, mas nenhuma conseguiu destruir a outra.

Acabaram decidindo chamar o Vento para decidir quem seria a vencedora da disputa.

E o Vento subiu a montanha a todo velocidade, e escutou o que ambas tinham a dizer.

E por fim falou:

— Não me cabe apontar a vencedora.

A Verdade e a Mentira estão fadadas à disputa. Às vezes, a Verdade ganhará; outras vezes a Mentira prevalecerá; neste caso, a Verdade deverá se erguer e tornar a lutar.

Até o fim do mundo, a Verdade deverá combater a Mentira e jamais buscar o descanso ou baixar a guarda; caso contrário, será aniquilada para sempre.

Assim é que a Verdade e a Mentira continuam lutando até hoje.

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

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A Pedra no Caminho

Conta-se a lenda de um rei que viveu num país além-mar há muitos anos.

Ele era muito sábio e não poupava esforços para ensinar bons hábitos a seu povo.

Freqüentemente fazia coisas que pareciam estranhas e inúteis; mas tudo que fazia era para ensinar o povo a ser trabalhador e cauteloso.

— Nada de bom pode vir a uma nação - dizia ele - cujo povo reclama e espera que outros resolvam seus problemas. Deus dá as coisas boas da vida a quem lida com os problemas por conta própria.

Uma noite, enquanto todos dormiam, ele pôs uma enorme pedra na estrada que passava pelo palácio.

Depois foi se esconder atrás de uma cerca, e esperou para ver o que acontecia.

Primeiro veio um fazendeiro com uma carroça carregada de sementes que ele levava para moagem na usina.

— Quem já viu tamanho descuido? - disse ele contrariadamente, enquanto desviava sua parelha e contornava a pedra. Por que esses preguiçosos não mandam retirar essa pedra da estrada ?

E continuou reclamando da inutilidade dos outros, mas sem ao menos tocar, ele próprio, na pedra.

Logo depois, um jovem soldado veio cantando pela estrada.

A longa pluma do seu quepe ondulava na brisa, e uma espada reluzente pendia à sua cintura.

Ele pensava na maravilhosa coragem que mostraria na guerra.

O soldado não viu a pedra, mas tropeçou nela e se estatelou no chão poeirento.

Ergueu-se, sacudiu a poeira da roupa, pegou a espada e enfureceu-se com os preguiçosos que insensatamente haviam largado uma pedra imensa na estrada.

Então, ele também se afastou, sem pensar uma única vez que ele próprio poderia retirar a pedra.

Assim correu o dia.

Todos que por ali passavam reclamavam e resmungavam por causa da pedra colocada na estrada, mas ninguém a tocava.

Finalmente, ao cair da noite, a filha do moleiro por lá passou.

Era muito trabalhadora, e estava cansada, pois desde cedo andava ocupada no moinho.

Mas disse a si mesma :

"Já está quase escurecendo, alguém pode tropeçar nesta pedra à noite e se ferir gravemente. Vou tirá-la do caminho."

E tentou arrastar dali a pedra.

Era muito pesada, mas a moça empurrou, e empurrou, e puxou, e inclinou, até que conseguiu retirá-la do lugar.

Para sua surpresa, encontrou uma caixa debaixo da pedra.

Ergueu a caixa.

Era pesada, pois estava cheia de alguma coisa.

Havia na tampa os seguintes dizeres : "Esta caixa pertence a quem retirar a pedra."

Ela abriu a caixa e descobriu que estava cheia de ouro.

A filha do moleiro foi para casa com o coração feliz.

Quando o fazendeiro e o soldado e todos os outros ouviram o que havia ocorrido, juntaram-se em torno do local na estrada onde a pedra estava.

Revolveram o pó da estrada com os pés, na esperança de encontrar um pedaço de ouro.

— Meus amigos - disse o rei - com freqüência encontramos obstáculos e fardos no caminho. Podemos reclamar em alto e bom som enquanto nos desviamos deles se assim preferirmos, ou podemos erguê-los e descobrir o que eles significam.

A decepção é normalmente o preço da preguiça.

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

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Por favor, por favor

Havia uma vez uma pequena expressão chamada "Por Favor" que morava na boca de um garotinho.

Os Por Favor moram na boca de todo mundo, ainda que as pessoas se esqueçam com freqüência que eles estão ali.

Mas para ficarem forte e felizes, todos os Por Favor devem ser tirados das bocas de vez em quando, para tomar um pouco de ar.

Sabe, eles são como peixinhos de aquário, que sobem à tona para respirar.

O Por Favor do qual irei falar morava na boca de um menino chamado

Duda.

Só uma vez, em muito tempo, o tal Por Favor teve oportunidade de sair; pois Duda, lamento dizer; era um menininho muito malcriado; que quase nunca se lembrava de dizer "Por Favor".

— Dê-me um pedaço de pão ! Quero água !

Dê-me aquele livro ! - era deste jeito que ele pedia as coisas.

Seus pais ficavam muito tristes com isso.

Já o coitado do Por Favor ficava na ponta da língua do menino, aguardando uma oportunidade para sair.

Estava cada dia mais fraco.

Duda tinha um irmão mais velho, chamado João.

Tinha quase dez anos; e era tão educado quanto Duda era malcriado.

Por isso, o seu Por Favor recebia muito ar e era forte e bem-disposto.

Um dia, no café da manhã, o Por Favor de Duda sentiu que precisava tomar ar, mesmo que para isso tivesse de fugir.

Foi o que fez - fugiu da boca de Duda, e inspirou longamente.

Depois, arrastou-se pela mesa e pulou para a boca de João.

O Por Favor que morava lá ficou muito zangado.

— Saia ! - ele gritou. - Aqui não é o seu lugar ! Esta boca é minha !

— Eu sei - respondeu o Por Favor de Duda.

— Eu moro na boca do irmão do seu senhor.

Mas, meu Deus ! Não sou feliz lá.

Eu nunca sou usado. Nunca recebo ar puro !

Pensei que você me deixaria ficar aqui por um dia ou dois, até eu me sentir mais forte.

— Mas é lógico - disse gentilmente o outro Por Favor.

— Eu compreendo. Fique; quando o meu senhor me utilizar, sairemos juntos.

Ele é bom, e eu tenho certeza de que não se importará em dizer "por favor" duas vezes.

Fique o tempo que desejar.

Ao meio-dia, no almoço, João quis um pouco de manteiga e falou assim :

— Papai, pode me passar a manteiga, por favor - por favor ?

— Pois não -, disse o pai.

— Mas por que tanta polidez ?

João não respondeu.

Voltou-se para a mãe, e disse :

— Mamãe, dê-me um bolinho, por favor - por favor ?

A mãe sorriu.

— Vou lhe dar o bolinho, querido; mas porque você diz "por favor" duas vezes ?

— Eu não sei -, respondeu João.

— As palavras apenas saem.

Tita, por favor - por favor, me dê um pouco d'água !

Nesse momento, João ficou um pouco assustado.

— Tudo bem -, disse o pai.

— Não há problema nenhum.

Mas não se deve dizer tanto "por favor" neste mundo.

Enquanto isso, o pequeno Duda continuara gritando daquele seu jeito mal-educado :

— Quero um ovo !

Quero um pouco de leite !

Me dá uma colher ! - Mas, então, ele parou e escutou o irmão.

Achou que seria engraçado falar como João; por isso, começou :

— Mamãe, dê-me um bolinho, m-m-m ?

Ele estava tentando dizer "por favor" - mas como ?

Ele não sabia que o seu pequenino Por Favor estava sentado na boca de

João.

Tentou outra vez, pedindo a manteiga :

— Manteiga, passe a manteiga, m-m-m ?

E só conseguiu dizer isto.

A coisa continuou o dia inteiro, e todos ficaram imaginando o que havia de errado com os dois meninos.

Quando anoiteceu, ambos estavam muito cansados, e Duda estava tão aborrecido que a mãe os mandou mais cedo para cama.

Mas na manhã seguinte, logo que se sentaram para o café, o Por Favor de Duda correu de volta para casa.

Ele tinha tomado tanto ar puro no dia anterior que estava se sentindo bastante forte e feliz.

E, no momento seguinte, ele foi outra vez arejado quando Duda falou :

— Papai, por favor, corte a minha laranja !

Meu Deus ! A expressão saiu fácil, fácil !

Soava tão bem como quando João a pronunciava e João estava falando somente um "por favor" naquela manhã.

E daquele dia em diante, o pequeno Duda tornou-se tão educado quanto o irmão.

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

Amor e Sonhos

Conta a lenda que uma jovem mariposa de corpo frágil e alma sensível voava ao sabor do vento certa tarde, quando viu uma estrela muito brilhante e se apaixonou.

Voltou imediatamente para casa, louca para contar à mãe que havia descoberto o que era o amor, mas a mãe lhe disse friamente :

— Que bobagem! As estrelas não foram feitas para que as mariposas possam voar em torno delas.

Procure um poste ou um abajur e se apaixone por algo assim; para isso nós fomos criadas.

Decepcionada, a mariposa resolveu simplesmente ignorar o comentário da mãe e permitiu-se ficar de novo alegre com a sua descoberta e pensava:

— Que maravilha poder sonhar !

Na noite seguinte, a estrela continuava no mesmo lugar, e ela decidiu que iria subir até o céu, voar em torno daquela luz radiante e demonstrar seu amor.

Foi muito difícil ir além da altura com a qual estava acostumada, mas conseguiu subir alguns metros acima do seu vôo normal.

Entendeu que, se cada dia progredisse um pouquinho, iria terminar chegando à estrela, então armou-se de paciência e começou a tentar vencer a distância que a separava de seu amor.

Esperava com ansiedade que a noite descesse e, quando via os primeiros raios da estrela, batia ansiosamente suas asas em direção ao firmamento.

Sua mãe ficava cada vez mais furiosa e dizia :

— Estou muito decepcionada com a minha filha ! Todas as suas irmãs e primas já têm lindas queimaduras nas asas, provocadas por lâmpada ! Você devia deixar de lado esses sonhos inúteis e arranjar um amor que possa atingir.

A jovem mariposa, irritada porque ninguém respeitava o que sentia, resolveu sair de casa.

Mas, no fundo como, aliás, sempre acontece ficou marcada pelas palavras da mãe e achou que ela tinha razão.

Por algum tempo, tentou esquecer a estrela, mas seu coração não conseguia esquecer a estrela e, depois de ver que a vida sem o seu verdadeiro amor não tinha sentido, resolveu retomar sua caminhada em direção ao céu.

Noite após noite, tentava voar o mais alto possível, mas, quando a manhã chegava, estava com o corpo gelado e a alma mergulhada na tristeza.

Entretanto, à medida que ia ficando mais velha, passou a prestar atenção a tudo que via à sua volta.

Lá do alto podia enxergar as cidades cheias de luzes, onde provavelmente suas primas e irmãs já tinham encontrado um amor, mas, ao ver as montanhas, os oceanos e as nuvens que mudavam de forma a cada minuto, a mariposa começou a amar cada vez mais sua estrela, porque era ela quem a empurrava para ver um mundo tão rico e tão lindo.

Muito tempo depois resolveu voltar à sua casa e aí soube pelos vizinhos que sua mãe, suas irmãs e primas tinham morrido queimadas nas lâmpadas e nas chamas das velas, destruídas pelo amor que julgavam fácil.

A mariposa, embora jamais tenha conseguido chegar à sua estrela, viveu muitos anos ainda, descobrindo que, às vezes, os amores difíceis e impossíveis trazem muito mais alegrias e benefícios que aqueles amores fáceis e que estão ao alcance de nossas mãos.

Com esta lenda aprendemos duas coisas: valorizar o amor e lutar pelos nossos sonhos, porque sabemos que é a realização deles que nos faz feliz e lembremos "o mundo está nas mãos daqueles que têm coragem de sonhar, e correr o risco de viver seus sonhos".

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

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A Idosa

Vinte anos atrás, eu ganhava a vida como motorista de táxi.

Encontrei pessoas cujas vidas surpreenderam-me, enobreceram-me, fizeram-me rir e chorar.

Nenhuma tocou-me mais do que a de uma velhinha que eu peguei tarde da noite, era Agosto.

Eu havia recebido uma chamada de um pequeno prédio de tijolinhos, de quatro andares, em uma rua tranqüila de um subúrbio da cidade.

Quando eu cheguei às 2:30 da madrugada, o prédio estava escuro, com exceção de uma única lâmpada acesa numa janela do térreo.

Assim, fui até a porta e bati.

"Um minuto", respondeu uma voz débil e idosa.

Uma octogenária pequenina apareceu.

Ao seu lado havia uma pequena valise de nylon.

Toda a mobília estava coberta por lençóis.

Não havia relógios, roupas ou utensílios sobre os móveis.

Eu peguei a mala e caminhei vagarosamente para o meio-fio, ela ficou agradecendo minha ajuda.

Quando embarcamos, ela deu-me o endereço e pediu :

— O Senhor poderia ir pelo centro da cidade ?

— Não é o trajeto mais curto, alertei-a prontamente.

— Eu não me importo. Não estou com pressa, pois meu destino é um asilo de velhos.

Eu olhei pelo retrovisor.

Os olhos da velhinha estavam marejados, brilhando.

— Eu não tenho mais família, continuou. O médico diz que tenho pouco tempo.

Eu, disfarçadamente, desliguei o taxímetro e perguntei :

— Qual o caminho que a Senhora deseja que eu tome ?

Nas duas horas seguintes, nós dirigimos pela cidade.

Ela mostrou-me o edifício que havia, em certa ocasião, trabalhado como ascensorista.

Nós passamos pelas cercanias em que ela e o esposo tinham vivido como recém-casados; em outro, hoje um depósito de móveis, que havia sido um grande salão de dança que ela freqüentara quando mocinha.

De vez em quando, pedia-me para dirigir vagarosamente em frente a um edifício ou esquina - ficava então com os olhos fixos na escuridão, sem dizer nada.

Quando o primeiro raio de sol surgiu no horizonte, ela disse de repente:

— Eu estou cansada. Vamos agora!

Viajamos, então, em silêncio, para o endereço que ela havia me dado.

Chegamos a uma casa de repouso.

Dois atendentes caminharam até o táxi, assim que ele parou.

Eu abri a mala do carro e levei a pequena valise para a porta.

A senhora já estava sentada em uma cadeira de rodas.

— Quanto lhe devo? ela perguntou, pegando a bolsa.

— Nada, respondi.

— Você tem que ganhar a vida, meu jovem.

— Há outros passageiros, respondi.

Quase sem pensar, eu curvei-me e dei-lhe um abraço.

Ela me envolveu comovidamente.

— Você deu a esta velhinha bons momentos de alegria. Obrigada.

Apertei sua mão e caminhei no lusco-fusco da alvorada.

Atrás de mim uma porta foi fechada.

Era o som do término de uma vida.

Ao relembrar, não creio que eu jamais tenha feito algo mais importante na minha vida.

Nós estamos condicionados a pensar que nossas vidas giram em torno de grandes momentos.

Todavia, os pequenos momentos freqüentemente nos pegam desprevenidos e ficam maravilhosamente guardados em recantos que os outros podem considerar sem importância. "AS PESSOAS PODEM NÃO LEMBRAR EXATAMENTE O QUE VOCÊ FEZ, OU O QUE VOCÊ DISSE, MAS ELAS SEMPRE LEMBRARÃO DE COMO VOCÊ AS FEZ SENTIR".

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

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Faça a sua parte

Em um certo lugar do Oriente, um Rei resolveu criar um lago diferente para as pessoas do seu povoado.

Ele quis criar um lago de leite. Então pediu para que cada um de seus súditos levasse apenas um copo de leite; com a cooperação de todos, o lago seria preenchido.

O Rei muito entusiasmado esperou até a manhã seguinte para ver o seu lago de leite.

Mas, tal foi a sua surpresa no outro dia pela manhã quando viu o lago cheio de água e não de leite.

Consultou o seu conselheiro que o informou, que as pessoas do povoado tiveram todas o mesmo pensamento :

NO MEIO DE TANTO COPO DE LEITE, SE SÓ O MEU FOR DE ÁGUA, NINGUÉM VAI NOTAR...

Pense nisto !

É por isso que estamos nessa situação , onde todos por comodismo esperam pelos outros ! "O bem que não fazes, já é o próprio mal que estás a fazer". ( Paulo Tarso)

Se o desonesto soubesse a vantagem de ser honesto, o seria só por desonestidade ! - "Sêneca"

Não espere pelo leite dos outros para encher o lago da vida, participe com sua parte !

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

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O Guardião

Certo dia num mosteiro, com a morte do guardião, foi preciso encontrar um substituto.

O Mestre convocou, então, todos os discípulos para determinar quem seria o novo sentinela.

O Mestre, com muita tranqüilidade, falou :

— Assumirá o posto o primeiro que resolver o problema que vou apresentar.

Então, ele colocou uma mesinha magnífica no centro da enorme sala em que estavam reunidos e, em cima dela, pôs um vaso de porcelana muito raro com uma rosa amarela de extraordinária beleza a enfeitá-lo e disse apenas :

— Aqui está o problema !

Todos ficaram olhando a cena : o vaso belíssimo, de valor inestimável, com a maravilhosa flor ao centro.

O que representaria ?! O que fazer ?! Qual o enigma ?!

Nesse instante, um dos discípulos sacou a espada, olhou o Mestre,os companheiros, dirigiu-se ao centro da sala e ... ZAPT ... destruiu tudo com um só golpe.

Tão logo o discípulo retornou a seu lugar, o Mestre disse :

— Você será o novo Guardião do Castelo.

Não importa qual o problema.

Nem que seja algo lindíssimo.

Se for um problema, precisa ser eliminado.

Um problema é um problema.

Mesmo que se trate de uma mulher sensacional, um homem maravilhoso ou um grande amor que se acabou.

Por mais lindo que seja ou, tenha sido, se não existir mais sentido para ele em sua vida, tem que ser suprimido.

Muitas pessoas carregam a vida inteira o peso de coisas que foram importantes no passado, mas que hoje somente ocupam um espaço inútil em seus corações e mentes.

Espaço esse indispensável para recriar a vida.

Existe um provérbio que diz :

"Para você beber vinho numa taça cheia de chá é necessário primeiro jogar o chá fora para, então, beber o vinho".

Limpe a sua vida, comece pelas gavetas, armários, até chegar às pessoas do passado que não fazem mais sentido estar ocupando espaço em seu coração.

O passado serve como lição, como experiência, como referência.

Serve para ser relembrado e não revivido.

Use as experiências do passado no presente, para construir o seu futuro.

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

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Uma Carta de Amor

Em uma noite qualquer em um hospital qualquer, Célia que aguardava, ansiosamente, notícias de seu filho Joel, pulou da cadeira quando viu o cirurgião chegar e perguntou :

"Como está meu filho ? Ele vai ficar bem ?"

O cirurgião disse :

"Sinto muito, fizemos tudo o que estava ao nosso alcance, mas não podemos evitar."

Célia então falou :

"Por que as crianças tem câncer ? Será que Deus não se preocupa com elas ?

Onde estava Deus quando meu filho precisou dele ?"

O cirurgião disse :

"A enfermeira sairá para lhe deixar uns minutos com o corpo de seu filho antes de o levarem para a Universidade."

Mas Célia preferiu que a enfermeira a acompanhasse enquanto se despedia de seu filho.

Passou a mão no seu cabelo, e aí então a enfermeira perguntou se ela queria guardar alguns fios de seu cabelo.

Célia aceitou e a enfermeira cortou uma mecha e colocou em uma bolsinha de plástico e deu a Célia.

Aí Célia explicou à enfermeira :

"Foi idéia de Joel doar o corpo à Universidade para ser estudado.

Disse que poderia ser útil a alguém. Era o que ele desejava.

Eu, a princípio me neguei, mas ele me disse :"

"Mamãe, eu não o usarei depois que morrer, e talvez ajude uma criança a desfrutar de um dia mais ao lado de sua Mãe."

"Meu Joel tinha um coração de ouro, sempre pensava nos outros e desejava ajudá-los como pudesse."

Aí então Célia saiu do Hospital Infantil pela última vez, depois de ter permanecido por lá nos últimos seis meses.

Colocou a bolsa com os pertences de Joel no assento do carro, junto à ela.

Foi difícil dirigir de volta para casa, e mais difícil ainda foi entrar na casa vazia.

Levou a bolsa ao quarto de Joel e colocou os carrinhos de miniatura e todas suas demais coisas como ele gostava.

Sentou na cama de Joel e chorou até dormir, abraçando o pequeno travesseiro dele.

Acordou cerca de meia-noite, junto a ela, havia uma folha de papel dobrada.

Célia abriu e era uma carta que dizia :

"Querida Mamãe, Sei que você deve sentir minha falta mas não pense que eu te esqueci ou que deixei de te amar só porque não estou aí para dizer TE AMO.

Pensarei em você cada dia mamãe e cada dia te amarei ainda mais.

Algum dia voltaremos a nos ver.

Se você quiser adotar um menino para que não fiques tão sozinha, ele poderá ficar no meu quarto e brincar com todas as minhas coisas.

Se quiser uma menina, provavelmente ela não gostará das mesmas coisas que os meninos gostam portanto a senhora terá que comprar bonecas e outras coisas de meninas, nesse caso a senhora poderá doar os minhas coisas para outro menino.

Não fique triste quando pensar em mim, estou num lugar grandioso.

Meus avós vieram me receber quando cheguei, me mostraram um pouco daqui deste maravilhoso lugar, mas levarei muito tempo para ver tudo.

Os anjos são muito amigos e me encanta vê-los voar.

Jesus não se parece com as imagens que vi dele, mas soube que era ele assim que o vi.

Jesus me levou para ver Deus !! E, acredite, mamãe !

E eu me sentei no colo dele e falei com ele como se eu fosse alguém importante.

Eu disse à Deus que queria te escrever uma carta, para me despedir e acalmá-la, mesmo sabendo que não era permitido.

Deus me deu papel e sua caneta pessoal para que eu pudesse escrever esta carta.

Acho que se chama Gabriel o anjo que a deixará cair para você.

Deus me disse para responder o que você perguntou :

"Onde estava ele quando eu precisei ?" Deus disse :

"No mesmo lugar de quando Jesus estava na cruz.

Estava justo aí, como Deus sempre está com todos os seus filhos."

Esta noite estarei na mesa com Jesus para o jantar.

Sei que a comida será fabulosa.

Ah! quase esqueci de dizer... Não sinto mais nenhuma dor, o câncer foi embora.

Estou feliz porque eu já não conseguia mais suportar tanta dor e como Deus não podia me ver sofrendo daquela maneira, aí enviou o Anjo da Misericórdia para me levar.

O Anjo me disse que eu era uma entrega especial, foi como cheguei aqui."

Assinado com Amor :

Deus, Jesus e Eu.

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

Um Louco Amor

Quando eu a conheci tinha 16 anos.

Fomos apresentados numa festa, por um "carinha" que se dizia meu amigo.

Foi amor a primeira vista.

Ela me enlouquecia.

Nosso amor chegou a um ponto, que já não conseguia viver sem ela.

Mas era um amor proibido.

Meus pais não aceitaram.

Fui repreendido na escola e passamos a nos encontrar escondidos.

Mas aí não deu mais, fiquei louco.

Eu a queria, mas não a tinha.

Eu não podia permitir que me afastassem dela.

Eu a amava : bati o carro, quebrei tudo dentro de casa e quase matei a minha irmã.

Estava louco, precisava dela.

Hoje tenho 39 anos; estou internado em um hospital, sou inútil e vou morrer abandonado pelos meus pais, amigos e por ela.

Seu nome ?

Cocaína.

Devo a ela meu amor, minha vida, minha destruição e minha morte.

Freddie Mercury, Desabafo antes de morrer de AIDS

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

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O Anel

Venho aqui , professor, porque me sinto tão pouca coisa, que não tenho forças para fazer nada.

Me dizem que não sirvo para nada, que não faço nada bem, que sou lerdo e muito idiota. Como posso melhorar ?

O que posso fazer para que me valorizem mais ?

O professor, sem olha-lo, disse :

— Sinto muito meu jovem, mas não posso te ajudar, devo primeiro resolver o meu próprio problema. Talvez depois.

E fazendo uma pausa falou :

— Se você me ajudasse, eu poderia resolver este problema com mais rapidez e depois talvez possa te ajudar.

C...Claro, professor, gaguejou o jovem, mas se sentiu outra vez desvalorizado e hesitou em ajudar seu professor.

O professor tirou um anel que usava no dedo pequeno e deu ao garoto e disse :

— Monte no cavalo e vá até o mercado. Devo vender esse anel porque tenho que pagar uma dívida. É preciso que obtenhas pelo anel o máximo possível, mas não aceite menos que uma moeda de ouro.

Vá e volte com a moeda o mais rápido possível.

O jovem pegou o anel e partiu. Mal chegou ao mercado começou a oferecer o anel aos mercadores.

Eles olhavam com algum interesse, até quando o jovem dizia o quanto pretendia pelo anel.

Quando o jovem mencionava uma moeda de ouro, alguns riam, outros saiam sem ao menos olhar para ele, mas só um velhinho foi amável a ponto de explicar que uma moeda de ouro era muito valiosa para comprar um anel.

Tentando ajudar o jovem, chegaram a oferecer uma moeda de prata e uma xícara de cobre, mas o jovem seguia as instruções de não aceitar menos que uma moeda de ouro e recusava as ofertas.

Depois de oferecer a jóia a todos que passaram pelo mercado, abatido pelo fracasso montou no cavalo e voltou.

O jovem desejou ter uma moeda de ouro para que ele mesmo pudesse comprar o anel, assim livrando a preocupação de seu professor e assim podendo receber ajuda e conselhos.

Entrou na casa e disse :

— Professor, sinto muito, mas é impossível conseguir o que me pediu. Talvez pudesse conseguir duas ou três moedas de prata, mas não acho que se possa enganar ninguém sobre o valor do anel.

— Importante o que disse meu jovem, contestou sorridente.

— Devemos saber primeiro o valor do anel. Volte a montar no cavalo e vá até o joalheiro. Quem melhor para saber o valor exato do anel ? Diga que quer vender o anel e pergunte quanto ele te dá por ele. Mas não importa o quanto ele te ofereça, não o venda. Volte aqui com meu anel.

O jovem foi até o joalheiro e lhe deu o anel para examinar.

O joalheiro examinou o anel com uma lupa, pesou o anel e disse :

— Diga ao seu professor, se ele quer vender agora, não posso dar mais que 58 moedas de ouro pelo anel.

— 58 MOEDAS DE OURO !!! Exclamou o jovem.

— Sim, replicou o joalheiro, eu sei que com tempo eu poderia oferecer cerca de 70 moedas , mas se a venda é urgente...

O jovem correu emocionado a casa do professor para contar o que ocorreu.

— Senta. Disse o professor e depois de ouvir tudo que o jovem lhe contou disse :

— Você é como esse anel, uma jóia valiosa e única. E que só pode ser avaliada por um expert.

Pensava que qualquer um podia descobrir o seu verdadeiro valor ???

E dizendo isso voltou a colocar o anel no dedo.

— Todos somos como esta jóia : Valiosos e únicos e andamos por todos os mercados da vida pretendendo que pessoas inexperientes nos valorizem.

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

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Mudanças

Um dia, quando os funcionários chegaram para trabalhar encontraram na portaria um cartaz enorme no qual estava escrito :

"Faleceu ontem a pessoa que impedia seu crescimento na Empresa". Você está convidado para o velório na quadra de esportes.

No início, todos se entristeceram com a morte de alguém, mas, depois de algum tempo, ficaram curiosos para saber quem estava bloqueando seu crescimento na empresa.

A agitação na quadra de esportes era tão grande que foi preciso chamar os seguranças para organizar a fila do velório.

Conforme as pessoas iam se aproximando do caixão, a excitação aumentava :

— Quem será que estava atrapalhando o meu progresso ?

— Ainda bem que esse infeliz morreu !

Um a um, os funcionários, agitados, aproximavam-se do caixão, olhavam o defunto e engoliam em seco.

Ficavam no mais absoluto silêncio, como se tivessem sido atingidos no fundo da alma.

Pois bem, no visor do caixão havia um espelho... e cada um via a si mesmo...

Só existe uma pessoa capaz de limitar seu crescimento: Você mesmo!

Você é a única pessoa que pode fazer a revolução de sua vida;

Você é a única pessoa que pode prejudicar a sua vida e;

Você é a única pessoa que pode ajudar a si mesmo.

SUA VIDA NÃO MUDA QUANDO SEU CHEFE MUDA, QUANDO SUA EMPRESA MUDA,

QUANDO SEUS PAIS MUDAM, SUA VIDA MUDA QUANDO VOCÊ MUDA!

VOCÊ É O ÚNICO RESPONSÁVEL POR ELA.

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

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Amizade...

Um filho perguntou a mãe :

— Mãe, posso ir no hospital ver meu amigo ? Ele está doente !

A mãe responde com uma pergunta :

— Claro, mas o que ele tem ?

O filho com a cabeça baixa, diz :

— Tumor no cérebro.

A mãe furiosa diz :

— E você quer ir lá pra quê ? Vê-lo morrer ?

O filho lhe da as costas e vai... Horas depois ele volta vermelho de tanto chorar... dizendo :

— Aí mãe, foi tão horrível, ele morreu na minha frente !

A mãe com raiva :

— E agora ?! Tá feliz ?! Valeu apena ter visto aquela cena ?!

Uma última lágrima caiu de seus olhos e acompanhado de um sorriso, ele disse :

— Muito, pois cheguei a tempo de vê-lo sorrir e dizer...

EU TINHA CERTEZA QUE VOCÊ VINHA !!!

A amizade não se resume só nas horas boas, de alegria, e de festa...

Amigo, é para todas as horas, boas ou ruins, tristes ou felizes !!!

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

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O Papel e a Tinta

Fábula de Leonardo Da Vinci

Certo dia, uma folha de papel que estava em cima de uma mesa, junto com outras folhas exatamente iguais a ela, viu-se coberta de sinais. Uma pena, molhada de tinta preta, havia escrito uma porção de palavras em toda a folha.

— Será que você não podia ter me poupado desta humilhação? - disse a folha de papel, furiosa, para a tinta.

— Espere!, respondeu a tinta. Eu não estraguei você. Eu cobri você de palavras. Agora você não é mais uma folha de papel, mas sim uma mensagem. Você é a guardiã do pensamento humano. Você se transformou num documento precioso.

Pouco depois, alguém foi arrumar a mesa e apanhou as folhas de papel para jogá-las na lareira. Subitamente, reparou na folha escrita com tinta. Então, jogou fora todas as outras, e guardou apenas a que continha uma mensagem.

M a r t h a
martha carrer cruz gabriel
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Neuróbica: Dicas para escapar do ALZHEIMER

Autor desconhecido

Trocar de mão para escovar os dentes é bom para o cérebro. O simples gesto de trocar de mão para escovar os dentes, contrariando a rotina e obrigando à estimulação do cérebro, é uma nova técnica para melhorar a concentração, treinando a criatividade e inteligência e, assim, realizando um exercício de NEURÓBICA.

Uma descoberta dentro da Neurociência vem revelar que o cérebro mantém capacidade extraordinária de crescer e mudar o padrão de suas conexões.

Os autores desta descoberta, Lawrence Katz e Manning Rubin (2000), revelam que a NEURÓBICA, a "aeróbica dos neurônios", é uma nova forma de exercício cerebral projetada para manter o cérebro ágil e saudável, criando novos e diferentes padrões de atividades dos neurônios em seu cérebro.

Cerca de 80% do nosso dia-a-dia é ocupado por rotinas que, apesar de terem a vantagem de reduzir o esforço intelectual, escondem um efeito perverso: limitam o cérebro. Para contrariar essa tendência, é necessário praticar exercícios "cerebrais" que fazem as pessoas pensarem somente no que estão fazendo, concentrando-se na tarefa.

O desafio da Neuróbica é fazer tudo aquilo que contraria as rotinas, obrigando o cérebro a um trabalho adicional. Tente fazer um teste:

A proposta é mudar o comportamento rotineiro. Tente, invente, faça alguma coisa diferente e estimule o seu cérebro. Vale a pena tentar!

Que tal começar a praticar agora, trocando o mouse de lado?

M a r t h a
martha carrer cruz gabriel
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Um Som por um Perfume

Um pobre viajante parou ao meio-dia para descansar à sombra de uma frondosa árvore.

Ele viera de muito longe e sobrara apenas um pedaço de pão para almoçar.

Do outro lado da estrada, havia um quiosque com tentadores pastéis e bolos; o viajante se deliciava sentindo as fragrâncias que flutuavam pelo ar, enquanto mascava seu pedacinho de pão dormido.

Ao se levantar para seguir caminho, o padeiro subitamente saiu correndo do quiosque, atravessou a estrada e agarrou-o pelo colarinho.

— Espere aí ! - gritou o padeiro. - Você tem que pagar pelos bolos !

— Que é isso ? - protestou o espantado viajante. - Eu nem encostei nos seus bolos !

— Seu ladrão ! - berrava o padeiro. - É perfeitamente óbvio que você aproveitou seu próprio pão dormido bem melhor, só sentindo os cheirinhos deliciosos da minha padaria.

Você não sai daqui enquanto não me pagar pelo que levou. Eu não trabalho à toa não, camarada !

Uma multidão se juntou e instou para que levasse o caso ao juiz local, um velho muito sábio.

O juiz ouviu os argumentos, pensou bastante e depois ditou a sentença.

— Você está certo - disse ao padeiro. - Este viajante saboreou os frutos do seu trabalho.

E julgo que o perfume dos seus bolos vale três moedas de ouro.

— Isso é um absurdo ! Objetou o viajante. - Além disso, gastei meu dinheiro todo na viagem. Não tenho mais nem um centavo.

— Ah... - disse o juiz. - Neste caso, vou ajudá-lo.

Tirou três moedas de ouro do próprio bolso, e o padeiro logo avançou para pegar.

— Ainda não - disse o juiz. - Você diz que esse viajante meramente sentiu o cheiro dos seus bolos, não é ?

— É isso mesmo - respondeu o padeiro.

— Mas ele não engoliu nem um pedacinho ?

— Já lhe disse que não.

— Nem provou nem um pastel ?

— Não !

— Nem encostou nas tortas ?

— Não !

— Então, já que ele consumiu apenas o perfume, você será pago apenas com som.

Abra os ouvidos para receber o que você merece.

O sábio juiz jogou as moedas de uma mão para outra, fazendo-as retinir bem perto das gananciosas orelhas do padeiro.

— Se ao menos você tivesse a bondade de ajudar esse pobre homem em viagem - disse o juiz -, você até ganharia recompensas em ouro, no Céu.

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

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Tese de Guerdjef

Tese de um pensador russo chamado Guerdjef, que no início do século passado já falava em auto-conhecimento e na importância de se saber viver.

Dizia ele: "Uma boa vida tem como base o sentido do que queremos para nós em cada momento e daquilo que, realmente vale como principal".

Assim sendo, ele traçou 20 regras de vida que foram colocadas em destaque no Instituto Francês de Ansiedade e Stress, em Paris.

Dizem os "experts" em comportamento que, quem já consegue assimilar 10 delas, com certeza aprendeu a viver com qualidade interna. Ei-las:

  1. Faça pausas de dez minutos a cada duas horas de trabalho, no máximo. Repita essas pausas na vida diária e pense em você, analisando suas atitudes.

  2. Aprenda a dizer não sem se sentir culpado ou achar que magoou. Querer agradar a todos é um desgaste enorme.

  3. Planeje seu dia, sim, mas deixe sempre um bom espaço para o improviso, consciente de que nem tudo depende de você.

  4. Concentre-se em apenas uma tarefa de cada vez. Por mais ágeis que sejam os seus quadros mentais, você se exaure.

  5. Esqueça, de uma vez por todas, que você é imprescindível. No trabalho, casa, no grupo habitual. Por mais que isso lhe desagrade, tudo anda sem a sua atuação, a não ser você mesmo.

  6. Abra mão de ser o responsável pelo prazer de todos. Não é você a fonte dos desejos, o eterno mestre de cerimônias.

  7. Peça ajuda sempre que necessário, tendo o bom senso de pedir às pessoas certas.

  8. Diferencie problemas reais de problemas imaginários e elimine-os porque são pura perda de tempo e ocupam um espaço mental precioso para coisas mais importantes.

  9. Tente descobrir o prazer de fatos cotidianos como dormir, comer e tomar banho, sem também achar que é o máximo a se conseguir na vida.

  10. Evite se envolver na ansiedade e tensão alheias enquanto ansiedade e tensão. Espere um pouco e depois retome o diálogo, a ação.

  11. Família não é você, está junto de você, compõe o seu mundo, mas não é a sua própria identidade.

  12. Entenda que princípios e convicções fechadas podem ser um grande peso, a trave do movimento e da busca.

  13. É preciso ter sempre alguém em que se possa confiar e falar abertamente ao menos num raio de cem quilômetros. Não adianta estar mais longe.

  14. Saiba a hora certa de sair de cena, de retirar-se do palco, de deixar a roda. Nunca perca o sentido da importância sutil de uma saída discreta.

  15. Não queira saber se falaram mal de você e nem se atormente com esse lixo mental; escute o que falaram bem, com reserva analítica, sem qualquer convencimento.

  16. Competir no lazer, no trabalho, na vida a dois, é ótimo ... para quem quer ficar esgotado e perder o melhor.

  17. A rigidez é boa na pedra, não no homem. A ele cabe firmeza, o que é muito diferente.

  18. Uma hora de intenso prazer substitui com folga 3 horas de sono perdido. O prazer recompõe mais que o sono. Logo, não perca uma oportunidade de divertir-se.

  19. Não abandone suas 3 grandes e inabaláveis amigas: a intuição, a inocência e a fé!

  20. E entenda de uma vez por todas, definitiva e conclusivamente:

VOCÊ É O QUE SE FIZER SER!

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A Tartaruga Tagarela

Era uma vez uma tartaruga que vivia num lago com dois patos, muito seus amigos.

Ela adorava a companhia deles e conversava até cansar. A tartaruga gostava muito de falar.

Tinha sempre algo a dizer e gostava de se ouvir dizendo qualquer coisa.

Passaram muitos anos nessa feliz convivência, mas uma longa seca acabou por esvaziar o lago.

Os dois patos viram que não podiam continuar morando ali e resolveram voar para outra região mais úmida.

E foram dizer adeus à tartaruga.

— Oh, não, não me deixem! Suplicou a tartaruga. - Levem-me com vocês, senão eu morro !

— Mas você não sabe voar ! - disseram os patos. - Como é que vamos levá-la ?

— Levem-me com vocês ! Eu quero ir com vocês ! - gritava a tartaruga.

Os patos ficaram com tanta pena que, por fim, tiveram uma idéia.

— Pensamos num jeito que deve dar certo - disseram - se você conseguir ficar quieta um longo tempo.

Cada um de nós vai morder uma das pontas de uma vara e você morde no meio.

Assim, podemos voar bem alto, levando você conosco.

Mas cuidado : lembre-se de não falar ! Se abrir a boca, estará perdida.

A tartaruga prometeu não dizer palavra, nem mexer a boca; estava agradecidíssima !

Os patos trouxeram uma vara curta bem forte e morderam as pontas; a tartaruga abocanhou bem firme no meio.

Então os patos alçaram vôo, suavemente, e foram-se embora levando a silenciosa carga.

Quando passaram por cima das árvores, a tartaruga quis dizer : "Como estamos alto !" Mas lembrou-se de ficar quieta.

Quando passaram pelo campanário da igreja, ela quis perguntar : "O que é aquilo que brilha tanto ?"

Mas lembrou-se a tempo de ficar calada.

Quando passaram sobre a praça da aldeia, as pessoas olharam para cima, muito espantadas.

— Olhem os patos carregando uma tartaruga ! - gritavam. E todos correram para ver.

A tartaruga bem quis dizer : "E o que é que vocês tem com isso ?"; mas não disse nada. Ela escutou as pessoas dizendo :

— Não é engraçado ? Não é esquisito ? Olhem! Vejam!

E começou a ficar zangada; mas ficou de boca fechada. Depois, as pessoas começaram a rir :

— Vocês já viram coisa mais ridícula ? - zombavam.

E aí a tartaruga não agüentou mais. Abriu a boca e gritou :

— Fiquem quietos, seus bobalhões...!

Mas, antes que terminasse, já estava caída no chão. E acabou-se a tartaruga tagarela.

Há momentos na vida que é melhor ficar de boca fechada.

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

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Os Cegos e o Elefante

Era uma vez seis cegos à beira de uma estrada.

Um dia, lá do fundo de sua escuridão, eles ouviram um alvoroço e perguntaram o que era.

Era um elefante passando e a multidão tumultuada atrás dele.

Os cegos não sabiam o que era um elefante e quiseram conhecê-lo.

Então o guia parou o animal e os cegos começaram a examiná-lo :

Apalparam, apalparam...Terminado o exame, os cegos começaram a conversar :

Puxa ! Que animal esquisito ! Parece uma coluna coberta de pêlos !

Você está doido ? Coluna que nada ! Elefante é um enorme abano, isto sim!

Qual abano, colega ! Você parece cego ! Elefante é uma espada que quase me feriu !

Nada de espada e nem de abano, nem de coluna. Elefante é uma corda, eu até puxei.

De jeito nenhum! Elefante é uma enorme serpente que se enrola.

Mas quanta invencionice ! Então eu não vi bem ? Elefante é uma grande montanha que se mexe.

E lá ficaram os seis cegos, à beira da estrada, discutindo partes do elefante.

O tom da discussão foi crescendo, até que começaram a brigar, com tanta eficiência quanto quem não enxerga pode brigar, cada um querendo convencer os outros que sua percepção era a correta.

Bem, um não participou da briga, porque estava imaginando se podia registrar os direitos da descoberta e calculando quanto podia ganhar com aquilo.

A certa altura, um dos cegos levou uma pancada na cabeça, a lente dos seus óculos escuros se quebrou ferindo seu olho esquerdo e, por algum desses mistérios da vida, ele recuperou a visão daquele olho.

E vendo, olhou, e olhando, viu o elefante, compreendendo imediatamente tudo.

Dirigiu-se então aos outros para explicar que estavam errados, ele estava vendo e sabia como era o elefante.

Buscou as melhores palavras que pudessem descrever o que vira, mas eles não acreditaram, e acabaram unidos para debochar e rir dele.

Morais da história :

Em terra de cego, quem tem um olho anda vendo coisas.

Quando algo é percebido como verdade, o que é diferente parece mentira.

Problemas comuns unem.

Se você for falar sobre um bicho para uma pessoa que nunca viu um, melhor fazer com que ela o veja primeiro.

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

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Parábola da Felicidade

Após uma caminhada exaustiva pelo campo, os quatro amigos sentaram à beira do caminho, embaixo da sombra da velha maqueira.

Era ela a única árvore numa plantação de melancias.

Era como se representasse, com dignidade a espécie das árvores, num planeta onde alguns humanos não importam em destruí-las em nome de um progresso duvidoso.

Aquele era o local preferido dos rapazes - jacas e melancias à vontade ! Aquele dia era especial... terminaram o curso e, provavelmente, seria a última vez que caminhariam juntos.

Embora nem admitissem, estavam conscientes do momento e não perceberam o estranho brilho pairando sobre a copa da jaqueira.

Não fiquem tristes, nós nos veremos novamente...

Os amigos se entreolharam, espantados.

Quem disse isso ? perguntou Eduardo, intrigado.

A voz era suave e nem parecida com nenhum deles.

— Ouvi! confirmou Pedro.

— Parece que veio lá de cima.

— Também escutei! disse Silas.

— Estranho! comentou Antônio. Acho que pegamos sol demais pelo caminho.

— Ei! exclamou Silas. Vocês estão notando uma luz estranha no alto da árvore ?

Todos olharam para cima.

— É verdade. Vai ver é um disco voador!

Escutaram a voz novamente :

— Não é brincadeira! Eu posso atender um pedido de cada um de vocês para que sejam felizes...

O susto foi grande. Uma árvore falante! Árvores não falam! Ou falam ?

O conhecimento científico, impõe-se de maneira preponderante, de tal forma que acabamos por crer apenas no que conseguimos pesar, medir, reduzir, ao mesmo tempo que passamos a recusar tudo o que não se enquadre nesses experimentos científicos.

— Vo... você é um tipo de árvore da felicidade ? perguntou Antônio.

— Não importa agora. Façam logo seus pedidos...

— Quero ser o homem mais rico do mundo! falou Antônio, superando os instantes de incredulidade.

Ninguém consegue ser feliz sem dinheiro. Silas pediu :

— Quero ser o homem mais amado do mundo, já que dinheiro não traz felicidade.

Eduardo falou :

— Eu quero ser muito inteligente! E também jovem! Mocidade e inteligência são, sem dúvida, as maiores felicidades.

Pedro pediu :

— Eu quero ser o homem mais famoso, com glória.

E todos riram.

Rapidamente a copa da jaqueira mudou de cor, soltou estranho zunido e, por fim, subiu velozmente para o céu, deixando um rastro luminoso e os quatro amigos boquiabertos.

O tempo passou...

Cada um seguiu seu caminho.

Conforme pediram, seus desejos foram realizados, embora não tivessem conseguido a tão ansiada felicidade...

Antônio tornou-se o homem mais rico, graças a uma estranha sorte no mundo dos negócios.

Acumulara fortuna, mas a riqueza só lhe trouxe problemas.

Nunca tinha certeza se as pessoas que conviviam ao seu redor estavam interessadas nele ou na sua fortuna, e por isso ia se tornando taciturno, entediado, egoísta, isolando-se de todos.

Só saía protegido por guarda-costas, por medo de seqüestros.

Silas, por sua vez, era muito amado.

Ainda que fizesse as piores maldades, seus fanáticos admiradores sorriam para ele e lhe adoravam. Mas sentia-se muito só.

Não fazia diferença como tratava as pessoas : o resultado era o mesmo.

Tinha muitas mulheres, mas não amava nenhuma.

O amor das pessoas, sem que fizesse nada para conquistá-lo, tornou-o cruel e perverso.

Sentia prazer em maltratar as pessoas. Eduardo permanecia jovem e inteligente.

Era requisitado para palestras pelo mundo todo. Governantes solicitavam sua sabedoria.

Mas era infeliz e solitário. Era alvo constante da inveja das pessoas.

Coisas simples como sair à rua ou ter amigos, era impossível agora.

Vivia recluso, por evitar os jornalistas e a milhares de convites para apresentações em público.

Antônio, Silas e Pedro viam a morte como libertadora de tanta infelicidade e frustração.

Para Eduardo, sempre jovem, pensava ele mesmo dar fim a sua vida infeliz. 1990... 1996... 2000... 2003... 2008...Embora nunca mais tivessem se encontrado depois daquele dia, os quatro mantinham o hábito de olhar o céu em noites estreladas, à procura de um estranho brilho esverdeado.

Um dia, os quatro largaram tudo e fugiram. Viram-se novamente no local da velha jaqueira.

— Fomos enganados. Mas o que podemos fazer agora ? E choraram, abraçados um ao outro.

— Foram vocês que escolheram assim!

— A voz! Maldita! Maldita! Você nos enganou com sua conversa de felicidade! esbravejou Pedro.

— Vocês se enganaram. Todos sempre se enganam, quando acham que para ser feliz é preciso alguma condição como dinheiro, inteligência, mocidade, amor ou glória...

— Pelo amor de Deus! Filosofia barata não! Já estou farto de conselhos! falou Antônio.

Você prometeu felicidade, mas hoje, olhe para nós : somos os homens mais infelizes do mundo!

— Vocês quiseram ser felizes. Fizeram seus pedidos e foram atendidos.

Mas esqueceram que a FELICIDADE NÃO PODE SER POSSUÍDA...

TEM QUE SER CONQUISTADA, ASSIM COMO O AMOR E A LIBERDADE.

Cada pessoa sobre a Terra é um ser único e imprevisível. Não existem fórmulas ou soluções que sirvam para todos.

Cada um precisa escolher o seu próprio caminho e o seu jeito de caminhar!

Vocês terão uma nova oportunidade...

— E como será essa nova oportunidade ? perguntou Pedro.

Mas não ouviram resposta. De novo o rastro prateado confundiu-se com o brilho das estrelas.

— Já é noite! surpreendeu-se Silas. Mas como ? Será que cochilamos os quatro ao mesmo tempo ?

Eram novamente jovens, ainda cansados pela caminhada, a última que faziam como internos do colégio.

— Engraçado... aconteceu alguma coisa que não consigo me lembrar...disse Antônio.

Os quatro levantaram-se e já iam pôr-se a caminho, quando Antônio percebeu um pedaço de papel esverdeado pregado na jaqueira.

— Um bilhete! E é para nós! verificou Silas. Ninguém sabia quem tinha deixado aquilo.

Estava escrito...

Ninguém precisa de riqueza, poder, fama, mocidade, inteligência, ou qualquer outra coisa para ser feliz.

A felicidade não pode ser comprada.

Ela é fruto de nosso compromisso com a paz, a justiça, a alegria, o equilíbrio entre os seres do planeta, pois não é só a nossa felicidade que importa, mas a dos que virão depois de nós e de nossos filhos.

Ser feliz é isso : aproveitar intensamente este presente cotidiano A

VIDA - vivê-la plenamente e permitir que os outros também façam o mesmo.

Afinal, vivemos um dia de cada vez e quem deixa seu tempo presente preocupado com o que ainda não aconteceu ou angustiado pelo que já passou, perde a oportunidade de ser feliz AQUI E AGORA e, um dia, sem que se saiba quando, será tarde para voltar atrás.

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

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A Mala de Viagem

Conta-se uma fábula sobre um homem que caminhava vacilante pela estrada, levando uma pedra numa mão e um tijolo na outra.

Nas costas carregava um saco de terra; em volta do peito trazia vinhas penduradas.

Sobre a cabeça equilibrava uma abóbora pesada.

Pelo caminho encontrou um transeunte que lhe perguntou :

— Cansado viajante, por que carrega essa pedra tão grande ?

— É estranho, respondeu o viajante, mas eu nunca tinha realmente notado que a carregava.

Então, ele jogou a pedra fora e se sentiu muito melhor.

Em seguida veio outro transeunte que lhe perguntou :

— Diga-me, cansado viajante, por que carrega essa abóbora tão pesada ?

— Estou contente que me tenha feito essa pergunta, disse o viajante, porque eu não tinha percebido o que estava fazendo comigo mesmo.

Então ele jogou a abóbora fora e continuou seu caminho com passos muito mais leves.

Um por um, os transeuntes foram avisando-o a respeito de suas cargas desnecessárias.

E ele foi abandonando uma a uma. Por fim, tornou-se um homem livre e caminhou como tal.

Qual era na verdade o problema dele ? A pedra e a abóbora ?

Não.

Era a falta de consciência da existência delas.

Uma vez que as viu como cargas desnecessárias, livrou-se delas bem depressa e já não se sentia mais tão cansado.

Esse é o problema de muitas pessoas. Elas estão carregando cargas sem perceber.

Não é de se estranhar que estejam tão cansadas !

O que são algumas dessas cargas que pesam na mente de um homem e que roubam as suas energias ?

a. Pensamentos negativos.

b. Culpar e acusar outras pessoas.

c. Pemitir que impressões tenebrosas descansem na mente.

d. Carregar uma falsa carga de culpa por coisas que não poderiam ter evitado.

e. Auto-piedade.

f. Acreditar que não existe saída.

Todo mundo tem o seu tipo de carga especial, que rouba energia.

Quanto mais cedo começarmos a descarregá-la, mais cedo nos sentiremos melhor e caminharemos mais levemente.

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

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O Caminho

Um dia, um bezerro precisou atravessar a floresta virgem para voltar a seu pasto.

Sendo animal irracional, abriu uma trilha tortuosa, cheia de curvas, subindo e descendo colinas...

No dia seguinte, um cão que passava por ali, usou essa mesma trilha torta para atravessar a floresta.

Depois foi a vez de um carneiro, líder de um rebanho, que fez seus companheiros seguirem pela trilha torta.

Mais tarde, os homens começaram a usar esse caminho : entravam e saíam, viravam à direita, à esquerda, abaixando-se, desviando-se de obstáculos, reclamando e praquejando, até com um pouco de razão...

Mas não faziam nada para mudar a trilha.

Depois de tanto uso, a trilha acabou virando uma estradinha onde os pobres animais se cansavam sob cargas pesadas, sendo obrigados a percorrer em três horas uma distância que poderia ser vencida em, no máximo, uma hora, caso a trilha não tivesse sido aberta por um bezerro.

Muitos anos se passaram e a estradinha tornou-se a rua principal de um vilarejo, e posteriormente a avenida principal de uma cidade.

Logo, a avenida transformou-se no centro de uma grande metrópole, e por ela passaram a transitar diariamente milhares de pessoas, seguindo a mesma trilha torta feita pelo bezerro... centenas de anos antes...

Os homens tem a tendência de seguir como cegos por trilhas feitas por pessoas inexperientes, e se esforçam de sol a sol a repetir o que os outros já fizeram.

Contudo, a velha e sábia floresta ria daquelas pessoas que percorriam aquela trilha, como se fosse um caminho único... Sem se atrever a mudá-lo.

Muitas vezes nos chamam de ousados, chatos, cri-cri, metidos, etc. pois temos ousado por caminhos novos, pois quando nos falam que devemos seguir aquele caminho pois todos estão indo por ali e não sentimos paz no coração, buscamos a resposta do alto, os conselhos de

Deus e através Dele, por Ele e com Ele à nossa frente seguimos novos desafios.

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

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A Aranha

Uma vez um homem estava sendo perseguido por vários malfeitores que queriam matá-lo.

O homem, correndo, virou em um atalho que saía da estrada e entrava pelo meio do mato e, no desespero, elevou uma oração a Deus da seguinte maneira :

"Deus Todo Poderoso fazei com que dois anjos venham do céu e tapem a entrada da trilha para que os bandidos não me matem !!!"

Nesse momento escutou que os homens se aproximavam da trilha onde ele se escondia e viu que na entrada da trilha apareceu uma minúscula aranha.

A aranha começou a tecer uma teia na entrada da trilha.

O homem se pôs a fazer outra oração cada vez mais angustiado :

— "Senhor, eu vos pedi anjos, não uma aranha."

— "Senhor, por favor, com tua mão poderosa coloca um muro forte na entrada desta trilha, para que os homens não possam entrar e me matar..."

Abriu os olhos esperando ver um muro tapando a entrada e viu apenas a aranha tecendo a teia.

Estavam os malfeitores entrando na trilha, na qual ele se encontrava esperando apenas a morte.

Quando passaram em frente da trilha o homem escutou :

— "Vamos, entremos nesta trilha !"

— "Não, não está vendo que tem até teia de aranha !? Nada entrou por aqui. Continuemos procurando nas próximas trilhas".

Fé é crer no que não se vê, é perseverar diante do impossível. Às vezes pedimos muros para estarmos seguros, mas Deus, como sempre, em sua SABEDORIA e BONDADE infinita, dá a cada Ser, tão só o que é necessário para sua subsistência, e somente espera que tenhamos confiança n'Ele para Seu Poder, Glória e Proteção se manifeste de forma JUSTA e PERFEITA.

Faça vc, algo como uma teia, que nos dá a mesma proteção de uma muralha.

Que nesta nova semana possamos entender as coisas de Deus e o que Ele tem feito em nossas vidas !!!!!

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

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O Cobrador

Depois de um dia de caminhada pela mata, mestre e discípulo retornavam ao casebre, seguindo por uma longa estrada.

Ao passarem próximo a uma moita de samambaia, ouviram um gemido.

Verificaram e descobriram, caído, um homem.

Estava pálido e com uma grande mancha de sangue, próximo ao coração.

O homem tinha sido ferido e já estava próximo da inconsciência.

Com muita dificuldade, mestre e discípulo carregaram o homem para o casebre rústico, onde trataram do ferimento.

Uma semana depois, já restabelecido, o homem contou que havia sido assaltado e que ao reagir fora ferido por uma faca.

Disse que conhecia seu agressor, e que não descansaria enquanto não se vingasse.

Disposto a partir, o homem disse ao sábio :

— Senhor, muito lhe agradeço por ter salvo minha vida. Tenho que partir e levo comigo a gratidão por sua bondade. Vou ao encontro daquele que me atacou e vou fazer com que ele sinta a mesma dor que senti.

O mestre olhou fixo para o homem e disse :

— Vá e faça o que deseja. Entretanto, devo informá-lo de que você me deve três mil moedas de ouro, como pagamento pelo tratamento que lhe fiz.

O homem ficou assustado e disse :

— Senhor, é muito dinheiro. Sou um trabalhador e não tenho como lhe pagar esse valor !

— Se não podes pagar pelo bem que recebestes, com que direito queres cobrar o mal que lhe fizeram ?

O homem ficou confuso e o mestre concluiu :

— Antes de cobrar alguma coisa, procure saber quanto você deve.

Não faça cobrança pelas coisas ruins que te aconteçam nessa vida, pois essa vida pode lhe cobrar tudo que você deve.

E com certeza você vai pagar muito mais caro.

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

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Jogue fora suas batatas

O professor pediu para que os alunos levassem batatas e uma bolsa de plástico para a aula.

Ele pediu para que separassem uma batata para cada pessoa de quem sentiam mágoas, escrevessem os seus nomes nas batatas e as colocassem dentro da bolsa.

Algumas das bolsas ficaram muito pesadas.

A tarefa consistia em, durante uma semana, levar a todos os lados a bolsa com batatas.

Naturalmente a condição das batatas foi se deteriorando com o tempo.

O incômodo de carregar a bolsa, a cada momento, mostrava-lhes o tamanho do peso espiritual diário que a mágoa ocasiona, bem como o fato de que, ao colocar a atenção na bolsa, para não esquecê-la em nenhum lugar, os alunos deixavam de prestar atenção em outras coisas que eram importantes para eles.

Esta é uma grande metáfora do preço que se paga, todos os dias, para manter a dor, a bronca e a negatividade.

Quando damos importância aos problemas não resolvidos ou às promessas não cumpridas, nossos pensamentos enchem-se de mágoa, aumentando o stress e roubando nossa alegria.

Perdoar e deixar estes sentimentos irem embora é a única forma de trazer de volta a paz e a calma.

Portanto, jogue fora suas "batatas"...

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

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Pense duas vezes

Uma antiga lenda Índia, diz-nos que um dia um homem achou um ovo de águia e que o depositou num ninho de "galinhas do campo" para crescer com elas.

Toda a sua vida, a águia fez o que uma galinha faz normalmente.

Procurava na terra os insectos e comida.

Carcarejava como uma galinha. Voava só algum metros, e era uma nuvem de penas.

De toda a maneira é assim que voam as galinhas.

Os anos passaram. E a águia envelheceu.

Um dia, ela viu um magnifico pássaro a voar no céu sem nuvens.

Levantava-se com estilo, com a magnitude das suas asas.

"Que belo pássaro !" diz a águia aos vizinhos. "O que é ?"

"É uma águia, o rei dos pássaros", diz a galinha.

"Mas não vale a pena pensares nisso. Nunca serás uma águia."

Assim ficou a águia, e não voltou a pensar duas vezes.

Morreu a pensar que era uma galinha.

Já pensou que podia ser, Você, uma galinha do campo ?

Pense duas vezes.

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

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Castelo de Areia

Num dia de verão, estava na praia, observando duas crianças brincando na areia.

Elas trabalhavam muito, construindo um castelo de areia, com torres, passarelas e passagens internas.

Quando estavam quase acabando, veio uma onda e destruiu tudo, reduzindo o castelo à um monte de areia e espuma.

Achei que as crianças cairiam no choro, depois de tanto esforço e cuidado, mas tive uma surpresa.

Em vez de chorar, correram para a praia, fugindo da água. Sorrindo, de mãos dadas e começaram a construir outro castelo...

Compreendi que havia recebido uma importante lição :

Gastamos muito tempo de nossas vidas construindo alguma coisa.

E mais cedo ou mais tarde, uma onda poderá vir e destruir o que levamos tanto tempo para construir.

Mas quando isso acontecer, somente aquele que tem as mãos de alguém para segurar, será capaz de dar uma reviravolta !!!

Tudo é feito de areia.

Só o que permanece é o nosso relacionamento com as outras pessoas.

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

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Qual cavalo você prefere ?

Joãozinho, 12 anos.

Montado em um cavalo de aluguel em Campos do Jordão.

Desesperado porque o cavalo se negava a andar um pouco mais rápido, chamou o dono do cavalo e disse: prefiro um cavalo que eu tenha que segurar, a este que eu tenho que bater para que ele ande.

Ouvi pensativo aquela reclamação do Joãozinho.

Não será também assim numa empresa ?

Sem querer comparar pessoas a cavalos, mas fazendo uma simples analogia, vejo que todos preferimos colaboradores que precisamos segurar aos que precisamos fazer andar. É preferível ter gente em nossa empresa que faça, vá, corra riscos, erre, a ter pessoas que ficam paradas, eternamente esperando ordens, apáticas.

O desespero do Joãozinho me fez lembrar inúmeros empresários e dirigentes empresariais tendo que lutar para que seus companheiros andem, façam, proponham, assumam, corram riscos.

Outro dia mesmo assisti a um presidente de empresa frente a um conselho de acionistas tendo que ouvir :

Você é o responsável! Contrate novas pessoas; treine as atuais; reorganize e reestruture; mas faça!

Cumpra suas metas! Apresente os resultados com os quais você se comprometeu perante os acionistas.

Enfim, assuma! Cometa erros, mas não fique esperando que as coisas aconteçam.

Elas só acontecerão se você fizer acontecer.

Terminada a reunião, após a saída do presidente executivo, os conselheiros-acionistas comentavam: É preferível ter um executivo que erre a um que tenha medo de fazer.

Ou seja, a mesma reclamação do Joãozinho com o seu cavalo lento e preguiçoso.

Assim, em todos os níveis, é preciso que todas as pessoas compreendam esta lição.

Se você vir alguma coisa errada com um produto de sua empresa chame a atenção; fale!

Se você souber de alguma coisa que possa comprometer a relação de sua empresa com o mercado chame a atenção; fale!

E se você tem o poder de agir; aja ! Não fique esperando.

Corra riscos para defender a sua marca, o seu cliente, o seu produto, a sua empresa.

Muitos poderão reclamar de você.

Mas, acredite, no final, tendo você honestidade de princípios na sua atuação e tomando as atitudes corretas, você será reconhecido por quem realmente interessa.

Nesta semana, pense em qual cavalo você prefere ?

E pense qual tipo de cavalo é você ?

Você é dos que andam, galopam, fazem acontecer ou dos que precisam ser empurrados para a ação ou puxados para que andem ?

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

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Coma os Morangos !!!

Um sujeito estava caindo em um barranco e se agarrou às raízes de uma árvore.

Em cima do barranco, havia um urso imenso querendo devorá-lo.

O urso rosnava, mostrava os dentes, babava de ansiedade pelo prato que tinha à sua frente.

Embaixo, prontas para engoli-lo quando caísse, estavam nada mais nada menos do que seis onças tremendamente famintas.

Ele erguia a cabeça, olhava para cima e via o urso rosnando.

Abaixava depressa a cabeça para não perde-la na sua boca.

Quando o urso dava uma folga, ouvia o urro das onças, próximas de seu pé.

As onças embaixo querendo come-lo, e o urso em cima querendo devora-lo.

Em determinado momento, ele olhou para o lado esquerdo e viu um morango vermelho, lindo, com aquelas escamas douradas refletindo o sol.

Num esforço supremo, apoiou seu corpo, sustentado apenas pela mão direita, e, com a esquerda, pegou o morango.

Quando pode olha-lo melhor, ficou inebriado com sua beleza.

Então, levou o morango a boca e se deliciou com o sabor doce e suculento.

Foi um prazer supremo comer aquele morango tão gostoso.

Talvez você me pergunte: "Mas, e o urso ?" Dane-se o urso e coma os morangos!

E as onças ? Azar das onças, coma os morangos ! As vezes, você esta em sua casa no final de semana com seus filhos e amigos, comendo um churrasco.

Percebendo seu mau humor, seuesposa(o) lhe diz:

— Meu bem, relaxe e aproveite o domingo !

E você, chateado(a), responde:

— Como posso curtir o domingo se amanhã vai ter um monte de ursos querendo me pegar na empresa ?

Relaxe e viva um dia por vez :

Coma o morango. Problemas acontecem na vida de todos nós, até o último suspiro.

Sempre existirão ursos querendo comer nossas cabeças e onças, arrancar nossos pés. Isso faz parte da vida, é importante saber comer os morangos, sempre.

A gente não pode deixar de come-los só porque existem ursos e onças.

Você pode argumentar: Eu tenho muitos problemas para resolver.

Problemas não impedem ninguém de ser feliz.

O fato de seu chefe ser um chato não é motivo para você deixar de gostar de seu trabalho.

O fato de sua mulher estar com tensão pré-menstrual não os impede de tomar sorvete juntos.

O fato do seu filho ir mal na escola não e razão para não dar um passeio pelo campo.

Coma o morango, não deixe que ele escape.

Poderá não haver outra oportunidade para experimentar algo tão saboroso.

Saboreie os bons momentos. Sempre existirão ursos, onças e morangos.

Eles fazem parte da vida.

Mas o importante é saber aproveitar o morango, porque o urso e a onça não dão tempo para aproveitar.

Coma o morango quando ele aparecer. Não deixe para depois.

O melhor momento para ser feliz é agora. O futuro é ilusão que sempre será diferente do que imaginamos.

As pessoas vem o sucesso como uma miragem.

Como aquela historia da cenoura pendurada na frente do burro que nunca a alcança.

As pessoas visualizam metas e, quando as realizam, descobrem que elas não trouxeram felicidade.

Então, continuam avançando e inventam outras metas que também não as tornam felizes.

Vivem esperando o dia em que alcançarão algo que as deixarão felizes.

Elas esquecem que a felicidade e construída todos os dias.

A felicidade não e algo que você vai conquistar fora de você.

A felicidade é algo que vive dentro de você, de seu coração.

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

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Vidro ou Diamante

Um homem esperava para atravessar uma avenida quando um brilho na grama em que pisava chamou sua atenção.

Deu uma olhada sem se abaixar e pensou "Deve ser um caco de vidro" e foi embora.

Mais tarde outro homem na mesma situação percebeu o brilho, abaixou-se, pegou a pedra meio suja e viu que era talhada como um lindo diamante.

Parecia mesmo um diamante enviando raios luminosos com as cores do arco-íris quando colocado ao sol.

O homem pensou "Puxa, será um diamante? Desse tamanho? Perdido aqui? Como veio parar aqui? Talvez eu devesse levar a um joalheiro pra ver ser é mesmo.

Olhava e olhava e de repente disse a si mesmo: "Que idiota eu sou, imagina se isso é um diamante, só pode ser um vidro talhado em forma de diamante que caiu de algum anel de bijuteria. Porque um cara como eu iria achar um diamante ? E se eu levar a um joalheiro ainda vou ter que agüentar a gozação do homem por eu ter achado que podia ser um diamante... Ha...logo eu ia achar um diamante assim... perdido numa grama...logo eu...

E assim pensando jogou de novo a pedra na grama e atravessou a avenida até meio triste pela sua pouca sorte.

No dia seguinte outro homem passando pelo mesmo lugar viu a pedra, atraído pelo seu brilho.

"Que beleza de pedra" ele pensou ! "Parece um diamante, talvez até seja um diamante, mas também pode ser apenas um pedaço de vidro imitando um diamante...

O melhor que tenho a fazer é leva-la a um joalheiro e pedir uma avaliação." E colocou a pedra no bolso.

Tendo levado-a para avaliação mais tarde descobriu ser um verdadeiro diamante, de muitos quilates e com uma lapidação especial.

Era uma pedra muito valiosa ! Realmente especial e o homem ficou muito feliz com a sua boa sorte !

Na nossa vida as vezes encontramos pessoas que são como esse diamante...valiosas!

Pena que nem sempre nos damos o tempo para avalia-las confiando na nossa primeira, e muitas vezes errônea, impressão, ou simplesmente achando que nunca tivemos sorte, então, porque aquela pessoa apareceria justamente pra nós ?

Pense nisso !

Dê-se uma chance !

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

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Pensar

Mário Quintana

A gente pensa uma coisa, acaba escrevendo outra e o leitor entende uma terceira coisa... e, enquanto se passa tudo isso, a coisa propriamente dita começa a desconfiar que não foi propriamente dita.

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Albatroz

Em 1901, Máximo Gorki escreveu este belo poema sentindo o tempo que vivia. A palavra albatroz (burieviestnik) em russo pode ser traduzida como mensageiro (viéstnik) da tempestade (buria), por ser ele o único animal que sai alegremente a voar e sente-se perfeitamente à vontade em meio a qualquer tormenta. A mensagem é clara: no meio do caos, não devemos temer as tempestades, mas voar com elas e contribuir para que elas transformem efetivamente o mundo!

Sobre a superfície cinzenta do mar,
O vento reúne
Pesadas nuvens.
Semelhante a um raio negro,
Entre as nuvens e o mar,
Paira orgulhoso o albatroz,
Mensageiro da tempestade.
E ora são as asas tocando as ondas,
Ora é uma flecha rasgando as nuvens,
Ele grita.
E as nuvens escutam a alegria
No ousado grito do pássaro.
Nesse grito - sede de tempestade!
Nesse grito - as nuvens escutam a fúria,
A chama da paixão,
A confiança na Vitória.
As gaivotas gemem diante da tempestade,
Gemem e lançam-se ao mar,
Para lá no fundo esconderem
O pavor da tempestade.
E os mergulhões também gemem.
A eles, mergulhões,
É inacessível a delícia da luta pela vida:
O barulho do trovão os amedronta...
O tolo pingüim, timidamente
Esconde seu corpo obeso entre as rochas...
Apenas o orgulhoso albatroz voa,
Ousado e livre sobre a espuma cinzenta do mar.
Tonitroa o trovão.
As ondas gemem na espuma da fúria.
E discutem com o vento.
Eis que o vento
Abraça uma porção de ondas
Com força e lança-as
Com maldade selvagem nas rochas,
Espalhando-as como a poeira,
Respingando uma noite de esmeraldas.
O albatroz paira a gritar
Como um raio negro,
Rompendo as nuvens como uma flecha,
Levantando espuma com suas asas.
Ei-lo voando rápido como um demônio;
Orgulhoso e negro demônio da tempestade;
Ri das nuvens, soluça de alegria!
Ele - sensível demônio -
Há muito vem escutando
Cansaço na fúria do trovão.
Tem certeza de que as nuvens não escondem,
Não, não escondem...
Uiva o vento... Ribomba o trovão...
Sobre o abismo do mar,
Um monte de nuvens pesadas
Brilham como centelhas.
O mar pega as flechas de relâmpagos
E as apaga em sua voragem.
Parecem cobras de fogo.
Os reflexos desses raios,
Rastejando sobre o mar e desaparecendo.
Tempestade!
Breve rebentará a tempestade!
Esse corajoso albatroz
Paira altivo entre os raios
E sobre o mar furiosamente urrando
Então grita o profeta da Vitória:
QUE MAIS FORTE ARREBENTE A TEMPESTADE!"

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Água de Remanso

Thiago de Mello

Cismo o sereno silêncio:
sou: estou humanamente
em paz comigo: ternura.

Paz que dói, de tanta .
Mas orvalho. Em seu bojo
estou e vou, como sou.

Ternura: maneira funda.
Cristalina do meu ser.
Água de remanso, mansa
brisa, luz de amanhecer.

Nunca é a mágoa mordendo..
Jamais a turva esquivança,
apego ao cinzento, ao úmido,
a concha que aquece na alma
uma brasa de malogro.

É ter o gosto da vida,
amar o festivo, e o claro,
é achar doçura nos lances
mais triviais de cada dia.

Pode também ser tristeza:
tranqüilo na solidão macia.
Apaziguado comigo,
meu ser me sabe: e me finca
no fulcro vivo da vida.

Sou: estou e canto.

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Para a vida

Um pequeno barco de peixes aporta numa vilazinha da costa mexicana.

Um turista americano cumprimenta o pescador mexicano pela qualidade do pescado e pergunta quanto tempo ele levou para pegar aquela quantidade de peixes.

— Não muito tempo, respondeu o mexicano.

— Bom, então por que você não ficou mais tempo no mar e pegou mais peixes? , perguntou o americano.

O mexicano explicou que aquela quantidade bastava para atender às suas necessidades e as da família.

Aí o americano pergunta, - Mas o que você faz com o resto do seu tempo?

— Eu durmo até tarde, brinco com meus filhos, descanso com minha esposa... À noite eu vou até a vila ver meus amigos, tomar umas bebidas, tocar violão, cantar umas músicas... eu tenho uma vida completa.

O americano interrompe:

— Eu tenho um MBA em Tecnologia da Informação, da UCLA e posso te ajudar. Comece a passar mais tempo pescando todos os dias. Aí você pode vender todo o peixe extra que conseguir pescar. Com o dinheiro extra, você compra um barco maior. Com a receita extra que o barco maior vai trazer, você pode comprar um segundo e um terceiro barco, e assim por diante até possuir uma frota de pesqueiros. Ao invés de vender seu peixe para um atravessador, negocie diretamente com as fábricas de beneficiamento ou quem sabe pode até abrir sua própria indústria de beneficiamento. Aí você pode deixar esta vila e ir morar na Cidade do México, Los Angeles ou até mesmo em Nova Iorque! De lá você toca seu imenso empreendimento!

— Quanto tempo isso iria levar?, perguntou o mexicano.

— Uns vinte, quem sabe vinte e cinco anos, responde o americano.

— E depois?

— E depois? Aí é que começa a ficar bom, responde o americano - quando seu negócio começar a crescer de verdade, você abre o capital e faz milhões!!!

— Milhões? Sério? E depois disso?

— Depois disso você se aposenta e vai morar numa vilazinha da costa mexicana, dorme até tarde, pega uns peixinhos, descansa ao lado da esposa, brinca com seus filhos e passa as noites se divertindo com os amigos...

Muitas vezes a fome de crescer impede que a gente perceba que já tem o que precisa.

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Portas

Quando uma porta se fecha, outra se abre. Freqüentemente ficamos lamentando pela porta que se fechou, a ponto de impedirmos que vejamos a porta que se abriu.

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As Quatro Questões de Allen

Aldo Novak

Para ter sucesso verdadeiro, faça quatro perguntas para si mesmo: Por

que? Por que não? Por que não eu? Por que não agora? - James Allen

Por que...? Encontre a razão mais profunda e verdadeira para algo, e essa razão manterá você vivo em um mundo de sonânbulos. Entenda as razões e os motivos verdadeiros, antes de tomar uma decisão. Pergunte-se todo o tempo: "por que devo fazer essa coisa, e não aquela? " Entenda o que se passa dentro de você. Entenda os motivos mais profundos pelos quais algo deve ser feito em sua empresa ou departamento, em sua comunidade, sua equipe ou família. Por que...?. Enquanto você não tiver esclarecido isso para si próprio, as razões sempre serão frágeis e você poderá ser derrubado, ou derrubada, muito facilmente. Por que quero me casar com ela? Por que quero mudar de carreira? Por que temos que mudar este produto? Por que quero este diploma?. Enfim, encontre uma razão e apegue-se a ela.

Por que não? O que impede você de fazer isso? Na maioria das vezes, demoramos demais para fazer algo, simplesmente porque novas idéias fazem a gente assumir que, se não foi feito antes, provavelmente não deve ser feito. Será? Procure os motivos para não fazer algo. Muitas vezes, você vai descobrir que não existe motivo real algum para não fazer isso. Então... por que não? Pense, e responda: Por que não romper? Por que não fundar essa empresa? Por que não escrever este livro? Por que não ter filhos? Por que não procurar outro emprego? Por que não fazer este curso? Por que não dar aquele telefonema? Por que não arriscar? Pergunte-se sempre: Por que não?

Por que não eu? Se alguém tem que fazer algo, você pode ser este alguém. Inúmeras vezes, encontramos a razão para que algo seja feito e, ao perguntarmos "por que não?", vemos que nada impede que seja feito. A próxima pergunta lógica: por que não eu? Sim, talvez você seja exatamente a pessoa que deva começar isso. Alguém tem que escrever este livro: por que não você? Alguém tem que propor este produto: por que não você? Alguém que que defender esta idéia na câmara ou no senado: por que não você? Alguém tem que reconciliar a família: por que não você? Alguém tem que dar o primeiro passo: por que não você?

Por que não agora? As vezes, o melhor momento para começar algo é... Imediatamente. Se algo tem que ser feito, se não há razão sólida para que este algo não seja feito e se você mesmo pode fazer isso, então vem a última pergunta: Por que não fazer isso agora? Tantas vezes na vida, nós passamos pelas primeiras três perguntas e, então, fazemos de conta que somos eternos... Que podemos fazer aquilo em algum momento no futuro, quando... tivermos o diploma... os filhos tiverem crescido... a aposentadoria chegar... P A R E. Isso é apenas uma armadilha do lado temeroso de sua mente. Não espere o dia perfeito. O dia perfeito é hoje. Se não hoje... quando?

Siga o conselho de James Allen: "para ter sucesso verdadeiro, faça quatro perguntas para si mesmo: Por que? Por que não? Por que não eu? Por que não agora?

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O que mais o surpreende na humanidade?

Uma Vez Perguntaram a um Velho Mestre:

— O que mais o surpreende na humanidade?

E ele respondeu:

— Os homens que perdem a saúde para juntar dinheiro e depois perdem o Dinheiro para recuperar a saúde, por pensarem ansiosamente no futuro Esquecem o presente, de tal forma que acabam por nem viver no presente nem No futuro. Vivem como se nunca fossem morrer e morrem como se nunca tivessem Vivido.

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A Loucura

A loucura resolveu convidar os amigos para tomar um café em sua casa.

Todos os convidados foram. Após o café, a loucura propôs:

— Vamos brincar de esconde-esconde?

— Esconde-esconde? O que é isso? - perguntou a curiosidade.

— Esconde-esconde é uma brincadeira. Eu conto até cem e vocês se escondem.

Ao terminar de contar, eu vou procurar, e o primeiro a ser encontrado será o próximo a contar.

Todos aceitaram, menos o medo e a preguiça.

1,2,3,... - a loucura começou a contar.

A pressa escondeu-se primeiro, num lugar qualquer. A timidez, tímida como sempre, escondeu-se na copa de uma árvore. A alegria correu para o meio do jardim.

Já a tristeza começou a chorar, pois não encontrava um local apropriado para se esconder.

A inveja acompanhou o triunfo e se escondeu perto dele debaixo de uma pedra.

A loucura continuava a contar e os seus amigos iam se escondendo. O desespero ficou desesperado ao ver que a loucura já estava no noventa e nove.

Cem! - gritou a loucura. - vou começar a procurar...

A primeira a aparecer foi a curiosidade, já que não agüentava mais querendo saber quem seria o próximo a contar. Ao olhar para o lado, a loucura viu a dúvida em cima de uma cerca sem saber em qual dos lados ficar para melhor se esconder.

E assim foram aparecendo a alegria, a tristeza, a timidez...

Quando estavam todos reunidos, a curiosidade perguntou:

— Onde está o amor?

Ninguém o tinha visto. A loucura começou a procurá-lo.

Procurou em cima da montanha, nos rios, debaixo das pedras e nada do amor a parecer.

Procurando por todos os lados, a loucura viu uma roseira, pegou um pauzinho e começou a procurar entre os galhos, quando de repente...

Era o amor, gritando por ter furado o olho com um espinho. A loucura não sabia o que fazer.

Pediu desculpas, implorou pelo perdão do amor e até prometeu segui-lo para sempre.

O amor aceitou as desculpas.

Hoje, o amor é cego e a loucura o acompanha sempre.

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Raízes profundas...

Tempos atrás, eu era vizinho de um médico, cujo"hobby" era plantar árvores no enorme quintal de sua casa.

Às vezes, observava da minha janela o seu esforço para plantar árvores e mais árvores, todos os dias.

O que mais chamava a atenção, entretanto, era o fato de que ele jamais regava as mudas que plantava.

Passei a notar, depois de algum tempo, que suas árvores estavam demorando muito para crescer.

Certo dia, resolvi então aproximar-me do médico e perguntei se ele não tinha receio de que as árvores não crescessem, pois percebia que ele nunca as regava.

Foi quando, com um ar orgulhoso, ele me descreveu sua fantástica teoria.

Disse-me que, se regasse suas plantas, as raízes se acomodariam na superfície e ficariam sempre esperando pela água mais fácil, vinda de cima.

Como ele não as regava, as árvores demorariam mais para crescer, mas suas raízes tenderiam a migrar para o fundo, em busca da água e das várias fontes nutrientes encontradas nas camadas mais inferiores do solo.

Assim, segundo ele, as árvores teriam raízes profundas e seriam mais resistentes às intempéries.

Disse-me ainda, que freqüentemente dava uma palmadinha nas suas árvores, com um jornal enrolado, e que fazia isso para que se mantivessem sempre acordadas e atentas.

Essa foi a única conversa que tive com aquele meu vizinho.

Logo depois, fui morar em outro país, e nunca mais o encontrei.

Vários anos depois, ao retornar do exterior fui dar uma olhada na minha antiga residência.

Ao aproximar-me, notei um bosque que não havia antes.

Meu antigo vizinho, havia realizado seu sonho!

O curioso é que aquele era um dia de um vento muito forte e gelado, em que as árvores da rua estavam arqueadas, como se não estivessem resistindo ao rigor do inverno.

Entretanto, ao aproximar-me do quintal do médico, notei como estavam sólidas as suas árvores: praticamente não se moviam, resistindo implacavelmente àquela ventania toda.

Que efeito curioso, pensei eu...

As adversidades pela qual aquelas árvores tinham passado, levando palmadelas e tendo sido privadas de água, pareciam tê-las beneficiado de um modo que o conforto, o tratamento mais fácil jamais conseguiriam.

Todas as noites, antes de ir me deitar, dou sempre uma olhada em meus filhos.

Debruço-me sobre suas camas e observo como têm crescido.

Freqüentemente, oro por eles.

Na maioria das vezes, peço para que suas vidas sejam fáceis:

"Meu Deus, livre meus filhos de todas as dificuldades e agressões desse mundo"...

Tenho pensado, entretanto, que é hora de alterar minhas orações.

Essa mudança tem a ver com o fato de que é inevitável que os ventos gelados e fortes nos atinjam e aos nossos filhos.

Sei que eles encontrarão inúmeros problemas e que, portanto, minhas orações para que as dificuldades não ocorram, têm sido ingênuas demais.

Sempre haverá uma tempestade, ocorrendo em algum lugar.

Portanto, pretendo mudar minhas orações.

Farei isso porque, quer nós queiramos ou não, a vida não é muito fácil.

Ao contrário do que tenho feito, passarei a orar para que meus filhos cresçam com raízes profundas, de tal forma que possam retirar energia das melhores fontes, das mais divinas, que se encontram nos locais mais remotos.

Oramos demais para termos facilidades, mas na verdade o que precisamos fazer é pedir para desenvolver raízes fortes e profundas, de tal modo que quando as tempestades chegarem e os ventos gelados soprarem, resistiremos bravamente, ao invés de sermos subjugados e varridos para longe!

//Desconheço o autor //

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Esperança

Mário Quintana

Lá bem no alto do décimo segundo andar do Ano
Vive uma louca chamada Esperança

E ela pensa que quando todas as sirenas
Todas as buzinas
Todos os reco-recos tocarem
Atira-se
E ó delicioso vôo!
Ela será encontrada miraculosamente incólume na calçada,
Outra vez criança...
E em torno dela indagará o povo:
— Como é teu nome, meninazinha de olhos verdes?
E ela lhes dirá
(É preciso dizer-lhes tudo de novo!)
Ela lhes dirá bem devagarinho, para que não esqueçam:

— O meu nome é ES-PE-RAN-ÇA...

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40 anos de preconceito

Texto complementar do livro PROPAGANDA É ISSO AÍ! © 2004 Editora Atlas.

Zeca Martins

O texto a seguir não fala especificamente de Propaganda, mas imagino que mostre com argumentos contundentes uma situação em que o preconceito mata a criatividade humana; no caso, comprometendo toda a criatividade potencial disponível em parcela indispensável da força de trabalho.
A criatividade, como já vimos, é, no final das contas, a principal matéria-prima da Propaganda. Então, o texto acaba sendo pertinente aos propósitos de muito daquilo de que este livro trata.
Como será fácil notar, foi escrito com outra intenção (e para publicação em outro lugar); mesmo assim, creio que o leitor poderá se beneficiar com alguns dos pontos de vista aí contidos, extrapolando algumas idéias para melhorar seu dia-a-dia.

A mais brilhante definição de preconceito de que já soube veio-me de Voltaire, em seu Dicionário Filosófico: "preconceito é uma opinião sem julgamento", ou seja, adquirimos uma opinião qualquer, não verificamos sua razão de ser e passamos a acreditar naquilo, simplesmente. Voltaire disse isto por volta de 1760. Passados mais uns cento e oitenta anos, em meados do século vinte Einstein lastimou que "hoje, infelizmente, é mais fácil partir um átomo ao meio do que quebrar um preconceito". Pois, somando-se as coisas, conclui-se que preconceito deve realmente ser algo indestrutível, ou perto disso.

Tão indestrutível, que o preconceito dos nazistas contra os judeus ainda perdura no coração de muita gente, mesmo após tanta propaganda contrária. E dos judeus contra os árabes, e dos árabes contra os judeus, e dos brancos contra os negros, e dos negros contra os brancos, e dos que são contra os mulatos, contra os cafusos, os mamelucos, os letrados, os iletrados, as mulheres, os homens, os advogados, os políticos, os publicitários, os jornalistas, os nordestinos, os açougueiros, os torneiros-mecânicos (sim, porque, sem dúvida, haverá alguém cultivando preconceitos contra açougueiros e torneiros-mecânicos), os velhos, as crianças, os gays e o escambau. Existe preconceito até contra o escambau.

Assim como não tem fronteiras e nem escolhe raça, faixa etária ou sexo, o preconceito também não escolhe porta-vozes ou causas. Ele existe dentro de todos nós, tem diferentes intensidades. Não tem função nem propósito. Apenas existe, desde que o ambiente seja favorável ao desenvolvimento de um raciocínio qualquer, um sofisma destes capazes de fazer-nos acreditar no ilógico. Algo como a prestidigitação. Nada além de opiniões sem julgamento.

Nunca vi alguma pesquisa sobre onde o preconceito ocorre com maior ou menor incidência. Talvez os americanos, que adoram pesquisar de tudo, já a tenham feito, mas nunca ouvi falar dela. Mas também não é difícil concluir que o preconceito não é privilégio de um ou outro segmento da população. Nada disso. Ele existe em todo lugar, em todo tempo, em todo tudo! Tem em casa, tem no futebol, tem nas estações de trem.

E tem, claro, nas empresas; porque existem pessoas nas empresas. E pessoas são a única condição ambiental indispensável para a reprodução do preconceito. Nos últimos anos surgiu, por exemplo, uma espécie de preconceito no meio empresarial, mais especificamente na administração de recursos humanos, que é a rejeição a priori do profissional com mais de quarenta anos de idade.

O quarentão, candidato a uma vaga qualquer, pode e deve desistir de antemão à sua pretensão de colocação profissional. Ora, exatamente porque ele já tem mais de quarenta anos. E o que isto significa? Nem Deus sabe. E, claro, muito menos um certo tipo de recrutador: papagaio de repetição, este recrutador só sabe que o candidato tem mais de quarenta anos e, por isso mesmo, não pode ser contratado. É a política da empresa, ora! Mas se perguntarmos a razão de ser desta política da empresa (ora!), ele, autômato burocratizado não saberá responder. Basta que ele saiba, e isto o satisfaz plenamente, que a política da empresa é esta. E ponto. Para ele, políticas empresariais são, por definição, indiscutíveis (mas que cara teimoso você é! Pare de querer discutir a política da empresa!).

Gente assim cabe com exatidão de mecanismo de relógio suíço na definição TÍTERE PROCESSIONÁRIO, criada por Laurence Peter, a maior autoridade mundial em estudos sobre a incompetência. Títere é sinônimo de fantoche, marionete; processionário é aquele que segue, apenas segue. Há, para exemplificar, uma espécie de larva que segue a da frente. Colocadas em círculos, estas larvas processionárias ficam dando infinitas voltas umas atrás das outras até morrerem de fome, mesmo quando, como se fez em várias experiências de laboratório, havia alimento em abundância ao alcance de todas.

O títere processionário, portanto, é um verme que apenas segue e, assim, se manipula com facilidade. Como sabemos, há muitos deles nas empresas e demais organizações humanas. Tem da portaria até a presidência. Porém, quando na administração de recursos humanos, passam por uma metamorfose peculiar e de origem desconhecida para assumirem a forma mais letal que se pode verificar na espécie dos títeres processionários: a forma que age sob estímulo exclusivo do preconceito, aquela opinião sem julgamento à qual já nos referimos, com poder de determinar a vida de pessoas. Visto que o títere processionário não pensa, ele é evidentemente incapaz de julgar. E dá-se a um sujeito destes o tal `poder de vida e de morte' sobre profissionais que cometeram o terrível engano de não contrariar a natureza das coisas e, imprevidentes, deixaram o tempo passar, atingindo os quarenta anos. Pela lógica titeriana-processional, nada mais justo que punir estes ineptos que não combateram com vigor o passar dos anos. E ousaram envelhecer. Já que o profissional não foi capaz de fixarse na idade dos trinta anos, também não será capaz de fixar-se na empresa ou num projeto qualquer. Corte-se-lhe, pois, a cabeça.

Mas os sujeitos que mudaram o mundo o fizeram, em sua esmagadora maioria, após completarem bem mais do que quarenta anos. Leonardo da Vinci, Isaac Newton, Gutemberg, Sidarta Gautama (vulgo Buda), Churchill, De Gaule, Henry Ford, Mahatma Gandhi, Roger Mila (que, até uns cinqüenta anos, jogou um bolão pela seleção de Camarões)... dê uma olhadinha em qualquer livro de história e confira. Só Jesus Cristo não conseguiu; certamente porque não lhe deram chance de mostrar do que ele seria capaz após os quarenta (se aos trinta e três já era um terror, imagina aos quarenta!). Talvez os romanos fossem os precursores desta atual tendência da administração titerianoprocessional de recursos humanos: "Está a caminho dos quarenta?!? Crucifica o cara!"

Falei com um executivo europeu e ele disse que lá no velho continente idade não é fator de importância crucial. O que conta é o mix de vontade-competência-experiência.

Então, estamos, no Brasil, criando know-how para exportação. Preconceito globalizado, mas made in Brazil! Nossos preconceitos em relação à idade nos fazem esquecer de sujeitos como Lee Iacocca, Antonio Ermírio de Morais e mais um punhado de sessentões, setentões e oitentões que, ainda hoje, estão à frente de seus barcos, são produtivos, arrojados, geram empregos e fazem suas empresas dar muito lucro.

Por outro lado, sobre os idiotas que recusam um profissional por questão etária, estes não poderão jamais ler algum texto primoroso que Manuel Bandeira ou Cora Coralina, ou Goethe ou Ernest Hemingway, tenham escrito, idosos, no final de suas vidas: por coerência, devem recusar tudo o que estes e outros tantos velhos desprezíveis tenham produzido. A propósito, quando escreveu seu Dicionário Filosófico, Voltaire já tinha uns oitenta anos.

Também convém que alguém conte a estes sujeitos (por pura sordidez e maldade) que logo, logo eles mesmo chegarão aos... quarenta!

Esta gente que cultiva opiniões sem julgamento o faz porque, evidentemente, não é capaz de julgar coisa alguma. Assim sendo, também não serão capazes de tomar, com equidade, alguma decisão que exija mais do que alguns neurônios e raciocínios primários. Devemos desprezá-los, embora com compaixão. E devemos, por pura lógica, desprezar também, e principalmente, quem lhes confiou o cargo que exercem.

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A fábula da estrela verde

Havia milhares de estrelas no céu. Estrelas de todas as cores : brancas, prateadas, verdes, douradas, vermelhas e azuis.

Um dia, elas procuraram Deus e lhe disseram :

— Senhor, gostaríamos de viver na Terra entre os homens.

— Assim será feito, respondeu o Senhor. Conservarei todas vocês pequeninas como são vistas e podem descer para a Terra.

Conta-se que, naquela noite, houve uma linda chuva de estrelas.

Algumas se aninharam nas torres das igrejas, outras foram brincar de correr com os vaga-lumes nos campos; outras misturaram-se aos brinquedos das crianças e a Terra ficou maravilhosamente iluminada.

Porém, passando o tempo, as estrelas resolveram abandonar os homens e voltar para o céu, deixando a Terra escura e triste.

— Porque voltaram ? Perguntou Deus, a medida que elas chegavam ao céu.

— Senhor, não nos foi possível permanecer na Terra. Lá existe muita miséria e violência, muita maldade, muita injustiça...

E o Senhor lhes disse :

— Claro ! O lugar de vocês é aqui no céu. A Terra é o lugar do transitório, daquilo que passa, daquele que cai, daquele que erra, daquele que morre, nada é perfeito.

O céu é lugar da perfeição, do imutável, do eterno, onde nada perece.

Depois que chegaram todas as estrelas e conferindo o seu número, Deus falou de novo :

— Mas está faltando uma estrela. Perdeu-se no caminho ?

Um anjo que estava perto retrucou :

— Não Senhor, uma estrela resolveu ficar entre os homens.

Ela descobriu que seu lugar é exatamente onde existe a imperfeição, onde há limite, onde as coisas não vão bem, onde há luta e dor.

— Mas que estrela é essa ? - voltou Deus a perguntar.

— É a Esperança, Senhor. A estrela verde. A única estrela dessa cor.

E quando olharam para a Terra, a estrela não estava só.

A Terra estava novamente iluminada porque havia uma estrela verde no coração de cada pessoa.

Porque o único sentimento que o homem tem e Deus não temé a esperança.

Deus já conhece o futuro, e a Esperança é própria da pessoa humana, própria daquele que erra, daquele que não é perfeito, daquele que não sabe como será o futuro.

Receba neste momento esta "estrelinha" em seu coração, sua estrela verde.

Não deixe que ela fuja e nem se apague.

Tenha certeza que ela iluminará o seu caminho... Seja sempre positivo!!!

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

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Sinais de Deus

Conta-se que um velho árabe analfabeto orava toda noite com tanto fervor e com tanto carinho que, certa vez, o rico chefe de uma grande caravana chamou-o e lhe perguntou:

— Por que oras com tanta fé? Como sabes que Deus existe, se nem ao menos sabes ler?

O velho respondeu:

— Grande senhor, conheço a existência de nosso Pai celeste pelos sinais Dele.

— Como assim? Indagou o chefe, admirado.

O servo humilde explicou:

— Quando o senhor recebe uma carta de pessoa ausente, como reconhece quem a escreveu?

— Pela letra. Respondeu.

— E quando senhor admira uma jóia, como é que se informa sobre a sua autoria?

— Pela marca do ourives, é claro.

O servo sorriu e acrescentou:

— Quando ouves passos de animais, ao redor da tenda, como sabes, depois, se foi um carneiro, um cavalo, um boi?

— Pelos rastros, respondeu o chefe, surpreendido.

Então, o velho crente convidou-o para fora da barraca e, mostrando-lhe o céu, onde a lua brilhava, cercada por multidões de estrelas, exclamou, respeitoso:

— Senhor, aqueles sinais lá em cima, não podem ser de homens !

Naquele momento o orgulhoso caravaneiro, rendeu-se às evidências e, ali mesmo na areia, sob a luz prateada do luar, começou a orar também.

Deus, mesmo sendo invisível aos nossos olhos, deixa-nos sinais das mais variadas formas:

Na manhã que nasce calma e silenciosa...

No calor do sol que aquece os seres e permite a vida...

Na chuva que molha a relva, corre nos leitos dos rios e refresca as areias quentes das praias solitárias...

Os sinais de Deus estão nas pastagens verdes que alimentam o gado...

E na vida teimosa do sertão esturricado pelo calor escaldante dos verões...

Podemos encontrar sinais de Deus nos campos floridos de todos os continentes...

E no canto alegre do pássaro que desperta a madrugada...

Os sinais de Deus também são visíveis nas noites bordadas de estrelas e nas tempestades que limpam a atmosfera com seus raios purificadores.

Vale lembrar que as obras feitas pelos homens são assinadas para que não se confunda o autor.

Já as obras de Deus não trazem sua assinatura pelo simples fato de que só ele é capaz de faze-las, ninguém mais. É por essa razão que Deus não precisa colocar seu nome numa etiqueta, em cada campina que existe, porque só ele faz campinas.

Partindo do princípio de que não há obras sem autoria, tudo o que não é obra do homem, só pode ser obra de Deus.

Como disse o grande poeta francês Victor Hugo: "Deus é o invisível evidente".

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

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Eu e o Coiote (lições do desenho animado Papa-Léguas)

Coiote persegue furiosamente o Papa-Léguas. De repente, a ave para.

O Coiote tenta, mas não consegue, ele passa direto pelo Papa-Léguas, escorregando até a ponta de um penhasco.

O chão cede e, só por um instante, vemos seus olhos em forma de pires.

E então o Coiote se espatifa. Ploft !

Gosto muito dos desenhos do Papa-Léguas. O Coiote e eu temos uma sina comum.

Eu também me aventurei bem perto do penhasco. Também me vi num terreno incerto, e levei um tombo.

Eu também fiz aquele olhar do tipo "rapaz, isso vai doer !".

Também olhei para cima, do fundo da lama, aturdido e estupefato.

Mas o Coiote possui uma coisa. Eu não. Ele é invencível. Nunca fica machucado.

As quedas não o perturbam.

Na cena seguinte ele está empilhando dinamite ou pintando uma parede, deixando-a parecer um túnel.

Em segundos, ele sai da lama e volta a caçar.

Você e eu não nos recuperamos com tanta facilidade. Caímos como o Coiote.

Mas, diferente dele, vagueamos pelo precipício por um tempo.

Aturdidos, machucados, e imaginando se existe algum jeito de sair do barranco.

Então, qual é a lição ?

O desenho do Papa-Léguas é uma representação de um modelo de planejamento estratégico para a vida.

O Coiote está faminto - uma condição que ele está profunda e pessoalmente empenhado em mudar. Conseguir pegar o Papa-Léguas (a comida) é o objetivo estratégico do Coiote.

Em alguns episódios, quando imagina a ave sendo assada em seu espeto ou a fumaça saindo de seu prato, o Coiote compartilha a sua visão, o seu sonho.

Ele também tem uma "missão", apesar dela mudar freqüentemente.

Em uma de suas missões, por exemplo, o Coiote prende uma bigorna em um balão, utiliza um ventilador para impulsionar o aparato e conta com uma banana de dinamite com pavio comprido para soltar a bigorna exatamente sobre o Papa-Léguas.

Porém, na preparação para o lançamento, ele acende o pavio comprido e este, para seu desespero, queima completamente em menos de um segundo, fazendo a dinamite explodir em sua cara.

O Coiote fica completamente enegrecido com a explosão, todo carbonizado, e vai saindo de cena de maneira desengonçada.

A imagem vai desaparecendo gradualmente.

Quando ele volta, o Coiote está criando uma estratégia totalmente nova para uma outra missão.

Dessa vez, ele utilizará entre outras coisas, uma catapulta e uma enorme pedra. É quase certo que o Coiote, demasiadamente magro, vai ficar sem comer até morrer.

Ele abandonou a idéia da bigorna pendurada no balão por causa de um pavio com defeito e, certamente, abandonará a idéia da catapulta com a enorme pedra devido a um outro defeito do mecanismo.

O Coiote já apresentou dúzias, se não centenas de projetos engenhosos para capturar o Papa-Léguas - e todos poderiam ter dado certo se fosse feito um planejamento um pouco mais cuidadoso.

A questão é que o Coiote tem muita pressa para sentar e planejar as coisas.

Como a maioria das pessoas que assiste às suas trapalhadas, ele acredita na ação imediata para obter resultados.

Como muitos, lida constantemente com o fracasso e a decepção.

Meu conselho para o Coiote : pegue uma de suas melhores idéias, elabore-a e leve-a a cabo.

No caso da idéia da bigorna, por exemplo, pergunte-se qual seria o tempo ideal para o pavio queimar.

Será que você tem de usar dinamite mesmo ?

Que tal utilizar um mecanismo de controle remoto para que você mesmo possa controlar a bigorna ?

Crie uma lista de coisas que devem ser verificadas, como o que poderia explodir na sua cara e o que faria com que você se arrebentasse no chão ou caísse de uma grande altura com aquele efeito sonoro característico.

Como você poderia evitar que isso acontecesse ?

Antecipe e resolva todos os problemas para que você possa, finalmente, saborear a suculenta ave no jantar.

O planejamento eficaz é responsável pela diferença entre almejar o sucesso e alcançá-lo.

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

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Só se você permitir (Lenda Japonesa)

Era uma vez um grande samurai que vivia perto de Tóquio.

Mesmo idoso, se dedicava a ensinar a arte zen aos jovens.

Apesar de sua idade, corria a lenda de que ainda era capaz de derrotar qualquer adversário.

Certa tarde, um guerreiro, conhecido por sua total falta de escrúpulo, apareceu por ali.

Queria derrotar o samurai e aumentar sua fama.

O velho aceitou o desafio e o jovem começou a insultá-lo.

Chutou algumas pedras em sua direção, cuspiu em seu rosto, gritou insultos, ofendeu seus ancestrais.

Durante horas, fez tudo para provocá-lo, mas o velho permaneceu impassível.

No final do dia, sentindo-se já exausto e humilhado, o guerreiro retirou-se.

E os alunos, surpresos, perguntaram ao mestre como ele pudera suportar tanta indignidade.

— Se alguém chega até você com um presente e você não o aceita, a quem pertence o presente ?

— A quem tentou entregá-lo, respondeu um dos discípulos.

— O mesmo vale para a inveja, a raiva e os insultos.

Quando não são aceitos, continuam pertencendo a quem os carregava consigo.

A sua paz interior depende exclusivamente de você.

As pessoas não podem lhe tirar a calma.

Só se você permitir...

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

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Mamãe e Bebê Camelo

Uma mãe e um bebê camelo estavam por ali, andando a toa, quando de repente o bebê camelo perguntou:

— Mãe, mãe, posso te perguntar umas coisas?

— Claro! O que está incomodando o meu filhote?

— Porque os camelos tem corcova?

— Bem, meu filhinho, nós somos animais do deserto, precisamos das corcovas para reservar água e por isso mesmo somos conhecidos por sobreviver sem água.

— Certo, e porque nossas pernas sao longas e nossas patas arredondadas?

— Filho, certamente elas sao assim para permitir caminhar no deserto. Sabe, com essas pernas eu posso me movimentar pelo deserto melhor do que qualquer um! disse a mae, toda orgulhosa.

— Certo! Então, porque nossos cílios sao tao longos? De vez em quando eles atrapalham minha visão.

— Meu filho! Esses cílios longos e grossos são como uma capa protetora para os olhos. Eles ajudam na proteção dos seus olhos quando atingidos pela areia e pelo vento do deserto! disse a mãe com orgulho nos olhos.

— Tá. Então a corcova é para armazenar água enquanto cruzamos o deserto, as pernas para caminhar através do deserto e os cílios são para proteger meus olhos do deserto. Então que estamos fazendo aqui no Zoológico???

Habilidade, conhecimento, capacidade e experiencias sao úteis se você estiver no lugar certo.

Onde você está agora???

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

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O Aprendiz

Autor desconhecido

Um feiticeiro africano conduz seu aprendiz pela floresta. Embora mais velho, caminha com agilidade, enquanto seu aprendiz escorrega e cai a todo instante. O aprendiz blasfema, levanta-se, cospe no chão traiçoeiro, e continua a acompanhar seu mestre.

Depois de longa caminhada, chegam a um lugar sagrado. Sem parar, o feiticeiro dá meia volta e começa a viagem de volta.

— Você não me ensinou nada hoje - diz o aprendiz, levando mais um tombo.

— Ensinei sim, mas você parece que não aprende - responde o feiticeiro. Estou tentando lhe ensinar como se lida com os erros da vida.

— E como lidar com eles?

— Como deveria lidar com seus tombos - responde o feiticeiro. Em vez de ficar amaldiçoando o lugar onde caiu, devia procurar aquilo que te fez escorregar.

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Cinqüentona

Manoel Carlos

Minha amiga Sylvia fez 50 anos e deu uma linda festa para os amigos. Brigadeiros, casadinhos, olhos-de-sogra, além de salgados e bebidas à vontade. E no centro da mesa, iluminado por cinqüenta velinhas, um colossal e saboroso bolo de aniversário. Ah, e também, claro, com direito a um coro de muitas vozes, cantando "Parabéns prá Você".

— Que coragem - brincou o Zé Mário, nosso velho companheiro das noitadas de pôquer.

Sylvia rebateu em cima:

— Por quê? Acha que ainda escondo a minha idade? Já superei isso, meu caro.

— No seu caso não é esconder - continuou Zé Mário

— Prá que declarar, se você aparenta menos?

— Mas, é justamente por isso que sinto tanto prazer em revelar minha verdadeira idade. É para ver as pessoas admiradas. Meus 50 anos não são um peso, mas, um prêmio, um troféu, uma tocha olímpica que carrego com orgulho pela vida afora. Que é que você pensa? Sou uma cinqüentona e ainda bato um bolão!

E, nesse clima de feliz comemoração, varamos a noite, o champanhe gelado, o vinho rubro. E não é preciso dizer que a aniversariante reinou o tempo todo, dançando sem parar, nocauteando homens até dez anos mais novos do que ela. Como o seu próprio marido, o terceiro, que no sábado próximo estará completando 41 anos.

Sei que nem todas as mulheres são Sylvia. E que, para ser como ela, é preciso muita vontade, algum sacrifício e uma boa dose de herança genética. Mas, o mais necessário mesmo é a disposição para a felicidade e a certeza de que sempre, sempre estará em tempo de viver uma vida produtiva. De qualquer maneira, mesmo as que não são Sylvia se sentem, hoje, mais livres do que nunca desse estigma que, por décadas, marcou todas elas e produziu um repertório imenso de piadas infames e cruéis: diminuir a idade. Concluí que, hoje em dia, as mulheres de 50 não têm mais do que 30! Verdade. Muitas das minhas amigas já passaram dessa marca e nunca se sentiram tão bem.

Em 1980 escrevi alguns programas da série Malu Mulher para Regina Duarte. Num deles, Malu comemorava 33 anos. Dei a esse episódio o título Antes dos 40, depois dos 30, colocando esse período de dez anos como o mais positivo na vida de uma mulher. Seu tempo de felicidade. Bem, isso foi em 1980. Vinte e cinco anos atrás. Hoje eu não escreveria essa história. Hoje sei que uma mulher pode ser feliz para sempre , levantando-se a cada tombo. Em sua maioria, elas já não entram em crise por causa da idade. Claro que não querem envelhecer. Ninguém quer. Mas, esse não querer não está ligado apenas à aparência, mas à saúde, à boa disposição para enfrentar o dia e... - sem nenhuma dúvida - à certeza de que não existe idade que as impeçam de amar, ser amadas. E de ainda fazer bonito entre os lençóis de uma cama. Sylvia, por exemplo, tem tudo para botar um garotão com a língua de fora, sôfrego, cansado, pedindo um tempo.

Eu me lembro de uma vizinha, quando eu era criança, que, quando foi subitamente abandonada pelo marido, provocou em minha mãe esta frase: "Pobre Dolores! Sozinha aos 50 anos! O que vai ser dela agora?" A consternação da minha mãe traduzia o que se pe nsava de uma mulher que tivesse ultrapassado a marca dos 25, 30 anos, no máximo. Uma velha. Não sei o que aconteceu com a pobre Dolores, mas, acredito que tenha arrastado por toda a vida a amargura e a desesperança. Atualmente, uma separação aos 50 anos pode ser o começo de um novo tempo, muitas vezes melhor, mais feliz do que o anterior. Sem contar que, nos dias de hoje, um casamento que vai mal das pernas não dura até a mulher chegar aos 50. Acaba antes, já que elas não carregam uma vida infeliz por muito tempo.

Nas minhas novelas procuro retratar as mulheres maduras, essas que já passaram dos 40. São elas que têm as melhores histórias para contar, as confissões mais tocantes, as lembranças mais ternas, os episódios mais picantes. Que ainda sofrem e choram, sim, mas, que não sofrem nem choram para sempre. E que, quando fazem 50 anos, dão festa, convidam os amigos, apagam as velinhas e fazem coro em causa própria, cantando o Parabéns pra Você!

Por isso, digo e repito: bem-aventuradas as cinqüentonas! As que se renovam a cada dia, a cada instante, e que podem renascer incessante e indefinidamente, repetindo os versos de Cecília Meireles:

Aprendi com a primavera a deixar-me cortar e a voltar sempre inteira.

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Teste sua percepção...

Você está dirigindo um ônibus que vai de Belo Horizonte para Salvador.

No início temos 32 passageiros no ônibus.

Na primeira parada, 11 pessoas saem do ônibus e 9 entram.

Na segunda parada, 2 pessoas saem do ônibus e 2 entram.

Na parada seguinte, 12 pessoas entram e 16 pessoas saem.

Na próxima parada, 5 pessoas entram no ônibus e 3 saem.

Qual a cor dos olhos do motorista do ônibus ?

PENSE !!! Depois veja a resposta logo abaixo !!! . . . .

A chave para entender o problema é prestar atenção na informação certa.

Se nos preocupamos com o número de pessoas que entra e sai do ônibus, estamos dando atenção à informação desnecessária.

Ela nos distrai da informação importante.

A resposta para o problema está na primeira sentença.

VOCÊ está dirigindo o ônibus !

Então, a cor dos olhos do motorista é a cor dos SEUS olhos.

Se você não acertou, não se preocupe.

A maioria das pessoas não responde corretamente.

Se você acertou, você tem uma excelente habilidade para resolver problemas.

Quantas vezes não passamos por isto em nossas vidas profissionais ?

Algo menos importante nos desvia do nosso foco principal.

E quantas coisas estão claras, foram ditas e passam desapercebidas ?

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

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Entrevista com Deus

Sonhei que tinha marcado uma entrevista com DEUS.

— Entre - falou DEUS. Então, você gostaria de me entrevistar ?

— Se tiver um tempinho, disse eu.

DEUS sorriu e falou :

— Meu tempo é eterno, suficiente para fazer todas as coisas; Que perguntas você tem em mente ?

— O que mais o surpreende na humanidade ? Perguntei.

DEUS respondeu :

Que se aborreçam de ser crianças e queiram logo crescer e aí, desejam ser crianças outra vez.

Que desperdicem a saúde para fazer dinheiro e aí percam dinheiro para restaurar a saúde.

Que pensem ansiosamente sobre o futuro, esqueçam o presente e, dessa forma não vivam nem o presente, nem o futuro.

Que vivam como se nunca fossem morrer e que morram como se nunca tivessem vivido.

Em seguida, a mão de DEUS segurou a minha e por um instante ficamos silenciosos...

Então eu perguntei :

— PAI, quais são as lições de vida que deseja que seus filhos aprendam ?

Com um sorriso DEUS respondeu :

Que aprendam que não podem fazer com que ninguém os ame. O que podem fazer é que se deixem amar.

Que aprendam que o mais valioso não é o que se tem na vida, mas quem se tem na vida.

Que aprendam que não é bom se compararem uns com os outros.

Todos serão julgados individualmente sobre seus próprios méritos, não como um grupo na base da comparação !

Que aprendam que uma pessoa rica não é a que tem mais, mas a que precisa menos.

Que aprendam que só é preciso alguns segundos para abrir profundas feridas nas pessoas amadas e que é necessário muitos anos para curá-las...

Que aprendam a perdoar, praticando o perdão.

Que aprendam que há pessoas que os amam muito, mas que simplesmente não sabem como expressar ou demonstrar seus sentimentos.

Que aprendam que dinheiro pode comprar tudo, exceto felicidade.

Que aprendam que duas pessoas podem olhar para a mesma coisa e vê-las totalmente diferente.

Que aprendam que um amigo verdadeiro é alguém que sabe tudo sobre você e gosta de você mesmo assim.

Que aprendam que não é suficiente que eles sejam perdoados, mas que se perdoem a si mesmos.

Por um tempo, permaneci sentado, desfrutando aquele momento.

Agradeci a ELE pelo seu tempo e por todas as coisas que ELE tem feito por mim.

ELE respondeu :

Estou sempre aqui, 24 horas por dia.

Tudo o que você tem a fazer é chamar por mim e EU virei.

Você pode esquecer o que EU disse.

Você pode esquecer o que EU fiz, mas jamais você esquecerá como EU te fiz sentir com essas palavras.

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

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O poder das palavras

Um orador fala do poder do pensamento positivo e das palavras.

Um participante levanta a mão e diz:

— Não é porque eu vou dizer felicidade, felicidade, felicidade! que me irei sentir melhor e não é porque eu vou dizer desgraça, desgraça, desgraça! que me irei sentir menos bem: não são mais que palavras.

As palavras são isso mesmo, sem poder...

O orador responde:

— Cale-se, seu idiota, é incapaz de compreender o que quer que seja!

O participante está paralisado, ele muda de cor e prepara-se para replicar agressivamente:

— Você, espécie de...

O orador levanta a mão:

— Peço que me desculpe. Eu não quero magoar. Peço que aceite as minhas sinceras desculpas.

O participante acalma-se.

Os outros participantes murmuram e há agitação na sala.

O orador intervém:

— Têm a resposta à questão que puseram: algumas palavras desencadeiam dentro de vos raiva e cólera. Outras acalmam-vos.

Compreendem melhor o poder das palavras?

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

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O Barbeiro

Um homem foi cortar o cabelo e a barba.

Como sempre acontece, ele e o barbeiro ficaram conversando sobre várias coisas, até que por causa de uma notícia de jornal sobre meninos abandonados, o barbeiro afirmou:

— Como o senhor pode ver, esta tragédia mostra que Deus não existe.

— Como?

— O senhor não lê jornais? Temos tanta gente sofrendo, crianças abandonadas, crimes de todos os tipos. Se Deus existisse, não haveria tanto sofrimento.

O cliente ficou pensando, mas o corte estava quase no final, e resolveu não prolongar a conversa.

Voltaram a discutir temas mais amenos, o serviço foi terminado, o cliente pagou e saiu.

Entretanto, a primeira coisa que viu foi um mendigo com a barba de muitos dias e cabelos desgrenhados.

Imediatamente, voltou para a barbearia e falou para a pessoa que o atendera:

— Sabe de uma coisa? OS BARBEIROS NÃO EXISTEM!

— Não existem? Eu estou aqui e sou barbeiro.

— Não existem! - insistiu o homem. Por que se existissem, não haveria pessoas com barba tão grande e cabelo tão desgrenhado como o que acabo de ver na esquina.

— Posso garantir que os barbeiros existem. Acontece que este homem nunca veio até aqui, se viesse, eu faria o serviço gratuitamente, por caridade.

— Exatamente! Então para responder-lhe, Deus também existe. O que passa é que as pessoas não vão até Ele.

Se O buscassem, seriam mais solidários e não haveria tanta miséria no mundo.

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

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O Bambu Chinês

Depois de plantada a semente deste incrível arbusto, não se vê nada por aproximadamente 5 anos, exceto um lento desabrochar de um diminuto broto a partir do bulbo.

Durante 5 anos, todo o crescimento é subterrâneo, invisível a olho nu, mas uma maciça e fibrosa estrutura de raiz que se estende vertical e horizontalmente pela terra está sendo construída.

Então, no final do 5º ano, o bambu chinês cresce até atingir a altura de 25 metros.

O escritor Stephen Covey escreveu: "Muitas coisas na vida pessoal e profissional são iguais ao bambu chinês. Você trabalha, investe tempo, esforço, faz tudo o que pode para nutrir seu crescimento, e às vezes não vê nada por semanas, meses ou anos. Mas se tiver paciência para continuar trabalhando, persistindo e nutrindo, o seu 5.º ano chegará, e com ele virão um crescimento e mudanças que você jamais esperava..."

O bambu chinês nos ensina que não devemos facilmente desistir de nossos projetos e de nossos sonhos. Devemos sempre procurar cultivar sempre dois bons hábitos na vida: a Persistência e a Paciência, para alcançar nossos sonhos.

É preciso muita fibra para chegar às alturas, e ao mesmo tempo, muita flexibilidade para se curvar ao chão".

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Viver

Luís Fernando Veríssimo

Acho a maior graça? Tomate previne isso, cebola previne aquilo, chocolate faz bem, chocolate faz mal, um cálice diário de vinho não tem problema, qualquer gole de álcool é nocivo, tome água em abundância, mas não exagere...

Diante desta profusão de descobertas, acho mais seguro não mudar de hábitos.

Sei direitinho o que faz bem e o que faz mal pra minha saúde. Prazer faz muito bem. Dormir me deixa 0 km. Ler um bom livro faz-me sentir novo em folha.

Viajar me deixa tenso antes de embarcar, mas depois rejuvenesço uns cinco anos. Viagens aéreas não me incham as pernas; incham-me o cérebro, volto cheio de idéias.

Brigar me provoca arritmia cardíaca. Ver pessoas tendo acessos de estupidez me embrulha o estômago. Testemunhar gente jogando lata de cerveja pela janela do carro me faz perder toda a fé no ser humano. E telejornais... os médicos deveriam proibir - como doem! Caminhar faz bem, dançar faz bem, ficar em silêncio quando uma discussão está pegando fogo, faz muito bem; você exercita o autocontrole e ainda acorda no outro dia sem se sentir arrependido de nada.

Acordar de manhã arrependido do que disse ou do que fez ontem à noite é prejudicial à saúde. E passar o resto do dia sem coragem para pedir desculpas, pior ainda.

Não pedir perdão pelas nossas mancadas dá câncer, não há tomate ou mussarela que previna.

Ir ao cinema, conseguir um lugar central nas fileiras do fundo, não ter ninguém atrapalhando sua visão, nenhum celular tocando e o filme ser espetacular, uau! Cinema é melhor pra saúde do que pipoca.

Conversa é melhor do que piada. Exercício é melhor do que cirurgia. Humor é melhor do que rancor. Amigos são melhores do que gente influente. Economia é melhor do que dívida. Pergunta é melhor do que dúvida. Sonhar é melhor do que nada.

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Ser mulher

Cecília Meirelles

Ser mulher é viver mil vezes em apenas uma vida, é lutar por causas perdidas e sair sempre vencedora; é estar antes de ontem e depois de amanhã, é desconhecer a palavra recompensa para seus atos.

Ser mulher é caminhar na dúvida cheia de certezas; é correr atrás das nuvens num dia de sol e alcançar o sol num dia de chuva.

Ser mulher é chorar de alegria e muitas vezes sorrir com tristeza; é cancelar sonhos em prol de terceiros, é acreditar quando ninguém mais acredita; é esperar quando ninguém mais espera.

Ser mulher é identificar um sorriso triste e uma lágrima falsa; é ser enganada e sempre dar mais uma chance; é cair no fundo do poço e emergir sem ajuda.

Ser mulher é estar em mil lugares de uma só vez; é fazer mil papéis ao mesmo tempo; é ser forte e fingir que é frágil para ter um carinho.

Ser mulher é comprar, emprestar, alugar, vender sentimentos, mas jamais dever; é construir castelos de areia, vê-los desmoronando pelas águas e ainda assim amá-las.

Ser mulher é estender a mão a quem ainda não pediu; é doar o que ainda não foi solicitado.

Ser mulher é não ter vergonha de chorar por amor; é saber a hora certa do fim, é esperar sempre por um recomeço.

Ser mulher é ser mãe dos seus filhos e dos filhos dos outros e amá-los igualmente; é ser nova quando o coração está a espera do amor, ser crescente quando o coração está se enchendo de amor, ser cheia quando ele já está transbordando de tanto amor e minguante quando este amor vai embora.

Ser mulher é hospedar dentro de si o sentimento de perdão; é voltar no tempo todos os dias e viver, por poucos instantes, coisas que nunca ficaram esquecidas.

Ser mulher é cicatrizar feridas de outros e inúmeras vezes deixar as suas próprias feridas sangrando.

Ser mulher é saber ser super-homem quando o sol nasce e virar Cindera quando a noite chega.

Ser mulher é, acima de tudo, um estado de espírito; é uma dádiva; é ter dentro de si um tesouro escondido e ainda assim, dividi-lo com o mundo.

Aprendi com a primavera a deixar-me cortar e a voltar sempre inteira."

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O Futuro

Victor Hugo

O futuro tem muitos nomes:
para os fracos é o inalcançável;
para os medrosos, o desconhecido;
para os corajosos é a oportunidade.

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Chapeuzinho vermelho na linguagem do politicamente correto

Rubem Alves

Me deu um impulso de reescrever a estória do Chapeuzinho Vermelho para os dias de hoje, seguindo as linhas da Politically Correct Language, mesmo porque não há criança que acredite na estória como foi escrita.

"Era uma vez uma jovem adolescente a quem todos conheciam pelo apelido de Rúbia. Rúbia é uma palavra derivada do latim, rubeus, que quer dizer vermelho, ruivo. Rúbia era ruiva. Ruiva porque tingira o seu cabelo castanho que ela considerava vulgar. Ela pensava que uma ruiva teria mais chances de chamar a atenção de um empresário de modelos que uma morena. Morenas há muitas. O vermelho dos seus cabelos era confirmado pelo seu temperamento: ela era fogo e enrubescia quando ficava brava.[Nota 1: Se, nessa estória, eu lhe desse o nome de Chapeuzinho Vermelho ninguém acreditaria. As adolescentes de hoje não andam por aí usando chapeuzinhos vermelhos....]

Rúbia morava com sua mãe numa linda mansão no condomínio "Omegaville". Pois numa noite, por volta das 10 horas, sua mãe lhe disse: "Rubinha querida, quero que você me faça um favor..." Rúbia pensou: "Lá vem a mãe de novo". E gritou: "De jeito nenhum. Estou vendo televisão...". "Mas eu ia até deixar você dirigir o meu BMW...", disse a mãe. Rúbia se levantou de um pulo. Para guiar o BMW ela era capaz de fazer qualquer coisa. "Que é que você quer que eu faça, mamãezinha querida?", ela disse. "Quero que você vá levar uma cesta básica para sua vovozinha, lá no Parque Oziel. Você sabe: andar de BMW, depois das 10 da noite, no Parque Oziel é perigoso. Os seqüestradores estão à espreita..." [Nota 2: a estória original contém dois problemas, relativos ao caráter e às intenções da mãe. Primeiro: mandar uma menina pequena, sozinha, pela floresta, sabendo que havia um lobo solto - ou a mãe era um tola irresponsável ou ela estava com impulsos assassinos em relação à filha, desejando que o lobo a comesse. O segundo problema: viviam sozinhas a mãe e a filha; não há referências a um pai ou marido. Então, qual a razão para que a avó morasse do outro lado da floresta? Não seria mais prático que elas vivessem juntas? Chapeuzinho não teria que enfrentar um lobo para que a vovozinha comesse queijos, bolos e ovos...]

Rúbia já estava saindo da garagem com o BMW quando sua mãe lhe gritou: "A cesta básica! Você está se esquecendo da cesta básica!" Com a cesta básica no BMW Rúbia foi para a casa da vovozinha, no Parque Oziel.. Foi quando o inesperado aconteceu. Um pneu furou. Até mesmo pneus de BMWs furam. Rúbia se sentiu perdida. Com medo, não. Ela não tinha medo. O problema era sujar as mãos para trocar o pneu. Foi quando uma Mercedes se aproximou dirigida por um senhor elegante que usava óculos escuros. Há pessoas que usam óculos escuros mesmo de noite. A Mercedes parou e o homem de óculos escuros saiu. "Precisando de ajuda, boneca", ele perguntou? "Claro", ela respondeu. "Preciso que me ajudem a trocar o pneu furado". "Pois vou ajudar você" disse o homem. "Você precisa de proteção. Esse lugar é muito perigoso. A propósito, deixe que me apresente. Meu nome é Crescêncio Lobo, às suas ordens". Aí ele se pôs a trocar o pneu cantarolando baixinho uma canção que sua mãe lhe cantara: "Hoje estou contente, vai haver festança, tenho um bom petisco para encher a minha pança..." Rúbia, olhando para o Crescêncio Lobo, pensou: "Que homem gentil e prestativo! E ainda canta enquanto trabalha... É dono de uma Mercedes! Acho que minhas orações foram atendidas!" "Pronto", ele disse. "Para onde você está indo, boneca?" "Vou levar uma cesta básica para minha avó." "Pois eu vou segui-la para protegê-la..." E assim, Rúbia, sorridente sonhadora, se dirigiu para a casa de sua avó escoltada por Crescêncio Lobo.

Ao chegar à casa da avó Crescêncio Lobo se surpreendeu. Pensou que ia encontrar uma velhinha, parecida com a avó de Chapeuzinho Vermelho. Que nada! Era uma linda mulher, uma senhora elegante, fina, de voz suave, inteligente. Logo os dois estavam envolvidos numa animada conversa, Crescêncio Lobo encantado com o suave charme e a inteligência da avó, a avó encantada com o encantamento que Crescêncio Lobo sentia por ela. Crescêncio Lobo pensou: "Se não fossem essas rugas, ela seria uma linda mulher..." Rúbia percebeu o que estava rolando, e foi ficando com raiva, vermelha, até que teve um ataque histérico. Como admitir que Crescêncio Lobo preferisse uma velha a uma adolescente? Começou a gritar, e por mais que os dois se esforçassem, não conseguiram acalmá-la. Passava por ali, acidentalmente, uma viatura do 5º Distrito Policial. Os policiais, ouvindo a gritaria, imaginaram que um crime estava acontecendo. Pararam a viatura e entraram na casa. E o que encontraram foi aquela cena ridícula: uma adolescente ruiva, desgrenhada, gritando como louca, enquanto a avó e o Crescêncio Lobo tentavam acalmá-la. Os policiais perceberam logo que se tratava de uma emergência psiquiátrica e, com a maior delicadeza, (os policiais do 5º DP são sempre assim. Também pudera! O delegado chefe trabalha ouvindo música clássica!) convenceram Rúbia a acompanhá-los até um hospital para ser medicada. Rúbia não resistiu porque ela já estava encantada com a força e o charme do policial que a tomava pela mão. Afinal, aquele policial era lindo e forte!

Quanto à avó e ao Crescêncio Lobo, aquela noite foi início de uma relação amorosa maravilhosa. Crescêncio Lobo percebeu que não há cara de adolescente cabeça-de-vento que se compare ao estilo de uma senhora inteligente e experiente. E a avó, que ouvira de uma feminista canadense que o melhor remédio para a velhice são os galetos ao primo canto, entregou-se gulosamente a esse hábito alimentar gaúcho. Crescêncio Lobo pagou-lhe uma plástica geral e a avó ficou novinha. E viveram muito felizes, por muitos anos. Quanto à Rúbia, aquela crise foi o início de uma feliz relação com o policial do 5º DP, que tinha um mestrado em psicologia da adolescência..."

Texto extraído do jornal "Correio Popular" - Campinas, edição de 02 de maio de 2002.

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O Ambiente

Conta uma popular lenda do Oriente, que um jovem chegou à beira de um oásis, junto a um povoado e, aproximando-se de um velho, perguntou-lhe:

— Que tipo de pessoas vive neste lugar?

— Que tipo de pessoas vive no lugar de onde você vem? - perguntou por sua vez o ancião.

— Oh! Um grupo de egoístas e malvados - replicou-lhe o rapaz - Estou satisfeito por ter saído de lá.

E o velho replicou: - a mesma coisa você haverá de encontrar por aqui.

No mesmo dia, um outro jovem se acercou do oásis para beber água e vendo o ancião perguntou-lhe:

— Que tipo de pessoas vive por aqui?

O velho respondeu com a mesma pergunta:

— Que tipo de pessoas vive no lugar de onde você vem?

O rapaz respondeu:

— Um magnífico grupo de pessoas, amigas, honestas, hospitaleiras. Fiquei muito triste por ter de deixá-las.

— O mesmo encontrará por aqui - respondeu o ancião.

Um homem que havia escutado as duas conversas perguntou ao velho:

— Como é possível dar respostas tão diferentes à mesma pergunta?

Ao que o velho respondeu:

— Cada um carrega no seu coração o meio ambiente em que vive. Aquele que nada encontrou de bom nos lugares por onde passou, não poderá encontrar outra coisa por aqui. Aquele que encontrou amigos ali, também os encontrará aqui. Somos todos viajantes no tempo. O futuro de cada um está escrito no seu próprio passado. Ou seja, cada um encontra na vida exatamente aquilo que traz dentro de si mesmo. O ambiente, o presente e o futuro somos nós que criamos e isso só depende de nós mesmos.

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Escolhas...

Antonio Eduardo Amaral Henriques

Dê uma boa olhada ao seu redor, e entenda que sua vida agora mesmo é o resultado de todas as suas escolhas no passado.

Você gosta do que vê?

Certamente você andou muito para chegar até aqui.

Você sobreviveu e deu um jeito de estar onde está.

Existem coisas que poderiam melhorar?. Provavelmente.

Existem lugares que você gostaria de conhecer, coisas que gostaria de fazer? Você consegue imaginar a sua vida sendo ainda melhor, ainda mais gratificante e emocionante do que é hoje?

Então, como chegar lá?

Do mesmo jeito que chegou até aqui: como resultado das escolhas que você faz. Existem escolhas, e existem escolhas. Geralmente prestamos muita atenção às grandes decisões: faculdade, casamento, a primeira casa ou apartamento. Mas, freqüentemente, as decisões mais poderosas são as "pequenas", aquelas que fazemos um dia após o outro: fazer ou não mais uma visita, dar aquele telefonema, acordar mais cedo para fazer exercício, a atitude com que encaramos o dia a dia no trabalho.

A qualidade da sua vida é um resultado direto das escolhas que você faz.

E cada momento em sua vida é uma escolha. O futuro aproxima-se no mesmo ritmo de sempre.

Então preste atenção nas suas escolhas, pois são elas que moldarão, ativamente, o resto da sua vida.

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Pensar é transgredir

Lya Luft

Não lembro em que momento percebi que viver deveria ser uma permanente reinvenção de nós mesmos, para não morrermos soterrados na poesia da banalidade, embora pareça que ainda estamos vivos. Mas compreendi, num lampejo: então é isso, então é assim. Apesar dos medos, convém não ser demais fútil nem demais acomodada. Algumas vezes é preciso pegar o touro pelos chifres, mergulhar para depois ver o que acontece: porque a vida não tem de ser sorvida como uma taça que se esvazia, mas como o jarro que se renova a cada gole bebido.

Para reinventar-se é preciso pensar: isso aprendi muito cedo. Apalpar, no nevoeiro de quem somos, algo que pareça uma essência : isso, mais ou menos, sou eu. Isso é o que eu queria ser, acredito ser, quero me tornar ou já fui. Muita inquietação por baixo das águas do cotidiano. Mais cômodo seria ficar com o travesseiro sobre a cabeça e adotar o lema reconfortante : "Parar pra pensar, nem pensar !"

O problema é que quando menos se espera ele chega, o sorrateiro pensamento que nos faz parar. Pode ser no meio do shopping, no trânsito, na frente da tevê ou do computador. Simplesmente escovando os dentes. Ou na hora da droga, do sexo sem afeto, do desafeto, do rancor, da lamúria, da hesitação e da resignação.

Sem ter programado, a gente pára pra pensar. Pode ser um susto: como espiar de um berçário confortável para um corredor com mil possibilidades. Cada porta, uma escolha. Muitas vão se abrir para um nada ou para algum absurdo. Outras, para um jardim de promessas. Alguma, para a noite além da cerca. Hora de tirar os disfarces, aposentar as máscaras e reavaliar : reavaliar-se .

Pensar pede audácia, pois refletir é transgredir a ordem do superficial que nos pressiona tanto. Somos demasiado frívolos: buscamos o atordoamento das mil distrações, corremos de um lado a outro achando que somos grandes cumpridores de tarefas. Quando o primeiro dever seria de vez em quando parar e analisar: quem a gente é, o que fazemos com a nossa vida, o tempo, os amores. E com as obrigações também, é claro, pois não temos sempre cinco anos de idade, quando a prioridade absoluta é dormir abraçado no urso de pelúcia e prosseguir no sono, o sonho que afinal nessa idade ainda é a vida.

Mas pensar não é apenas a ameaça de enfrentar a alma no espelho: é sair para as varandas de si mesmo e olhar em torno, e quem sabe finalmente respirar. Compreender: somos inquilinos de algo bem maior do que o nosso pequeno segredo individual. É o poderoso ciclo da existência. Nele todos os desastres e toda a beleza têm significado como fases de um processo. Se nos escondemos num canto escuro abafando nossos questionamentos, não escutaremos o rumor do vento nas árvores do mundo. Nem compreenderemos que o prato das inevitáveis perdas pode pesar menos do que o dos possíveis ganhos. Os ganhos ou os danos dependem da perspectiva e possibilidades de quem vai tecendo a sua história. O mundo em si não tem sentido sem o nosso olhar que lhe atribui identidade, sem o nosso pensamento que lhe confere alguma ordem.

Viver, como talvez morrer, é recriar-se : a vida não está aí apenas para ser suportada nem vivida, mas elaborada. Eventualmente reprogramada. Conscientemente executada. Muitas vezes, ousada.

Parece fácil: "escrever a respeito das coisas é fácil", já me disseram. Eu sei. Mas não é preciso realizar nada espetacular, nem desejar nada excepcional. Não é preciso nem mesmo ser brilhante, importante, admirado. Para viver de verdade, pensando e repensando a existência, para que ela valha a pena, é preciso ser amado; e amar; e amar-se. Ter esperança; qualquer esperança. Questionar o que nos é imposto, sem rebeldias insensatas mas sem demasiada sensatez. Saborear o bom, mas aqui e ali enfrentar o ruim. Suportar sem se submeter, aceitar sem se humilhar, entregar-se sem renunciar a si mesmo e à possível dignidade.

Sonhar, porque se desistimos disso apaga-se a última claridade e nada mais valerá a pena. Escapar, na liberdade do pensamento, desse espírito de manada que trabalha obstinadamente para nos enquadrar, seja lá no que for. E que o mínimo que a gente faça seja, a cada momento, o melhor que afinal se conseguiu fazer.

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De tudo ficaram três coisas

Fernando Sabino

De tudo ficaram três coisas:

A certeza de que estamos sempre começando,
A certeza de que é preciso continuar,
A certeza de que seremos interrompidos antes de terminar.

Portanto devemos:

fazer da interrupção um caminho novo,
da queda um passo novo de dança,
do medo, uma escada,
do sonho, uma ponte e
da procura, um encontro.

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A Orquídea branca...

Rubia A. Dantés

A mulher ganhou de presente um vaso com uma linda orquídea branca. Ficou tão encantada que colocou a planta em um xaxim na árvore mais bonita do jardim... A planta criou raízes que se prenderam na árvore... e a flor... no tempo certo... morreu. Passou um tempo e a mulher se esqueceu da orquídea que acabou se misturando ás muitas plantas do jardim...

Muito tempo depois quando passeava distraída pelo jardim ela viu a linda flor branca... Com uma exclamação de alegria se aproximou da linda orquídea que nasceu sem ser esperada... A mulher ficou de novo tão encantada que quis preservar ao máximo aquela flor tão preciosa, da chuva... do sol...

Enquanto admirava a sua beleza ia pensando em uma forma de protegê-la para que ela ficasse o maior tempo possível enfeitando o jardim, sem sofrer nenhum dano nas aveludadas pétalas brancas...

Colocou então um plástico branco esticado sobre a planta... que protegia completamente a orquídea. Mas... também escondia a sua beleza... Quem passasse por ali, com certeza, veria a proteção, que chamava a atenção porque destoava do que era a natureza... mas não via a orquídea... a menos que tivesse um olhar bem atento e sensível para o que estava além...

A orquídea até se sentiu feliz e orgulhosa... quando se viu tratada de forma tão especial, ao contrário das muitas flores que estavam espalhadas no jardim... e na primeira chuva que veio se sentiu protegida e confortável quando os grossos pingos não chegavam a tocar as suas deliccadas pétalas... Ali de cima ela podia ver algumas flores perdendo uma pétala aqui, outra ali, e se curvando ao sabor das águas e do vento forte. E quando veio o sol a orquídea também não pôde sentir na pele das pétalas o calor, porque aquela proteção impedia que o sol a atingisse em cheio... como fazia com as outras flores do jardim. Ela estava protegida, com certeza estava. Mas não estava feliz...

Olhando as outras flores, ao sabor da chuva, do sol, podia ver um brilho especial nas pétalas e um viço diferente, e mesmo aquelas que perdiam algumas pétalas quando a água vinha mais forte, pareciam felizes, muito felizes, e exalavam vida, além de perfume.

A orquídea, mesmo linda, parecia pálida e sem vida... e se sentia assim. E as chuvas foram caindo, o sol foi brilhando, as flores nasciam e morriam. E a orquídea enfeitava o jardim, intacta e bela, Mas, triste, muito triste. Ela percebeu que o seu tempo estava passando, e isso deu-lhe uma profunda tristeza por não poder ter vivido a chuva, o sol. Nunca pôde sentir a alegria incontida que percebia nas outras flores quando em contato com as forças da natureza. Aquele plástico que protegia, sufocava mais que tudo. E o tempo que ela ganhou com esta proteção acabou se tornando tristeza.

E foi a lua, que também não tinha conseguido tocar diretamente as suas pétalas, que entendeu o sofrimento da orquídea, e sentiu uma profunda compaixão pela linda flor. Num ato de Amor, lançou um raio de luar tão intenso que desintegrou completamente o plástico que protegia a orquídea, que se rendeu feliz á lua, ao sol, á chuva, á vida, intensamente, até seu último e derradeiro instante, colorido e encantado por gotas d'água, filtradas pelo sol em cores de arco íris.

Muitas vezes, os escudos que usamos para nos proteger, nos impedem de viver o melhor da vida e escondem o que temos de mais bonito.

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Gerenciamento de Tensão

Um conferencista falava sobre gerenciamento da tensão. Levantou um copo com água e perguntou à platéia:

— Quanto vocês acham que pesa este copo d'água?

As respostas variaram entre 20gr e até 500gr.

O conferencista, então, comentou:

— Não importa o peso absoluto. Depende de por quanto tempo vou segurá-lo. Se eu seguro por um minuto, tudo bem. Se eu seguro durante uma hora, eu terei uma dor no meu braço. Se eu seguro durante um dia inteiro, você terá que me chamar uma ambulância. E é exatamente o mesmo peso, mas quanto mais tempo eu passo segurando-o, mais pesado vai ficando.

E concluiu:

— Se carregamos nossos pesos o tempo todo, mais cedo ou mais tarde, nós não seremos mais capazes de continuar, a carga vai tornando-se crescentemente mais pesada. O que você tem que fazer é deixar o copo em algum lugar e descansar um pouco antes de segurá-lo novamente. Temos que deixar a carga de lado periodicamente, do jeito que puder! É reconfortante e nos torna capazes de continuar. Então antes de você voltar do trabalho para casa hoje à noite, deixe o peso do trabalho num canto. Não o carregue para casa. Você poderá recolhê-lo amanhã.

A vida é curta, aproveite-a!

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O passarinho engaiolado

Rubem Alves

Dentro de uma linda gaiola vivia um passarinho. De sua vida o mínimo que se poderia dizer era que era segura e tranqüila, como seguras e tranqüilas são as vidas das pessoas bem casadas e dos funcionários públicos.

Era monótona, é verdade. Mas a monotonia é o preço que se paga pela segurança. Não há muito o que fazer dentro dos limites de uma gaiola, seja ela feita com arames de ferro ou de deveres. Os sonhos aparecem, mas logo morrem, por não haver espaço para baterem suas asas. Só fica um grande buraco na alma, que cada um enche como pode. Assim, restava ao passarinho ficar pulando de um poleiro para outro, comer, beber, dormir e cantar. O seu canto era o aluguel que pagava ao seu dono pelo gozo da segurança da gaiola.

Bem se lembrava do dia em que, enganado pelo alpiste, entrou no alçapão. Alçapões são assim; têm sempre uma coisa apetitosa dentro. Do alçapão para a gaiola o caminho foi curto, através da Ponte dos

Suspiros.

Há aquele famoso poema do Guerra Junqueiro, sobre o melro, o pássaro das risadas de cristal. O velho cura, rancoroso, encontrara seu ninho e prendera os seus filhotes na gaiola. A mãe, desesperada com o destino dos filhos, e incapaz de abrir a portinha de ferro, lhes traz no bico um galho de veneno. Meus filhos, a existência é boa só quando é livre. A liberdade é a lei. Prende-se a asa, mas a alma voa... Ó filhos, voemos pelo azul!... Comei!

É certo que a mãe do passarinho nunca lera o poeta, pois o que ela disse ao seu filho foi: Finalmente minhas orações foram respondidas. Você esta seguro, pelo resto de sua vida. Nada há a temer. Não é preciso se preocupar. Acostuma-se. Cante bonito. Agora posso morrer em paz!

Do seu pequeno espaço ele olhava os outros passarinhos. Os bem-te-vis, atrás dos bichinhos; os sanhaços, entrando mamões adentro; os beija-flores, com seu mágico bater de asas; os urubus, nos seus vôos tranqüilos da fundura do céu; as rolinhas, arrulhando, fazendo amor; as pombas, voando como flechas. Ah! Os prudentes conselhos maternos não o tranqüilizavam. Ele queria ser como os outros pássaros, livres... Ah! Se aquela maldita porta se abrisse.

Pois não é que, para surpresa sua, um dia o seu dono a esqueceu aberta? Ele poderia agora realizar todos os seus sonhos. Estava livre, livre, livre!

Saiu. Voou para o galho mais próximo. Olhou para baixo. Puxa! Como era alto. Sentiu um pouco de tontura. Estava acostumado com o chão da gaiola, bem pertinho. Teve medo de cair. Agachou-se no galho, para ter mais firmeza. Viu uma outra árvore mais distante. Teve vontade de ir até lá. Perguntou-se se suas asas agüentariam. Elas não estavam acostumadas.

O melhor seria não abusar, logo no primeiro dia. Agarrou-se mais firmemente ainda. Neste momento um insetinho passou voando bem na frente do seu bico. Chegara a hora. Esticou o pescoço o mais que pôde, mas o insetinho não era bobo. Sumiu mostrando a língua.

— Ei, você! - era uma passarinha. - Vamos voar juntos até o quintal do vizinho. Há uma linda pimenteira, carregadinha de pimentas vermelhas. Deliciosas. Apenas é preciso prestar atenção no gato, que anda por lá... Só o nome gato lhe deu um arrepio. Disse para a passarinha que não gostava de pimentas. A passarinha procurou outro companheiro. Ele preferiu ficar com fome. Chegou o fim da tarde e, com ele a tristeza do crepúsculo. A noite se aproximava. Onde iria dormir? Lembrou-se do prego amigo, na parede da cozinha, onde a sua gaiola ficava dependurada. Teve saudades dele. Teria de dormir num galho de árvore, sem proteção. Gatos sobem em árvores? Eles enxergam no escuro? E era preciso não esquecer os gambás. E tinha de pensar nos meninos com seus estilingues, no dia seguinte.

Tremeu de medo. Nunca imaginara que a liberdade fosse tão complicada. Somente podem gozar a liberdade aqueles que têm coragem. Ele não tinha. Teve saudades da gaiola. Voltou. Felizmente a porta ainda estava aberta.

Neste momento chegou o dono. Vendo a porta aberta disse:

— Passarinho bobo. Não viu que a porta estava aberta. Deve estar meio cego. Pois passarinho de verdade não fica em gaiola. Gosta mesmo é de voar...

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Um aluno diferente

A professora levou seus alunos até os jardins do colégio para lhes falar sobre a natureza mostrando-lhes a natureza viva.

Aproximou-se de um flamboyant, coalhado de flores, e perguntou aos alunos que árvore era aquela.

Alguns, disseram que era uma árvore, apenas. Outros, que aquela árvore era um flamboyant, pois em sua casa havia um semelhante.

Uma menina falou que os flamboyants só servem para fazer sujeira na calçada, quando derrubam as flores, pois isso é o que sua mãe diz sempre.

Um garoto disse que seu pai havia cortado um, recentemente, pois suas raízes racharam o muro de seu quintal.

Mas Pedro, menino de alma sensível, começou dizendo que via ali muito mais que uma árvore.

Disse que via as flores, muito belas por sinal, mas que também podia sentir seu suave perfume.

Chamou atenção para as abelhas que pousavam de flor em flor, e também dos pássaros que buscavam refúgio em seus galhos aconchegantes.

Lembrou que todos estavam sob a sombra generosa que as folhas propiciavam, e apontou para alguns insetos que passeavam, ligeiros, pelo tronco gentil.

Falou, ainda, das muitas vidas que encontram guarida naquele flamboyant desprendido, como liquens, musgos, pequenas bromélias e outras tantas formas de vida que se podia perceber.

"Eis o que percebo, professora", falou Pedro, com a espontaneidade de um pequeno-grande poeta.

A educadora, ainda embevecida com a aula que acabara de receber, falou amavelmente: "você tem razão, Pedro. Definir este pequeno universo simplesmente como uma árvore, é matar toda a sua grandeza e majestade."

Existem pessoas que não percebem os flamboyants floridos em praças, bosques e ruas. Elas são muito ocupadas para perder tempo com coisas sem importância. Tem pessoas que definem flores e folhas apenas como sujeira indesejável.

Outras preferem cortar árvores de dezenas de anos, para que não rachem seus muros e calçadas de cimento.

Existem também aquelas para as quais os flamboyants representam alguns cifrões. Cortados, poderiam oferecer madeira para lenha ou se transformar em belos móveis.

E há aquelas pessoas, como o pequeno Pedro, que vêem muito mais que uma simples árvore. Vêem o autógrafo do Criador, na majestosa obra da natureza.

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Efêmero

Por Letícia Thompson

Se pudéssemos ter consciência do quanto nossa vida é efêmera, talvez pensássemos duas vezes antes de jogar fora as oportunidades que temos de ser e de fazer os outros felizes.

Muitas flores são colhidas cedo demais. Algumas, mesmo ainda em botão. Há sementes que nunca brotam e há aquelas flores que vivem a vida inteira até que, pétala por pétala, tranqüilas, vividas, se entregam ao vento.

Mas a gente não sabe adivinhar. A gente não sabe por quanto tempo estará enfeitando esse Éden e tampouco aquelas flores que foram plantadas ao nosso redor. E descuidamos. Cuidamos pouco. De nós, dos outros.

Nos entristecemos por coisas pequenas e perdemos minutos e horas preciosos. Perdemos dias, às vezes anos.

Nos calamos quando deveríamos falar; falamos demais quando deveríamos ficar em silêncio. Não damos o abraço que tanto nossa alma pede porque algo em nós impede essa aproximação. Não damos um beijo carinhoso "porque não estamos acostumados com isso" e não dizemos que gostamos porque achamos que o outro sabe automaticamente o que sentimos.

E passa a noite e chega o dia, o sol nasce e adormece e continuamos os mesmos, fechados em nós. Reclamamos do que não temos, ou achamos que não temos suficiente. Cobramos. Dos outros. Da vida. De nós mesmos. Nos consumimos.

Costumamos comparar nossas vidas com as daqueles que possuem mais que a gente. E se experimentássemos comparar com aqueles que possuem menos? Isso faria uma grande diferença!

E o tempo passa...

Passamos pela vida, não vivemos. Sobrevivemos, porque não sabemos fazer outra coisa.

Até que, inesperadamente, acordamos e olhamos pra trás. E então nos perguntamos: e agora?!

Agora, hoje, ainda é tempo de reconstruir alguma coisa, de dar o abraço amigo, de dizer uma palavra carinhosa, de agradecer pelo que temos.

Nunca se é velho demais ou jovem demais para amar, dizer uma palavra gentil ou fazer um gesto carinhoso.

Não olhe para trás. O que passou, passou. O que perdemos, perdemos.

Olhe para frente!

Ainda é tempo de apreciar as flores que estão inteiras ao nosso redor. Ainda é tempo de voltar-se para Deus e agradecer pela vida, que mesmo efêmera, ainda está em nós.

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Sentar-se à janela

O jovem advogado, certo dia, deu-se conta de como as pequenas coisas são importantes na vida, e escreveu o seguinte:

Era criança quando, pela primeira vez, entrei em um avião. A ansiedade de voar era enorme. Eu queria me sentar ao lado da janela de qualquer jeito, acompanhar o vôo desde o primeiro momento e sentir o avião correndo na pista cada vez mais rápido até a decolagem. Ao olhar pela janela via, sem palavras, o avião rompendo as nuvens, chegando ao céu azul. Tudo era novidade e fantasia.

Cresci, me formei, e comecei a trabalhar. No meu trabalho, desde o início, voar era uma necessidade constante. As reuniões em outras cidades e a correria me obrigavam, às vezes, a estar em dois lugares num mesmo dia.

No início pedia sempre poltronas ao lado da janela, e, ainda com olhos de menino, fitava as nuvens, curtia a viagem, e nem me incomodava de esperar um pouco mais para sair do avião, pegar a bagagem, coisa e tal.

O tempo foi passando, a correria aumentando, e já não fazia questão de me sentar à janela, nem mesmo de ver as nuvens, o sol, as cidades abaixo, o mar ou qualquer paisagem que fosse. Perdi o encanto. Pensava somente em chegar e sair, me acomodar rápido e sair rápido. As poltronas do corredor agora eram exigência. Mais fáceis para sair sem ter que esperar ninguém, sempre e sempre preocupado com a hora, com o compromisso, com tudo, menos com a viagem, com a paisagem, comigo mesmo.

Por um desses maravilhosos acasos do destino, estava eu louco para voltar de São Paulo numa tarde chuvosa, precisando chegar em Curitiba o mais rápido possível. O vôo estava lotado e o único lugar disponível era uma janela, na última poltrona. Sem pensar concordei de imediato, peguei meu bilhete e fui para o embarque.

Embarquei no avião, me acomodei na poltrona indicada: a janela. Janela que há muito eu não via, ou melhor, pela qual já não me preocupava em olhar.

E, num rompante, assim que o avião decolou, lembrei-me da primeira vez que voara. Senti novamente e estranhamente aquela ansiedade, aquele frio na barriga. Olhava o avião rompendo as nuvens escuras até que, tendo passado pela chuva, apareceu o céu. Era de um azul tão lindo como jamais tinha visto. E também o sol, que brilhava como se tivesse acabado de nascer. Naquele instante, em que voltei a ser criança, percebi que estava deixando de viver um pouco a cada viagem em que desprezava aquela vista.

Pensei comigo mesmo: será que em relação às outras coisas da minha vida eu também não havia deixado de me sentar à janela, como, por exemplo, olhar pela janela das minhas amizades, do meu casamento, do meu trabalho e convívio pessoal?

Creio que aos poucos, e mesmo sem perceber, deixamos de olhar pela janela da nossa vida. A vida também é uma viagem e se não nos sentarmos à janela, perdemos o que há de melhor: as paisagens, que são nossos amores, alegrias, tristezas, enfim, tudo o que nos mantém vivos. Se viajarmos somente na poltrona do corredor, com pressa de chegar, sabe-se lá aonde, perderemos a oportunidade de apreciar as belezas que a viagem nos oferece. Ademais, pode ser que ao descer do avião da vida já não encontremos ninguém a nossa espera.

Pense nisso!

Se você também está num ritmo acelerado, pedindo sempre poltronas do corredor, para embarcar e desembarcar rápido e ganhar tempo, pare um pouco e reflita sobre aonde você quer chegar. A aeronave da nossa existência voa célere e a duração da viagem não é anunciada pelo comandante. Não sabemos quanto tempo ainda nos resta. Por essa razão, vale a pena sentar próximo da janela para não perder nenhum detalhe. Afinal, a vida, a felicidade e a paz são caminhos e não destinos.

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O Eterno Descontente

Um homem descontente com a sorte queixava-se de Deus.

— Deus dá aos outros as riquezas, e a mim não dá coisa alguma. Como é que posso ser feliz nesta vida, sem possuir nada?

Um velho ouviu estas palavras e lhe disse:

— Acaso você é tão pobre quanto diz? Deus não lhe deu, porventura, saúde e mocidade?

— Não digo que não, até me orgulho bastante da minha força e da minha juventude.

O velho então pegou na mão direita do homem e lhe perguntou: -- Deixe-me cortar esta mão por mil dinheiros?

— Nem por doze mil!

— E a esquerda?

— Também não!

— E por dez mil dinheiros você ficaria cego por toda vida?

— Nem um olho daria por tal dinheiro!

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A Importância da Luz

Paulo Barbosa

Muita gente já visitou o Memorial Lincoln nos Estados Unidos. Milhões de pessoas já estiveram diante daquela estrutura de mármore branco, admirando a irresistível estátua de Lincoln, obra do escultor Daniel French.

Quando a estátua foi mostrada pela primeira vez, em 1922, verificou-se que as características faciais de Lincoln estavam grosseiramente distorcidas por uma iluminação defeituosa. Mais tarde as correções foram feitas, e os visitantes puderam contemplar aquele rosto como ele verdadeiramente é.

A iluminação tem grande importância quando se deseja ver as coisas com clareza. Se encaramos a vida apenas sob a luz da competição e do conflito, essa luz pode distorcer as imagens e acabaremos não tendo uma idéia perfeita do que a vida é.

Podemos nos enganar também ao considerarmos as pessoas sob a luz do que elas fizeram para nós. Se as olharmos apenas sob esse prisma, poderemos não saber realmente quem elas são. Caricaturas grotescas podem ser mostradas quando luzes distorcidas forem usadas. Essas luzes poderão ser coloridas de acordo com o que escolhermos ver nas pessoas.

A vida que vivemos e as pessoas com quem lidamos só serão verdadeiramente conhecidas se buscarmos vê-las com a iluminação correta e sem distorções e cores erradas. A luz vem de nós, e ela é essencial para vermos o mundo ao nosso redor.

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Funciona?

do livro Histórias da Alma, Histórias do Coração

"O Mosteiro da Lua Nova não tem portões", disse Shantih certa vez a um conviva.

— Mas como eles mantêm longe os ladrões?

— Não há nada para roubar num mosteiro - respondeu Shantih. Tudo o que verdadeiramente tiver valor é dado.

— Mas e os desordeiros? E as pessoas incômodas? Como os monges as mantêm afastadas? - perguntou o conviva.

— Os monges as ignoram.

— E isso funciona?

Shantih tapou os ouvidos, fechou os olhos e recusou-lhe a responder. Por fim, desgostoso, seu conviva foi embora.

— Funciona - disse Shantih, chamando-o de volta.

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É Preciso Querer

Amyr Klink

Dias inteiros de calmaria, noites de ardentia, dedos no leme e olhos no horizonte, descobri a alegria de transformar distâncias em tempo.

Um tempo em que aprendi a entender as coisas do mar, a conversar com as grandes ondas e não discutir com o mal tempo. A transformar o medo em respeito, o respeito em confiança.

Descobri como é bom chegar quando se tem paciência.

E para se chegar onde quer que seja, aprendi que não é preciso dominar a força, mas a razão.

É preciso antes de mais nada querer.

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Humanidade

Charles Chaplin

A cobiça envenenou a alma dos homens. Levantou no mundo as muralhas do ódio, e tem nos feito marchar a passos de gansos para a miséria e os morticínios.

Criamos a época da velocidade, mas nos sentimos enclausurados dentro dela.
A máquina, que produz em abundância, tem nos deixado na penúria.
Nossos conhecimentos nos fizeram céticos.
Nossa inteligência, empedernidos e cruéis.
Pensamos em demasia e sentimos pouco.
Mais do que máquinas, precisamos de humanidade.
Mais do que inteligência, precisamos de afeição e doçura.
Sem estas virtudes a vida será de violência e tudo estará perdido.

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A Branca Folha de Papel

Autor desconhecido

A branca folha de papel falou assim, um dia:

— Pura fui criada e pura permanecerei para sempre. Prefiro ser queimada e convertida em brancas cinzas, a suportar que a negrura me toque, ou o sujo chegue junto a mim.

O tinteiro ouviu o que a folha de papel dizia, e riu-se em seu escuro coração; mas não ousou aproximar-se dela.

E o lápis de cor ouviu-a também e nunca se aproximou.

E a folha de papel, branca como a neve, permaneceu pura e casta para sempre...

Pura, casta, branca ... e VAZIA!

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Ação

Lloyd Jones

Os homens que tentam fazer algo e falham são infinitamente melhores do que aqueles que não tentam fazer nada e conseguem.

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Três tipos de violência

Eknath Easwaran

Existem três tipos de violência: um, pelos nossos atos; dois, pelas nossas palavras; e três, pelos nossos pensamentos. A raiz de toda violência está no mundo dos pensamentos, e é por isso que treinar a mente é tão importante.

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Violência

Mahatma Gandhi

Nunca use violência de nenhum tipo. Nunca ameace com violência de nenhum modo. Nunca sequer tenha pensamentos violentos. Nunca discuta, porque isto ataca a opinião do outro. Nunca critique, porque isto ataca o ego do outro. E o seu sucesso está garantido.

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A Mentira Descoberta

Autor desconhecido

O Dr. Arun Gandhi, neto de Mahatma Gandhi e fundador do Instituto M.K. Gandhi para a Vida Sem Violência, em sua palestra de 9 de junho, na Universidade de Porto Rico, compartilhou a seguinte história como exemplo da vida sem violência exemplificada por seus pais:

"Eu tinha 16 anos e estava vivendo com meus pais no instituto que meu avô havia fundado, a 18 milhas da cidade de Durban, na África do Sul, em meio a plantações de cana de açúcar. Estávamos bem no interior do país e não tínhamos vizinhos. Assim, sempre nos entusiasmava, às duas irmãs e a mim, poder ir à Cidade visitar amigos ou ir ao cinema. Certo dia, meu pai me pediu que o levasse à cidade para assistir a uma conferência que duraria o dia inteiro, e eu me apressei de imediato diante da oportunidade. Como iria à cidade, minha mãe deu-me uma lista de coisas do supermercado, as quais necessitava, e como iria passar todo o dia na cidade, meu pai me pediu que me encarregasse de algumas tarefas pendentes, como levar o carro à oficina.

Quando me despedi de meu pai, ele me disse: 'Nós nos veremos neste local às 5 horas da tarde e retornaremos à casa juntos.'

Após, muito rapidamente, completar todas as tarefas, fui ao cinema mais próximo. Estava tão concentrado no filme, um filme duplo de John Wayne, que me esqueci do tempo. Eram 5:30 horas da tarde, quando me lembrei. Corri à oficina, peguei o carro e corri até onde meu pai estava me esperando. Já eram quase 6 horas da tarde.

Ele me perguntou com ansiedade: 'Por que chegaste tarde?' Eu me sentia mal com o fato e não lhe podia dizer que estava assistindo um filme de John Wayne. Então, eu lhe disse que o carro não estava pronto e que tive que esperar... isto eu disse sem saber que meu pai já havia ligado para a oficina.

Quando ele se deu conta de que eu havia mentido, disse-me: 'Algo não anda bem, na maneira pela qual te tenho educado, que não te tem proporcionado confiança em dizer-me a verdade. Vou refletir sobre o que fiz de errado contigo. Vou caminhar as 18 milhas até em casa e pensar sobre isto.'

Assim, vestido com seu traje e seus sapatos elegantes, começou a caminhar até a casa, por caminhos que nem estavam asfaltados nem iluminados. Não podia deixá-lo só. Assim, dirigi por 5 horas e meia atrás dele... vendo meu pai sofrer a agonia de uma mentira estúpida que eu havia dito. Decidi, desde aquele momento, que nunca mais iria mentir.

Muitas vezes me recordo desse episódio e penso... Se ele me tivesse castigado do modo que castigamos nossos filhos... teria eu aprendido a lição?... Não acredito... Se tivesse sofrido o castigo, continuaria fazendo o mesmo.

Mas, tal ação de não-violência foi tão forte que a tenho impressa na memória como se fosse ontem...

Este é o poder da vida sem violência."

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Dez Mandamentos da Área de Relacionamentos

Conselhos extraídos dos livros Homens São de Marte, Mulheres São de Vênus, de John Gray; Disciplina, Limite na Medida Certa, de Içami Tiba; Limites sem Trauma, de Tania Zagury; Decifrar Pessoas, de Jo-Ellan Dimitrius; Faça Amigos, de Andrew Matthews; e Como Fazer Amigos e Influenciar Pessoas, de Dale Carnegie

1. Antes de achar-se uma pessoa incompreendida, tente compreender aqueles que estão à sua volta.

2. Nunca deixe de ser verdadeiro consigo mesmo. Se as pessoas discordam de suas idéias ou de seu estilo de vida, o problema é delas, não seu.

3. As pessoas anseiam por reconhecimento. Se você optar por ver o lado positivo delas e as elogiar quando for adequado, elas se sentirão lisonjeadas, e você também sairá ganhando com isso.

4. Um relacionamento é como um pregão da bolsa: tanto pode estar em alta como em baixa. É ilusão achar que possa ser estável. Por isso, vale a pena se reciclar sempre, para manter a "eletricidade" da relação.

5. Os relacionamentos são uma via de mão dupla: para conviverem bem, as duas partes têm de ceder em alguns momentos. Um meio-caminho para o fim de um namoro ou casamento é quando só um dos parceiros impõe sua vontade.

6. Quando sentimentos negativos são reprimidos, sentimentos positivos ficam reprimidos também, e isso pode causar indiferença e até pôr a relação a perder.

7. Lembre-se sempre de que homens e mulheres são seres com profundas diferenças no modo de pensar e agir. As chances de sucesso numa relação são muito maiores quando se sabe interpretar os sinais emitidos pelo parceiro.

8. Os pais dão cada vez mais autonomia aos filhos, mas é preciso ensiná-los a assumir as responsabilidades que decorrem dessa liberdade. Por exemplo, delegando-lhes tarefas na administração da casa.

9. Um bom pai não é necessariamente o que convive com os filhos o tempo inteiro, e sim aquele que não se faz ausente nos momentos críticos. Uma boa metáfora é que os filhos são como carros de corrida e os pais, uma espécie de pit stop onde eles se abastecem.

10. Dizer às pessoas que elas estão erradas é uma ótima maneira de conquistar inimigos. Admitir que você está errado pode ser uma boa maneira de começar uma amizade.

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Uma pescaria inesquecível

Ele tinha onze anos e, cada oportunidade que surgia, ia pescar no cais próximo ao chalé da família, numa ilha que ficava em meio a um lago. A temporada de pesca só começaria no dia seguinte, mas pai e filho saíram no fim da tarde para pegar apenas peixes cuja captura estava liberada.

O menino amarrou uma isca e começou a praticar arremessos, provocando ondulações coloridas na água. Logo, elas se tornaram prateadas pelo efeito da lua nascendo sobre o lago. Quando o caniço vergou, ele soube que havia algo enorme do outro lado da linha. O pai olhava com admiração, enquanto o garoto habilmente, e com muito cuidado, erguia o peixe exausto da água. Era o maior que já tinha visto, porém sua pesca só era permitida na temporada. O garoto e o pai olharam para o peixe, tão bonito, as guelras para trás e para frente. O pai, então, acendeu um fósforo e olhou para o relógio. Eram dez da noite, faltavam apenas duas horas para a abertura da temporada. Em seguida, olhou para o peixe e depois para o menino, dizendo:

— Você tem que devolvê-lo, filho !

— Mas, papai, reclamou o menino.

— Vai aparecer outro, insistiu o pai.

— Não tão grande quanto este, choramingou a criança.

O garoto olhou à volta do lago. Não havia outros pescadores ou embarcações à vista. Voltou novamente o olhar para o pai. Mesmo sem ninguém por perto, sabia, pela firmeza em sua voz, que a decisão era inegociável. Devagar, tirou o anzol da boca do enorme peixe e o devolveu à água escura. O peixe movimentou rapidamente o corpo e desapareceu. E, naquele momento, o menino teve certeza de que jamais veria um peixe tão grande quanto aquele.

Isso aconteceu há trinta e quatro anos. Hoje, o garoto é um arquiteto bem-sucedido. O chalé continua lá, na ilha em meio ao lago, e ele leva seus filhos para pescar no mesmo cais. Sua intuição estava correta. Nunca mais conseguiu pescar um peixe tão maravilhoso como o daquela noite. Porém, sempre vê o mesmo peixe repetidamente todas as vezes que depara com uma questão ética. Porque, como o pai lhe ensinou, a ética é simplesmente uma questão de certo e errado. Agir corretamente, quando se está sendo observado, é uma coisa. A ética, porém, está em agir corretamente quando ninguém está nos vendo. Essa conduta reta só é possível quando, desde criança, aprendeu-se a devolver o PEIXE À ÁGUA.

A história valoriza não como se consegue ludibriar as regras, mas como, dentro delas, é possível fazer a coisa certa. A boa educação é como uma moeda de ouro: TEM VALOR EM TODA PARTE.

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A jóia perdida

Atravessando o deserto, um viajante viu um árabe montado ao pé de uma palmeira. A pouca distância repousavam os seus cavalos, pesadamente carregados com valiosos objetos.

Aproximou-se dele e disse:

— Pareceis muito preocupado. Posso ajudar-vos em alguma coisa?

— Ah! - respondeu o árabe com tristeza - estou muito aflito, porque acabo de perder a mais preciosa de todas as jóias.

— Que jóia era essa? - perguntou o viajante.

— Era uma jóia como jamais haverá outra - respondeu o seu interlocutor. Estava talhada num pedaço de pedra da vida e tinha sido feita na oficina do tempo. Adornavam-na vinte e quatro brilhantes, em volta dos quais agrupavam-se sessenta menores. Já vereis que tenho razão em dizer que jóia igual jamais poderá reproduzir-se.

— Por minha fé - disse o viajante - a vossa jóia devia ser preciosa. Mas não será possível que, com muito dinheiro, se possa fazer outra igual? Voltando a ficar pensativo, o árabe respondeu:

— A jóia perdida era um dia, e um dia que se perde jamais se torna a encontrar.

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Se Você Puder

Chico Xavier, no livro "Respostas da Vida"

Se você puder, hoje ainda:

Esqueça contratempos e mostre um sorriso mais amplo para aqueles que lhe compartilham a vida;

Dê mais um toque de felicidade e beleza em seu recanto doméstico;

Faça a visita, mesmo ligeira, ao doente que você deseja reconfortar;

Escreva, ainda que seja um simples bilhete, transmitindo esperança e tranqüilidade, em favor de alguém;

Melhore os seus conhecimentos no setor de trabalho a que esteja empregando o seu tempo;

Estenda algo mais de otimismo e de alegria aos que se encontrem nas suas faixas de convivência;

Procure esquecer - mas esquecer mesmo - tudo o que seja motivo de tristeza ou aborrecimento;

Leia alguma página edificante e escute musica que pacifique o coração;

Dedique alguns minutos à meditação e à prece;

Pratique, pelo menos, uma boa ação sem contar isso a ninguém.

Estas indicações de apoio espiritual, se forem observadas, farão grande bem aos outros, mas especialmente a você mesmo.

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O porteiro do prostíbulo

Não havia no povoado pior ofício do que 'porteiro do prostíbulo'.

Mas que outra coisa poderia fazer aquele homem? O fato é que nunca tinha aprendido a ler nem escrever, não tinha nenhuma outra atividade ou ofício.

Um dia, entrou como gerente do prostíbulo um jovem cheio de idéias, criativo e empreendedor, que decidiu modernizar o estabelecimento.

Fez mudanças e chamou os funcionários para as novas instruções. Ao porteiro disse:

— A partir de hoje, o Senhor, além de ficar na portaria, vai preparar um relatório semanal onde registrará quantidade de pessoas que entram e seus comentários e reclamações sobre os serviços.

— Eu adoraria fazer isso, Senhor - balbuciou - mas eu não sei ler nem escrever!

— Ah! Quanto eu sinto! Mas se é assim, já não poderá seguir trabalhando aqui.

— Mas Senhor, não pode me despedir, eu trabalhei nisto a minha vida inteira, não sei fazer outra coisa.

— Olhe, eu compreendo, mas não posso fazer nada pelo Senhor. Vamos dar-lhe uma boa indenização e espero que encontre algo que fazer. Eu sinto muito e que tenha sorte.

Sem mais nem menos, deu meia volta e foi embora.

O porteiro sentiu como se o mundo desmoronasse. Que fazer? Lembrou que no prostíbulo, quando quebrava alguma cadeira ou mesa, ele a arrumava, com cuidado e carinho.

Pensou que esta poderia ser uma boa ocupação até conseguir um emprego. Mas só contava com alguns pregos enferrujados e um alicate mal conservado. Usaria o dinheiro da indenização para comprar uma caixa de ferramentas completa. Como o povoado não tinha casa de ferragens, deveria viajar dois dias em uma mula para ir ao povoado mais próximo para realizar a compra.

E assim o fez. No seu regresso, um vizinho bateu à sua porta:

— Venho para perguntar se você tem um martelo para me emprestar.

— Sim, acabo de comprá-lo, mas eu preciso dele para trabalhar ... já que...

— Bom, mas eu o devolverei amanhã bem cedo.

— Se é assim, está bom.

Na manhã seguinte, como havia prometido, o vizinho bateu à porta e disse:

— Olha, eu ainda preciso do martelo. Porque você não o vende para mim?

— Não, eu preciso dele para trabalhar e além do mais, a casa de ferragens mais próxima está há dois dias mula de viagem.

— Façamos um trato - disse o vizinho. Eu pagarei os dias de ida e volta mais o preço do martelo, já que você está sem trabalho no momento. Que lhe parece?

Realmente, isto lhe daria trabalho por mais dois dias ...aceitou. Voltou a montar na sua mula e viajou. No seu regresso, outro vizinho o esperava na porta de sua casa.

— Olá, vizinho. Você vendeu um martelo a nosso amigo. Eu necessito de algumas ferramentas, estou disposto a pagar-lhe seus dias de viagem, mais um pequeno lucro para que você as compre para mim, pois não disponho de tempo para viajar para fazer compras . Que lhe parece?

O ex-porteiro abriu sua caixa de ferramentas e seu vizinho escolheu um alicate, uma chave de fenda, um martelo e uma talhadeira.

Pagou e foi embora.

E nosso amigo guardou as palavras que escutara:

— Não disponho de tempo para viajar para fazer compras.

Se isto fosse certo, muita gente poderia necessitar que ele viajasse para trazer as ferramentas. Na viagem seguinte, arriscou um pouco mais de dinheiro trazendo mais ferramentas do que as que havia vendido. De fato, poderia economizar algum tempo em viagens. A notícia começou a se espalhar pelo povoado e muitos, querendo economizar a viajem, faziam encomendas.

Agora, como vendedor de ferramentas, uma vez por semana viajava e trazia o que precisavam seus clientes. Com o tempo, alugou um galpão para estocar as ferramentas e alguns meses depois, comprou uma vitrine e um balcão e transformou o galpão na primeira loja de ferragens do povoado. Todos estavam contentes e compravam dele. Já não viajava, os fabricantes lhe enviavam seus pedidos. Ele era um bom cliente.

Com o tempo, as pessoas dos povoados vizinhos preferiam comprar na sua loja de ferragens, do que gastar dias em viagens.

Um dia ele lembrou de um amigo seu que era torneiro e ferreiro e pensou que este poderia fabricar as cabeças dos martelos..

E logo, por que não, as chaves de fendas, os alicates, as talhadeiras, etc.. E após foram os pregos e os parafusos....

Em poucos anos, nosso amigo se transformou, com seu trabalho, em um rico e próspero fabricante de ferramentas. Um dia decidiu doar uma escola ao povoado. Nela, além de ler e escrever, as crianças aprenderiam algum ofício. No dia da inauguração da escola, o prefeito lhe entregou as chaves da cidade, o abraçou e lhe disse:

— É com grande orgulho e gratidão que lhe pedimos que nos conceda a honra de colocar a sua assinatura na primeira página do Livro de Atas desta nova escola.

— A honra seria minha - disse o homem. Seria a coisa que mais me daria prazer, assinar o Livro, mas eu não sei ler nem escrever, sou analfabeto.

— O Senhor?!?! - disse o prefeito sem acreditar. O Senhor construiu um império industrial sem saber ler nem escrever? Estou abismado. Eu pergunto: o que teria sido do Senhor se soubesse ler e escrever?

— Isso eu posso responder - disse o homem com calma. Se eu soubesse ler e escrever ... ainda seria o porteiro do prostíbulo!

Geralmente as mudanças são vistas apenas como adversidades..

As adversidades podem ser benefícios.

As crises estão cheias de oportunidades.

Se alguém lhe bloquear a porta, não gaste energia com o confronto; procure as janelas.

*Lembre-se da sabedoria da água: a água nunca discute com seus obstáculos, mas os contorna.*

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O Escorpião

Um mestre do Oriente viu quando um escorpião estava se afogando e decidiu tirá-lo da água, mas quando o fez, o escorpião o picou. Pela reação de dor, o mestre o soltou e o animal caiu de novo na água e estava se afogando de novo. O mestre tentou tirá-lo novamente e novamente o animal o picou. Alguém que estava observando se aproximou do mestre e lhe disse:

— Desculpe-me, mas você é teimoso! Não entende que todas às vezes que tentar tirá-lo da água ele irá picá-lo?

O mestre respondeu:

— A natureza do escorpião é picar, e isto não vai mudar a minha, que é ajudar.

Então, com a ajuda de uma folha o mestre tirou o escorpião da água e salvou sua vida.

Não mude sua natureza se alguém te faz algum mal; apenas tome precauções. Alguns perseguem a felicidade, outros a criam. Preocupe-se mais com sua consciência do que com a sua reputação. Porque sua consciência é o que você é, e sua reputação é o que os outros pensam de você. E o que os outros pensam, não é problema nosso... é problema deles.

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Quem dobrou seu pára-quedas hoje?

Charles Plumb, era piloto de um bombardeiro na guerra do Vietnã. Depois de muitas missões de combate, seu avião foi derrubado por um míssil. Plumb saltou de pára-quedas, foi capturado e passou seis anos numa prisão norte-vietnamita. Ao retornar aos Estados Unidos, passou a dar palestras relatando sua odisséia e o que aprendera na prisão. Certo dia, num restaurante, foi saudado por um homem:

— Olá, você é Charles Plumb, era piloto no Vietnã e foi derrubado, não é mesmo?

— Sim, como sabe?, perguntou Plumb.

— Era eu quem dobrava o seu pára-quedas. Parece que funcionou bem, não é verdade?"

Plumb quase se afogou de surpresa e com muita gratidão respondeu:

— Claro que funcionou, caso contrário eu não estaria aqui hoje."

Ao ficar sozinho naquela noite, Plumb não conseguia dormir, pensando e perguntando-se:

Quantas vezes vi esse homem no porta-aviões e nunca lhe disse Bom Dia? Eu era um piloto arrogante e ele um simples marinheiro.

Pensou também nas horas que o marinheiro passou humildemente no barco enrolando os fios de seda de vários pára-quedas, tendo em suas mãos a vida de alguém que não conhecia.

Agora, Plumb inicia suas palestras perguntando à sua platéia:

— Quem dobrou seu pára-quedas hoje?

Todos temos alguém cujo trabalho é importante para que possamos seguir adiante. Precisamos de muitos pára-quedas durante o dia: um físico, um emocional, um mental e até um espiritual.

Às vezes, nos desafios que a vida nos apresenta diariamente, perdemos de vista o que é verdadeiramente importante e as pessoas que nos salvam no momento oportuno sem que lhes tenhamos pedido.

Deixamos de saudar, de agradecer, de felicitar alguém, ou ainda simplesmente de dizer algo amável.

Que tal a partir de hoje procurarmos dar conta de quem prepara nosso pára-quedas de cada dia e agradecer-lhe???

Mesmo que não tenhamos as melhores palavras, algo de importante a dizer, é conveniente, salutar e primordial, ao menos dizermos BOM DIA, Obrigado por este sorriso, Obrigado por este café, por este momento.... etc etc etc...

Com certeza, se todos nós, a cada momento, nos preocuparmos com os pára-quedas dos próximos, TODOS lucraremos. Todos precisamos uns dos outros...

Às vezes as coisas mais importantes da vida dependem apenas de ações simples. Só um telefonema, um sorriso, um agradecimento, um singelo OBRIGADO.

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A Casa da Sogra

Era uma vez, uma jovem chamada Lin, que se casou e foi viver com o marido na casa da sogra. Depois de algum tempo, começou a ver que não se adaptava à sogra. Os temperamentos eram muito diferentes e Lin cada vez se irritava mais com os hábitos e costumes da sogra, que criticava cada vez com mais insistência.

Com o passar dos meses, as coisas foram piorando, a ponto de a vida se tornar insuportável. No entanto, segundo as tradições antigas da China, a nora tem que estar sempre ao serviço da sogra e obedecer-lhe em tudo. Mas Lin, não suportando por mais tempo a idéia de viver com a sogra, tomou a decisão de ir consultar um Mestre, velho amigo do seu pai.

Depois de ouvir a jovem, o Mestre Huang pegou num ramalhete de ervas medicinais e disse-lhe:

— Para te livrares da tua sogra, não as deves usar de uma só vez, pois isso poderia causar suspeitas. Vais misturá-las com a comida, pouco a pouco, dia após dia, e assim ela vai-se envenenando lentamente. Mas, para teres a certeza de que, quando ela morrer, ninguém suspeitará de ti, deverás ter muito cuidado em tratá-la sempre com muita amizade. Não discutas e ajuda-a a resolver os seus problemas.

Lin respondeu:

— Obrigado, Mestre Huang, farei tudo o que me recomenda

Lin ficou muito contente e voltou entusiasmada com o projeto de assassinar a sogra. Durante várias semanas, Lin serviu, dia sim dia não, uma refeição preparada especialmente para a sogra. E tinha sempre presente a recomendação de Mestre Huang para evitar suspeitas: controlava o temperamento, obedecia à sogra em tudo e tratava-a como se fosse a sua mãe, controlava bem o seu temperamento e quase nunca se aborrecia. Durante estes meses, não teve uma única discussão com a sogra, que também se mostrava muito mais amável e mais fácil de tratar com ela. As atitudes da sogra também mudaram e ambas passaram a tratar-se como mãe e filha.

Certo dia, Lin foi procurar o Mestre Huang, para lhe pedir ajuda e disse-lhe:

— Mestre, por favor, ajude-me a evitar que o veneno venha a matar a minha sogra. É que ela transformou-se numa mulher agradável e gosto dela como se fosse a minha mãe. Não quero que ela morra por causa do veneno que lhe dou.

Mestre Huang sorriu e abanou a cabeça:

— Lin, não te preocupes. A tua sogra não mudou. Quem mudou foste tu. As ervas, que te dei, são vitaminas para melhorar a saúde. O veneno estava nas suas atitudes, mas foi sendo substituído pelo amor e carinho que lhe começaste a dedicar.

Na China, há um provérbio que diz: A pessoa que ama os outros também será amada

Os árabes têm outro que diz: O nosso inimigo não é aquele que nos odeia, mas aquele que nós odiamos

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A Vida

Mário Lago

Não é a vida que eu queria
nem o mundo o que sonhei
Vida de paz e alegria
num mundo de uma só lei.
Mas me ensinaram, e guardei,
que após um dia há outro dia.
E rindo como poeta,
que riso é minha saúde,
fiz da alegria uma meta,
fiz da esperança virtude."

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Tempo que foge!

Ricardo Godim

Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para frente do que já vivi até agora.

Sinto-me como aquele menino que ganhou uma bacia de jabuticabas.

As primeiras, ele chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço.

Já não tenho tempo para lidar com mediocridades.

Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflados.

Não tolero gabolices.

Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte.

Já não tenho tempo para projetos megalomaníacos.

Não participarei de conferências que estabelecem prazos fixos para reverter a miséria do mundo.

Não vou mais a workshops onde se ensina como converter milhões usando uma fórmula de poucos pontos. Não quero que me convidem para eventos de um fim-de-semana com a proposta de abalar o milênio.

Já não tenho tempo para reuniões intermináveis para discutir estatutos, normas, procedimentos parlamentares e regimentos internos.

Não gosto de assembléias ordinárias em que as organizações procuram se proteger e perpetuar através de infindáveis detalhes organizacionais.

Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que apesar da idade cronológica, são imaturos.

Não quero ver os ponteiros do relógio avançando em reuniões de "confrontação", onde "tiramos fatos a limpo".

Detesto fazer acareação de desafetos que brigaram pelo majestoso cargo de secretário do coral.

Já não tenho tempo para debater vírgulas, detalhes gramaticais sutis, ou sobre as diferentes traduções da Bíblia. Não quero ficar explicando porque gosto da Nova Versão Internacional das Escrituras, só porque há um grupo que a considera herética.

Minha resposta será curta e delicada:

— Gosto, e ponto final!

Lembrei-me agora de Mário de Andrade que afirmou: "As pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos".

Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos.

Já não tenho tempo para ficar explicando aos medianos se estou ou não perdendo a fé porque admiro a poesia do Chico Buarque e do

Vinicius de Moraes; a voz da Maria Bethânia; os livros de Machado de Assis, Thomas Mann, Ernest Hemingway e José Lins do Rego.

Sem muitas jabuticabas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana; que sabe rir de seus tropeços, que não se encanta com triunfos, não se considera eleita para a "última hora"; não foge de sua mortalidade, defende a dignidade dos marginalizados, e deseja andar humildemente com Deus.

Caminhar perto delas nunca será perda de tempo !!!

Desconheço a autoria

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A origem do Dia das Mães

A mais antiga comemoração dos dias das mães é mitológica. Na Grécia antiga, a entrada da primavera era festejada em honra de Rhea, a Mãe dos Deuses.

O próximo registro está no início do século XVII, quando a Inglaterra começou a dedicar o quarto domingo da Quaresma às mães das operárias inglesas. Nesse dia, as trabalhadoras tinham folga para ficar em casa com as mães. Era chamado de "Mothering Day", fato que deu origem ao "mothering cake", um bolo para as mães que tornaria o dia ainda mais festivo.

Nos Estados Unidos, as primeiras sugestões em prol da criação de uma data para a celebração das mães foi dada em 1872 pela escritora Júlia Ward Howe, autora de "O Hino de Batalha da República".

Mas foi outra americana, Ana Jarvis, no Estado da Virgínia Ocidental, que iniciou a campanha para instituir o Dia das Mães. Em 1905 Ana, filha de pastores, perdeu sua mãe e entrou em grande depressão. Preocupadas com aquele sofrimento, algumas amigas tiveram a idéia de perpetuar a memória de sua mãe com uma festa. Ana quis que a festa fosse estendida a todas as mães, vivas ou mortas, com um dia em que todas as crianças se lembrassem e homenageassem suas mães. A idéia era fortalecer os laços familiares e o respeito pelos pais.

Durante três anos seguidos, Anna lutou para que fosse criado o Dia das Mães. A primeira celebração oficial aconteceu somente em 26 de abril de 1910, quando o governador de Virgínia Ocidental, William E. Glasscock, incorporou o Dia das Mães ao calendário de datas comemorativas daquele estado. Rapidamente, outros estados norte-americanos aderiram à comemoração.

Finalmente, em 1914, o então presidente dos Estados Unidos, Woodrow Wilson (1913-1921), unificou a celebração em todos os estados, estabelecendo que o Dia Nacional das Mães deveria ser comemorado sempre no segundo domingo de maio. A sugestão foi da própria Anna Jarvis. Em breve tempo, mais de 40 países adotaram a data.

"Não criei o dia das mães para ter lucro"

O sonho foi realizado, mas, ironicamente, o Dia das Mães se tornou uma data triste para Anna Jarvis. A popularidade do feriado fez com que a data se tornasse uma dia lucrativo para os comerciantes, principalmente para os que vendiam cravos brancos, flor que simboliza a maternidade. "Não criei o dia as mães para ter lucro", disse furiosa a um repórter, em 1923. Nesta mesmo ano, ela entrou com um processo para cancelar o Dia das Mães, sem sucesso.

Anna passou praticamente toda a vida lutando para que as pessoas reconhecessem a importância das mães. Na maioria das ocasiões, utilizava o próprio dinheiro para levar a causa a diante. Dizia que as pessoas não agradecem freqüentemente o amor que recebem de suas mães. "O amor de uma mãe é diariamente novo", afirmou certa vez. Anna morreu em 1948, aos 84 anos. Recebeu cartões comemorativos vindos do mundo todos, por anos seguidos, mas nunca chegou a ser mãe.

Cravos: símbolo da maternidade

Durante a primeira missa das mães, Anna enviou 500 cravos brancos, escolhidos por ela, para a igreja de Grafton. Em um telegrama para a congregação, ela declarou que todos deveriam receber a flor. As mães, em memória do dia, deveriam ganhar dois cravos. Para Anna, a brancura do cravo simbolizava pureza, fidelidade, amor, caridade e beleza. Durante os anos, Anna enviou mais de 10 mil cravos para a igreja, com o mesmo propósito. Os cravos passaram, posteriormente, a ser comercializados.

No Brasil

O primeiro Dia das Mães brasileiro foi promovido pela Associação Cristã de Moços de Porto Alegre, no dia 12 de maio de 1918. Em 1932, o então presidente Getúlio Vargas oficializou a data no segundo domingo de maio. Em 1947, Dom Jaime de Barros Câmara, Cardeal-Arcebispo do Rio de Janeiro, determinou que essa data fizesse parte também no calendário oficial da Igreja Católica.

Texto compilado das seguintes fontes

—- Fonte: http://www.portaldafamilia.org/artigos/texto026.shtml

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Desejo

Victor Hugo

Desejo primeiro, que você ame, e que amando, também seja amado. E que, se não for, seja breve em esquecer e esquecendo não guarde mágoa. Desejo pois, que não seja assim, mas se for, saiba ser sem desesperar.

Desejo também que tenha amigos, que, mesmo maus e inconseqüentes, sejam corajosos e fiéis, e que em pelo menos um deles você possa confiar sem duvidar. E porque a vida é assim, desejo ainda que você tenha inimigos; nem muitos, nem poucos, mas na medida exata para que, algumas vezes, você se interpele a respeito de suas próprias certezas. E que entre eles, haja pelo menos um que seja justo, para que você não se sinta demasiado seguro.

Desejo depois que você seja útil, mas não insubstituível. E que nos maus momentos, quando não restar mais nada, essa utilidade seja suficiente para manter você de pé.

Desejo ainda que você seja tolerante; não com os que erram pouco, porque isso é fácil, mas com os que erram muito e irremediavelmente, e que fazendo bom uso dessa tolerância, você sirva de exemplo aos outros.

Desejo que você, sendo jovem, não amadureça depressa demais, e que sendo maduro, não insista em rejuvenescer e que sendo velho não se dedique ao desespero. Porque cada idade tem o seu prazer e a sua dor e é preciso deixar que elas escorram por entre nós.

Desejo por sinal que você seja triste; não o ano todo, mas apenas um dia. Mas que nesse dia descubra que o riso diário é bom; o riso habitual é insosso e o riso constante é insano.

Desejo que você descubra, com o máximo de urgência, acima e a despeito de tudo, que existem oprimidos, injustiçados e infelizes, e que estão à sua volta.

Desejo ainda que você afague um gato, alimente um cuco e ouça o João-de-Barro erguer triunfante o seu canto matinal; porque assim, você se sentirá bem por nada.

Desejo também que você plante uma semente, por mais minúscula que seja, e acompanhe o seu crescimento, para que você saiba de quantas muitas vidas é feita uma árvore.

Desejo outrossim, que você tenha dinheiro, porque é preciso ser prático. E que pelo menos uma vez por ano, coloque um pouco dele na sua frente e diga "Isso é meu". Só para que fique bem claro quem é o dono de quem.

Desejo também que nenhum dos seus afetos morra, por ele e por você, mas que se morrer, você possa chorar sem se lamentar e sofrer sem se culpar.

Desejo por fim que você sendo um homem, tenha uma boa mulher, e que sendo uma mulher, tenha um bom homem e que se amem hoje, amanhã e no dia seguinte, e, quando estiverem exaustos e sorridentes, ainda haja amor para recomeçar.

E se tudo isso acontecer, não tenho nada mais a desejar-lhe.

M a r t h a
martha carrer cruz gabriel
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A Água da Paz

Autor desconhecido

Em torno da mediunidade, improvisam-se, ao redor do Chico Xavier, acesas discussões. É, não é. Viu, não viu. E ele sofria, por vezes, longas irritações, a fim de explicar sem ser compreendido. Por isso, à hora da prece, achava-se quase sempre, desanimado e aflito.

Certa feita, o Espírito de Dona Maria João de Deus compareceu e aconselhou-lhe:

— Meu filho, para curar essas inquietações você deve usar a Água da Paz.

O médium Chico Xavier, satisfeito, procurou o medicamento em todas as farmácias de Pedro Leopoldo. Não o encontrou. Recorreu a Belo Horizonte. Nada. Ao fim de duas semanas, comunicou à Dona Maria João de Deus o fracasso da busca.

Ela sorriu e informou:

— Não precisa viajar em semelhante procura. Você poderá obter o remédio em casa mesmo. A Água da Paz pode ser a água do pote. Quando alguém lhe trouxer provocações com a palavra, beba um pouco de água pura e conserve-a na boca. Não a lance fora, nem a engula. Enquanto perdurar a tentação de responder, guarde a água da paz, banhando a língua.

O médium baixou então, os olhos, desapontado. Compreendera que a mãezinha lhe chamava o espírito à lição da humildade e do silêncio.

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Trios Importantes

Chico Xavier

Três verbos importantes existem que, bem conjugados, serão lâmpadas luminosas em nosso caminho: aprender, servir, e cooperar.

Três atitudes exigem muita atenção: analisar, reprovar, e reclamar.

De três normas de conduta jamais nos arrependeremos:

Três diretrizes manter-nos-ão invariavelmente em rumo certo:

Três posições devemos evitar sempre: maldizer, condenar, e destruir.

Possuímos três valores que, depois de perdidos, jamais serão recuperados: A hora que passa; A oportunidade de elevação e; A palavra falada.

Três programas sublimes se desdobram a nossa frente, revelando-nos a Glória da Vida Superior: amor, humildade, e bom ânimo.

Para que possamos efetivamente evoluir, devemos seguir sempre as três abençoadas regras de salvação:

E lembrar que jamais devemos culpar alguém por aquilo que nos acontece, pois nós somos os responsáveis diretos por tudo de bom ou de mal que surgir em nosso caminho... sempre!

M a r t h a
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Amadurecimento

Mario Quintana

Aprenda a gostar de você, a cuidar de você e, principalmente, a gostar de quem também gosta de você.

A idade vai chegando e, com o passar do tempo, nossas prioridades na vida vão mudando - a vida profissional, a monografia de final de curso, as contas a pagar. Mas uma coisa parece estar sempre presente - a busca pela felicidade com o amor da sua vida.

Desde pequenas ficamos nos perguntando "quando será que vai chegar?" E a cada nova paquera, vez ou outra nos pegamos na dúvida "será que é ele?". Como diz o meu pai: "nessa idade tudo é definitivo", pelo menos a gente achava que era. Cada namorado era o novo homem da sua vida. Faziam planos, escolhiam o nome dos filhos, o lugar da lua-de-mel e, de repente... PLAFT! Como num passe de mágica ele desaparecia, fazendo criar mais expectativa a respeito "do próximo".

Você percebe que cair na guerra quando se termina um namoro é muito natural, mas que já não dura mais de três meses. Agora, você procura melhor e começa a ser mais seletiva. Procura um cara formado, trabalhador, bem resolvido, inteligente, com aquele papo que a deixa sentada no bar o resto da noite.

Você procura por alguém que cuide de você quando está doente, que não reclame em trocar aquele churrasco dos amigos pelo aniversário da sua avó, que jogue "imagem e ação" e se divirta como uma criança, que sorria de felicidade quando te olha, mesmo quando está de short, camiseta e chinelo.

A liberdade, ficar sem compromisso, sair sem dar satisfação já não tem o mesmo valor que tinha antes. A gente inventa um monte de desculpas esfarrapadas mas continuamos com a procura incessante por uma pessoa legal, que nos complete e vice-versa.

Enquanto tivermos maquiagem e perfume, vamos à luta. E haja dinheiro para manter a presença em todos os eventos da cidade: churrasco, festinhas, boates na quinta-feira. Sem falar na diversidade que vai do Forró ao Beatles. Mas o melhor dessa parte é se divertir com as amigas, rir até doer a barriga, fazer aqueles passinhos bregas de antigamente e curtir o som. Olhar para o teto, cantar bem alto aquela música que você adora.

Com o tempo, você vai percebendo que para ser feliz com uma outra pessoa, você precisa, em primeiro lugar, não precisar dela. Percebe também que aquele cara que você ama (ou acha que ama), e que não quer nada com você, definitivamente não é o homem da sua vida.

Você aprende a gostar de você, a cuidar de você e, principalmente, a gostar de quem também gosta de você. O segredo é não correr atrás das borboletas - é cuidar do jardim para que elas venham até você.

No final das contas, você vai achar não quem você estava procurando, mas quem estava procurando por você!

M a r t h a
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Introversão

Anthea Church

Tenha domínio sobre o tempo de forma que ele lhe ofereça seus minúsculos espaços.

Recolher-se da ação oito, dez vezes por dia é o meio de evitar a exaustão. É também o método de absorver novidade porque você muda depois de uma pausa, mesmo que a atividade à sua frente seja a mesma.

Uma vez que o hábito de recolher-se tenha sido suficientemente praticado, ele torna-se um poder. Não apenas mais um gesto de autopreservação, mas um meio de fazer com que as vidas de todos os que estão em contato com você progridam.

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A Bomba D'água

Autor desconhecido

Um homem estava perdido no deserto, prestes a morrer de sede.

Eis que ele chegou a uma cabana velha, desmoronando, sem janelas, sem teto. Andou por ali e encontrou uma pequena sombra onde se acomodou fugindo do calor do sol desértico.

Olhando ao redor, viu uma velha bomba de água, bem enferrujada. Ele se arrastou até a bomba, agarrou a manivela e começou a bombear, a bombear, a bombear sem parar.

Nada aconteceu. Desapontado, caiu prostrado, para trás. Notou que ao seu lado havia uma velha garrafa. Olhou-a, limpou-a removendo a sujeira e o pó, e leu um recado que dizia:

"Meu Amigo, você precisa primeiro preparar a bomba derramando sobre ela toda água desta garrafa. Depois faça o favor de encher a garrafa outra vez antes de partir, para o próximo viajante."

O homem arrancou a rolha da garrafa e, de fato, lá estava a água. A garrafa estava quase cheia de água!

De repente, ele se viu num dilema. Se bebesse aquela água, poderia sobreviver. Mas se despejasse toda aquela água na velha bomba enferrujada, e ela não funcionasse morreria de sede.

Que fazer? Despejar a água na velha bomba e esperar vir a ter água fresca, fria, ou beber a água da velha garrafa e desprezar a mensagem? Com relutância, o homem despejou toda a água na bomba. Em seguida, agarrou a manivela e começou a bombear e a bomba pôs-se a ranger e chiar sem fim. E nada aconteceu!

E a bomba foi rangendo e chiando. Então, surgiu um fiozinho de água, depois, um pequeno fluxo e finalmente, a água jorrou com abundância! Para alívio do homem a bomba velha fez jorrar água fresca, cristalina. Ele encheu a garrafa e bebeu dela ansiosamente. Encheu-a outra vez e tornou a beber seu conteúdo refrescante.

Em seguida, voltou a encher a garrafa para o próximo viajante. Encheu-a até o gargalo, arrolhou-a e acrescentou uma pequena nota:

"Creia-me, funciona. Você precisa dar toda a água antes de poder obtê-la de volta."

M a r t h a
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As Abóboras

Era uma vez um cocheiro que dirigia uma carroça cheia de abóboras. A cada solavanco da carroça, ele olhava para trás e via que as abóboras estavam todas desarrumadas. Então ele parava, descia e colocava-as novamente no lugar. Mal reiniciava sua viagem, lá vinha outro solavanco, e tudo se desarrumava de novo. Então ele começou a ficar desanimado e pensou: "Jamais vou conseguir terminar minha viagem! É impossível dirigir nesta estrada de terra, conservando as abóboras arrumadas!".

Quando estava assim pensando, passou à sua frente outra carroça cheia de abóboras, e ele observou que o cocheiro seguia em frente e nem olhava para trás: as abóboras que estavam desarrumadas organizavam-se sozinhas no próximo solavanco. Foi quando ele compreendeu que, se colocasse a carroça em movimento na direção do local onde queria chegar, os próprios solavancos da carroça fariam com que as abóboras se acomodassem em seus devidos lugares.

Assim também é a nossa vida: quando paramos demais para olhar os problemas, perdemos tempo e nos distanciamos das nossas metas.

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Sócrates e a fofoca

Na Grécia antiga, Sócrates era um mestre reconhecido por sua sabedoria. Certo dia, o grande filósofo se encontrou com um conhecido que lhe disse:

— Sócrates, sabe o que acabo de ouvir sobre um de seus alunos?

— Um momento, respondeu Sócrates. Antes de me dizer, gostaria que você passasse por um pequeno teste. Chama-se "Teste dos 3 filtros".

— Três filtros?

— Sim, continuou Sócrates. Antes de me contar o que quer que seja sobre meu aluno, é bom pensar um pouco e filtrar o que vais me dizer. O primeiro filtro é o da Verdade. Estás completamente seguro de que o que me vai dizer é verdade?

— Bem... Acabo de saber...

— Então, sem saber se é verdade, ainda assim quer me contar? Vamos ao segundo filtro, que é o da Bondade. Quer me contar algo de bom sobre meu aluno?

— Não, pelo contrário.

— Então, interrompeu Sócrates, queres me contar algo de ruim sobre ele, que não sabes se é verdade! Ora veja! Ainda podes passar no teste, pois ainda resta o terceiro filtro, que é o da Utilidade. O que queres me contar vai ser útil para mim?

— Acho que não muito.

— Portanto, concluiu Sócrates, se o que você quer me contar pode não ser verdade, não ser bom e pode não ser útil, então para que contar?

Este episódio demonstra a grandeza de Sócrates e porque era tão estimado.

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Conceitos e atitudes

"As pessoas têm que pegar o que mais gostam de fazer e transformar aquilo em profissão, porque é a única forma de você passar 12, 14 horas por dia fazendo algo que gosta e ainda ser pago por isso." (Adriano Silva - diretor de Redação da revista Superinteressante)

"Realizado é um cara acomodado. Hoje eu trabalho menos, mas não penso menos." (Aleksandar Mandic - presidente da Mandic)

"Se eu acho que estou ganhando menos do que eu valho, tenho que ficar atento para que alguém reconheça que eu valho mais, e se ninguém reconhecer, tem duas hipóteses: ou eu não valho ou não soube me fazer valer. É simples." (Alencar Burti - presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae-SP)

"Politicagem não segura cargo de ninguém. Tem de trabalhar, aprender, para ser considerado pelo esforço, pela dedicação." (Ângelo Salton Neto - presidente da Vinhos Salton)

"Se não fico por alguma coisa, vou-me embora por qualquer coisa." (Anita Roddick - proprietária da The Body Shop)

"É a competitividade de fazer uma coisa que te deixa feliz, e não a competitividade pelo sucesso, porque o sucesso é efêmero." (Carlos Alberto Júlio - presidente da HSM do Brasil)

"Se você trabalha, você consegue. Se você é reconhecido, você faz mais e melhor." (Carlos Ienne - presidente da FedEx)

"Conforme fui evoluindo na carreira profissional e assumindo posições de liderança, aprendi a importância de saber me comunicar e ouvir o que os outros têm a dizer." (Chu Tung - presidente da EDS no Brasil)

"O caminho de menos risco é o da omissão, mas também é o caminho de menos sentido de realização. Esse caminho te faz pagar um preço maior ainda, pela frustração que você sente." (Claudia Costin - secretária da Cultura do Estado de São Paulo)

"Trabalhar com pessoas que você gosta é completamente diferente. Dá mais energia, mais prazer. Com amizade, amor e carinho sempre funciona melhor." (Dr. Edson de Godoy Bueno - fundador e presidente do Grupo Amil)

"As posições mais valorizadas nas companhias são aquelas que sabem entender o que oferecer como valor na ponta final, para o cliente." (Eduardo Aziz Nader - empreendedor do Mercado Eletrônico)

"Eu nunca quero mudar nada, apenas melhorar, porque mudança implica destruir alguma coisa para fazer outra nova." (Elcio Anibal de Lucca - presidente da Serasa)

"Tenham um plano e trabalhem nele, que os resultados serão surpreendentes." (Fábio Mestriner - presidente da Associação Brasileira de Embalagem)

"A rotina da vida é traiçoeira; estamos cercados por problemas, metas, prazos. Vivemos em uma rotina que nos cega. Se você bobear, a rotina acaba com você." (Fernando Vasconcelos Heiderich - presidente da Schering-Plough Coopers)

"O sucesso é conquistado quando você trabalha e procura fazer as coisas certas - nunca acreditei ser necessário levar uma equipe comigo." (Flávio Ferraris - presidente da Iveco Latin América)

"Quando eu ganho um prêmio ou um troféu não é só um reconhecimento do meu trabalho, mas também de toda a minha equipe, que se esforçou junto. O erro eu assumo... mas o sucesso é compartilhado." (Guilherme Paulus, presidente e fundador da CVC)

"Eu acredito que a frustração aparece quando você separa a realidade da percepção, ou seja, se você tem uma percepção muito diferente da realidade você está mais propenso a sofrer uma decepção." (Hélio Magalhães - presidente da American Express)

"Não importa o que você está fazendo, o que importa é aprender com os experientes. O fato de você estar próximo de bons profissionais te dá bagagem e te faz decidir o que você quer e o que você não quer fazer." (Jorge Aguirre - presidente da Internacional Restaurantes do Brasil)

"Você tem que aprender a gostar do que está fazendo. Eu aprendi a conviver com minha realidade e a ser feliz dentro dela." (Luiz Carlos Campos - presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos)

"Não existe uma pessoa sozinha no topo. O sucesso deve ser compartilhado." (Luis Carlos Cornetta - diretor-geral da Motorola do Brasil)

"Você não pode escolher trabalho, tem que entrar de peito aberto e mostrar que seu chefe pode confiar em você. Porque quando você virar chefe, vai perceber o quão importantes são as pessoas que trabalham com você." (Luiz Fernando Gomes - presidente da KHS)

"Não importa a idade da pessoa, o que importa é a velhice das idéias dela." (Luiz Francisco de Assis Salgado - diretor-regional do Senac em São Paulo)

"É claro que um bom currículo é excelente, e se ele vier acompanhado de uma pessoa com iniciativa, melhor ainda." (Marcos Antônio De Marchi - vice-presidente da Rhodia Poliamida América do Sul)

"Eu fui muito humilde ao admitir as minhas incompetências, a minha falta de conhecimento no início. Decidi me atualizar, estudar, ou seja, fui me reinventar. Devo ao esforço e à humildade o meu sucesso." (Maria Regina Yazbek - presidente da Movicarga)

"Nosso futuro pertence aos outros muito mais do que imaginamos." (Marília Rocca - fundadora e diretora-geral do Instituto Empreender Endeavor no Brasil)

"Eu não acho que o funcionário que fica aqui até às 10 horas da noite está com excesso de trabalho, eu acho que ele está desorganizado. O que me importa é se as pessoas estão fazendo seu trabalho, e ficar na empresa não significa que alguém esteja trabalhando." (Mário Grieco - presidente da Bristol-Myers Squibb)

"Para ser realmente bom, o requisito número um é ser curioso." (Maurício Queiroz - presidente da White Propaganda)

"Numa entrevista de emprego, se você for sincero e íntegro em suas respostas e mesmo assim não for contratado, isso não significa que alguém como você não serve para aquela empresa. Significa que aquela empresa não serve para alguém como você." (Max Gehringer - conferencista)

"Quando você tem qualidade de vida, você produz porque se realiza, não porque precisa receber algo em troca." (Michael Haradom - presidente da Fersol Indústria Química)

"Várias pessoas me perguntam porque comecei a me engajar nas questões sociais, mas eu sempre questiono como é possível se viver em um País com tantas carências sem se preocupar com isso." (Oded Grajew - presidente do Instituto Ethos de Responsabilidade Social)

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Mensagens subliminares

por Jan Hunt, Psicóloga diretora do "The Natural Child Project"*

Recém-nascido

Nós dizemos: "Você pode chorar o quanto quiser, não vou pegá-lo novamente!"

Nós pensamos: "Isso é de cortar o coração, mas não pode ser que os especialistas estejam errados."

A criança pensa: "Eles não me amam. Eles não se importam com meu sofrimento. Mamãe é perfeita, então deve haver algo errado comigo. Eu é que não mereço o amor de ninguém."

Vinte anos depois, nós dizemos: "Mas o quê foi que você viu no João? Como você deixa ele tratá-la desse jeito? Você não sabe que merece mais do que isso?"

Bebê

Nós dizemos: "Não vai mais mamar no peito - você já está muito grande para isso!"

Nós pensamos: "Eu gostaria de continuar, mas não agüento mais as críticas dos parentes"

A criança pensa: "Acabo de perder a coisa mais importante da minha vida: aquele aconchego e o alimento com que eu me sentia melhor. Devo ter feito alguma coisa ruim. Devo ser uma pessoa horrível."

Vinte anos depois, nós dizemos: "Porquê você bebe tanto?"

Aos 2 anos

Nós dizemos: "Você não pode mais dormir na nossa cama. Você não vai ficar sozinho. Veja, o ursinho fará companhia para você!"

Nós pensamos: "A vovó acha que não está certo você dormir na nossa cama. Eu não tenho certeza, mas é mais importante para nós agradá-la do que agradar você. De qualquer modo, o ursinho deixará você feliz."

A criança pensa: "Não é justo! Eles se aconchegam com uma pessoa de verdade. Eles não me conhecem direito. Eles não se importam com meus sentimentos. Bom, pelo menos eles me deram esse ursinho."

Vinte anos depois, nós dizemos: "Eu sei que você está chateada porque o João terminou com você, mas isso não é motivo para você se encher de dívidas com o cartão de crédito. Será que tudo isso que você compra vai fazer você se sentir melhor por ter sido abandonada? Quando foi que você se tornou tão materialista?"

Aos 4 anos

Nós dizemos: "Você já sabe que não devia bater em seu irmão! Vou lhe dar uma surra que jamais esquecerá!"

Nós pensamos: "Deve haver outro modo de resolver isso, mas era assim que meu pai fazia, então deve estar certo"

A criança pensa: "Eu estava tão bravo com meu irmão que bati nele. Meu pai ficou tão bravo de eu bater nele, que está batendo em mim. Acho que adulto pode bater, mas criança não. O quê eu posso fazer quando ficar bravo novamente? Bom, pelo menos vai chegar o dia em que eu também serei adulto"

Vinte anos depois, nós dizemos: "Briga de bar? Uma pessoa adulta não agride os outros só porquê está brava! Com quem você aprendeu a apelar para a violência?"

Aos 6 anos

Nós dizemos: "Bom, hoje é um grande dia para você. Não tenha medo, apenas faça tudo o que a professora mandar."

Nós pensamos: "Por favor não me faça ficar com vergonha de seu comportamento na escola!"

A criança pensa: "Mas estou com medo! Não estou preparada para passar tantas horas longe deles! Eles devem estar cansados de mim. Talvez se eu fizer tudo o que a professora mandar, eles gostem mais de mim e me deixem ficar em casa."

Vinte anos depois, nós dizemos: "O quê? Seus amigos a convenceram a experimentar drogas? Você não tem opinião própria?"

Aos 8 anos

Nós dizemos: "Sua professora disse que você não presta atenção às aulas. Como você vai aprender alguma coisa na vida?"

Nós pensamos: "Se meu filho não for nada na vida, vou me sentir um fracasso."

A criança pensa: "Não estou interessado no que a professora está dizendo, mas acho que é ela quem sabe. As coisas que me interessam não devem ser importantes."

Vinte anos depois, nós dizemos: "Você já está com 28 anos e ainda não sabe o quê quer fazer da vida? Você não se interessa por nada?"

Aos 10 anos

Nós dizemos: "Quebrou mais um prato? Ah, não faz mal, eu mesma lavo."

Nós pensamos: "Eu sei que eu deveria ter mais paciência, mas pelo menos assim os pratos ficam limpos"

A criança pensa: "Puxa, como sou desastrada. É melhor eu nunca mais tentar ajudar."

Vinte anos depois, nós dizemos: "Você quer o emprego mas não vai nem se candidatar? Você deveria ter mais fé em si mesma!"

Aos 12 anos

Nós dizemos: "Saia e vá brincar com seus amigos - você vai se divertir mais com eles do que passando o dia zanzando dentro de casa."

Nós pensamos: "Eu sei que eu deveria passar mais tempo com você, mas tenho tanto o que fazer. Ainda bem que há tantas crianças aqui por perto."

A criança pensa: "Gostaria de fazer alguma coisa com mamãe e papai, mas eles estão sempre muito ocupados. Acho que meus amigos gostam mais de mim do que eles."

Vinte anos depois, nós dizemos: "Você nunca liga para nós e não vem nos visitar. Você não se importa com nossos sentimentos?"

Aos 14 anos

Nós dizemos: "Por favor saia da sala, querido. Seu pai e eu temos que conversar uma coisa em particular. "

Nós pensamos: "Temos alguns segredos que preferimos que você não saiba."

A criança pensa: "Eu realmente não faço parte dessa família"

Vinte anos depois, nós dizemos: "Você está preso? Por quê não nos disse que estava tendo problemas? Você não sabe que não existem segredos dentro de uma família? Nós nos esforçamos tanto. Onde será que nós erramos? "

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Estimulando a Curiosidade

Stephen Kanitz

Durante a estada de Richard Feynman no Brasil um dos poucos ganhadores do Prêmio Nobel que o Brasil pôde conhecer de perto, os alunos pediram a ele que desse uma aula sobre nossos métodos de ensino na área da física. Feynman pegou cinco ou seis livros de física adotados pelo MEC naquela época e um mês depois disse que só daria aquela aula no último dia de sua permanência no país. No dia fatídico, dezenas de professores de física se reuniram para ouvir sua palestra. Essa história é contada por ele no livro Deve Ser Brincadeira, Sr. Feynman.

Começou assim a palestra: "Triboluminescência, diz no livro de vocês, é a propriedade que certas substâncias possuem de emitir luz sob atrito". E mostrou como nossos livros apresentavam a matéria pronta, incentivavam a decoreba, eram essencialmente chatos e confusos. Isso foi escrito há trinta anos, mas, pelas queixas dos alunos, nossos livros de física não melhoraram tanto quanto deveriam.

Segundo Feynman, um livro americano abordaria a questão de forma um pouco diferente. "Pegue um torrão de açúcar e coloque-o no congelador. Acorde às 3 da manhã, vá até a cozinha e abra o congelador. Amasse o torrão de açúcar com um alicate e você verá um clarão azul. Isso se chama triboluminescência."

Não sei se ficou clara a diferença que Feynman tentava demonstrar, nem sei se os livros didáticos americanos continuam os mesmos, mas basicamente nossos métodos de ensino apresentam muita informação e teoria em vez de despertar a curiosidade.

Criamos alunos tão bem informados que no Brasil inteligência virou sinônimo de erudição. Inteligente é quem sabe muito, quem repete as teorias e conclusões dos outros. Um dia ele poderá até ter opinião própria, mas será difícil se ninguém estimular sua curiosidade.

Sem dúvida, toda sociedade precisa de pessoas eruditas, aquelas que sabem os caminhos que já foram percorridos. Erudição não mostra necessariamente inteligência, mas demonstra que a pessoa tem boa memória.

No mundo moderno, em constante mutação, inteligência quer dizer outra coisa. Significa enxergar o que os outros (ainda) não vêem. Isso é próprio de pessoas criativas, pesquisadoras, curiosas, exploradoras, que encontram soluções para os novos problemas que temos de enfrentar.

O método de ensino eficaz, segundo Feynman, deveria formar indivíduos curiosos. O objetivo final de uma aula teria de ser formar futuros pesquisadores, e não decoradores da matéria. O que mais o espantou é que nosso ensino de física e química é muito superior ao americano, algo que todo brasileiro já sabe. Mesmo assim, notou Feynman, o Brasil produz menos físicos e químicos que os Estados Unidos.

A hipótese que ele levanta é o método de ensino. Damos muita teoria e informação, mas ensinamos pouco como usar as informações aprendidas. Por sua vez, os americanos sabem e aprendem muito menos teoria, mas devotam mais tempo aprendendo como usar a informação apresentada, sob todos os ângulos.

Suspeito que essa seja a razão de nosso péssimo desempenho nos testes internacionais administrados pelo Programa Internacional de Avaliação Estudantil (Pisa), em que o Brasil aparece nas últimas colocações, inclusive em física. Os testes do Pisa enfatizam mais o uso da informação do que a lembrança da informação em si, algo em que o aluno brasileiro se destaca.

O certo seria, talvez, escrever livros "didáticos" menos didáticos e mais motivadores, que estimulassem a curiosidade e fossem mais relacionados com a vida futura de nossos alunos. Alguns dos livros que avaliei mal estimulam o aluno a virar a página para o próximo tópico, muito menos poderiam seduzi-lo a se dedicar ao assunto o resto da vida.

Vamos fazer um simples teste entre 1 000 alunos e descobrir quantos jogaram fora seus livros didáticos após a formatura e quantos os guardaram como o primeiro volume de uma grande biblioteca sobre o assunto. Isso nos diria quais os livros didáticos que de fato estimularam nossa curiosidade, o objetivo principal do ensino moderno.

Stephen Kanitz é administrador por Harvard (www.kanitz.com.br)

Revista Veja, Editora Abril, edição 1826, ano 36, nº 43 de 29 de outubro de 2003,

Fonte: www.kanitz.com.br

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Mandamentos para manter a Qualidade de Vida

Os dez mandamentos de Nuno Cobra.

  1. Durma pelo menos oito horas e tente acordar sem despertador. "Ele é uma agressão ao organismo".
  2. Alimente-se em pequenas quantidades a cada três horas.
  3. Cheire a comida, pegue as folhas com as mãos e mastigue o mais devagar possível.
  4. Exerça alguma atividade física pelo menos três vezes por semana. Uma hora de caminhada pode ser praticada por qualquer pessoa, em qualquer lugar, e é suficiente para obter os benefícios do esporte.
  5. Evite ficar nervoso. Em situações de stress, experimente bocejar e espreguiçar.
  6. Dedique pelo menos quinze minutos do dia à meditação. Escolha um local silencioso, sente-se numa posição confortável e se esqueça da vida.
  7. Tome ao menos dois banhos frios por dia. Esse hábito é energizante.
  8. Nenhum tratamento irá funcionar se você não abandonar seus vícios, a começar pelo cigarro.
  9. Quando fizer exercícios físicos, concentre-se apenas neles. Não leia enquanto pedala na bicicleta nem ouça música enquanto corre.
  10. Preste atenção ao fluxo de ar que entra e sai de seu pulmão e procure respirar mais profundamente.
  11. Faça elogios com mais freqüência. Essa tática funciona como um ímã e faz com que todos queiram estar a seu lado.

Os cinco mandamentos de Alfredo Halpern, endocrinologista

  1. Não se culpe por ser gordo. Procure ajuda e emagreça.
  2. Fuja das fórmulas mágicas e das dietas milagrosas. O que vale é aprender a comer.
  3. Não há alimento proibido. O segredo é não exagerar em nada.
  4. É possível comer bem e ter um peso normal.
  5. Obesidade é uma doença e, às vezes, seu tratamento requer a intervenção de medicamentos. Mas lembre-se: eles precisam ser receitados por um médico.

Os cinco mandamentos de Fernanda Lima e Ari Stiel Radu, reumatologistas

  1. Não pratique exercícios em locais expostos à poluição, como avenidas movimentadas. Escolha horários com menos tráfego ou deixe para se exercitar em casa, numa esteira, por exemplo.
  2. A regularidade traz mais benefícios à saúde do que a intensidade da atividade física.
  3. Fique atento à postura. Se você não se cuidar, todo o esforço com atividades fisicas poderá ser em vão.
  4. Seja paciente com seu corpo. Em um mês, você não vai recupar o atraso de dez anos.
  5. Evite exercitar-se em horários de calor excessivo, para não sofrer desidratação.

Os cinco mandamentos de Mauricio Hirata, clínico geral

  1. Arrume um espaço na agenda para fazer ginástica, como o horário do almoço.
  2. Coma alimentos saudáveis. Se for o caso, leve a comida de casa.
  3. Ponha um comedouro para pássaros na janela de sua casa ou apartamento e observe os movimentos dos animais. "É excelente para relaxar".
  4. Não perca muito tempo de seu dia no trânsito. Se você mora longe do trabalho, mude-se para mais perto.
  5. Deixe a janela do quarto entreaberta se você tem dificuldade em acordar de manhã. A luz ajuda o cérebro a perceber que já é dia

Os cinco mandamentos de Tânia Rodrigues, nutricionista

  1. Acostume-se a beber mais água. Deixe um litro sobre a mesa de trabalho e outr o dentro do carro.
  2. Inclua pelo menos três frutas na alimentação diária. Elas garantem quantidades mínimas de vitaminas, fibras e minerais, que ajudam a prevenir diversos tipos de câncer.
  3. Não saia de casa sem se alimentar. Se sua refeição for apenas um cafezinho, pelo menos acrescente um pouco de leite à xícara.
  4. O jantar deve ser a refeição mais leve do dia. Se você tem mais fome à noite, faça um esforço e coma menos nesse horário. O corpo se acostumará e você terá mais apetite de manhã.
  5. Coma uma pequena porção de algum alimento rico em carboidrato trinta minutos antes das atividades físicas. Isso vai melhorar seu rendimento

Os cinco mandamentos de Hong Jin Pai, acupunturista

  1. Reclamar da vida só causa stress. Em vez de resmungar porque faz frio, vista um agasalho.
  2. Passamos a maior parte do dia no trabalho. Por isso, você precisa amar o que faz.
  3. Aproveite o trânsito para escutar alguma música que goste, estudar um idioma ou, se não estiver dirigindo, leia.
  4. Seja otimista. Lembre-se de que todas as crises são passageiras.
  5. A terceira idade deve ser a melhor fase da vida. Estude, exercite-se e leia. Ficar parado só acelera o envelhecimento.

Não deixe as oportunidades escaparem...

No filme "Perfume de Mulher", há uma cena inesquecível, em que um personagem cego, vivido por Al Pacino, tira uma moça para dançar e ela responde: "Não posso, porque meu noivo vai chegar em poucos minutos..."

Responde ele, "Mas em um momento se vive uma vida" e na seqüência a conduz num inesquecível tango./

Esta rápida cena vale o filme. E, rebatendo isso para nossas vidas temos:

Algumas pessoas vivem correndo atrás do tempo, mas parece que só alcançam quando morrem enfartados, ou algo assim.

Para outros, o tempo demora a passar; ficam ansiosos com o futuro e se esquecem de viver o presente, que é o único tempo que existe.

Tempo todo mundo tem, por igual. Ninguém tem mais nem menos que 24 horas por dia. A diferença é o que cada um faz do seu tempo.

— Precisamos saber aproveitar cada momento, porque, como disse John Lennon: "A vida é aquilo que acontece enquanto fazemos planos para o futuro".

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Vida - uma viagem de trem.

Autor desconhecido

Dia desses, li um livro que comparava a vida a uma viagem de trem. Uma comparação extremamente interessante, quando bem interpretada.

Interessante, porque nossa vida é como uma viagem de trem, cheia de embarques e desembarques, de pequenos acidentes pelo caminho, de surpresas agradáveis com alguns embarques e de tristezas com os desembarques...

Quando nascemos, ao embarcarmos nesse trem, encontramos duas pessoas que acreditamos, farão conosco a viagem até o fim: nossos pais. Não é verdade. Infelizmente, em alguma estação, eles desembarcam, deixando-nos órfãos de seus carinhos, proteção, amor e afeto. Mas isso não impede que, durante a viagem, embarquem pessoas interessantes que virão ser especiais para nós: nossos irmãos, amigos e amores.

Muitas pessoas tomam esse trem a passeio. Outras fazem a viagem experimentando somente tristezas. E no trem, há, também, outras que passam de vagão em vagão, prontas para ajudar quem precisa. Muitos descem e deixam saudades eternas. Outros tantos viajam no trem de tal forma que, quando desocupam seus assentos, ninguém sequer percebe.

Curioso é considerar que alguns passageiros que nos são tão caros acomodam-se em vagões diferentes do nosso. Isso nos obriga a fazer, essa viagem, separados deles. Mas isso não nos impede de, com grande dificuldade, atravessarmos nosso vagão e chegarmos até eles. O difícil é aceitarmos que não podemos sentar ao seu lado, pois outra pessoa estará ocupando esse lugar.

Essa viagem é assim: cheia de atropelos, sonhos, fantasias, esperas, embarques e desembarques. Sabemos que esse trem jamais volta. Façamos essa viagem da melhor maneira possível, tentando manter um bom relacionamento com todos, procurando em cada um o que tem de melhor, lembrando sempre que, em algum momento do trajeto poderão fraquejar e, provavelmente, precisaremos entender isso. Nós mesmos fraquejamos algumas vezes. E, certamente, alguém nos entenderá.

O grande mistério é que não sabemos em qual parada desceremos. E fico pensando: quando eu descer desse trem sentirei saudades ? Sim. Deixar meus filhos viajando sozinhos será muito triste. Separar-me dos amigos que nele fiz, do amor da minha vida, será para mim dolorido. Mas me agarro na esperança de que, em algum momento, estarei na estação principal e terei a emoção de vê-los chegar com sua bagagem, que não tinham quando embarcaram.

E o que me deixará feliz é saber que, de alguma forma, eu colaborei para que essa bagagem tenha crescido e se tornado valiosa. Agora, neste momento, o trem diminui sua velocidade para que embarquem e desembarquem pessoas. Minha expectativa aumenta, à medida que o trem vai diminuindo sua velocidade ...

Quem entrará ? Quem sairá ?

Eu gostaria que você pensasse no desembarque do trem, não só como a representação da morte, mas também, como o término de uma história, de algo que duas ou mais pessoas construíram e que, por um motivo ínfimo, deixaram desmoronar. Fico feliz em perceber que certas pessoas como nós, têm a capacidade de reconstruir para recomeçar. Isso é sinal de garra e luta, é saber viver, é tirar o melhor de ?todos os passageiros?.

Agradeço muito por você fazer parte da minha viagem e por mais que nossos assentos não estejam lado a lado, com certeza, o vagão é o mesmo.

Mensagem enviada por Aylzo A. L. Almeida

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Marcas de batom no banheiro......

Numa escola pública estava ocorrendo uma situação inusitada: uma turma de meninas de 12 anos que usava batom todos os dias removia o excesso beijando o espelho do banheiro.

O diretor andava bastante aborrecido, porque o zelador tinha um trabalho enorme para limpar o espelho ao final do dia. Mas, como sempre, na tarde seguinte, lá estavam as mesmas marcas de batom.

Chegou a chamar a atenção delas por quase 2 meses, e nada mudou, todos os dias acontecia a mesma coisa....

Um dia o diretor juntou o bando de meninas e o zelador no banheiro, explicou pacientemente que era muito complicado limpar o espelho com todas aquelas marcas que elas faziam.

Depois de uma hora falando,e elas com cara de deboche, o diretor pediu ao zelador "para demonstrar a dificuldade do trabalho".

O zelador imediatamente pegou um pano, molhou no vaso sanitário e passou no espelho.

Nunca mais apareceram marcas no espelho!

"Há professores e há educadores" !!!!

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Um pássaro na mão

Diz a lenda:

Há muitos e muitos anos, vivia num pequeno e longínquo país, um velho sábio. Tinha ele a fama de responder acertadamente a qualquer pergunta, sobre os mais variados assuntos. Com o correr do tempo, essa fama chegou até ao rei daquele país e este, enciumado com o prestígio do sábio junto ao povo, pois ele, o rei, era muito odiado, resolveu acabar com aquele estado de coisas.

Assim, arquitetou um plano para desmoralizar o sábio: iria apresentar-se um dia a ele, levando um pequeno pássaro vivo, escondido em uma das mãos, conservando ambas atrás das costas. Então, perguntaria a ele se o pássaro estaria vivo ou morto. Se ele dissesse .vivo., esmagaria o bichinho e ele morreria; se ele dissesse .morto., abriria a mão e o pássaro voaria. De qualquer maneira, ele não poderia acertar, ficando desmoralizado perante o povo.

Dessa forma, um dia, chegando à frente do ancião, o rei disse-lhe, em tom amistoso:

— Meu bom homem. O senhor é considerado como o maior sábio de meu reino, sabendo sempre as respostas certas para todas as perguntas a si dirigidas. Veja, ó sábio. Em uma das minhas mãos, atrás das costas, tenho um pequeno pássaro. Responda-me. Ele está vivo ou está morto ?..

Então o sábio, conhecendo bem o rei postado à sua frente, calmamente respondeu:

— Majestade, se o pássaro está vivo ou morto, depende única e exclusivamente de sua vontade..

Enviado por Aylzo A. L. Almeida

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Círculo dos 99

Era uma vez um Rei muito triste; que tinha um pajem, que como todo pajem de um Rei triste, era muito feliz. Todas as manhãs, o pajem chegava com o desjejum do seu Amo, sempre rindo e cantarolando alegres canções. O sorriso sempre desenhado em seu rosto, e a atitude para com a vida sempre serena e alegre. Um dia o Rei mandou chamá-lo:

— Pajem - disse o Rei - qual é o seu segredo?

— Qual segredo, Alteza?

— Qual o segredo da tua alegria?

— Não existe nenhum segredo, Majestade.

— Não minta, pajem...bem sabes que já mandei cortar muitas cabeças por ofensas menores do que a sua mentira!

— Mas não estou mentindo! Não guardo nenhum segredo.

— E por que estás sempre alegre e feliz?

— Majestade, eu não tenho razões para estar triste: muito me honra servir à Vossa Alteza, tenho minha esposa e meus filhos, e vivemos na casa que a Corte nos concedeu; somos vestidos e alimentados, e sempre recebo algumas moedas de prata para satisfazer alguns gostos... como não estar feliz?

— Se você não me disser agora mesmo qual é o seu segredo, mandarei decapitá-lo - disse o Rei. Ninguém pode ser feliz por essas razões que você me deu!

— Mas Majestade, não há nenhum segredo... Nada me satisfaria mais do que sanar a Vossa curiosidade, mas realmente não há nada que eu esteja escondendo.

— Vá embora daqui antes que eu chame os guardas.

O pajem sorriu, fez a habitual reverência e deixou o Rei em seus pensamentos. O Rei estava como louco. Não podia entender como o pajem poderia ser feliz vivendo em uma casa que não lhe pertencia, usando roupas de terceira mão e se alimentando dos restos dos cortesãos. Quando se acalmou mandou chamar o mais sábio de seus conselheiros, e lhe contou a conversa que tivera com o pajem pela manhã.

— Sábio, por que ele é feliz?

— Ah, Majestade! O que acontece é que ele está fora do Círculo...

— Fora do Círculo?

— Sim.

— E é isso o que faz dele uma pessoa feliz?

— Não, Majestade. Isso é o que não o faz infeliz...

— Vejamos se entendo: estar no Círculo sempre nos faz infelizes?

— Exato.

— E como ele saiu desse tal Círculo?

— Ele nunca entrou.

— Nunca entrou? Mas que Círculo é esse?

— É o Círculo dos 99...

— Realmente não entendo nada do que você me diz.

— A única maneira para que Vossa Alteza entenda seria mostrando pelos fatos.

— Como?

— Fazendo com que ele entre no Círculo.

— Isso! Então o obrigarei a entrar!

— Não, Alteza, ninguém pode ser obrigado a entrar...

— Então teremos que enganá-lo?

— Não será necessário... se lhe dermos a oportunidade, ele entrará por si mesmo.

— Por si mesmo? Mas ele não notará que isso acarretará sua infelicidade?

— Sim, mas mesmo assim entrará... Não poderá evitar!

— Me diz que ele saberá que isso será o passo para a infelicidade e que mesmo assim entrará?

— Sim. O senhor está disposto a perder um excelente pajem para compreender a estrutura do Círculo? -Sim.

— Então nesta noite passarei a buscar-lhe. Deves ter preparada uma bolsa de couro com 99 moedas de ouro. Mas devem ser exatas 99, nem uma a mais, nem uma a menos.

— O que mais? Devo levar escolta para proteger-nos?

— Nada mais do que a bolsa de couro, Majestade...

— Então vá. Nos vemos à noite.

Assim foi... Nessa noite o sábio buscou o Rei e juntos foram até os pátios do Palácio. Se esconderam próximo à casa do pajem, e lá aguardaram o primeiro sinal. Quando dentro da casa se acendeu a primeira vela, o sábio pegou a bolsa de couro e junto a ela atou um papel que dizia as seguintes palavras: "Este tesouro é teu. É o prêmio por ser um bom homem. Aproveite e não conte a ninguém como encontrou esta bolsa". Logo deixou a bolsa com o bilhete na porta da pajem. Golpeou uma vez e correu para esconder-se. Quando o pajem abriu a porta, o sábio e o Rei espiavam por entre as árvores para verem o que aconteceria. O pajem viu o embrulho à sua porta, olhou para os lados, leu o papel, agitou a bolsa e, ao escutar o som metálico, estremeceu dos pés à cabeça, apertou a bolsa contra o peito e rapidamente entrou em sua casa. O Rei e o sábio se aproximaram então da janela para presenciar a cena. O pajem havia despejado todo o conteúdo da bolsa sobre a mesa, deixando somente a vela para iluminar. Havia se sentado e seus olhos não podiam crer no que estavam vendo...Era uma montanha de moedas de ouro! Ele, que nunca havia tocado em uma dessas, de repente tinha um mote delas...Ele as tocava e amontoava, acariciava e fazia brilhar à luz da vela. Juntava e esparramava, fazendo pilhas... E assim, brincando, começou a fazer pilhas de 10 moedas. Uma, duas, três, 4, 5.... e enquanto isso somava 10, 20, 30, 40, 50... até que formou a última pilha... 99 moedas? Seu olhar percorreu a mesa primeiro, buscando uma moeda a mais, logo o chão e finalmente a bolsa. "Não pode ser" . pensou. Pôs a última pilha ao lado das outras 9 e notou que realmente esta era mais baixa.

— Me roubaram! Me roubaram . gritou. Uma vez mais procurou por todos os cantos, mas não encontrou o que achava estar faltando...Sobre a mesa, como que zombando dele, uma montanha resplandecia e lhe fazia lembrar que haviam SOMENTE 99 moedas."99 moedas... é muito dinheiro" . pensou.

— "Mas falta uma... Noventa e nove não é um número completo. 100 é, mas 99 não..."

O Rei e o sábio espiavam pela janela e viam que a cara do pajem já não era mais a mesma: ele estava com as sobrancelhas franzidas, a testa enrugada, os olhos pequenos e o olhar perdido... sua boca era uma enorme fenda, por onde apareciam os dentes que rangiam. O pajem guardou as moedas na bolsa, jogou o papel na lareira e olhando para todos os lados e constatar que ninguém havia presenciado a cena, escondeu a bolsa por entre a lenha. Pegou papel e pena e sentou-se a calcular. Quanto tempo teria que economizar para poder obter a moeda de número 100? O tempo todo o pajem falava em voz alta, sozinho...Estava disposto a trabalhar duro até conseguir. Depois, quem sabe, não precisaria mais trabalhar... com 100 moedas de ouro ninguém precisa trabalhar. Finalizou os cálculos. Se trabalhasse e economizasse seu salário e mais algum extra que recebesse, em 11 ou 12 anos conseguiria o necessário para comprar a última moeda." Mas 12 anos é tempo demais... Se eu pedisse à minha esposa que procurasse um emprego no vilarejo, e se eu mesmo trabalhasse à noite, em 7 anos conseguiríamos" - concluiu depois de refazer os cálculos.

"Mesmo sendo muito tempo, é isso o que teremos que fazer..."

O Rei e o sábio voltaram ao Palácio. Finalmente o pajem havia entrado para o Círculo dos 99!!! Durante os meses seguintes, o pajem seguiu seus planos conforme havia decidido naquela noite. Numa manhã, entrou nos aposentos reais com passos fortes, batendo nas portas, rangendo dentes e bufando com todo o mau humor típico dos últimos tempos...

— O que lhe acontece, pajem? - perguntou o Rei de bom grado.

— Nada, não acontece nada...

— Antigamente, não faz muito, você ria e cantava o tempo todo...

— Faço ou não o meu trabalho? O que Vossa Alteza esperava? Que além de pajem sou obrigado a estar sempre bem por que assim o deseja?

Não se passou muito e o Rei despediu o seu pajem, afinal, não era nada agradável para um Rei triste ter um pajem mau humorado o tempo todo...

Você, Eu e todos ao redor fomos educados nessa psicologia: sempre falta algo para estarmos completos, e somente completos podemos gozar do que temos. Portanto, nos ensinaram que a Felicidade deve esperar até estar completa com aquilo que falta. E como sempre falta algo, a idéia volta ao início e nunca se pode desfrutar plenamente da vida.

Mas, o que aconteceria se a Iluminação chegasse às nossas vidas e nos déssemos conta, assim, de repente, que nossas 99 moedas são os nossos 100%? Que nada nos faz falta? Que ninguém tomou aquilo que é nosso? Que não se é mais feliz por ter 100 e não 99 moedas? Que tudo é uma armadilha posta à nossa frente para que estejamos sempre cansados, mau humorados, desanimados, infelizes? Uma armadilha que nos faz empurrar cada vez mais e ainda assim tudo continue igual... eternamente iguais e insatisfeitos....

Quantas coisas mudariam se pudéssemos desfrutar de nosso tesouro tal como é! Se este é o seu problema, a solução para sua vida está em saber valorizar o que você tem ao seu redor, e não lamentar-se por aquilo que não tem ou que poderia ter...

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Não posso fazer essa despesa

Evan Hill

Há alguns anos, quando as vendas de automóveis caíram muito, um vendedor conhecido meu teve a sua renda drasticamente reduzida. Outros teriam continuado a manter o padrão de vida a que estavam acostumados, lançando mão de empréstimos. Mas aquele homem não se envergonhou de dizer: "Não posso fazer essa despesa." Ao filho e à filha adolescentes ele informou que não poderiam ir passar o verão onde tinham estado nos últimos quatro anos. Declarou que, em vez disso, a família passearia pelas montanhas, carregando às costas os víveres e os cobertores, pernoitando em abrigos modestos para excursionistas.

E, no inverno, pai e filho apreçaram o material necessário para a excursão, concluindo que era demasiado custoso, e passaram umas dez noites trabalhando em casa para fazerem eles próprios aquilo de que a família precisaria para a excursão. A mãe e a filha planejaram um cardápio em que entrou arroz, feijão, farinha de trigo e outros alimentos não deterioráveis e de pouco peso, em lugar dos enlatados de alto peso.

A família acabou divertindo-se só com a idéia de gastar o mínimo no passeio, partindo de que "não podiam fazer essa despesa."

Em anos subseqüentes a família tem tido meios para dar-se ao luxo de hospedar-se em colônias de veraneio, mas as crianças têm dado preferência àquele sistema de férias econômicas.

— Creio que a nossa família nunca esteve tão unida - comentou comigo o seu chefe, há pouco tempo - Aquele ano de maus negócios não nos ensinou apenas a poupar dinheiro. Fortaleceu-nos o caráter.

"Não podemos fazer essa despesa" é uma frase que deveria fazer parte da educação de todas as crianças. A que nunca ouviu tais palavras e jamais foi compelida a sujeitar-se ao que elas traduzem, foi sem dúvida uma criança defraudada pelos próprios pais.

Assim como o exercício fortalece o corpo, a frugalidade fortalece o espírito.

(Trecho extraído do exemplar de março de 1965, da Seleções do Reader's Digest)

Texto enviado por Aylzo A. L. Almeida

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Não posso fazer essa despesa - II

Evan Hill

O filho de um pequeno sitiante que conheci, muitas vezes se acabrunhava por não poder manter o padrão de vida de alguns de seus colegas de famílias abastadas. Certa noite ele ouviu em silêncio o pai de seu amigo predileto, diretor de uma companhia, aconselhando seu pai a que o mandasse passar as ferias de Natal esquiando na Suíça.

— O menino passará umas férias inesquecíveis - observou o diretor.

— Acredito - respondeu o pai do rapazinho - mas nós não podemos fazer essa despesa.

Seguiu-se um longo silêncio entre os dois homens e o jovem que ouvira o diálogo. Ate que o diretor estendeu subitamente a mão ao seu interlocutor, dizendo:

— Nem eu, meu caro amigo.

Mais tarde o filho do sitiante me contou que quase chorou de puro orgulho do pai.

— Naquele momento foi para mim como se ele tivesse três metros de altura - comentou - nunca mais em toda minha vida me constrangi por não dispor de dinheiro.

Daquela conversa, entendi que a lição que lhe dera o pai o tornara capaz de encarar a si mesmo e aos colegas com honestidade, sem recorrer a falsas aparências ...

(Trecho extraído de um artigo publicado na revista Seleções do Reader's Digest - maio de 1965)

Texto enviado por Aylzo A. L. Almeida

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Porque cães não vivem tanto quanto as pessoas?

Sou veterinário, e fui chamado para examinar um cão da raça Wolfhound Irlandês chamado Belker. Os proprietários do animal, Ron, sua esposa Lisa, e seu garotinho Shane, eram todos muito ligados a Belker e esperavam por um milagre.

Examinei Belker e descobri que ele estava morrendo de câncer. Eu disse à família que não haveria milagres no caso de Belker, e me ofereci para proceder a eutanásia para o velho cão em sua casa. Enquanto fazíamos os arranjos, Ron e Lisa me contaram que estavam pensando se não seria bom deixar que Shane, de quatro anos de idade, observasse o procedimento. Eles achavam que Shane poderia aprender algo da experiência.

No dia seguinte, eu senti o familiar "aperto na garganta" enquanto a família de Belker o rodeava. Shane, o menino, parecia tão calmo, acariciando o velho cão pela última vez, que eu imaginei se ele entendia o que estava se passando. Dentro de poucos minutos, Belker foi-se, pacificamente. O garotinho parecia aceitar a transição de Belker sem dificuldade ou confusão.

Nós nos sentamos juntos um pouco após a morte de Belker, pensando alto sobre o triste fato da vida dos animais serem mais curtas que as dos seres humanos. Shane, que tinha estado escutando silenciosamente, saltou, "Eu sei porque." Abismados, nós nos voltamos para ele. O que saiu de sua boca me assombrou. Eu nunca ouvira uma explicação mais reconfortante.

Ele disse:

— "As pessoas nascem para que possam aprender a ter uma boa vida, como amar todo mundo todo o tempo e ser bom, certo?"

o garoto de quatro anos continuou...

— Bem, cães já nascem sabendo como fazer isto, portanto não precisam ficar aqui por tanto tempo.

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Aula de Mestre

O professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Weber Figueiredo, deu uma última aula para seus ex-alunos. Diante de uma platéia de formandos, acompanhados de seus pais, o professor paraninfo da turma discursou sobre o Brasil.

Leia o que disse Weber Figueiredo:

"Ilustríssimos Colegas da Mesa, Senhor Presidente, meus queridos alunos, Senhoras e Senhores.

Para mim é um privilégio ter sido escolhido paraninfo desta turma.

Esta é como se fôra a última aula do curso. O último encontro, que já deixa saudades.

Um momento festivo, mas também de reflexão. Se eu fosse escolhido paraninfo de uma turma de direito, talvez eu falasse a importância do advogado que defende a justiça e não apenas o réu. Se eu fosse escolhido paraninfo de uma turma de medicina, talvez eu falasse da importância do médico que coloca o amor ao próximo acima dos seus lucros profissionais.

Mas, como sou paraninfo de uma turma de engenheiros, vou falar da importância do engenheiro para o desenvolvimento do Brasil.

Para começar, vamos falar de bananas e do doce de banana, que eu vou chamar de bananada especial, inventada (ou projetada) pela nossa vovozinha lá em casa, depois que várias receitas prontas não deram certo.

É isso mesmo. Para entendermos a importância do engenheiro vamos falar de bananas, bananadas e vovó.

A banana é um recurso natural, que não sofreu nenhuma transformação.

A bananada é = a banana + outros ingredientes + a energia térmica fornecida pelo fogão + o trabalho da vovó e + o conhecimento, ou tecnologia da vovó.

A bananada é um produto pronto, que eu vou chamar de riqueza.

E a vovó?

Bem a vovó é a dona do conhecimento, uma espécie de engenheira da culinária.

Agora, vamos supor que a banana e a bananada sejam vendidas.

Um quilo de banana custa um real.

Já um quilo da bananada custa cinco reais.

Por que essa diferença de preços?

Porque quando nós colhemos um cacho de bananas na bananeira, criamos apenas um emprego: o de colhedor de bananas.

Agora, quando a vovó, ou a indústria, faz a bananada, ela cria empregos na indústria do açúcar, da cana-de-açúcar, do gás cozinha, na indústria de fogões, de panelas, de colheres e até na de embalagens, porque tudo isto é necessário para se fabricar a bananada.

Resumindo, 1kg de bananada é mais caro do que 1kg de banana porque a bananada é igual banana mais tecnologia agregada, e a sua fabricação criou mais empregos do que simplesmente colher o cacho de bananas da bananeira.

Agora vamos falar de outro exemplo que acontece no dia-a-dia no comércio mundial de mercadorias.

Em média: 1kg de soja custa US$ 0,10 (dez centavos de dólar), 1kg de automóvel custa US$ 10, isto é, 100 vezes mais, 1kg de aparelho eletrônico custa US$ 100, 1kg de avião custa US$1.000 (10mil quilos de soja) e 1kg de satélite custa US$ 50.000.

Vejam, quanto mais tecnologia agregada tem um produto, maior é o seu preço, mais empregos foram gerados na sua fabricação.

Os países ricos sabem disso muito bem. Eles investem na pesquisa científica e tecnológica.

Por exemplo: eles nos vendem uma placa de computador que pesa 100g por US$ 250.

Para pagarmos esta plaquinha eletrônica, o Brasil precisa exportar 20 toneladas de minério de ferro.

A fabricação de placas de computador criou milhares de bons empregos lá no estrangeiro, enquanto que a extração do minério de ferro, cria pouquíssimos e péssimos empregos aqui no Brasil.

O Japão é pobre em recursos naturais, mas é um país rico.

O Brasil é rico em energia e recursos naturais, mas é um país pobre.

Os países ricos, são ricos materialmente porque eles produzem riqueza s.

Riqueza vem de rico. Pobreza vem de pobre.

País pobre é aquele que não consegue produzir riquezas para o seu povo.

Se conseguisse, não seria pobre, seria país rico.

Gostaria de deixar bem claro três coisas:

1º) quando me refiro à palavra riqueza, não estou me referindo a jóias nem a supérfluos. Estou me referindo àqueles bens necessários para que o ser humano viva com um mínimo de dignidade e conforto;

2º) não estou defendendo o consumismo materialista como uma forma de vida, muito pelo contrário;

3º) e acho abominável aqueles que colocam os valores das riquezas materiais acima dos valores da riqueza interior do ser humano.

Existem nações que são ricas, mas que agem de forma extremamente pobre e desumana em relação a outros povos.

Creio que agora posso falar do ponto principal. Para que o nosso Brasil torne-se um País rico, com o seu povo vivendo com dignidade, temos que produzir mais riquezas. Para tal, precisamos de conhecimento, ou tecnologia já que temos abundância de recursos naturais e energia. E quem desenvolve tecnologias são os cientistas e os engenheiros, como estes jovens que estão se formando hoje. Infelizmente, o Brasil é muito dependente da tecnologia externa. Quando fabricamos bens com alta tecnologia, fazemos apenas a parte final da produção.

Por exemplo: o Brasil produz 5 milhões de televisores por ano e nenhum brasileiro projeta televisor. O miolo da TV, do telefone celular e de todos os aparelhos eletrônicos, é todo importado.

Somos meros montadores de kits eletrônicos. Casos semelhantes também acontecem na indústria mecânica, de remédios e, incrível, até na de alimentos.

O Brasil entra com a mão-de- obra barata e os recursos naturais.

Os projetos, a tecnologia, o chamado pulo do gato, ficam no estrangeiro, com os verdadeiros donos do negócio.

Resta ao Brasil lidar com as chamadas caixas pretas.

É importante compreendermos que os donos dos projetos tecnológicos são os donos das decisões econômicas, são os donos do dinheiro, são os donos das riquezas do mundo.

Assim como as águas dos rios correm para o mar, as riquezas do mundo correm em direção aos países detentores das tecnologias avançadas.

A dependência científica e tecnológica acarretou para nós brasileiros a dependência econômica, política e cultural.

Não podemos admitir a continuação da situação esdrúxula, onde 70% do PIB brasileiro é controlado por não residentes.

Ninguém pode progredir entregando o seu talão de cheques e a chave de sua casa para o vizinho fazer o que bem entender.

Eu tenho a convicção que desenvolvimento científico e tecnológico aqui no Brasil garantirá aos brasileiros a soberania das decisões econômicas, políticas e culturais. Garantirá trocas mais justas no comércio exterior.

Garantirá a criação de mais e melhores empregos.

E, se toda a produção de riquezas for bem distribuída, teremos a erradicação dos graves problemas sociais.O curso de engenharia da UERJ, com todas as suas possíveis deficiências, visa a formar engenheiros capazes de desenvolver tecnologias.

É o chamado engenheiro de concepção, ou engenheiro de projetos.

Infelizmente, o mercado nacionalizado nem sempre aproveita todo este potencial científico dos nossos engenheiros.

Nós, professores, não podemos nos curvar às deformações do mercado.

Temos que continuar formando engenheiros com conhecimentos iguais aos melhores do mundo.

Eu posso garantir a todos os presentes, principalmente aos pais, que qualquer um destes formandos é tão ou mais inteligente do que qualquer engenheiro americano, japonês ou alemão.

Os meus trinta anos de magistério, lecionando desde o antigo ginásio até a universidade, me dá autoridade para afirmar que o brasileiro não é inferior a ninguém, pelo contrário, dizem até que somos muito mais criativos do que os habitantes do chamado primeiro mundo.

O que me revolta, como professor cidadão, é ver que as decisões políticas tomadas por pessoas despreparadas ou corruptas são responsáveis pela queima e destruição de inteligências brasileiras que poderiam, com o conhecimento apropriado, transformar o nosso Brasil num país florescente, próspero e socialmente justo.

Acredito que o mundo ideal seja aquele totalmente globalizado, mas uma globalização que inclua a democratização das decisões e a distribuição justa do trabalho e das riquezas.

Infelizmente, isto ainda está longe de acontecer, até por limitações físicas da própria natureza.

Assim, quem pensa que a solução para os nossos problemas virá lá de fora, está muito enganado.

O dia que um presidente da República, ao invés de ficar passeando como um dândi pelos palácios do primeiro mundo, resolver liderar um autêntico projeto de desenvolvimento nacional, certamente o Brasil vai precisar, em todas as áreas, de pessoas bem preparadas.

Só assim seremos capazes de caminhar com autonomia e tomar decisões que beneficiem verdadeiramente a sociedade brasileira.

Será a construção de um Brasil realmente moderno, mais justo, inserido de forma soberana na economia mundial e não como um reles fornecedor de recursos naturais e mão-de-obra aviltada.

Quando isto ocorrer, e eu espero que seja em breve, o nosso País poderá aproveitar de forma muito mais eficaz a inteligência e o preparo Intelectual dos brasileiros e, em particular, de todos vocês, meus queridos alunos, porque vocês já foram testados e aprovados.

Finalmente, gostaria de parabenizar a todos os pais pela contribuição positiva que deram à nossa sociedade possibilitando a formação dos seus filhos no curso de engenharia da UERJ.

A alegria dos senhores, também é a nossa alegria.

Muito Obrigado."

Weber Figueiredo Professor da UERJ

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QUEM É O SEU AMANTE?

(Dr. Jorge Bucay - PSICÓLOGO

tradução do original "Hay que buscarse un Amante")

Muitas pessoas têm um amante e outras gostariam de ter um. Há também as que não têm, e as que tinham e perderam. Geralmente são essas últimas as que vêm ao meu consultório para me contar que estão tristes ou que apresentam sintomas típicos de insônia, apatia, pessimismo, crises de choro ou as mais diversas dores. Elas me contam que suas vidas transcorrem de forma monótona e sem perspectivas, que trabalham apenas para sobreviver e que não sabem como ocupar seu tempo livre.

Enfim, são várias as maneiras que elas encontram para dizer que estão simplesmente perdendo a esperança. Antes de me contarem tudo isto, elas já haviam visitado outros consultórios, onde receberam as condolências de um diagnóstico firme: "Depressão", além da inevitável receita do anti-depressivo do momento. Assim, após escutá-las atentamente, eu lhes digo que elas não precisam de nenhum anti-depressivo; digo-lhes que elas precisam de um AMANTE! É impressionante ver a expressão dos olhos delas ao receberem meu conselho. Há as que pensam: "Como é possível que um profissional se atreva a sugerir uma coisa dessas?!" Há também as que, chocadas e escandalizadas, se despedem e não voltam nunca mais. Àquelas, porém, que decidem ficar e não fogem horrorizadas, eu explico o seguinte: "AMANTE é "aquilo que nos apaixona".

É o que toma conta do nosso pensamento antes de pegarmos no sono e é também aquilo que, às vezes, nos impede de dormir.

O nosso AMANTE é aquilo que nos mantém distraídos em relação ao que acontece à nossa volta. É o que nos mostra o sentido e a motivação da vida. Às vezes encontramos o nosso amante em nosso parceiro, outras, em alguém que não é nosso parceiro, mas que nos desperta as maiores paixões e sensações incríveis.

Também podemos encontrá-lo na pesquisa científica ou na literatura, na música, na política, no esporte, no trabalho, na necessidade de transcender espiritualmente, na boa mesa, no estudo ou no prazer obsessivo do passatempo predileto...

Enfim, é "alguém" ou "algo" que nos faz "namorar" a vida e nos afasta do triste destino de "ir levando". E o que é "ir levando"? Ir levando é ter medo de viver. É o vigiar a forma como os outros vivem, é o se deixar dominar pela pressão, perambular por consultórios médicos, tomar remédios multicoloridos, afastar-se do que é gratificante, observar decepcionado cada ruga nova que o espelho mostra, é se aborrecer com o calor ou com o frio, com a umidade, com o sol ou com a chuva. Ir levando é adiar a possibilidade de desfrutar o hoje, fingindo se contentar com a incerta e frágil ilusão de que talvez possamos realizar algo amanhã. Por favor, não se contente com "ir levando"; procure um amante, seja também um amante e um protagonista da SUA VIDA...

Acredite: o trágico não é morrer; afinal a morte tem boa memória e nunca se esqueceu de ninguém. O trágico é desistir de viver; por isso, e sem mais delongas, procure um amante...

A psicologia, após estudar muito sobre o tema, descobriu algo transcendental:

*"PARA SE ESTAR SATISFEITO, ATIVO E SENTIR-SE JOVEM E FELIZ, É PRECISO NAMORAR A VIDA". *

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A Essência do Resultado

Autor desconhecido

Uma pessoa não pode pegar todas as lindas conchas na praia. Uma pessoa só consegue pegar algumas, e elas são ainda mais belas se forem apenas algumas.

Faça o que tem que ser feito. Isso é o mais importante! Dê valor ao que é bem feito, mesmo que não seja o ideal.

As empresas que vencem hoje num mercado altamente competitivo não são necessariamente as melhores empresas, as perfeitas, as que não erram.

Vencem aquelas empresas que fazem o que tem que ser feito e valorizam cada tarefa como se fosse a mais importante de todas. Nada pode ser esquecido, principalmente que um todo se faz de partes, como aquelas algumas conchas da praia.

Administrar os problemas, ter foco, manter a disciplina e respirar o tempo todo envolvimento e comprometimento é sem sombra de dúvida a receita de um resultado positivo.

Enquanto um atirador fica 25 minutos com o arco mirando o alvo, o outro dispara 14 flechas e inevitavelmente uma delas atinge o alvo. Este é o princípio da essência do resultado!

M a r t h a
martha carrer cruz gabriel
www.martha.com.br
www.ociocriativo.com.br

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Curiosidades dos anos 1600 a 1700

Ao se visitar o Palácio de Versailles, em Paris, observa-se que o suntuoso palácio não tem banheiros.

Na Idade Média, não existiam escovas de dente, perfumes, desodorantes, muito menos papel higiênico.

As excrescências humanas eram despejadas pelas janelas do palácio.

Em dia de festa, a cozinha do palácio conseguia preparar banquete para 1.500 pessoas, sem a mínima higiene.

Vemos nos filmes de hoje as pessoas sendo abanadas. A explicação não está no calor, mas no mau cheiro que exalavam por debaixo das saias (que eram propositalmente feitas para conter o odor das partes íntimas, já que não havia higiene).

Também não havia o costume de se tomar banho devido ao frio e à quase inexistência de água encanada. O mau cheiro era dissipado pelo abanador.

Só os nobres tinham lacaios para abaná-los, para dissipar o mau cheiro que o corpo e boca exalavam, além de também espantar os insetos.

Quem já esteve em Versalies admirou muito os jardins enormes e belos que, na época, não eram só contemplados, mas "usados" como vaso sanitário nas famosas baladas promovidas pela monarquia, porque não existia banheiro.

Na Idade Média, a maioria dos casamentos ocorria no mês de junho (para eles, o início do verão).

A razão é simples: o primeiro banho do ano era tomado em maio; assim, em junho, o cheiro das pessoas ainda era tolerável. Entretanto, como alguns odores já começavam a incomodar, as noivas carregavam buquês de flores, junto ao corpo, para disfarçar o mau cheiro. Daí termos "maio" como o "mês das noivas" e a explicação da origem do buquê de noiva.

Os banhos eram tomados numa única tina, enorme, cheia de água quente.

O chefe da família tinha o privilégio do primeiro banho na água limpa. Depois, sem trocar a água, vinham os outros homens da casa, por ordem de idade, as mulheres, também por idade e, por fim, as crianças. Os bebês eram os últimos a tomar banho.

Quando chegava a vez deles, a água da tina já estava tão suja que era possível "perder" um bebê lá dentro. É por isso que existe a expressão em inglês "don't throw the baby out with the bath water", ou seja, literalmente "não jogue o bebê fora junto com a água do banho", que hoje usamos para os mais apressadinhos.

Os telhados das casas não tinham forro e as vigas de madeira que os sustentavam era o melhor lugar para os animais - cães, gatos, ratos e besouros se aquecerem. Quando chovia, as goteiras forçavam os animais a pularem para o chão. Assim, a nossa expressão "está chovendo canivete" tem o seu equivalente em inglês em "it's raining cats and dogs" (está chovendo gatos e cachorros).

Aqueles que tinham dinheiro possuíam pratos de estanho. Certos tipos de alimento oxidavam o material, fazendo com que muita gente morresse envenenada. Lembremo-nos de que os hábitos higiênicos, da época, eram péssimos. Os tomates, sendo ácidos, foram considerados, durante muito tempo, venenosos.

Os copos de estanho eram usados para beber cerveja ou uísque. Essa combinação, às vezes, deixava o indivíduo "no chão" (numa espécie de narcolepsia induzida pela mistura da bebida alcoólica com óxido de estanho).

Alguém que passasse pela rua poderia pensar que ele estivesse morto, portanto recolhia o corpo e preparava o enterro. O corpo era então colocado sobre a mesa da cozinha por alguns dias e a família ficava em volta, em vigília, comendo, bebendo e esperando para ver se o morto acordava ou não.

Daí surgiu o velório, que é a vigília junto ao caixão.

A Inglaterra é um país pequeno, onde nem sempre havia espaço para se enterrarem todos os mortos. Então os caixões eram abertos, os ossos retirados, postos em ossários, e o túmulo utilizado para outro cadáver. As vezes, ao abrirem os caixões, percebia-se que havia arranhões nas tampas, do lado de dentro, o que indicava que aquele morto, na verdade, tinha sido enterrado vivo. Assim, surgiu a idéia de, ao se fechar o caixão, amarrar uma tira no pulso do defunto, passá-la por um buraco feito no caixão e amarrá-la a um sino. Após o enterro, alguém ficava de plantão ao lado do túmulo, durante uns dias. Se o indivíduo acordasse, o movimento de seu braço faria o sino tocar. E ele seria "saved by the bell", ou "salvo pelo gongo", expressão usada por nós até os dias de hoje.

VIVENDO E APRENDENDO...

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Fazer O Que Se Gosta x Gostar Do Que Se Faz

por Stephen Kanitz

A escolha de uma profissão é o primeiro calvário de todo adolescente. Muitos tios, pais e orientadores vocacionais acabam recomendando "fazer o que se gosta", um conselho confuso e equivocado.

Nenhuma empresa paga profissional para fazer o que os funcionários gostam, que normalmente é jogar futebol, ler um livro ou tomar chope na praia. Justamente, paga-se um salário para compensar o fato de que o trabalho é essencialmente chato.

Mesmo que você ache que gosta de algo no início de uma carreira, continuar a gostar da mesma coisa 25 anos depois não é tão fácil assim. Os gostos mudam, e aí você muda de profissão em profissão?

As coisas que eu realmente gosto de fazer, eu faço de graça, como organizar o Prêmio Bem Eficiente; ou faço quase de graça, como escrever artigos para a imprensa.

Eu duvido que os jogadores profissionais de futebol adorem acordar às 6 horas todo dia para treinar, faça sol, faça chuva. No fim de semana eles jogam bilhar, não o futebol que tanto dizem adorar. O "ócio criativo", o sonho brasileiro de receber um salário para "fazer o que se gosta", somente é alcançado por alguns professores de filosofia que podem ler o que gostam em tempo integral. Nós, a grande maioria dos mortais, teremos que trabalhar em algo que não necessariamente gostamos, mas que precisará ser feito. Algo que a sociedade demanda.

Toda semana recebo jovens que querem trabalhar na minha consultoria num projeto social. "Quero ajudar os outros, não quero participar deste capitalismo selvagem".

Nestes casos, peço para deixarem comigo seus sapatos e suas meias, e voltarem a conversar comigo em uma semana. Normalmente nunca voltam, não demora mais do que 30 minutos para a ficha cair. É uma arrogância intelectual que se ensina nas universidades brasileiras e um insulto aos sapateiros e aos trabalhadores dizer que eles não ajudam os outros. O que seria de nós se ninguém produzisse sapatos e meias, só porque alguns membros da sociedade só querem "fazer o que gostam?"

Quem irá retirar o lixo, que pediatra e obstetra atenderá você às 2 da madrugada? Vocês acham que médicos e enfermeiras atendem aos sábados e domingos porque gostam?

Felizmente para nós, os médicos, empresas, hospitais e entidades beneficentes que realmente ajudam os outros, estão aí para fazer o que precisa ser feito, aos sábados, domingos e feriados. Eu respeito muito mais os altruístas que fazem aquilo que precisa ser feito, do que os egoístas que só querem "fazer o que gostam".

Teremos então que trabalhar em algo que odiamos, condenados a uma vida profissional chata e opressora?

A saída é aprender a gostar do que você faz, em vez de gastar anos a fio mudando de profissão até achar o que você gosta. E isto é mais fácil do que você pensa. Basta fazer o seu trabalho com esmero, um trabalho super bem feito. Curta o prazer da excelência, o prazer estético da qualidade e da perfeição.

Se quiser procurar algo, descubra suas habilidades naturais, que permitirão fazer seu trabalho com distinção e que o colocarão à frente dos demais.

Sempre fui um perfeccionista. Fiz muitas coisas chatas na vida, mas sempre fiz questão de fazê-las bem feitas. Sou até criticado por isto, demoro demais, vivo brigando com quem é medíocre, reescrevo estes artigos umas 40 vezes para o desespero dos editores, sou super exigente, comigo e com os outros. Hoje, percebo que foi este perfeccionismo que me permitiu sobreviver à chatice da vida, que me fez gostar das coisas chatas que tenho de fazer.

Se você não gosta do seu trabalho, tente fazê-lo bem feito. Seja o melhor na sua área, destaque-se pela sua precisão. Você será aplaudido, valorizado, procurado e outras portas se abrirão. Você vai começar a gostar do que faz, vai começar até a ser criativo, inventando coisa nova, e isto é um raro prazer.

Faça o seu trabalho mal feito e você estará odiando o que faz, a sua empresa, o seu patrão, os seus colegas, o seu país e a si mesmo. Esta é na minha opinião, o problema número 1 do Brasil. Fazemos tudo mal feito, fazemos o mínimo necessário, simplesmente porque não aprendemos a gostar do que temos de fazer e não realizamos tudo bem feito, com qualidade e precisão.

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Os problemas

Por Aldo Novak

No dia em que escrevo este texto, há no planeta Terra, aproximadamente, 6.543.245.168 pessoas de acordo com o World Population Clock , incluindo os nascimentos e subtraindo as mortes. Sabe quantas destas pessoas não têm problemas?

Nenhuma.

Muda o idioma, muda a idade, muda o sexo, muda o nível econômico, muda a natureza do problema e mudam todas as outras condições, mas há uma constante que jamais muda : problemas sempre existem. Grandes ou pequenos, simples ou complexos, dolorosos ou sem importância. Eles são diferentes para cada pessoa, mas estão lá. Estão sempre lá. Mesmo que uma pessoa não tenha consciência dos problemas (e algumas pessoas, realmente, não têm), os problemas continuam esparramados em nossas vidas.

Problema é, simplesmente, o nome que nós damos ao fato das circunstâncias ao nosso redor estarem diferentes do que desejamos . Um problema é sempre uma situação a ser mudada ou, pelo menos, uma situação que você deseja que seja diferente. Um problema também pode ser um comportamento , a ser corrigido.

Você precisa saber apenas duas coisas essenciais sobre os problemas: a primeira é que problemas são como espinhos em uma rosa . Se você deseja a rosa, é bom ir se acostumando com os espinhos. Eles fazem parte da rosa .

Se você ama alguém, essa pessoa sempre trará 'espinhos', geralmente de ordem comportamental. Embora muitos espinhos comportamentais possam ser aparados, e corrigidos com o tempo, muitos deles nunca desaparecerão. Considere que você continuará com os espinhos por muito tempo, talvez para sempre, e entenda que eles fazem parte do conjunto.

Naturalmente, se você julga os espinhos inaceitáveis, procure outra 'rosa'. Vícios, geralmente, estão na categoria de espinhos inaceitáveis, embora o próprio conceito de 'aceitável' e 'inaceitável' também seja diferente, de pessoa para pessoa.

Ainda assim, há espinhos que causam mais dor do que você pode suportar. Nestes casos, não vale a pena manter a rosa.

Isso vale para pessoas e empresas. Não é raro uma multinacional abandonar uma região quando o crime, a guerra ou a insegurança jurídica tomam conta. São espinhos inaceitáveis para uma empresa.

Sabendo disso, compreenda que você é totalmente responsável pelos problemas se aceitar a rosa . Em outras palavras, não adianta dizer que não tem culpa pelos problemas, se você já conhecia os espinhos antes de obter a rosa.

A segunda coisa que você deve entender, sobre os problemas, é que em uma empresa, ou em casa, problemas são como formigas . Estão em toda parte. Sempre começam pequenos, mas ao contrário das formigas, alguns deles tendem a crescer sem parar . Deixam de ser formigas para se transformarem em cachorros... depois continuam a crescer e viram ursos... e um dia você estará seguindo cegamente as ordens dadas pelos problemas que começaram há muitos anos... muito pequenos.

Se você é como a grande maioria da população mundial, você tem milhares de problemas minúsculos, centenas de problemas chatos, embora pequenos, dezenas de problemas grandes que atrapalham muito e, talvez, pelo menos meia dúzia de problemas inaceitáveis, que cresceram com o tempo e agora estão paralisando partes da sua vida.

Só há uma coisa a fazer: resolver os problemas, um-a-um. Não adianta 'torcer' para que o problema desapareça. Você deve jogar um foco de luz sobre a área problemática, pegar o touro à unha, resolver aquele problema e sentir-se mais leve e feliz, para atacar o próximo problema da lista. Se o problema grande for de saúde, as variáveis são muito mais amplas e nem sempre dependem apenas de você.

Mas os celtas estavam corretos ao afirmarem que ' o melhor jeito de escapar de um problema é resolvendo-o '. Depois de algum tempo, você vai se acostumar e gostar de resolver os problemas.

As formigas até estarão lá. Mas os cachorros e ursos tenderão a ficar bem longe. E, quando aparecerem, você estará preparado.

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Por pura teimosia

Cláudio Moreno

Porto Alegre, 12 de setembro de 2006, Zero Hora, Edição nº 14994

De todos os povos da antiga Grécia, os espartanos eram os que menos se pareciam conosco. Eles riam pouco, quase não falavam e eram demasiadamente belicosos para nosso gosto, mas estou certo de que nos deixaram algum exemplo aproveitável - como o do teimoso capitão que ficou imortalizado na batalha de Platéia, quando Esparta e Atenas derrotaram os persas comandados por Mardônio. Por vários dias, numa planície da Beócia, gregos e persas vinham se estudando à distância, aguardando o momento propício para atacar. Como a água estava escassa, o alto comando grego decidiu aproveitar a escuridão da noite e recuar seu exército para uma região mais rica em fontes e mananciais. Os atenienses receberam a ordem sem discutir, mas o mesmo não ocorreu entre os espartanos: Amonfareto, chefe de um batalhão, recusou-se a obedecer, dizendo que ele e seus homens estavam ali para enfrentar os bárbaros que ameaçavam sua pátria e não iriam partir sem lutar. Os chefes alegaram que isso já estava decidido, mas ele redarguiu, indignado: "Pois eu voto por ficar!" - e, abaixando-se, pegou uma pedra no chão e foi depô-la aos pés do comandante geral, exatamente como se votava nas assembléias de Esparta.

Como ninguém queria deixá-lo para trás, começaram a discutir, tentando convencê-lo a partir. Enquanto isso, os atenienses, que tinham começado a retirada, detiveram-se alguns quilômetros depois, ao perceber que seus aliados espartanos não se moviam do lugar. Quase ao amanhecer, mandaram um mensageiro até lá; ele voltou perplexo, informando que todos estavam empenhados numa discussão acesa. Quando o dia raiou, os persas viram o campo grego praticamente deserto: avistaram apenas a retaguarda do exército espartano - ao qual se juntara Amonfareto, ainda relutante - que se afastava, aos poucos, por trás de uma colina. Mardônio mandou apenas a cavalaria partir em seu encalço, mas os demais chefes persas, imaginando que os gregos tivessem se acovardado, abandonaram suas posições e avançaram desabaladamente, preparando-se, não para combater, mas para caçar fugitivos apavorados. O resto é história: os espartanos fizeram frente à primeira onda de ataque, os atenienses voltaram para socorrê-los e os exércitos desordenados de Mardônio sofreram uma derrota fatal.

O que o espartano queria? Apenas participar, com uma pedrinha que fosse, da marcha dos acontecimentos. Podia simplesmente acompanhar os outros, mas não quis renunciar ao direito de expressar sua opinião na assembléia - no que estava certo, pois seu voto terminou afetando o desenrolar da batalha. Essa saudável vontade de influir, de ter algum peso, por ínfimo que seja, no curso da História talvez seja a última ilusão que ainda me resta. Sei que muitos, por cansaço ou desencanto, já desistiram, e parecem não mais se importar se o seu candidato mentiu, roubou ou traiu os princípios que jurava defender na eleição passada - mas eu me importo. Por pura teimosia.

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As ações e decisões de hoje...

O que fizermos hoje, ecoará pela eternidade. (General Maximus Decimus Meridius, em Gladiator, cena I)

Texto de Aldo Novak

As próximas horas serão as mais importantes da sua vida.

Todas as suas linhas de existência serão influenciadas, em menor ou maior grau, pelas pequenas e grandes decisões e ações que você executar hoje; pelos telefonemas que você der, ou não der; pelos e-mails que você enviar, ou deletar; pelos sorrisos que você distribuir - ou pelo mau humor que você espalhar; pelas pessoas que você cativar e por aqueles que decida afastar; pelos compromissos que você assumir ou por aqueles dos quais venha a fugir.

Os convites que você fizer, ou aqueles a quem você não convidar, mudarão suas linhas da vida. O mesmo acontece com os convites que você aceitar, ou dos quais venha a declinar.

Cada ação sua nessas próximas horas, boa ou má, influenciará resultados futuros que podem acontecer amanhã, na próxima semana, no próximo ano ou dentro de uma ou duas décadas.

Vários desses resultados acontecerão em momentos e lugares tão distantes que você nunca saberá que tudo começou no dia de hoje, jamais entendendo os caminhos que sua ação tiver percorrido, até voltar a tocar sua vida, ou a vida de outros. Por não entender tais caminhos você os chamará de sorte, ou azar, de bênção divina ou fúria dos deuses. Ainda assim, serão resultados somente.

Coisas boas ou más, criadas por você nas próximas horas, voltarão como um bumerangue, em momentos absolutamente imprevisíveis, mas matematicamente precisos.

Aproveite os próximos minutos para organizar suas decisões e escolher os melhores caminhos.

Aproveite para agir - não necessariamente nos caminhos mais fáceis, não nos mais divertidos, não nos mais prazerosos.

Agir nos melhores caminhos .

Como diz o personagem do General Maximus Decimus Meridius , em Gladiador, cena I, Tudo aquilo que você fizer hoje, realmente ecoará pela eternidade.

Até mesmo ter lido a este e-mail.

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Tecnologia ou magia?

Leila Fagundes/ Pedagoga

Em termos tecnológicos, basta um clique ou um apertar de botões ou teclas e estamos nos comunicando com alguém via Internet ou telefone. As comunicações ficaram mais ágeis, de fácil acesso mas não tornaram os relacionamentos mais sólidos, mais amorosos ou a vida mais partilhada.

Os encontros reais estão cada vez mais complicados e exigentes, sobra o mundo virtual que aos poucos está sendo explorado por um número cada vez maior de pessoas.

Deve-se ficar atento e ter certos cuidados ao se aventurar nesse universo virtual, pois, assim como no mundo real, encontram-se pessoas más e mal-intencionadas, que mentem, que iludem e traem, tanto quanto no real. Mas também vamos encontrar pessoas desesperançosas, carentes, solitárias ou tímidas, que vêem através deste uma forma de encontrar amigos, bater um papo, se relacionar com alguém que está longe, matar a saudade, trocar idéias, dividir sentimentos, afetos e por que não, encontrar um amor.

Um desses "amigos" disse-me que "a comunicação pode ser virtual, mas os sentimentos são reais". Comunicar-se através de tecladas é um aprendizado novo, mais uma forma de nos relacionar. Relacionamentos que surgem a partir de uma lista onde estão milhares de pessoas conectadas, e por um simples comando no teclado, escolhe-se uma. Obra do acaso ou destino? Esse simples ato pode trazer muitas surpresas, alegrias e companhia por minutos, horas ou por um tempo indeterminado.

E numa dessas tecladas você pode encontrar um amigo especial. Percebe nesse encontro que a vida é cheia de surpresas e de momentos felizes e que a qualquer momento pode nos presentear com um amor incondicional, amor de alma, amor que liberta, que nos faz crescer e ensina a viver. Onde não há cobranças, promessas, uma relação leve, madura, sincera, espontânea, espiritual, em que o comando é sentir-se feliz, fazer o outro feliz. Carpe diem. Aproveite seu dia, vivendo um dia de cada vez, sem pensar no futuro, mas na felicidade do hoje, hoje sou feliz. E sem quebrar essa magia, deixe a história continuar, não queira acelerar o relógio para que chegue a meia-noite e a carruagem vire abóbora, se é um sonho, uma fantasia, um contos de fadas, quem sabe? Quem sabe o que é real ou virtual? Sonho ou realidade? Certo ou errado? Racional ou emocional? Tecnologia ou magia? Permita-se e deixe que esse encontro seja pleno.

Porto Alegre, 09 de setembro de 2006

Zero Hora, Edição nº 14991

E-mail: artigozh@zerohora.com.br

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Nunca saberemos

Cláudio Moreno

Das muitas discussões travadas entre Zeus e Hera, o casal real da mitologia grega, uma delas tornou-se inesquecível. Ninguém ignorava que ele era dado a aventuras amorosas com outras deusas, com ninfas e com belas mortais. Um dia, apanhado em flagrante por Hera, tentou justificar-se alegando que não tinha culpa, porque, afinal, o prazer do homem era muito menos intenso que o prazer da mulher, e ele estava apenas tentando compensar a baixa qualidade pela grande variedade. Como Hera não concordasse quanto a esse ponto essencial, resolveram procurar um terceiro para servir de juiz. O problema não era nada simples, pois perguntar a um homem ou perguntar a uma mulher traria uma resposta fatalmente prejudicada, reduzida às limitações do ponto de vista de um ou do outro sexo.

Ambos lembraram então de Tirésias, o pastor que, já homem feito, tinha sido transformado em mulher, vivendo assim por sete anos, ao cabo dos quais voltara a ser homem de novo. Uns dizem que, durante esse tempo, ele - ou ela - foi prostituta famosa; outros, que casou e teve dois filhos. De qualquer forma, só ele podia comparar o desejo que nasce do corpo de um homem com o que nasce do corpo de uma mulher, e sua resposta - "Do prazer, o homem aproveita uma parte, enquanto a mulher aproveita três vezes três!"- foi imortalizada pela mitologia e pela literatura. Por que não ocorreu a ninguém - fosse deus, fosse mortal - aproveitar Tirésias para esclarecer de uma vez por todas as diferenças entre o mundo masculino e o feminino? A resposta está no próprio mito: só o corpo tinha sido trocado por um corpo de mulher, mas a mente, em momento algum, tinha deixado de ser a mente do mesmo Tirésias de sempre. Ele podia opinar sobre o prazer que sentiu, mas era só isso. Naqueles sete anos, seu espírito tinha habitado um país exótico, com paisagens desconhecidas, totalmente incompreensível para ele. Tirésias era como um daqueles tupinambás que os franceses levaram daqui, em 1550, para apresentar em Rouen, na festa dedicada a Henrique II e a Catarina de Médici, como exemplo típico de nossos nativos. Alguns ficaram por lá, mas outros conseguiram voltar às suas aldeias, com notícias do mundo diferente que tinham visitado; podemos imaginá-los à noite, em torno da fogueira, com os olhos ainda cheios de assombro, tentando descrever o brilho de uma corte renascentista, cheia de espelhos, castelos, carruagens, pontes, cavalos, todas essas coisas estranhas que tinham visto do outro lado do mar e que nunca poderiam entender, até porque a língua que falavam sequer tinha palavras para designá-las. Da mesma forma, o homem jamais poderá saber o que realmente se passa no coração da mulher - e vice-versa. Um só pode ver o outro com os olhos que lhe pertencem e, como o selvagem que foi a Rouen, guardar dessa fantástica viagem algumas imagens dispersas cujo significado jamais conseguirá entender plenamente.

Porto Alegre, 29 de agosto de 2006

Zero Hora, Edição nº 14980

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Cultura geral

F. Pereira Nóbrega

Um dia nos implantaram a lei que profissionalizou o ensino de Segundo Grau. Alunos de Mecânica, Eletrônica, e semelhantes, diziam que disciplinas de cultura geral, como Geografia, História, eram "perfumes", apenas para encher o tempo. Para a vida, para ganhar dinheiro, só contariam mesmo disciplinas ditas profissionalizantes.

Sustento exatamente o inverso. Para a vida, cultura geral não é menos importante que profissionalização. No mundo subdesenvolvido, ninguém tem a garantia da mesma profissão pela vida inteira. O mais desempregado é o homem sem cultura geral.

Imaginemos um curso de curta duração de Mecânico, digamos, da Volkswagen. Mudada a máquina, apagou-se o profissional. Nem cem cursinhos desse tipo farão dele um engenheiro mecânico. Falta-lhe a cultura geral da Mecânica, expressa em seus princípios universais. Por isso mesmo, não é capaz de se adaptar a situações novas, a qualquer máquina. Só o engenheiro é capaz de criar o que ainda não existe.

Mas falo de uma cultura mais geral que situa o homem não apenas na Mecânica - no mundo. Quem a tiver, onde cair, cairá de pé.

Estudei no Seminário, onde recebi sólida cultura geral. A maior parte dos que ali estudaram o deixava antes do fim. Mas no mundo, onde caíram, se firmaram nas mais diversas profissões, como Administração, Advocacia, Economia, Educação, Ciências Exatas e da Saúde. O Seminário não lhes ensinou tudo isso. Emprestou-lhes um background que os tornou capazes de se adaptarem a situações novas.

Inverso é o caso do índio. Só na cultura de sua taba, consegue sobreviver. Se ela se desfaz, ele se torna mendigo, objeto de curiosidade pública, como animais do zoológico. Não consegue se inserir numa nova cultura.

Não lhe faltou a profissionalização. Em várias coisas, está mais profissionalizado do que eu: na caça, pesca, na sobrevivência na selva. Faltou-lhe cultura geral. É incapaz, por isso, de se adaptar a situações novas.

Fala-se de cidadania, como objetivo da Educação. O mundo se tornou tão estreito, tanto atravessamos as fronteiras das culturas locais que mais cresce a necessidade de cada homem ser um cidadão universal. Para isso haja cultura geral.

O profissional sem cultura geral é como o mecânico da oficina da Volkswagen. Num mundo em mudanças, a profissionalização que recebeu foi o melhor caminho para não ter mais outro caminho.

Quinta-feira, 31/agosto/2006

http://www.correiodaparaiba.com.br/index2.php?pagina=opniao

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Autobiografia em advérbios

NIVALDO PEREIRA

Já dei um abraço em Hermeto Pascoal. Já tive um fusca verde-água chamado Bugrelau. Já pulei fogueira de São João. Já fui mordido por dois cachorros. Já passei de ônibus pela cidade maranhense de Imperatriz. Já perdi a conta de quantas vezes vi o filme Hair. Já acampei em Mangue Seco. Já tomei um porre medonho de licor de maracujá. Já li catecismos do Carlos Zéfiro. Já me escondi debaixo da cama. Já caminhei na Muralha da China. Já contei estrelas e tive medo de criar verrugas nos dedos. Já fui míope e quebrei os óculos. Já fui rezado contra mau-olhado. Já li fotonovelas. Já tomei choque elétrico em torneira de chuveiro. Já fiquei 15 dias mancando de uma perna depois de uma injeção de Benzetacil. Já acordei tarde no dia da última prova de um vestibular. Já aprendi a levantar depois de um escorregão.

Nunca aprendi direito a empregar o past perfect do inglês. Nunca li Proust. Nunca gostei muito de bossa nova. Nunca tive ambição de ser milionário. Nunca quis conhecer os Estados Unidos. Nunca subi no Cristo Redentor. Nunca fui a Manaus. Nunca voei de helicóptero. Nunca comi pato no tucupi. Nunca provei cachaça com cobra dentro da garrafa. Nunca acreditei em Papai Noel. Nunca imaginei que um dia viesse morar em Caxias do Sul. Nunca soube diferenciar um Monet de um Manet. Nunca deixei de gostar da voz de Gal Costa. Nunca usei jeans rasgado que não fosse pelo tempo de uso. Nunca tive tolerância com gente que pede desculpas por tudo. Nunca esqueci do remorso sentido depois de matar um passarinho com estilingue. Nunca farei tatuagem porque tenho horror a agulhas. Nunca considerei a palavra nunca um fim para sempre.

Não sei dançar conforme a música. Não sei assoviar vaiando. Não sei estalar os dedos para indicar intensidade. Não morro de amores por bife à milanesa. Não tenho paciência para ler manuais de instruções. Não gosto de noites de domingo em frente à televisão. Não admito que falem mal do Odair José. Não consigo disfarçar o medo quando raramente monto a cavalo. Não discuto crenças nem religiões. Não acho graça em tomar cerveja sozinho. Não suporto crediários. Não recebo panfletos distribuídos na rua. Não tenho disciplina para praticar esportes. Não vejo filmes com Mel Gibson. Não tenho a menor vocação para pechinchar. Não sei tocar nenhum instrumento. Não sinto fome logo que acordo. Não tomo leite puro. Não tenho medo de avião. Não tenho coragem de saltar de pára-quedas. Não vejo problema em sempre mudar de opinião.

Quase morri depois de um sarampo. Quase morri de novo depois de outro sarampo. Quase acertei o terno da loto na única vez em que joguei. Quase acreditei que devia ser publicitário e não jornalista. Quase enlouqueço quando escuto a transmissão de um jogo de futebol pelo rádio. Quase perco a compostura se falam comigo gritando. Quase espumo de raiva quando sou acordado cedo por alguma ligação de telemarketing. Quase constipei de tanto chorar na cena final de La Strada de Fellini. Quase gaguejei de emoção ao apertar a mão calorosa de Mercedes Sosa. Quase fui ao delírio quando vi uma montagem londrina de Jesus Cristo Superstar. Quase explodi de encantamento entre vaga-lumes numa certa noite estrelada da Chapada dos Veadeiros. Quase vivo implicando comigo mesmo por não saber ao certo o ponto de conter e o de ultrapassar as intensidades da vida.

Ainda hei de conhecer o Alasca. Ainda quero ler Proust. Ainda quero me comunicar sem as restrições do idioma. Ainda espero viver sem ter medo do próximo. Ainda sonho com a casa de amplo quintal e fértil jardim. Ainda pretendo caminhar bastante por esses chãos de Deus. Ainda vou rir e chorar outras vezes com Giulietta Masina em Noites de Cabíria. Ainda quero inventar macaquices com as crianças pequenas. Ainda quero aprender a tocar um instrumento. Ainda desejo passar muitas tardes em Itapuã. Ainda tenho no pé esquerdo a cicatriz de um caco de vidro da infância. Ainda guardo a lembrança do primeiro banho de rio. Ainda dói quando lembro daquele passarinho morto. Ainda gosto de contos de fadas e de mitologia. Ainda anseio explorar outros eus de mim. Ainda voarei de paraglider. Ainda perderei todo e qualquer medo de viver feliz.

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Ler é para uma minoria?

Liberato Vieira da Cunha

Há muito adotei um costume que me aparenta vagamente com os ratos de biblioteca. Sou um devorador compulsivo de sopas de letrinhas, não importa se as de um romance, de um jornal, de um guia telefônico ou de um outdoor. Descubro agora espantado que um dos maiores escritores de nosso tempo considera que ler sempre foi e será sempre algo para uma minoria.

José Saramago declarou, para quem quisesse ouvir, que estimular o hábito da leitura é empresa inútil e não se pode exigir de ninguém que morra de paixão por ela. O Nobel português criticou um plano do governo socialista de seu país para incentivar a leitura entre as crianças, apesar de ser ele próprio membro de um comitê honorário que se dedica exatamente a estimular aquela prática desde a infância.

O autor de O Ano da Morte de Ricardo Reis é polêmico pela própria natureza. Desta vez, no entanto, parece que carregou na dose. Na Idade Média, ninguém lia, a não ser os monges copistas. Depois de Gutenberg, essa passou a ser a diversão de uma elite. Em nossos tempos, contudo, em que uma simples história de fantasia e suspense como O Código da Vinci vende 50 ou 60 milhões de exemplares, já não se pode dizer que a literatura, mesmo a dos best-sellers, seja mania exclusiva de um círculo de eleitos e muito menos que deva continuar assim.

Conheci na Alemanha um projeto, que nasceu tímido e hoje tornou-se multinacional, cujo único objetivo é aproximar meninos e meninas dos livros já no jardim de infância. O presidente de honra desse movimento é o presidente da RFA em pessoa. Não creio que Sua Excelência ou os milhares de voluntários devotados à mesma causa sejam lunáticos.

O Brasil não é nenhum espelho para o mundo nesse campo. Mas vale também para nós uma regrinha simples: aprende-se a gostar de ler quando se é criança ou nunca mais se contrai o agradável vício. Conheço pais que lêem para seus filhos à noite. Outros adotam a receita do exemplo: têm sempre um livro ao alcance da mão. Mas é do professor a grande missão de converter o testemunho do lar em um exercício para toda a vida.

José Saramago é um excelente ficcionista. Aqueles enormes óculos denunciam também um leitor impenitente. É por isso que acho que valem para ele as palavras de um de seus colegas, hoje gloriosamente jovem aos cem anos.

"O livro tem a vantagem de a gente poder estar só e ao mesmo tempo acompanhado"

Porto Alegre, 22 de agosto de 2006

Zero Hora, Edição nº 14973

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Amizade sem trato

Martha Medeiros

Dei pra me emocionar cada vez que falo dos amigos. Deve ser a idade, dizem que a gente fica mais sentimental. Mas é fato: quando penso no que tenho de mais valioso, os amigos aparecem em pé de igualdade com o resto da família. E quando ouço pessoas dizendo que amigo, mas amigo meeeesmo, a gente só tem dois ou três, empino o peito e fico até meio besta de tanto orgulho: eu tenho muito mais do que dois ou três. São uma cambada. Não é privilégio meu, qualquer pessoa poderia ter tantos assim, mas quem se dedica?

Fulano é meu amigo, Sicrana é minha amiga. É nada. São conhecidos. Gente que cumprimentamos na rua, falamos rapidamente numa festa, de repente sabemos até de uma fofoca pesada sobre eles, mas amigos? Nem perto. Alguns até chegaram a ser, mas não são mais por absoluta falta de cuidado de ambas as partes.

Amizade não é só empatia, é cultivo. Exige tempo, disposição. E o mais importante: o carinho não precisa - nem deve - vir acompanhado de um motivo.

As pessoas se falam basicamente nos aniversários, no Natal ou para pedir um favor - tem que haver alguma razão prática ou festiva para fazer contato. Pois para saber a diferença entre um amigo ocasional e um amigo de verdade, basta tirar a razão de cena. Você não precisa de uma razão, basta sentir a falta da pessoa. E, estando juntos, tratarem-se bem.

Difícil exemplificar o que é tratar bem. Se são amigos mesmo, não precisam nem falar, podem caminhar lado a lado em silêncio. Não é preciso troca de elogios constantes, podem até pegar no pé um do outro, delicadamente. Não é preciso manifestações constantes de carinho, podem dizer verdades duras, às vezes elas são necessárias. Mas há sempre algo sublime no ar entre dois amigos de verdade. Talvez respeito seja a palavra. Afeto, certamente. Cumplicidade? Mais do que cumplicidade. Sintonia?

Acho que é amor.

Oh, céus! Santa pieguice, Batman! Amor? Esta lengalenga de novo?

Sério, só mesmo amando um amigo para permitir que ele se atire no seu sofá e chore todas as dores dele sem que você se incomode nem um pingo com isso. Só mesmo amando para você confiar a ele o seu próprio inferno. E para não invejarem as vitórias um do outro. Por amor, você empresta suas coisas, dá o seu tempo, é honesto nas suas respostas, cuida para não ofender, abraça causas que não são suas, entra numas roubadas, compreende alguns sumiços - mas liga quando o sumiço é exagerado. Tudo isso é amizade com trato. Se amigos assim entraram na sua vida, não deixe que sumam.

Porém, a maioria das pessoas não só deixa como contribui para que os amigos evaporem. Ignora os mecanismos de manutenção. Acha que amizade é algo que vem pronto e que é da sua natureza ser constante, sem precisar que a gente dê uma mãozinha. E aí um dia abrimos a mãozinha e não conseguimos contar nos dedos nem dois amigos pra valer. E ainda argumentamos que a solidão é um sintoma destes dias de hoje, tão emergenciais, tão individualistas. Nada disso. A solidão é apenas um sintoma do nosso descaso.

A maioria das pessoas não só deixa como contribui para que os amigos evaporem. Ignora os mecanismos de manutenção

Porto Alegre, 17 de setembro de 2006

Zero Hora, Edição nº 14999

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Oração

Fernando Pessoa

Dá-me alma para te servir e alma para te amar.
Dá-me vista para te ver sempre no céu e na terra,
ouvidos para te ouvir no vento e no mar,
e mãos para trabalhar em teu nome.
Torna-me puro como a água e alto como o céu.
Que não haja lama nas estradas dos meus pensamentos
nem folhas mortas nas lagoas dos meus propósitos.
Faze com que eu saiba amar os outros como irmãos
e servir-Te como a um pai.
Minha vida seja digna da tua presença.
Meu corpo seja digno da terra, tua cama.
Minha alma possa aparecer diante de ti
como um filho que volta ao lar.
Torna-me grande como o sol,
para que eu Te possa adorar em mim e torna-me
puro como a lua, para que eu Te possa rezar em mim;
e torna-me claro como o dia para que eu Te
possa ver sempre em mim e rezar-Te e adorar-Te.
Senhor, protege-me e ampara-me.
Dá-me que eu me sinta Teu.
Senhor, livra-me de mim mesmo.

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Falhas

Júlio Clebsch

"Uma das coisas que fascina na cidade de San Francisco é ela estar localizada sobre a falha de San Andreas, que é um desnível no terreno da região que provoca pequenos abalos sísmicos de vez em quando, e grandes terremotos de tempos em tempos. Você está deslumbrado, caminhando pela cidade, apreciando a arquitetura vitoriana, a baía, a famosa Golden Gate e, de uma hora para outra, pode perder o chão. Ver tudo sair do lugar, ficar tontinho, tontinho. É pouco provável que vá acontecer justo quando você estiver lá, mas existe a possibilidade. Isso amedronta, mas ao mesmo tempo excita, vai dizer que não?

Assim são também as pessoas interessantes: têm falhas. Pessoas perfeitas são como Viena, uma cidade quase perfeita. Linda, sem fraturas geológicas, onde tudo funciona e você quase morre de tédio. Pessoas, como cidades, não precisam ser execessivamente bonitas. É fundamental que tenham sinais de expressão no rosto, um nariz com personalidade, um vinco na testa que as caracterize. Pessoas, como cidades, precisam ser limpas, mas não a ponto de não possuírem máculas. É importante suar na hora do cansaço. Também o é ter um cheiro próprio, uma camiseta velha para dormir, um jeans quase transparente de tanto que foi usado, um batom que escapou dos lábios depois de um beijo, um rímel que borrou um pouquinho quando você chorou. Pessoas, como cidades, têm que funcionar, mas não podem ser previsíveis. De vez em quando, sem abusar muito da licença, devem ser insensatas, ligeiramente passionais. Devem demonstrar um certo desatino, ir contra alguns prognósticos, cometer erros de julgamento e pedir perdão depois. Aliás, pedir perdão sempre, para poder ter crédito e errar outra vez. Pessoas, como cidades, devem dar vontade de visitar, devem satisfazer nossa necessidade de viver momentos sublimes, devem ser calorosas, ser generosas e abrir suas portas. Devem nos fazer querer voltar, porém não devem nos deixar 100% seguros, nunca. Uma pequena dose de apreensão e cuidado devem provocar. Nunca devem deixar os outros esquecerem que pessoas, assim como cidades, têm rachaduras internas. Portanto, podem surpreender.

Falhas.

Agradeça as suas, que é o que humaniza você. E fascina os outros."

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Viver não dói!

Carlos Drummond de Andrade

Viver não dói. O que dói é a vida que não se vive. Definitivo, como tudo o que é simples. Nossa dor não advém das coisas vividas, mas das coisas que foram sonhadas e não se cumpriram.

Por que sofremos tanto por amor? O certo seria a gente não sofrer, apenas agradecer por termos conhecido uma pessoa tão bacana, que gerou em nós um sentimento intenso e que nos fez companhia por um tempo razoável, um tempo feliz.

Sofremos por quê? Porque automaticamente esquecemos o que foi desfrutado e passamos a sofrer pelas nossas projeções irrealizadas, por todas as cidades que gostaríamos de ter conhecido ao lado do nosso amor e não conhecemos, por todos os filhos que gostaríamos de ter tido junto e não tivemos, por todos os shows e livros e silêncios que gostaríamos de ter compartilhado, e não compartilhamos. Por todos os beijos cancelados, pela eternidade interrompida.

Sofremos não porque nosso trabalho é desgastante e paga pouco, mas por todas as horas livres que deixamos de ter para ir ao cinema, para conversar com um amigo, para nadar, para namorar.

Sofremos não porque nossa mãe é impaciente conosco, mas por todos os momentos em que poderíamos estar confidenciando a ela nossas mais profundas angústias se ela estivesse interessada em nos compreender.

Sofremos não porque nosso time perdeu, mas pela euforia sufocada.

Sofremos não porque envelhecemos, mas porque o futuro está sendo confiscado de nós, impedindo assim que mil aventuras nos aconteçam, todas aquelas com as quais sonhamos e nunca chegamos a experimentar.

Como aliviar a dor do que não foi vivido? A resposta é simples como um verso: se iludindo menos e vivendo mais.

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O barco furado....

Um homem foi chamado para pintar um barco. Trouxe seus apetrechos, a tinta, os pincéis e começou a executar seu serviço, conforme fora contratado.

Enquanto pintava o interior do barco detetou um furo no fundo, embaixo do banco. Pequeno, mas já significando riscos. Achou conveniente consertá-lo e o fez.

Terminou a pintura, recebeu pelo serviço e foi embora.

No dia seguinte, o proprietário do barco o procurou e lhe deu outro cheque, com valor bem superior ao valor combinado.

O pintor ficou surpreso:

— Eu já recebi pela pintura do barco!

— Meu caro amigo, você nem imagina o que aconteceu, disse o proprietário.... Deixe-me contar.... Quando pedi que pintasse o barco, esqueci de falar do vazamento. Assim que o barco secou, meus filhos o pegaram e saíram para um passeio. Eu não estava em casa naquele momento. Avalie minha preocupação, agonia e alívio quando os vi retornando sãos e salvos. Então, examinei o barco e constatei que você havia consertado aquele furo! Percebe, agora, o que fez? Salvou a vida de meus filhos! Não há dinheiro suficiente para pagar por esta sua postura e iniciativa. Este cheque é de valor alto, mas não deixa de ser apenas simbólico. Sua ação não tem preço.

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SentenÇa judicial

Eis parte da sentença do juiz Rafael Gonçalves de Paula, da 3ª Vara Criminal de Palmas (Tocantins), que deu liberdade a dois cidadãos presos, acusados de roubo de duas melancias. Fez tanto sucesso que a Escola Nacional de Magistratura incluiu o despacho do meritíssimo, na última sexta-feira, em seu banco de sentenças:

Para conceder a liberdade aos indiciados, eu poderia invocar inúmeros fundamentos: os ensinamentos de Jesus Cristo, Buda e Gandhi, o direito natural, o princípio da insignificância ou bagatela, o princípio da intervenção mínima, os princípios do chamado direito alternativo, o furto famélico, a injustiça da prisão de um lavrador e de um auxiliar de serviços gerais em contraposição à liberdade dos engravatados que sonegam milhões dos cofres públicos, o risco de colocar os indiciados na universidade do crime (o sistema penitenciário nacional).
Poderia sustentar que duas melancias não enriquecem nem empobrecem ninguém. Poderia aproveitar para fazer discurso contra a situação econômica brasileira, que mantém 95% da população sobrevivendo com o mínimo necessário. Poderia brandir minha ira contra os neoliberais, o Consenso de Washington, a cartilha demagógica da esquerda, a utopia do socialismo, a colonização européia. Poderia dizer que George W. Bush joga bilhões de dólares em bombas na cabeça dos iraquianos, enquanto bilhões de seres humanos passam privação na Terra - e aí, cadê a Justiça nesse mundo?
Tantas são as possibilidades que ousarei agir em total desprezo às normas técnicas: não vou apontar nenhum desses fundamentos como razão de decidir. Simplesmente mandarei soltar os indiciados. Quem quiser que escolha o motivo."

Publicado na "Tribuna da Imprensa", caderno "Tribuna Bis", de 04/07/2006, página 2.

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Por que o sapo não pula?

De acordo com um mito popular (cabe aos biólogos verificar a verdade) se você colocar um sapo numa panela de água fervendo ele pula fora na hora e salva a própria vida.

Mas, se você colocar o sapo numa panela de água fria e for esquentando a água aos pouquinhos, ele não percebe a mudança da temperatura e morre cozido. Mas, por que será que o sapo não pula quando a água começa a ficar quente? Será que ele não sente que a água esquentou?

Vamos tentar analisar imaginando como poderia estar pensando nosso sapo, enquanto sente a água esquentando...

28 Graus - Humm... que água gostosa ...

32 Graus - É ... a água está boazinha ...

36 Graus - Esta água está ficando sem graça, será que está esquentando? Bobagem! Por que a água iria esquentar? Deve ser impressão minha.

38 Graus - Estou ficando com calor ... Que droga de água! Ela nunca foi quente, por que está esquentando?

39 Graus - Essa água é uma porcaria! Melhor nadar um pouco em círculos até a água esfriar de novo.

40 Graus - Esta água é muito quente , humm que ruim! Vou voltar lá para aquele lado que estava mais fresco ou será que é melhor esperar um pouco?

42 Graus - Realmente, esta água está péssima, quente de verdade, tenho que falar com o supervisor das águas. Claro, eu podia pular fora, mas onde será que vou cair? Melhor esperar só mais um pouquinho.

43 Graus - Meu Deus! Será que eu tenho que fazer tudo por aqui? Já reclamei e ninguém toma uma atitude?

44 Graus - Mas este supervisor de águas não faz nada? Será que ninguém nota que a água está super quente? Vou esperar mais um pouco ...

45 Graus - Se ninguém fizer nada eu vou fazer um escândalo ... Aiiiii QUE CALORRR !!!!!!

46 Graus - Eu devia ter pulado fora quando eu tive oportunidade, agora é tarde. Estou sem forças.

50 Graus - "sapo morto".

Este provável raciocínio do sapo pode ilustrar bem um processo de mudança e como normalmente se reage.

No mundo de hoje em que as mudanças de "temperatura" são tão corriqueiras, quem pensa como o sapo, perde as oportunidades de mudar e crescer.

Se você tem, por exemplo, dificuldade de relacionamento no casamento, ou com colegas ou com a sua chefia, que tal parar de reclamar, de tentar mudar o outro? SALTE para uma atitude mais sadia. Reveja suas próprias atitudes e mude você!

Em que temperatura está sua água? Qual vai ser o primeiro passo que você vai dar?

Uma pequena mudança de atitude, pode transformar situações desgastadas, e também, abre as portas para outras mudanças internas maiores. Mas ... não faça como o sapo que ficou dando voltas dentro da mesma panela!

Seja honesto com você mesmo e mude para valer!!! Pense nisso!!!

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Dez mandamentos seculares

1. Domine sua fala. Diga sempre menos do que pensa. Cultive uma voz baixa e suave.

2. Pense antes de fazer uma promessa e depois não a quebre, não importa o quanto lhe custe cumpri-la.

3. Nunca deixe passar uma oportunidade para dizer uma coisa meiga e animadora a uma pessoa ou a respeito dela.

4. Tenha interesse nos outros - em suas ocupações, em seu bem-estar, seus lares e família. Seja sempre alegre com os que riem e lamente com os que choram. Aja de tal maneira que as pessoas com quem se encontrar sintam que você lhes dispensa atenção e lhes dá importância.

5. Seja alegre. Conserve-se sorrindo. Ria das histórias boas e aprenda a contá-las.

6. Conserve a mente aberta para todas as questões de discussão. Investigue, mas não argumente. É próprio das grandes mentalidades discordar e ainda conservar a amizade do seu oponente.

7. Deixe que suas virtudes falem por si mesmas e recuse a falar das faltas e fraquezas dos outros. Condene murmúrios. Faça uma regra de falar só coisas boas dos outros.

8. Tenha cuidado com os sentimentos dos outros. Gracejos e críticas não valem a pena e freqüentemente magoam quando menos se espera.

9. Não faça questão das observações más a seu respeito. Viva de modo que ninguém as acredite.

10. Não seja excessivamente zeloso dos seus direitos. Trabalhe, tenha paciência, conserve-se calmo, esqueça-se de si mesmo e receberá a recompensa.

—- M a r t h a martha carrer cruz gabriel www.martha.com.br www.ociocriativo.com.br —-

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Inquilinos

Luís Fernando Verissimo, extraído do Jornal A Gazeta - 07/12/07

Ninguém é responsável pelo funcionamento do mundo. Nenhum de nós precisa acordar cedo para acender as caldeiras e checar se a Terra está girando em torno do seu próprio eixo na velocidade apropriada, e em torno do Sol de modo a garantir a correta sucessão das estações. Como num prédio bem administrado, os serviços básicos do planeta são providenciados sem que se enxergue o síndico - e sem taxa de administração. Imagine se coubesse à humanidade, com sua conhecida tendência ao desleixo e à improvisação, manter a Terra na sua órbita e nos seus horários, ou se - coroando o mais delirante dos sonhos liberais - sua gerência fosse entregue a uma empresa privada, com poderes para remanejar os ventos e suprimir correntes marítimas, encurtar ou alongar dias e noites e até mudar de galáxia, conforme as conveniências de mercado, e ainda por cima sujeita a decisões catastróficas, fraudes e falência.

É verdade que, mesmo sob o atual regime impessoal, o mundo apresenta falhas na distribuição dos seus benefícios, favorecendo alguns andares do prédio metafórico e martirizando outros, tudo devido ao que só pode ser chamado de incompetência administrativa. Mas a responsabilidade não é nossa. A infra-estrutura já estava pronta quando nós chegamos. Apesar de tentativas como a construção de grandes obras que afetam o clima e redistribuem as águas, há pouco que podemos fazer para alterar as regras do seu funcionamento.

Podemos, isto sim, é colaborar na manutenção da Terra. Todos os argumentos conservacionistas e ambientalistas teriam mais força se conseguissem nos convencer de que somos inquilinos no mundo. E que temos as mesmas obrigações de qualquer inquilino, inclusive a de prestar contas por cada arranhão no fim do contrato. A escatologia cristã deveria substituir o Salvador que virá pela segunda vez para nos julgar por um Proprietário que chegará para retomar seu imóvel. E o Juízo Final, por um cuidadoso inventário em que todos os estragos que fizemos no mundo seriam contabilizados e cobrados.

— Cadê a floresta que estava aqui? - perguntaria o Proprietário. - Valia uma fortuna.

E:

— Este rio não está como eu deixei...

E, depois de uma contagem minuciosa:

— Estão faltando cento e dezessete espécies.

A Humanidade poderia tentar negociar. Apontar as benfeitorias - monumentos, parques, áreas férteis onde outrora existiam desertos - para compensar a devastação. O Proprietário não se impressionaria.

— Para o que eu quero o Taj Mahal? Sete Quedas era muito mais bonita.

— E a catedral de Chartres? Fomos nós que construímos. Aumentou o valor do terreno em...

— Fiquem com todas as suas catedrais, represas, cidades e shoppings. Quero o mundo como eu o entreguei.

Não precisamos de uma mentalidade ecológica. Precisamos de uma mentalidade de locadores. E do terror da indenização.

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Promessas

Leticia Thompson

Passamos o ano inteiro nos prometendo coisas. E aos outros também. Mas é na última semana do ano, provavelmente por causa do balanço existencial, que mais pensamos sobre o assunto. Tem gente que faz até uma lista.

E o que são promessas se não expectativas que despertamos no coração? São propósitos que colocamos nas nossas vidas e nas daqueles que convivem conosco.

É fácil prometer coisas. Difícil mesmo é cumprir tudo o que falamos ou pensamos. Acordamos com nossas promessas sonhos que, se não atingidas, vão se desfazer da mesma forma que a confiança que depositam em nós.

Antes de prometer algo a alguém ou a si, pense: a portinha que se abre com uma promessa fica sempre aberta e só se fecha quando a mesma se cumpre. E se ela foi feita assim de uma maneira qualquer, haverá sempre o vazio de algo não realizado na vida nossa e na da outra pessoa.

Evite então as promessas se você não sabe controlar o dia de amanhã com todas as surpresas que ele pode trazer.

Não prometa amor eterno: ame, ame e ame eternamente. Ame tanto quanto seu coração suportar!

Não prometa felicidade: lute para transformar todos os momentos dos que te encontram em instantes felizes.

E se por acaso a promessa for inevitável, que caia o mundo, mas cumpra o prometido! A fidelidade aos nossos princípios e aos nossos objetivos é fundamental a nós mesmos, ela nos enraíza, nos dá coragem e aumenta nossa auto-confiança.

E lembre-se: muitas das coisas que cumprimos são promessas que não nos fazemos.

Então, o importante mesmo não é ficar abrindo portas de esperança de um lado e outro, mas viver de maneira tal que, a cada fim de dia, possamos repousar a cabeça com a consciência de que, seja como for, nós tenhamos dado o melhor de nós.

M a r t h a
martha carrer cruz gabriel
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Viva a Morte de Cada Dia!

Num artigo muito interessante, Paulo Angelim, que é arquiteto, pós-graduado em marketing dizia mais ou menos o seguinte:

Nós estamos acostumados a ligar a palavra morte apenas à ausência de vida e isso é um erro. Existem outros tipos de morte e nós precisamos morrer todo dia. A morte nada mais é do que uma passagem, uma transformação.

Não existe planta sem a morte da semente, não existe embrião sem a morte do óvulo e do esperma, não existe borboleta sem a morte da lagarta, isso é óbvio! A morte nada mais é do que o ponto de partida para o início de algo novo. É a fronteira entre o passado e o futuro.

Se você quer ser um bom universitário, mate dentro de você o secundarista aéreo que acha que ainda tem muito tempo pela frente. Quer ser um bom profissional? Então mate dentro de você o universitário descomprometido que acha que a vida se resume a estudar só o suficiente para fazer as provas. Quer ter um bom relacionamento, então mate dentro de você o jovem inseguro ou ciumento ou o solteiro solto que pensa poder fazer planos sozinhos, sem ter que dividir espaços, projetos e tempo com mais ninguém.

Enfim, todo processo de evolução exige que matemos o nosso "eu" passado, inferior.

E, qual o risco de não agirmos assim? O risco está em tentarmos ser duas pessoas ao mesmo tempo, perdendo o nosso foco, comprometendo nossa produtividade e, por fim, prejudicando nosso sucesso.

Muitas pessoas não evoluem porque ficam se agarrando ao que eram, não se projetam para o que serão ou desejam ser. Elas querem a nova etapa, sem abrir mão da forma como pensavam ou como agiam. Acabam se transformando em projetos inacabados, híbridos, adultos "infantilizados".

Podemos até agir, às vezes, como meninos, de tal forma que não matemos virtudes de criança que também são necessárias a nós, adultos, como: brincadeira, sorriso fácil, vitalidade, criatividade, etc. Mas, se quisermos ser adultos, devemos necessariamente matar pensamentos infantis, para passarmos a pensar como adultos.

Quer ser alguém (líder, profissional, pai ou mãe, cidadão ou cidadã, amigo ou amiga) melhor e mais evoluído? Então, o que você precisa matar em você ainda hoje para que nasça o ser que você tanto deseja ser?

Pense nisso e morra! Mas, não esqueça de nascer melhor ainda!

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Aprendi que...

Aprendi que se aprende errando...
Que crescer não significa fazer aniversário...
Que silêncio é a melhor resposta,quando se houve uma bobagem...
Que trabalhar não significa apenas ganhar dinheiro...
Que amigos a gente conquista mostrando o q somos...
Que os verdadeiros amigos sempre ficam com você até o fim...
Que a maldade se esconde atrás de uma bela face...
Que não se espera a felicidade chegar,mas se procura por ela...
Que quando penso saber de tudo ainda não aprendi nada...
Que a natureza é a coisa mais bela da vida...
Que amar significa se dar por inteiro...
Que um só dia pode ser mais importante que muitos anos...
Que se pode conversar com as estrelas...
Que se pode confessar com a lua...
Que ouvir uma palavra de carinho faz bem a saúde...
Que dar um carinho também faz...
Que sonhar é preciso...
Que se deve ser criança a vida toda...
Que nosso ser é livre...
Que Deus não proíbe nada em nome do amor...
Que o julgamento alheio não é importante...
Que o que realmente importa é a paz interior...
E,finalmente,aprendi que não se pode morrer,para se aprender a Viver...

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É preciso

É preciso a certeza de que tudo vai mudar. É necessário abrir os olhos e perceber que as coisas boas estão dentro de nós: onde os sentimentos não precisam de motivos, nem os desejos de razão. O importante é aproveitar o momento e aprender sua duração, pois a vida está nos olhos de quem sabe ver...se não houve frutos, valeu a beleza das flores; se não houve flores, valeu a sombra das folhas; se não houve folhas, valeu a intenção das sementes...

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Afinidade

Artur da Távola

Não é o mais brilhante,
mas é o mais sútil,
delicado e penetrante dos sentimentos.
Não importa o tempo, a ausência,
os adiantamentos, a distância, as impossibilidades.
Quando há AFINIDADE,
qualquer reencontro retoma a relação,
o diálogo, a conversa,
o afeto, no exato ponto
de onde foi interrompido.

AFINIDADE é não haver
tempo mediante a vida.
É a vitória do adivinhado sobre o real, do subjetivo sobre o objetivo,
do permanente sobre o passageiro,
do básico sobre o superficial.

Ter AFINIDADE é muito raro,
mas quando ela existe,
não precisa de códigos
verbais para se manifestar.
Ela existia antes do conhecimento,
irradia durante e permanece depois que as
pessoas deixam de estar juntas.

AFINIDADE é ficar longe,
pensando parecido a
respeito dos mesmos fatos que
impressionam, comovem, sensibilizam.

AFINIDADE é receber o que vem
de dentro com uma aceitação
anterior ao entendimento.

AFINIDADE é sentir com...
Nem sentir contra, sem sentir para...
Sentir com e não ter necessidade de
explicação do que está sentindo.
É olhar e perceber.

AFINIDADE é um sentimento singular,
discreto e independente.
Pode existir a quilômetros de distância,
mas é adivinhado na maneira de falar,
de escrever,
de andar,
de respirar.....

AFINIDADE é retomar a relação no tempo em que parou. Porque ele (tempo) e ela (separação) nunca existiram. Foi apenas a oportunidade dada (tirada) pelo tempo para que a maturação

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Amar ou ser amado?

Gisilaine Andrade

Se pudéssemos escolher apenas uma alternativa...
O que seria mais importante?
Amar ou Ser Amado?
Por mais que pensemos...
Fica realmente difícil encontrar uma resposta...
Mas podemos tentar...
Vamos presumir que a alternativa escolhida fosse Amar...
Como é bom Amar...
Sentir o coração bater mais forte...
As mãos frias e trêmulas...as pernas fracas...
O sorriso nos lábios...
Sim, porque o sorriso faz parte do amor e como faz!
Quando amamos, temos o privilégio de sorrir mais...
Sorrimos até quando estamos parados, com o pensamento longe...
Sorrimos das próprias lembranças que esse amor nos traz...
e muitas vezes, quando nos damos conta...
Estamos lá, não importa aonde...
Mas estamos com o sorriso nos lábios...
Até mesmo parados no farol a caminho de casa...
No meio de um trabalho...
Quem estiver prestando atenção na gente... provavelmente não vai
entender nada...
Mas, se essa pessoa também já amou
alguma vez na sua vida...
Ah, com certeza vai entender porque estamos assim... e vai sorrir
também só em lembrar como ela
já ficou um dia por causa do amor...
Quando pensamos na pessoa amada,
uma enorme sensação de leveza
vai tomando conta do nosso corpo...
Da nossa mente...da nossa alma...assim, sem pedir licença...
Mas é uma sensação tão maravilhosa que não importa, ela é tão boa
que não precisa mesmo pedir licença...
pode ir entrando e tomando
conta do nosso ser...
Sensação de plenitude...
E, agora, vamos pensar na outra escolha...
Ser amado...
Como é maravilhoso também saber que existe alguém que nos ama...
Que se importa conosco...
Que se preocupa com tudo o que nos possa acontecer...
Que teme que nos aconteça algo de errado...
A pessoa que nos ama está sempre vigilante...
Tentando nos proteger de situações
que poderiam nos machucar, e
consequentemente machucar a esta pessoa também, sim, porque não
podemos nos esquecer de tudo que foi dito anteriormente sobre
amar...
Quando somos amados, se algo de
errado nos acontece, o ser que nos
ama sofre muito com isso,
talvez sofra mais do que nós mesmos
poderíamos sofrer...
O ideal seria escolher as duas alternativas
Amar e Ser Amado
Pois os dois sentimentos se completam
Mas, nem sempre é assim...
O ideal seria:
Saber Amar e Ser Amado
Mas isto é privilégio de poucos...
talvez privilégio de quem já aprendeu
muito com o amor, já cresceu
muito com ele, e por isso talvez até
consiga entende-lo melhor...
O ideal seria:
Amar sem sufocar... Amar sem aprisionar...
Amar sem cobrar... Amar sem exigir...
Amar sem reprimir, simplesmente Amar...
E
Ser Amado sem se sentir sufocado...
Sem se sentir aprisionado...
Sem se sentir cobrado...
Sem se sentir exigido...
Sem se sentir reprimido
Simplesmente Ser Amado!
Pois do que nos adiantaria Amar sem Ser Amado
e Ser Amado sem Amar?

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A vida

Madre Teresa de Calcutá

A vida é uma oportunidade, aproveita-a.
A vida é beleza, admira-a.
A vida é beatificação, saborei-a.
A vida é sonho, torna-o realidade.
A vida é um desafio, enfrenta-o.
A vida é um dever, cumpre-o.
A vida é um jogo, joga-o.
A vida é preciosa, cuida-a.
A vida é riqueza, conserva-a.
A vida é amor, goza-a.
A vida é um mistério, desvela-o.
A vida é promessa, cumpre-a.
A vida é tristeza, supera-a.
A vida é um hino, canta-o.
A vida é um combate, aceita-o.
A vida é tragédia, domina-a.
A vida é aventura, afronta-a.
A vida é felicidade, merece-a.
A vida é a VIDA, defende-a.

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A viagem

Mensagem do final da novela "A Viagem", da rede Globo

Em algum lugar destas terras, há um doce olhar só para você...
Um olhar especial, de alguém especial de distantes origens...
Um olhar de um justo coração que pulsa só a vida,
que sorri porque ama plenamente sem julgamentos,
preconceitos, nem distinções.
Hoje, como ontem, longe desses céus,
há um encantado olhar só para você...
e nesse olhar vai para você a magia da luz,
a simplicidade do perdão,
a força para comungar uma vida.
Hoje, de algum lugar dentro de você,
alguém que já o amou muito,e ainda o ama,
diz para você que valeu a pena ter estado nestas terras,
sob estes céus, falando de paz, união, amor, perdão.
Poder sentir a força que faz você sorrir
e continuar o caminho...
que um dia aquele doce olhar iniciou para você.
Tudo isso, só para você saber que a vida continua...
E que a morte, é uma viagem.

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Ame com amor

autor desconhecido

Encontre nos seus sentimentos a sua alegria...
Não procure nos valores materiais a sua tristeza.
Ame... Ame com amor
e jamais com interesse...
O carro é frio e insensível...
As roupas bonitas e coloridas
não representam nenhuma emoção...
O físico forte é atraente mas, às vezes, decepcionante...
Sim, tudo é belo, mas nada é real a não ser que você...
Ame... Ame com amor,
Pois vivemos em função desse sentimento tão nobre...
Aquilo que é material degenera e enferruja...
O dinheiro maltrata e mata...
As casas e prédios o tempo consome...
As roupas saem da moda... O corpo apodrece...
O mundo acaba... Mas o amor fica!
Ame... Ame com Amor...
Não pense naquilo que você pode ganhar,
Mas no amor que você vai sentir.
Ame... Ame com amor,
E jamais finja que o sente sem realmente senti-lo...
Ame... Ame sem carro, sem moto,
Pois o que vale é o coração...
Ame... Mas jamais esqueça:
AME COM AMOR!

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Ante o próximo

...E quem é o meu próximo? - indaguei
Ao coração da vida?
E o coração da vida obedecendo a Lei,
Respondeu com voz clara e decidida:
Olha em redor de ti, onde o dever te leva.
Do espaço livre e amplo à senda estreita e breve,
Fita em teu próprio lar:
É teu pai, tua mãe, teu irmão, teu parente, E mais alguém do Grupo familiar,
É o vizinho piedoso e intransigente,
É o mendigo a esmolar que te visita a porta, O amigo suscetível de amparar-te
É aquele que padece
Privação ou problema em qualquer parte.
É aquele que te esquece
E o outro que te humilha,
A esconder-se no ouro em que se alteia e brilha
Para depois cair quando se desilude.
É aquele que se faz bandeira da virtude, E o outro que te apoia ou te faz concessões.
É aquele que te furta o lugar e o direito, Alimentando a sombra do despeito
Sem que te saiba ver as intenções.
É a mulher que te guia para o bem
E a outra que atravessa as áreas de ninguém
Avinagrando corações...

O próximo, afinal, seja onde for,
Será sempre a criatura
Que te busca onde estás
Procurando por ti o socorro da paz,
Rogando-te bondade, amparo e compreensão,
Amizade e calor
Dando-te o nobre ensejo,
De seguir para a luz na presença do amor.
E posso sem o próximo viver? - perguntei comovida
E disse novamente o coração da vida:
Acende sem cessar a luz do Bem,
Trabalha, serve, crê, chora, sofre e auxilia...
Sem o próximo em tua companhia
Nunca serás alguém!!

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Acredite

Mirian

Não importa o que é o mundo... O importante são seus sonhos! Não importa o que você é... O importante é o que você quer ser.

Não importa aonde você está... Importa para aonde você quer ir. Não importa o porquê... O que importa é o querer.

Não importa suas mágoas... O que importa são suas alegrias. Não importa o que já passou.. O passado? Guarde na sua lembrança.

Nunca pense em julgar. Não veja, apenas olhe. Não escute, apenas ouça. Não toque, apenas sinta.

Acredite naquilo que você quiser. E não adianta você sonhar... Se você não lutar.

O mundo é um espelho. Não seja só o seu reflexo. Só acreditando em um futuro.

Você conseguirá a Paz... Para alcançar seus sonhos.

Afinal o que importa? VOCÊ importa! Acredite em VOCÊ! Eu acredito... E VOCÊ?

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Alguém te ama...

Alguém no dia de hoje
Já lhe deu carinho ou amor?
Alguém lhe tratou com respeito
Ou falou do seu valor?
Se nada disso foi feito,
Não fique triste desse jeito,
Pois o ser humano esquece
E nem sempre reconhece
O valor das pessoas...
dê valor..

Deus, contudo, jamais irá lhe esquecer.
Ele tem um grande amor por você,
Por mais que você não o veja
E Ele fisicamente não apareça.
Diariamente,
Ele está contigo
E saiba que é o seu melhor amigo...

melhor amigo...
Você já disse no dia de hoje
Para alguém que o ama?
Você hoje já falou para Deus
Que depende dele e o adora?
Se nada disso está acontecendo,
Você não sabe o que está perdendo.
Quando nos damos,
Quando de nós saímos
Encontramos o sentido para a vida
E a nossa existência fica mais florida...

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Amar é ser feliz

Hermann Hesse, Prêmio Nobel de Literatura, em: "Sull'amore, mondadori

Quanto mais envelhecia, quanto mais insípidas me pareciam as pequenas satisfações que a vida me dava, tanto mais claramente compreendia onde eu deveria procurar a fonte das alegrias da vida. Aprendi que ser amado não é nada, enquanto amar é tudo (...).

O dinheiro não era nada, o poder não era nada. Vi tanta gente que tinha dinheiro e poder, e mesmo assim era infeliz.

A beleza não era nada. Vi homens e mulheres belos, infelizes, apesar de sua beleza.

Também a saúde não contava tanto assim. Cada um tem a saúde que sente.

Havia doentes cheios de vontade de viver e havia sadios que definhavam angustiados pelo medo de sofrer.

A felicidade é amor, só isto.

Feliz é quem sabe amar. Feliz é quem pode amar muito.

Mas amar e desejar não é a mesma coisa.

O amor é o desejo que atingiu a sabedoria.

O amor não quer possuir.

O amor quer somente amar

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As boas coisas da vida

Se apaixonar.

Rir até sentir o rosto doer.

Uma praia.

Um supermercado sem filas.

Um olhar especial.

Receber cartas ou e-mails.

Dirigir numa estrada bonita.

Escutar sua música preferida no rádio.

Um banho de espuma.

Uma boa conversa.

Um banho quente.

Achar uma nota de R$100 na sua blusa do inverno passado.

Rir de você mesmo.

Ligações à meia noite que nunca terminam.

Rir sem absolutamente razão nenhuma.

Ter alguém pra te dizer que você é bonita(o).

Rir por alguma coisa que você lembrou.

Os amigos.

Amar pela primeira vez; pela segunda, pela terceira, ...

Ouvir, acidentalmente, alguém falar bem de você.

Acordar e perceber que ainda faltam algumas horas para dormir.

O primeiro beijo.

Fazer novos amigos ou ficar junto dos velhos.

Conversas à noite com seu colega de quarto que não te deixa dormir.

Alguém brincar com o seu cabelo.

Bons sonhos.

Chocolate quente.

Viagens com os amigos.

Dançar.

Beijar na boca.

Ir à um bom show.

Ter calafrios ao ver "aquela" pessoa.

Ganhar um jogo difícil.

Passar o tempo com os(as) amigos(as).

Ver os(as) amigos(as) sorrir ou rir.

Segurar a mão de um(a) amigo(a).

Encontrar com um(a) velho(a) amigo(a) e descobrir que tem coisas que nunca mudam.

Descobrir que o amor é eterno e incondicional.

Abraçar a pessoa que você ama.

Ver a expressão de alguém que ganhou um presente que queria muito de você.

Ver o nascer do sol.

Levantar todo dia e agradecer a Deus por outro lindo dia!

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Bom dia. boa tarde, boa noite!

Cumprimente as pessoas.

Isso se chama amizade!

Deseje a cada um o melhor.

Isso se chama sinceridade!

Programe o seu dia, a sua semana.

Isso se chama ação!

Acredite que tudo dará certo.

Isso se chama fé!

Faça tudo com alegria.

Isso se chama entusiasmo!

Dê o melhor de si.

Isso se chama perfeição!

Ajude a quem precisa.

Isso se chama doação!

Compreenda que nem todos são como você.

Isso se chama tolerância!

Receba as bençãos com gratidão.

Isso se chama humildade!

Essa é uma fórmula infalível

que vai ajudar a sua semana

a ser mais feliz.

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Contrato Virtual

Amy

A partir de hoje fica decretado que:
Eu e você não temos obrigação um com o outro
A não ser de compartilhar nossos momentos
Dividir nossas alegrias
Ou nossas tristezas.
Eu e você não temos obrigação de nos vermos todos os dias
Salvo quando os dois estiverem com vontade
Eu e você temos um nick
E não precisaremos nos esconder por trás de outro.
Eu e você temos o dever de usar sempre de sinceridade
Para assim podermos curtir nossos momentos
Sem rodeios ou fingimentos.
Fica estabelecido que:
Passaremos momentos agradáveis
Não sou sua "dona" e nem você é o meu "dono".
Faremos do virtual
Nosso mundo real
Até o dia em que esteja sendo maravilhoso para os dois
E que dure o quanto tiver que durar!
A partir de hoje temos apenas o direito de sermos felizes enquanto pudermos!

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Coisas d'alma

Angie

Abri minha alma,
Como se abrisse as portas
Da minha casa para ti.
Invadiste rapidamente a casa,
Pisando sobre as flores que plantei.
Rodei à tua volta,
Como um tornado de desejo
Da paixão que injetaste no meu sangue.

Amei,
Odiei,
Gritei,
Me rasguei,
Me entreguei,
Me anulei...

Me transformei naquilo que
Não era para te fazer feliz.

Valeu?!
Não sei...
Até outra vez!
Mas, se não o fizesse,
Sofreria da mesma forma.

Sementes da vida,
Que se quedam abandonadas e
De repente brotam... Como?
Assustadoramente!
Não dá para saber,
Não dá para entender,
Somente para sentir.

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Colhedor de estrelas

Certa vez alguém,
uma história me contou e afirmou,
que entre as inúmeras estrelas do céu
uma delas teria um brilho singular e muito mais intenso.

Mas esta luz, só por uma pessoa seria possível ser vista, pois ela estaria ali, a espera de
um olhar, para quem ela foi destinada. Falou também que ao encontrar esta estrela. dentro de
mim, tudo se modificaria pois ela estaria brilhando, especificamente para guiar o meu
caminho, e me levar ao encontro do Grande Amor da Minha Vida.

Ouvindo isso, me senti pequena para o Céu alcançar, e não me achava merecedora e capaz, de
um dia, alguém conquistar.

Novamente este alguém,
dando continuidade a história,
voltou-se para mim, e completou:

Todos nós temos uma luz própria
e ocupamos um lugar especial neste majestoso universo.
Disse também que para cada um de nós
sempre existirá a hora em que este brilho será vislumbrado,
de uma forma tão inesperada
que eu até custaria a acreditar,
que ela ali estaria, com todo seu esplendor,
brilhando intensamente, só para mim.

Atenta e com o coração feliz, repleto de esperanças,
este alguém ainda completou:
Apesar de não levarmos muito em conta,
existe Alguém, lá em cima,
que conhece muito bem o coração de cada um de nós.
Podemos até chamá-lo de .Colhedor de Estrelas.,
e por nós tem uma missão muito especial.
Como conhecedor profundo de nossas almas,
colher as estrelas, cujo brilho mais se assemelharem
e escolher o momento exato em que dois olhares
em busca de um grande amor
irão ao mesmo tempo avistar, esta estrela tão especial.

Depois de toda esta história ouvir
Esperei ansiosa pelo anoitecer.
E o céu, me vi a contemplar,
pois acreditei que naquele dia
Minha Estrela iria avistar.

Fui então em busca do meu amor encontrar
E no brilho de cada estrela
Eu procurava o seu olhar.

Chegou o amanhecer, e a estrela com tal brilho
em nenhum momento apareceu.

Por diversas noites, fiquei a janela esperando.
Firmando o pensamento, para que fosse aquele o momento
em que a estrela que a mim mais se assemelhasse,
estivesse a minha espera.
Mas foi em vão, não conseguia avista-la,
e passei a crer que toda aquela história,
não passava de meras palavras apenas
para alimentar esperanças em quem já as tivesse perdido.

Mas numa destas madrugadas, onde o sono não conseguia me dominar,
Um raio de luz atravessou a janela e invadiu meu quarto,
Então, rapidamente corri para observar aquela maravilha que parecia ter vida própria
e me fazia sentir abastecida de uma paz infinita.

Ao olhar para o céu, vi uma linda e majestosa Estrela
E junto a ela, mãos, como se estivessem ofertando-a para mim.
Mas seu brilho não era diferente das demais estrelas que a sua volta estavam.
Lembrando-me então da história que haviam me contado, logo imaginei
Que não seria aquela estrela que me levaria ao encontro do Meu Grande Amor
Pois ela não se diferenciava das demais.

Mas, instantes após, ouvi baixinho uma voz a me dizer.
Eu sou o Colhedor de Estrelas, e estou aqui numa missão importante.
Vendo o seu coração aflito, em busca de sonhos e de um grande amor
vim entregar em suas mãos a estrela tão especial que procuras,
mas por tão grande amor contido dentro do seu coração
ainda não encontrei outra que tenha o brilho que se assemelhe ao seu.
Por isso vou deixa-la ao seu lado, e não mais no firmamento.
Assim você terá a certeza que esta espera não será em vão,
E no momento exato, ela irá brilhar só para você,
porque você conquistará o seu amor e tudo aquilo que tanto sonhou.
Passo ela agora às suas mãos, pois sei que muito em breve
Ela terá o brilho mais intenso do universo, pois será iluminada
pelo sentimento mais lindo e puro que cultivas e trazes dentro do seu coração,
O AMOR!!!

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Dá um abraço?

TrovadorPR

De repente , deu vontade de um abraço...
Uma vontade de entrelaço, de proximidade ... de amizade, sei lá !
Talvez um aconchego amigo e meigo, que enfatize a vida e amenize as dores ... que fale sobre
os amores, seja afetuoso e ao mesmo tempo forte ...
Deu vontade , de poder ter saudade de um abraço.
Um abraço que eternize o tempo e preencha todo o espaço.

Mas que faça lembrar do carinho, que surge devagarinho, na magia da união dos corpos, das auras, sei lá!
Lembrar do calor das mãos, acariciando as costas, a dizerem : - Estou aqui !
Lembrar do enlaçar dos braços, envolventes e seguros, afirmando : - Estou com você !
Lembrar da transfusão de força, ou até da suavidade do momento, sei lá.
Então, pensei em como chamar esse abraço: abraço poesia, abraço força, abraço união, abraço
suavidade, abraço consolo e compreensão, abraço segurança e justiça, abraço verdade, abraço, cumplicidade ?

Mas o que importa é a magia desse abraço, a fusão de energias que harmoniza, integra o todo
e se traduz no cosmos, no tempo e no espaço...
Só sei que agora , deu vontade desse abraço :
Um abraço que desate os nós, transformando-os em envolventes laços ...
Que sirva de "colo", afastando toda e qualquer angústia...
Que desperte a lágrima de alegria e acalme o coração...
Um abraço que traduza a amizade, o amor e a emoção.
E para um abraço assim, só consegui pensar em você .
Nessa sua energia, nessa sua sensibilidade, que sabe entender o porque dessa minha vontade.

Pois então:
— Dá logo esse abraço !!!

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Gosto de gente que...

Gosto de gente com a cabeça no lugar, de conteúdo interno, idealismo nos olhos e dois pés no chão da realidade.

Gosto de gente que ri, chora, se emociona com uma simples carta, um telefonema, uma canção suave, um bom filme, um bom livro, um gesto de carinho, um abraço, um afago.

Gente que ama e curte saudades, gosta de amigos, cultiva flores, ama os animais.

Admira paisagens, poeira; e escuta.

Gente que tem tempo para sorrir bondade, semear perdão,repartir ternuras, compartilhar vivências, dar espaço para as emoções dentro de si, emoções que fluem naturalmente de dentro de seu ser!

Gente que gosta de fazer as coisas que gosta,sem fugir de compromissos difíceis e inadiáveis, por mais desgastantes que sejam.

Gente que colhe, orienta, se entende,aconselha, busca a verdade e quer sempre aprender, mesmo que seja de uma criança, de um pobre, de um analfabeto.

Gente de coração desarmado, sem ódio e preconceitos baratos. Com muito AMOR dentro de si.

Gente que erra e reconhece, cai e se levanta, apanha e assimila os golpes, tirando lições dos erros e fazendo redentora suas lágrimas e sofrimentos.

Gosto muito de gente assim....... e desconfio que é deste tipo de gente que DEUS também gosta!

FELICIDADES!

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Muitos anos sem ver sua obra de um segundo

Samoel Bianeck

Sempre a noite andava a caminhar pela longa extensão da praia, cumprindo as recomendações de meu médico. Entre outras figuras, lindas ou não; que encontrava, tinha uma em especial. Às vezes andava mais cedo outras mais tarde, e assim quase nunca encontrava "esta figura" na mesma situação. Era um senhor aparentando seus 70 anos que toda noite com a maré baixa iniciava a construção de um castelo de areia. No longo do trajeto eu passava por ele duas vezes cada noite e ele sempre estava lá. Olhava para mim e eu para ele e dizíamos um oi - por mais frio que fosse. Quando comecei a prestar atenção em sua obra, percebi que, todas as vezes seu castelo tinha um pequeno detalhe que diferenciava do da noite anterior. Notei que do seu lado também tinha três ou quatro baldes de tinta. Isto foi me deixando preocupado e comecei a variar de horário; as vezes passando mais tarde, para entender aquele senhor. Uma noite sentei-me na areia ao seu lado para conversar mas notei que ele estava tão absorvido com sua obra e assim não era de muita conversa.

Percebi que estava muito claro que ele era um senhor muito amável e deixava transparecer que tinha um sonho por realizar. Em conversa com outros caminhantes fiquei sabendo que ele fazia isto há muitos anos e quase todas as noites.

Certa noite; já no inicio da madrugada, fui andar para ver se ele estava lá ainda. Estava sim; e seu castelo desta noite já tinha tomado forma. Passei ao seu lado e ele me olhou com ar de meio estranho, por ter passado altas horas da noite e disse um oi meio angustiado. Deixou transparecer que ficou preocupado por me ver tarde da noite. Outra noite; passei ainda mais tarde, e nesta hora ele estava todo lambuzado de tinta, com duas ou três latas abertas enquanto cuidadosamente pintava seu castelo. Era uma obra de arte, digna de um Dalí, Van Gogh ou Monet.

Fui obrigado a ser teimoso comecei a perguntar porque ele fazia toda a noite aquela obra maravilhosa para ser tragada pela manhã quando uma onda alta vinha nada deixando de sua obra. Ele me olhou, e com ar de quem queria confiar-me um grande segredo, começou a falar.

Eu tive um sonho que um dia teria um quadro projetado em uma tela bem grande, de cinco metros por cinco - ainda que por pouco tempo, mas que sua imagem ficaria eternizada. Quero realizar este meu sonho que dizia que eu devia fazer um castelo todo colorido nesta praia e assim teria o sonho realizado.

Já faz muitos anos que faço estes castelos e até hoje não pude ver meu castelo em um grande painel. Era tarde da noite e me retirei para dormir. Após uns meses de tanto pensar naquele senhor e seus castelos resolvi um dia ir de manhã assistir já com sol, a onda tragando seu Castelo. Ao me aproximar notei que ele olhava atentamente para o castelo enquanto se formava uma onda alta e se aproximava para tragar seu castelo. Estremeci e fique sem voz ao ver o reflexo de seu castelo sendo projetado na onda que se aproximava. Pasmo; pela beleza de seu castelo sobre os contornos vivos da onda que tomava forma divina; não percebi que o senhor, outra vez, decepcionado juntou as latas e se retirou.

Outra manhã; fui cedo pensando em mostrar a ele, que há muitos anos ele realizava seu sonho. Feliz cheguei a praia; e para minha surpresa ele e seu castelo não estavam lá.

Por longos anos; procuro aquele senhor em todos os lugares para levar ele a fazer seu castelo e ver, como em seu sonhos o grande quadro que a muitos anos são projetados em um dos mais lindo painéis da terra - e não encontrei.

Moral da estória: Muitas vezes precisamos deixar que outros vejam nossa obra para que possam - mostrá-la para nós.

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Medidas para sapato

Autoria Cris Lacerda

Um filósofo chinês, Hanfeitse, escreveu a parábola Medida para Sapatos que expressa muito bem o que vem predominando hoje em dia, a falta de confiança em si mesmo.

Certo homem de Cheng ia comprar um novo par de sapato. Primeiro tomou as medidas dos pés, e deixou-as na cadeira.

Quando foi para a rua, esqueceu-se de levá-las, e depois de entrar numa sapataria, disse consigo mesmo: Oh, esqueci-me de trazer as medidas e tenho de voltar para buscá-las . E assim o fez.

Mas, ao regressar, a loja já estava fechada e ele deixou de comprar os sapatos.

Ao ver a decepção do homem, um transeunte inquiriu o que havia sucedido e ele explicou.

— Por que não fizeste provar os sapatos mesmos nos pés?

Cheng respondeu: - Eu confiava mais nas medidas que em mim mesmo.

Muitos de nós perdemos a originalidade e até a essência por confiar mais no gosto alheio. Deixamos de ser nós mesmos para ser igual a fulano ou beltrano, deixamos de lado tantas coisas só para não demonstrar que somos assim ou assado e passamos imitar os outros, creditando-lhes a nossa própria personalidade.

Gente, cada um é único e traz consigo uma bagagem de vivências, que torna singular e por mais que haja dissimulação no sentido de copiar os outros, de tentar passar uma realidade camuflada que não é a nossa, jamais deixaremos de ser quem somos e nossa marca registrada deve ser coerente conosco.

Lembremo-nos sempre que nossas sombras são projetadas e elas são fiéis ao nosso corpo.

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Não Sei

Cora Coralina

Não sei se a vida é curta ou longa demais pra nós,
mas sei que nada do que vivemos tem sentido
se não tocamos o coração das pessoas.

Muitas vezes basta ser:

Colo que acolhe,
Braço que envolve,
Palavra que conforta,
Silêncio que respeita,
Alegria que contagia,
Lágrima que corre,
Olhar que acaricia,
Desejo que sacia,
Amor que promove.

E isso não é coisa de outro mundo,
é o que dá sentido à vida.

É o que faz com que ela não seja nem curta, nem longa demais, mas que seja
intensa, verdadeira, pura,
enquanto durar.

Feliz aquele que
transfere o que sabe
e aprende o que ensina.

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O pote rachado

Um carregador de água na Índia levava dois potes grandes, ambos pendurados em cada ponta de uma vara a qual ele carregava atravessada em seu pescoço. Um dos potes tinha uma rachadura, enquanto o outro era perfeito e sempre chegava cheio de água no fim da longa jornada entre o poço e a casa do chefe. O pote rachado chegava apenas pela metade.

Foi assim por dois anos, diariamente, o carregador entregando um pote e meio de água na casa de seu chefe. Claro, o pote perfeito estava orgulhoso de suas realizações. Porém, o pote rachado estava envergonhado de sua imperfeição, e sentindo-se miserável por ser capaz de realizar apenas a metade do que havia sido designado a fazer.

Após perceber que por dois anos havia sido uma falha amarga, o pote falou para o homem um dia, à beira do poço:

— Estou envergonhado, quero pedir-lhe desculpas.

— Por quê?, perguntou o homem. - De que você está envergonhado?

— Nesses dois anos eu fui capaz de entregar apenas metade da minha carga, porque essa rachadura no meu lado faz com que a água vaze por todo o caminho da casa de seu senhor. Por causa do meu defeito, você tem que fazer todo esse trabalho, e não ganha o salário completo dos seus esforços, disse o pote.

O homem ficou triste pela situação do velho pote, e com compaixão falou:

— Quando retornarmos para a casa do meu senhor, quero que percebas as flores ao longo do caminho.

De fato, à medida que eles subiam a montanha, o velho pote rachado notou flores selvagens ao lado do caminho, e isto lhe deu ânimo. Mas ao fim da estrada, o pote ainda se sentia mal porque tinha vazado a metade, e de novo pediu desculpas ao homem por sua falha. Disse o homem ao pote:

— Você notou que pelo caminho só havia flores no seu lado do caminho??? Notou ainda que a cada dia, enquanto voltávamos do poço, você as regava??? Por dois anos eu pude colher flores para ornamentar a mesa do meu senhor. Sem você ser do jeito que você é, ele não poderia ter essa beleza para dar graça à sua casa.

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Torne-se um lago...

O velho Mestre pediu a um jovem triste que colocasse uma mão cheia de sal em um copo d'água e bebesse.

— "Qual é o gosto?" perguntou o Mestre.

— "Ruim " disse o aprendiz.

O Mestre sorriu e pediu ao jovem que pegasse outra mão cheia de sal e levasse a um lago. Os dois caminharam em silêncio e o jovem jogou o sal no lago, então o velho disse:

— "Beba um pouco dessa água".

Enquanto a água escorria do queixo do jovem, o Mestre perguntou:

— "Qual é o gosto?"

— "Bom!" disse o rapaz.

— Você sente gosto do "sal" perguntou o Mestre?

— "Não" disse o jovem.

O Mestre então sentou ao lado do jovem, pegou sua mão e disse:

— A dor na vida de uma pessoa não muda. Mas o sabor da dor depende aonde a colocamos. Então quando você sentir dor, a única coisa que você deve fazer é aumentar o sentido das coisas. Deixe de ser um copo. Torne-se um lago..

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Eu sou...

Eu sou o homem que vai a um restaurante, senta-se à mesa e, pacientemente, espera enquanto o garçom faz tudo, menos o meu pedido.

Eu sou o homem que vai a uma loja e aguarda calado, enquanto os vendedores terminam suas conversas.

Eu sou o homem que entra num posto de gasolina e nunca toca a buzina, mas espera pacientemente que o empregado se disponha a me atender.

Eu sou o homem que explica sua desesperada e imediata necessidade de uma encomenda, mas não reclama quando a recebe após três semanas, somente.

Eu sou o homem que, quando entra numa empresa, parece estar pedindo um favor, ansiando por um sorriso ou esperando apenas ser notado.

Eu sou o homem que entra num banco e aguarda tranqüilamente que as recepcionistas e os caixas terminem de conversar ao telefone, e espera pacientemente enquanto os funcionários trocam idéias ou, simplesmente, abaixam a cabeça e fingem não me ver.

Você deve estar pensando que sou uma pessoa quieta, paciente, do tipo que nunca cria problemas.

Engana-se. Sabe quem eu sou?

Eu sou o CLIENTE QUE NUNCA MAIS VOLTA !

Divirto-me, vendo milhões serem gastos todos os anos em anúncios de toda ordem, para levar-me de novo à sua empresa.

Quando fui lá, tudo o que deviam ter feito era apenas a pequena gentileza, tão barata, de me dar um pouco de "ATENÇÃO".

Clientes podem demitir todos de uma empresa, do mais alto executivo para baixo, simplesmente gastando seu dinheiro em algum outro lugar.

Sam Walton, Fundador da Wal-Mart, a maior cadeia de varejo do mundo.

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Procura-se um barrigudinho

Homens leiam com atenção !!!

Meninas de todo o Brasil, tenho um conselho valioso para dar aqui:

se você acabou de conhecer um rapaz, ficou com ele algumas vezes e já está começando a imaginar o dia do seu casamento e o nome dos seus filhos, pare agora e me escute! Na próxima vez que encontrá-lo, tente (disfarçadamente) descobrir como é sua barriga. Se for musculosa, torneada, estilo 'tanquinho', fuja! Comece a correr agora e só pare quando estiver a uma distância segura. É fria, vai por mim.

Homem bom de verdade precisa, obrigatoriamente, ostentar uma barriguinha de chopp. Se não, não presta.

Estou me referindo àqueles que, por não colocarem a beleza física acima de tudo (como fazem os malditos metrossexuais), acabaram cultivando uma pancinha adorável. Esses, sim, são pra manter por perto.

E eu digo por quê.

Você nunca verá um homem barrigudinho tirando a camisa dentro de uma boate e dançando como um idiota, em cima do balcão. Se fizer isso, é pra fazer graça pra turma - e provavelmente será engraçado, mesmo.

Já os 'tanquinhos' farão isso esperando que todas as mulheres do recinto caiam de amores - e eu tenho dó das que caem.

Quando sentam em um boteco, numa tarde de calor, adivinha o que os pançudos pedem pra beber? Cerveja! Ou Coca-cola, tudo bem também.

Mas você nunca os verá pedindo suco ou coca-light. Ou, pior ainda, um copo com gelo,pra beber a mistura patética de vodka com 'clight' que trouxe de casa.

E você não será informada sobre quantas calorias tem no seu copo de cerveja, porque eles não sabem e nem se importam com essa informação.

E no quesito comida, os homens com barriguinha também não deixam a desejar. Você nunca irá ouvir um 'ah, amor, 'Quarteirão' é gostoso, mas você podia provar uma 'McSalad' com água de coco'. Nunca! Esses homens entendem que, se eles não estão em forma perfeita o tempo todo, você também não precisa estar.

Mais uma vez, repito: não é pra chegar ao exagero total e mamar leite condensado na lata todo dia! Mas uma gordurinha aqui e ali não matará um relacionamento. Se ele souber cozinhar, então, bingo! Encontrou a sorte grande, amiga.

Ele vai fazer pra você todas as delícias que sabe, e nunca torcerá o nariz quando você repetir o prato. Pelo contrário, ficará feliz.

Outra coisa fundamental: homens barrigudinhos são confortáveis!

Experimente pegar a tábua de passar roupas e deitar em cima dela. Pois essa é a sensação de se deitar no peito de um musculoso besta.

Terrível! Gostoso mesmo é se encaixar no ombro de um fofinho, isso que é conforto.

E na hora de dormir de conchinha, então? Parece que a barriga se encaixa perfeitamente na nossa lombar, e fica sensacional.

Homens com barriga não são metidos, nem prepotentes, nem donos do mundo. Eles sabem conquistar as mulheres por maneiras que excedem a barreira do físico. E eles aprenderam a conversar, a ser bem humorados, a usar o olhar e o sorriso pra conquistar. É por isso que eu digo que homens com barriguinha sabem fazer uma mulher feliz.

CARLA MOURA, PSICÓLOGA, ESPECIALISTA EM SEXOLOGIA E TERAPIA DE CASAIS

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A Outra Mulher

Depois de 21 anos de casado, descobri uma nova maneira de manter viva a chama do amor.

Há pouco tempo decidi sair com outra mulher.

Na realidade foi idéia da minha esposa.

Você sabe que a ama , disse minha esposa um dia, pegando-me de surpresa.

A vida é muito curta, você deve dedicar especial tempo a essa mulher...

Mas, eu te amo , protestei à minha mulher.

Eu sei. Mas, você também a ama ,tenho certeza disto.

A outra mulher, a quem minha esposa queria que eu visitasse era minha mãe, que já era viúva há 19 anos, mas as exigências do meu trabalho e de meus 3 filhos, faziam com que eu a visitasse ocasionalmente.

Essa noite, a convidei para jantar e ir ao cinema.

O que é que você tem? Você está bem? - perguntou-me, após o convite. (Minha mãe é o tipo de mulher que acredita que uma chamada tarde da noite, ou um convite surpresa é indício de más notícias).

Pensei que seria agradável passar algum tempo contigo, respondi. Só nós dois; o que acha?

Ela refletiu por um momento.

Me agradaria muitíssimo - disse sorrindo. Depois de alguns dias, estava dirigindo para pegá-la depois do trabalho, estava um tanto nervoso, era o nervosismo que antecede a um primeiro encontro...

E que coisa interessante, pude notar que ela também estava muito emocionada.

Esperava-me na porta com seu casaco, havia feito um penteado e usava o vestido com que celebrou seu último aniversário de bodas.

Seu rosto sorria e irradiava luz como um anjo. Eu disse a minhas amigas que ia sair com você, e ficaram muito impressionadas, comentou enquanto subia no carro.

Fomos a um restaurante não muito elegante, mas, sim, aconchegante, minha mãe se agarrou ao meu braço como se fosse "a primeira dama".

Quando nos sentamos, tive que ler para ela o menu.

Seus olhos só enxergavam grandes figuras. Quando estava pela metade das entradas, levantei os olhos;

Mamãe estava sentada do outro lado da mesa, e me olhava fixamente.

Um sorriso nostálgico se delineava nos seus lábios.

Era eu quem lia o menu quando você era pequeno - disse-me.

Então é hora de relaxar e me permitir devolver o favor - respondi.

Durante o jantar tivemos uma agradável conversa; nada extraordinário, só colocando em dia a vida um para o outro.

Falamos tanto que perdemos o horário do cinema.

Sairei contigo outra vez, mas só se me deixares fazer o convite disse minha mãe quando a levei para casa.

E eu concordei.

Como foi teu encontro? - quis saber minha esposa quando cheguei naquela noite.

Muito agradável... Muito mais do que imaginei...

Dias mais tarde minha mãe faleceu de um infarte fulminante, tudo foi tão rápido, não pude fazer nada.

Depois de algum tempo recebi um envelope com cópia de um cheque do restaurante de onde havíamos jantado minha mãe e eu, e uma nota que dizia: "O jantar que teríamos, paguei antecipado, estava quase certa de que poderia não estar ali, por isso paguei um jantar para ti e para tua esposa.

Jamais poderás entender o que aquela noite significou para mim. Te amo".

Nesse momento compreendi a importância de dizer a tempo: "TE AMO" e de dar a nossos entes queridos o espaço que merecem.

Nada na vida será mais importante que Deus e as pessoas que você ama, dedique tempo a eles, porque eles não podem esperar".

" É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã..."

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No curso de medicina

No Curso de Medicina, o professor se dirige ao aluno e pergunta:

— Quantos rins nós temos?

— Quatro! Responde o aluno.

— Quatro? Replica o professor, arrogante, daqueles que se comprazem de tripudiar sobre os erros dos alunos.

— Traga um feixe de capim, pois temos um asno na sala - ordena o professor para seu auxiliar.

— E para mim um cafezinho! Replicou o aluno ao auxiliar do mestre. O professor ficou irado e expulsou o aluno da sala.

O aluno era, entretanto, o humorista Aparício Torelly Aporelly (1895-1971), mais conhecido como o "Barão de Itararé". Ao sair da sala, o aluno ainda teve a audácia de corrigir o furioso mestre:

— O senhor me perguntou quantos rins "nós temos". "Nós " temos quatro: dois meus e dois teus.

Tenha um bom apetite e delicie-se com o capim.

"A vida exige muito mais compreensão do que conhecimento"

Enviado por Jotage

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Soneto do Amor Total

Vinícius de Morais

Amo-te tanto meu amor... não cante
O humano coração com mais verdade...
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade.
Amo-te enfim, de um calmo amor prestante
E te amo além, presente na saudade.
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.
Amo-te como um bicho, simplesmente
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.
E de te amar assim, muito e amiúde
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude.

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Soneto de Devoção

Vinícius de Morais

Essa mulher que se arremessa, fria
E lúbrica em meus braços, e nos seios
Me arrebata e me beija e balbucia
Versos, votos de amor e nomes feios.

Essa mulher, flor de melancolia
Que se ri dos meus pálidos receios
A única entre todas a quem dei
Os carinhos que nunca a outra daria.

Essa mulher que a cada amor proclama
A miséria e a grandeza de quem ama
E guarda a marca dos meus dentes nela.

Essa mulher é um mundo! - uma cadela
Talvez... - mas na moldura de uma cama
Nunca mulher nenhuma foi tão bela!

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Ausência

Vinícius de Morais

Eu deixarei que morra em mim o desejo de amar seus olhos que são doces...
Porque nada te poderei dar senão a mágoa de me veres exausto...
No entanto a tua presença é qualquer coisa, como a luz e a vida...
E eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto...
E em minha voz, a tua voz...
Não te quero ter, pois em meu ser tudo estaria terminado...
Quero só que surjas em mim como a fé nos desesperados...
Para que eu possa levar uma gota de orvalho nesta terra amaldiçoada...
Que ficou em minha carne como uma nódoa do passado...
Eu deixarei...Tu irás e encostarás tua face em outra face...
Teus dedos enlaçarão outros dedos e tu desabrocharás para a madrugada...
Mas tu não saberás que quem te colheu fui eu...
porque eu fui o grande íntimo da noite...
Porque eu encostei minha face na face da noite e ouvi a tua fala
amorosa...
Porque os meus dedos enlaçaram os dedos da névoa suspensos no espaço
E eu trouxe até mim a misteriosa essência do teu abandono desordenado.
E eu ficarei só como os veleiros nos portos silenciosos
Mas eu te possuirei mais que ninguém, porque poderei partir.
E todas as lamentações do mar, do vento, do céu, das aves, das estrelas,
serão a tua voz presente, tua voz ausente, a tua voz serenizada.

Vinícius de Morais

Ai, quem me dera terminasse a espera
Retornasse o canto simples e sem fim
E ouvindo o canto se chorasse tanto
Que do mundo o pranto se estancasse enfim

Ai, quem me dera ver morrer a fera
Ver nascer o anjo, ver brotar a flor.
Ai, quem me dera uma manhã feliz.
Ai, quem me dera uma estação de amor

Ah, se as pessoas se tornassem boas
E cantassem loas e tivessem paz
E pelas ruas se abraçassem nuas
E duas a duas fossem ser casais

Ai, quem me dera ao som de madrigais
Ver todo mundo para sempre afim
E a liberdade nunca ser demais
E não haver mais solidão ruim

Ai, quem me dera ouvir o nunca-mais
Dizer que a vida vai ser sempre assim
E, finda a espera, ouvir na primavera
Alguém chamar por mim.

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De Repente

Vinícius de Morais

De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.

De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.

De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente.

Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.

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Soneto a Quatro Mãos

Paulo Mendes Campos/ Vinicius de Morais

Tudo de amor que existe em mim foi dado.
Tudo que fala em mim de amor foi dito.
Do nada em mim o amor fez o infinito
Que por muito tornou-me escravizado.

Tão pródigo de amor fiquei coitado
Tão fácil para amar fiquei proscrito.
Cada voto que fiz ergueu-se em grito
Contra o meu próprio dar demasiado.

Tenho dado de amor mais que coubesse
Nesse meu pobre coração humano
Desse eterno amor meu antes não desse.

Pois se por tanto dar me fiz engano
Melhor fora que desse e recebesse
Para viver da vida o amor sem dano.

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A Rosa de Hiroshima

Vinícius de Morais

Pensem nas crianças
Mudas telepáticas
Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas oh não se esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroshima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e inválida
A rosa com cirrose
A anti-rosa atômica
Sem cor sem perfume
Sem rosa sem nada

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Mãe

Mário Quintana

Mãe... São três letras apenas
As desse nome bendito:
Também o Céu tem três letras...
E nelas cabe o infinito.
Para louvar nossa mãe,
Todo o bem que se disse
Nunca há de ser tão grande
Como o bem que ela nos quer...
Palavra tão pequenina,
Bem sabem os lábios meus
Que és do tamanho do Céu
E apenas menor que Deus!

Data e Dedicatória

Mário Quintana

Teus poemas, não os dates nunca... Um poema
Não pertence ao Tempo... Em seu país estranho,
Se existe hora, é sempre a hora estrema
Quando o anjo Azrael nos estende ao sedento
Lábio o cálice inextinguível...
Um poema é de sempre, Poeta:
O que tu fazes hoje é o mesmo poema
Que fizeste em menino,
É o mesmo que,
Depois que tu te fores,
Alguém lerá baixinho e comovidamente,
A vivê-lo de novo...
A esse alguém,
Que talvez ainda nem tenha nascido,
Dedica, pois, os teus poemas.
Não os dates, porém:
As almas não entendem disso...

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Viver

Mário Quintana

Quem nunca quis morrer
Não sabe o que é viver
Não sabe que viver é abrir uma janela
E pássaros pássaros sairão por ela
E hipocampos fosforescentes
Medusas translúcidas
Radiadas
Estrelas-do-mar... Ah,
Viver é sair de repente
Do fundo do mar
E voar...
e voar...
cada vez para mais alto
Como depois de se morrer!

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Os Poemas

Mário Quintana

Os poemas são pássaros que chegam
não se sabe de onde e pousam
no livro que lês.
Quando fechas o livro, eles alçam vôo
como de um alçapão.
Eles não têm pouso
nem porto
alimentam-se um instante em cada par de mãos
e partem.
E olhas, então, essas tuas mãos vazias,
no maravilhado espanto de saberes
que o alimento deles já estava em ti...

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Ah! Os Relógios

Mário Quintana

Amigos, não consultem os relógios
quando um dia eu me for de vossas vidas
em seus fúteis problemas tão perdidas
que até parecem mais uns necrológios...

Porque o tempo é uma invenção da morte:
não o conhece a vida - a verdadeira -
em que basta um momento de poesia
para nos dar a eternidade inteira.

Inteira, sim, porque essa vida eterna
somente por si mesma é dividida:
não cabe, a cada qual, uma porção.

E os Anjos entreolham-se espantados
quando alguém - ao voltar a si da vida -
acaso lhes indaga que horas são...

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Presença

Mário Quintana

É preciso que a saudade desenhe tuas linhas perfeitas,
teu perfil exato e que, apenas, levemente, o vento
das horas ponha um frêmito em teus cabelos...
É preciso que a tua ausência trescale
sutilmente, no ar, a trevo machucado,
a folhas de alecrim desde há muito guardadas
não se sabe por quem nalgum móvel antigo...
Mas é preciso, também, que seja como abrir uma janela
e respirar-te, azul e luminosa, no ar.
É preciso a saudade para eu sentir
como sinto - em mim - a presença misteriosa da vida...
Mas quando surges és tão outra e múltipla e imprevista
que nunca te pareces com o teu retrato...
E eu tenho de fechar meus olhos para ver-te!

Bilhete

Mário Quintana

Se tu me amas,
ama-me baixinho.
Não o grites de cima dos telhados,
deixa em paz os passarinhos.
Deixa em paz a mim!
Se me queres, enfim,
.....tem de ser bem devagarinho,
.....amada,
.....que a vida é breve,
.....e o amor
.....mais breve ainda.

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Desencanto

Manuel Bandeira

Eu faço versos como quem chora
De desalento... de desencanto...
Fecha o meu livro, se por agora
Não tens motivo nenhum de pranto.

Meu verso é sangue. Volúpia ardente...
Tristeza esparsa... remorso vão...
Dói-me nas veias. Amargo e quente,
Cai, gota a gota, do coração.

E nestes versos de angústia rouca,
Assim dos lábios a vida corre,
Deixando um acre sabor na boca.

Eu faço versos como quem morre.

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Vou-me Embora pra Pasárgada

Manuel Bandeira

Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada
Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconseqüente
Que Joana a Louca de Espanha
Rainha e falsa demente
Vem a ser contraparente
Da nora que nunca tive
E como farei ginástica
Andarei de bicicleta
Montarei em burro brabo
Subirei no pau-de-sebo
Tomarei banhos de mar!
E quando estiver cansado
Deito na beira do rio
Mando chamar a mãe-d'água
Pra me contar as histórias
Que no tempo de eu menino
Rosa vinha me contar
Vou-me embora pra Pasárgada
Em Pasárgada tem tudo
É outra civilização
Tem um processo seguro
De impedir a concepção
Tem telefone automático
Tem alcalóide à vontade
Tem prostitutas bonitas
Para a gente namorar
E quando eu estiver mais triste
Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar
Lá sou amigo do rei
Terei a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada.

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Testamento

Manuel Bandeira

O que não tenho e desejo
É que melhor me enriquece.
Tive uns dinheiros - perdi-os...
Tive amores - esqueci-os.
Mas no maior desespero
Rezei: ganhei essa prece.
Vi terras da minha terra.
Por outras terras andei.
Mas o que ficou marcado
No meu olhar fatigado,
Foram terras que inventei.
Gosto muito de crianças:
Não tive um filho de meu.
Um filho!... Não foi de jeito...
Mas trago dentro do peito
Meu filho que não nasceu.
Criou-me, desde eu menino
Para arquiteto meu pai.
Foi-se-me um dia a saúde...
Fiz-me arquiteto? Não pude!
Sou poeta menor, perdoai!
Não faço versos de guerra.
Não faço porque não sei.
Mas num torpedo-suicida
Darei de bom grado a vida
Na luta em que não lutei!

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Alerta!!! Vírus Mentais atacam sua mente

Enviado por Renato Galavoti Filho

As pessoas andam muito preocupadas com os vírus em seus programas de computador, mas se esquecem que há certos tipos de pensamentos automáticos que provocam verdadeiras panes em suas próprias mentes.

Passe agora um ANTIVÍRUS em seu cérebro! Se detectar algum desses vírus, delete-o imediatamente:

Vírus 1:- Vírus do sempre/nunca:

Esse vírus ocorre quando você pensa que alguma coisa que aconteceu vai SEMPRE se repetir, ou que você NUNCA vai conseguir o que quer.

Variantes do vírus

Ele SEMPRE me diminui, ninguém vai telefonar pra mim, eu NUNCA vou conseguir um aumento, todo mundo SEMPRE se aproveita de mim, meus filhos NUNCA me ouvem. Quando você perceber este vírus, delete-o usando os programas da sua consciência.

Vírus 2:- Vírus do negativismo:

Ocorre quando seus pensamentos refletem apenas o lado ruim de uma situação e ignoram qualquer parte boa. Delete-o com o programa otimismo.exe.

Vírus 3: - Vírus de catástrofe:

Esse terrível vírus ocorre quando você prevê o pior resultado possível de uma situação. Ele provoca um colapso em suas iniciativas, fazendo-o desistir antes de tentar. O antivírus para este é cair na real.

Vírus 4: - Vírus de leitura das mentes:

Este vírus está agindo sempre que você acha que sabe o que as pessoas estão pensando, mesmo que elas não lhe tenham dito nada. O antivírus é lembrar que já é meio difícil ler a própria mente, quanto mais a dos outros.

Vírus 5: Vírus pensar com sensações:

Estes vírus em geral te infectaram em alguma situação desagradável no passado. Agora, situações semelhantes vão provocar pensamentos negativos: "Eu tenho a sensação que isso não vai dar certo"... Simplesmente DELETE O BICHO!

Vírus 6: Vírus da culpa:

Substitua palavras como: eu deveria, eu preciso, eu poderia, eu tenho que... Por: Eu quero, eu vou, eu posso fazer assim... Não fique centrado no passado. Use o "antivírus momento presente".

Vírus 7: Vírus rotulação:

Sempre que esse vírus coloca um rótulo em você mesmo ou em outra pessoa, ele detém a sua capacidade de ter uma visão clara da situação; Variantes - Tonto, frígida, arrogante, irresponsável e mais de um milhão de rótulos auto-instaláveis. O rótulo generaliza, transformando a realidade das pessoas em imagens virtuais de sua imaginação infectada. O melhor anti vírus pra ele é o "ampliação da consciência.exe ".

Vírus 8: Vírus da personalização:

Esse faz você levar tudo pro lado pessoal. Exemplo: Quando alguém passa por você de cara amarrada e não te cumprimenta, o vírus faz CRER que a pessoa certamente está com raiva de você. A "expansão da consciência.exe"deleta muito bem este tipo de vírus.

Vírus 9: Vírus culpar os outros:

É um dos piores vírus! Ao culpar automaticamente os outros pelos problemas da Sua vida, este vírus o torna impotente para responsabilizar-se pelo próprio destino. Incapaz de mudar qualquer coisa. Use o "antivírus da auto-estima.exe " e pare de projetar nos outros as suas próprias culpas.

Vírus 10: Vírus do medo:

É o pior de todos os vírus do pensamento! Comprime completamente sua vida. Bloqueia todo o sistema de sua realização e de relacionamento. Delete os "reflexos da intimidação exteriores a VC" e instale o programa "auto-confiança" !

MANTENHA OS SEUS ANTIVÍRUS DE PENSAMENTO SEMPRE ATIVADOS, POIS NUNCA SE SABE QUANDO ESSAS PRAGAS VOLTAM A ATACAR!

O Rio

E o RIO corre sozinho.
Vai seguindo seu caminho.
Não necessita ser empurrado.
Pára um pouquinho no remanso.
Apressa-se nas cachoeiras.
Desliza de mansinho nas baixadas.
Precipita-se nas cascatas.
Mas, no meio de tudo isso vai seguindo seu caminho.
Sabe que há um ponto de chegada.
Sabe que seu destino é para a frente.
O rio não sabe recuar.
Seu caminho é seguir em frente.
É vitorioso, abraçando outros rios, vai chegando no mar.
O mar é sua realização.
É chegar ao ponto final.
É ter feito a caminhada.
É ter realizado totalmente seu destino.
A vida da gente deve ser levada do jeito do rio.
Deixar que corra como deve correr.
Sem apressar e sem represar.
Sem ter medo da calmaria e sem evitar as cachoeiras.
Correr do jeito do rio, na liberdade do leito da vida, sabendo que há um
ponto de chegada.
A vida é como o rio.
Por que apressar?
Por que correr se não há necessidade? Por que empurrar a vida?
Por que chegar antes de se partir?
Toda natureza não tem pressa.
Vai seguindo seu caminho.
Assim é a árvore, assim são os animais.
Tudo o que é apressado perde gosto e o sentido.
A fruta forçada a amadurecer antes do tempo perde o gosto.
Tudo tem seu ritmo.
Tudo tem seu tempo.
E então,por que apressar a vida da gente?
Desejo ser um rio.
Livre dos empurrões dos outros e dos meus próprios.
Livre das poluições alheias e das minhas. Rio original, limpo e livre.
Rio que escolheu seu próprio caminho.
Rio que sabe que tem um ponto de chegada.
Sabe que o tempo não interessa.
Não interessa ter nascido a mil ou a um quilômetro do mar.
Importante é chegar ao mar.
Importante é dizer "cheguei".
E porque cheguei, estou realizado.
A gente deveria dizer: não apresse o rio, ele anda sozinho.
Assim deve-se dizer a si mesmo e aos outros: não apresse a vida, ela
anda sozinha.
Deixe-a seguir seu caminho normal. Interessa saber que há um ponto de
chegada e saber que se vai chegar lá.
É bom viver do jeito do rio!
"Se não houver frutos, valeu a beleza das flores; se não houver flores,
valeu a sombra das folhas; se não houver folhas, valeu a intenção da
semente."

Enviado por Renato J.G.Filho

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O Falar

Minuto de Sabedoria

Quando não se pode falar bem de uma determinada pessoa, o melhor mesmo é que não se diga nada, porque a demasiada atenção que dedicamos a observar ou criticar os defeitos alheios deve ser dada aos nossos próprios defeitos, tentando corrigi-los.

Enviado por Renato J.G.Filho

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Pensar é ser...

Fénelon escreveu que "o mais infeliz dos homens é aquele que assim se julga,porque a desgraça depende menos das coisas que sofremos do que da imaginação com que aumentamos a própria infelicidade".

O mais infeliz dos homens é aquele que assim se julga. Uma grande verdade, porque felicidade e infelicidade são estados mentais.

Não são os acontecimentos, em si, que fazem uma pessoa feliz ou infeliz, mas a idéia que essa pessoa faz desses acontecimentos.

Uma outra frase diz: "os tristes dizem que os ventos gemem; os alegres acham que os ventos cantam".

Tudo é questão de ótica mental.

Você vê e sente as coisas através da mente.

Pode ser que você tenha errado, feito besteiras, fracassado, que ninguém é infalível e nem perfeito.

Mas ao invés de ficar aí se lamentando pelos cantos da casa, ou pelos consultórios psiquiátricos, levante a cabeça, corrija a direção do seu barco e siga em frente.

Ficar se lamentando é uma maneira de perder tempo e vida.

Siga em frente.

Às vezes, o barco bater num galho de árvore, sofrer o atrito de um banco de areia, chocar-se com outro barco, mas seguindo em frente você somente ficará com a parte boa do acontecido, que é a lição para acertar melhor o roteiro e a certeza de que está chegando sempre mais próximo do objetivo.

Se vai adiante, poderá acertar a rota. Se fica parado, a chorar o leite derramado, jamais chegará onde deseja.

Por todas essas considerações, você percebe que a sua mente faz a sua felicidade ou infelicidade, o sucesso ou a depressão, enfim a sua vida.

Preste bem atenção ao conteúdo das suas reflexões diárias sobre os fatos e situações, pois aí está a explicação do que lhe acontece.

Se vive se queixando da vida, achando que não adianta fazer nada, vendo fantasmas e demônios por toda parte, sua vida irá de mal a pior, pois o que você planta na mente, colhe na realidade.

Inunde sua mente, a sua alma, o seu coração, com a energia da felicidade.

Proclame interiormente a felicidade, imagine-se feliz e verá que esta causa mental trará consigo o efeito correspondente.

Pensar é ser...

Enviado por Renato J. G. Filho

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Faxina da Vida

A luz só é bela quando acesa na escuridão. Vejamos. Certa vez uma pessoa dormia mal porque morava num porão escuro. Ela sonhava em colocar uma lâmpada no ambiente. Depois de muito trabalhar, contratou um eletricista e colocou a tão desejada lâmpada. Antes de acendê-la, pensou: "Agora finalmente vou dormir tranquilo." Ao acendê-la, uma supresa. Perdeu o sono. Por quê?

Porque a luz expôs a realidade que ela não via: a sujeira, insetos, aranhas. Só descansou depois de uma bela faxina. Infelizmente alguns preferem o escuro! Tenhacoragem para acender a luz no seu porão e fazer uma faxina na sua vida.

enviado por Renato J.G.Filho

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Felidade dos Simples

Paulo Roberto Gaefke

Mais que amor, devemos querer respeito aos nossos sentimentos; mais que amizades, devemos buscar a cumplicidade de um olhar amigo; mais que pais amigos, o aconchego de uma família;mais que a escola, a sabedoria e a satisfação de aprender; mais do que ler um livro, viajar na história, ter prazer; mais do que a emoção, viver a situação com a razão.

Hoje, caminhamos como cegos em busca da felicidade, ouvindo rumores aqui e ali, uns dizem que a felicidade está lá, no meio de um monte de bens materiais, mas depois de muito consumo, nos pegamos no vazio...

Outros dizem que a felicidade está aqui, no calor de um relacionamento e da paixão, mas a paixão passa e a felicidade não fica.

Existem os que afirmam que a felicidade está na religião, mas as religiões não se acertam, discutem, brigam, cada uma se diz melhor que a outra, e a felicidade confusa, vai embora...

Busque em seu interior o segredo da felicidade dos simples, aquela que pede apenas que você respeite os seus limites, não fale mais do que deve, não comente o que não sabe, não gaste além das suas posses, não deseje o que não lhe pertence, não aceite situações que ferem a sua consciência, não entregue seus sonhos nas mãos de ninguém, seja sempre, o construtor e o guia dos seus desejos. Busque a religiosidade que te liga ao Criador, de maneira simples, como Jesus sempre foi.

Agradeça tudo, o pão, a vida e a misericórdia, agradeça até o que não entendeu, pois muitas vezes, o que parece um desgosto, um erro, é na verdade a salvação. Quantos já perderam um passeio que acabou em tragédia? Quantos não adoeceram e evitaram acontecimentos piores? Quantos relacionamentos terminaram para nascer um grande amor? Porquanto não sabemos o que é realmente melhor para nós, é que devemos afastar as lamentações e agradecer sempre, não desistir nunca, e mesmo diante de uma cortina de lágrimas, seguir adiante, em busca do que acreditamos.

Assim, a felicidade se mostra mais simples do que imaginamos, porque ser feliz é um estado íntimo e pessoal, é algo que podemos dividir, mas jamais tirar de alguém para nosso próprio uso. Felicidade se conquista todos os dias...

Enviado por Renato J.G. Filho

Mensagem

Emmanuel, do livro "Momentos de Paz", Francisco Cândito Xavier

Planta, por onde fores,
Uma flor de bondade.
Irradia a esperança
Nas palavras de fé.
Veste de paz e amor
O ambiente em que estejas.
Se algum mal aparece,
Olvida e faze o bem.
Suprime quanto possas
Os problemas que encontres.
Pelo Sol, Deus nos guarda
No esplendor da alegria.

Enviado por Renato J.G. Filho

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Administradores

Por Max Gehringer

Administradores...

Durante minha vida profissional, eu topei com algumas figuras cujo sucesso surpreende muita gente. Figuras sem um vistoso currículo acadêmico, sem um grande diferencial técnico, sem muito networking ou marketing pessoal.

Figuras como o Raul.

Eu conheço o Raul desde os tempos da faculdade. Na época, nós tínhamos um colega de classe, o Pena, que era um gênio. Na hora de fazer um trabalho em grupo, todos nós queríamos cair no grupo do Pena, porque o Pena fazia tudo sozinho. Ele escolhia o tema, pesquisava os livros, redigia muito bem e ainda desenhava a capa do trabalho - com tinta nanquim. Já o Raul nem dava palpite. Ficava ali num canto, dizendo que seu papel no grupo era um só, apoiar o Pena. Qualquer coisa que o Pena precisasse, o Raul já estava providenciando, antes que o Pena concluísse a frase.

Deu no que deu.

O Pena se formou em primeiro lugar na nossa turma. E o resto de nós passou meio na carona do Pena - que, além de nos dar uma colher de chá nos trabalhos, ainda permitia que a gente colasse dele nas provas. No dia da formatura, o diretor da escola chamou o Pena de "paradigma do estudante que enobrece esta instituição de ensino". E o Raul ali, na terceira fila, só aplaudindo.

Dez anos depois, o Pena era a estrela da área de planejamento de uma multinacional. Brilhante como sempre, ele fazia admiráveis projeções estratégicas de cinco e dez anos. E quem era o chefe do Pena? O Raul. E como é que o Raul tinha conseguido chegar àquela posição? Ninguém na empresa sabia explicar direito. O Raul vivia repetindo que tinha subordinados melhores do que ele, e ninguém ali parecia discordar de tal afirmação. Além disso, o Raul continuava a fazer o que fazia na escola, ele apoiava. Alguém tinha um problema? Era só falar com o Raul que o Raul dava um jeito.

Meu último contato com o Raul foi há um ano. Ele havia sido transferido para Miami, onde fica a sede da empresa. Quando conversou comigo, o Raul disse que havia ficado surpreso com o convite. Porque, ali na matriz, o mais burrinho já tinha sido astronauta. E eu perguntei ao Raul qual era a função dele. Pergunta inócua, porque eu já sabia a resposta. O Raul apoiava. Direcionava daqui, facilitava dali, essas coisas que, na teoria, ninguém precisaria mandar um brasileiro até Miami para fazer. Foi quando, num evento em São Paulo, eu conheci o vice-presidente de recursos humanos da empresa do Raul. E ele me contou que o Raul tinha uma habilidade de valor inestimável:... ele entendia de gente.

Entendia tanto que não se preocupava em ficar à sombra dos próprios subordinados para fazer com que eles se sentissem melhor, e fossem mais produtivos. E, para me explicar o Raul, o vice-presidente citou Samuel Butler, que eu não sei ao certo quem foi, mas que tem uma frase ótima: "Qualquer tolo pode pintar um quadro, mas só um gênio consegue vendê-lo".

Essa era a habilidade aparentemente simples que o Raul tinha, de facilitar as relações entre as pessoas. Perto do Raul, todo comprador normal se sentia um expert, e todo pintor comum, um gênio.

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Os não ditos...

© Letícia Thompson

As palavras às vezes cortam como uma faca e de maneira irrefletida ferimos os outros, mesmo se os amamos, sem que haja retorno. Conscientes disso é que em muitos dos casos, nos calamos, quando tudo o que pensamos e sentimos nos queima por dentro.

Essas coisas são os não ditos das relações e da vida.

As palavras que não dizemos, mas não enterramos também, estão sempre entre nosso coração e nossa garganta e nos ferem interiormente. São opções que fazemos, seja para não machucar outras pessoas, seja, simplesmente, pela falta de coragem de sermos nós, inteiros e límpidos.

A comunicação é a base de todo relacionamento saudável. Pessoas que se amam, que seja na amizade, no amor ou nas relações familiares, devem estar prontas para serem quem são, para perdoar e receber perdão.

Não nos calaríamos tanto se soubéssemos que o outro nos ouviria com a alma, nos entenderia e continuaria a nos amar, apesar de tudo. Mas as pessoas, por mais maduras que pareçam, nem sempre estão prontas para ouvir as verdades, se essas forem doloridas. Assim são criadas as relações superficiais, onde pensamos tanto e falamos de menos, onde sentimos e sufocamos.

Nos falta um pouco de humildade para aceitar nossa imperfeição, aceitar que o outro possa não gostar de algo em nós e ter o direito de dizê-lo. Nos falta a ousadia de sermos nós, sem essa máscara que nos torna bonitos por fora e doentes por dentro.

A comunicação na boa hora, com as palavras escolhidas e certas, consertaria muitos relacionamentos, sararia muitas almas, tornaria as pessoas mais verdadeiras e mais bonitas.

Sabemos que as pessoas nos amam quando nos conhecem profundamente, intimamente e continuam nos amando. Quando com elas temos a liberdade e coragem de dizer: isso eu sinto, isso eu sou.

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História de uma folha

Léo Buscaglia

Era uma vez uma folha, que crescera muito. A parte intermediária era larga e forte, as cinco pontas eram firmes e afiladas. Surgira na primavera, como um pequeno broto num galho grande, perto do topo de uma árvore alta.

A Folha estava cercada por centenas de outras folhas, iguais a ela. Ou pelo menos assim parecia.

Mas não demorou muito para que descobrisse que não havia duas folhas iguais, apesar de estarem na mesma árvore.

Alfredo era a folha mais próxima. Mário era a folha à sua direita. Clara era a linda folha por cima. - Todos haviam crescido juntos. Aprenderam a dançar à brisa da primavera, esquentar indolentemente ao sol do verão, a se lavar na chuva fresca. Mas Daniel era seu melhor amigo.

Era a folha maior no galho e parecia que estava lá antes de qualquer outra. A Folha achava que Daniel era também o mais sábio. Foi Daniel quem lhe contou que eram parte de uma árvore.

Foi Daniel quem explicou que estavam crescendo num parque público. Foi Daniel quem revelou que a árvore tinha raízes fortes, escondidas na terra lá embaixo. Foi Daniel quem falou dos passarinhos que vinham pousar no galho e cantar pela manhã. Foi Daniel quem contou sobre o sol, a lua, as estrelas e as estações.

A primavera passou. E o verão também. Fred adorava ser uma folha. Amava o seu galho, os amigos, o seu lugar bem alto no céu, o vento que o sacudia, os raios do sol que o esquentavam, a lua que o cobria de sombras suaves.

O verão fora excepcionalmente ameno. Os dias quentes e compridos eram agradáveis, as noites suaves eram serenas e povoadas por sonhos. Muitas pessoas foram ao parque naquele verão. E sentavam sob as árvores. Daniel contou à Folha que proporcionar sombra era um dos propósitos das árvores.

— O que é um propósito? - perguntou a Folha.

— Uma razão para existir - respondeu Daniel.

— Tornar as coisas mais agradáveis para os outros é uma razão para existir. Proporcionar sombra aos velhinhos que procuram escapar do calor de suas casas é uma razão para existir.

A Folha tinha um encanto todo especial pelos velhinhos. Sentavam em silêncio na relva fresca, mal se mexiam. E quando conversavam eram aos sussurros, sobre os tempos passados. As crianças também eram divertidas, embora às vezes abrissem buracos na casa da árvore ou esculpissem seus nomes. Mesmo assim, era divertido observar as crianças. Mas o verão da Folha não demorou a passar. E chegou ao fim numa noite de inverno.

A Folha nunca sentira tanto frio. Todas as outras folhas estremeceram com o frio. Ficaram todas cobertas por uma camada fina de branco, que num instante se derreteu e deixou-as encharcadas de orvalho, faiscando ao sol. Mais uma vez, foi Daniel quem explicou que haviam experimentado a primeira geada, o sinal que era o inverno que estava chegando.

— Por que ficamos com cores diferentes, se estamos na mesma árvore? - perguntou a Folha.

— Cada um de nós é diferente. Tivemos experiências diferentes. Recebemos o sol de maneira diferente. Projetamos a sombra de maneira diferente. Por que não teríamos cores diferentes? Foi Daniel, como sempre, quem falou. E Daniel contou ainda que aquela estação maravilhosa se chamava inverno. E um dia aconteceu uma coisa estranha.

A mesma brisa que, no passado, os fazia dançar começou a empurrar e puxar suas hastes, quase como se estivesse zangada. Isso fez com que algumas folhas fossem arrancadas de seus galhos e levadas pela brisa, reviradas pelo ar, antes de caírem suavemente ao solo. Todas as folhas ficaram assustadas.

— O que está acontecendo? - perguntaram umas às outras, aos sussurros.

— É isso que acontece no inverno - explicou Daniel - É o momento em que as folhas mudam de casa. Algumas pessoas chamam isso de morrer.

— E todos nós vamos morrer?- perguntou Folha

— Vamos sim - respondeu Daniel - tudo morre. Grande ou pequeno, fraco ou forte, tudo morre. Primeiro cumprimos a nossa missão. Experimentamos o sol e a lua, o vento e a chuva. Aprendemos a dançar e a rir. E, depois morremos.

— Eu não vou morrer! - exclamou Folha, com determinação - Você vai, Daniel?

— Vou sim... Quando chegar meu momento.

— E quando será isso?

— Ninguém sabe com certeza. - respondeu Daniel

A Folha notou que as outras folhas continuavam a cair. E pensou: "Deve ser o momento delas". Ela viu que algumas folhas reagiam ao vento, outras simplesmente se entregavam e caíam suavemente Não demorou muito para que a árvore estivesse quase despida.

— Tenho medo de morrer. - disse Folha a Daniel - Não sei o que tem lá embaixo.

— Todos temos medo do que não conhecemos. Isso é natural. - disse Daniel para animá-la - Mas você não teve medo quando a primavera se transformou em verão. E também não teve medo quando o verão se transformou em outono. Eram mudanças naturais. Por que deveria estar com medo da estação do inverno?

— A árvore também morre? - perguntou - Para onde vamos quando morrermos?

— Ninguém sabe com certeza... É o grande mistério.

— Voltaremos na primavera?

— Talvez não, mas a Vida voltará.

— Então qual é a razão para tudo isso? - insistiu a Folha - Por que viemos pra cá, se no fim teríamos de cair e morrer?

Daniel respondeu no seu jeito calmo de sempre:

— Pelo sol e pela lua. Pelos tempos felizes que passamos juntos. Pela sombra, pelos velhinhos, pelas crianças. Pelas cores do outono, pelas estações. Não é razão suficiente?

Ao final daquela tarde, na claridade dourada do crepúsculo, Daniel se foi. E caiu a flutuar. Parecia sorrir enquanto caía.

— Adeus por enquanto. disse ele à Folha.

E depois, a Folha ficou sozinha, a única folha que restava no galho. A primeira neve caiu na manhã seguinte. Era macia, branca e suave. Mas era muito fria. Quase não houve sol naquele dia... E foi um dia muito curto. A Folha se descobriu a perder a cor, a ficar cada vez mais frágil. Havia sempre frio e a neve passava sobre ela. E quando amanheceu veio vento que arrancou a Folha de seu galho.

Não doeu. Ela sentiu que flutuava no ar, muito serena. E, enquanto caía, ela viu a árvore inteira pela primeira vez. Como era forte e firme! Teve a certeza de que a árvore viveria por muito tempo, compreendeu que fora parte de sua vida. E isso deixou-a orgulhosa. A Folha pousou num monte de neve. Estava macio, até mesmo aconchegante. Naquela nova posição, a Folha estava mais confortável do que jamais se sentira.

Ela fechou os olhos e adormeceu. Não sabia que a primavera se seguiria ao inverno, que a neve se derreteria e viraria água. Não sabia que a folha que fora, seca e aparentemente inútil, se juntaria com a água e serviria para tornar a árvore mais forte. E, principalmente, não sabia que ali, na árvore e no solo, já havia planos para novas folhas de primavera.

Colaboração: Renato Filho

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Deficiências

Mário Quintana

O verdadeiro analfabeto é aquele que sabe ler mas não lê.

Dupla delícia: o livro traz a vantagem de a gente poder estar só e ao mesmo tempo acompanhado.

A alma é essa coisa que nos pergunta se a alma existe.

Uma vida não basta ser apenas vivida: também precisa ser sonhada.

O segredo é não correr atrás das borboletas. É cuidar do jardim para que elas venham até você.

O amor só é lindo, quando encontramos alguém que nos transforme no melhor que podemos ser.

Tão bom morrer de amor e continuar vivendo.

A amizade é um amor que nunca morre.

Com o tempo, você vai percebendo que, para ser feliz, você precisa aprender a gostar de você, a cuidar de você e, principalmente, a gostar de quem também gosta de você.

Se me esqueceres, só uma coisa, esquece-me bem devagarinho.

"Deficiente" é aquele que não consegue modificar sua vida, aceitando as imposições de outras pessoas ou da sociedade em que vive, sem ter consciência de que é dono do seu destino.

"Louco" é quem não procura ser feliz com o que possui.

"Cego" é aquele que não vê seu próximo morrer de frio, de fome, de miséria, e só tem olhos para seus míseros problemas e pequenas dores.

"Surdo" é aquele que não tem tempo de ouvir um desabafo de um amigo, ou o apelo de um irmão. Pois está sempre apressado para o trabalho e quer garantir seus tostões no fim do mês.

"Mudo" é aquele que não consegue falar o que sente e se esconde por trás da máscara da hipocrisia.

"Paralítico" é quem não consegue andar na direção daqueles que precisam de sua ajuda.

"Diabético" é quem não consegue ser doce.

"Anão" é quem não sabe deixar o amor crescer.

E, finalmente, a pior das deficiências é ser miserável, pois: "Miseráveis" são todos os que não conseguem falar com Deus.

Mário Quintana (Alegrete, 30 de julho de 1906 - Porto Alegre, 5 de maio de 1994). Poeta, tradutor e jornalista brasileiro.

Mercado de trabalho

Comentário de Max Gheringer - Rádio CBN, entrevista com o famoso Reynold Remhn

Pergunto: Ainda é possível ser feliz num mundo tão competitivo?

Resposta: Quanto mais conhecimento conseguimos acumular, mais entendemos que ainda falta muito para aprendermos. É por isso que sofremos. Trabalhar em excesso é como perseguir o vento. A felicidade só existe para quem souber aproveitar agora os frutos do seu trabalho.

Segunda pergunta: O profissional do futuro será um individualista? Resposta: Pelo contrário. O azar será de quem ficar sozinho, porque se cair, não terá ninguém para ajudá- lo a levantar-se.

Terceira pergunta: Que conselho o Sr. dá aos jovens que estão entrando no mercado de trabalho? Resposta: É melhor ser criticado pelos sábios do que ser elogiado pelos insensatos. Elogios vazios são como gravetos atirados em uma fogueira.

Quarta pergunta: E para os funcionários que tem Chefes centralizadores e perversos? Reposta: Muitas vezes os justos são tratados pela cartilha dos injustos, mas isso passa. Por mais poderoso que alguém pareça ser, essa pessoa ainda será incapaz de dominar a própria respiração.

Última pergunta: O que é exatamente sucesso?

Resposta: É o sono gostoso. Se a fartura do rico não o deixa dormir, ele estará acumulando, ao mesmo tempo, sua riqueza e sua desgraça.

Belas e sábias respostas. Eu só queria me desculpar pelo fato de que não existe nenhum Reynold Remhn. Eu o inventei. Todas as respostas, embora extremamente atuais, foram retiradas de um livro escrito a 2300 anos: o ECLESIASTES da Bíblia. Mas, se eu digo isso logo no começo, muita gente, talvez, nem tivesse interesse em continuar ouvindo.

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Ação da Amizade

Livro: Momentos de Esperança, de Divaldo Pereira Franco

A amizade é o sentimento que imanta as almas unas às outras, gerando alegria e bem-estar.
A amizade é suave expressão do ser humano que necessita intercambiar as forças da emoção sob os estímulos do entendimento fraternal.
Inspiradora de coragem e de abnegação. a amizade enfloresce as almas, abençoando-as com resistências para as lutas.
Há, no mundo moderno, muita falta de amizade! O egoísmo afasta as pessoas e as isola.
A amizade as aproxima e irmana.
O medo agride as almas e infelicita.
A amizade apazigua e alegra os indivíduos.
A desconfiança desarmoniza as vidas e a amizade equilibra as mentes, dulcificando os corações.
Na área dos amores de profundidade, a presença da amizade é fundamental.
Ela nasce de uma expressão de simpatia, e firma-se com as raízes do afeto seguro, fincadas nas terras da alma.
Quando outras emoções se estiolam no vaivém dos choques, a amizade perdura, companheira devotada dos homens que se estimam.
Se a amizade fugisse da Terra, a vida espiritual dos seres se esfacelaria.
Ela é meiga e paciente, vigilante e ativa.
Discreta, apaga-se, para que brilhe aquele a quem se afeiçoa.
Sustenta na fraqueza e liberta nos momentos de dor.
A amizade é fácil de ser vitalizada.
Cultivá-la, constitui um dever de todo aquele que pensa e aspira, porquanto, ninguém logra êxito, se avança com aridez na alam ou indiferente ao elevo da sua fluidez.
Quando os impulsos sexuais do amor, nos nubentes, passam, a amizade fica.
Quando a desilusão apaga o fogo dos desejos nos grandes romances, se existe amizade, não se rompem os liames da união.
A amizade de Jesus pelos discípulos e pelas multidões dá-nos, até hoje, a dimensão do que é o amor na sua essência mais pura, demonstrando que ela é o passo inicial para essa conquista superior que é meta de todas as vidas e mandamento maior da Lei Divina.

Enviado por Renato J.G.Filho

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Nunca abandone seus Sonhos

Enviado por Renato J.G. Filho

As crianças têm sonhos. E não há limites para os seus sonhos. Elas são princesas, super-heróis. Sonham salvar o Mundo de toda maldade. Acreditam-se com poderes infinitos.

Sonham em alcançar as nuvens, em fazer todo mundo feliz, em ter muito dinheiro para distribuir brinquedos para todas as crianças. Sonham e sonham.

Mas todas as crianças crescem e se tornam adultas. E, quase sempre, esquecem dos seus sonhos. Desencantam-se ao contato com a realidade. Ou talvez encontrem muitos adultos desencantados que as façam acreditar que não podem perseguir os seus sonhos.

A pequena Jean, na terceira série, era um exemplo típico. Filha de um piloto, sonhava voar. Um dia, em uma redação, ela colocou todo seu coração e revelou seus sonhos: ser piloto de avião, ver as nuvens, saltar de pára-quedas.

Era meado do século XX. A sua nota foi zero, porque, segundo sua professora, todas as profissões que ela listara não eram para mulheres. Jean foi massacrada, no decorrer dos anos seguintes, pela negatividade de muitos adultos. Garotas não podem ser pilotos de avião. Não são suficientemente inteligentes para isso. E ela desistiu.

No último ano do ensino médio, a professora de inglês pediu que os alunos escrevessem sobre o que estariam fazendo dentro de 10 anos. Jean descartou piloto, aeromoça, esposa. E escreveu: garçonete. Afinal, pensou, aquilo ela seria capaz de fazer. Duas semanas depois, a professora colocou a folha com a resposta de cada um dos alunos, virada para baixo, na frente de cada um deles. E agora pediu que escrevessem o que cada um deles faria se tivessem acesso às melhores escolas, a dinheiro ilimitado, a habilidades ilimitadas.

Quando terminaram, ela deu a grande lição: Tenho um segredo para todos vocês. Vocês têm acesso a boas escolas. Vocês podem conseguir muito dinheiro, se desejarem algo com muito vigor. Se não correrem para concretizar os seus sonhos, ninguém o fará por vocês. Vocês têm muita potencialidade. Não deixem de utilizá-la.

Jean ficou animada e ao mesmo tempo amedrontada. Depois da aula, foi falar com a professora e lhe segredou seu desejo de ser piloto.

Então, seja!Foi o que ouviu.

E Jean resolveu concretizar o seu sonho. Foram 10 anos de trabalho duro, encarando oposições, hostilidades, rejeição, humilhação. Tornou-se piloto particular. Conseguiu graduação para transportar carga e pilotar aviões de passageiros. Mas não recebia promoção porque era mulher. Não desistiu. Foi em frente. Fez tudo o que a professora da terceira série disse que era um conto de fadas.

Ela pulverizou plantações, pulou de pára-quedas centenas de vezes. Em 1978, Jean Harper foi uma das três primeiras mulheres a serem aceitas como piloto pela United Airlines. Por fim, tornou-se piloto de Boeing 737 na mesma empresa aérea. Tudo, graças ao poder de uma palavra positiva bem colocada.

Pense nisso!

Se você abandonou os seus sonhos, é tempo de retomá-los. Não diga que é tarde, que você está velho demais, que não consegue mais. Decida-se e parta para a luta! Estude, persevere, conquiste. Utilize a força de sua fé. Acredite e invista no seu potencial.

Lembre-se: você pode ser o que quiser, se desejar o bastante e não perder o foco do seu ideal. Seja a sua meta tocar as estrelas. Vá em frente!

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Os Estatutos do Homem

(Ato Institucional Permanente)

A Carlos Heitor Cony

Artigo I

Fica decretado que agora vale a verdade.
agora vale a vida,
e de mãos dadas,
marcharemos todos pela vida verdadeira.

Artigo II

Fica decretado que todos os dias da semana,
inclusive as terças-feiras mais cinzentas,
têm direito a converter-se em manhãs de domingo.

Artigo III

Fica decretado que, a partir deste instante,
haverá girassóis em todas as janelas,
que os girassóis terão direito
a abrir-se dentro da sombra;
e que as janelas devem permanecer, o dia inteiro,
abertas para o verde onde cresce a esperança.

Artigo IV

Fica decretado que o homem
não precisará nunca mais
duvidar do homem.
Que o homem confiará no homem
como a palmeira confia no vento,
como o vento confia no ar,
como o ar confia no campo azul do céu.

Parágrafo único:

O homem, confiará no homem
como um menino confia em outro menino.

Artigo V

Fica decretado que os homens
estão livres do jugo da mentira.
Nunca mais será preciso usar
a couraça do silêncio
nem a armadura de palavras.
O homem se sentará à mesa
com seu olhar limpo
porque a verdade passará a ser servida
antes da sobremesa.

Artigo VI

Fica estabelecida, durante dez séculos,
a prática sonhada pelo profeta Isaías,
e o lobo e o cordeiro pastarão juntos
e a comida de ambos terá o mesmo gosto de aurora.

Artigo VII

Por decreto irrevogável fica estabelecido
o reinado permanente da justiça e da claridade,
e a alegria será uma bandeira generosa
para sempre desfraldada na alma do povo.

Artigo VIII

Fica decretado que a maior dor
sempre foi e será sempre
não poder dar-se amor a quem se ama
e saber que é a água
que dá à planta o milagre da flor.

Artigo IX

Fica permitido que o pão de cada dia
tenha no homem o sinal de seu suor.
Mas que sobretudo tenha
sempre o quente sabor da ternura.

Artigo X

Fica permitido a qualquer pessoa,
qualquer hora da vida,
uso do traje branco.

Artigo XI

Fica decretado, por definição,
que o homem é um animal que ama
e que por isso é belo,
muito mais belo que a estrela da manhã.

Artigo XII

Decreta-se que nada será obrigado
nem proibido,
tudo será permitido,
inclusive brincar com os rinocerontes
e caminhar pelas tardes
com uma imensa begônia na lapela.

Parágrafo único:
Só uma coisa fica proibida:
amar sem amor.

Artigo XIII

Fica decretado que o dinheiro
não poderá nunca mais comprar
o sol das manhãs vindouras.
Expulso do grande baú do medo,
o dinheiro se transformará em uma espada fraternal
para defender o direito de cantar
e a festa do dia que chegou.

Artigo Final.

Fica proibido o uso da palavra liberdade,
a qual será suprimida dos dicionários
e do pântano enganoso das bocas.
A partir deste instante
a liberdade será algo vivo e transparente
como um fogo ou um rio,
e a sua morada será sempre
o coração do homem.

A força das palavras

Certa vez um sultão sonhou que havia perdido todos os dentes. Ele acordou assustado e mandou chamar um sábio para que interpretasse o sonho.

— Que desgraça, senhor! - exclamou o sábio. Cada dente caído representa a perda de um parente de vossa majestade!

Mas que insolente, gritou o sultão. Como se atreve a dizer tal coisa!

E ele chamou os guardas e mandou que lhe dessem cem chicotadas. Mandou também que chamassem outro sábio, para interpretar o mesmo sonho. E o outro sábio disse:

— Senhor, uma grande felicidade vos está reservada!!! O sonho indica que ireis viver mais que todos os vossos parentes!

A fisionomia do sultão iluminou-se e ele mandou dar cem moedas ao sábio. Quando este saía do palácio um cortesão perguntou:

— Como é possível? A interpretação que você fez foi a mesma do seu colega. No entanto ele levou chicotadas e você moedas de ouro!

— Lembre-se sempre, amigo - respondeu o sábio - tudo depende da maneira de dizer as coisas.

E esse é um dos grandes desafios da humanidade. É daí que vem a felicidade ou a desgraça; a paz ou a guerra. A verdade sempre deve ser dita, não resta a menor dúvida, mas a forma como ela é dita é que faz toda a diferença. A verdade deve ser comparada a uma pedra preciosa. Se a lançarmos no rosto de alguém, pode ferir, provocando revolta. Mas se a envolvemos numa delicada embalagem e a oferecermos com ternura, certamente será aceita com facilidade.

Os Primeiros Lugares

Conta uma brasileira, que foi trabalhar algum tempo na Suécia, que várias vezes fez comparações entre suecos e brasileiros.

A forma de resolver problemas, a maneira de conduzir determinadas dificuldades no ambiente de trabalho, etc.

Nessas suas observações, concluiu, em um primeiro momento, que os suecos tinham alguns comportamentos muito próprios.

Em verdade, ela jamais imaginara que com eles aprenderia uma extraordinária lição. Algo que a faria admirá-los e seguir-lhes o exemplo.

No seu primeiro dia de trabalho, um colega da empresa a veio apanhar em casa e eles seguiram, juntos, no carro dele.

Ao chegarem, ele entrou no estacionamento, uma área ampla para mais de 200 carros.

Como haviam chegado cedo, poucos veículos estavam estacionados, mas o rapaz deixou o seu carro parado logo na entrada do portão.

Assim, ela e ele tiveram que caminhar um trecho considerável, até chegar à porta da empresa.

No segundo dia, o fato se repetiu. Eles tornaram a chegar cedo e, novamente, o carro foi colocado logo na entrada.

Outra vez tiveram que atravessar todo o extenso pátio do estacionamento, até chegarem no escritório.

No terceiro dia, um tanto mais confiante, ela não se conteve e perguntou ao colega: "por que é que você deixa o carro tão distante, quando há tantas vagas disponíveis?

Por que não escolhe uma vaga mais próxima do acesso ao nosso local de trabalho?"

A resposta foi franca e rápida: "o motivo é muito simples. Nós chegamos cedo e temos tempo para andar, sem perigo de nos atrasarmos. Alguns dos nossos colegas chegam quase em cima da hora e se tiverem que andar um trecho longo, correm o risco de se atrasarem. Assim, é bom que encontrem vagas bem mais próximas, ganhando tempo."

O gesto pode ser qualificado de companheirismo, coleguismo. Não importa. O que tem verdadeira importância é a consciência de colaboração.

Ela recordou que, algumas vezes, em estacionamentos, no Brasil, vira vagas para deficientes sendo utilizadas por pessoas não deficientes. Só por serem mais próximas, ou mais cômodas.

Recordou dos bancos reservados a idosos, gestantes em nossos ônibus e utilizados por jovens e crianças, sem preocupação alguma.

Lembrou de poltronas de teatros e outros locais de espetáculos tomadas quase de assalto, pelos mais ágeis, em detrimento de pessoas com certas dificuldades de locomoção.

Pensou em tantas coisas. Reflexionou. Ponderou...

E nós? Como agimos em nossas andanças pelas vias do mundo? Somos dos que buscamos sempre os lugares mais privilegiados, sem pensar nos outros?

Alguma vez pensamos em nos acomodar nas cadeiras do centro do salão, quando vamos a uma conferência, pensando que os que chegarem em cima da hora, ocuparão as pontas, com maior facilidade?

Pensamos, alguma vez, em ceder a nossa vez no caixa do supermercado a uma mãe com criança ou alguém que expresse a sua necessidade de sair com maior rapidez?

Pensemos nisso. Mesmo porque, há pouco mais de dois milênios, um Rei que se fez carpinteiro, ensinou sabiamente: "quando fordes convidados a um banquete, não vos assenteis nos primeiros lugares..."

O ensino vale para cada dia e situação das nossas vidas.

Enviado por Renato J.G. Filho

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Deus e a Ciência

Na França, um senhor de 70 anos viajava de trem tendo ao seu lado um jovem universitário que, compenetrado lia o seu livro de ciências.

O senhor por sua vez lia um livro de capa preta.

Foi quando o jovem percebeu que se tratava da Bíblia.

Sem muita cerimônia o jovem interrompeu a leitura do velho e perguntou:

— "O senhor ainda acredita neste livro cheio de fábulas e crendices ?"

— "Sim." - disse o senhor - "Mas não é um livro de crendices, é a Palavra de Deus. Estou errado ?"

Com uma risadinha sarcástica respondeu:

— "Claro que está! Creio que o senhor deveria estudar a história geral. E veria que a Revolução Francesa, ocorrida há mais de 100 anos, fez o favor de mostrar a miopia da religião.

Somente pessoas sem cultura ainda crêem nessa história de que Deus criou o mundo em seis dias. O senhor deveria conhecer um pouco mais sobre que os cientistas dizem sobre isso."

— "É mesmo ?" - perguntou o velho cristão - "e o que dizem os cientistas sobre a Bíblia ?"

— "Bem, - respondeu o universitário - "agora eu vou descer na próxima estação, mas deixe o seu cartão que eu lhe enviarei o material pelo correio."

O velho então cuidadosamente abriu o bolso interno do paletó, e deu seu cartão ao universitário.

Quando o jovem leu o que estava escrito abaixou a cabeça, e saiu cabisbaixo - o cartão dizia: "Louis Pasteur, Diretor do Instituto de Pesquisas Científicas da École Normale de Paris".

Isso aconteceu em 1892.

Enviado por Renato J.G. Filho

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O pequeno peixe

Era uma vez, um lindo aquário, enorme, onde havia muitos peixes de vários tipos e tamanhos.

Na parte de cima do aquário estava os peixes maiores, pois a comida, quando caía na água, era para eles que vinha primeiro. Então os peixes de cima estavam sempre satisfeitos, nunca faltava comida.

Na parte intermediária, estavam os peixes de porte médio, havia para eles muita comida ainda, era o que os grandes peixes da parte de cima não comiam, mas não tinha tanta comida assim para que pudessem ficar grandes.

Na parte de baixo estavam os pequeninos peixes, a comida que eles tinham para comer mal dava para deixá-los vivos, pois o pouco de comida que vinha a eles era a sobra dos de cima.

No meio desse ambiente nasceu um pequenino peixe, ele não se conformava com aquela situação, e começou a andar (nadar) pelo aquário, foi quando encontrou um pequeno buraco, ficou pensando onde aquele buraco iria levá-lo, pois tinha uma grande esperança de mudar aquele quadro onde nasceu. O pequenino peixe então resolveu passar pelo buraco e ver onde ia parar.

Encontrou um fio de água que o levava para um ralo, do ralo caiu em encanamento, e foi parar em um rio. Observou aquele lugar e viu que era maravilhoso, não faltava comida, tinha espaço suficiente para nadar e ir onde quisesse. Mas o pequenino peixe pensou em seus amigos do aquário e resolveu voltar para dizer a respeito do lugar maravilho que encontrou.

Indo de volta pelo caminho, chegou ao aquário e começou a falar com todos sobre o lugar maravilhoso que havia encontrado, todos os peixes começaram a ficar curiosos e questionaram o que deveriam fazer para chegar a esse local. Foi quando o peixinho falou:

— Os peixes grandes da parte de cima, deverão mudar de lugar, terão que vir para a parte de baixo, para perder peso e assim poder passar pelo pequeno buraco.

— Os peixes da região intermediária, deverão se alimentar menos, para perder um pouco de peso também.

— E os peixes de baixo, deverão se alimentar um pouco mais para obter forças para seguir viagem.

A confusão dentro do aquário começou, muita discussão, muita discórdia, e começaram a se revoltar contra o pequeno peixe. Depois de muita briga, de pontos de vista diferentes, os peixes tomaram uma decisão, resolveram matar o peixinho que havia causado tanto transtorno àquele lugar.

Conclusão: Quantos de nós não" matamos" todos os dias as idéias, os conselhos, as opiniões, apenas porque não queremos mudar a forma com que estamos acostumados a viver e à agir? Até quando nossas resistências irão nos impedir de conhecer as coisas maravilhosas que estão apenas à espera de um pouco de humildade? Pense no quanto você tem sido resistente com a sua vida...

Enviado por Renato J.G.Filho

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O Valor das Pequenas Coisas

Roque Schneider

Aprenda a escutar a voz das coisas, dos fatos, e verás como tudo fala, como tudo se comunica contigo.

Em cada indelicadeza, assassino um pouco aqueles que me amam.

Em cada desatenção, não sou nem educado e nem cristão.

Em cada olhar de desprezo, alguém termina magoado.

Em cada gesto de impaciência, dou uma bofetada invisível nos que convivem comigo.

Em cada perdão que eu negue, vai um pedaço do meu egoísmo.

Em cada ressentimento, revelo meu amor-próprio ferido.

Em cada palavra áspera que digo, perdi alguns pontos no céu.

Em cada omissão que pratico, rasgo uma folha do evangelho.

Em cada esmola que eu nego, um pobre se afasta mais triste.

Em cada oração que não faço, eu peco.

Em cada juízo maldoso, meu lado mesquinho se aflora.

Em cada fofoca que faço, peco contra o silêncio.

Em cada pranto que enxugo, torno alguém mais feliz!

Em cada ato de fé, eu canto um hino à vida.

Em cada sorriso que espalho, planto alguma esperança.

Em cada espinho, que finco, machuco algum coração.

Em cada espinho que arranco, alguém beijará minha mão.

Em cada rosa que oferto, os anjos dizem: Amém!

Somos todos, anjos com uma asa só.

E só podemos voar quando "abraçados uns aos outros".

Enviado por Renato J.G. Filho

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Um Raio de Luz

//Com base na Palestra proferida pelo Prof. Raul Teixeira, em Campo Largo-PR//

O gabinete daquela escola de ensino médio se convertera, por alguns momentos, em palco para uma cena constrangedora. Um aluno de 16 anos de idade estava ali, sentado, cabeça baixa, pensamento em desalinho, aguardando a sentença final.

Os pais, desolados, olhavam em silêncio para o filho, sem saber o que dizer diante daquele momento.

Vários de seus professores já haviam dado seus depoimentos, todos desfavoráveis ao jovem rebelde.

Se o garoto fosse expulso seria um peso a menos na sua árdua obrigação de ensinar...

Se se livrassem daquele estorvo sua tarefa ficaria mais leve, talvez pensassem alguns daqueles educadores.

O silêncio enchia a pequena sala, quando chegou o último professor para dar seu parecer sobre a questão: era o professor de física.

Homem maduro, lúcido, educador por excelência, sentou-se e, antes de dizer qualquer palavra, olhou detidamente nos olhos de cada uma daquelas criaturas ali sentadas, e sentiu-se extremamente comovido diante da situação.

Como poderia ajudar a resolver a questão sem prejuízo para o seu aluno? Afinal, para aquele nobre mestre, expulsar um aluno seria decretar a própria falência como educador.

Então, ele olhou carinhosamente para a mãe e perguntou: o que está havendo? O que aconteceu para que a situação chegasse a esse ponto?

Tamanha era a vibração de ternura que emanava da voz suave do educador, que a mãe se sentiu amparada na sua desdita e decidiu falar. Olhou com afeto para o filho, e, num tom de extremado carinho disse: meu filho! O jovem, diante da pequena frase que ecoou em seu íntimo com mais força do que mil palavras de reprimenda, desatou a chorar... Chorou e chorou, compulsivamente...

A comoção tomou conta do gabinete e as lágrimas rolaram quentes dos olhos daqueles pais sofridos, e também do professor e da diretora.

Após quase meia hora, as lágrimas foram cedendo lugar a um certo alívio, como se uma chuva de bênçãos tivesse lavado o travo de fel que pairava sobre a pequena assembléia...

Quebrando o silêncio, o garoto falou: mãe, posso lhe prometer uma coisa? Vocês nunca mais virão à escola por motivos como este.

Um ano se passou, e a promessa que o jovem fez se cumpriu. Um dia, o professor encontrou seu aluno no corredor da escola e lhe fez a pergunta que há muito desejava fazer: o que fez você mudar, aquele dia, no gabinete?

E o jovem respondeu, um tanto constrangido: É que minha mãe nunca havia me chamado de "meu filho". Aquelas duas palavras, professor, pronunciadas pela minha mãe com uma sonoridade espiritual tão profunda, foram o suficiente para eu mudar o rumo da minha vida...

O rapaz se despediu e se foi, deixando o mestre absorto em seus pensamentos... Em sua mente voltou a cena daquele dia distante, em que adentrou a pequena sala do gabinete...

Em suas conjecturas se perguntou sobre qual seria a situação daquele moço, se tivesse sido expulso da escola naquela oportunidade...

Pensou também na força da pequena frase: "Meu filho"! E ficou a imaginar quão poderoso é o afeto de mãe.

E, como homem notável e admirável educador, concluiu, em seus lúcidos raciocínios: O dia que as mães quiserem, elas mudarão o mundo.

Enviado por Renato J.G.Filho

Mantenha seu foco naquilo que você quer, não naquilo que você não quer

Aldo Novak, autor do texto, é coach & conferencista. Diretor da Academia Novak do Brasil www.academianovak. com.br//

Para sobreviver, o Homo sapiens ganhou um cérebro que funciona, basicamente da seguinte forma: tudo aquilo que tem a sua atenção, ganha sua força e sua ação... e tende a crescer.

Isso é tão importante - e primário-- que vou repetir para você: tudo aquilo que recebe sua atenção, ganha sua força e sua ação... e tende a crescer.

Apesar de parecer uma frase vaga e pouco técnica, ela está correta e precisamos entender o seu real significado em nossas carreiras, nossas empresas, nossa vida pessoal e nosso autocontrole. Leia a frase novamente: tudo aquilo que tem a sua atenção, ganha sua força e sua ação... e tende a crescer.

Este simples mecanismo permitiu a construção da civilização como a conhecemos, incluindo nossos erros e acertos. Por que? Porque nosso cérebro não faz nenhuma distinção entre as coisas que queremos ou que não queremos. Ele somente se concentra em encontrar meios de obtermos aquilo que está em nossa cabeça, mesmo que seja o que não queremos. Por isso Wayne Dyer afirma: "Mantenha seu foco naquilo que você quer, jamais no que você não quer, ou não tem"

Algumas pessoas acham que isso tem elementos esotéricos, paranormais ou de fé religiosa; não tem. Na verdade, é somente biologia darwiniana e matemática pura, pois a mente não tem meios de avaliar a qualidade relativa de cada um dos 50 mil pensamentos gerados diariamente pelos neurônios. Por isso ele, de modo simples e direto, ajuda você à conseguir aquilo em que você pensa. Sempre.

Se você pensa o dia inteiro em pobreza, nas dívidas para pagar, nas noites solitárias e nos defeitos das pessoas.... seu cérebro, obedientemente, vai procurar modos de conseguir mais daquilo em que você pensa. Você tenderá a conseguir mais falta de dinheiro, mais dívidas para pagar, mais noites solitárias e encontrará ainda mais defeitos em mais pessoas... Repito, isso não tem mágica envolvida, nem paranormalidade: só biologia e matemática.

É impossível explicar neuropsicologia em um texto de quinze parágrafos, mas observe se isso não ocorre em todo lugar. Tudo aquilo que tem a sua atenção, ganha sua força e sua ação... e tende a crescer. Sejam pensamentos que ajudam ou atrapalham você.

Uma amiga, que praticamente cresceu comigo, repetia desde a adolescência que "não queria ser como o pai". Um dia, ela resolveu que precisava de terapia, e me contava como, durante muitos anos, as sessões giravam em torno da avaliação que ela fazia do pai e "como ela não queria ser como ele".

Um dia, muitos anos depois, nos reencontramos e a conversa acabou indo para o assunto predileto dela: "não queria ser como o pai". Deprimida, ainda sob terapia e, agora, tomando remédios, perguntei por que ela continava a falar disso; "porque eu preciso me entender, e entender essa minha raiva e os motivos pelos quais não quero ser como meu o pai. E agora estou pior, porque eu descobri que estou agindo e até pensando do mesmo modo que o meu pai. E isso me dá raiva de mim mesma!"

Quando ela começou com essa história, na adolescência, era somente um problema. Mas agora, depois de anos de pensamento concentrado, terapia com foco errado e desprezo pelas leis naturais, ela tinha conseguido: estava se tornando o próprio pai! Tudo aquilo que recebe sua atenção, ganha sua força e sua ação... e tende a crescer.

"Agora que você é coach, o que eu faço?", perguntou para mim. Olhei-a nos olhos e perguntei diretamente: "Você repete desde a adolescência que não quer ser como seu pai certo?". Ela me encarou e disse: "É... certo". Então, fiz a pergunta óbvia: "Então você quer ser como quem? Quem é seu modelo? em quem você gostaria de se espelhar?"

Ela me olhou, desconcertada. Pensou um pouco e disse: "Eu não sei com quem eu quero parecer, mas sei que não quero parecer com meu pai. Em todos esses anos de terapia, eu nunca pensei nisso, jamais pensei em quem eu queria ser...". Note em quantas frases acima, há o pensamento "quero ser como meu pai". O cérebro simplesmente despreza a palavra não (estou simplificando para efeito didático).

Tentei explicar o conceito de que tudo aquilo que recebe sua atenção, ganha sua força e sua ação... e tende a crescer, mas ela quase entrou em choque. "Pelo que você está dizendo, eu estou fazendo a coisa errada a minha vida toda! Todos os anos de terapia, todas as horas do dia em que falei com meus amigos sobre isso??? ". Sim, infelizmente sim.

Embora praticamente todos os livros de sucesso, e vários filosóficos e religiosos digam isso (com palavras diferentes), o impacto que este conceito pode ter, por aqueles que o entendem e o aplicam, é poderoso, seja dentro da cultura de uma empresa, uma equipe de trabalho, um casamento, um time e até dentro de nossa própria cabeça.

Tudo aquilo que tem a sua atenção, ganha sua força e sua ação... e tende a crescer, por isso, faça como sugere Wayne Dyer: mantenha seu foco naquilo que você quer, jamais no que você não quer, ou não tem.

Se você entender essa frase, começará a compreender, também, porque algumas pessoas ficam 20 ou 30 anos fazendo terapia, como minha amiga, e infelizmente, os problemas continuam lá. Maiores e piores.

Enviado por Renato J.G. Filho

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Sexta-feira

Sigmar Sabin

Bom Dia!

Chegou a sexta-feira! Então, tenha um Bom Dia HOJE!

Como já estamos no fim de semana, é hora de pensar em aproveitar um pouco melhor o tempo para pensar em você mesmo(a).

A semana foi um tanto .corrida. um misto de coisas boas, preocupações, realizações, decepções?

Como a semana está encerrando e uma semana nova muito melhor vem por aí! Que tal chegar ao final desta semana com o desafio, pensar um pouco em si?

Para que isso aconteça de verdade, vou deixar algumas coisas ditas para você pensar!

São Coisas para pensar e se possível por em prática também!

Se você trabalha de segunda a sexta-feira, num ritmo cansativo, use um dos dias do final de semana para resolver todas as pendências da sua casa, mas reserve um dia inteiro para lazer.

Melhor ainda, resolva as pendências domésticas depois do trabalho durante a semana, e dedique o final de semana inteiro para lazer.

Procure ver menos televisão. Muito menos.

Que tal reviver um hobby que você costumava praticar. Encontre tempo para ele.

Diga "não" para as coisas que não deixam você entusiasmado. Faça coisas que fogem da rotina e que não possuem um sentido de obrigação.

Quando o clima estiver bom, saia de casa. Vá para a rua, para os parques, para as praças, para a praia.

Desenvolva algumas atividades que possam te dar prazer e que não dependam de circunstâncias climáticas para acontecer, ou disponibilidade de outras pessoas.

Não se sinta culpado por não estar fazendo "nada". Ao contrário, celebre esses momentos de paz.

Pense Grande! O seu trabalho não é aumentar vendas, criar produtos, reduzir custos, controlar pagamentos, carimbar papel, mover caixas. A sua CAUSA deve ser MELHORAR O MUNDO!

Acredito que podemos melhorar nossa qualidade de vida, e por conseqüência, a vida de quem está á nossa volta.

Além de um Bom Dia HOJE , quero que você tenha realmente um fim de semana M-A-R-A-V-I- L-H-O-S-O! !!

Tenha um Bom Dia HOJE!

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Apenas faça

Edmundo Burke

Ninguém comete erro maior do que não fazer nada porque só pode fazer pouco.

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Generosidade

BK Anthony Strano

Quem são os generosos?

Aqueles que se esforçam para se tornar mestres de si.

Eles entendem as dificuldades que surgem no caminho do auto-conhecimento,por isso desenvolvem empatia em relação àqueles que também estão tentando alcançar o bom.

Inclusive, são benevolentes com os que ignoram e criticam o bom.

As pessoas que nunca tentaram melhorar a si mesmas tem pouca ou nenhuma tolerância em relação aos outros.

Como nunca enfrentaram suas próprias falhas, não encaram as imperfeições dos outros com amor e entendimento. Elas não conseguem ser generosas.

Enviado por Renato J.G. Filho

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Seja Feliz nas Pequenas Coisas

Seja feliz nas pequenas coisas.

Elas dão à felicidade, a oportunidade de se acercar de você, silenciosamente, quase sem ser vista.

Desejo-lhe pequenas felicidades inesperadas, um convite, um presente, o sorriso de um estranho.

Desejo-lhe a felicidade das idéias, a excitação da razão, o triunfo da compreensão, o esclarecimento da visão, o aguçamento da audição, a busca de uma nova descoberta, o prazer no passado e no presente.

Desejo-lhe a alegria da criatividade.

Que possa sempre, sempre, haver alguma coisa que você queira aprender, algo que queira fazer, um local onde queira ir, alguém que queira encontrar.

Que você nunca perca o interesse pela vida.

Desejo-lhe a alegria de dominar seus próprios músculos, um barco, uma bicicleta, um cavalo, uma pintura em tela, culinária, motores, cálculo ou francês.

Qualquer coisa.

Tudo.

Enviado por Renato J.G.Filho

O mundo e as pessoas

O mundo inteiro está cheio de pessoas.

Há pessoas caladas que precisam de alguém para conversar.

Há pessoas tristes que precisam de alguém que as conforte.

Há pessoas tímidas que precisam de alguém que as ajude vencer a timidez.

Há pessoas sozinhas que precisam de alguém para brincar.

Há pessoas com medo que precisam de alguém para lhes dar a mão.

Há pessoas fortes que precisam de alguém que as faça pensar na melhor maneira de usarem a sua força.

Há pessoas habilidosas que precisam de alguém para ajudar a descobrir a melhor maneira de usarem a sua habilidade.

Há pessoas que julgam que não sabem fazer nada e precisam de alguém que as ajude a descobrir o quanto sabem fazer.

Há pessoas apressadas que precisam de alguém para lhes mostrar tudo o que não tem tempo para ver.

Há pessoas impulsivas que precisam de alguém que as ajude a não magoar os outros.

Há pessoas que se sentem de fora e precisam de alguém que lhes mostre o caminho de entrada.

Há pessoas que dizem que não servem para nada e precisam de alguém que as ajude a descobrir como são importantes.

Precisam de alguém Talvez de ti ...

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Trocando idéias

Há um ditado chinês que diz:

Se dois homens vêm andando por uma estrada, cada um carregando um pão, e, ao se encontrarem, eles trocam os pães, cada homem vai embora com um...

Porém, se dois homens vêm andando por uma estrada cada um carregando uma idéia, e, ao se encontrarem, eles trocam as idéias, cada homem vai embora com duas...

Sempre que possível, troquem idéias... elas esclarecem, acrescentam,ajudam, evoluem... ainda que você não precise,servirão para o outro.

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Dez Passos para se amar

Louise Hay,extraído do livro "Criando uma Abordagem Positiva"

1) Parem com toda a crítica

A crítica nunca muda coisa alguma. Recusem criticar-se. Aceitem-se exatamente como vocês são. Todos mudam. Quando vocês se criticam, suas mudanças são negativas. Quando se aprovam, suas mudanças são positivas.

2) Não se alarmem

Parem de se aterrorizar com seus pensamentos. Encontrem uma imagem mental que lhes dê prazer e imediatamente desviem os seus pensamentos para algo agradável.

3) Sejam gentis, bondosos e pacientes

Tratem-se com paciência, gentileza e bondade. Tratem-se como fariam com alguém a quem amassem.

4) Sejam gentis com sua mente

Odiar-se é somente odiar os seus próprios pensamentos. Mudem gentilmente os seus pensamentos para pensamentos mais amorosos.

5)Elogiem-se

A autocrítica deprime o espírito interior. A exaltação o edifica. Afirmem a vocês mesmos como é apropriado o que estão fazendo com tudo.

6) Apoiem-se

Aproximem-se dos amigos e permitam com que eles os ajudem. Ser forte é pedir por ajuda quando mais precisam.

7) Sejam amorosos com seus pontos negativos

Reconheçam que os criaram para satisfazer uma necessidade. Agora estão encontrando novas maneiras positivas de preencherem estas necessidades. Liberem os velhos padrões.

8)Cuidem do seu corpo

Aprendam sobre nutrição. O que o seu corpo necessita para ter a energia e a vitalidade ideal? Aprendam sobre exercícios. Estimem o templo em que vocês vivem.

9) Trabalho do Espelho

Olhem dentro dos seus olhos freqüentemente. Expressem o sentido crescente do amor que sentem por vocês mesmos. Perdoem-se por tudo, enquanto se fitam no espelho. Uma vez ao dia digam "Eu amo você" para vocês mesmos no espelho.

10) Façam-no Agora

Não esperem até que vocês fiquem bem, percam peso ou recebam um novo emprego. Comecem agora, façam o melhor que puderem.

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Alegria de viver!

Tadashi Kadomoto no livro "Ninguém tropeça em montanha"

A alegria é o único sentimento que, em vez de ser diminuído e dividido,deve - de preferência - ser somado e multiplicado aos montes...

A energia da alegria é contagiante e impulsiona. Por isso contagie a todos com sua alegria, sem vergonha de parecer maluco ou ridículo.

Esbanje esse sentimento começando pelo sorriso... Além de ser a demonstração mais visível da alegria, o sorriso ajuda a prevenir o envelhecimento, as rugas e diversos tipos de doenças.

Nos Estados Unidos já existem grupos de pessoas que se reúnem regularmente com um único intuito: trocar gargalhadas...

Encarar a vida com alegria é a melhor maneira de ter mais saúde, atrair amizades e - quem sabe um grande amor. Afinal, o sorriso costuma ser a senha para uma aproximação, uma conversa, uma dança. É a porta de entrada de nosso coração. Ficar de cara amarrada só espanta as pessoas.

Desarme-se; a guerra não leva à nada. Uma postura ameaçadora, em guarda, conduz gradativamente a uma vida solitária e vazia. E ninguém sonha com um futuro assim!

Dê-se uma chance; faça algo diferente - alimente a alma! Mexa-se, saia; dê espaço ao novo em sua vida. Relaxe - aproveite o dia... Não deixe a vida passar sem experimentar essa sensação transformadora.

Enviado por Renato J.G. Filho

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O vento que sopra pelas flores

**Uma História Tibetana De Cura, por Lee Paton

Há vários anos atrás, em Seattle, Washington, vivia um refugiado tibetano de 52 anos de idade." Tenzin", é como vou chama-lo, foi diagnosticado como portador de uma forma de linfoma das mais fáceis de curar. Ele foi internado em um hospital e recebeu a primeira dose de quimioterapia. Mas durante o tratamento, este homem normalmente gentil tornou-se agressivo e irritado; arrancou a agulha intravenosa de seu braço e negou-se a cooperar. Ele então gritou com as enfermeiras e discutiu com todos ao seu redor. Os médicos e enfermeiros ficaram desconcertados.

Depois, a esposa de Tenzin falou com o pessoal do hospital. Ela contou que Tenzin foi um prisioneiro político dos chineses por 17 anos. Eles mataram sua primeira esposa e ele foi repetidamente torturado e brutalizado durante todo o tempo em que esteve preso. As normas e regulamentos do hospital, juntamente com a quimioterapia, fez Tenzin recordar todo o sofrimento que passou nas mãos dos chineses.

"Eu sei que vocês querem ajuda-lo," ela disse, "mas ele se sente torturado pelo tratamento. Eles fazem com que ele sinta ódio internamente da mesma maneira que os chineses fizeram ele se sentir. Ele prefere morrer do que viver com o ódio que ele está sentindo agora. E, segundo nossas crenças, é mito ruim ter tamanho ódio no coração na hora da morte. Ele precisa estar apto para rezar e limpar seu coração.."

Assim, o médico dispensou Tenzin e recomendou uma equipe da clínica de repouso para visita-lo em casa. Eu era a enfermeira encarregada de cuidar dele. Eu entrei em contato com um representante da Anistia Internacional para pedir-lhe conselhos. Ele me disse que a única forma de sanar o trauma da tortura era .falar a respeito.. .Essa pessoa perdeu sua confiança na humanidade e sente que a esperança é impossível.. Mas quando eu encorajei Tenzin a falar sobre suas experiências, ele ergueu suas mãos e me fez parar. Ele disse,

"Eu preciso aprender a amar de novo se eu quiser curar minha alma. Sua tarefa não é fazer perguntas. Sua tarefa é me ensinar a amar novamente.."

Respirei profundamente e perguntei, "E como eu posso faze-lo amar de novo?"

Tenzin respondeu prontamente, "Sente-se, tome meu chá e coma meus biscoitos..

O chá tibetano é um chá preto forte, coberto com manteiga de iaque e sal. Não é fácil de bebe-lo! Mas, foi o que eu fiz. Por várias semanas, Tenzin, sua mulher e eu nos sentamos juntos e tomamos chá. Nós também conversamos com os médicos para achar formas de tratar suas dores físicas. Mas era sua dor espiritual que deveria ser diminuída. Cada vez que eu chegava, via Tenzin sentado de pernas cruzadas em sua cama, recitando preces de seus livros. Com o passar do tempo, sua mulher foi pendurando mais e mais "thankas", badeirolas budistas coloridas, nas paredes. Em pouco tempo, o quarto parecia um colorido templo religioso.

Na chegada da primavera, eu perguntei o que os tibetanos faziam quando estavam doentes na primavera. Ele abriu um grande sorriso e disse, "Nós nos sentamos e aspiramos o vento que sopra pelas flores..."

Eu pensei que ele estava falando poéticamente, mas suas suas palavras eram literais. Ele explicou que os tibetanos fazem isso para serem pulverizados com o pólen das novas floradas, carregadas pela brisa. Eles acreditam que esse pólen é um potente medicamento.

No primeiro momento, achar muitas floradas parecia um pouco difícil. Mas, um amigo sugeriu que Tenzin visitasse algumas floriculturas locais. Eu liguei para o gerente de uma floricultura e expliquei-lhe a situação. Sua reação inicial foi "Você quer o que???" Mas quando eu expliquei melhor o meu pedido, ele concordou.

Então, no final-de-semana seguinte, eu busquei Tenzin, sua esposa e suas provisões para a tarde: chá preto, manteiga, sal, chícaras, biscoitos, almofadas e livros de preces. Eu os deixei na floricultura e combinei de pega-los às 17 horas. No outro final-de-semana, visitamos uma outra floricultura. E mais outra no terceiro fim-de-semana.

Na quarta semana, eu comecei a receber convites das floriculturas para Tenzin e sua mulher para voltarem novamente. Um dos gerentes disse, "Nós temos uma nova remessa de nicotianas e lindas fuchsias.ah, sim! E temos belas dafnias. Eu sei que eles vão adorar o perfume das dafnias! E eu quase me esqueci! Temos uns novos bancos de jardim que Tenzin e sua esposa vão adorar!"

No mesmo dia, outra floricultura ligou dizendo que eles tinham recebido birutas coloridas para Tenzin saber de que direção o vento estava soprando. Logo, as floriculturas estavam competindo pelas visitas de Tenzin. As pessoas começaram a se importar com o casal tibetano. Os empregados arrumavam os móveis de frente para o vento. Outros traziam água quente para o chá. Alguns fregueses regulares deixavam seus carrinhos de compras próximos do casal. E no final do verão, Tenzin voltou ao seu médico para novos exames e determinar o desenvolvimento da doença. Mas o doutor não achou nenhuma evidência de câncer. Ele estava abobalhado; disse à Tenzin que ele simplesmente não sabia explicar aquilo.

Tenzin levantou seu dedo e disse,

"Eu sei porque o câncer se foi. Ele não podia mais viver num corpo tão cheio de amor. Quando eu comecei a sentir a compaixão das pessoas da clínica, dos empregados das floriculturas, e todas essas pessoas que queriam saber de mim, eu comecei a mudar por dentro. Agora, eu me sinto afortunado por ter a oportunidade de ser curado dessa forma. Doutor, por favor, não acredite que a sua medicina é a única cura. Às vezes, a compaixão pode também curar um câncer.."

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As palavras mágicas

Letícia Thompson

Palavras mágicas são aquelas que abrem portas. Nada complicado como abracadabra ou qualquer coisa do gênero. São aquelas simples mesmo dia-a-dia e que ficam tão corriqueiras que muitas vezes nos esquecemos.

É incostestável o poder das palavras nas nossas vidas. As que dizemos e as que calamos; as que saem do olhar, as que são ditas com lágrimas, as que fluem de um sorriso, as que são gritadas em silêncios que machucam...

... e aquelas tão simples que parecem banais demais, mas que nos tornam pessoas educadas, simpáticas, agradáveis e que nem precisam de estudos ou sermos adultos para que façam parte do nosso vocabulário.

Um "obrigado" substitui centenas de outras palavras; um "bom dia" pode ser o primeiro raio de sol na nossa janela, assim como um "boa noite" o último raio de luar da noite."Com licença" abre caminhos e "perdão" e "desculpe" derretem corações e podem trazer oportunidades que estavam perdidas para sempre. O "por favor" faz hesitar o mais endurecido dos corações e pode até fazer com que mude de idéia.

"Você é importante pra mim" eleva a auto-estima; "você vai vencer" nos dá coragem para prosseguir e, enfim, as mais poderosas de todas as palavras: "amo você!" Nessas palavras estão incluídos dicionários inteiros, até mesmo com as palavras que desconhecemos.

A gentileza é uma arte que não nos custa nada e que nos trás enormes benefícios. O mundo não nos pertence e não vivemos isolados como ilhas no meio do oceano. Fazer uso das palavrinhas mágicas no nosso dia-a-dia não só vai nos tornar pessoas mais simpáticas, vai também construir pontes entre nós e aqueles que o Senhor escolheu para fazerem parte da história da nossa vida.

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Ciência

Um senhor de 70 anos viajava de trem tendo ao seu lado um jovem universitário, que lia o seu livro de ciências. O senhor, por sua vez, lia um livro de capa preta. Foi quando o jovem percebeu que se tratava da Bíblia, e estava aberta no livro de Marcos. Sem muita cerimônia o jovem interrompeu a leitura do velho e perguntou:

— O senhor ainda acredita neste livro cheio de fábulas e crendices?

— Sim. Mas não é um livro de crendices é a Palavra de Deus. Estou errado?

— Claro que está! Creio que o senhor deveria estudar a história geral. Veria que a Revolução Francesa, ocorrida há mais de 100 anos, mostrou a miopia da religião. Somente pessoas sem cultura ainda crêem que Deus criou o mundo em seis dias. O senhor deveria conhecer um pouco mais sobre o que os cientistas dizem sobre isso.

— É mesmo? E o que dizem os cientistas sobre a Bíblia?

— Bem, respondeu o universitário, vou descer na próxima estação, mas deixe o seu cartão que eu lhe enviarei o material pelo correio.

O velho então, cuidadosamente, abriu o bolso interno do paletó, e deu o cartão ao universitário. Quando o jovem leu o que estava escrito saiu cabisbaixo se sentindo pior que uma ameba. O cartão dizia:

"Louis Pasteur, Diretor do Instituto de Pesquisas Científicas da École Normale de Paris".

"Um pouco de ciência nos afasta de Deus. Muito, nos aproxima." Louis Pasteur

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Vida

Mário Quintana

Não coma a vida com garfo e faca. Lambuze-se!
Muita gente guarda a vida para o futuro.
Mesmo que a vida esteja na geladeira, se você não a viver, ela se deteriorará.
É por isso que tantas pessoas se sentem emboloradas na meia-idade.
Elas guardam a vida, não se entregam ao amor, ao trabalho, não ousam, não vão em frente.
Não deixe sua vida ficar muito séria, saboreie tudo o que conseguir: as
derrotas e as vitórias, a força do amanhecer e a poesia do anoitecer.
Com o tempo, você vai percebendo que para ser feliz você precisa aprender a
gostar de si e, principalmente, a gostar de quem também gosta de você.

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O poder da doçura

O viajante caminhava pela estrada, quando observou o pequeno rio que começava tímido por entre as pedras.

Foi seguindo-o por muito tempo. Aos poucos ele foi tomando volume e se tornando um rio maior.

O viajante continuou a segui-lo. Bem mais adiante o que era um pequeno rio se dividiu em dezenas de cachoeiras, num espetáculo de águas cantantes.

A música das águas atraiu mais o viajante que se aproximou e foi descendo pelas pedras, ao lado de uma das cachoeiras.Descobriu, finalmente, uma gruta. A natureza criara com paciência caprichosas formas na gruta. Ele a foi adentrando, admirando sempre mais as pedras gastas pelo tempo.

De repente, descobriu uma placa. Alguém estivera ali antes dele. Com a lanterna, iluminou os versos que nela estavam escritos. Eram versos do grande escritor Tagore, prêmio Nobel de literatura de 1913: "não foi o martelo que deixou perfeitas estas pedras, mas a água, com sua doçura, sua dança, e sua canção. Onde a dureza só faz destruir, a suavidade consegue esculpir."

Assim também acontece na vida. Existem pessoas que explodem por coisa nenhuma e que desejam tudo arrumar aos gritos e pancadas.

E existem as pessoas suaves, que sabem dosar a energia e tudo conseguem. São as criaturas que não falam muito, mas agem bastante. Enquanto muitos ainda se encontram à mesa das discussões para a tomada de decisões, elas já se encontram a postos, agindo. E conseguem modificar muitas coisas. Um sábio exemplo foi de Madre Teresa de Calcutá.

Antes dela e depois dela tem se falado em altos brados sobre miséria, fome e enfermidades que tomam comunidades inteiras. Ela observou a miséria, a morte e a fome rondando os seus irmãos, na índia. Tomou uma decisão. Agiu. Começou sozinha, amparando nos braços um desconhecido que estava à beira da morte nas ruas de Calcutá.

Fundou uma obra que se espalhou, com suas casas de caridade, por todas as nações. Teve a coragem de se dirigir a governantes e homens públicos para falar de reverência à vida, de amor, de ação. Não gritou, não esbravejou. Cantou a música do amor, pedindo pão e afeto aos pobres mais pobres.

Deixou o mundo físico mas conseguiu esculpir as linhas mestras do seu ideal em centenas de corações. Como a água mansa, ela cantou nos corações e os conquistou, amoldando-os para a dedicação ao seu semelhante.

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Para que Gritar?

Um dia, um pensador indiano fez a seguinte pergunta a seus discípulos :

"Por que as pessoas gritam quando estão aborrecidas?" "Gritamos porque perdemos a calma", disse um deles.

"Mas, por que gritar quando a outra pessoa está ao seu lado?", questionou novamente o pensador.

"Bem, gritamos porque desejamos que a outra pessoa nos ouça", retrucou outro discípulo.

E o mestre volta a perguntar :

"Então não é possível falar-lhe em voz baixa?"

Várias outras respostas surgiram, mas nenhuma convenceu o pensador.

Então ele esclareceu :

"Vocês sabem porque se grita com uma pessoa quando se está aborrecido?"

O fato é que, quando duas pessoas estão aborrecidas, seus corações se afastam muito.

Para cobrir esta distância precisam gritar para poderem escutar-se mutuamente.

Quanto mais aborrecidas estiverem, mais forte terão que gritar para ouvir um ao outro, através da grande distância.

Por outro lado, o que sucede quando duas pessoas estão enamoradas?

Elas não gritam. Falam suavemente. E por quê?

Porque seus corações estão muito perto. A distância entre elas é pequena.

Às vezes estão tão próximos seus corações, que nem falam, somente sussurram.

E quando o amor é mais intenso, não necessitam sequer sussurrar, apenas se olham, e basta.

Seus corações se entendem.

É isso que acontece quando duas pessoas que se amam estão próximas.

Por fim, o pensador conclui, dizendo :

"Quando vocês discutirem, não deixem que seus corações se afastem, não digam palavras que os distanciem mais, pois chegará um dia em que a distância será tanta que não mais encontrarão o caminho de volta".

O medo causado pela inteligência

Quando Winston Churchill, ainda jovem, acabou de pronunciar seu discurso de estréia na Câmara dos Comuns, foi perguntar a um velho parlamentar, amigo de seu pai, o que tinha achado do seu primeiro desempenho naquela assembléia de vedetes políticas.

O velho pôs a mão no ombro de Churchill e disse, em tom paternal:

— Meu jovem, você cometeu um grande erro. Foi muito brilhante neste seu primeiro discurso na Casa. Isso é imperdoável ! Devia ter começado um pouco mais na sombra. Devia ter gaguejado um pouco. Com a inteligência que demonstrou hoje, deve ter conquistado, no mínimo, uns trinta inimigos. O talento assusta".

Ali estava uma das melhores lições de abismo que um velho sábio pôde dar ao pupilo que se iniciava n'uma carreira difícil.

Isso, na Inglaterra.

Imaginem aqui, no Brasil.

Não é demais lembrar a famosa trova de Ruy Barbosa:

Há tantos burros mandando em homens de inteligência,que, às vezes, fico pensando que a burrice é uma Ciência-- .

A maior parte das pessoas encasteladas em posições políticas é medíocre e tem um indisfarçável medo da inteligência. Temos de admitir que, de um modo geral, os medíocres são mais obstinados na conquista de posições.

Sabem ocupar os espaços vazios deixados pelos talentosos displicentes que não revelam o apetite do poder.

Mas, é preciso considerar que esses medíocres ladinos, oportunistas e ambiciosos, têm o hábito de salvaguardar suas posições conquistadas com verdadeiras muralhas de granito por onde talentosos não conseguem passar.

Em todas as áreas encontramos dessas fortalezas estabelecidas, as panelinhas do arrivismo, inexpugnáveis às legiões dos lúcidos. Dentro desse raciocínio, que poderia ser uma extensão do "Elogio da Loucura", de Erasmo de Roterdan, somos forçados a admitir que uma pessoa precisa fingir de burra se quiser vencer neste grupos de mediocres .

É pecado fazer sombra a alguém até numa conversa social. Assim como um grupo de senhoras burguesas bem casadas boicota, automaticamente, a entrada de uma jovem mulher bonita no seu círculo de convivência,por medo de perder seus maridos, também os encastelados medíocres se fecham como ostras, à simples aparição de um talentoso jovem que os possa ameaçar.

Eles conhecem bem suas limitações, sabem como lhes custa desempenhar tarefas que os mais dotados realizam com uma perna nas costas... Enfim, na medida em que admiram a facilidade com que os mais lúcidos resolvem problemas, os medíocres os repudiam para se defender.

É um paradoxo angustiante !

Infelizmente, temos de viver segundo essas regras absurdas que transformam a inteligência numa espécie de desvantagem perante a vida. Como é sábio o velho conselho de Nelson Rodrigues...

Finge-te de idiota, e terás o céu e a terra".

O problema é que os inteligentes gostam de brilhar!

Que Deus nos proteja, então, dos medíocres!...

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Fazendo Valer a Pena

Masaharu Taniguchi

Preencha cada momento de sua vida com pensamentos positivos em relação à humanidade...

O segredo para conquistar a felicidade é preencher a totalidade da nossa vida, em todos os momentos, com bons pensamentos em relação á humanidade e a todas as coisas. Penso que Goethe conhecia esse segredo.

No romance Hermann e Dorothea, há uma passagem na qual ele escreve:"Só o momento presente consagra a vida e todo destino do homem".

Ainda, ele escreve no livro Viagem à Itália: "Segundo minha descoberta, todas as pessoas que são verdadeiramente sábias chegaram a essa opinião e se apegam a ela, seja em escala maior ou menor, ou em diferente grau de flexibilidade. Ou seja, o momento presente é tudo".

Assim como as explosões ininterruptas do combustível do motor fazem o carro se movimentar, as explosões contínuas dos nossos pensamentos e sentimentos se transformam em atitudes e fazem o destino avançar.

Essa força explosiva do pensamento faz avançar o "carro do nosso destino" na direção em que giramos o volante do nosso pensamento.

Quem rouba gira o volante para o lado em que será roubado; quem dá esterça-o para o lado em que receberá; quem odeia, para o lado em que será odiado; quem ama, para o lado em que será amado -- a força que assim empenhamos está se voltando para nós, na mesma proporção.

Diz-se que o ser humano possui três direitos fundamentais: direito à vida,direito à liberdade, direito à felicidade. Sentimos a razão de viver quando esses três direitos não são violados.

A estruturação de nossa vida deve começar pelo cuidado em não usurpar do outro esses três direitos.

Quando asseguramos esses três direitos ao próximo, nós também temos esses direitos assegurados. Nós podemos usurpar do outro algum desses direitos e experimentar temporariamente o prazer de ser vencedor.

Porém, para conseguirmos isso, temos de tomar uma "taça amarga".

Não devemos ameaçar o direito à vida que o outro tem. Não devemos restringir a liberdade do outro. Não devemos roubar a felicidade alheia.

Esse é o princípio fundamental para estruturar uma vida feliz para nós.

Colaboração de Renato J.G.Filho

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O Cavalo Descontente

O Livro das virtudes para crianças
por: Willim J. Bennett

Sempre podemos encontrar motivos para nos sentirmos descontentes, se quisermos. Podemos, também, encontrar argumentos para nos considerarmos afortunados por estarmos vivos. Tudo depende da maneira como cada um vê a existência.

Era uma vez um cavalo que, em pleno inverno, desejava o regresso da primavera. De fato, ainda que agora descansasse tranqüilamente no estábulo, via-se obrigado a comer palha seca.

— Ah, como sinto saudades de comer a erva fresca que nasce na primavera! dizia o pobre animal.

A primavera chegou e o cavalo teve sua erva fresca, mas começou a trabalhar bastante porque era época da colheita.

— Quando chegará o verão? Já estou farto de passar o dia inteiro puxando o arado! lamentava-se o cavalo.

Chegou o verão, mas o trabalho aumentou e o calor tornou-se muito forte.

— Oh, o outono! Estou ansioso pela chegada do outono! dizia mais uma vez o cavalo, convencido de que naquela estação terminariam seus males.

Mas no outono teve que carregar lenha para que seu dono estivesse preparado para enfrentar o inverno. E o cavalo não parava de queixar-se e de sofrer.

Quando o inverno chegou novamente, e o cavalo pode finalmente descansar, compreendeu que tinha sido fantasioso tentar fugir do momento presente e refugiar-se na quimera do futuro.

Esta não é a melhor forma de encarar a realidade da vida e do trabalho.

É melhor descobrir o que a vida tem de bom momento a momento, vivendo o presente da melhor forma possível.

Colaboração de Renato J.G. Filho

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O Ex-mendigo

Sempre num lugar por onde passavam muitas pessoas, um mendigo sentava-se na calçada e colocava ao lado uma placa com os dizeres:

"Vejam como sou feliz! Sou um homem próspero, sei que sou bonito, sou muito importante, tenho uma bela residência, vivo confortavelmente, sou um sucesso, sou saudável e bem humorado..."

Alguns passantes o olhavam intrigados, outros o achavam doido e outros até davam-lhe dinheiro.Todos os dias, antes de dormir, ele contava o dinheiro e notava que a cada dia a quantia era maior.

Numa bela manhã, um importante e arrojado executivo, que já o observava há algum tempo, aproximou-se e lhe disse:

— Você é muito criativo! Não gostaria de colaborar numa campanha da empresa?

— Vamos lá. Só tenho a ganhar! Respondeu o mendigo.

Após um caprichado banho e com roupas novas, foi levado para a empresa.

Daí para frente sua vida foi uma seqüência de sucessos e com o tempo ele tornou-se um dos sócios da empresa.

Numa entrevista coletiva à imprensa, ele esclareceu como conseguira sair da mendicância para tão alta posição. Contou ele:

— Bem, houve uma época em que eu costumava me sentar nas calçadas com uma placa ao lado, que dizia:

"Sou um nada neste mundo! Ninguém me ajuda! Não tenho onde morar! Sou um homem fracassado e maltratado pela vida! Não consigo um mísero emprego que me renda alguns trocados! Mal consigo sobreviver!"

— As coisas iam de mal a pior quando, certa noite, achei um livro e nele atentei para um trecho que dizia:

"Tudo que você fala a seu respeito vai se reforçando. Por pior que esteja a sua vida, diga que tudo vai bem. Por mais que você não goste de sua aparência, afirme-se bonito. Por mais pobre que seja você, diga a si mesmo e aos outros que você é próspero..."

— Aquilo me tocou profundamente e, como nada tinha a perder, decidi trocar os dizeres da placa para:

"Vejam como sou feliz! Sou um homem próspero, sei que sou bonito, sou muito importante, tenho uma bela residência, vivo confortavelmente, sou um sucesso, sou saudável e bem humorado..."

— E a partir desse dia tudo começou a mudar, a vida me trouxe a pessoa certa para tudo que eu precisava, até que cheguei onde estou hoje. Tive apenas que entender o Poder das Palavras. O Universo sempre apoiará tudo o que dissermos, escrevermos ou pensarmos a nosso respeito e isso acabará se manifestando em nossa vida como realidade. Enquanto afirmarmos que tudo vai mal, que nossa aparência é horrível, que nossos bens materiais são ínfimos, a tendência é que as coisas fiquem piores ainda, pois o Universo as reforçará. Ele materializa em nossa vida todas as nossas crenças.

Uma repórter, ironicamente, questionou:

— O senhor está querendo dizer que algumas palavras escritas numa simples placa modificaram a sua vida?

Respondeu o homem, cheio de bom humor:

— Claro que não, minha ingênua amiga! Primeiro eu tive que acreditar nelas!!!

Colaboração de Renato J.G.Filho

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O Silêncio pode significar muito

Certa vez, trabalhei em uma pequena empresa de Engenharia.

Foi lá que fiquei conhecendo um rapaz chamado Mauro.

Ele era grandalhão e gostava de fazer brincadeiras com os outros, sempre pregando pequenas peças.

Havia também o Ernani, que era um pouco mais velho que o resto do grupo.

Sempre quieto, inofensivo, à parte, Ernani costumava comer o seu lanche sozinho, num canto da sala.

Ele não participava das brincadeiras que fazíamos após o almoço, sendo que, ao terminar a refeição, sempre sentava sozinho debaixo de uma árvore mais distante.

Devido a esse seu comportamento, Ernani era o alvo natural das brincadeiras e piadas do grupo.

Ora ele encontrava um sapo na marmita, ora um rato morto em seu chapéu.

E o que achávamos mais incrível é que ele sempre aceitava aquilo sem ficar bravo.

Em um feriado prolongado, Mauro resolveu ir pescar no Pantanal.

Antes, nos prometeu que, se conseguisse sucesso, iria dar um pouco do resultado da pesca para cada um de nós.

No seu retorno, ficamos todos muito animados quando vimos que ele havia pescado alguns dourados enormes.

Mauro, entretanto, levou-nos para um canto e nos disse que tinha preparado uma boa peça para aplicar no Ernani.

Mauro dividira os dourados, fazendo pacotes com uma boa porção para cada um de nós.

Mas, a 'peça' programada era que ele havia separado os restos dos peixes num pacote maior, à parte.

— Vai ser muito engraçado quando o Ernani desembrulhar esse 'presente' e encontrar espinhas, peles e vísceras!, disse-nos Mauro, que já estava se divertindo com aquilo.

Mauro então distribuiu os pacotes no horário do almoço.

Cada um de nós, que ia abrindo o seu pacote contendo uma bela porção de peixe, então dizia:

— Obrigado!

Mas o maior pacote de todos, ele deixou por último.

Era para o Ernani.

Todos nós já estávamos quase explodindo de vontade de rir, sendo que Mauro exibia um ar especial, de grande satisfação.

Como sempre, Ernani estava sentado sozinho, no lado mais afastado da grande mesa.

Mauro então levou o pacote para perto dele, e todos ficamos na expectativa do que estava para acontecer.

Ernani não era o tipo de muitas palavras.

Ele falava tão pouco que, muitas vezes, nem se percebia que ele estava por perto.

Em três anos, ele provavelmente não tinha dito nem cem palavras ao todo.

Por isso, o que aconteceu a seguir nos pegou de surpresa.

Ele pegou o pacote firmemente nas mãos e o levantou devagar, com um grande sorriso no rosto.

Foi então que notamos que seus olhos estavam brilhando.

Por alguns momentos, o seu pomo de Adão se moveu para cima e para baixo, até ele conseguir controlar sua emoção.

— Eu sabia que você não ia se esquecer de mim, disse com a voz embargada. Eu sabia, você é grandalhão e gosta de fazer brincadeiras, mas sempre soube que você tem um bom coração. Ele engoliu em seco novamente, e continuou falando, dessa vez para todos nós:

Eu sei que não tenho sido muito participativo com vocês, mas nunca foi por má intenção. Sabem...

Eu tenho cinco filhos em casa, e uma esposa inválida, que há quatro anos está presa na cama.

E estou ciente de que ela nunca mais vai melhorar. Às vezes, quando ela passa mal, eu tenho que ficar a noite inteira acordado, cuidando dela.

E a maior parte do meu salário tem sido para os seus médicos e os remédios.

As crianças fazem o que podem para ajudar, mas tem sido difícil colocar comida para todos na mesa.

Vocês talvez achem esquisito que eu vá comer o meu almoço sozinho,num canto...

Bem, é que eu fico meio envergonhado, porque na maioria das vezes eu não tenho nada para pôr no meu sanduíche.

Ou, como hoje, eu tinha somente uma batata na minha marmita.

Mas eu quero que saibam que essa porção de peixe representa, realmente, muito para mim.

Provavelmente muito mais do que para qualquer um de vocês, porque hoje à noite os meus filhos..., ele limpou as lágrimas dos olhos com as costas das mãos. Hoje à noite os meus filhos vão ter, realmente, depois de alguns anos... e ele começou a abrir o pacote...

Nós tínhamos estado prestando tanta atenção no Ernani, enquanto ele falava, que nem havíamos notado a reação do Mauro.

Mas agora, todos percebemos a sua aflição quando ele saltou e tentou pegar o pacote das mãos do Ernani.

Mas era tarde demais.

Ernani já tinha aberto o pacote e estava, agora, examinando cada pedaço de espinha, cada porção de pele e de vísceras, levantando cada rabo de peixe.

Era para ter sido tão engraçado, mas ninguém riu.

Todos nós ficamos olhando para baixo.

E a pior parte foi quando Ernani, tentando sorrir, falou a mesma coisa que todos nós havíamos dito anteriormente:

— Obrigado!

Em silêncio, um a um, cada um dos colegas pegou o seu pacote e o colocou na frente do Ernani, porque depois de muitos anos nós havíamos, de repente, entendido quem era realmente o Ernani.

Uma semana depois, a esposa de Ernani faleceu.

Cada um de nós, daquele grupo, passou então a ajudar as cinco crianças.

Graças ao grande espírito de luta que elas possuíam, todas progrediram muito:

Carlinhos, o mais novo, tornou-se um importante médico.

Fernanda, Paula e Luisa montaram o seu próprio e bem-sucedido negócio: elas produzem e vendem doces e salgados para padarias e supermercados.

O mais velho, Ernani Júnior, formou-se em Engenharia; sendo que, hoje, é o Diretor Geral da mesma empresa em que eu, Ernani e os nossos colegas trabalhávamos.

Mauro, hoje aposentado, continua fazendo brincadeiras; entretanto,são de um tipo muito diferente:

Ele organizou nove grupos de voluntários que distribuem brinquedos para crianças hospitalizadas e as entretêm com jogos, estórias e outros divertimentos.

Às vezes, convivemos por muitos anos com uma pessoa, para só então percebermos que mal a conhecemos.

Nunca lhe demos a devida atenção; não demonstramos qualquer interesse pelas coisas dela; ignoramos as suas ansiedades ou os seus problemas.

Colaboração de Maria Jacinta N. Silva

Desejo

Victor Hugo

Desejo primeiro, que você ame, e que amando, também seja amado. E que, se não for, seja breve em esquecer e esquecendo não guarde mágoa. Desejo pois, que não seja assim, mas se for, saiba ser sem desesperar.

Desejo também que tenha amigos, que, mesmo maus e inconseqüentes, sejam corajosos e fiéis, e que em pelo menos um deles você possa confiar sem duvidar. E porque a vida é assim, desejo ainda que você tenha inimigos; nem muitos, nem poucos, mas na medida exata para que, algumas vezes, você se interpele a respeito de suas próprias certezas. E que entre eles, haja pelo menos um que seja justo, para que você não se sinta demasiado seguro.

Desejo depois que você seja útil, mas não insubstituível. E que nos maus momentos, quando não restar mais nada, essa utilidade seja suficiente para manter você de pé.

Desejo ainda que você seja tolerante; não com os que erram pouco, porque isso é fácil, mas com os que erram muito e irremediavelmente, e que fazendo bom uso dessa tolerância, você sirva de exemplo aos outros.

Desejo que você, sendo jovem, não amadureça depressa demais, e que sendo maduro, não insista em rejuvenescer e que sendo velho não se dedique ao desespero. Porque cada idade tem o seu prazer e a sua dor e é preciso deixar que elas escorram por entre nós.

Desejo por sinal que você seja triste; não o ano todo, mas apenas um dia. Mas que nesse dia descubra que o riso diário é bom; o riso habitual é insosso e o riso constante é insano.

Desejo que você descubra, com o máximo de urgência, acima e a despeito de tudo, que existem oprimidos, injustiçados e infelizes, e que estão à sua volta.

Desejo ainda que você afague um gato, alimente um cuco e ouça o João-de-Barro erguer triunfante o seu canto matinal; porque assim, você se sentirá bem por nada.

Desejo também que você plante uma semente, por mais minúscula que seja, e acompanhe o seu crescimento, para que você saiba de quantas muitas vidas é feita uma árvore.

Desejo outrossim, que você tenha dinheiro, porque é preciso ser prático. E que pelo menos uma vez por ano, coloque um pouco dele na sua frente e diga "Isso é meu". Só para que fique bem claro quem é o dono de quem.

Desejo também que nenhum dos seus afetos morra, por ele e por você, mas que se morrer, você possa chorar sem se lamentar e sofrer sem se culpar.

Desejo por fim que você sendo um homem, tenha uma boa mulher, e que sendo uma mulher, tenha um bom homem e que se amem hoje, amanhã e no dia seguinte, e, quando estiverem exaustos e sorridentes, ainda haja amor para recomeçar.

E se tudo isso acontecer, não tenho nada mais a desejar-lhe.

M a r t h a
martha carrer cruz gabriel
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Gestos que Salvam Vidas

Por Mark Merril, Tradução Sergio Barros

A chuva caía fina e gélida na tarde quieta. Longe, na estrada, um carro parou. Era pequeno e meio velho.

Um rapaz saltou, levantou o capô e se pôs a mexer em tudo que viu.

O fazendeiro, de onde estava, pensou:

— Coitado. Pelo jeito, não entende de mecânica.

Vestiu sua capa de chuva e caminhou até a estrada. O jovem estava muito nervoso, mexia no carro, voltava, tentava dar a partida, passava as mãos pelos cabelos.

— Quer ajuda?

O rapaz parecia prestes a chorar.

— É a bobina. - diagnosticou o fazendeiro, depois de uma boa olhada.

Buscou seu cavalo, rebocou o carro até o seu celeiro e com seu próprio carro, foi à cidade comprar uma bobina nova.

Estranhou que, ao chegar à loja, o rapaz não quisesse entrar.

Deu-lhe o dinheiro necessário e disse que tinha vergonha, por estar molhado.

Algum tempo depois com o carro funcionando, pronto para partir, a esposa do fazendeiro insiste para que fique para o jantar.

Não era hábito convidar estranhos para adentrar a casa. Contudo, aquele rapaz parecia aflito, meio perdido. Poderia, talvez ser seu filho.

Ele quase não comeu. Continuava preocupado, ansioso. A chuva se fez mais forte. O casal preparou o quarto de hóspedes e pediu que ficasse.

Na manhã seguinte, suas roupas estavam secas e passadas. Ele se mostrava menos inquieto. Alimentou-se bem e despediu-se.

Quando pegou a estrada, aconteceu uma coisa estranha. Ele tomou a direção oposta da que seguia na noite anterior. Isto é, voltou para a capital.

O casal concluiu que ele se confundira na estrada.

O tempo passou. Os dias se transformaram em semanas, meses e anos. Então, chegou uma carta endereçada ao fazendeiro:


Sr. Mcdonald,

Não imagino que o senhor se lembre do jovem a quem ajudou, anos atrás, quando o carro dele quebrou.

Imagine que, naquela noite, eu estava fugindo. Eu tinha no carro uma grande soma de dinheiro que roubara de meu patrão.

Sabia que tinha cometido um erro terrível, esquecendo os bons ensinamentos de meus pais.

Mas o senhor e sua mulher foram muito bons para mim. Naquela noite, em sua casa, comecei a ver como estava errado.

Antes de amanhecer, tomei uma decisão. No dia seguinte, voltei ao meu emprego e confessei o que fizera.

Devolvi todo o dinheiro ao meu patrão e lhe implorei perdão. Ele podia ter me mandado para a prisão. Mas, por ser um homem bom, me devolveu o emprego. Nunca mais me desviei do bom caminho.

Estou casado. Tenho uma esposa adorável e duas lindas crianças. Trabalhei bastante.

Não sou rico, mas estou numa boa situação.

Poderia lhe recompensar generosamente pelo que o senhor fez por mim naquela noite, mas não acredito que o senhor queira isso.

Então resolvi criar um fundo para ajudar outras pessoas que cometeram o mesmo erro que eu. Desta forma, acredito poder pagar pelo meu erro.

Que Deus o abençoe, senhor, e a sua bondosa esposa, que me ajudou ainda mais do que o senhor sabia.


Enquanto o casal lia, os olhos se encheram de lágrimas. Quando acabaram, a esposa colocou a carta sobre a mesa e citou versículos do capítulo 25 do Evangelho de Mateus:

— Era peregrino, e me recolheste. Tive fome e me destes de comer. Tive sede e me destes de beber. Estava nu, e me vestistes. Estava enfermo e me visitastes. Estava no cárcere e me fostes ver. Em verdade, todas as vezes que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, a mim o fizestes.

Colaboração de Renato J.G. Filho

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Precisam-se LOUCOS!!!

Madalena Carvalho

De loucos uns pelos outros! Que em seus surtos de loucura espalhem alegria; com habilidades suficientes para agir como treinadores de um mundo melhor, que olhem a ética, respeito às pessoas e responsabilidade social, não apenas como princípios organizacionais, mas como verdadeiros compromissos com o Universo.

Precisam-se loucos de paixão, não só pelo trabalho, mas principalmente por gente, que vejam em cada ser humano o reflexo de si mesmo, trabalhando para que velhas competências dêem lugar ao brilho no olhar e a comportamentos humanizados.

Precisam-se loucos por novas tendências, mas que caminhem na contramão da história, ouvindo menos o que os gurus tem a dizer sobre mobilidade de capitais, tecnologia ou eficiência gerencial e ouvindo mais seus próprios corações.

Precisam-se loucos poliglotas que não falem inglês, espanhol, francês ou italiano, mas que falem a língua universal do amor; do amor que transforma, modifica e melhora, pois, palavras não transformam empresas e sim atitudes.

Precisam-se, simplesmente, loucos de amor; de amor que transcende toda a hierarquia, que quebra paradigmas; amor que cada ser humano deve despertar e desenvolver dentro de si e pôr a serviço da vida própria e alheia; amor cheio de energia, amor do diálogo e da compreensão, amor partilhado e transcendental.

As Organizações precisam urgentemente de loucos, capazes de implantar novos modelos de gestão, essencialmente focados no SER, sem receios de serem chamados de insanos, que saibam que a felicidade consiste em realizar as grandes verdades e não somente em ouvi-las.

Colaboração de Renato J.G.Filho

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Se Alguém te Procurar...

Com frio... É porque você tem o cobertor.

Com alegria... É porque você tem o sorriso.

Com lágrimas... É porque você tem o lenço.

Com versos... É porque você tem a música.

Com dor... É porque você tem o curativo.

Com palavras... É porque você tem a audição.

Com fome... É porque você tem o alimento.

Com beijos... É porque você tem o mel.

Com dúvidas... É porque você tem o caminho.

Com orquestras... É porque você tem a festa.

Com desânimo... É porque você tem o estimulo.

Com fantasias... É porque você tem a realidade.

Com desespero... É porque você tem a Serenidade.

Com entusiasmo... É porque você tem o brilho.

Com segredos... É porque você tem a cumplicidade.

Com tumulto... É porque você tem a calma.

Com confiança... É porque você tem a força.

Com medo... É porque você tem o AMOR!!!

Ninguém chega até VOCÊ por acaso, Em "TUDO" há propósito...

Inclusive em você estar lendo aqui, agora.

Vamos prestar mais atenção em nossa volta, alguém pode estar pedindo algo a nós e não estamos ouvindo.

"Você pode até não ser ninguém para este mundo, mas é o mundo para alguém".

Colaboração de Renato J.G.Filho

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Uma Gota de Água

Texto da Equipe de Redação do Momento Espírita

Você já parou, alguma vez, para observar uma gota d`água?

Sim, uma pequena gota d`água se equilibrando na ponta de um frágil raminho...

Com graciosidade a gotícula desafia a lei da gravidade, se balançando nas bordas das folhas ou nas pétalas de uma flor.

São gotas minúsculas, que enfeitam a natureza nas manhãs orvalhadas ou permanecem como pequenos diamantes líquidos, depois que a chuva se vai.

É por isso que um bom observador dirá que a vida seria diferente se não existissem gotas de água para orvalhar a relva e amenizar a secura do solo.

Madre Tereza de Calcutá foi uma dessas almas sensíveis.

Um dia, um jornalista que a entrevistava disse-lhe que, embora admirasse o seu trabalho junto aos pobres e enfermos, considerava que o que ela fazia, diante da imensa necessidade, era como uma gota d`água no oceano.

E aquela pequena sábia-mulher, lhe respondeu: "sim, meu filho, mas sem essa gota d`água o oceano seria menor."

Sem dúvida uma resposta simples e extremamente profunda.

Pois sem os pequenos gestos que significam muito, a vida não seria tão bela...

Um aperto de mão, em meio à correria do dia-a-dia...

Um minuto de atenção a alguém que precisa de ouvidos atentos, para que não caia nas malhas do desespero...

Uma palavra de esperança a alguém que está à beira do abismo.

Um sorriso gentil a quem perdeu o sentido da vida.

Uma pequena gentileza diante de quem está preso nas armadilhas da ira.

O silêncio, frente à ignorância disfarçada de ciência...

A tolerância com quem perdeu o equilíbrio.

Um olhar de ternura para quem pena na amargura.

Pode-se dizer que tudo isso são apenas gotas d`água que se perdem no imenso oceano, mas são essas pequenas gotas que fazem a diferença para quem as recebe.

Sem as atitudes, aparentemente insignificantes, que dentro da nossa pequenez conseguimos realizar, a humanidade seria triste e a vida perderia o sentido.

Um abraço afetuoso, nos momentos em que a dor nos visita a alma...

Um olhar compassivo, quando nos extraviamos do caminho reto...

Um incentivo sincero de alguém que deseja nos ver feliz, quando pensamos que o fracasso seria inevitável...

Todas essas são atitudes que embelezam a vida.

E, se um dia alguém lhe disser que esses pequenos gestos são como gotas d`água no oceano, responda, como madre Tereza de Calcutá, que sem essa gota o oceano de amor seria menor.

E tenha certeza disso, pois as coisas grandiosas são compostas de minúsculas partículas.

Pense nisso!

Sem a sua quota de honestidade, o oceano da nobreza seria menor.

Sem as gotas de sua sinceridade, o mar das virtudes seria menor.

Sem o seu contributo de caridade, o universo do amor fraternal seria consideravelmente menor.

Pense nisso!

E jamais acredite naqueles que desconhecem a importância de um pequeno tijolo na construção de um edifício.

Lembre-se da minúscula gota d`água, que delicadamente se equilibra na ponta do raminho, só para tornar a natureza mais bela e mais romântica, à espera de alguém que a possa contemplar.

E, por fim, jamais esqueça que são essas mesmas pequenas e frágeis gotas d`água que, com insistência e perseverança conseguem esculpir a mais sólida rocha.

Colaborãção de Renato J.G. Filho

Escolhas

Sister Mohini (Brahma Kumaris)

Temos uma escolha:

ou seguramos o que temos ou pegamos o que está sendo oferecido.

Se estivermos prontos para deixar o velho, estaremos prontos a pegar o novo.

Até o último momento, haverá alguma coisa que teremos de deixar e alguma coisa que teremos de tomar.

Quando nos é oferecido algo mais, temos que aprender a largar o que estávamos segurando.

Temos que abrir um espaço interno para poder receber.

Há fortuna em cada passo, mas junto com fortuna tem que haver renúncia.

Colaboração de Renato J.G. Filho

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Decisão tomada no passado

Devan Manharlal

Muitas vezes culpamo-nos por ter tomado uma decisão errada no passado.

Uma decisão é tomada na base de informação que temos a nossa disposição e sob influência de outros factores* que nos rodeiam naquele instante. Sendo assim, hoje podemos achar absurdo ou errada a decisão tomada no passado, mas não devemos esquecer que no momento em que foi tomada essa decisão os factores que influenciaram a mesma são diferentes dos fatores que temos hoje e que nos faz pensar o contrário. Assim, não devemo-nos culpar por uma decisão tomada no passado só porque hoje achamos que ela esta errada, E da mesma forma ao tomar uma decisão hoje, temos de admitir que esta decisão num momento diferente deste e com outros factores podia ser diferente. Mas claro neste momento e com os factores que temos a decisão certa é a que estamos a tomar.

Como escolher uma decisão perfeita? Esta pergunta se tivesse resposta todos estaríamos felizes na vida.

Como evitar que algum dia arrependemos da decisão tomada? É difícil controlar este sentimento, mas podemos evitar este tipo de pensamento de seguinte maneira:

Quando temos que tomar uma decisão quer dizer que temos duas ou mais opções e cada uma leva a caminhos diferentes. Ao escolher um caminho, tomamos uma decisão que naquele momento achamos certa e o que temos de fazer em diante é seguir o caminho escolhido e esquecer os outros caminhos possíveis. Na verdade o que faz nos arrepender da decisão tomada é: "se tivesse escolhido o outro caminho as coisas seriam diferentes".

Este pensamento surge num momento diferente do momento em que tomamos a decisão e claro os factores que influenciaram nestes dois momentos são diferentes e, hoje a informação disponível é mais rica que ontem, no mínimo hoje sabemos onde nos leva o caminho escolhido mas ontem quando tínhamos que tomar a decisão não sabíamos onde os dois caminhos iam dar nem os obstáculos que podíamos encontrar. Por isso não é correcto culpar-nos por uma decisão tomada no passado.

"Os fatores que podem influenciar uma decisão são vários, podendo ser possibilidade financeira, laços familiares, tempo e recursos disponíveis, pressão sobre o momento, ambiente em que se vive, responsabilidade pessoais, desejos, sonhos, ... cada um destes factores consegue influenciar directa ou indirectamente numa decisão."

Enviado por Devan Manharlal

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Idade para ser feliz

Mário Quintana

Existe somente uma idade para a gente ser feliz,
Somente uma época na vida de cada pessoa
Em que é possível sonhar,
Fazer planos e ter energia bastante para realizá-Los
A despeito de todas as dificuldades e obstáculos.

Uma só idade para a gente se encantar com a vida e
Viver apaixonadamente e desfrutar tudo
Com toda intensidade,
Sem medo nem culpa de sentir prazer.

Fase dourada em que a gente pode criar e
Recriar a vida à nossa própria imagem e
semelhança e vestir-se com todas as cores e
Experimentar todos OS sabores e
Entregar-se a todos OS amores
Sem preconceito nem pudor.

Tempo de entusiasmo e coragem em que todo desafio
é mais um convite à luta que a gente enfrenta
Com toda disposição de tentar algo novo,
De novo e de novo, e quantas vezes for preciso.

Essa idade tão fugaz na vida DA gente
Chama-se presente e
Tem duração do instante que passa.

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Compartilhando Conhecimentos

//Thomas Jefferson, 3º Presidente dos Estados Unidos da América//

Aquele que recebe de mim uma idéia tem aumentada a sua instrução sem que eu tenha diminuído a minha. Como aquele que acende sua vela na minha recebe luz sem apagar a minha vela. Que as idéias passem livremente de uns aos outros no planeta, para a instrução moral e mútua dos homens e a melhoria de sua condição, parece ter sido algo peculiar e benevolentemente desenhado pela natureza ao criá-las, como o fogo, expansível no espaço, sem diminuir sua densidade em nenhum ponto.

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Sou professor

John W. Schlatter

Sou professor.

Nasci no momento exato em que uma pergunta saltou da boca de uma criança.

Fui muitas pessoas em muitos lugares.

Sou Sócrates, estimulando a juventude de Atenas a descobrir novas idéias através de perguntas.

Sou Anne Sullivan, extraindo os segredos do universo da mão estendida de Helen Keller.

Sou Esopo e Hans Christian Andersen, revelando a verdade através de inúmeras histórias.

Sou Marva Collins, lutando pelo direito de toda a criança à Educação.

Sou Mary McCloud Bethune, construindo uma grande universidade para meu povo, utilizando caixotes de laranja como escrivaninhas.

Sou Bel Kauffman, lutando para colocar em prática o Up Down Staircase.

Os nomes daqueles que praticaram minha profissão soam como um corredor da fama para a humanidade...

Booker T. Washington, Buda, Confúcio, Ralph Waldo Emerson, Leo Buscaglia, Moisés e Jesus.

Sou também aqueles cujos nomes foram há muito esquecidos, mas cujas lições e o caráter serão sempre lembrados nas realizações de seus alunos.

Tenho chorado de alegria nos casamentos de ex-alunos, gargalhado de júbilo no nascimento de seus filhos e permanecido com a cabeça baixa de pesar e confusão ao lado de suas sepulturas cavadas cedo demais, para corpos jovens demais.

Ao longo de cada dia tenho sido solicitado como ator, amigo, enfermeiro e médico, treinador, descobridor de artigos perdidos, como o que empresta dinheiro, como motorista de táxi, psicólogo, pai substituto, vendedor, político e mantenedor da fé.

A despeito de mapas, gráficos, fórmulas, verbos, histórias e livros, não tenho tido, na verdade, nada o que ensinar, pois meus alunos têm apenas a si próprios para aprender, e eu sei que é preciso o mundo inteiro para dizer a alguém quem ele é.

Sou um paradoxo.

É quando falo alto que escuto mais.

Minhas maiores dádivas estão no que desejo receber agradecido de meus alunos.

Riqueza material não é um dos meus objetivos, mas sou um caçador de tesouros em tempo integral, em minha busca de novas oportunidades para que meus alunos usem seus talentos e em minha procura constante desses talentos que, às vezes, permanecem encobertos pela autoderrota.

Sou o mais afortunado entre todos os que labutam.

A um médico é permitido conduzir a vida num mágico momento.

A mim, é permitido ver que a vida renasce a cada dia com novas perguntas, idéias e amizades.

Um arquiteto sabe que, se construir com cuidado, sua estrutura poderá permanecer por séculos.

Um professor sabe que, se construir com amor e verdade, o que construir durará para sempre.

Sou um guerreiro, batalhando diariamente contra a pressão dos colegas, o negativismo, o medo, o conformismo, o preconceito, a ignorância e a apatia.

Mas tenho grandes aliados: Inteligência, Curiosidade, Apoio paterno, Individualidade, Criatividade, Fé, Amor e Riso, todos correm a tomar meu partido com apoio indômito.(...)

E assim, tenho um passado rico em memórias.

Tenho um presente de desafios, aventuras e divertimento, porque a mim é permitido passar meus dias com o futuro.

Sou professor... e agradeço a Deus por isso todos os dias.

Muitos...

Paulo Roberto Gaefke

Muitos são os que sonham, mas poucos os que lutam por eles.

Muitos os que desejam mudanças, mas poucos estão empenhados em mudar.

Muitos os que querem os frutos, poucos disposto à plantar.

Muitos vão á escola, poucos aprendem realmente.

Muitos os que dizem te conhecer, poucos realmente te entendem.

Muitos sabem recriminar, poucos sabem incentivar.

Muitos reclamam, poucos agem.

Muitos se oferecem para o trabalho, poucos aparecem.

Muitos desejam, poucos trabalham.

Muitos são exigentes, poucos oferecem.

Muitos passam fome, poucos se fartam.

Muitos pedem, poucos dão.

Muitos reclamam, poucos lutam.

Muitos neste dia, perderão a oportunidade bendita de "renascer", de transformar desapontamentos em experiências, crise em oportunidade, ódio em perdão, desamor em fraternidade, revolta em humildade, tristeza em esperança, morte em vida eterna.

Muitos vão ainda lamentar o passado, continuarão sonhando com o que não existiu e nem vai existir, poucos vão arregaçar as mangas e recomeçar.

Assim, a vida oferece muitos recursos, mas poucos os enxergam, na busca de facilidades que não existem na Natureza que trabalha sem cessar, no mundo que se modifica em átomos, células e DNA's, para compor à cada minuto um novo tempo, para um novo ser, para que haja Luz e que você brilhe, além do tempo, além da própria morte, que será apenas passagem para a eternidade que nos aguarda.

Diante de você, o próprio tempo espera a sua decisão: renovar e seguir adiante, ou suspirar, lamentar e esperar a compaixão do mundo. Aproveite esse instante e siga em frente, renovando-se na força do Criador que lhe estende a mão, que lhe empurra para a vitória. Só depende de você.

Enviado por Renato J.G. Filho

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Pessoas Sensíveis

Nenhum de nós pode escolher as coisas que nos acontecem, algumas boas, outras más. Mas todos nós podemos escolher nossa resposta às coisas que nos acontecem. Você não é prisioneiro das reações.

Algumas pessoas dizem que são muito "sensíveis", que se magoam facilmente, que se decepcionam com amigos, colegas e família e com aquilo que outros dizem ou fazem. Tais pessoas, que se dizem "muito sensíveis" na verdade não têm muita sensibilidade.

Pessoas sensíveis (por definição) são capazes de obter uma gama maior de informações sensoriais e emocionais vindas de outros e, portanto, geralmente são muito mais compreensivas, calmas e raramente se desapontam com os comportamentos alheios, exatamente porque sua sensibilidade aguçada mostra mais do que as aparências, evitando que se desapontem. Além disso, pessoas sensíveis jamais dizem que são sensíveis.

Então o que são aquelas pessoas que a todo momento se definem como sensíveis, que ficam deprimidas por razões aparentemente pequenas e cujos dias são destruídos por uma advertência do chefe, por uma crítica dos colegas, por uma frase mal construída de um membro da família?

Elas não são sensíveis?

Não.

Tais pessoas são reativas - o contrário de sensíveis. Pessoas reativas não pensam. Ou melhor, pensam que pensam, quando somente reagem emocionalmente a qualquer coisa, sem refletir, sem controlar,sem observar o todo, como crianças.

Todos nós somos reativos, vez ou outra, mas conforme amadurecemos nos tornamos menos reativos e mais sensíveis,já que escolhemos nossas respostas.

Quando somos crianças, simplesmente reagimos (o que é natural), por isso adultos reativos são, normalmente, acusados de um comportamento infantil e birrento.

Uma pessoa sensível (por obter mais informações que estão à sua volta) raramente perde o controle, mesmo quando atacada porque, sendo sensível, ela observa e e-s-c-o-l-h- e a melhor r-e-s-p-o-s- t-a.

Raramente reage, como um animal faminto faria. Você não tem o poder de escolher aquilo que te acontecerá hoje, amanhã ou depois. Mas você tem o poder de escolher a melhor resposta à tudo o que vai acontecer. Resposta não é reação.

Reação é sinônimo de programa automático. Resposta é sinônimo de escolha.

Seja mais sensível, esta semana, evitando dizer a primeira coisa que lhe venha à mente, mesmo que seja algo que você diz pra você mesmo.

Escolha as palavras, escolha os pensamentos, escolha as respostas, fugindo da armadilha que torna a vida das pessoas reativas sempre dependente de cada problema que acontece.

E observe aqueles que dizem que são "sensíveis". Olhe o comportamento dessas pessoas. Você verá que elas são completamente dependentes dos humores de outros e dos acontecimentos externos. Elas simplesmente reagem por mais que racionalizem e se enganem, afirmando que suas reações são causadas por sua suposta sensibilidade. Sempre apresentarão razões para suas dores e tristezas, mas ainda assim estarão somente reagindo.

Você tem o poder de escolher aquilo que é melhor. Você pode!

Porque, como afirma Stephen Covey: "Entre o que acontece comigo e minha reação ao que acontece comigo, há um espaço. Neste espaço está minha capacidade em escolher minhas respostas e definir meu destino".

Enviado por Renato J.G. Filho

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Muito Além de uma Porta

Dr. Içami Tiba (Psicoterapeuta)

Se você encontrar uma porta à sua frente, poderá abri-la ou não. Se você abrir a porta, poderá ou não entrar em uma nova sala. Para entrar, você vai ter que vencer a dúvida, o titubeio ou o medo. Se você venceu, você deu um grande passo: nesta sala vive-se. Mas também tem um preço: são inúmeras as outras portas que você descobre. O grande segredo é saber quando e qual a porta deve ser aberta. A vida não é rigorosa: ela propicia erros e acertos. Os erros podem ser transformados em acertos, quando, com eles, se aprende. Não existe a segurança do acerto eterno. A vida é generosa: a cada sala em que se vive, descobre-se outras tantas portas. A vida enriquece a quem se arrisca a abrir novas portas. Ela privilegia quem descobre seus segredos, e generosamente oferece afortunadas portas. Mas a vida também pode ser dura e severa: se você não ultrapassar a porta, terá sempre a mesma porta pela sua frente. É a repetição perante a criação. É a monotonia cromática perante o arco-íris. É a estagnação da vida. Para a vida, as portas não são obstáculos, mas diferentes passagens.

Enviado por Renato J.G. Filho

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Se um cão fosse seu professor...

Você aprenderia coisas assim:

Quando alguém que você ama chega em casa, corra ao seu encontro. Nunca perca uma oportunidade de ir passear de carro. Permita-se experimentar o ar fresco do vento no seu rosto. Mostre aos outros que estão invadindo o seu território. Tire uma sonequinha no meio do dia e espreguice antes de levantar. Corra, pule e brinque todos os dias. Tente se dar bem com o próximo e deixe as pessoas te tocarem. Não morda quando um simples rosnado resolve a situação. Em dias quentes, pare e role na grama, beba bastante líquidos e deite debaixo da sombra de uma árvore. Quando você estiver feliz, dance e balance todo o seu corpo. Não importa quantas vezes o outro te magoa, não se sinta culpado... volte e faça as pazes novamente. Aproveite o prazer de uma longa caminhada. Se alimente com gosto e entusiasmo. Coma só o suficiente. Seja leal. Nunca pretenda ser o que você não é. Se você quer se deitar embaixo da terra, cave fundo até conseguir. E o MAIS importante de tudo... Quando alguém estiver nervoso ou triste, fique em silêncio, fique por perto e mostre que você está ali para confortar.

A amizade verdadeira não aceita imitações!!!

E nós precisamos aprender isso com um animal, que dizem, é irracional...

Colaboração de Renato J.G. Filho

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Os relacionamentos são como uma plantinha.

Texto extraído do Livro: Liberdade de Ser, Autora: Eliane de Araujoh

Depois que a plantinha morre, não adianta olharmos para ela e pedirmos perdão por termos esquecido de aguá-la.

O amor é uma planta delicada que precisa de constante atenção. As brigas fazem com que as folhas sejam arrancadas com violência. Quando só sobrar o caule e a planta não tiver mais por onde respirar, ela morre.

O namoro é essencial para o relacionamento. "Casal que dá certo namora!". Por orgulho ou até preguiça, desperdiçamos aqueles que poderiam ser os momentos mais importantes de nossas vidas.

Há quanto tempo você não segura a mão da pessoa amada?

Há quanto tempo não se olham nos olhos, sentindo aquele alguém especial que você conheceu um dia?

Há quanto tempo dos seus lábios não saem as palavras "eu amo você"?

Há quanto tempo suas mãos não sentem a leveza de presentear com uma flor?

Há quanto tempo você não se perfuma ou se pinta ou se veste de uma maneira especial para conquistar o seu amor?

Por que não tomar a atitude de uma reconquista?

Reconquistar a pessoa amada, sim. Ou será que você até já esqueceu que ama? Precisará a vida separá-los, como acontecerá inevitavelmente um dia para acordá-lo do torpor da rotina?

Que tal colocar um bilhete escondido no sapato dele ou dela, dizendo: - Ei! Você é especial para mim. Ou no espelho do banheiro: - Eu amo você! Você se lembra do último beijo apaixonado que deu em seu amor, ou permitiu que o fantasma da rotina e preocupações encobrissem aqueles sentimentos tão especiais?

Você terá a coragem de assumir a sua distração e assumir a atitude da reconquista? Conseguirá superar o teu orgulho e tua vaidade de olhar nos olhos do ser amado e soar palavras sinceras de amor, já esquecidas?

De sugerir um passeio ao luar ou ao cinema e pegar novamente com delicadeza em suas mãos como faziam antes? Ser romântico é extravasar a sensibilidade da alma através de gestos sutis, leves e poéticos.

A única coisa que levamos desta vida são as experiências vividas. Ser romântico não é ser "cafona". Ser romântico é extravasar a sensibilidade da alma através de gestos sutis, leves e poéticos.

Antes de ler estas palavras, você poderia me dizer que não havia pensado nisto. E agora? O que fará a respeito?

Eu

Eu sou como você: sou da espécie humana, sou capaz de errar. O erro não é falha de caráter e errar faz parte da Natureza Humana.

Eu vivo. Eu sorrio. Eu também aprendo! Meu conhecimento é incompleto. Estou na busca o tempo todo, nas horas acordadas e nas horas de sono.

Eu tenho um longo caminho a ser percorrido, assim como você também tem. Aprendemos nossas lições pelo caminho. Atingiremos a Sabedoria.

Não há ninguém igualzinho a mim no mundo. Esta é a única garantia que dou. É assim que eu me sinto. Eu tenho um coração.

Resumindo....

Simplismente sou!

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Use o sorriso para...

Desarmar a tristeza, encarar os problemas, solucioná-lo, lutar mesmo que pareça impossível, crer que inicia um novo dia, que tudo dará certo....

Use a Paz, para combater a ira, manter-se calma, respirar fundo, seguir o coração e a razão ponderadamente, fazendo assim o Equilíbrio de seu dia...

Use o perdão, para suportar as ingratidões, as ofensas, as perdas, possíveis e aparentes derrotas...

Use o Amor, para enfrentar a vida, para encontrar sua paz, para sentir-se amada, para sorrir facilmente para viver com sorriso, para ter paz, para perdoar e ser perdoado!

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Se o Amanhã não vier...

Texto colocado no mural de comunicação interna da TAM, pelo marido de uma das aeromoças mortas. Boa reflexão a todos!!!

Se eu soubesse que essa seria a última vez que eu veria você dormir
Eu aconchegaria você mais apertado,
E rogaria ao senhor que protegesse você.

Se eu soubesse que essa seria a última vez que veria você sair pela porta,
Eu abraçaria, beijaria você, e chamaria de volta,
Para abraçar e beijar uma vez mais.

Se eu soubesse que essa seria a última vez que ouviria sua voz em oração,
Eu filmaria cada gesto, cada palavra sua,
Para que eu pudesse ver e ouvir de novo, dia após dia.

Se eu soubesse que essa seria a última vez,
Eu gastaria um minuto extra ou dois, para parar e dizer: EU TE AMO
Ao invés de assumir que você já sabe disso.

Se eu soubesse que essa seria a última vez,
Eu estaria ao seu lado, partilhando do seu dia, ao invés de pensar:
'Bem, tenho certeza que outras oportunidades virão, então eu posso deixar passar esse dia.'

É claro que haverá um amanhã para se fazer uma revisão,
E nós teríamos uma segunda chance para fazer as coisas de maneira correta.
É claro que haverá outro dia para dizermos um para o outro: 'EU TE AMO',

E certamente haverá uma nova chance de dizermos um para o outro:
'Posso te ajudar em alguma coisa?'
Mas no caso de eu estar errado, e hoje ser o último dia que temos,

Eu gostaria de dizer
O QUANTO EU AMO VOCÊ,
E espero que nunca esqueçamos disso.

O dia de amanhã não esta prometido para ninguém, jovem ou velho,
E hoje pode ser sua última chance de segurar bem apertado, a mão da pessoa que você ama.
Se você está esperando pelo amanhã, porque não fazer hoje?

Porque se o amanhã não vier, você com certeza se arrependerá pelo resto de sua vida,
De não ter gasto aquele tempo extra num sorriso, num abraço, num beijo,
Porque você estava 'muito ocupado' para dar para aquela pessoa, aquilo
que acabou sendo o último desejo que ela queria.

Então, abrace seu amado, a sua amada HOJE.
Bem apertado.
Sussurre nos seus ouvidos, dizendo o quanto o ama e o quanto o quer junto de você.
Gaste um tempo para dizer:

'Me desculpe'
'Por favor'
'Me perdoe'
'Obrigado'
ou ainda:
'Não foi nada'
'Está tudo bem'.

Porque, se o amanhã jamais chegar, você não terá que se arrepender pelo dia de hoje.
Pois o passado não volta, e o futuro talvez não chegue.

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É mais gratificante...

//Redação do Momento Espírita, com base em texto de autoria desconhecida//

Paul ganhou de seu irmão, como presente de Natal, um automóvel novo.

No dia de Natal, quando Paul saiu de casa, percebeu que um moleque de rua estava andando em volta de seu brilhante carro zero, admirando-o.

Este carro é seu? Perguntou o menino.

Paul confirmou com a cabeça. Meu irmão me deu de presente no Natal.

O garoto estava maravilhado. Quer dizer que seu irmão deu a você e você não gastou nada? Cara, eu queria...

Paul julgou saber como o garoto completaria a frase. Por certo iria dizer que queria um irmão como o dele.

Mas o que o moleque disse deixou Paul perplexo.

Eu queria, continuou o garoto, poder ser um irmão assim.

Paul olhou para o garoto surpreso e, impulsivamente, lhe perguntou: Você gostaria de dar uma volta no meu automóvel?

Sim, eu adoraria.

Depois de uma voltinha, o menino virou-se e, com os olhos resplandecentes disse: Você se importa de passar em frente à minha casa?

Paul sorriu consigo mesmo, pensando que sabia exatamente o que o moleque queria. Certamente desejava mostrar aos vizinhos que podia voltar para casa num carrão.

Mas Paul se enganara outra vez.

Você dá uma paradinha ali onde estão aqueles dois degraus? Pediu o menino.

O garoto saiu do carro e subiu os degraus correndo. Logo, Paul o viu voltando. Mas não estava mais andando rápido, estava carregando seu irmãozinho paralítico.

Fê-lo sentar no degrau de baixo e, abraçando-o com força, mostrou o carro.

Lá está Buddy, exatamente como eu contei lá em cima! O irmão deu o carro a ele de presente de Natal e isso não lhe custou nem um centavo.

Algum dia eu vou dar a você um como este... Daí, você vai poder ver, por você mesmo, as coisas bonitas. As vitrinas enfeitadas no Natal, as ruas e árvores iluminadas, as belezas enfim, sobre as quais eu tenho tentado contar a você.

Paul saiu do carro, pegou o garotinho no colo e o colocou no banco da frente, a seu lado.

O irmão mais velho, com olhos brilhantes, sentou-se ao lado dele e os três começaram um inesquecível passeio de Natal.

Naquele momento, Paul compreendeu que é mais gratificante dar...

Uma história, uma lição...

Nesses tempos de tanto egoísmo, de individualismo e indiferença para com o sofrimento alheio, vale a pena refletirmos um pouco sobre esses pequenos gestos, que tanto engrandecem o homem.

Nesses tempos em que as criaturas estão ávidas por ter, e ter cada vez mais, vale pensarmos em conjugar o verbo ser.

Ser atencioso, ser caridoso, ser afetuoso, enfim, romper a concha do egoísmo e descobrir na doação aos semelhantes, a alegria de viver.

Pense nisso!

Diz um sábio provérbio chinês:

Se há luz na alma, haverá beleza na pessoa.

Se há beleza na pessoa, haverá harmonia no lar.

Se há harmonia no lar, haverá ordem na nação.

Se há ordem na nação, haverá paz no mundo.

Pensemos nisso!

Colaboração de Renato J.G. Filho

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Isso é virtual?

Rosa Pena

Entro apressada e com muita fome na confeitaria. Escolho uma mesa bem afastada do movimento, pois quero aproveitar a folga para comer e passar um e-mail urgente para meu editor.

Peço uma porção de fritas, um sanduíche de rosbife e um suco de laranja.

Abro o laptop.

Levo um susto com aquela voz baixinha atrás de mim.

"Tia, dá um trocado?"

"Não tenho, menino."

"Só uma moedinha para comprar um pão."

"Está bem, compro um para você."

Minha caixa de entrada está lotada de e-mails. Fico distraída vendo as poesias, as formatações lindas. Ah! Essa música me leva a Londres.

"Tia, pede para colocar margarina e queijo também."

Percebo que o menino tinha ficado ali.

"Ok, vou pedir, mas depois me deixa trabalhar. Estou ocupadíssima."

Chega minha refeição e junto com ela meu constrangimento. Faço o pedido do guri, e o garçom me pergunta se quero que mande o garoto .ir à luta.. Meus resquícios de consciência me impedem de dizer sim. Digo que está tudo bem, que o deixe ficar e traga o pedido do menino.

"Tia, você tem internet?"

"Tenho sim, essencial ao mundo de hoje."

"O que é internet?"

"É um local no computador, onde podemos ver e ouvir muitas coisas, notícias, músicas, conhecer pessoas, ler, escrever, sonhar. Tem de tudo no mundo virtual."

"E o que é virtual?"

Resolvo dar uma explicação simplificada, na certeza de que ele pouco vai entender e vai me liberar para comer minha deliciosa refeição, sem culpas.

"Virtual é um local que imaginamos, algo que não podemos pegar, tocar. É lá que criamos um monte de coisas que gostaríamos de fazer, criamos nossas fantasias, transformamos o mundo em quase como queríamos que ele fosse."

"Legal isso. Adoro!"

"Menino, você entendeu o que é virtual?"

"Sim, também vivo neste mundo virtual."

"Nossa! Você tem computador?"

"Não, mas meu mundo também é desse jeito...virtual. Minha mãe trabalha, fica o dia todo fora, só chega muito tarde, quase não a vejo. Eu fico cuidando do meu irmão pequeno que chora de fome e eu dou água para ele imaginar que é sopa. Minha irmã mais velha sai todo dia, diz que vai vender o corpo, mas não entendo pois ela sempre volta com o corpo. Meu pai está na cadeia há muito tempo, mas sempre imagino nossa família toda junta em casa, muita comida, muitos brinquedos, ceia de Natal, e eu indo ao colégio para virar médico um dia. Isso é virtual, não é tia?"

Tratar como irmão

Redação do Momento Espírita.

Ela sempre estacionava o carro na mesma vaga.

O guardador, sorridente, educado, sempre a cumprimentava.

Por vezes falavam rapidamente, ela perguntava como estava a família, ele respondia. Contava um ou outro problema de saúde que enfrentava.

Por outras vezes comentavam sobre algumas amenidades, sobre o frio, o calor, sobre o perigo da cidade grande, etc.

Ele morava num bairro distante da região metropolitana. Certamente numa casa muito simples . quase uma favela.

Naquele dia ela estava preocupada com ele. Estava muito frio.

Ela lembrou que a vida dela não era fácil, que vinha de muitas dificuldades recentes, mas pensou na vida dele, e que ela deveria ser bem mais complicada.

Nem sempre podia lhe dar algum dinheiro. Dos 5 dias da semana, em média, uma ou duas vezes ela conseguia lhe dar algumas moedas - pensou.

Sabia que ele precisava. Que aquele era seu trabalho digno. Que dali vinha o alimento de seus filhos.

Ela queria poder dar mais. E ele merecia, pois sempre guardava uma vaga especial para ela, sem ela pedir, sem ela merecer . pensava.

Com o coração um pouco apertado, então, resolveu dizer naquele dia:

Olha... Sei que nem sempre lhe dou alguma coisa. Queria poder dar mais, dar sempre, mas, sabe... Não consigo mesmo.

Sei que você é um trabalhador, uma pessoa gentil e educada, e que mesmo eu dando tão pouco, sempre guarda a vaga para mim.

Já vi que existem pessoas que estacionam sempre aqui, que lhe dão sempre um ou até dois reais por vez, mas, eu realmente não consigo . disse ela um tanto embaraçada.

Ele então respondeu, com franqueza e simplicidade:

Dona, olha, eu não guardo sua vaga porque a senhora me dá algum dinheiro, não. Eu preciso de dinheiro, sim, mas não é por isso.

É que a senhora é a única pessoa que fala comigo, que me dá atenção, que me trata como irmão.

Ela calou ao ouvir estas palavras. Sorriu para ele, timidamente, e disse, se despedindo: Então, tá bom.

Foi para o trabalho pensando no que ouvira. Ela nunca havia pensado nisso.

Mas será que ninguém mais fala com ele? Falo tão rapidamente, sobre coisas corriqueiras, nada de mais importante...

Nossa... Será que as pessoas o ignoram? Mesmo o encontrando todos os dias como eu?

Aqueles pensamentos ficaram em sua mente, flutuando o dia todo.

Percebeu que poderia dar algo muito mais importante que as moedas, que o "trocado" de sempre.

Caridade não significa apenas doação material.

Em verdade, a filantropia é apenas uma pequena porção do mundo da caridade verdadeira.

Vivemos num Mundo, num país, onde ainda há necessidade da ajuda material urgente, sim, mas precisamos entender que não é apenas isso.

As pessoas precisam de auxílio em outras áreas. As pessoas precisam de atenção, de amizade, de alguém que lhes dê carinho.

O alimento da alma fortalece o ser, e assim ele se torna mais apto e preparado para buscar a subsistência material.

Pense nisso.

Colaboração de Maria Jacinta N. Silva

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A Grande Lição

Cartão de visitas - Fato verdadeiro, integrante da biografia, ocorrido em 1892

Um senhor 70 anos viajava de trem tendo ao seu lado um jovem universitário que lia o seu livro de ciências. O senhor, por sua vez, lia um livro de capa preta. Foi quando o jovem percebeu que se tratava da Bíblia e estava aberta no livro de Marcos.

Sem muita cerimônia o jovem interrompeu a leitura do velho e perguntou:

— O senhor ainda acredita neste livro cheio de fábulas e crendices?

— Sim, mas não é um livro de crendices.

— É a Palavra de Deus. Estou errado?

— Mas é claro que está! Creio que o senhor deveria estudar a História Universal. Veria que a Revolução Francesa, ocorrida há mais de 100 anos, mostrou a miopia da religião. Somente pessoas sem cultura ainda crêem que Deus tenha criado o mundo em seis dias. O senhor deveria conhecer um pouco mais sobre o que os nossos cientistas pensam e dizem sobre tudo isso.

— É mesmo? E o que pensam e dizem os nossos cientistas sobre a Bíblia?

— Bem, respondeu o universitário, como vou descer na próxima estação, falta-me tempo agora, mas deixe o seu cartão que eu lhe enviarei o material pelo correio com a máxima urgência. O velho então, cuidadosamente, abriu o bolso interno do paletó e deu o seu cartão ao universitário.

Quando o jovem leu o que estava escrito, saiu cabisbaixo sentindo-se pior que uma ameba. No cartão estava escrito:

Professor Doutor Louis Pasteur Diretor Geral do Instituto de Pesquisas Científicas da Universidade Nacional da França.

"Um pouco de ciência nos afasta de Deus. Muito, nos aproxima". Louis Pasteur.

Colaboração de Sandro Reis

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Amor

Mário Quintana

Para meus amigos que estão SOLTEIROS:

O amor é como uma borboleta. Por mais que tente pegá-la, ela fugirá.Mas quando menos esperar, ela estará ali do seu lado. O amor pode tefazer feliz, mas às vezes também pode te ferir. Mas o amor será especial apenas quando você tiver o objetivo de se dar somente a umalguém que seja realmente valioso. Por isso, aproveite o tempo livrepara escolher.

Para meus amigos NÃO SOLTEIROS.

Amor não é se envolver com a "pessoa perfeita", aquela dos nossos sonhos. Não existem príncipes nem princesas. Encare a outra pessoa deforma sincera e real, exaltando suas qualidades, mas sabendo também deseus defeitos. O amor só é lindo, quando encontramos alguém que nostransforme no melhor que podemos ser.

Para meus amigos que gostam de...PAQUERAR.

Nunca diga "te amo" se não te interessa. Nunca fale sobre sentimentosse estes não existem. Nunca toque numa vida, se não pretende romper um coração. Nunca olhe nos olhos de alguém, se não quiser vê-lo sederramar em lágrimas por causa de ti. A coisa mais cruel que alguémpode fazer é permitir que alguém se apaixone por você, quando você nãopretende fazer o mesmo...

Para meus amigos...CASADOS.

O amor não te faz dizer "a culpa é", mas te faz dizer "me perdoe".Compreender o outro, tentar sentir a diferença, se colocar no seulugar. Diz o ditado que um casal feliz é aquele feito de dois bons perdoador es. A verdadeira medida de compatibilidade não são os anosque passaram juntos, mas sim o quanto nesses anos, vocês foram bons umpara o outro.

Para meus amigos que têm um CORAÇÃO PARTIDO.

Um coração assim dura o tempo que você deseje que ele dure, e ele lastimará o tempo que você permitir. Um coração partido sentesaudades, imagina como seria bom, mas não permita que ele chore parasempre. Permita-se rir e conhecer outros corações. Aprenda a viver,aprenda a amar as pessoas com solidariedade, aprenda a fazer coisas boas, aprenda a ajudar a própria vida. A dor de um coração partido, éinevitável, mas o sofrimento é opcional. E lembre-se: é melhor veralguém que você ama feliz com outra pessoa, do que vê-la infeliz aoseu lado.

Para meus amigos que são...INOCENTES.

Ela(e) se apaixonou por ti, e você não te ve culpa, é verdade. Maspense que poderia ter acontecido com você. Seja sincero, mas não sejaduro; não alimente esperanças, mas não seja crítico; você não precisa ser namorado, mas pode descobrir qu e ele é uma ótima pessoa e podevir a se tornar um grande amigo.

Para meus amigos que têm MEDO DE TERMINAR.

Às vezes é duro terminar com alguém, e isso dói em você. Mas dói muito mais quando alguém rompe contigo, não é verdade? Mas o amor também dóimuito quando ele não sabe o que você sente. Seja feliz, viva o amor naforma verdadeira...

Colaboração de Irene da Conceição Ribeiro de Castro

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Além do Impossível

João Pedro Paes Leme

Onde esta o limite dos limitados?

Dos cegos

Dos amputados

Dos cérebros paralisados

Quem são os limitados, afinal?

Os que olham e não vêem por que não podem

Ou os que olham e não vêem por que não querem

A sombra é apenas disfarce da luz

Escuridão com muitas cores

Quem deseja ver o que se passa neste mundo antes escondido

Vê o forte frágil destemido

O veloz orientado

O distante salto incompreendido

O estilo possível de um outro nado

Eles não querem piedade

Não querem a doçura da tolerância piegas

É o desejo de sinceridade que os liberta

O que os move é o instinto

O corpo atlético que jamais se ordenou perfeito

Porque reforçam os sentidos multiplicados

O que não se vê se sente

O que não se sente

Se crê possível

O impossível se reinventa

Mais alto

Mais forte

Mais rápido

É esta a essência do olimpismo

Não rima com preconceito

Com desrespeito

Ou segregação

Rima com

Superação

Persistência

E conquista

Afinal o que separa deficiência de eficiência?

É apenas o sonho que se sonha

Colaboração de Irene da Conceição R. de Castro

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Jornada

Paulo Roberto Gaefke

Este é o começo de uma jornada que vai durar a vida inteira...

É assim a grande luta da vida, o combate que dura para sempre, seja contra o alcoolismo, contra o tabagismo, a obesidade, a anorexia, a bulimia, o gasto compulsivo, as más tendências, seja a de mentir, de adorar um fuxico, de contar vantagem, o orgulho, a vaidade excessiva, a inveja negativa, ou seja, todas as nossas inclinações para o vício demoram mais do que ao tempo que a maioria está disposta a gastar no combate.

Por isso muitos fracassam, o ex-fumante volta a fumar, o ex-alcoólatra escorrega no primeiro copo, o mentiroso conta uma mentirinha, o gastador não resiste a liquidação, o obeso ataca a geladeira depois de mais de 2 meses de dieta de esquimó, o bulímico volta a ter crises. O segredo está em não subestimar o inimigo, seja ele o menor dos vícios, para quem vive o problema é algo maior que a compreensão humana.

Se hoje é o dia que você decidiu exterminar o vício que te prende ao mesmo lugar de sempre, da bebida ao cigarro, da obesidade à anorexia, não importa, hoje você é o dono da sua vontade, é quem manda, mas tem que saber que começa uma longa jornada, que vai perdurar até o último suspiro da sua vida, por isso, não relaxe, não desdenhe o inimigo, esteja atento, incentive-se, descubra a sua capacidade de vencer, feche os ouvidos para os pessimistas que sempre vão duvidar de você. O mais importante é que você não duvide da sua capacidade.

Hoje, no inicio da sua luta, seja ela qual for, imagine-se subindo na bicicleta pela primeira vez sem rodinhas, seu pai lhe empurrou e você sentiu confiança, a primeira pedalada é tímida, medrosa, desequilibrada, mas depois, vem a segunda, a terceira, e você consegue equilibrar-se e descobre que o melhor da bicicleta é a sensação de poder que você começa a sentir e que nunca mais vai esquecer.

A vitória já é sua, é só acreditar.

Colaboração de Renato J.G.Filho

Você Aprende

Por Veronica Shoffstall, poema "Comes the Dawn" / "After a While"

Depois de algum tempo você aprende a diferença, a sutil diferença entre dar a mão e acorrentar a alma.

E você aprende que amar não significa apoiar-se,e que companhia nem sempre significa segurança.

E começa aprender que beijos não são contratos, e que presentes não são promessas.

E começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e os olhos adiante, com graça de um adulto e não a tristeza de uma criança.

E aprende a construir todas as suas estradas no hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair meio em vão. Depois de algum tempo, você aprende que o sol queima, se ficar a ele exposto por muito tempo. E aprende que, não importa o quanto você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam...

E aceita que, não importam quão boa seja uma pessoa, ela vai feri-lo (a) de vez em quando, e você precisa perdoa-la por isso.

Aprende que falar pode aliviar dores emocionais. Descobre que leva-se anos para construir confiança e apenas segundos para destruí-la, e que você pode fazer coisas em um instante, das quais se arrependerá para o resto da vida.

Aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer, mesmo a longas distâncias. E o que importa não é o que você tem na vida, mas quem você tem na vida. E que bons amigos são a família que nos permitiram escolher. Aprende que não temos que mudar de amigos, se compreendermos que os amigos mudam.

Percebe que seu melhor amigo e você podem fazer qualquer coisa, ou nada, e terem bons momentos juntos. Descobre que as pessoas com que você mais se importa na vida são tomadas de você muito depressa, por isso, devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas, pode ser a última vez que as vejamos.

Aprende que as circunstâncias e os ambientes têm muita influência sobre nós, mas que nós somos responsáveis por nós mesmos. Começa a aprender que não se deve comparar com os outros, mas com o melhor que você pode ser.

Descobre que leva muito tempo para se chegar aonde está indo, mas que, se você não sabe para onde está indo, qualquer lugar serve. Aprende que, ou você controla seus atos ou eles o controlarão, e não importa quão delicada e frágil seja uma situação, sempre existem dois lados.

Aprende que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer,enfrentando as conseqüências. Aprende que paciência requer muita prática.Descobre que algumas vezes, a pessoa que você espera que o chute, quando você cai, é uma das poucas pessoas que o ajudam a levantar-se. Aprende que a maturidade tem mais a ver com tipos de experiências que se teve e o que se aprendeu com elas, do que com quantos aniversários você celebrou.

Aprende que há mais de seus pais em você do que você supunha. Aprende que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são bobagens, poucas coisas são tão humilhantes, e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso. Aprende que quando está com raiva, tem direito de estar com raiva, mas isso não lhe dá o direito de ser cruel.

Descobre que só porque alguém não o ama mais do jeito que você quer não significa que esse alguém não o ame com todas as forças, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar ou viver isso. Aprende que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém, e que algumas vezes, você tem que aprender a perdoar a si mesmo. E que, com a mesma severidade com que julga, será em algum momento condenado. Aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido, o mundo não pára, para que você junte seus cacos. Aprende que o tempo não é algo que se possa voltar para trás.

Portanto, plante seu jardim e decore sua alma, ao invés de esperar que alguém lhe traga flores. E você aprende realmente que pode suportar... que realmente é forte, e que pode ir mais longe, depois de pensar que não pode mais. E que realmente a vida tem valor diante da vida !

Nossas dúvidas são traidoras e nos faz perder o bem que poderíamos conquistar, se não fosse o medo de tentar.

Colaboração de Natalia C. Ianni

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O Testamento do Mendigo

Urbano Reis

Agora no fim da vida
como mendigo que sou,
me sinto preocupado,
intrigado,
e num momento,
me pergunto
embaraçado,
se faço ou não testamento?

Não tendo
como não tenho
e nunca tive ninguêm,
pra quem é que vou deixar
tudo o que tenho:
os meus bens?

Pra quem é que eu vou deixar
se fizer um testamento,
minhas calças remendadas,
meu céu, minhas estrelas,
que me não canso de vê-las
quando ao relento deitado,
deixo o olhar perdido,
distante, no firmamento?

Se eu fizer um testamento,
pra quem é que vou deixar
minha camisa rasgada,
e as águas dos rios, dos lagos,
águas correntes, paradas,
onde,ás vezes tomo banho?

Pra quem vou eu deixar,
se eu fizer um testamento,
os meus bandos de pardais
que ao entardecer,
nas árvores,
brincando de esconde-esconde
procuram se divertir?

Pra quem eu vou deixar
estas folhas de jornais
que uso pra me cobrir?

Pra quem eu vou deixar,
se fizer um testamento,
vaga-lumes que em rebanhos
cercam meu corpo de noite,
quando o verão é chegado?

Se eu fizer um testamento,
pra quem vou deixar,
mendigo assim como sou,
todo o ouro que me dá
o sol que vejo nascer
quando acordo na alvorada? O sol que seca meu corpo
que o orvalho da madrugada
com sua carícia,
molhou?

Se eu fizer um testamento,
pra quem vou deixar
meu chapéu todo amassado,
onde escuto o tilintar,
das moedas que me dão,
os que têm a alma boa,
os que têm bom coração?

Pra quem eu vou deixar,
antes que a vida me largue,
o grande stock que tenho
das palavras "Deus lhe pague"?

Pra quem vou eu deixar,
se fizer um testamento,
todas as folhas de Outono
que, trazidas pelo vento
vêm meus pés atapetar?

Se eu fizer um testamento,
pra quem é que vou deixar
minhas sandálias furadas,
que pisaram mil caminhos,
cheias de pó das estradas,
estradas por onde andei
em andanças vagabundas?

Pra quem vou deixar
minhas saudades profundas
dos sonhos que não sonhei?

Se eu fizer um testamento
pra quem vou eu deixar
meu cajado, meu farnel,
e a marca deste beijo
que uma criança deixou
em meu rosto perguntando
se eu era papai noel?

Pra quem vou deixar,
se fizer um testamento
este pedaço de trapo
que no lixo encontrei
e que transformei em lenço
para enxugar minhas lágrimas,
quando fingi que chorei?

Pra quem é que vou deixar,
se eu fizer um testamento
os bancos destes jardins
onde durmo e onde acordo
entre rosas e jasmins?

Pra quem vou deixar,
todos os raios de luar
que me beijam cada mão
quando, num canto da rua
eu as ergo em oração?

Se eu fizer um testamento...
testamento não farei!
desses de papel passado,
que papeis eu não ligo,
agora estou resolvido :
O que tenho deixarei
na situação em que estou,
pra qualquer outro mendigo,
rogando a Deus que o faça,
depois que eu tenha morrido
ser tão feliz como eu sou!

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Deficiências

Mário Quintana

Deficiente é aquele que não consegue modificar sua vida, aceitando as imposições de outras pessoas ou da sociedade em que vive, sem ter consciência de que é dono do seu destino.

Louco é quem não procura ser feliz com o que possui.

Cego é aquele que não vê seu próximo morrer de frio, de fome, de miséria, e só tem olhos para seus míseros problemas e pequenas dores.

Surdo é aquele que não tem tempo de ouvir um desabafo de um amigo, ou o apelo de um irmão. Pois está sempre apressado para o trabalho e quer garantir seus tostões no fim do mês.

Mudo é aquele que não consegue falar o que sente e se esconde por trás da máscara da hipocrisia.

Paralítico é quem não consegue andar na direção daqueles que precisam de sua ajuda.

Diabético é quem não consegue ser doce.

Anão é quem não sabe deixar o amor crescer. E, finalmente, a pior das deficiências é ser miserável, pois:

A amizade é um amor que nunca morre.

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A Maturidade é a arte de saber envelhecer

Marcial Salaverry

Na realidade, é a arte de saber envelhecer o físico, sem envilecer a alma, pois na verdade não podemos nos limitar a assistir a passagem do tempo. Sempre temos que fazer nossa parte para que a idade não nos impeça de viver como merecemos e queremos.

Temos que considerar, que a maturidade, na realidade, é o que nos permite viver em paz com aquilo que não podemos modificar, assim como também é o fato de saber o que podemos, se não modificar, pelo menos amenizar, para que os anos cheguem mais suavemente, sabendo usar nossa experiencia de vida.

O tempo sempre cobra seu tributo. Ninguém passa incólume. O que se deve fazer é controlar seus efeitos para que não sejam tão devastadores.

Vamos ajudar nosso organismo a modificar um pouco os termos da cobrança do implacável credor que se chama TEMPO.

Quanto ao que é "imodificável" , temos que saber aceitar. Não adianta nos revoltarmos contra as mazelas que a idade provoca em nosso organismo. Temos é que saber administrar esses problemas.

Tomando os cuidados adequados, podemos sempre conseguir alguns adiamentos saudáveis, prosseguindo a todo vapor em nossa vida.

Devemos dentro do possível, manter nossos hábitos, acomodando-os com a nova realidade do organismo. Se não podemos mais correr na praia, passemos a caminhar acelerado enquanto der, diminuindo a marcha conforme o organismo for pedindo. O que não podemos, é parar.

Claro que isto se aplica a tudo na vida. A única atividade que não deve ser diminuída, é a prática da amizade, pois esta, além de não requerer qualquer esforço físico, ajuda a conservar a auto-estima, que é um fator importante nessa nossa luta pela sobrevivência.

Enfim, crianças, vamos encarar o bicho de frente, que é a melhor maneira de vencê-lo.

A melhor vitória que podemos conseguir sobre a velhice, é não permitir que ela subjugue nosso espírito, que ela o envileça, pois este tem sempre permanecer jovem.

Como conseguir isso? Muito fácil. Basta sabermos nos adequar à passagem do tempo. Se tivermos que diminuir os exercícios físicos, podemos e devemos aumentar os exercícios intelectuais, lendo mais, ouvindo mais música, internetando mais. Enfim, nos mantermos vivos. Esse é o segredo. Trabalhar o cérebro.

Viajar também é bom e ajuda a conservar a juventude interior, além de manter o organismo em atividade.

Um velho amigo, que não sei se seria melhor chamá-lo de amigo velho (a colocação depende da maneira da pessoa pensar) um dia destes, encontrou-se comigo numa das esquinas da vida, e começou a desfiar um rosário de lamentações, dizendo que estava velho demais (tem a minha idade) para começar qualquer coisa, que agora já se considerava com a missão cumprida, e só estava esperando chegar a hora.

Recomendei então que se deitasse, porque assim a espera seria mais confortável. Logicamente ele estranhou minhas palavras, e quis saber se eu tinha mudado minha maneira de encarar a vida só por causa da minha aposentadoria.

Aproveitei a deixa e lembrei de uma frase da minha coleção, se não me engano, de um tal John Barrymore, que disse qualquer coisa assim : Um homem não está velho até que comece a lastimar, em vez de sonhar.

Ele ficou matutando, se seria mais conveniente pensar sobre isso, ou ir para as famosas "mesinhas de dominó" que a Prefeitura de Santos colocou nos jardins da praia só para que os realmente velhos comecem a se preparar para a imobilidade total... Enfim, cada um se diverte como quer, não é mesmo ?

Espero que esse meu amigo tenha captado bem o sentido da coisa, pois essa frase encerra uma grande, uma enorme verdade. Nunca, jamais, em tempo algum, em nenhuma circunstância, de maneira nenhuma, podemos nos entregar, deixar de ter algum objetivo, alguma meta, algum sonho para alcançarmos.

É exatamente essa flama interna que nos conserva vivos, que nos permite achar que estamos fazendo jús ao lugar que ocupamos no mundo. Do contrário, passaremos a ser meros objetos decorativos para colecionadores de mau gosto.

Se por acaso alguém se sentiu ofendido com o que foi acima dito, que me desculpe, mas esse alguém é realmente um velho cansado, e não um idoso sonhador... Pensem sobre isso e tenhamos todosum lindo dia!

Colaboração de Renato J.G. Filho

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Olhe!

Olhe para trás!
Veja os obstáculos que você já superou.
Veja quanto você já aprendeu nesta vida e quanto já cresceu.

Olhe para frente!
Não fique parado, levante-se quando tropeçar e cair.
Estabeleça metas, tenha planos e prossiga com firmeza.

Olhe para dentro!
Conheça seu coração e analise seus projetos;
mantenha puros seus sentimentos.
Não deixe que o orgulho, a vaidade e a inveja dominem seus
pensamentos e seu coração.

Olhe para o lado!
Socorra quem precisa de você.

Ame o próximo e seja sensível
para perceber as necessidades daqueles que o cercam.

Olhe para baixo!
Não pise em ninguém...
perceba as pequenas coisas e aprenda a valorizá-las.

Olhe para cima!
Há um Deus maior do que você,
que te ama muito e tem todas as coisas sob seu controle.

Olhe para Deus!
Perceba a profundidade,a riqueza e o poder da bondade divina.
Sinta esse Deus que olha por você
em todos os dias da sua vida!

Colaboração de Renato J.G. Filho

Carta aos Pais

Existia um casal no interior da Inglaterra que morava em uma pequena cidadezinha.

Esse casal tinha um único filho chamado John; John não se dava muito bem com seus pais, principalmente com o pai, ele era um rapaz muito rebelde.

Sempre que podia reclamava para sua mãe:

— Esse homem não me permite fazer nada, até pareço seu escravo, ele só me faz trabalhar não posso nem se quer ir a cidade para ver meus amigos.

Um dia quando John estava mais velho, brigou tanto, mas tanto com seu Pai, que resolveu sair de casa.

A mãe insistiu :

— Meu filho não vá, vocês vão esquecer essa briga, é passageira.

John virou-se para a mãe e disse:

— Vocês não me amam, vou embora daqui.

John foi para a cidade grande e devido ao trabalho com seu pai, John pode arrumar um emprego porque sabia uma profissão e pode assim se sustentar.

Muitos anos se passaram e John se casou com uma linda moça, anos depois teve seu primeiro filho.

Num determinado dia, sua esposa lhe disse que queria que os pais dele conhecesse seu filho.

John pensou um pouco e disse:

— Não, meus pais não, eles não me amam, eles não vão querer conhecer meu filho. E alem do mais, muitos anos se passaram e eles já devem ter morrido.

Dois anos depois John teve um outro filho e quando as crianças estavam brincando o mais velho lhe fez uma pergunta que cortou seu coração:

— Papai, nós só conhecemos o vovô e a vovó, os pais da mamãe. Você não tem papai nem mamãe como nós?

Naquele instante John resolveu rever seu pais, tentar uma reaproximação.

E resolveu escrever uma carta aos pais que dizia:

— Oi. Aqui é o John, eu me casei e tive dois filhos. Eles querem conhecer vocês; Não sei se depois desses longos anos vocês me perdoaram. Não sei se vão querer me ver, mas irei visitar vocês com minha família. Se me perdoaram, coloque um pano branco onde eu possa ver, porque estarei indo de trem que passa bem em frente a casa de vocês e assim eu saberei se posso voltar ou não.

John fez todos os preparativos, arrumou as malas e as crianças, pegou o trem mas estava muito nervoso.

— Será que eles receberam a carta?, será que me perdoaram?, será que estão vivos ?

Não parava de andar pra lá e pra cá no trem. Quando chegaram numa estação anterior a de seu destino, John não conseguia mais se conter, ele suava frio.

O trem saiu e John grudado na janela como a uma criança não via a hora de chegar a sua antiga casa.

O trem entrou em uma curva e John sabia que depois daquela curva ele conseguiria ver a casa de seus pais

— Após esta curva conseguiremos ver a casa do vovô e da vovó, disse John.

O trem terminou a curva e John e sua família pode ver a casa. Ela estava cheia de lençóis brancos, nas cercas, nas janelas e o mais comovente, um casal de velhinhos acenando com lenços brancos para o trem em sinal do perdão a seu filho.

Hoje existe um Pai em algum lugar perdoando seu filho por seus erros...

Que tal ser este pai hoje, agora...

Fale, telefone, mande uma carta ou um e-mail para seu filho e perdoe...

Acene com um lenço branco...

Ele com certeza irá estar esperando...

Ou então apenas Sorria !!!

Ele entenderá...

Colaboração de Renato J.G. Filho

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Mineirinho Vendedor

Um mineirinho inteligente vindo da roça se candidatou a um emprego numa grande loja de departamentos da cidade.

Na verdade era a maior loja de departamentos do mundo, tudo podia ser comprado nessa loja.

O gerente perguntou ao rapaz:

— Você já trabalhou alguma vez na vida?

— Sim, eu fazia negócios na roça.

O gerente gostou do jeito simpático do mineiro e disse:

— Pode começar amanhã e no final da tarde venho verificar como você se saiu.

O dia foi longo e árduo para o rapaz. Às 17:30 o gerente se acercou do novo empregado para verificar sua produtividade e perguntou:

— Quantas vendas você fez hoje?

— Uma!

— Só uma? A maioria dos meus vendedores faz de 30 a 40 vendas por dia.

De quanto foi a venda que você fez?

— Dois milhões e meio de Reais!

— Como você conseguiu isso?

— Bem, o cliente entrou na loja e eu lhe vendi um anzol pequeno, depois um anzol médio e finalmente um anzol bem grande. Daí eu lhe vendi uma linha fina de pescar, uma de resistência média e uma bem grossa, para pescaria pesada. Eu lhe perguntei onde ele ia pescar e ele me disse que ia fazer pesca oceânica. Eu sugeri que talvez fosse precisar de um barco, então eu o acompanhei até a seção de náutica e lhe vendi uma lancha importada, de primeira linha. Aí eu disse a ele que talvez um carro pequeno não fosse capaz de puxar a lancha, levei-o à seção de carros e lhe vendi uma caminhonete com tração nas quatro rodas.

O gerente levou um susto e perguntou:

— Você vendeu tudo isso a um cliente que veio aqui para comprar um pequeno anzol?

— Não senhor, ele entrou aqui, de fato, para comprar um pacote de absorvente para a esposa, e eu disse a ele:

"Me parece um final de semana perdido, por que o senhor não vai pescar?"

Colaboração de Maria Jacinta N. Silva

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A vida...

Uma mulher acordou uma manhã após a quimioterapia , olhou no espelho e percebeu que tinha somente três fios de cabelo na cabeça.

— Bom (ela disse), acho que vou trançar meus cabelos hoje.

Assim ela fez e teve um dia maravilhoso.

No dia seguinte ela acordou, olhou no espelho e viu que tinha somente dois fios de cabelo na cabeça.

— Hummm (ela disse), acho que vou repartir meu cabelo no meio hoje.

Assim ela fez e teve um dia magnífico.

No dia seguinte ela acordou, olhou no espelho e percebeu que tinha apenas um fio de cabelo na cabeça.

— Bem (ela disse), hoje vou amarrar meu cabelo como um rabo de cavalo.

Assim ela fez e teve um dia divertido.

No dia seguinte ela acordou, olhou no espelho e percebeu que não havia um único fio de cabelo na cabeça.

— Yeeesss... (ela exclamou), hoje não tenho que pentear meu cabelo.

ATITUDE É TUDO!

Seja mais humano e agradável com as pessoas.

Cada uma das pessoas com quem você convive está travando algum tipo de batalha.

Viva com simplicidade.

Ame generosamente quem lhe ama.

Cuide-se intensamente.

Fale com gentileza.

Perdoe os erros de quem os reconhece.

E, principalmente, não reclame.

Se preocupe em agradecer pelas oportunidades que Deus lhe dá em acertar no que já errou, o que você é, por todos que o(a) amam e o orgulho não lhe deixa ver!

A vida é curta, e esperar é perda de tempo.

Deixe o restante com Deus!!!

Colaboração de Lucas A. Ianni

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Força e Coragem

É preciso ter força para ser firme,
mas é preciso coragem para ser gentil.

É preciso ter força para se defender,
mas é preciso coragem para baixar a guarda.

É preciso ter força para ganhar uma guerra,
mas é preciso coragem para se render.

É preciso ter força para estar certo,
mas é preciso coragem para ter dúvida.

É preciso ter força para manter-se em forma,
mas é preciso coragem para ficar de pé.

É preciso ter força para sentir a dor de um amigo,
mas é preciso coragem para sentir as próprias dores.

É preciso ter força para esconder os próprios males,
mas é preciso coragem para demonstrá-los.

É preciso ter força para suportar o abuso,
mas é preciso coragem para fazê-lo parar.

É preciso ter força para ficar sozinho,
mas é preciso coragem para pedir apoio.

É preciso ter força para amar,
mas é preciso coragem para ser amado.

É preciso ter força para sobreviver,
mas é preciso coragem para viver.

Colaboração de Maria Jacinta N. Silva

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A arte...de julgar os outros

Eram dois vizinhos. Um deles comprou um coelho para os filhos. Os filhos do outro vizinho também quiseram um animal de estimação.

E os pais desta família compraram um filhote de pastor alemão. Então começa uma conversa entre os dois vizinhos:

— Ele vai comer o meu coelho!

— De jeito nenhum. O meu pastor é filhote. Vão crescer juntos e "pegar" amizade!!!

E, parece que o dono do cão tinha razão. Juntos cresceram e se tornaram amigos.

Era normal ver o coelho no quintal do cachorro e vice-versa. As crianças, felizes com os dois animais.

Eis que o dono do coelho foi viajar no fim de semana com a família. E não levaram o coelho.

No domingo, à tarde, o dono do cachorro e a família tomavam um lanche tranquilamente, quando, de repente, entra o pastor alemão com o coelho entre os dentes, imundo, sujo de terra e morto. O cão levou uma tremenda surra! Quase mataram o cachorro de tanto agredi-lo.

Dizia o homem:

— O vizinho estava certo. Só podia dar nisso!

Mais algumas horas e os vizinhos iam chegar. E agora?!

Todos se olhavam. O cachorro, coitado, chorando lá fora, lambendo os seus ferimentos.

— Já pensaram como vão ficar as crianças?

Não se sabe exatamente quem teve a idéia, mas parecia infalível:

— Vamos lavar o coelho, deixá-lo limpinho, depois a gente seca com o secador e o colocamos na sua casinha.

E assim fizeram. Até perfume colocaram no animalzinho. Ficou lindo. Parecia vivo, diziam as crianças.

Logo depois ouvem os vizinhos chegarem.

Notam os gritos das crianças.

— Descobriram!

Não passaram cinco minutos e o dono do coelho veio bater à porta, assustado. Parecia que tinha visto um fantasma.

— O que foi?! Que cara é essa?

— O coelho, o coelho...

— O que tem o coelho?

— Morreu!

— Morreu? Ainda hoje à tarde parecia tão bem.

— Morreu na sexta-feira!

— Na sexta?!

— Foi. Antes de viajarmos, as crianças o enterraram no fundo do quintal e agora ele reapareceu!

A história termina aqui. O que aconteceu depois fica para a imaginação de cada um de nós. Mas o grande personagem desta história, sem dúvida alguma, é o cachorro. Imagine o coitado, desde sexta-feira procurando em vão pelo seu amigo de infância. Depois de muito farejar, descobre seu amigo coelho morto e enterrado. O que faz ele? Provavelmente com o coração partido, desenterra o amigo e vai mostrar para seus donos, imaginando que o fizessem ressuscitar.

E o ser humano continua julgando os outros...

A outra lição que podemos tirar desta história é que o homem tem a tendência de julgar os fatos sem antes verificar o que de fato aconteceu.

Quantas vezes tiramos conclusões erradas das situações e nos achamos donos da verdade?

Histórias como essa, são para pensarmos bem nas atitudes que tomamos. Às vezes, fazemos o mesmo...

"A vida tem quatro sentidos: amar, sofrer, lutar e vencer.

Então: AME muito, SOFRA pouco, LUTE bastante e se possível...VENÇA sempre!!!"

Colaboração de Maria J. N. Silva

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Os dois lobos

Uma noite, um velho Cherokee contou ao seu neto sobre uma batalha que acontece dentro das pessoas. Ele disse:

— Meu filho, a batalha é entre dois lobos dentro de todos nós.Um é Mau: é a raiva, a inveja, o ciúme, a tristeza, o desgosto, a cobiça, a arrogância, a pena de si mesmo, a culpa, o ressentimento, a inferioridade, as mentiras, o orgulho falso, a superioridade e o ego. O outro é Bom: é a Alegria, a Paz, a Esperança, a Serenidade, a Humildade, a Bondade, a Benevolência, a Empatia, a generosidade, a Verdade, a Compaixão e a Fé.

O neto pensou naquilo por alguns minutos e perguntou ao seu Avô:

— Qual o lobo que vence?

O velho Cherokee simplesmente respondeu:

— O que você alimenta.

Colaboração de Lucas A. Ianni

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A Árvore da Amizade sob as Intempéries da Vida

Ricardo Barros

A vida é um jardim onde florescem árvores variadas. Uma delas chama-se árvore das amizades que, de vez em quando, a gente precisa balançar para caírem as podres pois sabemos ser essa árvore muito resistente às diversas estações da vida cujas intempéries fazem apodrecer os frutos inconsistentes.

As intempéries que as submetem são, a provação, o interesse próprio e o medo.

A provação deixa-nos indefesos, ainda que temporariamente, mas os frutos bons não se estragam com essa situação.

Toda provação tem uma medida certa, uma dosagem adequada à vida para nos florescer a esperança, a experiência e a força [resistência].

Os frutos cuja essência é apenas o interesse próprio apodrecem indefinidamente.

O interesse próprio é a essência do orgulho e este se enfraquece na provação.

Submete-se ao poder da esperança, da experiência e da força e assim surge o medo.

O medo é a direção do orgulho que desconhece a resignação, a temperança, a prudência e a perseverança.

É o adversário da fé.

No meio da provação o interesse próprio é desmascarado e o medo denuncia as amizades podres.

De vez em quando precisamos balançar [observar] posto que, em verdade é a própria vida que se encarrega disso.

Devemos apenas estar atentos e aprender a crescer quando essas intempéries se nos apresentarem.

Como a teoria da evolução das espécies, através da seleção natural, a árvore das amizades também seleciona os frutos que devem permanecer.

Colaboração de Renato J. G. Filho

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Belos Pensamentos

"Chegará o dia em que, depois de utilizar o espaço, os ventos, as marés e a gravidade, o homem vai implorar a Deus para utilizar a energia do amor.

E nesse dia, pela segunda vez na história do mundo, teremos descoberto o fogo.."

Teilhard de Chardin

"Os obstáculos são aquelas coisas terríveis que você vê quando desvia os olhos do seu objetivo..."

Henry Ford

"As rugas deviam indicar apenas onde os sorrisos estiveram..."

Mark Twain

"Aquilo que você é, fala tão alto que não posso ouvir o que você está dizendo..."

Ralph Waldo Emerson

"Experiência não é o que acontece a um homem. É o que o homem faz com aquilo que lhe acontece..."

Aldous Huxley

"Eu sou apenas um, mas sou alguém.
Não posso fazer tudo, mas posso fazer alguma coisa.
Tenho o dever de fazer tudo o que posso e, com a ajuda de Deus serei capaz...

Everett Hale

"Estou agradecido.
Primeiro, porque nunca fui roubado antes.
Segundo, porque, apesar de terem levado minha carteira, eles não me tiraram a vida.
Terceiro, porque, apesar de terem me levado tudo, não perdi muita coisa.
E quarto, porque fui roubado e não fui eu que roubei..."

Matthew Henry

"Se a sua visão for para um ano, plante trigo.
Se a sua visão for para dez anos, plante árvores.
Se a sua visão for para a vida inteira, plante pessoas..."

Antigo Provérbio Chinês

"Ele desenhou um círculo e impediu a minha entrada.
Um herege, um rebelde, uma criatura desprezível.
Mas o amor e eu tivemos habilidade para triunfar: desenhamos um círculo e o convidamos para entrar..."

Edwin Markban

"O amor tem um ornamento em suas vestes, tão longo que se arrasta pelo chão. Varre estradas, ruas e veredas, porque ele pode e deve, trabalhar com perfeição..."

Madre Teresa

"Nenhum sucesso na vida, como ser presidente de uma nação, ser rico, freqüentar a faculdade, escrever um livro ou qualquer outra coisa, é capaz de sobrepujar o sucesso do homem que tem a sensação de dever cumprido, e cujos filhos e netos se levantam e o chamam de abençoado..."

Theodore Roosevelt, 1917.

Colaboração de Maria J. N. Silva

Sorriso

Vinicius Fortin

Caro distribuidor de sorrisos falsos, tenho um péssimo costume de escrever muito, mas desta vez eu quero ser o mais breve possível. Então, pare e pense: por que são necessários os tão usados sorrisos falsos? Por que mostrar às pessoas algo tão valioso quando não se é sincero?

Relacionamentos interpessoais são muito importantes na nossa vida. Família, amigos, colegas de trabalho, etc. São pessoas que compartilham da sua companhia no dia-a-dia, que contribuem para a sua formação e que são ajudadas pela sua presença. Mas para manter um bom relacionamento alguns agrados são necessários. E é aí que está o problema.

Todo mundo acha que o mais importante para um bom relacionamento é presente, agrado, companhia, etc. Agora me diz, quem gosta de estar ao lado de alguém mal humorado? Melhor, tente dar um presente para a sua namorada com a cara toda amassada de ressaca. Leve um chocolate para a sua mãe, jogue na mesa da sala enquanto ela assiste à novela e vá para o seu quarto.

Acreditando que vocês não tenham achado nenhuma destas situações muito agradáveis vou em frente e digo que estes itens podem ser importantes, mas não são os essenciais. Não são completamente eficazes em um relacionamento.

Agora, meu amigo, acorde de manhã, sorria e deseje a todos um ótimo dia. Chegue em casa, abrace sua mãe depois olhe nos olhos dela e, com um largo sorriso, diga que você a ama. Acorde sua namorada com um beijo suave e espere-a abrir os olhos com um belo sorriso.

O sorriso é algo tão especial que pode ser percebido há milhas de distância. Quer provar isso? Então experimente mandar um torpedo agora para qualquer um com a mensagem: .Vc é mto importante p/ mim. Obrigado por estar ao meu lado..

Ligue no celular da sua namorada às 3h da manhã e diga .Eu levantei para pegar uma bolacha na geladeira e resolvi ligar só para dizer que eu te amo..

Meus caros seres humanos, isso é relacionamento.

A gente gasta muito tempo preocupado com todos os nossos problemas e muitas vezes não percebemos o quanto nos faz falta exibir a nossa arcada dentária (mesmo que seja incompleta). E quase nunca percebemos o quanto isso faz falta para todas as pessoas que estão ao nosso lado.

Criem esse costume. Mostrem seus dentes e digam às pessoas o que sentem por elas. Não se apegue ao conceito de que estar junto, ou trazer um presente é o suficiente. Seja sincero consigo mesmo e da próxima vez que pensar que o seu sorriso é algo sem valor e que pode ser exibido para qualquer um, lembre-se de mim.

Lembre-se de que na vida bombons serão comidos, flores murcharão, roupas ficaram velhas, mas aquele dia que você acordou com aquela pessoa especial sentada na beira da cama esperando para te dar um beijo, meu amigo, esse dia você nunca mais esquecerá.

Seja feliz. Seja sincero. Ame. Mostre e SORRIA.

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O Princípio 90/10

Stephen Covey

Que princípio é este? Os 10% da vida estão relacionados com o que se passa com você, os outros 90% da vida estão relacionados com a forma como você reage ao que se passa com você.

O que isto quer dizer? Realmente, nós não temos controle sobre 10% do que nos sucede. Não podemos evitar que o carro enguice, que o avião atrase,que o semáforo fique no vermelho. Mas, você é quem determinará os outros 90%.

Como? Com sua reação.

Exemplo: você está tomando o café da manhã com sua família. Sua filha, ao pegar a xícara, deixa o café cair na sua camisa branca de trabalho. Você não tem controle sobre isto. O que acontecerá em seguida será determinado por sua reação.

Então, você se irrita. Repreende severamente sua filha e ela começa a chorar. Você censura sua esposa por ter colocado a xícara muito na beirada da mesa. E tem prosseguimento uma batalha verbal. Contrariado e resmungando, você vai mudar de camisa. Quando volta, encontra sua filha chorando mais ainda e ela acaba perdendo o ônibus para a escola. Sua esposa vai pro trabalho,também contrariada. Você tem de levar sua filha, de carro, pra escola. Como está atrasado, dirige em alta velocidade e é multado. Depois de 15 minutos de atraso, uma discussão com o guarda de trânsito e uma multa, vocês chegam à escola, onde sua filha entra, sem se despedir de você. Ao chegar atrasado ao escritório, você percebe que esqueceu sua maleta. Seu dia começou mal eparece que ficará pior. Você fica ansioso pro dia acabar e quando chega em casa, sua esposa e filha estão de cara fechada, em silêncio e frias com você.

Por quê? Por causa de sua reação ao acontecido no café da manhã. Pense: por que seu dia foi péssimo?

A) por causa do café?

B) por causa de sua filha?

C) por causa de sua esposa?

D) por causa da multa de trânsito?

E) por sua causa?

A resposta correta é a E. Você não teve controle sobre o que aconteceu com o café, mas o modo como você reagiu naqueles 5 minutos foi o que deixou seu dia ruim.

O café cai na sua camisa. Sua filha começa a chorar. Então, você diz a ela,gentilmente:"está bem, querida, você só precisa ter mais cuidado." Depois de pegar outra camisa e a pasta executiva, você volta, olha pela janela e vê sua filha pegando o ônibus. Dá um sorriso e ela retribui, dando adeus com a mão.

Notou a diferença? Duas situações iguais, que terminam muito diferente. Por que? Porque os outros 90% são determinados por sua reação.

Aqui temos um exemplo de como aplicar o Princípio 90/10. Se alguém diz algo negativo sobre você, não leve a sério, não deixe que os comentários negativos o afetem. Reaja apropriadamente e seu dia não ficará arruinado.

Como reagir a alguém que o atrapalha no trânsito? Você fica transtornado? Golpeia o volante? Xinga? Sua pressão sobe? O que acontece se você perder o emprego? Por que perder o sono e ficar tão chateado?

Isto não funcionará. Use a energia da preocupação para procurar outro trabalho. Seu vôo está atrasado, vai atrapalhar a sua programação do dia. Por que manifestar frustração com o funcionário do aeroporto? Ele não pode fazer nada. Use seu tempo para estudar, conhecer os outros passageiros. Estressar-se só piora as coisas.

Agora que você já conhece o Princípio 90/10, utilize-o. Você se surpreenderá com os resultados e não se arrependerá de usá-lo. Milhares de pessoas estão sofrendo de um stress que não vale a pena, sofrimentos, problemas e dores de cabeça. Todos devemos conhecer e praticar o Princípio 90/10.

Pode mudar a nossa vida!

Ninguém é uma ilha

Letícia Thompson

Colhemos o que plantamos. Precisamos estar conscientes que tudo o que fazemos tem uma repercursão um dia ou outro.

Mas colhemos também o que não plantamos. Como estamos nessa terra imensa que gira, gira e sempre volta ao mesmo lugar, colhemos o que plantam outras pessoas, feliz e infelizmente.

Colhemos o que plantam nossos filhos, pais, amigos... e a sociedade de forma geral. Todos os caminhos que escolhemos geram mudanças nas vidas de outras pessoas e vice-versa.

Se fôssemos uma ilha, tudo estaria centrado em nós. Teríamos o mundo em volta e sobreviveríamos. Mas não... não somos uma ilha e precisamos uns dos outros.

Uma ilha, por mais bela que seja, isolada no meio de um oceano, sem dar e sem receber, não passa de uma ilha solitária.

Não podemos viver sós, a sós, só pensar em nós. Não fomos feitos pra isso. Precisamos de amor, compreensão, do dar e receber, de mãos estendidas e precisamos compartilhar.

O convívio com outras pessoas é enriquecedor e acontece de ser também cheio de desapontamentos, o que nos faz crer que seria melhor evitar relacionamentos.

Muitas vezes é justamente quando alguma coisa dói em nós que nos sentimos vivos. Percebemos que ainda temos sensibilidade, emoções que se afloram e nos fazem até chorar, mas são elas que dão sentido à nossa vida.

Precisamos sentir a vida e os corações que pulsam dentro dela, provar do amargo e do doce e ter a certeza de não estarmos sós.

A solidariedade é a ponte que vai nos ligando uns aos outros, como uma grande corrente onde mãos se tocam e se sustentam e dizem ao mesmo tempo: "preciso de você" e "pode contar comigo."

Colaboração de Renato José G. Filho

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Os Três Últimos Desejos de Alexandre, o Grande

Quando à beira da morte, Alexandre convocou os seus generais e relatou seus 3 últimos desejos:

1 - que seu caixão fosse transportado pelas mãos dos médicos da época;

2 - que fossem espalhados no caminho até seu túmulo os seus tesouros conquistados (prata, ouro, pedras preciosas...);

e

3 - que suas duas mãos fossem deixadas balançando no ar, fora do caixão, à vista de todos.

Um dos seus generais, admirado com esses desejos insólitos, perguntou a Alexandre quais as razões.

Alexandre explicou:

1 - Quero que os mais iminentes médicos carreguem meu caixão para mostrar que eles NÃO têm poder de cura perante a morte;

2 - Quero que o chão seja coberto pelos meus tesouros para que as pessoas possam ver que os bens materiais aqui conquistados, aqui permanecem;

3 - Quero que minhas mãos balancem ao vento para que as pessoas possam ver que de mãos vazias viemos e de mãos vazias partimos.

Colaboração de Maria J. N. Silva

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Concurso no Hirshorn Modern Art Gallery

A regra era simples, cada artista apenas podia usar uma única folha de papel...

A Corrida dos Sapinhos

Era uma vez uma corrida de sapinhos. Eles tinham que subir uma grande torre e, atrás havia uma multidão, muita gente que vibrava com eles. Começou a competição.

A multidão dizia: Não vão conseguir, não vão conseguir!

Os sapinhos iam desistindo um a um, menos um deles que continuava subindo.

E a multidão continuava a aclamar: Vocês não vão conseguir, vocês não vão conseguir

E os sapinhos iam desistindo, menos um, que subia tranqüilo,sem esforços.

Ao final da competição, todos os sapinhos desistiram, menos aquele.

Todos queriam saber o que aconteceu, e quando foram perguntar ao sapinho como ele conseguiu chegar até o fim, descobriram que ele era SURDO.

Quando a gente quer fazer alguma coisa que precise de coragem não deve escutar as pessoas que falam que você não vai conseguir.

Seja surdo aos apelos negativos.

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A Vida

Fernando Sabino

De tudo, ficaram três coisas:
A certeza de que estamos sempre recomeçando...
A certeza de que precisamos continuar...
A certeza de que seremos interrompidos antes de terminar...

Portanto devemos fazer da interrupção um caminho novo...

Da queda um passo de dança...
Do medo, uma escada...
Do sonho, uma ponte...
Da procura, um encontro...

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O caminho a ser mudado

Um dia, um bezerro precisou atravessar a floresta virgem para voltar a seu pasto.

Sendo um animal irracional, abriu uma trilha tortuosa, cheia de curvas, subindo e descendo colinas. No dia seguinte, um cão que passava por ali usou essa trilha para atravessar a floresta. Depois foi a vez de um carneiro, líder de um rebanho, que fez seus companheiros seguirem pela trilha torta.

Mais tarde, os homens começaram a usar esse caminho: entravam e saiam, viravam à esquerda e à direita, abaixando-se, desviando-se de obstáculos, reclamando e praguejando, até com razão, de caminhos tão mal traçados. Mas não fizeram nada para mudar a trilha. Esta acabou virando uma estradinha onde os pobres animais se esfalfavam sob pesadas cargas, sendo obrigados a percorrer em três horas uma distância que poderia ser vencida em uma, se a trilha não tivesse sido aberta por um bezerro.

Muitos anos se passaram e a estradinha tornou-se o principal acesso de um vilarejo, que depois se tornou uma grande cidade e parte desse trajeto do bezerro se transformou numa grande avenida de centro nervoso da grande metrópole. Por ela passaram a transitar diariamente milhares de pessoas, seguindo a trilha de bezerro de centenas de anos antes.

MORAL DA HISTÓRIA : Os homens têm a tendência de seguir, como cegos, as trilhas de bezerros que habitam a sua própria mente e pouco se esforçam para mudar o que já está feito. Com isso, podem percorrer, às vezes, distâncias muito longas no decurso de seus caminhos.

Não fique parado: abra você também novas trilhas, explore novos conhecimentos, defina objetivos específicos para ser um vencedor na grande batalha competitiva que é o mundo onde vivemos. Dê o primeiro passo. Você jamais pescará um peixe se não jogar o anzol e a isca na água.

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A filosofia do camelo

Uma mãe e um bebê camelo, estavam por ali, à toa, quando de repente o bebê camelo perguntou:

— Por que os camelos têm corcovas?

— Bem, meu filhinho, nós somos animais do deserto, precisamos das corcovas para reservar água e por isso mesmo somos conhecidos por sobreviver sem água.

— Certo, e por que nossas pernas são longas e nossas patas arredondadas?

— Filho, certamente elas são assim para permitir caminhar no deserto. Sabe, com essas pernas longas eu mantenho meu corpo mais longe do chão do deserto que é mais quente que a temperatura do ar e assim fico mais longe do calor. Quanto às patas arredondadas eu posso me movimentar melhor devido à consistência da areia! - disse a mãe.

— Certo! Então, por que nossos cílios são tão longos? De vez em quando eles atrapalham minha visão.

— Meu filho! Esses cílios longos e grossos são como uma capa protetora para os olhos. Eles ajudam na proteção dos seus olhos quando atingidos pela areia e pelo vento do deserto! - respondeu a mãe com orgulho.

— Tá. Então a corcova é para armazenar água enquanto cruzamos o deserto, as pernas para caminhar através do deserto e os cílios são para proteger meus olhos do deserto. Então o que é que estamos fazendo aqui no Zoológico???

Moral da história:

"Habilidade, conhecimento, capacidade e experiências, só são úteis se você estiver no lugar certo!"

VOCÊ ESTÁ NO LUGAR CERTO?

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A Grandeza do Silêncio

O silêncio é doçura: Quando não respondes às ofensas, Quando não reclamas os teus direitos, Quando deixas à Deus a defesa da tua honra.

O silêncio é misericórdia: Quando te calas diante das faltas de teus irmãos, Quando perdoas sem remoer o passado, Quando não condenas, mas intercedes em segredo.

O silêncio é paciência: Quando sofres sem te lamentares, Quando não procuras consolação junto aos homens, Quando não intervéns, esperando que a semente germine lentamente.

O silêncio é humildade: Quando te apagas para deixar aparecer teu irmão, Quando, na discrição, revelas dons de Deus, Quando suportas que tuas ações sejam mal interpretadas, Quando deixas os outros a glória da obra inacabada.

O silêncio é fé: Quando te apagas, sabendo que é Ele quem age... Quando renuncias às vozes do mundo para permanecer na Sua presença... Quando te basta que só Ele te compreenda.

Colaboração de Maria Jacinta N. Silva

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Escritos de Victor Hugo

Dentre os vários escritos de Victor Hugo, ilustre romancista francês, há um poema de profunda sensibilidade e grandiosa beleza, que diz o seguinte:

Desejo, primeiro, que você ame, e que amando, também seja amado. E que se não for, que seja breve em esquecer. E que esquecendo não guarde mágoas.

Desejo também que tenha amigos, ainda que maus e inconseqüentes. Que sejam corajosos e fiéis, e que pelo menos num deles você possa confiar sem duvidar, porque a vida é assim.

Deseja ainda que você tenha adversários, nem muito, nem poucos, mas na medida exata para que, algumas vezes, você interpele a respeito de suas próprias certezas. E que entre eles, haja pelo menos um que seja justo, para que você não se sinta demasiado seguro.

Desejo, depois, que você seja útil, mas não insubstituível. E que nos maus momentos quando não restar mais nada, essa utilidade seja suficiente para manter você de pé.

Desejo, ainda que seja tolerante, não com os que erram pouco, porque isso é fácil, mas com os que erram muito e irremediavelmente, e que fazendo bom uso dessa tolerância você sirva de exemplos aos outros.

Desejo que, você sendo jovem, não amadureça depressa demais, e que, sendo maduro, não insista em rejuvenescer, e que, sendo velho, não se entregue ao desespero. Porque cada idade tem seu prazer e a sua dor, e é preciso deixar que aconteçam no tempo certo.

Desejo por sinal que você seja triste, não o ano todo, mas apenas um dia. E que nesse dia descubra que o riso diário é bom, o riso habitual é insosso e o riso constante é insano.

Deseja que descubra, com a máxima urgência, acima e a respeito de tudo, que existem oprimidos e infelizes, e que estão à sua volta.

Desejo, ainda, que você afague um gato, alimente um cuco e ouça um João-de-barro erguer triunfante em seu canto matinal, porque, assim, você se sentirá bem por pouca coisa.

Desejo também que você plante uma semente, por mais minúscula que seja, e acompanhe o seu crescimento, para que saiba de quantas muitas vidas é feita uma árvore.

Desejo, outrossim, que você tenha dinheiro, porque é preciso ser prático. E que pelo menos uma vez por ano coloque um pouco dele na sua frente e diga "isso é meu", só para que fique bem claro quem é dono de quem.

Desejo também que nenhum de seus afetos morra, por ele e por você, mas que, se morrer você possa chorar sem se lamentar e sofrer sem se culpar.

Desejo, por fim, que você, sendo homem, tenha uma boa mulher, e que sendo mulher, tenha um bom homem, e que se amem hoje, amanhã e nos dias seguintes, e quando estiverem exaustos e sorridentes, ainda haja amor para recomeçar.

Colaboração: Josiel Galvão de Souza

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A Santa Ceia

Diz uma lenda referente à pintura da Santa Ceia, ou "Última Ceia de Jesus com seus Apóstolos":

Ao conceber este quadro, Leonardo da Vinci deparou-se com uma grande dificuldade: precisava pintar o bem - na imagem de Jesus e o mal - na figura de Judas, o amigo que resolvera traí-lo durante o jantar.

Interrompeu o trabalho no meio, até que conseguisse encontrar os modelos ideais.

Certo dia, enquanto assistia um coral, viu em um dos cantores a imagem perfeita de Cristo. Convidou-o para o seu ateliê, e reproduziu seus traços em estudos e esboços.

Passaram-se três anos. "A `Última Ceia" estava quase pronta - mas Da Vinci ainda não havia encontrado o modelo ideal de Judas. O cardeal, responsável pela igreja, começou a pressioná-lo, exigindo que terminasse logo o mural.

Depois de muitos dias procurando, o pintor finalmente encontrou um jovem prematuramente envelhecido, bêbado, esfarrapado, atirado na sarjeta.

Imediatamente pediu aos seus assistentes para que o levassem até a igreja.

Da Vinci, copiava as linhas da impiedade, do pecado, do egoísmo, tão bem delineadas na face do mendigo que mal conseguia parar em pé.

Quando terminou, o jovem - já um pouco refeito da bebedeira - abriu os olhos e notou a pintura à sua frente.

E disse numa mistura de espanto e tristeza:

— Eu já vi este quadro antes!

— Quando? - perguntou um surpreso Da Vinci.

— Há três anos, antes de eu perder tudo o que tinha. Numa época em que eu cantava num coro, tinha uma vida cheia de sonhos, e o artista me convidou para posar como modelo para a face de Jesus.

O Bem e o Mal têm a mesma face! Tudo depende apenas da época em que cruzam o caminho de cada ser humano...

Colaboração de Rony Lima

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O Paradoxo de Nosso Tempo

O paradoxo de nosso tempo na história é que temos edifícios mais altos, mas pavios mais curtos; auto-estradas mais largas, mas pontos de vista mais estreitos; gastamos mais, mas temos menos; nós compramos mais, mas desfrutamos menos.

Temos casas maiores e famílias menores; mais conveniências, mas menos tempo; temos mais graus acadêmicos, mas menos senso; mais conhecimento e menos poder de julgamento; mais proficiência, porém mais problemas; mais medicina, mas menos saúde.

Bebemos demais, fumamos demais, gastamos de forma perdulária, rimos de menos, dirigimos rápido demais, nos irritamos muito facilmente, ficamos acordados até tarde, acordamos cansados demais, raramente paramos para ler um livro, ficamos tempo demais diante da TV e raramente oramos.

Multiplicamos nossas posses, mas reduzimos nossos valores. Falamos demais, amamos raramente e odiamos com muita freqüência. Aprendemos como ganhar a vida, mas não vivemos essa vida. Adicionamos anos à extensão de nossas vidas, mas não vida à extensão de nossos anos. Já fomos à Lua e dela voltamos, mas temos dificuldade em atravessar a rua e nos encontrarmos com nosso novo vizinho.

Conquistamos o espaço exterior, mas não nosso espaço interior. Fizemos coisas maiores, mas não coisas melhores. Limpamos o ar, mas poluímos a alma. Dividimos o átomo, mas não nossos preconceitos. Escrevemos mais, mas aprendemos menos. Planejamos mais, mas realizamos menos.

Aprendemos a correr contra o tempo, mas não a esperar com paciência. Temos maiores rendimentos, mas menor padrão moral. Temos mais comida, mas menos apaziguamento. Construímos mais computadores para armazenar mais informações para produzir mais cópias do que nunca, mas temos menos comunicação. Tivemos avanços na quantidade, mas não em qualidade.

Estes são tempos de refeições rápidas e digestão lenta; de homens altos e caráter baixo; lucros expressivos, mas relacionamentos rasos. Estes são tempos em que se almeja paz mundial, mas perdura a guerra nos lares; temos mais lazer, mas menos diversão; maior variedade de tipos de comida, mas menos nutrição. São dias de duas fontes de renda, mas de mais divórcios; de residências mais belas, mas lares quebrados.

São dias de viagens rápidas, fraldas descartáveis, moralidade também descartável, ficadas de uma só noite, corpos acima do peso, e pílulas que fazem de tudo: alegrar, aquietar, matar.

É um tempo em que há muito na vitrine e nada no estoque; um tempo em que a tecnologia pode levar-lhe estas palavras e você pode escolher entre fazer alguma diferença, com Ctrl C e Ctrl, V ou simplesmente apertar a tecla Del.

Colaboração de Rony Lima

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Mãe Rom

Depois de 21 anos de casado, descobri uma nova maneira de manter viva a chama do amor. Há pouco tempo decidi sair com outra mulher.

Na realidade foi idéia da minha esposa.

— Você sabe que a ama - disse-me minha esposa um dia, pegando-me de surpresa.- A vida é muito curta, você deve dedicar especial tempo a essa mulher...

— Mas, eu te amo - protestei à minha mulher.

— Eu sei. Mas, você também a ama. Tenho certeza disto.

A outra mulher, a quem minha esposa queria que eu visitasse, era minha mãe, que já era viúva há 19 anos, mas as exigências do meu trabalho e de meus filhos faziam com que eu a visitasse ocasionalmente.

Certa noite, a convidei para jantar e ir passear.

— O que é que você tem? Você está bem? - perguntou-me ela, após o convite. (Minha mãe é o tipo de mulher que acredita que uma chamada tarde da noite, ou um convite surpresa é indício de más notícias).

— Pensei que seria agradável passar algum tempo contigo - respondi a ela — Só nós dois; o que acha?

Ela refletiu por um momento.

— Me agradaria muitíssimo - disse ela sorrindo. Depois de alguns dias, estava dirigindo para pegá-la depois do trabalho, estava um tanto nervoso, era o nervosismo que antecede a um primeiro encontro...

E que coisa interessante, pude notar que ela também estava muito emocionada. Esperava-me na porta com seu casaco, havia feito um penteado e usava o vestido com que celebrou seu último aniversário de bodas.

Seu rosto sorria e irradiava luz como um anjo.

— Eu disse a minhas amigas que ia sair com você, e ficaram muito impressionadas. Comentou enquanto subia no carro.

Fomos a um restaurante não muito elegante, mas, sim, aconchegante, minha mãe se agarrou ao meu braço como se fosse 'a primeira dama'.

Quando nos sentamos, tive que ler para ela o cardápio. Seus olhos só enxergavam grandes figuras.

Quando estava pela metade das entradas, levantei os olhos; mamãe estava sentada do outro lado da mesa, e me olhava fixamente.

Um sorriso nostálgico se delineava nos seus lábios.

— Era eu quem lia o cardápio quando você era pequeno - disse-me.

— Então é hora de relaxar e me permitir devolver o favor - respondi. Durante o jantar tivemos uma agradável conversa; nada extraordinário, só colocando em dia a vida um para o outro.

Falamos tanto que perdemos o horário do cinema.

— Sairei contigo outra vez, mas só se me deixares fazer o convite disse minha mãe quando a levei para casa.

E eu concordei.

— Como foi teu encontro? - quis saber minha esposa quando cheguei naquela noite.

— Muito agradável... Muito mais do que imaginei...

Dias mais tarde minha mãe faleceu de um enfarte fulminante, tudo foi tão rápido, não pude fazer nada.

Depois de algum tempo recebi um envelope com cópia de um cheque do restaurante de onde havíamos jantado minha mãe e eu, e uma nota que dizia:

'O jantar que teríamos, paguei antecipado, estava quase certa de que poderia não estar ali, por isso paguei um jantar para ti e para tua esposa.

Jamais poderás entender o que aquela noite significou para mim. Te amo'.

Nesse momento compreendi a importância de dizer a tempo:

'TE AMO' e de dar a nossos entes queridos o espaço que merecem;

Nada na vida será mais importante que Deus e as pessoas que você ama, dedique tempo a eles, porque eles não podem esperar. "

O RELATO É REAL E COMOVENTE.

'É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã... ' (Renato Russo)

Colaboração de Rony Lima

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Cinco Bolas

Segue abaixo alguns trechos da palestra de Brian Dyson, ex-presidente da Coca-Cola, que aconteceu em uma conferência de uma universidade americana, onde ele falou sobre a relação entre o trabalho e outros compromissos da vida.

"Imaginem a vida como um jogo, no qual vocês fazem malabarismo com cinco bolas que lançam ao ar.

Essas bolas são: o trabalho, a família, a saúde, os amigos e o espírito.

O trabalho é uma bola de borracha. Se cair, bate no chão e pula para cima.

Mas as quatro outras são de vidro. Se caírem no chão, quebrarão e ficarão permanentemente danificadas.

Entendam isto e busquem equilíbrio na vida.

Como?

Lembrem-se:

Ontem é história. Amanhã é mistério e hoje é uma dádiva. Por isso se chama "presente".

Colaboração de Rony Lima

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Apenas passe adiante

Anna Maria Barros

Lá estava eu com minha família, em férias, num acampamento isolado e com carro enguiçado. Isso aconteceu há 5 anos, mas lembro-me como se fosse ontém. Tentei dar a partida no carro. Nada...Caminhei para fora do acampamento e felizmente meus palavrões foram abafados pelo barulho do riacho.

Minha mulher e eu, concluímos que éramos vítimas de uma bateria arriada.

Sem alternativa, decidi voltar á pé até a vila mais próxima e procurar ajuda. Depois de uma hora e um tornozelo torcido, cheguei finalmente a um posto de gasolina.

Ao me aproximar do posto,lembrei que era domingo e é claro, o lugar estava fechado... Por sorte havia um telefone público e uma lista telefônica já com as folhas em frangalhos. Consegui ligar para a única companhia de auto-socorro que encontrei na lista, localizada a cerca de 30km dali.

— Não tem problema, disse a pessoa do outro lado da linha, normalmente estou fechado aos domingos, mas posso chegar aí em mais ou menos meia hora.

Fiquei aliviado, mas ao mesmo tempo consciente das implicações financeiras que essa oferta de ajuda me causaria.

Logo seguíamos, eu e o Zé, no seu reluzente caminhão-guincho em direção ao acampamento.

Quando saí do caminhão, observei com espanto o Zé descer com aparelhos a perna e a ajuda de muletas para se locomover. Santo Deus! Ele era paraplégico!!!

Enquanto se movimentava, comecei novamente minha ginástica mental em calcular o preço da sua ajuda.

É só uma bateria descarregada, uma pequena carga elétrica e vocês poderão seguir viagem, disse-me ele.

O homem era impressionante, enquanto a bateria carregava, distraiu meu filho com truques de mágica, e chegou a tirar uma moeda da orelha, presenteando-a ao garoto.

Enquanto colocava os cabos de volta no caminhão, perguntei quanto lhe devia.

— Oh! nada - respondeu, para minha surpresa.

— Tenho que lhe pagar alguma coisa, insisti.

— Não, reiterou ele. Há muitos anos atrás, alguém me ajudou a sair de uma situação muito pior, quando perdi as minhas pernas, e o sujeito que me socorreu, simplesmente me disse:

— Quando tiver uma oportunidade, 'Passe isso adiante'. Eis minha chance.... Você não me deve nada! Apenas lembre-se: Quando tiver uma oportunidade semelhante, faça o mesmo...

'Somos todos anjos de uma asa só, precisamos nos abraçar para alçar vôo'

Bonito, hein? Gostou?

Não agradeça, apenas 'passe adiante'.....!!

Colaboração de Maria de Fátima D. Soares

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Você é muito importante para mim

Um dia, quando eu era calouro na escola, vi um garoto de minha sala caminhando para casa depois da aula.

Seu nome era Kyle. Parecia que ele estava carregando todos os seus livros.

Eu pensei:

'Por que alguém iria levar para casa todos os seus livros numa Sexta-Feira? Ele deve ser mesmo um C.D.F'!

O meu final de semana estava planejado (festas e um jogo de futebol com meus amigos Sábado à tarde), então dei de ombros e segui o meu caminho.

Conforme ia caminhando, vi um grupo de garotos correndo em direção a Kyle.

Eles o atropelaram, arrancando todos os livros de seus braços, empurrando-o de forma que ele caiu no chão.

Seus óculos voaram e eu os vi aterrissarem na grama há alguns metros de onde ele estava. Kyle ergueu o rosto e eu vi uma terrível tristeza em seus olhos.

Meu coração penalizou-se! Corri até o colega, enquanto ele engatinhava procurando por seus óculos.

Pude ver uma lágrima em seus olhos. Enquanto eu lhe entregava os óculos,disse: 'Aqueles caras são uns idiotas! Eles realmente deviam arrumar uma vida própria'. Kyle olhou-me nos olhos e disse: 'Hei, obrigado'!

Havia um grande sorriso em sua face. Era um daqueles sorrisos que realmente mostram gratidão. Eu o ajudei a apanhar seus livros e perguntei onde ele morava.

Por coincidência ele morava perto da minha casa, mas não havíamos nos visto antes, porque ele freqüentava uma escola particular.

Conversamos por todo o caminho de volta para casa e eu carreguei seus livros. Ele se revelou um garoto bem legal.

Perguntei se ele queria jogar futebol no Sábado comigo e meus amigos. Ele disse que sim. Ficamos juntos por todo o final de semana e quanto mais eu conhecia Kyle, mais gostava dele.

Meus amigos pensavam da mesma forma.

Chegou a Segunda-Feira e lá estava o Kyle com aquela quantidade imensa de livros outra vez! Eu o parei e disse:

'Diabos, rapaz, você vai ficar realmente musculoso carregando essa pilha de livros assim todos os dias!'.

Ele simplesmente riu e me entregou metade dos livros. Nos quatro anos seguintes, Kyle e eu nos tornamos mais amigos, mais unidos. Quando estávamos nos formando começamos a pensar em Faculdade.

Kyle decidiu ir para Georgetown e eu para a Duke. Eu sabia que seríamos sempre amigos, que a distância nunca seria problema. Ele seria médico e eu ia tentar uma bolsa escolar no time de futebol. Kyle era o orador oficial de nossa turma. Eu o provocava o tempo todo sobre ele ser um C.D.F.

Ele teve que preparar um discurso de formatura e eu estava super contente por não ser eu quem deveria subir no palanque e discursar.

No dia da Formatura Kyle estava ótimo.

Era um daqueles caras que realmente se encontram durante a escola.Estava mais encorpado e realmente tinha uma boa aparência, mesmo usando óculos.

Ele saía com mais garotas do que eu e todas as meninas o adoravam! Às vezes eu até ficava com inveja.

Hoje era um daqueles dias. Eu podia ver o quanto ele estava nervoso sobre o discurso. Então, dei-lhe um tapinha nas costas e disse: 'Ei, garotão, você vai se sair bem!'

Ele olhou para mim com aquele olhar de gratidão, sorriu e disse:

-'Valeu'!

Quando ele subiu no oratório, limpou a garganta e começou o discurso:

'A Formatura é uma época para agradecermos àqueles que nos ajudaram durante estes anos duros. Seus pais, professores, irmãos, talvez até um treinador, mas principalmente aos seus amigos. Eu estou aqui para lhes dizer que ser um amigo para alguém, é o melhor presente que você pode lhes dar.Vou contar-lhes uma história:'

Eu olhei para o meu amigo sem conseguir acreditar enquanto ele contava a história sobre o primeiro dia em que nos conhecemos. Ele havia planejado se matar naquele final de semana! Contou a todos como havia esvaziado seu armário na escola, para que sua Mãe não tivesse que fazer isso depois que ele morresse e estava levando todas as suas coisas para casa.

Ele olhou diretamente nos meus olhos e deu um pequeno sorriso.

'Felizmente, meu amigo me salvou de fazer algo inominável!' Eu observava o nó na garganta de todos na platéia enquanto aquele rapaz popular e bonito contava a todos sobre aquele seu momento de fraqueza.

Vi sua mãe e seu pai olhando para mim e sorrindo com a mesma gratidão.

Até aquele momento eu jamais havia me dado conta da profundidade do sorriso que ele me deu naquele dia.

Nunca subestime o poder de suas ações. Com um pequeno gesto você pode mudar a vida de uma pessoa. Para melhor ou para pior.

Deus nos coloca na vida dos outros para que tenhamos um impacto, uns sobre o outro de alguma forma.

Colaboração de Jacinta Nascimento

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O Cavalo e o Porco

Um fazendeiro colecionava cavalos e só faltava uma determinada raça.

Um dia ele descobriu que o seu vizinho tinha este determinado cavalo.

Assim, ele atazanou seu vizinho até conseguir comprá-lo.

Um mês depois o cavalo adoeceu, e ele chamou o veterinário:

— Bem, seu cavalo está com uma virose, é preciso tomar este medicamento durante 3 dias, no terceiro dia eu retornarei e caso ele não esteja melhor, será necessário sacrificá-lo.

Neste momento, o porco escutava toda a conversa.

No dia seguinte deram o medicamento e foram embora.

O porco se aproximou do cavalo e disse:

— Força amigo! Levanta daí, senão você será sacrificado!

No segundo dia, deram o medicamento e foram embora.

O porco se aproximou do cavalo e disse:

— Vamos lá amigão, levanta senão você vai morrer! Vamos lá, eu te ajudo a levantar... Upa!

No terceiro dia deram o medicamento e o veterinário disse:

— Infelizmente, vamos ter que sacrificá-lo amanhã, pois a virose pode contaminar os outros cavalos.

Quando foram embora, o porco se aproximou do cavalo e disse:

— Cara, é agora ou nunca, levanta logo! Coragem! Upa! Upa! Isso, devagar! Ótimo, vamos um, dois, três, legal, legal, agora mais depressa vai.... Fantástico! Corre, corre mais! Upa! Upa! Upa!!! Você venceu Campeão!

Então, de repente o dono chegou, viu o cavalo correndo no campo e gritou :

— Milagre ! O cavalo melhorou. Isso merece uma festa... "Vamos matar o porco!"

Isso acontece com freqüência no ambiente de trabalho. Nem sempre alguém percebe, quem é o funcionário que tem o mérito pelo sucesso.

Saber viver sem ser reconhecido é uma arte, afinal quantas vezes fazemos o papel do porco amigo ou quantos já nos levantaram e nem o sabor da gratidão puderam dispor?

Se algum dia alguém lhe disser que seu trabalho não é o de um profissional, lembre-se :

AMADORES CONSTRUÍRAM A ARCA DE NOÉ E PROFISSIONAIS, O TITANIC.

Procure ser uma pessoa de valor, em vez de ser uma pessoa de sucesso!

Colaboração: Rony Lima

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A Cicatriz

Rony Lima

Um menino tinha uma cicatriz no rosto, as pessoas de seu colégio não falavam com ele e nem sentavam ao seu lado, na realidade quando os colegas de seu colégio o viam franziam a testa devido à cicatriz ser muito feia.

Então a turma se reuniu com o professor e foi sugerido que aquele menino da cicatriz não freqüentasse mais o colégio, o professor levou o caso à diretoria do colégio.

A diretoria ouviu e chegou à seguinte conclusão:

Que não poderia tirar o menino do colégio, e que conversaria com o menino e ele seria o ultimo a entrar em sala de aula, e o primeiro a sair, desta forma nenhum aluno via o rosto do menino, a não ser que olhassem para trás.

O professor achou magnífica a idéia da diretoria, sabia que os alunos não olhariam mais para trás.

Levado ao conhecimento do menino da decisão ele prontamente aceitou a imposição do colégio, com uma condição:

Que ele compareceria na frente dos alunos em sala de aula, para dizer o por quê daquela CICATRIZ.

A turma concordou, e no dia o menino entrou em sala dirigiu-se a frente da sala de aula e começou a relatar:

— Sabe turma eu entendo vocês, na realidade esta cicatriz é muito feia, mas foi assim que eu a adquiri:.

— Minha mãe era muito pobre e para ajudar na alimentação de casa minha mãe passava roupa para fora, eu tinha por volta de 7 a 8 anos de idade...

A turma estava em silencio atenta a tudo . O menino continuou: além de mim, haviam mais 3 irmãozinhos, um de 4 anos, outro de 2 anos e uma irmãzinha com apenas alguns dias de vida.

Silêncio total em sala.

—... Foi aí que não sei como, a nossa casa que era muito simples, feita de madeira começou a pegar fogo, minha mãe correu até o quarto em que estávamos pegou meu irmãozinho de 2 anos no colo, eu e meu outro irmão pelas mãos e nos levou para fora, havia muita fumaça, as paredes que eram de madeiras pegavam fogo e estava muito quente...

... Minha mãe colocou-me sentado no chão do lado de fora e disse-me para ficar com eles até ela voltar, pois minha mãe tinha que voltar para pegar minha irmãzinha que continuava lá dentro da casa em chama. Só que quando minha mãe tentou entrar na casa em chama as pessoas que estavam ali não deixaram minha mãe buscar minha irmãzinha, eu via minha mãe gritar: "minha filhinha esta lá dentro!" Vi no rosto de minha mãe o desespero, o horror e ela gritava, mas aquelas pessoas não deixaram minha mãe buscar minha irmãzinha...

...Foi aí que decidi. Peguei meu irmão de 2 anos que estava em meu colo e coloquei ele no colo do meu irmãozinho de 4 anos e disse-lhe que não saísse dali até eu voltar. Saí entre as pessoas e quando perceberam eu já tinha entrado na casa. Havia muita fumaça, estava muito quente, mas eu tinha que pegar minha irmãzinha. Eu sabia o quarto em que ela estava. Quando cheguei lá ela estava enrolada em um lençol e chorava muito...

...Neste momento vi caindo alguma coisa, então me joguei em cima dela para protegê-la, e aquela coisa quente encostou-se em meu rosto...

A turma estava quieta atenta ao menino e envergonhada, então o menino continuou:

...Vocês podem achar esta CICATRIZ feia, mas tem alguém lá em casa que acha linda e todo dia quando chego em casa, ela, a minha irmãzinha beija porque sabe que é marca de AMOR.

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A mulher bela e rica e sua irmã feia e pobre

Certa vez, uma mulher bela e bem trajada visitou uma casa. O dono da casa lhe perguntou quem era e ela respondeu que era a deusa da fortuna.

Mais que depressa o dono da casa acolheu respeitosamente essa mulher bela e rica e a tratou muito bem.

Logo depois, uma mulher feia e pobremente vestida bateu à mesma porta. O dono da casa perguntou-lhe quem era e a mulher lhe respondeu que ela era a deusa da pobreza.

O dono da casa, assustado, tentou pôr a mulher feia e pobre para fora de casa, mas ela recusou-se a sair, dizendo: "A deusa da riqueza é minha irmã. Há um acordo tácito entre nós, segundo o qual nunca devemos viver separadamente; se você me enxotar, ela irá comigo..

Era a pura verdade. Assim que a horrenda mulher saiu, a outra, bela e rica, desapareceu.

O nascimento acompanha a morte.

A fortuna acompanha o infortúnio.

As más coisas seguem as boas coisas.

Do pecado vem o perdão,

Depois do choro vem à bonança,

Os seres humanos deveriam compreender isso.

Os tolos temem o infortúnio e lutam para conseguir a felicidade,

Mas aqueles que buscam a serenidade plena devem transcender a ambos e estar livres de todos os apegos materialistas.

Colaboração: Rony Lima

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Um Irmão Como Esse

Um amigo meu chamado Paul ganhou um automóvel de presente de seu irmão no Natal. Na noite de Natal, quando Paul saiu de seu escritório, um menino de rua estava andando em volta do reluzente carro novo, admirando-o.

— Este carro é seu, senhor? - ele perguntou.

Paul assentiu.

— Meu irmão me deu de Natal.

O garoto ficou boquiaberto.

— Quer dizer que foi um presente de seu irmão e não lhe custou nada? Rapaz, quem me dera...- hesitou ele.

É claro que Paul sabia o que ele ia desejar. Ele ia desejar ter um irmão como aquele.

Mas o que o garoto disse chocou Paul tão completamente que o desarmou.

— Quem me dera-continuou o garoto- ser um irmão como esse.

Paul olhou o garoto com espanto, e então, impulsivamente, acrescentou:

— Você gostaria de dar uma volta no meu automóvel?

— Oh, sim, eu adoraria.

Depois de uma voltinha, o garoto virou-se e, com os olhos incandescentes, disse:

— O senhor se importaria de passar em frente a minha casa?

Paul deu um leve sorriso.

Pensou que soubesse o que o rapaz queria.

Ele queria mostrar para os vizinhos que podia chegar em casa num carrão.

Mas Paul estava novamente enganado.

— Pode parar em frente aquela casa com àqueles dois degraus? perguntou o garoto.

Ele subiu correndo os degraus.

Então, passados alguns momentos, Paul ouviu-o retornar, mas ele não vinha depressa.

Carregava seu irmãozinho paralítico.

Sentou-o no degrau inferior e depois como que o fortemente abraçou e apontou o carro.

— Aí está ele, amigão, exatamente como eu te contei lá em cima. O irmão deu o carro a ele de presente de Natal e não lhe custou nem um centavo. E algum dia eu vou te dar um igualzinho... Então você poderá ver com seus próprios olhos, nas vitrines de Natal, todas as coisas bonitas sobre as quais eu venho tentando lhe contar.

Paul saiu do carro e colocou o rapaz no banco da frente.

O irmão mais velho, com os olhos brilhando, entrou atrás dele e os três deram uma volta comemorativa.

Naquele dia, o rapaz aprendeu que a felicidade maior que sentimos é quando a proporcionamos a alguém.

Colaboração de Rony Lima

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Ninguém é indispensável

Letícia Thompson

É certo que ninguém é indispensável na vida.

Através da história vemo quantos atravessaram, partiram, alguns deixaram grandes marcas, outros apenas simples pisadas, mas toda a humanidade sobreviveu mesmo quando os grandes nomes partiram.

O fato de não sermos indispensáveis,porém, não implica não sermos necessários e importantes.

Uma gota de água é sempre uma gota de água a mais, uma pétala, um meio a mais para aumentar a beleza e formosura de uma flor.

Cada um é, na sua simplicidade, sua maneira grande ou pequena de contribuir com a história, um pedacinho de vida útil na construção do mundo.

Nosso corpo é, da cabeça aos pés, um todo formado de pequenas partes necessárias umas às outras.

Quantos de nós não evolui no trabalho simplesmente porque pensa que o que faz não tem importância ou é menos importante que seu vizinho, amigo ou chefe?

Ora, a importância de um trabalho, seja ele qual for, está no valor que damos a ele.

O mundo precisa de toda contribuição para continuar a caminhar.

Além disso, nossa utilidade está não só no trabalho que produzimos, mas naquilo que podemos dar de nós como seres humanos.

Jesus trabalhou como carpinteiro e certamente produziu coisas materiais, mas a herança que deixou na construção humana e espiritual é incomparável a qualquer outra.

Toda profissão é bela, quer seja ela diplomada de universidades ou da vida.

Toda função é importante para que o mundo possua significado.

Toda pessoa é única e o espaço que ela ocupa é só dela.

Toda pessoa tem de si a dar, sem perder um milímetro nessa doação, muito pelo contrário.

Não...

não somos em absoluto indispensáveis à vida, mas, definitivamente, somos imprescindíveis na história do mundo se sabemos dar de nós de maneira generosa e ilimitada.

Colaboração de Maria Jacinta N. Silva

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Sinceramente não sei...

Antônio Ermírio de Moraes

Se você ainda não sabe qual é a sua verdadeira vocação, imagine a seguinte cena:

Você está olhando pela janela, não há nada de especial no céu, somente algumas nuvens aqui e ali.

Aí chega alguém que também não tem nada para fazer e pergunta:

— Será que vai chover hoje?

Se você responder 'com certeza'... A sua área é Vendas: O pessoal de Vendas é o único que sempre tem certeza de tudo.

Se a resposta for 'sei lá, estou pensando em outra coisa'... então a sua aérea é Marketing: O pessoal de Marketing está sempre pensando no que os outros não estão pensando.

Se você responder 'sim, há uma boa probabilidade'... você é da área de Engenharia: O pessoal da Engenharia está sempre disposto a transformar o universo em números.

Se a resposta for 'depende'... você nasceu para Recursos Humanos: Uma área em que qualquer fato sempre estará na dependência de outros fatos.

Se você responder 'ah, a meteorologia diz que não'... você é da área de Contabilidade: O pessoal da Contabilidade sempre confia mais nos dados no que nos próprios olhos.

Se a resposta for 'sei lá, mas por via das dúvidas eu trouxe um Guarda-chuvas': Então seu lugar é na área Financeira que deve estar sempre bem preparada para qualquer virada de tempo.

Agora, se você responder 'não sei'... há uma boa chance que você tenha uma carreira de sucesso e acabe chegando a diretoria da empresa.

De cada 100 pessoas, só uma tem a coragem de responder 'não sei' quando não sabe.

Os outros 99 sempre acham que precisam ter uma resposta pronta, seja ela qual for, para qualquer situação.

'Não sei' é sempre uma resposta que economiza o tempo de todo mundo, e pré-dispõe os envolvidos a conseguir dados mais concretos antes de tomar uma decisão.

Parece simples, mas responder 'não sei' é uma das coisas mais difíceis de se aprender na vida corporativa.

Por quê?

Eu sinceramente 'não sei'.

Colaboração de Mª Suzana M. C. Almeida

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Mulheres Possíveis

Texto da Martha Medeiros publicado na Revista do Jornal O Globo

Eu não sirvo de exemplo para nada, mas, se você quer saber se isso é possível, me ofereço como piloto de testes.

Sou a Miss Imperfeita, muito prazer.

Uma imperfeita que faz tudo o que precisa fazer, como boa profissional, mãe e mulher que também sou: trabalho todos os dias, ganho minha grana, vou ao supermercado três vezes por semana, decido o cardápio das refeições, levo os filhos no colégio e busco, almoço com eles, estudo com eles, telefono para minha mãe todas as noites, procuro minhas amigas, namoro, viajo, vou ao cinema, pago minhas contas, respondo a toneladas de e-mails, faço revisões no dentista, mamografia, caminho meia hora diariamente, compro flores para casa, providencio os consertos domésticos, participo de eventos e reuniões ligados à minha profissão e ainda faço escova toda semana - e as unhas!

E, entre uma coisa e outra, leio livros.

Portanto, sou ocupada, mas não uma workaholic.

Por mais disciplinada e responsável que eu seja, aprendi duas coisinhas que operam milagres.

Primeiro: a dizer NÃO.

Segundo: a não sentir um pingo de culpa por dizer NÃO.

Culpa por nada, aliás.

Existe a Coca Zero, o Fome Zero, o Recruta Zero.

Pois inclua na sua lista a Culpa Zero.

Quando você nasceu, nenhum profeta adentrou a sala da maternidade e lhe apontou o dedo dizendo que a partir daquele momento você seria modelo para os outros.

Seu pai e sua mãe, acredite, não tiveram essa expectativa: tudo o que desejaram é que você não chorasse muito durante as madrugadas e mamasse direitinho.

Você não é Nossa Senhora.

Você é, humildemente, uma mulher.

E, se não aprender a delegar, a priorizar e a se divertir, bye-bye vida interessante.

Porque vida interessante não é ter a agenda lotada,

não é ser sempre politicamente correta,

não é topar qualquer projeto por dinheiro,

não é atender a todos e criar para si a falsa impressão de ser indispensável.

É ter tempo.

Tempo para fazer nada.

Tempo para fazer tudo.

Tempo para dançar sozinha na sala.

Tempo para bisbilhotar uma loja de discos.

Tempo para sumir dois dias com seu amor.

Três dias.

Cinco dias!

Tempo para uma massagem.

Tempo para ver a novela.

Tempo para receber aquela sua amiga que é consultora de produtos de beleza.

Tempo para fazer um trabalho voluntário.

Tempo para procurar um abajur novo para seu quarto.

Tempo para conhecer outras pessoas.

Voltar a estudar.

Para engravidar.

Tempo para escrever um livro que você nem sabe se um dia será editado.

Tempo, principalmente, para descobrir que você pode ser perfeitamente organizada e profissional sem deixar de existir.

Porque nossa existência não é contabilizada por um relógio de ponto ou pela quantidade de memorandos virtuais que atolam nossa caixa postal.

Existir, a que será que se destina?

Destina-se a ter o tempo a favor, e não contra.

A mulher moderna anda muito antiga.

Acredita que, se não for super, se não for mega, se não for uma executiva ISO 9000, não será bem avaliada.

Está tentando provar não-sei-o-quê para não-sei-quem.

Precisa respeitar o mosaico de si mesma, privilegiar cada pedacinho de si.

Se o trabalho é um pedação de sua vida, ótimo!

Nada é mais elegante, charmoso e inteligente do que ser independente.

Mulher que se sustenta fica muito mais sexy e muito mais livre para ir e vir.

Desde que lembre de separar alguns bons momentos da semana para usufruir essa independência, senão é escravidão, a mesma que nos mantinha trancafiadas em casa, espiando a vida pela janela.

Desacelerar tem um custo.

Talvez seja preciso esquecer a bolsa Prada, o hotel decorado pelo Philippe Starck e o batom da M.A.C.

Mas, se você precisa vender a alma ao diabo para ter tudo isso,

francamente, está precisando rever seus valores.

E descobrir que uma bolsa de palha, uma pousadinha rústica à beira-mar e o rosto lavado (ok, esqueça o rosto lavado) podem ser prazeres cinco estrelas e nos dar uma nova perspectiva sobre o que é, afinal, uma vida interessante.

Colaboração de Maria Jacinta N. Silva

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Dez coisas que levei anos para aprender...

Luis Fernando Veríssimo

1. Uma pessoa que é boa com você, mas grosseira com o garçom ou empregado, não pode ser uma boa pessoa. (Esta é muito importante. Preste atenção, nunca falha).

2. As pessoas que querem compartilhar as visões religiosas delas com você, quase nunca querem que você compartilhe as suas com elas. (Está cheio de gente querendo te converter!).

3. Ninguém liga se você não sabe dançar. Levante e dance. (Na maioria das vezes quem está te olhando também não sabe! Tá valendo!).

4. A força mais destrutiva do universo é a fofoca. (Deus deu 24 horas em cada dia para cada um cuidar da sua vida e tem gente que insiste em fazer hora-extra!).

5. Não confunda sua carreira com sua vida. (Aprenda a fazer escolhas!).

6. Jamais, sob quaisquer circunstâncias, tome um remédio para dormir e um laxante na mesma noite. (Quem escreveu deve ter conhecimento de causa!).

7. Se você tivesse que identificar, em uma palavra, a razão pela qual a raça humana ainda não atingiu (e nunca atingirá) todo o seu potencial, essa palavra seria 'reuniões'. (Onde ninguém se entende... Com exceção das reuniões que acontecem nos botecos...).

8. Há uma linha muito tênue entre 'hobby' e 'doença mental'. (Ouvir música é hobby... No volume máximo às sete da manhã pode ser doença mental!).

9. Seus amigos de verdade amam você de qualquer jeito. (Que bom!)

10. Lembre-se: nem sempre os profissionais são os melhores. Um amador construiu a Arca. Um grande grupo de profissionais construiu o Titanic. (É Verdade!).

'Guardar ressentimentos é como tomar veneno e esperar que outra pessoa morra.' William Shakespeare

Colaboração de Mª Suzana M. C. Almeida

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Apenas na sala seguinte...

A morte não é tudo. Não é o final. Eu apenas passei para a sala seguinte.

Nada aconteceu. Tudo permanece exatamente como foi. Eu sou eu, você é você, e a antiga vida que vivemos tão maravilhosamente juntos permanece intocada, imutável.

O que quer que tenhamos sido um para o outro, ainda somos. Chame-me pelo antigo apelido familiar. Fale de mim da maneira que sempre fez. Não mude o tom. Não use nenhum ar solene ou de dor.

Ria como sempre fizemos das piadas que desfrutamos juntos.

Brinque, sorria, pense em mim, reze por mim. Deixe que o meu nome seja uma palavra comum em casa, como foi. Faça com que seja falado sem esforço, sem fantasma ou sombra.

A vida continua a ter o significado que sempre teve. Existe uma continuidade absoluta e inquebrável. O que é esta morte senão um acidente desprezível?

Porque ficarei esquecido se estiver fora do alcance da visão? Estou simplesmente à sua espera, como num intervalo, bem próximo, na outra esquina. Está tudo bem!

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A Crítica

Convidada a fazer uma preleção sobre a crítica, a conferencista compareceu ante o auditório superlotado, carregando pequeno fardo.

Após cumprimentar os presentes, retirou os livros e a jarra de água de sobre a mesa, deixando somente a toalha branca.

Em silêncio, acendeu poderosa lâmpada, enfeitou a mesa com dezenas de pérolas que trouxera no embrulho e com várias dúzias de flores frescas e perfumadas.

Logo após, apanhou na sacola diversos enfeites de expressiva beleza, e enfileirou-os com graça.

Em seguida, colocou sobre a mesa um exemplar do Novo Testamento em capa dourada.

Depois, diante do assombro de todos, depositou em meio aos demais objetos pequenina lagartixa, num frasco de vidro.

Só então se dirigiu ao público perguntando:

O que é que os senhores estão vendo?

E a assembléia respondeu, em vozes discordantes:

Um bicho!

Um lagarto horrível!

Uma larva!

Um pequeno monstro!

Esgotados breves momentos de expectação, a expositora considerou:

Assim é o espírito da crítica destrutiva, meus amigos!

Os senhores não enxergaram o forro de seda alva, que recobre a mesa.

Não viram as flores, nem sentiram o seu perfume.

Não perceberam as pérolas, nem as outras preciosidades.

Não atentaram para o Novo Testamento, nem para a luz faiscante que acendi no início.

Mas não passou despercebida, aos olhos da maioria, a diminuta lagartixa...

E, sorridente, concluiu sua exposição esclarecendo:

Nada mais tenho a dizer...

Quantas vezes não nos temos feito cegos para as coisas e situações valorosas da vida.

Acostumados a ver somente os fatos que denigrem a sociedade humana, volvemos o olhar para os detritos morais das criaturas.

Assim, criticamos a mídia por enfatizar as misérias humanas, os desvalores, as fofocas e as intrigas,mas, em verdade, isso tudo só vem a lume porque ainda nos comprazem. Em última análise, é o que vende!

Não há espaço para uma mensagem edificante, e os que teimam em veicular coisas e situações nobres, o fazem sob o peso de enormes dificuldades.

É imperioso atentarmos para os nossos valores ou desvalores, antes de levantarmos a voz para criticar a sociedade e os meios de comunicação em geral.

É importante observarmos os nossos interesses pessoais antes de gritarmos contra os governantes, sem esquecer que eles só ocupam os cargos depois de eleitos por nós.

Enfim, é relevante atentarmos para os que buscam divulgar o bem e o belo e candidatarmo-nos a engrossar essas fileiras.

Assim, com a exaltação do bem, em detrimento do mal, com a evidência da paz, em vez da guerra, com a elevação do perfume sobre os odores fétidos, a sociedade logrará sobrepujar as misérias, evidenciando as belezas e os atos de essência superior, e encontrada será a felicidade perene.

Colaboração de Maria Jacinta N.Silva

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Um Copo d'Água

Autor Desconhecido

Um conferencista falava sobre gerenciamento da tensão. Levantou um copo com água e perguntou à platéia: "Quanto vocês acham que pesa este copo d'água?"

As respostas variaram entre 20 g e 500 g. O conferencista, então, comentou:

"Não importa o peso absoluto. Depende de quanto tempo vou segurá-lo.

Se o seguro por um minuto, tudo bem. Se o seguro durante um hora, terei dor no braço. Se o seguro durante um dia inteiro, você terá que chamar uma ambulância para mim.

O peso é exatamente o mesmo, mas quanto mais tempo passo segurando-o, mais pesado vai ficando.

Se carregamos nossos pesos o tempo todo, mais cedo ou mais tarde não seremos mais capazes de continuar, pois a carga vai se tornando cada vez mais pesada.

É preciso largar o copo e descansar um pouco antes de segurá-lo novamente.

Isso vale para todas as cargas que carregamos na vida. Temos que deixar a carga de lado periodicamente. Isto nos alivia e nos torna capazes de continuar. "

Fonte: O Ócio Criativo

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Irena Sendler : A mãe dos meninos do Holocausto

Enquanto a figura de OSCAR SCHINDLER era aclamada por meio mundo, graças a Steven Spielberg que nele se inspirou para fazer o filme que conseguiu 7 Oscars em 1993, narrando a vida deste industrial que evitou a morte de 1.000 judeus nos campos de concentração, IRENA SENDLER era uma heroína desconhecida fora de Polônia e apenas reconhecida no seu país por alguns historiadores, já que os anos de obscurantismo comunista haviam apagado a sua façanha dos livros de historia oficiais. Ela nunca contou a ninguém nada da sua vida durante aqueles anos.

Em 1999 a sua história começou a ser conhecida graças a um grupo de alunos de um Instituto de Kansas e ao seu trabalho de final de curso sobre os heróis do Holocausto. Na investigação encontraram poucas referencias sobre Irena e só existia um dado surpreendente: tinha salvado a vida de 2.500 meninos.

Como e possível que só existisse esta informação sobre uma pessoa assim?

Mas a maior surpresa chegou quando após buscar o lugar da tumba de Irena, descobriram que a tumba não existia porque ela ainda vivia, e de fato ainda vive.

Hoje é uma anciã de 97 anos que reside num Asilo do centro de Varsóvia num quarto onde nunca faltam flores e cartões de agradecimento do mundo inteiro.

Quando a Alemanha invadiu o país em 1939, Irena era enfermeira no Departamento de Bem-estar Social de Varsóvia, no qual cuidava das salas de jantar comunitárias da cidade.

Em 1942 os nazistas criaram um "ghetto" em Varsóvia e Irena, horrorizada pelas condições de vida naquele lugar, uniu-se ao Conselho para Ajuda aos judeus.

Conseguiu identificações da oficina sanitária, sendo que uma das tarefas era a luta contra as doenças contagiosas. Como os alemães invasores tinham medo de que se desencadeasse uma epidemia de tifo, aceitavam que os poloneses controlassem o lugar.

Logo entrou em contato com famílias às quais oferecia para levar os filhos com ela para fora do Gueto.

Mas não podia dar garantias de sucesso. Era um momento horroroso, tinha de convencer os pais de que lhe entregassem seus filhos e eles perguntavam-lhe: "Pode prometer que meu filho vivera?....."

O que poderia prometer quando nem podia saber se poderiam sair do Gueto?

E a única coisa certa era que os meninos morreriam se permanecessem ali.

As mães e as avós não queriam separar-se de filhos e netos. IRENA as entendia perfeitamente e naquele momento, ela era mãe. De todo o processo que ela levava a cabo com os meninos, o mais duro era o momento da separação.

Algumas vezes, quando Irena ou suas companheiras tornavam a visitar as famílias para tentar faze-las mudar de opinião, ficava sabendo que todos tinham sido levados ao trem que os conduziria aos campos de extermínio, de morte.

Cada vez que isso acontecia, ela lutava com mais força para salvar a meninada.

Começou a retirá-los em ambulâncias como vitimas de tifo, mas logo a seguir se valeu de tudo o que estivesse ao seu alcance para escondê-los e tirá-los dali: cestos de lixo, caixas de ferramentas, carregamentos de mercadorias, sacos de batatas, ataúdes... Nas suas mãos, qualquer coisa se transformava numa via de escape.

Conseguiu recrutar ao menos uma pessoa de cada um dos dez centros do Departamento de Bem-estar Social.

Com a ajuda dessas pessoas elaborou centros de documentos falsos, com assinaturas falsificadas, dando identidade temporária aos meninos judeus.

Irena vivia os tempos da guerra pensando nos tempos da paz. Por isso não se cansava em manter com vida esses meninos. Queria que um dia pudessem recuperar seus verdadeiros nomes, sua identidade, suas histórias pessoais, suas famílias. Foi quando inventou um arquivo que registrava os nomes dos meninos e as suas novas identidades.

Anotava os dados em pedaços pequenos de papel que enterrava, dentro de potes de conserva, debaixo de uma arvore de maças, no jardim do seu vizinho.

Guardou, sem que ninguém suspeitasse, o passado de 2.500 meninos... ate que os nazistas foram embora.

Um dia, os nazistas souberam das suas atividades.

Em 20 de Outubro de 1943, Irena foi detida pela Gestapo e levada a prisão de Pawiak onde foi brutalmente torturada.

Num colchão de palha da sua cela, encontrou uma estampa de Jesus Cristo. E ficou com ela como resultado de uma casualidade miraculosa naqueles duros momentos da sua vida, até o ano de 1979 em que se desfez dela dando-a de presente a João Paulo II.

Irena era a única que sabia os nomes e onde se encontravam as famílias que albergaram os meninos judeus; suportou a tortura e se recusou a trair seus colaboradores ou a qualquer dos meninos ocultos. Quebraram-lhe os pés e as pernas, além de sofrer inúmeras torturas. Mas ninguém conseguiu romper a sua vontade. Foi sentenciada a morte. Uma sentença que nunca chegou a se cumprir porque a caminho do lugar da execução, o soldado que a levava a deixou escapar. A resistência o tinha subornado porque não queriam que Irena morresse com o segredo da localização dos meninos.

Oficialmente ela constava nas listas dos executados. A partir de então, continuou trabalhando, mas com uma identidade falsa.

No final da guerra, ela mesmo desenterrou os vidros de conserva e fez uso das anotações para encontrar as 2.500 crianças que colocou com famílias adotivas.

Ajuntou-as aos seus parentes espalhados por toda Europa, mas a maioria tinha perdido as suas famílias nos campos de concentração nazistas.

Os meninos só a conheciam pelo apelido: JOLANTA.

Anos mais tarde, quando a sua historia saiu num jornal com fotos suas, da época, diversas pessoas começaram a chama-la para dizer:

Lembro de seu rosto... sou um daqueles meninos, lhe devo a minha vida, meu futuro, e gostaria de vê-la!

Irena tinha no seu quarto fotos com alguns daqueles meninos sobreviventes ou com filhos deles.

Seu pai, um medico que faleceu de tifo quando ela ainda era pequena, lhe fez memorizar o seguinte:

AJUDE SEMPRE A QUEM ESTIVER SE AFOGANDO, SEM LEVAR EM CONTA A SUA RELIGIÃO OU NACIONALIDADE. AJUDAR CADA DIA ALGUÉM TEM DE SER UMA NECESSIDADE QUE SAIA DO CORAÇÃO.

Irena vive anos numa cadeira de rodas, por causa das lesões causadas pelas torturas sofridas pela Gestapo.

Não se considera uma heroína.

Nunca reinvidicou credito algum pelas suas ações.

Poderia ter feito mais", este lamento me acompanhara ate o dia de minha morte!
NÃO SE PLANTAM SEMENTES DE COMIDA. PLANTAM-SE SEMENTES DE BONDADE. TRATEM DE FAZER UM CIRCULO DE BONDADE, ESTE OS RODEARÃO E FARÃO CRESCER MAIS E MAIS"
Irena Sendler

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Casar-se de Novo

Arnaldo Jabor

Meus Amigos separados não cansam de perguntar como consegui ficar casado 30 anos com a mesma mulher. As mulheres sempre mais maldosas que os homens, não perguntam a minha esposa como ela consegue ficar casada com o mesmo homem, mas como ela consegue ficar casada comigo. Os jovens é que fazem as perguntas certas, ou seja, querem conhecer o segredo para manter um casamento por tanto tempo. Ninguém ensina isso nas escolas, pelo contrário. Não sou um especialista do ramo, como todos sabem, mas dito isso, minha resposta é mais ou menos a que segue:

Hoje em dia o divórcio é inevitável, não dá para escapar. Ninguém agüenta conviver com a mesma pessoa chata por uma eternidade. Eu, na realidade já estou em meu terceiro casamento - a única diferença é que casei três vezes com a mesma mulher.

Minha esposa, se não me engano está em seu quinto, porque ela pensou em pegar as malas mais vezes que eu. O segredo do casamento não é a harmonia eterna. Depois dos inevitáveis arranca-rabos, a solução é ponderar, se acalmar e partir de novo com a mesma mulher. O segredo no fundo é renovar o casamento e não procurar um casamento novo, pois quem nos garante que conseguiremos encontrar, nos dias de hoje, um novo grande amor...

Isso exige alguns cuidados e preocupações que são esquecidos no dia-a-dia do casal. De tempos em tempos, é preciso renovar a relação. De tempos em tempos é preciso voltar a namorar, voltar a cortejar, seduzir e ser seduzido. Há quanto tempo vocês não saem para dançar? Há quanto tempo você não tenta conquistá-la ou conquistá-lo como se seu par fosse um pretendente em potencial? Há quanto tempo não fazem uma lua-de-mel, sem os filhos eternamente brigando para ter a sua irrestrita atenção? Sem falar dos inúmeros quilos que se acrescentaram a você depois do casamento.

Mulher e marido que se separam perdem 10 kg em um único mês, por que vocês não podem conseguir o mesmo? Faça de conta que você está de caso novo. Se fosse um casamento novo, você certamente passaria a freqüentar lugares novos e desconhecidos, mudaria de casa ou apartamento, trocaria seu guarda-roupa, os discos, o corte de cabelo, a maquiagem. Mas tudo isso pode ser feito sem que você se separe de seu cônjuge. Vamos ser honestos: ninguém agüenta a mesma mulher ou o mesmo marido por trinta anos com a mesma roupa, o mesmo batom, com os mesmos amigos, com as mesmas piadas.

Muitas vezes não é a sua esposa que está ficando chata e mofada, é você,são seus próprios móveis com a mesma desbotada decoração. Se você se divorciasse, certamente trocaria tudo, que é justamente um dos prazeres da separação. Quem se separa se encanta com a nova vida, a nova casa, um novo bairro, um novo circuito de amigos. Não é preciso um divórcio litigioso para ter tudo isso.

Basta mudar de lugares e interesses e não se deixar acomodar. Isso obviamente custa caro e muitas uniões se esfacelam porque o casal se recusa a pagar esses pequenos custos necessários para renovar um casamento. Mas se você se separar sua nova esposa vai querer novos filhos,novos móveis, novas roupas e você ainda terá a pensão dos filhos do casamento anterior. Não existe essa tal 'estabilidade do casamento' nem ela deveria ser almejada. O mundo muda, e você também, seu marido, sua esposa, seu bairro e seus amigos. A melhor estratégia para salvar um casamento não é manter uma 'relação estável', mas saber mudar junto.

Todo cônjuge precisa evoluir estudar, aprimorar-se, interessasse por coisas que jamais teria pensado em fazer no inicio do casamento. Você faz isso constantemente no trabalho, porque não fazer na própria família? É o que seus filhos fazem desde que vieram ao mundo.

Portanto descubra a nova mulher ou o novo homem que vive ao seu lado, em vez de sair por aí tentando descobrir um novo interessante par. Tenho certeza que seus filhos os respeitarão pela decisão de se manterem juntos e aprenderão a importante lição de como crescer e evoluir unidos apesar das desavenças. Brigas e arranca-rabos sempre ocorrerão: por isso de vez em quando é necessário casar-se de novo, mas tente fazê-lo sempre com o mesmo par.

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O Último Folheto

Todos os domingos à tarde, depois do culto da manhã na igreja, o pastor e seu filho de 11 anos saíam pela cidade e entregavam folhetos evangelísticos.

Numa tarde de domingo, quando chegou à hora do pastor e seu filho saírem pelas ruas com os folhetos, fazia muito frio lá fora e também chovia muito. O menino se agasalhou e disse:

— Ok, papai, estou pronto.

E seu pai perguntou:

— Pronto para quê?:

— Pai, está na hora de juntarmos os nossos folhetos e sairmos.

Seu pai respondeu:

— Filho, está muito frio lá fora e também está chovendo muito.

O menino olhou para o pai surpreso e perguntou:

— Mas, pai, as pessoas não precisam de belas palavras de conforto até mesmo em dias de chuva?

Seu pai respondeu:

— Filho, eu não vou sair nesse frio.

Triste, o menino perguntou:

— Pai, eu posso ir? Por favor!

Seu pai hesitou por um momento e depois disse:

— Filho, você pode ir. Aqui estão os folhetos. Tome cuidado, filho.

— Obrigado, pai!

Então ele saiu no meio daquela chuva. Este menino de onze anos caminhou pelas ruas da cidade de porta em porta entregando folhetos evangelísticos a todos que via.

Depois de caminhar por duas horas na chuva, ele estava todo molhado, mas faltava o último folheto. Ele parou na esquina e procurou por alguém para entregar o folheto, mas as ruas estavam totalmente desertas. Então ele se virou em direção à primeira casa que viu e caminhou pela calçada até a porta e tocou a campainha. Ele tocou a campainha, mas ninguém respondeu. Ele tocou de novo, mais uma vez, mas ninguém abriu a porta. Ele esperou, mas não houve resposta.

Finalmente, este soldadinho de onze anos se virou para ir embora, mas algo o deteve. Mais uma vez, ele se virou para a porta, tocou a campainha e bateu na porta bem forte. Ele esperou, alguma coisa o fazia ficar ali na varanda. Ele tocou de novo e desta vez a porta se abriu bem devagar. De pé na porta estava uma senhora idosa com um olhar muito triste. Ela perguntou gentilmente:

— O que eu posso fazer por você, meu filho?

Com olhos radiantes e um sorriso que iluminou o mundo dela, este pequeno menino disse:

— Senhora, me perdoe se eu estou perturbando, mas eu só gostaria de dizer que JESUS A AMA MUITO e eu vim aqui para lhe entregar o meu último folheto que lhe dirá tudo sobre JESUS e seu grande AMOR.

Então ele entregou o seu último folheto e se virou para ir embora. Ela o chamou e disse:

— Obrigada, meu filho!!! E que Deus te abençoe!!!

Bem, na manhã do seguinte domingo na igreja, o Papai Pastor estava no púlpito. Quando o culto começou ele perguntou:

— Alguém tem um testemunho ou algo a dizer?

Lentamente, na última fila da igreja, uma senhora idosa se pôs de pé. Conforme ela começou a falar, um olhar glorioso transparecia em seu rosto.

— Ninguém me conhece nesta igreja. Eu nunca estive aqui. Vocês sabem antes do domingo passado eu não era cristã. Meu marido faleceu a algum tempo deixando-me totalmente sozinha neste mundo. No domingo passado, sendo um dia particularmente frio e chuvoso, eu tinha decidido no meu coração que eu chegaria ao fim da linha, eu não tinha mais esperança ou vontade de viver.

Então eu peguei uma corda e uma cadeira e subi as escadas para o sótão da minha casa. Eu amarrei a corda numa madeira no telhado, subi na cadeira e coloquei a outra ponta da corda em volta do meu pescoço. De pé naquela cadeira, tão só e de coração partido, eu estava a ponto de saltar, quando, de repente, o toque da campainha me assustou. Eu pensei:

— Vou esperar um minuto e quem quer que seja irá embora.

Eu esperei e esperei, mas a campainha era insistente; depois a pessoa que estava tocando também começou a bater bem forte. Eu pensei:

— Quem neste mundo pode ser? Ninguém toca a campainha da minha casa ou vem me visitar. Eu afrouxei a corda do meu pescoço e segui em direção à porta, enquanto a campainha soava cada vez mais alta.

Quando eu abri a porta e vi quem era, eu mal pude acreditar, pois na minha varanda estava o menino mais radiante e angelical que já vi em minha vida. O seu SORRISO, ah, eu nunca poderia descrevê-lo a vocês! As palavras que saíam da sua boca fizeram com que o meu coração que estava morto há muito tempo SALTASSE PARA A VIDA quando ele exclamou com voz de querubim:,

— Senhora, eu só vim aqui para dizer QUE JESUS A AMA MUITO.

— Então ele me entregou este folheto que eu agora tenho em minhas mãos.

— Conforme aquele anjinho desaparecia no frio e na chuva, eu fechei a porta e atenciosamente li cada palavra deste folheto.

— Então eu subi para o sótão para pegar a minha corda e a cadeira. Eu não iria precisar mais delas. Vocês vêem - eu agora sou uma FILHA FELIZ DO REI!!!

— Já que o endereço da sua igreja estava no verso deste folheto, eu vim aqui pessoalmente para dizer OBRIGADO ao anjinho de Deus que no momento certo livrou-me de fazer uma grande besteira.

Não havia quem não tivesse lágrimas nos olhos na igreja. E quando gritos de louvor e honra ao REI ecoaram por todo o edifício, o Papai Pastor desceu do púlpito e foi em direção a primeira fila onde o seu anjinho estava sentado. Ele tomou o seu filho nos braços e chorou copiosamente.

Provavelmente nenhuma igreja teve um momento tão glorioso como este e provavelmente este universo nunca viu um pai tão transbordante de amor e honra por causa do seu filho...

Exceto um. Este Pai também permitiu que o Seu Filho viesse a um mundo frio e tenebroso. Ele recebeu o Seu Filho de volta com gozo indescritível, todo o céu gritou louvores e honra ao Rei, o Pai assentou o Seu Filho num trono acima de todo principado e potestade e lhe deu um nome que é acima de todo nome.

Bem aventurados são os olhos que vêem esta mensagem. Não deixe que ela se perca, leia-a de novo e passe-a adiante.

Lembre-se: a mensagem de Deus pode fazer a diferença na vida de alguém próximo a você.

Por isso...

— Me perdoe se eu estou perturbando, mas eu só gostaria de dizer que JESUS TE AMA MUITO e eu vim aqui para lhe entregar o meu último folheto.

Às vezes os nossos pequenos atos podem resultar em grandes consequências!

Colaboração de Mª Jacinta N. Silva

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A Cor da Saudade

Era uma vez uma menina que tinha um pássaro encantado. Ele era encantado por duas razões: não vivia em gaiolas, vivia solto, vinha quando queria, quando sentia saudades... E sempre que voltava, suas penas tinham cores diferentes, as cores dos lugares por onde tinha voado.

Certa vez, voltou com penas imaculadamente brancas, e contou histórias de montanhas cobertas de neve.

Outra vez, suas penas estavam vermelhas, e contou histórias de desertos incendiados pelo sol. Era grande a felicidade quando eles estavam juntos. Mas, sempre chegava a hora do pássaro partir...

A menina chorava e implorava:

— Por favor, não vá. Terei saudades, vou chorar.

— Eu também terei saudades...

— dizia o pássaro

— Mas vou lhe contar um segredo! Eu só sou encantado por causa da saudade. É ela que faz com que minhas penas fiquem bonitas... senão você deixará de me amar.

E partiu...

A menina, sozinha, chorava. Uma certa noite ela teve uma idéia: e se o pássaro não partir? Seremos felizes para sempre! Para ele ficar, basta que eu o prenda numa gaiola.

E assim fez. A menina comprou uma gaiola de prata, a mais linda que ela encontrou. Quando o pássaro voltou, eles se abraçaram, ele contou histórias e adormeceu.

A menina aproveitou o seu sono e o engaiolou.

Quando o pássaro acordou deu um grito de dor.

— Ah ! O que você fez? Quebrou o encanto. Minhas penas ficarão feias e eu me esquecerei das histórias. Sem a saudade, o amor irá embora...

A menina não acreditou...achou que ele se acostumaria. Mas, não foi isso o que aconteceu. Caíram as plumas e as penas transformaram-se em um cinzento triste. Não era mais aquele o pássaro que ela tanto amava...

Até que ela não mais agüentou e abriu a porta da gaiola.

— Pode ir, pássaro - volte quando você quiser...

— Obrigado - disse o pássaro - irei e voltarei quando ficar encantado de novo. Você sabe, ficarei encantado de novo quando a saudade voltar dentro de mim e dentro de você.

Quantas vezes aprisionamos a quem amamos, pensando que estamos fazendo o melhor? Pense. deixar livre é uma forma singela de ver ter... Direcione o seu amor não para a prisão e sim para a conquista, sempre.

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O Tempo

Texto retirado da Bíblia Sagrada, do livro de Eclesiastes 3:1-8

Tudo tem a sua ocasião própria, e há tempo para todo propósito debaixo do céu.

Há tempo de nascer, e tempo de morrer; tempo de plantar, e tempo de arrancar o que se plantou;

Há tempo de adoecer, e tempo de curar; tempo de derrubar, e tempo de edificar;

Há tempo de chorar, e tempo de rir; tempo de prantear, e tempo de dançar;

Há tempo de espalhar pedras, e tempo de ajuntá-las; tempo de abraçar, e tempo de abster-se de abraçar;

Há tempo de buscar, e tempo de perder; tempo de guardar, e tempo de jogar fora;

Há tempo de rasgar, e tempo de coser; tempo de estar calado, e tempo de falar;

Há tempo de amar, e tempo de odiar; tempo de guerra, e tempo de paz.

'O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis.'

Colaboração de Mª Jacinta N. Silva

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Quatro Meses

Silvia Schmidt

Outro dia foi o aniversário da partida de uma senhora por muitos conhecida e muito querida.

Algum tempo antes, chegando de uma das dezenas de consultas médicas que já fizera, ela disse aos familiares:

— Pedi franqueza à junta médica que me examinou, pedi-lhes que não me poupassem de saber a verdade sobre meu estado de saúde. Eu sinto que me resta pouco tempo.

Diante dos olhares ansiosos, ela continuou:

— Eles me revelaram que sou portadora de uma moléstia incurável e que minha previsão de vida é de aproximadamente 4 meses.

Perguntou uma das filhas, em prantos:

— E a senhora nos conta isso com essa naturalidade ?

Continuou a senhora, com muita serenidade:

— Ora, eu tenho um bom tempo para fazer tudo que já devia ter feito há muito. Arrumarei todos os meus armários, guardarei o que realmente uso e o resto jogarei fora ou doarei a quem precisa. Colocarei belas cortinas em todas as janelas e elas me impedirão de ficar olhando a vida alheia. Evitarei ouvir e assistir más notícias e alimentarei o meu espírito com leituras saudáveis, conversas amigáveis, dispensarei fofocas e não criticarei a mais ninguém. Todos os dias tirarei o pó da casa e, durante esse trabalho, pensarei: Estou me livrando das sujeiras que guardei do passado Pensarei naqueles que já me magoaram e, com sinceridade, os perdoarei. Todas as noites agradecerei a Deus por tudo que estarei conseguindo fazer nestes últimos 4 meses que me restam.

— Todas as manhãs, ao acordar, perguntarei a mim mesma: "O que posso fazer para tornar o dia de hoje um dia melhor?" E farei de tudo para transmitir felicidade àqueles que de mim se aproximarem. Quatro meses são mais de 120 dias, portanto, quando eu fechar os olhos para nunca mais abri-los, eu terei feito no mínimo 120 boas ações. E a cada dia que passar farei pelo menos uma boa ação.

Todos que a ouviam, pouco a pouco se retiraram dali, indo cada um para um canto, para chorar sozinho.

A mulher ali ficou e nos seus olhos havia um brilho de alegria.

Pensava consigo mesma: " não posso curar meu corpo, mas posso mudar a vida que me resta "

Ela tinha uma grande tarefa: transformar seu mundo interior, tornar-se uma pessoa totalmente diferente do que já fora em apenas 4 meses ela conseguiu cumpri-la plenamente.

O mais curioso dessa história é que, após a notícia dada aos familiares, ela viveu mais 23 anos.

Ela curou a sua própria alma e sua moléstia desapareceu; ela morreu de velhice.

"Somos o que fazemos repetidamente. Por isso o mérito não está na ação e sim no hábito?. (Aristóteles)

"Possuímos em nós mesmos, pelo pensamento e a vontade, um poder de ação que se estende muito além dos limites de nossa esfera corpórea." (Allan Kardec)

"Se você não quer ser esquecido quando morrer, escreva coisas que vale a pena ler ou faça coisas que vale a pena escrever." (Benjamin Franklin)

"Os homens que tentam fazer algo e falham são infinitamente melhores do que aqueles que tentam fazer nada e conseguem." (Martyn Lloyd Jones)

"Se o seu navio não chega, nade até ele." (Jonathan Winters)

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O Idiota

Conta-se que numa cidade do interior um grupo de pessoas se divertia com o idiota da aldeia. Um pobre coitado, de pouca inteligência, vivia de pequenos biscates e esmolas.

Diariamente eles chamavam o idiota ao bar onde se reuniam e ofereciam a ele a escolha entre duas moedas: uma grande de 400 RÉIS e outra menor de 2.000 RÉIS. Ele sempre escolhia a maior e menos valiosa, o que era motivo de risos para todos.

Certo dia, um dos membros do grupo chamou-o e lhe perguntou se ainda não havia percebido que a moeda maior valia menos.

'-Eu sei', respondeu o tolo. 'Ela vale cinco vezes menos, mas no dia que eu escolher a outra, a brincadeira acaba e não vou mais ganhar minha moeda'.

Pode-se tirar várias conclusões dessa pequena narrativa.

A primeira: Quem parece idiota, nem sempre é.

A segunda: Quais eram os verdadeiros idiotas da história?

A terceira: Se você for ganancioso, acaba estragando sua fonte de renda.

Mas a conclusão mais interessante é: A percepção de que podemos estar bem, mesmo quando os outros não têm uma boa opinião a nosso respeito.

Portanto, o que importa não é o que pensam de nós, mas sim, quem realmente somos.

O maior prazer de um homem inteligente é bancar o idiota diante de um idiota que banca o inteligente.

Preocupe-se mais com sua consciência do que com sua reputação. Porque sua consciência é o que você é, e sua reputação é o que os outros pensam de você. E o que os outros pensam... é problema deles.

Colaboração de Maria Jacinta N. Silva

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O Sentido do Matrimônio

O café da manhã que mamãe preparava era maravilhoso. Embora fôssemos uma família humilde, minha mãe sempre preparava com muito carinho a primeira refeição do dia. Era ovo frito com farinha, outro dia era ovo escaldado, depois era bife com pão, lingüiça com ovo e pão...Tudo feito com simplicidade.

Ao acordar, naquela manhã, quando retornei da "lua de mel" para ir ao trabalho, pensei que encontraria a mesa posta e o café da manhã preparado. Como estava acostumado com a casa da mamãe, pensei que acordaria com aquele gostoso cheirinho que vinha sempre da cozinha lá de casa. Olhei para o lado e vi minha esposa, Neusa, dormindo profundamente, feito um anjinho - de pedra!

Disse para mim mesmo: "O Senhor não precisa dizer mais nada". Lá pelas nove horas da manhã, hora em que se podia tirar alguns minutos para o café, dei um jeito de ir até o apartamento, não sem antes passar em uma padaria e comprar algumas guloseimas. Preparei o café da manhã e levei até a cama para Neusa.

Ela acordou com aquele sorriso tão lindo! Estamos para completar Bodas de Prata. Nesses quase vinte e cinco anos de casamento, continuo repetindo esse gesto todos os dias. E com muito amor! Estou longe de ser m bom marido, mas a cada dia me esforço ao máximo.

Tenho muito a melhorar, tenho de ser mais santo, mais paciente, mais carinhoso. Sinto-me ainda longe disso, pois o modelo que estou mirando é Jesus: "Maridos, amai as vossas esposas, assim como Cristo amou a igreja e se entregou por ela" (Efésios 5:25)

O matrimônio é um desafio, pois a todo momento temos de perdoar e pedir perdão. A cada dia temos que buscar forças em Deus, pois sem Ele nada podemos fazer.

Quando Paulo se despedia dos cristãos em Éfeso, citou uma bela frase: "Há mais felicidade em dar do que há em receber" (Atos 20:35). Quando se descobre isso no matrimônio, se descobre o princípio da felicidade. Por que muitos casamentos não têm ido adiante? Porque o egoísmo tomou conta do casal. É o "cada um por si" que vigora.

Estamos na sociedade do descartável, prato descartável, etc. Pessoas não são descartáveis, porém o que não é descartável precisa ser cuidado para ser durável.

O mundo precisa do testemunho dos casais de que o matrimônio vale a pena! E, para que isso aconteça, é necessário um cuidado amoroso e carinhoso por parte do marido e da esposa. Ambos têm o dever de cuidar um do outro com renovados gestos de carinho e perdão diariamente.

É preciso declarar, todos os dias, o amor em gestos e palavras. A primeira palavra que sempre digo para minha esposa ao iniciar o dia é: "Eu amo você". Não é fácil dizer isso às vezes, pois muitas vezes acordo de mal comigo mesmo.

Faça isso agora também. Declare seu amor. Aos solteiros e aos que ainda não se casaram quero dizer o seguinte: "Se você estiver pensando em casar para ser feliz, não se case! Fique como está, solteiro mesmo! Mas, se sua intenção é casar para fazer alguém feliz, case-se e você será a pessoa mais feliz do mundo! O segredo da felicidade é fazer o outro feliz!

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Nossos velhos

Martha Medeiros

Pais heróis e mães heroínas do lar. Passamos boa parte da nossa existência cultivando estes estereótipos.

Até que um dia o pai herói começa a passar o tempo todo sentado, resmunga baixinho e puxa uns assuntos sem pé nem cabeça.

A heroína do lar começa a ter dificuldade de concluir as frases e dá de implicar com a empregada.

O que papai e mamãe fizeram para caducar de uma hora para outra?

Envelheceram.... Nossos pais envelhecem. Ninguém havia nos preparado pra isso.

Um belo dia eles perdem o garbo, ficam mais vulneráveis e adquirem umas manias bobas.

Estão cansados de cuidar dos outros e de servir de exemplo: agora chegou a vez deles serem cuidados e mimados por nós, nem que pra isso recorram a uma chantagenzinha emocional.

Têm muita quilometragem rodada e sabem tudo, e o que não sabem eles inventam.

Não fazem mais planos a longo prazo, agora dedicam-se a pequenas aventuras, como comer escondido tudo o que o médico proibiu.

Estão com manchas na pele. Ficam tristes de repente. Mas não estão caducos: caducos ficam os filhos, que relutam em aceitar o ciclo da vida.

É complicado aceitar que nossos heróis e heroínas já não estão no controle da situação.

Estão frágeis e um pouco esquecidos, têm este direito, mas seguimos exigindo deles a energia de uma usina. Não admitimos suas fraquezas, seu desânimo.

Ficamos irritados e alguns chegam a gritar se eles se atrapalham com o celular ou outro equipamento e ainda não temos paciência para ouvir pela milésima vez a mesma história que contam como se acabassem de tê-la vivido.

Em vez de aceitarmos com serenidade o fato de que as pessoas adotam um ritmo mais lento com o passar dos anos, simplesmente ficamos irritados por eles terem traído nossa confiança, a confiança de que seriam indestrutíveis como os super-heróis.

Provocamos discussões inúteis e os enervamos com nossa insistência para que tudo siga como sempre foi.

Essa nossa intolerância só pode ser medo. Medo de perdê-los, e medo de perdermos a nós mesmos, medo de também deixarmos de ser lúcidos e joviais.

Com todas as nossas irritações, só provocamos mais tristeza àqueles que um dia só procuraram nos dar alegrias.

Por que não conseguimos ser um pouco do que eles foram para nós? Quantas noites estes heróis e heroínas passaram ao lado de nossa cama, medicando, cuidando e medindo febres !!

E nós ficamos irritados quando eles esquecem de tomar seus remédios, e ao brigar com eles, os deixamos chorando, tal qual crianças que fomos um dia.

É uma enrascada essa tal de passagem do tempo. Nos ensinam a tirar proveito de cada etapa da vida, mas é difícil aceitar as etapas dos outros...

Ainda mais quando os outros são nossos alicerces, aqueles para quem sempre podíamos voltar e sabíamos que estariam com seus braços abertos, e que agora estão dando sinais de que um dia irão partir sem nós.

Façamos por eles hoje o melhor, o máximo que pudermos, para que amanhã quando eles já não estiverem mais aqui conosco...

... possamos lembrar deles com carinho, de seus sorrisos de alegria e não das lágrimas de tristeza que eles tenham derramado por nossa causa.

Afinal, nossos heróis de ontem... serão nossos heróis eternamente ...

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Estratégias Mentais

Pense sempre, de forma positiva. Toda vez que um pensamento negativo vier à sua cabeça, troque-o por outro!

Para isso, é preciso muita disciplina mental. Você não adquire isso do dia para a noite; assim como um .atleta., treine muito.

Não se queixe. Quando você reclama, tal qual um ímã, você atrai para si toda a carga negativa de suas próprias palavras. A maioria das coisas que acabam dando errado, começa a se materializar quando nos lamentamos.

Risque a palavra culpa do seu dicionário. Não se permita esta sensação, pois quando nos punimos, abrimos nossa retaguarda para espíritos opressores e agressores, que vibram com nossa melancolia. Ignore-os.

Não deixe que interferências externas tumultuem o seu cotidiano. Livre-se de fofocas, comentários maldosos e gente deprimida. Isto é contagioso. Seja prestativo com quem presta. Sintonize com gente positiva e alto astral.

Não se aborreça com facilidade e nem dê importância às pequenas coisas. Quando nos irritamos, envenenamos nosso corpo e nossa mente.

Procure conviver com serenidade e quando tiver vontade de explodir, conte até dez.

Viva o presente. O ansioso vive no futuro. O rancoroso, vive no passado. Aproveite o aqui e agora. Nada se repete, tudo passa. Faça o seu dia valer a pena. Não perca tempo com melindres e preocupações, pois só trazem doenças.

A água purifica. Sempre que puder vá a praia, rio ou cachoeira. Em casa, enquanto toma banho, embaixo do chuveiro, de olhos fechados, imagine seu cansaço físico e mental e que toda a carga negativa está indo embora por água abaixo.

Ande descalço quando puder, na terra de preferência. Em casa, massageie seus pés com um creme depois de um longo dia de trabalho. Os escalde em água morna. Acrescente um pouco de sal para se descarregar.

Mantenha contato com a natureza; tenha em casa um vaso de plantas pelo menos. Cuide dele com carinho. O amor que dedicamos às plantas e animais acalma o ser humano e funciona como relaxante natural.

Ouça músicas que o façam cantar e dançar. Seja qual for o seu estilo preferido, a vibração de uma canção tem o poder de nos fazer sentir vivos , aflorando a nossa emoção e abrindo o nosso canal com alegria.

Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo o impeça de tentar!

Liberte-se!!! Sempre que puder livre-se da rotina e pegue a estrada, nem que seja por um único dia.

Conheça novos lugares e novas pessoas.

Viva a Vida!!!!!

Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque... embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu.

O medo nos afasta das derrotas....mas das vitórias também!!!!!!

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Um Oceano

Do Livro "Sementes de Felicidade", 45, de Lourival Lopes

Curve-se diante da beleza da vida.

Respeite-a. Ame-a.

Cale a voz negativa. Renda sua homenagem ao Criador de tudo. Ele merece.

Um poder infinito, um amor sem fronteiras, tudo fez. Imagine-se dentro desse contexto maravilhoso.

Vibre com a vida.

Dobre-se diante da grande beleza.

O deslumbrante espetáculo da vida é construído pelo mesmo Deus que habita em você.

Diz-se que, mesmo antes de um rio cair no oceano, ele treme de medo.

Olha para trás, para toda a jornada: os cumes, as montanhas, o longo caminho sinuoso através das florestas, através dos povoados, e vê a sua frente um oceano tão vasto que entrar nele nada mais é do que desaparecer para sempre.

Mas não há outra maneira. O rio não pode voltar. Ninguém pode voltar. Voltar é impossível na existência. Você pode apenas ir em frente.

O rio precisa se arriscar e entrar no oceano. E somente quando ele entra no oceano é que o medo desaparece, porque apenas então o rio saberá que não se trata de desaparecer no oceano. Mas tornar-se oceano.

Por um lado é desaparecimento e por outro lado é renascimento.

Assim somos nós. Voltar é impossível na existência. Você pode ir em frente e se arriscar . Coragem!

Torne-se OCEANO !!!

Colaboração de Lourdinha Cocozza

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A folha do dia

Certo dia um professor estava aplicando uma prova e os alunos, em silêncio, tentavam responder as perguntas com uma certa ansiedade.

Faltavam uns quinze minutos para o encerramento e um jovem levantou o braço e disse: professor, pode me dar uma folha em branco?O professor levou a folha até sua carteira e perguntou-lhe porque queria mais uma folha em branco, e o aluno falou: eu tentei responder as questões, rabisquei tudo, fiz uma confusão danada e queria começar outra vez.

Apesar do pouco tempo que faltava, o professor confiou no rapaz, deu-lhe a folha em branco e ficou torcendo por ele.

A atitude do aluno causou simpatia ao professor que, tempos depois, ainda se lembrava daquele episódio simples, mas significativo.

Assim como aquele aluno, nós também recebemos de Deus, a cada dia, uma nova folha em branco. E muitos de nós só temos feito rabiscos, confusões, tentativas frustradas, e uma confusão danada...

Outros apenas amassam essa nova página e a arremessam na lixeira, preferindo a ociosidade, gastando o tempo na inutilidade.

Talvez hoje fosse um bom momento para começar a escrever, nessa nova página em branco, uma história diferente, visando um resultado mais feliz.

Assim como tirar uma boa nota depende da atenção e do esforço do aluno, uma vida boa também depende da atenção e da dedicação de cada um.

Não importa qual seja sua idade, sua condição financeira, sua religião... Tome essa página em branco e passe sua vida a limpo.

Escreva, hoje, um novo capítulo, com letras bem definidas e sem rasuras. E o principal: que todos possam ler e encontrar lições nobres.

Não se preocupe em tirar nota dez, ser o primeiro em tudo, preocupe-se apenas em fazer o melhor que puder.

Pense que mesmo não tendo pedido, Deus lhe ofereceu uma outra folha em branco, que é o dia de hoje.

Por isso, não se permita rabiscar ou escrever bobagens nesta nova página, nem desperdiçá-la.

Aproveite essa nova chance e escreva um capítulo feliz na sua história.

Use as tintas com lucidez e coragem, com discernimento e boa vontade. Não poupe as palavras: dignidade, amizade, fraternidade, esperança e fé.

Assim, ao terminar de escrever esse novo capítulo da sua vida, você não verá rasuras nem terá que reescrevê-lo em tempo algum, porque foi escrito com nobreza e sabedoria.

Pense nisso! Aproveite este dia e ame com todas as forças do seu coração, sem restrições, sem ver defeitos ou tristezas. Conjugar o verbo amar é escrever uma história feliz.

Não espere que a melhoria, a prosperidade e o bem-estar caiam do céu milagrosamente, sem fazer força.

Tudo tem o preço da conquista, da busca, da participação, do esforço.

São muito potentes os talentos que você dispõe, ainda não explorados pelo seu pensar e sentir, e muitas são as suas possibilidades de crescer e conquistar o que mais quer ou precisa, chegando à felicidade.

Basta que não amasse nem rabisque de forma inconseqüente essa página em branco, chamada hoje.

Colaboração de Maria J. Nascimento Silva

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Encerrando Ciclos

Glória Hurtado

Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final. Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver...

Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos - não importa o nome que damos, o que importa é deixar, no passado, os momentos da vida que já acabaram.

Você pode passar muito tempo se perguntando por que isso aconteceu. Pode dizer para si mesmo que não dará mais nenhum passo, enquanto não entender as razões que levaram a certas coisas, que eram tão importantes e sólidas em sua vida, serem subitamente transformadas em pó...

Mas tal atitude será um desgaste imenso para todos: seja parceiros, amigos, familiares; todos estarão encerrando capítulos, virando a página, seguindo adiante, e todos sofrerão ao ver que você está parado...

Ninguém pode estar ao mesmo tempo no presente e no passado, nem mesmo quando tentamos entender as coisas que acontecem conosco. O que passou não voltará...

Não podemos ser eternamente meninos, adolescentes tardios, filhos que se sentem culpados ou rancorosos com os pais, amantes que revivem, noite e dia, uma ligação com quem já foi embora e não tem a menor possibilidade de voltar. As coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas realmente possam ir embora...

Por isso, é tão importante (por mais doloroso que seja) destruir recordações, mudar de casa, dar muitas coisas para orfanatos, vender ou doar os livros...

Tudo neste mundo visível é uma manifestação do mundo invisível. O que está acontecendo em nosso coração ao se desfazerem certas lembranças significa, também, abrir espaço para que outras tomem seu lugar.

Crescer é deixar ir embora, soltar, desprender-se...

Ninguém está jogando nesta vida com cartas marcadas; portanto, às vezes ganhamos, às vezes perdemos. Não espere que lhe devolvam algo, não espere que reconheçam seu esforço, que descubram seu gênio, que compreendam seu amor...

Pare de ligar sua televisão emocional e assistir sempre ao mesmo programa, que mostra como você sofreu com determinada perda: isso o estará, apenas, envenenando e nada mais...

Encerrando ciclos, não por causa do orgulho, por incapacidade ou soberba, mas porque, simplesmente, aquilo já não se encaixa mais na sua vida...

Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. Deixe de ser quem era, e se transforme em quem você é.

Colaboração de Maria J. Nascimento Silva

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Mandamentos Para Uma Vida Feliz

Coma somente se tiver fome...

Durma somente se tiver sono...

Abrace muito...

Beije mais ainda e ria, já que a vida é de graça...

Peça!

Sempre haverá alguém que lhe dará o que você está precisando...

Despeça-se do que já passou. Quem vive de passado é museu...

Pare de se preocupar...

Perdoe-se por suas burrices e fracassos...

Lembre-se de orar para agradecer. Você já recebeu mais do que suficiente para crescer e ser feliz...

Não perca tempo em discussões inúteis.

Ao invés de brigar cante uma canção...

Adote a filosofia do cavalo na parada de 7 de setembro: Andando, cag*** e sendo aplaudido...

Cuide de si mesmo como se estivesse cuidando do seu melhor amigo...

Expresse a sua individualidade...

Faça alguma coisa que sempre desejou fazer, mas que tinha vergonha...

Cometa novos erros...

Simplifique sua vida...

Deixe bagunçado...

Acredite no amor...

Grandes amizades não se perdem em pequenas disputas.Se se perderem, é porque não eram nem amizades,muito menos grande...

Saiba que muitas vezes a felicidade de quem está do seu lado depende da sua felicidade...

Siga os mandamentos e...

SEJA SEMPRE MUITO FELIZ!!!

Colaboração de Mª Suzana M. C. Almeida

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As Sete Verdades do Bambu

Padre Léo - Livro 'Buscando as coisas do Alto'

Depois de uma grande tempestade, o menino que estava passando férias na casa do seu avô, o chamou para a varanda e falou:

"Vovô, corre aqui !

Me explica como esta figueira, árvore frondosa e imensa, que precisava de quatro homens para abraçar seu tronco se quebrou, caiu com vento e com chuva, e... ...este bambu tão fraco continua de pé ?"

"Filho, o bambu permanece em pé porque teve a humildade de se curvar na hora da tempestade. A figueira quis enfrentar o vento. O bambu nos ensina sete coisas. Se você tiver a grandeza e a humildade dele, vai experimentar o triunfo da paz em seu coração.

A primeira verdade que o bambu nos ensina, e a mais importante, é a humildade diante dos problemas, das dificuldades. Eu não me curvo diante do problema e da dificuldade, mas diante daquele, o único, o princípio da paz, aquele que me chama, que é o Senhor.

Segunda verdade: o bambu cria raízes profundas. É muito difícil arrancar um bambu, pois o que ele tem para cima ele tem para baixo também. Você precisa aprofundar a cada dia suas raízes em Deus na oração.

Terceira verdade: Você já viu um pé de bambu sòzinho? Apenas quando é novo, mas antes de crescer ele permite que nasça outros a seu lado (como no cooperativismo). Sabe que vai precisar deles. Eles estão sempre grudados uns nos outros, tanto que de longe parecem com uma árvore. Às vezes tentamos arrancar um bambu lá de dentro, cortamos e não conseguimos. Os animais mais frágeis vivem em bandos, para que desse modo se livrem dos predadores.

A quarta verdade que o bambu nos ensina é não criar galhos. Como tem a meta no alto e vive em moita, comunidade, o bambu não se permite criar galhos. Nós perdemos muito tempo na vida tentando proteger nossos galhos, coisas insignificantes que damos um valor inestimável. Para ganhar, é preciso perder tudo aquilo que nos impede de subirmos suavemente.

A quinta verdade é que o bambu é cheio de nós ( e não de eu's ). Como ele é ôco, sabe que se crescesse sem nós seria muito fraco. Os nós são os problemas e as dificuldades que superamos. Os nós são as pessoas que nos ajudam, aqueles que estão próximos e acabam sendo força nos momentos difíceis. Não devemos pedir a Deus que nos afaste dos problemas e dos sofrimentos. Eles são nossos melhores professores, se soubermos aprender com eles.

A sexta verdade é que o bambu é ôco, vazio de si mesmo. Enquanto não nos esvaziarmos de tudo aquilo que nos preenche, que rouba nosso tempo, que tira nossa paz, não seremos felizes. Ser ôco significa estar pronto para ser cheio do Espírito Santo.

Por fim, a sétima lição que o bambu nos dá é exatamente o título do livro: ele só cresce para o alto. Ele busca as coisas do Alto. Essa é a sua meta."

Colaboração de Mª Jacinta N. Silva

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Lição de PERSEVERANÇA

Já observou a atitude dos pássaros ante às adversidades?

Ficam dias e dias fazendo seu ninho, recolhendo materiais, às vezes trazidos de locais distantes...

... E quando já ele está pronto e estão preparados para por os ovos, as inclemências do tempo ou a ação do ser humano ou de algum animal destrói o que com tanto esforço se consegui...

O que faz o pássaro? Pára, abandona a tarefa?

De maneira nenhuma. Começa, uma outra vez, até que no ninho apareçam os primeiros ovos.

Muitas vezes, antes que nasçam os filhotes, um animal, uma criança, uma tormenta, volta a destruir o ninho, mas agora com seu precioso conteúdo...

Dói recomeçar do zero... Mas ainda assim o pássaro jamais emudece, nem retrocede, segue cantando e construindo, construindo e cantando...

Já sentiu que sua vida, seu trabalho, sua família, seus amigos não são o que você sonhou?

Tem vontade de dizer basta, não vale a pena o esforço, isto é demasiado para mim?

Você está cansado de recomeçar, do desgaste da luta diária, da confiança traída, das metas não alcançadas quando estava a ponto de conseguir?

Mesmo que a vida o golpeie mais uma vez, não se entregue nunca, faça uma oração, ponha sua esperança na frente e avance. Não se preocupe se na batalha seja ferido, é esperado que algo assim aconteça. Junte os pedaços de sua esperança, arme-a de novo e volte a ir em frente.

Não importa o que você passe... Não desanime, siga adiante.

A vida é um desafio constante, mas vale a pena aceitá-lo. E sobretudo... Nunca deixe de cantar.

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A confiança

Quando depositamos muita confiança ou expectativas em uma pessoa, o risco de se decepcionar é grande!

As pessoas não estão aqui para satisfazer nossas expectativas, assim como não estamos aqui para satisfazer as delas!

Temos que nos bastar!

Nos bastar sempre e, quando procurarmos estar com alguém, fazer isso cientes de que estamos juntos porque gostamos, porque queremos e nos sentimos bem; nunca por PRECISAR DE ALGUÉM!

As pessoas não se precisam!

Elas se completam... não por serem metades, mas por serem pessoas inteiras, dispostas a dividir objetivos comuns, alegrias e vida!

NUNCA SE ABANDONE!!!..."

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O sucesso é construído à noite!

Roberto Shinyashiki

Não conheço ninguém que conseguiu realizar seu sonho, sem sacrificar feriados e domingos pelo menos uma centena de vezes.

Da mesma forma, se você quiser construir uma relação amiga com seus filhos, terá que se dedicar a isso, superar o cansaço, arrumar tempo para ficar com eles, deixar de lado o orgulho e o comodismo.

Se quiser um casamento gratificante, terá que investir tempo, energia e sentimentos nesse objetivo, pois ao contrário, acabará perdendo seu grande amor.

O sucesso é construído à noite! Durante o dia você faz o que todos fazem.

Mas, para obter um resultado diferente da maioria, você tem que ser especial. Se fizer igual a todo mundo, obterá os mesmos resultados. Não se compare à maioria, pois infelizmente ela não é modelo de sucesso.

Se você quiser atingir uma meta especial, terá que estudar no horário em que os outros estão tomando chope com batata frita. Terá de planejar, enquanto os outros permanecem à frente da televisão. Terá de trabalhar enquanto os outros tomam sol à beira da piscina. A realização de um sonho depende de dedicação.

Há muita gente que espera que o sonho se realize por mágica. Mas toda mágica é ilusão. A ilusão não tira ninguém de onde está. Ilusão é combustível de perdedores.

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A voz do silêncio

Por Letícia Thompson

O silêncio na hora certa vale ouro. Ele pode falar mais que mil palavras, dar mil conselhos e evitar uma situação constrangedora.

Temos o hábito de falar demais e nos esquecemos que não há retorno para o que foi dito.

Muitas vezes quando não falamos acabamos dizendo muito.

Quando há atrito entre duas ou mais pessoas e elas não conseguem se conter, acabam por dizer coisas que, de maneira refletida, não diriam.

Uma discussão é como uma fogueira e as palavras são o vento que aviva a brasa; quanto mais se fala, mais a brasa arde; quanto mais as pessoas dizem nessa situação, menos refletem e acabam por alterar a voz, de maneira que no fim das contas o que se ouve são gritos.

Quantas e quantas pessoas não estragam uma relação só porque não souberam a hora certa de falar e a de calar!

Quantos desentendimentos porque, querendo se comunicar, acabaram simplesmente cortando a comunicação com palavras vazias e irrefletidas!

Quando falamos rápido demais, corremos o risco de dizer o que não diríamos se tivéssemos pensado duas vezes.

Magoamos assim as pessoas e nos magoamos.

O arrependimento que vem em seguida não apaga as palavras, não corrige os erros e deveria nos servir de lição... o que nem sempre acontece!

Poderíamos aprender a contar até 10 ou mesmo 100 antes de responder bruscamente a algo que nos afetou.

A resposta não será certamente a mesma depois de passado um tempo.

Mas para as pessoas que não conseguem se conter numa discussão, o melhor é o afastamento temporário.

É muito melhor pensar sem falar que falar sem pensar.

Uma boa noite de sono pode ser excelente para acalmar.

Costuma-se dizer que a noite dá conselhos. Penso que, sobretudo, ela nos dá a oportunidade de, sozinhos, colocar em ordem nossa cabeça.

Pensar duas vezes antes de falar, sim.

Mesmo três ou dez se necessário.

Ficar em silêncio quando a melhor resposta é o silêncio é dar ao outro a chance de pensar um pouco sobre a situação.

Em muitas brigas onde as palavras correm como as águas do rio, freqüentemente chegam a discussão coisas que nem deveriam estar lá. Vai-se desenterrando o passado com palavras e lembranças e isso ao invés de ajudar o presente, só piora.

Às vezes a melhor resposta é o silêncio, desde que não seja prolongado o bastante para cortar a comunicação.

Ficar dias sem falar com uma pessoa só porque esta está em desacordo com nossa opinião é imaturo.

Uma noite é e deve ser o suficiente para que duas pessoas possam se olhar de frente e conversar como adultos.

Isso faz parte da maturidade.

Pessoas maduras chegam na hora certa e partem na hora certa nos encontros marcados da vida.

Dizem o que deve ser dito e ouvem caladas.

Pensam seriamente no que o outro diz sem ficar obstinadas com as próprias idéias.

Elas se comunicam, dão e recebem.

Crescem em sabedoria e contribuem para que o mundo seja um lugar mais agradável de se estar.

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Curso de Sobrevivência

Há muitos anos, Tom era funcionário de uma empresa muito preocupada com a educação. Um dia, o executivo principal decidiu que ele e todo grupo gerencial - um total de 12 pessoas -deveriam participar de um curso de sobrevivência, que tinha a forma de uma longa corrida de obstáculos.

A prova era cruzar um rio violento e impetuoso.

Para a surpresa de todos pela primeira vez o grupo gerencial foi solicitado a dividir-se em três grupos menores de quatro pessoas para a superação daquele obstáculo.

Os grupos eram: A, B e C.

O grupo A recebeu quatro tambores de óleos vazios, duas grandes toras de madeira, uma pilha de tábuas, um grande rolo de corda grossa e dois remos.

O grupo B recebeu dois tambores, uma tora e um rolo de barbante.

Já o grupo C não recebeu recurso nenhum para cruzar o rio; eles foram solicitados a usarem os recursos fornecidos pela natureza, caso conseguissem encontrar algum perto do rio ou na floresta próxima.

Não foi dada nenhuma instrução a mais. Simplesmente foi dito aos participantes que todos deveriam atravessar o rio dentro de quatro horas.

Tom teve a "sorte" de estar no grupo A, que não levou mais do que meia hora para construir uma maravilhosa jangada. Um quarto de hora mais tarde, todo o grupo estava em segurança e com os pés enxutos no outro lado do rio, observando os grupos em sua luta desesperada.

O Grupo B, ao contrário, levou quase duas horas para atravessar o rio. Havia muito tempo que Tom e seu grupo não riam tanto como no momento em que a tora e dos dois tambores viraram com os gerentes financeiro, de computação, de produção e de pessoal.

E o melhor estava por vir.

Nem mesmo o rugido das águas do rio era suficiente para sufocar o riso dos oito homens quando o grupo C tentou lutar contra as águas espumantes. Os coitados agarraram-se a um emaranhado de galhos, que estavam se movendo rapidamente com a correnteza. O auge da diversão foi quando o grupo bateu em um rochedo, quebrando os galhos. Somente reunindo todas as forças que lhes restavam foi que o último membro do grupo C, o gerente de logística, todo arranhado e com os óculos quebrados conseguiu atingir a margem, 200 metros rio abaixo.

Quando o líder do curso voltou, depois de quatro horas, perguntou:

— Então como vocês se saíram?

O grupo A respondeu em coro:

— Nós vencemos! Nós vencemos!

O líder do curso respondeu:

— Vocês devem ter entendido mal. Vocês não foram solicitados a vencer os outros. A tarefa seria concluída quando os três grupos atravessassem o rio dentro de quatro horas.

Nenhum deles pensou em ajuda mútua, nem sonhou em dividir os recursos (tambores, toras, corda e remos) para atingirem uma meta comum. Não ocorreu a nenhum dos grupos coordenar os esforços e ajudar os outros. Foi uma lição para todos no grupo gerencial. Todos caíram direto na armadilha. Mas naquele dia, o grupo aprendeu muito a respeito de trabalho em equipe e de lealdade em relação aos outros.

Moral da história

Se parássemos de encarar a vida e as pessoas como um jogo e milhões de adversários, muito provavelmente sofreríamos menos, compreenderíamos mais os problemas alheios e encontraríamos muito mais conforto no abraço de cada um.

Mas, infelizmente, nos enxergamos como rivais, como se estivéssemos em busca de um tesouro tão pequeno que só poderia fazer vitorioso a uma única pessoa.

Ledo engano: o maior prêmio de nossa existência está na capacidade de compartilharmos a vida!

Estamos todos no mesmo barco!

Experimente acolher ao invés de julgar, perdoar ao invés de acusar e compreender ao invés de revidar!

É difícil, sem dúvida! Mas é possível e extremamente gratificante.

A vida fica mais leve, o caminho fica mais fácil e a recompensa, muito mais valiosa.

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Escrever

Escrever é fácil: você começa com uma letra maiúscula e termina com um ponto final. No meio você coloca idéias. (Pablo Neruda)

Escrever é, simplesmente, uma maneira de falar sem que nos interrompam. (Sofocleto)

É preciso escrever o mais possível como se fala e não falar demais como se escreve. (Sainte-Beuve)

O ato de escrever é a arte de sentar-se numa cadeira. (Sinclair Lewis)

Somos todos escritores. Só que uns escrevem, outros não. (José Saramago)

Escrever é ter coisas para dizer. (Darcy Ribeiro)

Perdoe-me, senhora, se escrevi carta tão comprida. Não tive tempo de fazê-la curta. (Voltaire)

Reescrevi 30 vezes o último parágrafo de 'Adeus às Armas' antes de me sentir satisfeito. (Ernest Hemingway)

Uma história se conta, não se explica. (Jorge Amado)

Escrevo para que meus amigos me amem ainda mais. (Gabriel García-Márquez)

Quem não lê não escreve. (Wander Soares)

Cada um escreve do jeito que respira. Cada um tem seu estilo. Devo minha literatura à asma. (Fabrício Carpinejar)

Escrever é um ato de liberdade. (Martin Amis)

Escrever é uma forma de a voz sobreviver à pessoa. (Margaret Atwood)

De escrever para marmanjos já me enjoei. Bichos sem graça. Mas para crianças um livro é todo um mundo. (Monteiro Lobato)

Quando alguém pergunta a um autor o que este quis dizer é porque um dos dois é burro. (Mário Quintana)

Existem três regras para escrever ficção. Infelizmente ninguém sabe quais são elas. (W. Somerset Maugham)

O autor escreve apenas metade de um livro. A outra metade fica por conta do leitor. (Joseph Conrad)

Corrigir uma página é fácil, mas escrevê-la, ah, amigo! Isso é difícil. (Jorge Luis Borges)

Escrever não é fácil ou difícil, mas possível ou impossível. (Camilo José Cela)

Escrever é deixar uma marca. É impor ao papel em branco um sinal permanente, é capturar um instante em forma de palavra. (Margaret Atwood)

Eu escrevo como se fosse salvar a vida de alguém. Provavelmente a minha própria vida. (Clarice Lispector)

Para escrever bem é preciso uma facilidade natural e uma dificuldade adquirida. (Joseph Joubert)

Escrever não é nada mais senão ter o tempo de dizer: estou morrendo. (Gaëtan Picon)

Uns escrevem para salvar a humanidade ou incitar lutas de classes, outros para se perpetuar nos manuais de literatura ou conquistar posições e honrarias. Os melhores são os que escrevem pelo prazer de escrever. (Lêdo Ivo)

Escrever é sacudir o sentido do mundo. (Roland Barthes)

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Quem Eu Sou Faz a Diferença

Uma professora de determinado colégio decidiu homenagear cada um dos seus formandos dizendo-lhes da diferença que tinham feito em sua vida de mestra.

Chamou um de cada vez para frente da classe. Começou dizendo a cada um a diferença que tinham feito para ela e para os outros da turma.

Então deu a cada um uma fita azul, gravada com letras douradas que diziam: "Quem Eu Sou Faz a Diferença".

Mais adiante, resolveu propor um Projeto para a turma, para que pudessem ver o impacto que o reconhecimento positivo pode ter sobre uma comunidade.

Deu aos alunos mais três fitas azuis para cada um, com os mesmos dizeres, e os orientou a entregarem as fitas para as pessoas de seu conhecimento que achavam que desempenhavam um papel diferente. Mas que deveriam poder acompanhar os resultados para ver quem homenagearia quem, e informar esses resultados à classe ao fim de uma semana.

Um dos rapazes procurou um executivo iniciante em uma empresa próxima, e o homenageou por tê-lo ajudado a planejar sua carreira. Deu-lhe uma fita azul, pregando-a em sua camisa. Feito isso, deu-lhe as outras duas fitas dizendo:

"Estamos desenvolvendo um projeto de classe sobre reconhecimento, e gostaríamos que você escolhesse alguém para homenagear, entregando-lhe uma fita azul, e mais outra, para que ela, por sua vez, também possa homenagear a uma outra pessoa, e manter este processo vivo. Mas depois, por favor, me conte o que perceber ter acontecido."

Mais tarde, naquele dia, o executivo iniciante procurou seu chefe, que era conhecido, por sinal, como uma pessoa de difícil trato. Fez seu chefe sentar, disse-lhe que o admirava muito por ser um gênio criativo. O chefe pareceu ficar muito surpreso. O executivo subalterno perguntou a ele se aceitaria uma fita azul e se lhe permitiria colocá-la nele.

O chefe surpreso disse: "É claro." Afixando a fita no bolso da lapela, bem acima do coração, o executivo deu-lhe mais uma fita azul igual e pediu: "Leve esta outra fita e passe-a a alguém que você também admira muito." E explicou sobre o projeto de classe do menino que havia dado a fita a ele próprio.

No final do dia, quando o chefe chegou a sua casa, chamou seu filho de 14 anos e o fez sentar-se diante dele. E disse:

"A coisa mais incrível me aconteceu hoje. Eu estava na minha sala e um dos executivos subalternos veio e me deu uma fita azul pelo meu gênio criativo. Imagine só! Ele acha que sou um gênio! Então me colocou esta fita que diz que "Quem Eu Sou Faz a Diferença". Deu-me uma fita a mais pedindo que eu escolhesse alguma outra pessoa que eu achasse merecedora de igual reconhecimento." Quando vinha para casa, enquanto dirigia, fiquei pensando em quem eu escolheria e pensei em você...

Gostaria de homenageá-lo. "Meus dias são muito caóticos e quando chego em casa, não dou muita atenção a você. As vezes grito com você por não conseguir notas melhores na escola, e por seu quarto estar sempre uma bagunça. Mas por alguma razão, hoje, agora, me deu vontade de tê-lo à minha frente. Simplesmente, sabe, para dizer a você, que você faz uma grande diferença para mim. Além de sua mãe, você é a pessoa mais importante da minha vida. Você é um grande garoto filho, e eu te amo!"

O menino, pego de surpresa, desandou a chorar convulsivamente sem parar. Ele olhou seu pai e falou entre lágrimas:

"Pai, poucas horas atrás eu estava no meu quarto e escrevi uma carta de despedida endereçada a você e à mamãe, explicando porque havia decidido suicidar e lhes pedindo perdão". Pretendia me matar enquanto vocês dormiam. Achei que vocês não se importavam comigo. "A carta está lá em cima, mas acho que afinal, não vou precisar dela mesmo." Seu pai foi lá em cima e encontrou uma carta cheia de angústia e de dor.

O homem foi para o trabalho no dia seguinte completamente mudado. Ele não era mais ranzinza e fez questão de que cada um dos seus subordinados soubesse a diferença que cada um fazia. O executivo que deu origem a isso ajudou muitos outros a planejarem suas carreiras e nunca esqueceu de lhes dizer que cada um havia feito uma diferença em sua vida... Sendo um deles o filho do próprio chefe.

A conseqüência desse projeto é que cada um dos alunos que participou dele aprendeu uma grande lição. De que "Quem Você É Faz sim, uma Grande Diferença".

Você não precisa passar isso adiante para ninguém... Nem para duas nem para duzentas pessoas. Continue a sua vida como você acha que está bom para você.

Por outro lado, se quiser, pode enviar para aquelas pessoas que significaram ou significam algo para você, sejam quantas forem. Ou por outro lado, simplesmente sorria quando lhe escrevo que estou lhe mandando isso porque você é importante para mim, cada um de vocês é importante para mim, senão não os teria incluído na minha lista de envio. Quem você é na minha vida, faz muita diferença para mim, e eu queria que vocês soubessem disso.

"Quem Eu Sou Faz a Diferença"

Eis aqui a sua fita azul!

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A perfeição de Deus

No Brooklyn, Nova Iorque, Chush é uma escola que se dedica ao ensino de crianças especiais. Algumas crianças ali permanecem por toda a vida escolar, enquanto outras podem ser encaminhadas para uma escola comum..

Num jantar beneficente de Chush, o pai de uma criança fez um discurso que nunca mais seria esquecido pelos que ali estavam presentes.

Depois de elogiar a escola e seu dedicado pessoal, perguntou:

— Onde está a perfeição no meu filho Pedro, se tudo o que DEUS faz é feito com perfeição? Meu filho não pode entender as coisas como outras crianças entendem. Meu filho não se pode lembrar de fatos e números como as outras crianças. Então, onde está a perfeição de Deus?

Todos ficaram chocados com a pergunta e com o sofrimento daquele pai, mas ele continuou:

— Acredito que quando Deus traz uma criança especial ao mundo, a perfeição que Ele busca está no modo como as pessoas reagem diante desta criança.

Então ele contou a seguinte história sobre o seu filho Pedro:

— Uma tarde, Pedro e eu caminhávamos pelo parque onde alguns meninos que o conheciam, estavam jogando beisebol. Pedro perguntou-me:

— Pai, você acha que eles me deixariam jogar?

Eu sabia das limitações do meu filho e que a maioria dos meninos não o queria na equipe. Mas entendi que se Pedro pudesse jogar com eles, isto lhe daria uma confortável sensação de participação. Aproximei-me de um dos meninos no campo e perguntei-lhe se Pedro poderia jogar. O menino deu uma olhada ao redor, buscando a aprovação de seus companheiros de equipe e mesmo não conseguindo nenhuma aprovação, ele assumiu a responsabilidade e disse:

— Nós estamos perdendo por seis rodadas e o jogo está na oitava. Acho que ele pode entrar na nossa equipe e tentaremos colocá-lo para bater até a nona rodada.

Fiquei admirado quando Pedro abriu um grande sorriso ao ouvir a resposta do menino. Pediram então que ele calçasse a luva e fosse para o campo jogar. No final da oitava rodada, a equipe de Pedro marcou alguns pontos, mas ainda estava perdendo por três. No final da nona rodada, a equipe de Pedro marcou novamente e agora com dois fora e as bases com potencial para a rodada decisiva, Pedro foi escalado para continuar. Uma questão, porém, veio à minha mente: a equipe deixaria Pedro, de fato, rebater nesta circunstância e deitar fora à possibilidade de ganhar o jogo? Surpreendentemente, foi dado o bastão a Pedro. Todo o mundo sabia que isto seria quase impossível, porque ele nem mesmo sabia segurar o bastão. Porém, quando Pedro tomou posição, o lançador se moveu alguns passos para arremessar a bola de maneira que Pedro pudesse ao menos rebater. Foi feito o primeiro arremesso e Pedro balançou desajeitadamente e perdeu. Um dos companheiros da equipe de Pedro foi até ele e juntos seguraram o bastão e encararam o lançador.

O lançador deu novamente alguns passos para lançar a bola suavemente para Pedro. Quando veio o lance, Pedro e o seu companheiro da equipe balançaram o bastão e juntos rebateram a lenta bola do lançador. O lançador apanhou a suave bola e poderia tê-la lançado facilmente ao primeiro homem da base, Pedro estaria fora e isso teria terminado o jogo. Ao invés disso, o lançador pegou a bola e lançou-a numa curva, longa e alta para o campo, distante do alcance do primeiro homem da base.

Então todo o mundo começou a gritar: Pedro corre para a primeira base, corre para a primeira. Nunca na sua vida ele tinha corrido... mas saiu disparado para a linha de base, com os olhos arregalados e assustado. Até que ele alcançasse a primeira base, o jogador da direita teve a posse da bola. Ele poderia ter lançado a bola ao segundo homem da base, o que colocaria Pedro fora de jogo, pois ele ainda estava correndo. Mas o jogador entendeu quais eram as intenções do lançador, assim, lançou a bola alta e distante, acima da cabeça do terceiro homem da base. Todo o mundo gritou:

— Corre para a segunda, Pedro, corre para a segunda base.

Pedro correu para a segunda base, enquanto os jogadores à frente dele circulavam deliberadamente para a base principal. Quando Pedro alcançou a segunda base, a curta parada adversária colocou-o na direção de terceira base e todos gritaram:

— Corre para a terceira.

Ambas as equipes correram atrás dele gritando:

— Pedro, corre para a base principal.

Pedro correu para a base principal, pisou nela e todos os 18 meninos o ergueram nos ombros fazendo dele o herói, como se ele tivesse vencido o campeonato e ganho o jogo para a equipe dele.

— Naquele dia, disse o pai, com lágrimas caindo sobre face, aqueles 18 meninos alcançaram a Perfeição de Deus. Eu nunca tinha visto um sorriso tão lindo no rosto do meu filho!

Todos precisamos parar alguns momentos para pensar naquilo que é realmente importante na vida. A amizade e a solidariedade nunca sairão de moda. Basta querermos!

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Você é bom em tomar decisões?

Um grupo de crianças brinca próximo a duas vias férreas. Uma das vias ainda está em uso e a outra está desativada. Apenas uma criança brinca na via desativada, enquanto que as outras, na via em operação. O trem está vindo e você está exatamente sobre aquele aparelho que pode mudar o trem de uma linha para outra.

Você pode fazer o trem mudar seu curso para a pista desativada e salvar a vida da maioria das crianças. Entretanto, isto significa que a solitária criança que brinca na via desativada será sacrificada.

Você deixaria o trem seguir seu caminho? O que você faria?

Discuta e anote a decisão e porquê?

Resposta

A maioria das pessoas escolherão desviar o trem e sacrificar só uma criança. Você pode ter pensado da mesma forma, eu acho.

Exatamente, salvar a vida da maioria das crianças à custa de uma só criança é a decisão mais racional que a maioria das pessoas tomariam, moralmente e emotivamente. Mas, você pensou que a criança que escolheu brincar na via desativada foi a única que tomou a decisão correta de brincar num lugar seguro?

Não obstante, ela tem que ser sacrificada por causa de seus amigos ignorantes que escolheram brincar onde estava o perigo.

Este tipo de dilema acontece ao nosso redor todos os dias. No escritório, na comunidade, na política... E especialmente numa sociedade democrática, a minoria freqüentemente é sacrificada pelo interesse da maioria, não importa quão tola ou ignorante a maioria seja e nem a visão de futuro e o conhecimento da minoria.

Além do mais, se a via tinha sido desativada, provavelmente não era segura. Se você desviou o trem para a outra via, colocou em risco a vida de todos os passageiros. E em sua tentativa de salvar algumas crianças sacrificando apenas uma, você pode acabar sacrificando centenas de pessoas.

Se estamos com nossas vidas cheias de fortes decisões que precisam ser tomadas, nós não podemos esquecer que decisões apressadas nem sempre levam ao lugar certo.

Lembre-se de que o que é correto nem sempre é popular... e o que é popular nem sempre é correto. E que todo o mundo comete erros; foi por isso que inventaram a borracha e o apagador.

De tanto ver as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra; de tanto ver crescer a injustiça; de tanto ver agigantarem-se os poderes na mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter a vergonha de ser honesto. (Rui Barbosa)

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Lei do caminhão de lixo

Autor desconhecido

Um dia peguei um taxi e fomos direto para o aeroporto. Estávamos rodando na faixa certa quando de repente um carro preto saltou do estacionamento na nossa frente.

O motorista do taxi pisou no freio, deslizou e escapou do outro carro por um triz!

O motorista do outro carro sacudiu a cabeça e começou a gritar para nós.

O motorista do taxi apenas sorriu e acenou para o cara.

E eu quero dizer que ele o fez bastante amigavelmente.

Assim eu perguntei: 'Porque você fez isto? Este cara quase arruína o seu carro e nos manda para o hospital!'

Foi quando o motorista do taxi me ensinou o que eu agora chamo 'A Lei do Caminhão de Lixo."

Ele explicou que muitas pessoas são como caminhões de lixo. Andam, por ai,carregadas de lixo, cheias de frustrações, cheias de raiva, e de desapontamento.

À medida que suas pilhas de lixo crescem, elas precisam de um lugar para descarregar, e às vezes descarregam sobre a gente. Não tome isso pessoalmente.

Apenas sorria, acene, deseje-lhes bem, e vá em frente. Não pegue o lixo delas e espalhe sobre outras pessoas no trabalho, em casa, ou nas ruas.

O princípio disso é que pessoas bem sucedidas não deixam os caminhões de lixo estragarem o seu dia.

A vida é muito curta para levantar de manhã com sentimentos ruins, assim... Ame as pessoas que te tratam bem. Ore pelas que não o fazem.

A vida é dez por cento, o que você faz dela e noventa por cento a maneira como você a recebe!" Tenha um ano abençoado, livre de lixo!

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O Pacote de Biscoitos

Certo dia uma moça estava à espera de seu vôo, na sala de embarque de um aeroporto. Como ela deveria esperar por muitas horas, resolveu comprar um livro para matar tempo. Também comprou um pacote de biscoitos.

Então ela achou uma poltrona, numa parte reservada do aeroporto, para que pudesse descansar e ler em paz. quando estava instalada, um homem estranho sentou ao seu lado. Quando ela pegou o primeiro biscoito do pacote, o homem também pegou um.

Ela se sentiu indignada, furiosa mesmo, mas não disse nada. Ela pensou para si: "mas que cara de pau"! Se eu estivesse mais disposta lhe daria um soco no olho, para que ele nunca mais esquecesse...

A cada biscoito que ela pegava, o homem também pegava um. Aquilo a deixava tão indignada, que ela não conseguia reagir.

Finalmente, restava apenas um biscoito, ela pensou: "o que será que o abusado vai fazer agora?"

Então o homem dividiu o biscoito ao meio, deixando a outra metade para ela. Aquilo a deixou irada, e bufando de raiva.

Neste momento, foi chamado o seu vôo. Ela pegou seu livro e suas coisas e dirigiu-se ao embarque. Quando sentou confortavelmente em seu assento, foi mexer em sua bolsa, para apanhar uma caneta e, para sua surpresa, o seu pacote de biscoitos estava ali na bolsa, ainda intacto. Ela sentiu vergonha, pois quem estava errada o tempo todo era ela, e já não havia mais tempo de pedir desculpas nem de desfazer o mal entendido.

O homem dividira os biscoitos dele sem se sentir indignado, ao passo que isso a deixara transtornada.

Quantas vezes em nossa vida, nós é que estamos comendo os biscoitos e não temos consciência de que quem está errado somos nós.

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O círculo da alegria

Conta Bruno Ferrero que, certo dia, um camponês bateu com força na porta de um convento. Quando o irmão porteiro abriu, ele lhe estendeu um magnífico cacho de uvas.

— Caro irmão porteiro, estas são as mais belas produzidas pelo meu vinhedo. E venho aqui para dá-las de presente.

— Obrigado! Vou leva-las imediatamente ao Abade, que ficará alegre com esta oferta.

— Não! Eu as trouxe para você.

— Para mim? - o irmão ficou vermelho, porque achava que não merecia tão belo presente da natureza.

— Sim! - insistiu o camponês. - Porque sempre que bati na porta, você abriu. Quando precisei de ajuda porque a colheita foi destruída pela seca, você me dava um pedaço de pão e um copo de vinho todos os dias. Eu quero que este cacho de uvas traga-lhe um pouco do amor do sol, da beleza da chuva, e do milagre de Deus, que o fez nascer tão belo.

O irmão porteiro colocou o cacho diante de si, e passou a manhã inteira a admira-lo: era realmente lindo. Por causa disso, resolveu entregar o presente ao Abade, que sempre o havia estimulado com palavras de sabedoria.

O Abade ficou muito contente com as uvas, mas lembro-se que havia no convento um irmão que estava doente, e pensou:

"Vou dar-lhe o cacho. Quem sabe, pode trazer alguma alegria à sua vida."

E assim fez. Mas as uvas não ficaram muito tempo no quarto do irmão doente, porque este refletiu:

"O irmão cozinheiro tem cuidado de mim por tanto tempo, alimentando-me com o que há de melhor. Tenho certeza que se alegrará com isso."

Quando o irmão cozinheiro apareceu na hora do almoço, trazendo sua refeição, ele entregou-lhe as uvas.

— São para você - disse o irmão doente. - Como sempre está em contacto com os produtos que a natureza nos oferece, saberá o que fazer com esta obra de Deus.

O irmão cozinheiro ficou deslumbrado com a beleza do cacho, e fez com que o seu ajudante reparasse a perfeição das uvas. Tão perfeitas, pensou ele, que ninguém para aprecia-las melhor que o irmão sacristão; como era ele o responsável pela guarda do Santíssimo Sacramento, e muitos no mosteiro o viam como um homem santo, seria capaz de valorizar melhor aquela maravilha da natureza.

O sacristão, por sua vez, deu as uvas de presente ao noviço mais jovem, de modo que este pudesse entender que a obra de Deus está nos menores detalhes da Criação.

Quando o noviço o recebeu, o seu coração encheu-se da Glória do Senhor, porque nunca tinha visto um cacho tão lindo. Na mesma hora lembrou-se da primeira vez que chegara ao mosteiro, e da pessoa que lhe tinha aberto a porta; fora este gesto que lhe permitira estar hoje naquela comunidade de pessoas que sabiam valorizar os milagres.

Assim, pouco antes do cair da noite, ele levou o cacho de uvas para o irmão porteiro.

— Coma e aproveite - disse. - Porque você passa a maior parte do tempo aqui sozinho, e estas uvas lhe farão muito feliz.

O irmão porteiro entendeu que aquele presente tinha lhe sido realmente destinado, saboreou cada uma das uvas daquele cacho, e dormiu feliz.

Desta maneira, o círculo foi fechado; o círculo de felicidade e alegria, que sempre se estende em torno das pessoas generosas.

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As flores encomendadas

Um grande carro de luxo parou diante do pequeno escritório à entrada do cemitério e o chofer, uniformizado, dirigiu-se ao vigia.

— Você pode acompanhar-me, por favor? É que minha patroa está doente e não pode andar, explicou. Quer ter a bondade de vir falar com ela? Uma senhora de idade, cujos olhos fundos não podiam ocultar o profundo sofrimento, esperava no carro.

— Nestes últimos dois anos mandei-lhe cinco dólares por semana.

— Para as flores, lembrou o vigia.

— Justamente. Para que fossem colocadas na sepultura de meu filho.

— Vim aqui hoje, disse um tanto consternada, porque os médicos me avisaram que tenho pouco tempo de vida. Então quis vir até aqui para uma última visita e para lhe agradecer.

O funcionário teve um momento de hesitação, mas depois falou com delicadeza: — Sabe, minha senhora, eu sempre lamentei que continuasse mandando o dinheiro para as flores.

— Como assim? Perguntou a senhora.

— É que... A senhora sabe... As flores duram tão pouco tempo, e afinal, aqui, ninguém as vê...

— O senhor sabe o que está dizendo? Retrucou a senhora.

— Sei, sim minha senhora. Pertenço a uma associação de serviço social, cujos membros visitam os hospitais e os asilos. Lá, sim, é que as flores fazem muita falta. Os internados podem vê-las e apreciar seu perfume.

A senhora deixou-se ficar em silêncio por alguns segundos. Depois, sem dizer uma palavra, fez um sinal ao chofer para que partissem.

Apenas alguns meses depois, o vigia foi surpreendido por outra visita. Duplamente surpreendido porque, desta vez, era a própria senhora que vinha guiando o carro.

— Agora eu mesma levo as flores aos doentes, explicou-lhe, com um sorriso amável. O senhor tem razão. Os enfermos ficam radiantes e faz com que eu me sinta feliz. Os médicos não sabem a razão da minha cura, mas eu sei: é que eu reencontrei motivos para viver. Não esqueci meu filho, pelo contrário, dou as flores em seu nome e isso me dá forças.

Esta senhora descobrira o que quase todos não ignoramos, mas muitas vezes esquecemos. Auxiliando os outros, conseguirá auxiliar-se a si própria.

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O Tesouro de Bresa

Há uma história muito interessante, chamada "O Tesouro de Bresa", onde uma pessoa pobre compra um livro com o segredo de um tesouro. Para descobrir o segredo, a pessoa tem que decifrar todos os idiomas escritos no livro.

Ao estudar e aprender estes idiomas começam a surgir oportunidades na vida do sujeito, e ele lentamente (de forma segura) começa a prosperar. Depois ele precisa decifrar os cálculos matemáticos do livro. É obrigado a continuar estudando e se desenvolvendo, e a sua prosperidade aumenta. No final da história, não existe tesouro algum - na busca do segredo, a pessoa se desenvolveu tanto que ela mesma passa a ser o tesouro.

O profissional que quiser ter sucesso e prosperidade precisa aprender a trabalhar a si mesmo com muita disciplina e persistência. Vejo com freqüência as pessoas dando um duro danado no trabalho, porque foram preguiçosas demais para darem um duro danado em si mesmas. Os piores são os que acham que podem dar duro de vez em quando. Ou que já deram duro e agora podem se acomodar. Entenda: o processo de melhoria não deve acabar nunca. Acomodação é o maior inimigo do sucesso!!!

Por isso dizem que a viagem é mais importante que o destino. O que você é acaba sendo muito mais importante do que o que você tem. A pergunta importante não é "quanto vou ter?", mas sim "no que vou me transformar?" Não é "quanto vou ganhar?", mas sim "quanto vou aprender?". Pense bem e você notará que tudo o que tem é fruto direto da pessoa que você é hoje. Se você não tem o suficiente, ou se acha o mundo injusto, talvez esteja na hora de rever esses conceitos.

O porteiro do meu prédio vem logo à mente. É porteiro desde que o conheço. Passa 8 horas por dia na sua sala, sentado atrás da mesa. Nunca o peguei lendo um livro. Está sempre assistindo à TV, ou reclamando do governo, do salário, do tempo. É um bom porteiro, mas em todos estes anos poderia ter se desenvolvido e hoje ser muito melhor do que é. Continua porteiro, sabendo (e fazendo) exatamente as mesmas coisas que sabia (e fazia) dez anos atrás. Aí reclama que o sindicato não negocia um reajuste maior todos os anos.

Nunca consegui fazê-lo entender que as pessoas não merecem ganhar mais só porque o tempo passou. Ou você aprende e melhora, ou merece continuar recebendo exatamente a mesma coisa. Produz mais, vale mais? Ganha mais. Produz a mesma coisa? Ganha a mesma coisa. É simples. Os rendimentos de uma pessoa raramente excedem seu desenvolvimento pessoal e profissional. Às vezes alguns têm um pouco mais de sorte, mas na média isso é muito raro.

É só ver o que acontece com os ganhadores da loteria, astros, atletas. Em poucos anos perdem tudo. Alguém certa vez comentou que se todo o dinheiro do mundo fosse repartido igualmente, em pouco tempo estaria de volta ao bolso de alguns poucos. Porque a verdade é que é difícil receber mais do que se é.

Como diz o Jim Rohn, no que ele chama do grande axioma da vida: "Para ter mais amanhã, você precisa ser mais do que é hoje". Esse deveria ser o foco da sua atenção. Não são precisos saltos revolucionários, nem esforços tremendos repentinos. Melhore 1% todos os dias (o conceito de "kaizen"), em diversas áreas da sua vida, sem parar.

Continue, mesmo que os resultados não sejam imediatos e que aparentemente superficialmente pareça que não está melhorando. Porque existe, de acordo com Rohn, um outro axioma: o de não mudar: "Se você não mudar quem você é, você continuará tendo o que sempre teve".

Colaboração: Wilma

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Vocabulário para meus Netos

Por Luiz Gonzaga Pinheiro

Adeus: É quando o coração que parte deixa a metade com quem fica.

Amigo: É alguém que fica para ajudar quando todo mundo se afasta.

Amor ao próximo: É quando o estranho passa a ser o amigo que ainda não abraçamos.

Caridade: É quando a gente está com fome, só tem uma bolacha e reparte.

Carinho: É quando a gente não encontra nenhuma palavra para expressar o que sente e fala com as mãos, colocando o afago em cada dedo.

Ciúme: É quando o coração fica apertado porque não confia em si mesmo.

Cordialidade: É quando amamos muito uma pessoa e tratamos todo mundo de igual maneira.

Doutrinação: É quando a gente conversa com o Espírito colocando o coração em cada palavra.

Entendimento: É quando um velhinho caminha devagar na nossa frente e a gente, estando apressado, não reclama.

Evangelho: É um livro que só se lê bem com o coração.

Evolução: É quando a gente está lá na frente e sente vontade de buscar quem ficou para trás.

Fé: É quando a gente diz que vai escalar um Everest e o coração já o considera feito.

Filhos: É quando Deus entrega uma jóia em nossa mão e recomenda cuidá-la.

Fome: É quando o estômago manda um pedido para a boca e ela silencia.

Inimizade: É quando a gente empurra a linha do afeto para bem distante.

Inveja: É quando a gente ainda não descobriu que pode ser mais e melhor do que o outro.

Lágrima: É quando o coração pede aos olhos que falem por ele.

Lealdade: É quando a gente prefere morrer que trair a quem ama.

Mágoa: É um espinho que a gente coloca no coração e se esquece de retirar.

Maldade: É quando arrancamos as asas do anjo que deveríamos ser.

Mediunidade com Jesus: É quando a gente serve de instrumento em uma comunicação mediúnica e a música tocada parece um noturno de Chopin.

Morte: Quer dizer viagem, transferência ou qualquer coisa com cheiro de eternidade.

Netos: É quando Deus tem pena dos avós e manda anjos para alegrá-los.

Obsessor: É quando o Espírito adoece, manda embora a compaixão e convida a vingança para morar com ele.

Ódio: É quando plantamos trigo o ano todo e estando os pendões maduros a gente queima tudo em um dia.

Orgulho: É quando a gente é uma formiga e quer convencer os outros de que é um elefante.

Paz: É o prêmio de quem cumpre honestamente o dever.

Perdão: É uma alegria que a gente se dá e que pensava que jamais a teria.

Perfume: É quando mesmo de olhos fechados a gente reconhece quem nos faz feliz.

Pessimismo: É quando a gente perde a capacidade de ver em cores.

Preguiça: É quando entra vírus na coragem e ela adoece.

Raiva: É quando colocamos uma muralha no caminho da paz.

Reencarnação: É quando a gente volta para o corpo, esquecido do que fez, para se lembrar do que ainda não fez.

Saudade: É estando longe, sentir vontade de voar, e estando perto, querer parar o tempo.

Sexo: É quando a gente ama tanto que tem vontade de morar dentro do outro.

Simplicidade: É o comportamento de quem começa a ser sábio.

Sinceridade: É quando nos expressamos como se o outro estivesse do outro lado do espelho.

Solidão: É quando estamos cercados por pessoas, mas o coração não vê ninguém por perto.

Supérfluo: É quando a nossa sede precisa de um gole de água e a gente pede um rio inteiro.

Ternura: É quando alguém nos olha e os olhos brilham como duas estrelas.

Vaidade: É quando a gente abdica da nossa essência por outra, geralmente pior.

Do Livro: "O Homem Que Veio da Sombra", de Luiz Gonzaga Pinheiro.

Enviado por Wilma

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Amar é Caminhar Juntos

Khalil Gibran

Quando o amor acenar, siga-o ...
Ainda que por caminhos ásperos e íngremes.
E quando suas asas o envolverem,
renda-se a ele,
ainda que a lâmina escondida sob suas asas
possa feri-lo.
E quando ele falar a você,
acredite no que ele disser,
ainda que sua voz possa destroçar seus sonhos,
assim como o vento norte devasta o jardim.
Pois, se o amor coroa, ele também o crucifica.
Se o ajuda a crescer, também o diminui.
Se o faz subir às alturas
e acaricia seus ramos mais tenros que tremem ao sol,
também o faz descer às raízes
e abala sua ligação com a terra.
Como os feixes de trigo, ele o mantém íntegro.
Debulha-o até deixá-lo nu.
Transforma-o, livrando-o de sua palha.
Tritura-o, até torná-lo branco.
Amassa-o, até deixá-lo macio e então,
submeta-o ao fogo para que se transforme em pão,
no banquete sagrado de Deus.
Todas essas coisas podem o amor fazer
para que você conheça os segredos de seu coração,
e, com esse conhecimento,
se torne um fragmento do coração da vida.

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Carga

Conta-se uma fábula sobre um homem que caminhava vacilante pela estrada, levando uma pedra em uma das mãos e um tijolo na outra. Nas costas carregava um saco de terra; em volta do peito trazia vinhas penduradas. Sobre a cabeça equilibrava uma abóbora pesada.

Pelo caminho encontrou um transeunte que lhe perguntou:

— Cansado viajante, por que carrega essa pedra tão grande?

— É estranho, respondeu o viajante, mas eu nunca tinha realmente notado que a carregava.

Então, ele jogou a pedra fora e se sentiu muito melhor. Em seguida veio outro transeunte que lhe perguntou:

— Diga-me, cansado viajante, por que carrega essa abóbora tão pesada?

— Estou contente que me tenha feito essa pergunta, disse o viajante, porque eu não tinha percebido o que estava fazendo comigo mesmo.

Então ele jogou a abóbora fora e continuou seu caminho com passos muito mais leves. Um por um, os transeuntes foram avisando-o a respeito de suas desnecessárias cargas. E ele foi abandonando uma a uma. Por fim, tornou-se um homem livre e caminhou como tal.

Qual era na verdade o problema dele? A pedra e a abóbora? Não! Era a falta de consciência da existência delas. Uma vez que as viu como cargas desnecessárias, livrou-se delas bem depressa e já não se sentia mais tão cansado.

Esse é o problema de muitas pessoas. Elas estão carregando cargas sem perceber. Não é de se estranhar que estejam tão cansadas.

Temos de cuidar com as cargas que roubam nossas forças e energia: pensamentos negativos, culpa, falta de perdão, mágoa, ciúmes, sentimentos de ódio, vingança, auto-piedade ...

Enviado por Wilma

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Correr riscos

Rir é correr risco de parecer tolo.

Chorar é correr o risco de parecer sentimental.

Estender a mão é correr o risco de se envolver.

Expor seus sentimentos é correr o risco de mostrar seu verdadeiro eu.

Defender seus sonhos e idéias diante da multidão é correr o risco de perder as pessoas.

Amar é correr o risco de não ser correspondido.

Viver é correr o risco de morrer.

Confiar é correr o risco de se decepcionar.

Tentar é correr o risco de fracassar.

Mas os riscos devem ser corridos, porque o maior perigo é não arriscar nada.

Há pessoas que não correm nenhum risco, não fazem nada, não têm nada e não são nada.

Elas podem até evitar sofrimentos e desilusões, mas elas não conseguem nada, não sentem nada, não mudam, não crescem, não amam, não vivem.

Acorrentadas por suas atitudes, elas viram escravas, privam-se de sua liberdade.

Somente a pessoa que corre riscos é livre!

Seneca (orador romano)

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Desaposentado

Domingos Pellegrini

Ele chegou à praça com uma marreta.

Endireitou a estaca de uma muda de árvore e firmou batendo com a marreta.

Amarrou a muda na estaca e se afastou como para olhar uma obra de arte.

Não resisti a puxar conversa:

— O senhor é da prefeitura?

— Não, sou da Alice, faz quarenta e dois anos. Minha mulher.

— Ah... O senhor foi quem plantou essa muda?

— Não, foi a prefeitura. Uma árvore velha caiu, plantaram essa nova de qualquer jeito, mas eu adubei, botei essa estaca aí.

Olha que beleza, já está toda enfolhada.

De tardezinha eu venho regar.

— Então o senhor gosta de plantas.

— De plantas, de bicho, até de gente eu gosto, filho.

— Obrigado pela parte que me cabe...

Ele sorriu, tirou um tesourão da cinta e começou a podar um arbusto.

— O senhor é aposentado?

— Não, sou desaposentado.

Foi podando e explicando:

— Quando me aposentei, já tinha visto muito colega aposentar e murchar, que nem árvore que você poda e rega com ácido de bateria.

Sabia que tem comerciante que rega árvore com ácido de bateria pra matar, para árvore não encobrir a fachada da loja? É... aí fica com a loja torrando no sol!

Picotou os galhos podados, formando um tapete de folhas em redor do arbusto.

— É bom pra terra... Tudo que sai da terra deve voltar pra terra... Mas então, eu já tinha visto muito colega aposentar e murchar. Botando bermuda e chinelo e ficando em casa diante da televisão. Ou indo ao boteco pra beber cerveja, depois dormindo de tarde. Bundando e engordando...

Até que acabaram com derrame ou enfarte, de não fazer nada e ainda viver falando de doença.

Cortou umas flores, fez um ramalhete:

— Pra minha menina, a Alice. Ela é um ano mais velha que eu, mas fica uma menina quando levo flor. Ela também é desaposentada. Ajuda na escola da nossa neta, ensinando a merendeira a fazer doce com pouco açúcar e salgados com os restos dos legumes que antes eram jogados fora. E ajuda na creche também, no hospital. Ih... a Alice vive ajudando todo mundo, por isso não precisa de ajuda, nem tem tempo de pensar em doença.

Amarrou o ramalhete com um ramo de grama, depositou com cuidado sobre um banco.

— Pra aguar as mudas eu tenho que trazer o balde com água lá de casa. Fui à prefeitura pedir pra botarem uma torneira aqui. Disseram que não, senão o povo ia beber água e deixar vazando. Falei pra botarem uma torneira com grade e cadeado que eu cuidaria. Falaram que não. Eu teria que ficar com o cadeado e então ia ser uma torneira pública com controle particular, e não pode.

Sorriu, olhando a praça.

— Aí falei: então posso cuidar da praça, mas não posso cuidar de uma torneira? Perguntaram, veja só, perguntaram se tenho autorização pra cuidar da praça! Nem falei mais nada. Vim embora antes que me proibissem de cuidar da praça... Ou antes, que me fizessem preencher formulários em três vias com taxa e firma reconhecida, pra fazer o que faço aqui desde que desaposentei... Está vendo aquele pinheiro fêmea ali? A Alice que plantou. Só tinha o pinheiro macho.

Agora o macho vai polinizar a fêmea e ela vai dar pinhões.

— Eu nem sabia que existe pinheiro macho e pinheiro fêmea.

— Eu também não sabia, filho. Ih... Aprendi tanta coisa cuidando dessa praça!

Hoje conheço os cantos dos passarinhos, a época de floração de cada planta, e vejo a passagem das estações como se fosse um filme.

— Mas ela vai demorar pra dar pinhões, hein?

Falei, olhando a pinheirinha ainda da nossa altura.

Ele respondeu que não tinha pressa.

— Nossa neta é criança e eu já falei pra ela que é ela quem vai colher os pinhões. Sem a prefeitura saber... E a Alice falou que, de cada pinha que ela colher, deve plantar pelo menos um pinhão em algum lugar. Assim, no fim da vida, ela vai ter plantado um pinheiral espalhado por aí. Sem a prefeitura saber, é claro, senão podem criar um imposto pra quem planta árvores...

— É admirável ver alguém com tanta idade e tanta esperança!

Ele riu:

— Se é admirável eu não sei, filho, sei que é gostoso. E agora, com licença, que eu preciso pegar a Alice pra gente caminhar. Vida de desaposentado é assim: o dinheiro é curto, mas o dia pode ser comprido, se a gente não perder tempo!".

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Pipocas da vida

Milho de pipoca que não passa pelo fogo continua a ser milho para sempre.

Assim acontece com a gente. As grandes transformações acontecem quando passamos pelo fogo. Quem não passa pelo fogo, fica do mesmo jeito a vida inteira.

São pessoas de uma mesmice e uma dureza assombrosa.

Só que elas não percebem e acham que seu jeito de ser é o melhor jeito de ser.

Mas, de repente, vem o fogo.

O fogo é quando a vida nos lança numa situação que nunca imaginamos: a dor!

Pode ser fogo de fora: perder um amor, perder um filho, o pai, a mãe, perder o emprego ou ficar pobre.

Pode ser fogo de dentro: pânico, medo, ansiedade, depressão ou sofrimento, cujas causas ignoramos.

Há sempre o recurso do remédio: apagar o fogo! Sem fogo o sofrimento diminui.

Com isso, a possibilidade da grande transformação também. Imagino que a pobre pipoca, fechada dentro da panela, lá dentro cada vez mais quente, pensa que sua hora chegou: Vai morrer.

Dentro de sua casca dura, fechada em si mesma, ela não pode imaginar um destino diferente para si.

Não pode imaginar a transformação que está sendo preparada para ela.

A pipoca não imagina aquilo de que ela é capaz.

Aí, sem aviso prévio, pelo poder do fogo a grande transformação acontece: BUM!

E ela aparece como uma outra coisa completamente diferente, algo que ela mesma nunca havia sonhado. Bom, mas ainda temos o piruá, que é o milho de pipoca que se recusa a estourar.

São como aquelas pessoas que, por mais que o fogo esquente,se recusam a mudar.

Elas acham que não pode existir coisa mais maravilhosa do que o jeito delas serem.

A presunção e o medo são a dura casca do milho que não estoura. No entanto, o destino delas é triste, já que ficarão duras a vida inteira!!

Deus é o fogo que amacia nosso coração, tirando o que nele há de melhor!

Acredite que para extrairmos o melhor de dentro de nós temos que , assim como a pipoca, passar pelas provas de Deus.

Talvez hoje você não entenda o motivo de estar passando por alguma coisa...

Mas tenha certeza que quanto mais quente o fogo mas rápido a pipoca estoura.

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A gente se acostuma

Clarice Lispector

Eu sei que a gente se acostuma.
Mas não devia.
A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos
e a não ter outra vista que não as janelas ao redor.
E porque não tem vista, logo se
acostuma a não olhar para fora.
E porque não olha para fora,
logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas.
E porque não abre as cortinas,
logo se acostuma a acender cedo a luz.
E a medida que se acostuma,
esquece o sol, esquece o ar,
esquece a amplidão.
A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado
porque está na hora.
A tomar o café correndo porque está atrasado.
A ler o jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem.
A comer sanduíche porque não dá para almoçar.
A sair do trabalho porque já é noite.
A cochilar no ônibus porque está cansado.
A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.
A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone:
"Hoje não posso ir".
A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta.
A ser ignorado quando precisava tanto ser visto.
A gente se acostuma a pagar por tudo, o que deseja e o de que necessita.
E a lutar para ganhar o dinheiro com que pagar.
E a pagar mais do que as coisas valem.
E a saber que cada vez pagará mais.
E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro,
para ter com que pagar nas filas em que se cobra.
A gente se acostuma à poluição.
Às salas fechadas de ar condicionado e cheiro de cigarro.
À luz artificial de ligeiro tremor.
Ao choque que os olhos levam na luz natural.
Às bactérias de água potável.
A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer.
Em doses pequenas, tentando não perceber,
vai afastando uma dor aqui,
um ressentimento ali,
uma revolta acolá.
Se a praia está contaminada,
a gente molha só os pés e sua no resto do corpo.
Se o cinema está cheio,
a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço.
Se o trabalho está duro,
a gente se consola pensando no fim de semana.
E se no fim de semana não há muito o que fazer,
a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito,
porque tem sempre sono atrasado.
A gente se acostuma para não se ralar na aspereza,
para preservar a pele.
Se acostuma para evitar feridas,
sangramentos,
para poupar o peito.
A gente se acostuma para
poupar a vida.
Que aos poucos se gasta,
e que se gasta de tanto se acostumar,
e se perde de si mesma...

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A última pedra

Roberto Shinyashiki

Gosto de uma música que Frank Sinatra costumava cantar, my way. o curioso é que só fui prestar atenção na letra dessa canção quando escrevia este texto. ela diz mais ou menos assim: Se eu acertei ou se errei, fiz isso da minha maneira.

(Livro Tudo ou Nada, página 141)

Quando olho para trás, percebo que fiz muitas bobagens. Acertei bastante, mas também errei bastante.

Quando olho para diante, tenho certeza de que vou acertar e errar bastante também.

É impossível acertar sempre.

Mas o importante é que não gastemos nosso tempo nem nossa energia nos torturando.

A autocrítica pelo que não deu certo, além de ser nociva para a saúde, faz com que a gente perca os passarinhos que a vida nos oferece de presente.

Um dia destes, um dos meus filhos me perguntou porque eu tomei determinada decisão estúpida tempos atrás. Respondi que me arrependia do que tinha feito, mas expliquei que, naquele momento, minha atitude me parecia lógica. Se eu tivesse o conhecimento e a maturidade de hoje, certamente a decisão seria diferente.

Por isso é que lhe digo: não se torture por algo que não deu certo no passado.

Talvez você tenha escolhido a pessoa errada para casar.

Talvez tenha saído da melhor empresa onde poderia trabalhar.

Talvez tenha mandado uma filha grávida embora de casa.

Não importa o que você fez, não se torture.

Apenas perceba o que é possível fazer para consertar essa situação e faça.

Se você sente culpa, perdoe-se.

E principalmente, compreenda que agiu assim porque, na ocasião, era o que achava melhor fazer.

Há uma história de que gosto muito: um pescador chegou a praia de madrugada para o trabalho e encontrou um saquinho cheio de pedras. Ainda no escuro começou a jogar as pedras no mar. Enquanto fazia isso o dia foi clareando até que, ao se preparar para jogar a última pedra, percebeu que era preciosa!

Ficou arrependido e comentou o incidente com um amigo que lhe disse:

Realmente, seria melhor se você prestasse mais atenção no que faz, mas ainda bem que sobrou a última pedra!

Existem pessoas que não prestam atenção no que fazem e depois passam a vida inteira arrependidas pelo que não fizeram, mas poderiam ter feito, e se martirizam por seus erros.

Se você está agindo assim, deixo-lhe uma mensagem especial: não gaste seu tempo com remorsos nem arrependimentos. Reconheça o erro que cometeu, peça desculpas e continue sua vida.

Você ainda tem muitas pedras preciosas no coração: muitos momentos lindos para viver e muitos erros para cometer.

Aproveite as oportunidades e curta plenamente a vida.

Curta os passarinhos. Eles são os presentes do universo para você!

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A roupa não faz o homem

Autor desconhecido

Mahatma Gandhi só usava uma tanga, a fim de se identificar com as massas simples da Índia.

Certa vez, ele chegou assim vestido, numa festa dada pelo governador inglês. Os criados não o deixaram entrar. Ele voltou para casa e enviou um pacote ao governador, por um mensageiro.

O governador ligou para a casa dele e perguntou-lhe o significado do embrulho.

O pequeno grande homem respondeu:

"Fui convidado para a sua festa, mas não me permitiram entrar por causa da minha roupa. Se é a roupa que vale, eu lhe envio o meu terno."

Colaboração: martha gabriel

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A Prisão de Cada Um

Martha Medeiros

O psiquiatra Paulo Rebelato, em entrevista para a revista gaúcha Red 32, disse que o máximo de liberdade que o ser humano pode aspirar é escolher a prisão na qual quer viver.

Pode-se aceitar esta verdade com pessimismo ou otimismo, mas é impossível refutá-la.

A liberdade é uma abstração.

Liberdade não é uma calça velha, azul e desbotada, e sim, nudez total, nenhum comportamento para vestir. No entanto, a sociedade não nos deixa sair à rua sem um crachá de identificação pendurado no pescoço.

Diga-me qual é a sua tribo e eu lhe direi qual é a sua clausura.

São cativeiros bem mais agradáveis do que Carandiru (ex-presídio brasileiro de péssimas condições). Para pegar sol, ler livros, receber amigos, comer bons pratos, ouvir música, ou seja, uma cadeia à moda Luis Estevão (parlamentar preso em cela especial), temos que advogar em causa própria e habeas corpus, nem pensar.

O casamento pode ser uma prisão. E a maternidade, a pena máxima ...

Um emprego que rende um gordo salário trancafia você, o impede de chutar o balde e arriscar novos vôos. O mesmo se pode dizer de um cargo de chefia. Tudo que lhe dá segurança, ao mesmo tempo o escraviza.

Viver sem laços igualmente pode nos reter.

Uma vida mundana, sem dependentes para sustentar, o céu como limite: prisão também.

Você se condena a passar o resto da vida sem experimentar a delícia de uma vida amorosa estável, o conforto de um endereço certo e a imortalidade alcançada através de um filho.

Se nem a estabilidade e a instabilidade nos tornam livres, aceitemos que poder escolher a própria prisão já é, em si, uma vitória.

Nós é que decidimos quando seremos capturados, para onde seremos levados. É uma opção consciente. Não nos obrigaram a nada, não nos trancafiaram num sanatório ou num presídio real, entre quatro paredes.

Nosso crime é estar vivo e nossa sentença é branda, visto que outros, ao cometerem o mesmo crime que nós - nascer - foram trancafiados em lugares chamados analfabetismo, miséria, exclusão..

Brindemos: temos todos cela especial!

Colaboração: Wilma Santiago

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Namorar depois dos cinqüenta

Autoria Desconhecida

Em nossa idade, depois de mais de meio século, o amor já percorreu estradas, dobrou esquinas e optou em encruzilhadas...

Já errou, já acertou, já deslizou, já se arrependeu e, inevitavelmente, o tempo se foi.

Viveu-se o amor, perdeu-se o amor, alguns pelas mãos de Deus, outros pelo enfraquecimento do viver a dois.

Hoje o nosso olhar em direção ao amor continua mais lindo, pois na longa caminhada dos sentimentos, aprendemos a somar, a dividir e a multiplicar, sem chances de diminuir no conhecimento do sentimento do amor.

O amor maduro chega de mansinho e se aloja em nossa vida, sem tempo para acabar.

O caminhar a dois é mais sereno, a cumplicidade existe, o carinho é mais expontaneo, não nos inibimos diante do querer.

A sintonia e as lembranças são depositadas no álbum das saudades que guardamos, de um tempo que não volta mais.

Namorar na nossa idade é carregar a ternura no olhar. O brilho é mais intenso, a vontade de acertar é mais forte.

A construção do caminhar a dois é a soma do querer, é o encontro de duas almas aplaudidas por dois corações que dividem a emoção de amar.

As pequeninas atitudes, os gestos e os detalhes são os alimentos que sustentam este amor.

Viver a dois é a alegria da companhia, do chamego dengoso, dos beijos ainda calientes, dos insinuantes olhares quando o desejo se manifesta e a promessa no olhar de que em todo o amanhecer, será o mais haverá um belo bom dia entre dois seres que encontraram o amor!

Amar nunca é demais! Feliz daquele que tem um enorme coração, capaz de amar, amar, amar e, acima de tudo, saber ser amado...

Faça o dia, a tarde, a noite do seu bem ser memorável!

Colaboração: Wilma Santiago

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O pior analfabeto

Bertold Brecht

O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas.

O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política, nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais.

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O velho Soneca

Um velho cão com aparência de cansado entrou no meu pátio.

Desejo lhes contar sobre ele, que tinha uma bonita coleira, sinal de que possuía um lar e era muito bem cuidado.

Ele calmamente se aproximou de mim, pulou sobre o meu colo e lhe fiz uns afagos na cabeça. Então ele me seguiu para dentro de casa, cambaleando até o hall onde encontrou um canto e tirou uma soneca.

Uma hora depois acordou, procurou a porta de saída e se foi.

No dia seguinte ele retornou, saudou-me no meu pátio, entrou no hall recomeçou a procurar seu cantinho e de novo dormiu por uma hora.

Assim continuou por várias semanas.

Curioso, coloquei um bilhete na sua coleira:

Eu gostaria de encontrar quem é dono desse maravilhoso e meigo cão para perguntar porque sempre nos finais de tarde ele vem à minha casa para tirar uma soneca.

No dia seguinte ele retornou, com um bilhete diferente do meu, pendurado na coleira. Dizia:

Ele mora numa casa com seis crianças - duas delas com menos de 3 anos de idade. Ele está tentando obter um tempo para dormir. Eu posso ir junto com ele amanhã?

Colaboração: Wilma Santiago

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Sentar-se à janela do avião

Alexandre Garcia

Era criança quando, pela primeira vez, entrei em um avião. A ansiedade de voar era enorme.

Eu queria me sentar ao lado da janela de qualquer jeito, acompanhar o vôo desde o primeiro momento e sentir o avião correndo na pista cada vez mais rápido até a decolagem.

Ao olhar pela janela via, sem palavras, o avião rompendo as nuvens, chegando ao céu azul. Tudo era novidade e fantasia..

Cresci, me formei, e comecei a trabalhar. No meu trabalho, desde o início, voar era uma necessidade constante.

As reuniões em outras cidades e a correria me obrigavam, às vezes, a estar em dois lugares num mesmo dia.

No início pedia sempre poltronas ao lado da janela, e, ainda com olhos de menino, fitava as nuvens, curtia a viagem, e nem me incomodava de esperar um pouco mais para sair do avião, pegar a bagagem, coisa e tal.

O tempo foi passando, a correria aumentando, e já não fazia questão de me sentar à janela, nem mesmo de ver as nuvens, o sol, as cidades abaixo, o mar ou qualquer paisagem que fosse.

Perdi o encanto. Pensava somente em chegar e sair, me acomodar rápido e sair rápido.

As poltronas do corredor agora eram exigência . Mais fáceis para sair sem ter que esperar ninguém, sempre e sempre preocupado com a hora, com o compromisso, com tudo, menos com a viagem, com a paisagem, comigo mesmo.

Por um desses maravilhosos 'acasos' do destino, estava eu louco para voltar de São Paulo numa tarde chuvosa, precisando chegar em Curitiba o mais rápido possível..

O vôo estava lotado e o único lugar disponível era uma janela, na última poltrona. Sem pensar concordei de imediato, peguei meu bilhete e fui para o embarque.

Embarquei no avião, me acomodei na poltrona indicada: a janela. Janela que há muito eu não via, ou melhor, pela qual já não me preocupava em olhar.

E, num rompante, assim que o avião decolou, lembrei-me da primeira vez que voara. Senti novamente e estranhamente aquela ansiedade, aquele frio na barriga. Olhava o avião rompendo as nuvens escuras até que, tendo passado pela chuva, apareceu o céu.

Era de um azul tão lindo como jamais tinha visto. E também o sol, que brilhava como se tivesse acabado de nascer...

Naquele instante, em que voltei a ser criança, percebi que estava deixando de viver um pouco a cada viagem em que desprezava aquela vista..

Pensei comigo mesmo: será que em relação às outras coisas da minha vida eu também não havia deixado de me sentar à janela, como, por exemplo, olhar pela janela das minhas amizades, do meu relacionamento, do meu trabalho e convívio pessoal?

Creio que aos poucos, e mesmo sem perceber, deixamos de olhar pela janela da nossa vida.

A vida também é uma viagem e se não nos sentarmos à janela, perdemos o que há de melhor: as paisagens, que são nossos amores, alegrias, tristezas, enfim, tudo o que nos mantém vivos.

Se viajarmos somente na poltrona do corredor, com pressa de chegar, sabe-se lá aonde, perderemos a oportunidade de apreciar as belezas que a viagem nos oferece.

Se você também está num ritmo acelerado, pedindo sempre poltronas do corredor, para embarcar e desembarcar rápido e 'ganhar tempo', pare um pouco e reflita sobre aonde você quer chegar. A aeronave da nossa existência voa célere e a duração da viagem não é anunciada pelo comandante. Não sabemos quanto tempo ainda nos resta. Por essa razão, vale a pena sentar próximo da janela para não perder nenhum detalhe.

Afinal, "a vida, a felicidade e a paz são caminhos e não destinos".

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Ver Vendo

Otto Lara Rezende

De tanto ver, a gente banaliza o olhar - vê... não vendo.
Experimente ver, pela primeira vez,
o que você vê todo dia, sem ver.

Parece fácil, mas não é:
o que nos cerca, o que nos é familiar,
já não desperta curiosidade.

O campo visual da nossa retina é como um vazio.
Você sai todo dia, por exemplo, pela mesma porta.
Se alguém lhe perguntar o que você vê
no caminho, você não sabe.
De tanto ver, você banaliza o olhar.

Sei de um profissional que passou 32 anos a fio
pelo mesmo hall do prédio do seu escritório.
Lá estava sempre, pontualíssimo, o porteiro.
Dava-lhe bom-dia e, às vezes,
lhe passava um recado ou uma correspondência.

Um dia o porteiro faleceu. Como era ele?
Seu rosto? Sua voz? Como se vestia?
Não fazia a mínima idéia.
Em 32 anos nunca conseguiu vê-lo.
Para ser notado, o porteiro teve que morrer.
Se um dia, em algum lugar estivesse uma girafa
cumprindo o rito, pode ser, também,
que ninguém desse por sua ausência.

O hábito suja os olhos e baixa a voltagem.
Mas há sempre o que ver:
gente, coisas, bichos. E vemos?
Não, não vemos.

Uma criança vê que o adulto não vê.
Tem olhos atentos e limpos
para o espetáculo do mundo.

O poeta é capaz de ver pela primeira vez,
o que de tão visto, ninguém vê.
Há pai que raramente vê o filho.
Marido que nunca viu a própria mulher.

Nossos olhos se gastam no dia-a-dia, opacos...
é por aí que se instala no coração
o monstro da indiferença.

Colaboração de Wilma Santiago

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Sexto Sentido

Aquela voz interna sussurra, insistente dizendo: "Não vá, não vá..." Espontânea, surge com a rapidez de um raio. Seguro, você não tem dúvida de nada. Sua clara certeza, porém, não se alicerça no raciocínio lógico - pelo contrário, muitas vezes entra em choque direto com ele.

A impressão é que esse chamado vem da parte mais profunda do ser, de um plano diferente das sensações fornecidas pelos cinco outros sentidos. Mas, por não saber exatamente onde localizá-lo ou como funciona, o chamamos simplesmente de sexto sentido.

Intuição e sexto sentido são quase sinônimos. Pode-se dizer que a intuição faz parte do sexto sentido, que inclui também premonição (capacidade de ver imagens do tempo futuro) ou mesmo a percepção de planos invisíveis ao olhar comum (vidência).

"Quando um avião está em vôo, fica 95% do tempo fora da rota. O que o comandante faz é ir ajustando e corrigindo a direção da aeronave, conforme o plano de vôo. Nós também temos uma rota, um plano para essa vida. A intuição é o primeiro sinal que surge para apontar o caminho que está mais de acordo com nosso destino".

Para ouvir melhor esses sinais, é preciso tranqüilizar a mente, recolher os sentidos.

Temos muitas vozes internas, que abafam nossa intuição. É preciso ficar em silêncio para reconhecer nossa voz interior, sintonizá-la com nitidez. Meditação e momentos para ficar sozinho e em silêncio ajudam muito.

Mas existem outras técnicas. Uma delas é colocar em agendas ou no computador tudo o que nos preocupa. É como ter um arquivo fora da mente, que fica mais livre e vazia. Assim podemos seguir com mais facilidade os caminhos sugeridos pela intuição - o verdadeiro nome da nossa sabedoria interior.

Colaboração de Wilma Santiago

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Apenas Mulher

Silvia Schmidt

Ela mal nasce, nem cabelos ainda tem, e já lhe arranjam lacinhos coloridos bem colados à carequinha.

Mulher nasce prá ser mais cores entre todas as cores. Mulher é arco-íris.

Ela mal cresce, mal "desmama" as bonequinhas e já sai dando colinho para os colegas da escola, para o amiguinho tristonho, para a mãe carente, para o papai cansado, para quem lhe pede abrigo.

Mulher é colo.

Ela adentra a adolescência, chama a atenção dos meninos, dos "maduros" sonhadores, dos passageiros de ônibus, motoristas, cobradores e até do irmão mais velho!

Mulher é tentação.

Quando já passa dos 20, quantas histórias já conta! Já teve amor malogrado, já teve o primeiro beijo, o primeiro namorado, despedidas, desencontros, alegrias inesquecíveis, sucessos, também fracassos.

Mulher é novela.

Vai para os 30, 40, 60...

não crê que alcança os 80!

Quantos amores! Quantas marcas!

Uniões, filhos, empregos, patrões (dentro e fora de casa), metas alcançadas, tantos desejos frustrados, tantas palavras já ditas, muitos silêncios impostos, compreensões, incompreensões, traições e mil desgostos.

Mulher é história.

E quando ela deixa o mundo, em algum canto do quarto acha-se um fio de cabelo, vê-se uma oração à antiga cabeceira, ouve-se sua canção favorita, seu confessor travesseiro e a mancha da última lágrima.

Mulher é saudade.

Mas ela sempre renascerá em outras mulheres, sempre será o que veio para ser, sempre cumprirá sua missão de Luz entre os homens, sempre será apenas e tão somente o que é: Somente Mulher.

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Mulheres fenomenais

Thomas Wheeler, alto executivo de uma multinacional americana, viajava com sua mulher por uma estrada interestadual quando notou que o carro estava com pouca gasolina.

Ele parou num posto muito simples, com apenas uma bomba de combustível. Pediu ao único atendente que enchesse o tanque e verificasse o óleo enquanto ele dava uma volta para esticar as pernas.

Voltando ao carro, percebeu que o frentista e sua mulher estavam num papo animado. A conversa parou enquanto Wheeler pagava pela gasolina.

Mas, ao retornar ao carro, ele viu o rapaz acenar e dizer: "Foi ótimo falar com você!" Ao sair do posto o marido perguntou à mulher se ela conhecia o atendente.

Imediatamente ela admitiu que sim. Tinham freqüentado a mesma escola e ela o namorara por cerca de um ano.

"Puxa, você teve sorte de eu ter aparecido!" - Wheeler se vangloriou. "Se tivesse casado com ele, seria agora a esposa de um frentista de posto de gasolina em vez de ser esposa de um alto executivo!!..."

"Meu querido..." - respondeu a mulher -, "Se eu tivesse me casado com ele, ele seria o alto executivo e você, o frentista do posto de gasolina."

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E tudo mudou...

Luiz Fernando Veríssimo

O rouge virou blush
O pó-de-arroz virou pó-compacto
O brilho virou gloss
O rímel virou máscara incolor
A Lycra virou stretch
Anabela virou plataforma
O corpete virou porta-seios
Que virou sutiã
Que virou lib,
Que virou silicone

A peruca virou aplique, interlace, megahair, alongamento
A escova virou chapinha
'Problemas de moça' viraram TPM
Confete virou MM
A crise de nervos virou estresse
A chita virou viscose.
A purpurina virou gliter
A brilhantina virou musse
Os halteres viraram bomba
A ergométrica virou spinning
A tanga virou fio dental
E o fio dental virou anti-séptico bucal

Ninguém mais vê...
Ping-Pong virou Babaloo
O a-la-carte virou self-service
A tristeza, depressão
O espaguete virou Miojo pronto
A paquera virou pegação
A gafieira virou dança de salão
O que era praça virou shopping
A areia virou ringue

A caneta virou teclado
O long play virou CD
A fita de vídeo é DVD
O CD já é MP3

É um filho onde éramos seis
O álbum de fotos agora é mostrado por email
O namoro agora é virtual
A cantada virou torpedo
E do 'não' não se tem medo
O break virou street
O samba, pagode
O carnaval de rua virou Sapucaí
O folclore brasileiro, halloween
O piano agora é teclado, também
O forró de sanfona ficou eletrônico

Fortificante não é mais Biotônico
Bicicleta virou Bis
Polícia e ladrão virou counter strike
Folhetins são novelas de TV
Fauna e flora a desaparecer
Lobato virou Paulo Coelho
Caetano virou um chato
Chico sumiu da FM e tv
Baby se converteu
RPM desapareceu
Elis ressuscitou em Maria Rita
Gal virou fênix
Raul e Renato, Cássia e Cazuza, Lennon e Elvis,
Todos anjos
Agora só tocam lira...

A AIDS virou gripe
A bala antes encontrada agora é perdida
A violência está coisa maldita!
A maconha é calmante
O professor é agora o facilitador
As lições já não importam mais
A guerra superou a paz
E a sociedade ficou incapaz...

... De tudo.
inclusive de notar essas diferenças.

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Pessoas mudam

Paulo Roberto Gaefke

Não se espante com a mudança nas pessoas, você mesmo tem dias de "noite" e dias de "dia", momentos em que a alegria o contagia,e outros em que a tristeza o pega fundo. Por isso, não queira entender o próximo, busque antes, amar sem restrições, sem cobranças ou imagens formadas.

Relacionamentos se dissolvem assim, com a imagem estática que um forma do outro, sem respeitar as mudanças e seu crescimento,sem se importar com os desejos próprios da alma que é única, individual, e cheia de sonhos para realizar.

Ainda hoje, reflita sobre as suas próprias mudanças, das necessidades ainda não satisfeitas, dos sonhos desfeitos e dos desejos incontidos, deixe escorrer pelo ralo da hipocrisia, a falsa idéia de que somos certinhos, de que somos sempre os mesmos.

Nós estamos em constante evolução, somos hoje o fruto colhido do dia de ontem e seremos amanhã, a semente madura do que plantarmos ainda hoje. Pense nisso!

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O Alfaiate e o Tesouro de Bresa

Conta-se que houve, outrora, na Babilônia - a famosa cidade dos Jardins Suspensos - um pobre e modesto Alfaiate, chamado Enedim. Homem inteligente e trabalhador, que, por suas boas qualidades e amor no coração, era muito querido no bairro em que morava. Enedim passava o dia inteiro, de manhã à noite, cortando, costurando e preparando as roupas de seus numerosos fregueses, e, embora, muito pobre, não perdia a esperança de vir a ser muito rico, senhor de muitos Palácios e grandes tesouros.

Como conquistar, porém, essa tão ambicionada riqueza? - pensava o mísero alfaiate, passando e repassando a agulha grossa de seu ofício - Como descobrir um desses famosos tesouros que se acham escondidos na terra ou perdidos nas profundezas do mar? Ouvira contar, em palestra com estrangeiros vindos do Egito, da Síria e da Grécia, histórias prodigiosas de aventureiros que haviam topado com cavernas imensas, cheias de ouro... Grutas profundas crivadas de brilhantes... Caixas pesadíssimas a transbordar de pérolas. E não poderia ele, à semelhança desses aventureiros felizes, descobrir um tesouro fabuloso e tornar-se, assim, de um momento para o outro, o homem mais rico daquelas terras? Ah! Se tal coisa acontecesse, ele seria, então, senhor de um imenso e magnífico palácio... Teria numerosos escravos e, todas as tardes, num grande carro de ouro, tirado por mansos leões, passearia, de seu vagar, sobre as muralhas da Babilônia, cortejando amistosamente os Príncipes ilustres da casa Real.

Assim meditava o bondoso Enedim, divagando por tão longínquas riquezas, quando lhe parou à porta da casa um velho mercador da Grécia, que vendia tapetes, imagens, pedras coloridas e uma infinidade de outros objetos extravagantes tão apreciados pelos Babilônios. Por mera curiosidade, começou Enedim a examinar as bugigangas que o vendedor lhe oferecia, quando descobriu, entre elas, uma espécie de livro de muitas folhas, onde se viam caracteres estranhos e desconhecidos. Era uma preciosidade aquele livro, afirmava o mercador, passando as mãos ásperas pelas barbas que lhe caiam sobre o peito, e custava apenas três dinares. Três dinares. Era muito dinheiro para o pobre alfaiate. Para possuir um objeto tão curioso e raro, Enedim seria capaz de gastar até os dois últimos dinares que possuía.

— Está bem - concordou o mercador - fica-lhe o livro por dois dinares, mas esteja certo de que lhe foi de graça!

Afastou-se o vendedor e Enedim tratou, sem demora, de examinar cuidadosamente a preciosidade que havia adquirido. Qual não foi a sua surpresa quando conseguiu decifrar, na primeira página, a seguinte legenda, escrita em complicados caracteres caldaicos: "O segredo do tesouro de Bresa". Por Deus! Aquele livro maravilhoso, cheio de mistério, ensinava, com certeza, onde se encontrava algum tesouro fabuloso! O TESOURO DE BRESA! Mas, que tesouro seria esse? Enedim recordava-se vagamente, de já ter ouvido qualquer referência a ele. Mas quando? Onde? E com o coração a bater descompassadamente, decifrou ainda: "O tesouro de Bresa, enterrado pelo gênio do mesmo nome entre as montanhas do Harbatol, foi ali esquecido, e ali se acha ainda, até que algum homem esforçado venha a encontrá-lo".

Harbatol? Que montanhas seriam essas que encerravam todo o ouro fabuloso de um gênio? E o esforçado alfaiate, dispôs-se a decifrar todas as páginas daquele livro, e ver se atinava, custasse o que custasse, com o segredo de Bresa, para apoderar-se do tesouro imenso que o capricho de seu possuidor fizera enterrar nalguma gruta perdida entre as montanhas. As primeiras páginas eram escritas em caracteres de vários povos. Enedim foi obrigado a estudar os hieróglifos egípcios, a língua dos gregos, os dialetos persas, o complicado idioma dos judeus.

Ao fim de três anos, deixava Enedim a antiga profissão de alfaiate, e passava a ser o intérprete do Rei, pois na cidade não havia quem soubesse tantos idiomas estrangeiros. O cargo de intérprete do Rei era bem rendoso. Ganhava Enedim, cem dinares por dia; ademais morava numa grande casa, tinha muitos criados e todos os nobres da corte o saudavam respeitosamente.

Não desistiu, porém, o esforçado Enedim, de descobrir o grande mistério de Bresa. Continuando a ler o livro encantado, encontrou várias páginas cheias de cálculos, números e figuras. E, a fim de ir compreendendo o que lia, foi obrigado a estudar Matemática com calculistas da cidade, tornando-se, ao cabo de pouco tempo, grande conhecedor das complicadas transformações aritméticas. Graças a esses novos conhecimentos adquiridos, pode Enedim calcular, desenhar e construir uma grande ponte sobre o Eufrates; esse trabalho agradou tanto ao Rei, que o monarca resolveu nomear Enedim para exercer o cargo de Prefeito. O amigo e humilde alfaiate passava, assim, a ser um dos homens mais notáveis da cidade. Ativo e sempre empenhado em desvendar o segredo do tal livro, foi compelido a estudar profundamente as leis, os princípios religiosos de seu país e os do povo caldeu; com o auxilio desses novos conhecimentos, conseguiu Enedim dirimir uma velha pendência entre os doutores.

— É um grande homem o Enedim! - declarou o Rei quando soube do fato - Vou nomeá-lo Primeiro Ministro. E assim fez. Foi o nosso esforçado herói, ocupar o elevado cargo de Primeiro Ministro.

Vivia, então, num suntuoso palácio, perto do jardim Real, tinha muitos criados e recebia visitas dos príncipes mais poderosos do mundo. Graças ao trabalho e ao grande saber de Enedim, o reino progrediu rapidamente e a cidade ficou repleta de estrangeiros; ergueram-se grandes palácios, várias estradas se construíram para ligar Babilônia às cidades vizinhas. Enedim era o homem mais notável do seu tempo. Ganhava diariamente mais de mil moedas de ouro, e tinha em seu palácio de mármore e pedrarias, caixas cheias de jóias riquíssimas, e de pérolas de valor incalculável. Mas - coisa interessante! - Enedim não conhecia ainda o segredo do livro de Bresa, embora lhe tivesse lido e relido todas as páginas! Como poderia penetrar naquele mistério?

E um dia, cavaqueando com um venerando sacerdote, teve a ocasião de referir-se à incógnita que o atormentava. Riu-se o bom religioso, ao ouvir a ingênua confissão do grande vizir, e, afeito a decifrar os maiores enigmas da vida, assim falou:

— "O tesouro de Bresa já está em vosso poder, meu senhor. Graças ao livro misterioso é que adquiristes um grande saber, e esse saber vos proporcionou os invejáveis bens que já possuis". Bresa significa "saber". Harbatol quer dizer "trabalho". Com estudo e trabalho pode o homem conquistar tesouros maiores do que os que se ocultam no seio da terra ou sob os abismos do mar!

Tinha razão o esclarecido sacerdote. Bresa, o gênio, guarda realmente um tesouro valiosíssimo, que qualquer pessoa, esforçada e inteligente pode conseguir; essa riqueza prodigiosa não se acha, porém perdida no seio da terra nem nas profundezas dos mares; Encontra-la-eis, sim, nos bons livros, nos estudos, na dedicação ao trabalho, que proporcionando saber às pessoas, abrem, para aqueles que se dedicam, as portas maravilhosas de mil tesouros encantados!

Autor Desconhecido

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Duas Histórias

História número um

Muitos anos atrás, Al Capone possuía virtualmente Chicago.

Capone não era famoso por nenhum ato heróico.

Ele era notório por empestear a cidade com tudo relativo a contrabando, bebida, prostituição e assassinatos.

Capone tinha um advogado apelidado "Easy Eddie". Era o seu advogado por um excelente motivo. Eddie era muito bom!

Na realidade, sua habilidade, manobrando no cipoal legal, manteve Al Capone fora da prisão por muito tempo.

Para mostrar seu apreço, Capone lhe pagava muito bem.

Não só o dinheiro era grande, como Eddie também tinha vantagens especiais.

Por exemplo, ele e a família moravam em uma mansão protegida, com todas as conveniências possíveis.

A propriedade era tão grande que ocupava um quarteirão inteiro em Chicago. Eddie vivia a vida da alta roda de Chicago, mostrando pouca preocupação com as atrocidades que ocorriam à sua volta.

No entanto, Easy Eddie tinha um ponto fraco.

Ele tinha um filho que amava afetuosamente. Eddie cuidava que seu jovem filho tivesse o melhor de tudo: roupas, carros e uma excelente educação.

Nada era poupado. Preço não era objeção. E, apesar do seu envolvimento com o crime organizado, Eddie tentou lhe ensinar o que era certo e o que era errado.

Eddie queria que seu filho se tornasse um homem melhor que ele.

Mesmo assim, com toda a sua riqueza e influência, havia duas coisas que ele não podia dar ao filho: ele não podia transmitir-lhe um nome bom ou um bom exemplo.

Um dia, o Easy Eddie chegou a uma decisão difícil.

Easy Eddie tentou corrigir as injustiças de que tinha participado.

Ele decidiu que iria às autoridades e contaria a verdade sobre Al "Scarface" Capone, limpando o seu nome manchado e oferecendo ao filho alguma semelhança de integridade.

Para fazer isto, ele teria que testemunhar contra a quadrilha, e sabia que o preço seria muito alto.

Ainda assim, ele testemunhou.

Em um ano, a vida de Easy Eddie terminou em um tiroteio em uma rua de Chicago.

Mas aos olhos dele, ele tinha dado ao filho o maior presente que poderia oferecer, ao maior preço que poderia pagar.

A polícia recolheu em seus bolsos um rosário, um crucifixo, uma medalha religiosa e um poema, recortado de uma revista.

O poema:

O relógio de vida recebe corda apenas uma vez
E nenhum homem tem o poder de decidir quando os ponteiros
pararão, se mais cedo ou mais tarde.
Agora é o único tempo que você possui.
Viva, ame e trabalhe com vontade.
Não ponha nenhuma esperança no tempo, pois o relógio pode parar a qualquer momento."

História número dois

A Segunda Guerra Mundial produziu muitos heróis.

Um deles foi o Comandante Butch O"Hare.

Ele era um piloto de caça, operando no porta-aviões Lexington, no Pacífico Sul.

Um dia, o seu esquadrão foi enviado em uma missão.

Quando já estavam voando, ele notou pelo medidor de combustível que alguém tinha esquecido de encher os tanques.

Ele não teria combustível suficiente para completar a missão e retornar ao navio.

O líder do vôo o instruiu a voltar ao porta-aviões.

Relutantemente, ele saiu da formação e iniciou a volta à frota.

Quando estava voltando ao navio-mãe viu algo que fez seu sangue gelar: um esquadrão de aviões japoneses voava na direção da frota americana.

Com os caças americanos afastados da frota, ela ficaria indefesa ao ataque.

Ele não podia alcançar seu esquadrão nem avisar a frota da aproximação do perigo.

Havia apenas uma coisa a fazer.

Ele teria que desviá-los da frota de alguma maneira.

Afastando todos os pensamentos sobre a sua segurança pessoal, ele mergulhou sobre a formação de aviões japoneses.

Seus canhões de calibre 50, montados nas asas, disparavam enquanto ele atacava um surpreso avião inimigo e em seguida outro.

Butch costurou dentro e fora da formação, agora rompida e incendiou tantos aviões quanto possível, até que sua munição finalmente acabou.

Ainda assim, ele continuou a agressão.

Mergulhava na direção dos aviões, tentando destruir e danificar tantos aviões inimigos quanto possível, tornando-os impróprios para voar.

Finalmente, o exasperado esquadrão japonês partiu em outra direção.

Profundamente aliviado, Butch O'Hare e o seu avião danificado se dirigiram para o porta-aviões.

Logo à sua chegada ele informou seus superiores sobre o acontecido.

O filme da máquina fotográfica montada no avião contou a história com detalhes.

Mostrou a extensão da ousadia de Butch em atacar o esquadrão japonês para proteger a frota.

Na realidade, ele tinha destruído cinco aeronaves inimigas.

Isto ocorreu no dia 20 de fevereiro de 1942, e por aquela ação Butch se tornou o primeiro Ás da Marinha na 2ª Guerra Mundial, e o primeiro Aviador Naval a receber a Medalha Congressional de Honra.

No ano seguinte Butch morreu em combate aéreo com 29 anos de idade.

Sua cidade natal não permitiria que a memória deste herói da 2ª Guerra desaparecesse, e hoje, o Aeroporto O'Hare, o principal de Chicago, tem esse nome em tributo à coragem deste grande homem.

Assim, se porventura você passar no O'Hare International, pense nele e vá ao Museu comemorativo sobre Butch, visitando sua estátua e a Medalha de Honra. Fica situado entre os Terminais 1 e 2.

O que têm estas duas histórias de comum entre elas?

Butch O'Hare era o filho de Easy Eddie!

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O Sabor da Dor

O velho Mestre pediu a um jovem triste que colocasse uma mão cheia de sal em um copo d'água e bebesse.

— Qual é o gosto? - perguntou o Mestre.

— Ruim - disse o aprendiz.

O Mestre sorriu e pediu ao jovem que pegasse outra mão cheia de sal e levasse a um lago.

Os dois caminharam em silêncio e o jovem jogou o sal no lago.

Então o velho disse:

— Beba um pouco dessa água.

Enquanto a água corria do queixo do jovem, o Mestre perguntou:

— Qual é o gosto?

— Bom! Disse o rapaz.

— Você sente o gosto do sal? Perguntou o Mestre.

— Não disse o jovem.

O Mestre então, sentou ao lado do jovem, pegou em suas mãos e disse:

— A dor na vida de uma pessoa não muda. Mas o sabor da dor depende de onde a colocamos. Quando você sentir dor, a única coisa que você deve fazer é aumentar o sentido de tudo o que está a sua volta. É dar mais valor ao que você tem do que ao que você perdeu. Em outras palavras: É deixar de Ser copo para tornar-se um Lago.

Somos o que fazemos, mas somos principalmente o que fazemos para mudar o que somos

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Os Burros e o Mercado

Uma vez, num pequeno e distante vilarejo, apareceu um homem anunciando que compraria burros por R$10,00 cada. Como havia muitos burros na região, os aldeões iniciaram a caçada. O homem comprou centenas de burros a R$10,00, e como os aldeões diminuíram o esforço na caça, o homem anunciou que pagaria R$20,00 por cada burro.

Os aldeões foram novamente à caça, mas logo os burros foram escasseando e os aldeões desistiram da busca. A oferta aumentou então para R$25,00 e a quantidade de burros ficou tão pequena que já não havia mais interesse em caçá-los. O homem então anunciou que compraria cada burro por R$50,00! Como iria à cidade grande, deixaria seu assistente cuidando da compra dos burros.

Na ausência do homem, seu assistente propôs aos aldeões:

— Sabem os burros que o homem comprou de vocês? Eu posso vendê-los a vocês a R$35,00 cada. Quando o homem voltar da cidade, vocês vendem a ele pelos R$50,00 que ele oferece, e ganham uma boa bolada.

Os aldeões pegaram suas economias e compraram todos os burros do assistente. Os dias se passaram, e eles nunca mais viram nem o homem, nem o seu assistente, somente burros por todos os lados.

Entendeu agora como funciona o mercado de ações?

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Terapia do Elogio

Autor desconhecido

Renomados terapeutas que trabalham com famílias, divulgaram uma recente pesquisa onde nota-se que os membros das famílias brasileiras estão cada vez mais frios: não existe mais carinho, não valorizam mais as qualidades, só se ouvem críticas.

As pessoas estão cada vez mais intolerantes e se desgastam valorizando os defeitos dos outros.

Por isso, os relacionamentos de hoje não duram.

A ausência de elogio está cada vez mais presente nas famílias de média e alta renda. Não vemos mais homens elogiando suas mulheres ou vice-versa, não vemos chefes elogiando o trabalho de seus subordinados, não vemos mais pais e filhos se elogiando; amigos, etc.

Só vemos pessoas fúteis valorizando artistas, cantores, pessoas que usam a imagem para ganhar dinheiro e que, por conseqüência são pessoas que tem a obrigação de cuidar do corpo, do rosto.

Essa ausência de elogio tem afetado muito as famílias.

A falta de diálogo em seus lares, o excesso de orgulho impede que as pessoas digam o que sentem e levam essa carência para dentro dos consultórios.

Acabam com seus casamentos, acabam procurando em outras pessoas o que não conseguem dentro de casa.

Vamos começar a valorizar nossas famílias, amigos, alunos,subordinados. Vamos elogiar o bom profissional, a boa atitude, a ética, a beleza de nossos parceiros ou nossas parceiras, o comportamento de nossos filhos.

Vamos observar o que as pessoas gostam. O bom profissional gosta de ser reconhecido, o bom filho gosta de ser reconhecido, o bom pai ou a boa mãe gostam de ser reconhecidos, o bom amigo quer se sentir querido, a boa dona de casa valorizada, a mulher que se cuida, o homem que se cuida, enfim vivemos numa sociedade em que um precisa do outro; é impossível um homem viver sozinho, e os elogios são a motivação na vida de qualquer pessoa.

Quantas pessoas você poderá fazer feliz hoje elogiando de alguma forma?

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Receita da Dona Cacilda

Dona Cacilda é uma senhora de 92 anos, miúda, e tão elegante, que todo dia às 08 da manhã ela já está toda vestida, bem penteada e discretamente maquiada, apesar de sua pouca visão.

E hoje ela se mudou para uma casa de repouso: o marido, com quem ela viveu 70 anos, morreu recentemente, e não havia outra solução..

Depois de esperar pacientemente por duas horas na sala de visitas, ela ainda deu um lindo sorriso quando a atendente veio dizer que seu quarto estava pronto. Enquanto ela manobrava o andador em direção ao elevador, dei uma descrição do seu minúsculo quartinho, inclusive das cortinas floridas que enfeitavam a janela.

Ela me interrompeu com o entusiasmo de uma garotinha que acabou de ganhar um filhote de cachorrinho.

— Ah, eu adoro essas cortinas...

— Dona Cacilda, a senhora ainda nem viu seu quarto... Espera um pouco...

— Isto não tem nada a ver, ela respondeu, felicidade é algo que você decide por princípio. Se eu vou gostar ou não do meu quarto, não depende de como a mobília vai estar arrumada... Vai depender de como eu preparo minha expectativa. E eu já decidi que vou adorar. É uma decisão que tomo todo dia quando acordo. Sabe, eu posso passar o dia inteiro na cama, contando as dificuldades que tenho em certas partes do meu corpo que não funcionam bem... Ou posso levantar da cama agradecendo pelas outras partes que ainda me obedecem.

— Simples assim?

— Nem tanto; isto é para quem tem autocontrole e exigiu de mim um certo 'treino' pelos anos a fora, mas é bom saber que ainda posso dirigir meus pensamentos e escolher, em consequência, os sentimentos.

Calmamente ela continuou:

— Cada dia é um presente, e enquanto meus olhos se abrirem, vou focalizar o novo dia, mas também as lembranças alegres que eu guardei para esta época da vida. A velhice é como uma conta bancária: você só retira aquilo que guardou. Então, meu conselho para você é depositar um monte de alegrias e felicidades na sua Conta de Lembranças. E, aliás, obrigada por este seu depósito no meu Banco de Lembranças. Como você vê, eu ainda continuo depositando e acredito que, por mais complexa que seja a vida, sábio é quem a simplifica.

Depois me pediu para anotar:

Como manter-se jovem

  1. Deixe fora os números que não são essenciais. Isto inclui a idade,o peso e a altura. Deixe que os médicos se preocupem com isso.
  2. Mantenha só os amigos divertidos. Os depressivos puxam para baixo. (Lembre-se disto se for um desses depressivos!)
  3. Aprenda sempre: Aprenda mais sobre computadores, artes, jardinagem, o que quer que seja. Não deixe que o cérebro se torne preguiçoso. 'Uma mente preguiçosa é oficina do Alemão.' E o nome do Alemão é Alzheimer!
  4. Aprecie mais as pequenas coisas.
  5. Ria muitas vezes, durante muito tempo e alto. Ria até lhe faltar o ar. E se tiver um amigo que o faça rir, passe muito e muito tempo com ele ou ela!
  6. Quando as lágrimas aparecerem, aguente, sofra e ultrapasse. A única pessoa que fica conosco toda a nossa vida somos nós próprios. VIVA enquanto estiver vivo.
  7. Rodeie-se das coisas que ama: Quer seja a família, animais, plantas, hobbies, o que quer que seja. O seu lar é o seu refúgio.
  8. Tome cuidado com a sua saúde: Se é boa, mantenha-a. Se é instável, melhore-a. Se não consegue melhorá-la , procure ajuda.
  9. Não faça viagens de culpa. Faça uma viagem ao centro comercial, até a um país diferente, mas NÃO para onde haja culpa
  10. Diga às pessoas que ama que as ama a cada oportunidade.

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Bunda mole, é?

Belinha acordou às seis, arrumou as crianças, levou-as para o colégio e voltou para casa a tempo de dar um beijo burocrático em Artur, o marido, e de trocarem cheques, afazeres e reclamações.

Fez um supermercado rápido, brigou com a empregada que manchou seu vestido de seda, saiu como sempre apressada, levou uma multa por estar dirigindo com o celular no ouvido e uma advertência por estacionar em lugar proibido, enquanto ia, por um minuto, ao caixa automático tirar dinheiro.

No caminho do trabalho batucava ansiedade no volante, num congestionamento monstro, e pensava quando teria tempo de fazer a unha e pintar o cabelo antes que se transformasse numa mulher grisalha.

Chegando ao escritório, foi quase atropelada por uma gata escultural que, segundo soube, era a nova contratada da empresa para o cargo que ela, Belinha, fez de tudo para pegar, mas que, apesar do currículo excelente e de seus anos de experiência e dedicação, não conseguiu.

Pensou se abdômen definido contaria ponto, mas logo esqueceu a gata, porque no meio de uma reunião ligaram do colégio de Clarinha, sua filha mais nova, dizendo que ela estava com dor de ouvido e febre.

Tentou em vão achar o marido e, como não conseguiu, resolveu ela mesma ir até o colégio, depois do encontro com o novo cliente, que se revelou um chato, neurótico, desconfiado e com quem teria que lidar nos próximos meses.

Saiu esbaforida e encontrou seu carro com pneu furado. Pensou em tudo que ainda ia ter que fazer antes de fechar os olhos e sonhar com um mundo melhor.

Abandonou a droga do carro avariado, pegou um táxi e as crianças.

Quando chegou em casa, descobriu que tinha deixado a porra da pasta com o relatório que precisava ler para o dia seguinte no escritório!

Telefonou para o celular do marido com a esperança que ele pudesse pegar os malditos papéis na empresa, mas a bosta continuava fora de área.

Conseguiu, depois de vários telefonemas, que um motoboy lhe trouxesse a porra dos documentos.

Tomou uma merda de banho, deu a droga do jantar para as crianças, fez a porcaria dos deveres com os dispersos e botou os monstros para dormir.

Artur chegou puto de uma reunião em São Paulo, reclamando de tudo. Jantaram em silêncio.

Na cama ela leu metade do relatório e começou a cabecear de sono. Artur a acordou com tesão, a fim de jogo. Como aqueles momentos estavam cada vez mais raros no casamento deles, ela resolveu fazer um último esforço de reportagem e transar.

Deram uma meio rápida, meio mais ou menos, e, quando estava quase pegando no sono de novo, sentiu uma apalpadinha no seu traseiro com o seguinte comentário:

—Tá ficando com a bundinha mole, Belinha... deixa de preguiça e começa a se cuidar..

Belinha olhou para o abajur de metal e se imaginou martelando a cabeça de Artur até ver seus miolos espalhados pelo travesseiro!

Depois se viu pulando sobre o tórax dele até quebrar todas as costelas! Com um alicate de unha arrancou um a um todos os seus dentes depois deu-lhe um chute tão brutal no saco, que voou espermatozóide para todos os lados!

Em seguida usou a técnica que aprendeu num livro de auto-ajuda: como controlar as emoções negativas.

Respirou três vezes profundamente, mentalizando a cor azul, e ponderou. Não ia valer a pena, não estamos nos EUA, não conseguiria uma advogada feminista caríssima que fizesse sua defesa alegando que assassinou o marido cega de tensão pré-menstrual...

Resolveu agir com sabedoria.

No dia seguinte, não levou as crianças ao colégio, não fez um supermercado rápido, nem brigou com a empregada. Foi para uma academia e malhou duas horas.. De lá foi para o cabeleireiro pintar os cabelos de acaju e as unhas de vermelho. Ligou para o cliente novo insuportável e disse tudo que achava dele, da mulher dele e do projeto dele.

E aguardou os resultados da sua péssima conduta, fazendo uma massagem estética que jura eliminar, em dez sessões, a gordura localizada.

Enquanto se hospedava num spa, ouviu o marido desesperado tentar localiza-lá pelo celular e descobrir por que ela havia sumido.

Pacientemente não atendeu.

E, como vingança é um prato que se come frio, mandou um recado lacônico para a caixa postal dele.

— A bunda ainda está mole. Só volto quando estiver dura.

Um beijo da preguiçosa...

(Extraído do livro: Este sexo é feminino /Patrícia Travassos).

Enviado por Wilma Santiago

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Gostar de mulher

Rafael Martí

Ainda nos meus tempos de graduação em jornalismo na Uerj, fui assistir a uma palestra do fotógrafo André Arruda, que foi do JB, Globo e trabalhava, entre outras coisas, com moda. Em determinado momento da palestra ele relatava a sua experiência em fotografar nu artístico e soltou a seguinte frase: "para fotografar nu feminino é preciso gostar de mulher".

Eu sorri, porque na minha cabeça aquilo parecia meio óbvio, mas antes que qualquer um fizesse algum comentário ele completou.

— Não se trata de gostar de mulher no sentido sexual, ter tesão por mulher nua, essas coisas. Isso pode ter também. Mas se trata de gostar de mulher em um sentido mais profundo. Gostar do universo feminino. Observar que cada calcinha é única, tem uma rendinha diferente e ficar entretido com isso - afirmou.

O fato é que eu concordo com o conceito do Arruda sobre gostar de mulher. Não basta ser heterossexual, o machão latino. Para gostar de verdade de uma mulher são necessários outros requisitos que são raros. Por isso a mulherada anda tão insatisfeita.

Sensibilidade é fundamental. Paciência também. O homem que não tem paciência para escutar a necessidade que a mulher tem de falar, ou sensibilidade para cativá-la a cada dia não gosta de mulher. Pode gostar de sexo com mulher. O que é bem diferente.

Gostar de mulher é algo além, é penetrar em seu universo, se deliciar com o modo com que ela conta todo o seu dia, minuto por minuto, quando chega do trabalho. Ficar admirando seu corpo, ser um verdadeiro devoto do corpo feminino, as curvas, o cabelo, seios. Mas também cultuar a sagacidade feminina, sua intuição, admirar seu sorriso que é muito mais espontâneo que o nosso.

Gostar de mulher é querer fazer a mulher feliz. Levar flores no trabalho sem nenhum motivo a não ser o de ver seu sorriso.

É escutar pacientemente todas as queixas da chefa rabugenta, que provavelmente é assim porque seu homem não gosta de mulher.

O homem que gosta de mulher não está preocupado em quantas mulheres ele comeu durante a vida, mas sim com a qualidade do sexo que teve. Quantas mulheres ele realizou sexualmente, fazendo-as se sentirem desejadas, amadas, únicas, deusas, na cama e na vida.

O homem que gosta de mulher não come mulher. Ele penetra não só no corpo, mas na alma, respirando, sentindo, amando cada pedacinho do corpo, e, é claro, da personalidade.

"Para viver um grande amor é necessário ser de sua dama por inteiro", afirmou Vinícius de Morais no poema Para viver um grande amor.

Para amar verdadeiramente uma mulher o homem deve ser totalmente fiel, amá-la até a raiz dos cabelos. Admirá-la, se deixar apaixonar todo dia pelo seu sorriso ao despertar e principalmente conquistá-la, seduzi-la, como se fosse a primeira vez.

O homem que não tem paciência, nem tesão, nem competência para lhe seduzir várias e várias vezes, esse, minha amiga, não se iluda, não gosta nem um pouco de mulher.

Conquistar o corpo e a alma de uma mulher é algo tão gratificante que tem que ser tentado várias vezes. Só que alguns homens, os que não gostam de mulher, querem conquistar várias mulheres. Nós que gostamos de mulher é que conquistamos várias vezes a mesma mulher. E isso nos gratifica, nos fortalece e nos dá uma nova dimensão. A dimensão da poesia, do amor e em última instância do impenetrável universo feminino.

Mas atenção amigos que gostam de mulher: gostar de mulher e penetrar em seu universo não é torná-las cativas e sim libertá-las, admirá-las em sua insuperável liberdade. Uma das músicas com que mais me identifico é uma em inglês, por incrível que pareça, para um nacionalista e anti-imperialista convicto. É a Have you really loved a woman? do cantor Bryan Adams. A música foi tema do filme Don Juan de Marco, e em uma tradução livre quer dizer "você já amou realmente uma mulher?". Em toda a música o cantor fala sobre a necessidade de se conhecer os pensamentos femininos, sonhos, dar-lhe apoio, para amar realmente uma mulher.

Essa música é perfeita. Como se vê, gostar de transar com mulher é fácil. Agora gostar de mulher é dificílimo. Precisa ser homem de verdade para isso. Suponho que me entender não é uma questão de inteligência e sim de sensibilidade.

Mensagem Enviada por Wilma Santiago

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Da gente que eu gosto

Mário Benedetti

Eu gosto de gente que vibra, que não tem de ser empurrada, que não tem de dizer que faça as coisas, mas que sabe o que tem que fazer e que faz. A gente que cultiva sues sonhos até que esses sonhos se apoderam de sua própria realidade.

Eu gosto de gente com capacidade para assumir as conseqüências de suas ações, de gente que arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho, que se permite, abandona os conselhos sensatos deixando as soluções nas mãos de Deus.

Eu gosto de gente que é justa com sua gente e consigo mesma, da gente que agradece o novo dia, as coisas boas que existem em sua vida, que vive cada hora com bom animo dando o melhor de si, agradecido de estar vivo, de poder distribuir sorrisos, de oferecer suas mãos e ajudar generosamente sem esperar nada em troca.

Eu gosto da gente capaz de me criticar construtivamente e de frente, mas sem me lastimar ou me ferir. Da gente que tem tato. Gosto da gente que possui sentido de justiça. A estes chamo de meus amigos.

Eu gosto da gente que sabe a importância da alegria e a pratica. Da gente que por meio de piadas nos ensina a conceber a vida com humor. Da gente que nunca deixa de ser animada.

Eu gosto de gente sincera e franca, capaz de se opor com argumentos razoáveis a qualquer decisão.

Gosto de gente fiel e persistente, que não descansa quando se trata de alcançar objetivos e idéias.

Eu gosto da gente de critério, a que não se envergonha em reconhecer que se equivocou ou que não sabe algo. De gente que, ao aceitar seus erros, se esforça genuinamente por não voltar a cometê-los. De gente que luta contra adversidades. Gosto de gente que busca soluções.

Eu gosto da gente que pensa e medita internamente. De gente que valoriza seus semelhantes, não por um estereotipo social, nem como se apresentam. De gente que não julga, nem deixa que outros julguem. Gosta de gente que tem personalidade.

Eu gosto da gente que é capaz de entender que o maior erro do ser humano é tentar arrancar da cabeça aquilo que não sai do coração.

A sensibilidade, a coragem, a solidariedade, a bondade, o respeito, a tranqüilidade, os valores, a alegria, a humildade, a fé, a felicidade, o tato, a confiança, a esperança, o agradecimento, a sabedoria, os sonhos, o arrependimento, e o amor para com os demais e consigo próprio são coisas fundamentais para se chamar GENTE.

Com gente como essa, me comprometo, para o que seja, pelo resto de minha vida... já que, por tê-los junto de mim, me dou por bem retribuído.

Impossível ganhar sem saber perder.
Impossível andar sem saber cair.
Impossível acertar sem saber errar.
Impossível viver sem saber reviver.

A glória não consiste em não cair nunca, mas em levantar-se todas as vezes que seja necessário.

E ISSO É ALGO QUE MUITO POUCA GENTE TEM O PRIVILEGIO DE PODER EXPERIMENTAR.

Bem aventurados aqueles que já conseguiram receber com a mesma naturalidade o ganhar e o perder, o acerto e o erro, o triunfo e a derrota...

Mario Benedetti (Paso de los Toros, 14 de setembro de 1920 -- Montevidéu, 17 de maio de 2009) foi um poeta, escritor e ensaísta uruguaio. Integrante da Geração de 45, a qual pertencem também Idea Vilariño e Juan Carlos Onetti, entre outros. Considerado um dos principais autores uruguaios, ele iniciou a carreira literária em 1949 e ficou famoso em 1956, ao publicar "Poemas de Oficina", uma de suas obras mais conhecidas. Benedetti escreveu mais de 80 livros de poesia, romances, contos e ensaios, assim como roteiros para cinema. (Fonte: Wikipedia).

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Enfrentando a arrogância

Um jovem muito arrogante, que estava assistindo a um jogo de futebol, tomou para si a responsabilidade de explicar a um senhor já maduro, próximo dele, porque era impossível a alguém da velha geração entender esta geração.

"Vocês cresceram em um mundo diferente, um mundo quase primitivo, o estudante disse alto e claro de modo que todos em volta pudessem ouvi-lo. Nós, os jovens de hoje, crescemos com Internet , celular , televisão, aviões a jato, viagens espaciais, homens caminhando na Lua, nossas espaçonaves tendo visitado Marte. Nós temos energia nuclear, carros elétricos e a hidrogênio, computadores com grande capacidade de processamento e ...," - fez uma pausa para tomar outro gole de cerveja.

O senhor se aproveitou do intervalo do gole para interromper a liturgia do estudante em sua ladainha e disse:

— Você está certo, filho. Nós não tivemos essas coisas quando éramos jovens por que estávamos ocupados em inventa-las. E você, um bostinha arrogante dos dias de hoje, o que está fazendo para a próxima geração?

Foi aplaudido ruidosamente, em pé !

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O Presente

Um garoto pobre, com cerca de doze anos de idade, vestido e calçado de forma humilde, entra na loja, escolhe um sabonete comum e pede ao proprietário que embrulhe para presente.

— É para minha mãe?, diz com orgulho.

O dono da loja ficou comovido diante da singeleza daquele presente. Olhou com piedade para o seu freguês e, sentindo uma grande compaixão, teve vontade de ajudá-lo.

Pensou que poderia embrulhar, junto com o sabonete comum, algum artigo mais significativo. Entretanto, ficou indeciso: ora olhava para o garoto, ora para os artigos que tinha em sua loja.

Devia ou não fazer? O coração dizia sim, a mente dizia não.

O garoto, notando a indecisão do homem, pensou que ele estivesse duvidando de sua capacidade de pagar.

Colocou a mão no bolso, retirou as moedinhas que dispunha e as colocou sobre o balcão.

O homem ficou ainda mais comovido quando viu as moedas, de valor tão insignificante. Continuava seu conflito mental. Em sua intimidade concluíra que, se o garoto pudesse, ele compraria algo bem melhor para sua mãe.

Lembrou de sua própria mãe. Fora pobre e muitas vezes, em sua infância e adolescência, também desejara presentear sua mãe. Quando conseguiu emprego, ela já havia partido para o mundo espiritual. O garoto, com aquele gesto, estava mexendo nas profundezas dos seus sentimentos.

Do outro lado do balcão, o menino começou a ficar ansioso. Alguma coisa parecia estar errada. Por que o homem não embrulhava logo o sabonete?

Ele já escolhera, pedira para embrulhar e até tinha mostrado as moedas para o pagamento. Por que a demora? Qual o problema?

No campo da emoção, dois sentimentos se entreolhavam: a compaixão do lado do homem, a desconfiança por parte do garoto.

Impaciente, ele perguntou:

— Moço, está faltando alguma coisa??

— Não, respondeu o proprietário da loja -- é que de repente me lembrei de minha mãe. Ela morreu quando eu ainda era muito jovem. Sempre quis dar um presente para ela, mas, desempregado, nunca consegui comprar nada.

Na espontaneidade de seus doze anos, perguntou o menino:

— Nem um sabonete?

O homem se calou. Refletiu um pouco e desistiu da idéia de melhorar o presente do garoto. Embrulhou o sabonete com o melhor papel quetinha na loja, colocou uma fita e despachou o freguês sem responder mais nada.

A sós, pôs-se a pensar. Como é que nunca pensara em dar algo pequeno e simples para sua mãe? Sempre entendera que presente tinha que ser alguma coisa significativa, cara até, tanto assim que, minutos antes, sentira piedade da singela compra e pensara em melhorar o presente adquirido.

Comovido, entendeu que naquele dia tinha recebido uma grande lição. Junto com o sabonete do menino, seguia algo muito mais importante e grandioso, o melhor de todos os presentes: o gesto de amor!

Equipe de Redação do Momento, a partir do cap. 20 do livro Novas histórias que ninguém contou, novos conselhos que ninguém deu, de autoria de Melcíades José de Brito, DPL editora.

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A Iluminação

Um dia, perguntaram a um grande mestre quem o havia ajudado a atingir a iluminação, e ele respondeu: "Um cachorro".

Os discípulos, surpresos, quiseram saber o que havia acontecido, e o mestre contou:

— Certa vez, eu estava olhando um cachorro, que parecia sedento e se dirigia a uma poça d'água. Quando ele foi beber, viu sua imagem refletida. O cachorro, então, fez uma cara de assustado, e a imagem o imitou. Ele fez cara de bravo, e a imagem o arremedou. Então, ele fugiu de medo e ficou observando, distante, durante longo tempo, a água. Quando a sede aumentou, ele voltou, repetiu todo o ritual e fugiu novamente. Num dado momento, a sede era tanta que o cachorro não resistiu e correu em direção à água, atirou-se nela e saciou sua sede. Desde esse dia, percebi que, sempre que eu me aproximava de alguém, via minha imagem refletida, fazia cara de bravo e fugia assustado. E ficava, de longe, sonhando com esse relacionamento que eu queria para mim. Esse cachorro me ensinou que eu precisava entrar em contato com a minha sede e mergulhar no amor, sem me assustar com as imagens que eu ficava projetando nos outro.

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O quanto de Boris existe em você?

William Douglas

William Douglas é juiz federal com mestrado em Direito e pós-graduação em Políticas Públicas e Governo. Atua também como professor em cursos de extensão em Direito e preparatórios para concursos. É autor de vários livros com dicas para passar em concursos públicos.

Após ouvir lixeiros desejarem "feliz 2010", Boris Casoy disse "... quem----, dois lixeiros desejando felicidades do alto de suas vassouras... (risos) ... dois lixeiros... o mais baixo da escala do trabalho."

O episódio chocou. As reações que está sofrendo são exageradas? Ou ele as merece? Os lixeiros desejaram a todos (inclusive a ele, portanto) "paz, saúde, dinheiro, trabalho" e o que se seguiu foi, usando sua terminologia, "uma vergonha".

O pedido de desculpas, protocolar, não teve eficácia, talvez até o contrário. A oposição entre a imagem do apresentador e o comentário em off, revelador de uma visão elitista e preconceituosa, frustrou a ideia de respeito a todos e ao telespectador (imaginem o filho de um gari ouvindo isso). A rudeza dos comentários não se resolve por ter sido um acidente e não é fácil pedir desculpas pelo que se é ou pensa. Contudo, até que ponto a diferença entre nós e o Boris reside apenas no azar que ele deu pelo vazamento? O quanto de Boris existe em cada brasileiro?

Quando alguém se refere ao ponto "mais baixo na escala do trabalho" pode estar se referindo ao conteúdo moral ou social da atividade (como, por exemplo, criticar o tráfico ou a agiotagem), pelos riscos ou pela remuneração reduzida. A atividade de lixeiro não é nociva à sociedade. Nocivo seria, para a saúde e meio ambiente, que eles não atuassem. Como o risco não é tão grande, por eliminação, resta a remuneração. E aí reside um preconceito que resiste: julgar a dignidade das pessoas, ou das profissões, de acordo com sua remuneração. Há que se reconhecer que nem sempre existe equilíbrio entre a importância social de uma função e os ganhos que esta proporciona. E não se pode confundir o desejo de melhorar de vida ou ganhar mais, e a admiração por quem logra isto, com uma postura de menoscabo com as funções menos rentáveis.

Todo trabalho é digno. O que existe, em cada ofício, são pessoas que agem bem e outras não. Existem servidores públicos, CEO's, lixeiros, jornalistas e juízes dignos e indignos, o que se define pela forma como exercem sua atividade. Mais que isso, Jesus dizia que "a vida do homem não consiste na abundancia dos bens que possui".

Se você, leitor, julga alguém melhor ou pior levando em consideração o quanto a pessoa ganha, ou como se veste, ou onde mora, é preciso reconhecer que em você há, escondido, um pouco desse lado sombrio que o Boris revelou ter. Talvez o lado positivo desse episódio seja a reflexão sobre até que ponto ele não revela nossos preconceitos em off.

Camila Pitanga, que faz o papel de uma faxineira na novela global, afirmou que anda pelo estúdio sem ser cumprimentada quando está com os trajes da personagem. Feliz pelo papel ser convincente, não deixou de anotar como é estranho ficar "invisível", Esse fenômeno já foi objeto de estudo por um professor da USP que, vestido de faxineiro, ficou "invisível" na universidade, por anos. Em suma, quem deixa de ver o faxineiro, não deixa de ter seu lado Boris. Não que o Boris seja de todo mal, ele não é. Ninguém é. Somos todos humanos, com nossos lados luminosos e sombrios.

Boris também errou ao analisar a função de lixeiro. Os "'garis" são figuras simpáticas à população, vivem de bom humor e, ao lado dos carteiros, têm índices de aprovação e confiança que fazem corar os Poderes, a igreja e a imprensa. Infelizmente, estas instituições não são eficientes para limpar seus respectivos "lixos" como os garis o são com o lixo que lhes cabe. Por fim, não esquecer que - com seu jeito e ginga - um gari ilustra o vídeo institucional da bem sucedida campanha "Rio 2016". No Rio, os concursos para gari são concorridíssimos.

Certa vez, fui a uma festa na casa de um Procurador do Ministério Público do Trabalho (negro e onde grande número de convidados eram afrodescendentes). Fui com meus dois filhos e a babá do mais novo. Ela, negra, não está acostumada a ir a festas com tantas pessoas da sua cor. Em restaurantes e colégios caros, só para dar dois exemplos, é raro encontrar pessoas negras. Depois da festa, perguntei à babá o que ela achou e sua resposta foi: "Achei muito diferente, Dr. William. As pessoas olhavam para mim!". De fato, quem reparar vai ver quantos ignoram os trabalhadores mais humildes, quando não chegam a destratá-los. Naquele ambiente raro, a jovem experimentou a "não invisibilidade".

E você, leitor? Cumprimenta seu lixeiro? O garçom? A babá da vizinha? O porteiro? Você os vê? Aquele áudio procura você. Se você se julga, ou julga os outros, por quanto ganha, por qual carro tem, ou se não tem um, então o episódio pode revelar esse lado do Boris em seu cotidiano. Melhor que apenas discutir o que fez o Casoy é também questionarmos até que ponto reconhecemos o valor de todo e qualquer trabalho honesto.

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Pensar é ser

Fénelon escreveu que "o mais infeliz dos homens é aquele que assim se julga,porque a desgraça depende menos das coisas que sofremos do que da imaginação com que aumentamos a própria infelicidade".

O mais infeliz dos homens é aquele que assim se julga. Uma grande verdade, porque felicidade e infelicidade são estados mentais.

Não são os acontecimentos, em si, que fazem uma pessoa feliz ou infeliz, mas a idéia que essa pessoa faz desses acontecimentos.

Uma outra frase diz: "os tristes dizem que os ventos gemem; os alegres acham que os ventos cantam".

Tudo é questão de ótica mental.

Você vê e sente as coisas através da mente.

Pode ser que você tenha errado, feito besteiras, fracassado, que ninguém é infalível e nem perfeito.

Mas ao invés de ficar aí se lamentando pelos cantos da casa, ou pelos consultórios psiquiátricos, levante a cabeça, corrija a direção do seu barco e siga em frente.

Ficar se lamentando é uma maneira de perder tempo e vida.

Siga em frente.

Às vezes, o barco bater num galho de árvore, sofrer o atrito de um banco de areia, chocar-se com outro barco, mas seguindo em frente você somente ficará com a parte boa do acontecido, que é a lição para acertar melhor o roteiro e a certeza de que está chegando sempre mais próximo do objetivo.

Se vai adiante, poderá acertar a rota. Se fica parado, a chorar o leite derramado, jamais chegará onde deseja.

Por todas essas considerações, você percebe que a sua mente faz a sua felicidade ou infelicidade, o sucesso ou a depressão, enfim a sua vida.

Preste bem atenção ao conteúdo das suas reflexões diárias sobre os fatos e situações, pois aí está a explicação do que lhe acontece.

Se vive se queixando da vida, achando que não adianta fazer nada, vendo fantasmas e demônios por toda parte, sua vida irá de mal a pior, pois o que você planta na mente, colhe na realidade.

Inunde sua mente, a sua alma, o seu coração, com a energia da felicidade.

Proclame interiormente a felicidade, imagine-se feliz e verá que esta causa mental trará consigo o efeito correspondente.

Pensar é ser...

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Cuidado com o mais ou o menos

Um palestrante entrou num auditório para proferir uma palestra e, com surpresa, deu com o auditório vazio. Só havia um homem sentado na primeira fila. Desconcertado, o palestrante perguntou ao homem se devia ou não dar a palestra só para ele. O homem respondeu:

— Sou um homem simples, não entendo dessas coisas. Mas se eu entrasse num galinheiro e encontrasse apenas uma galinha para alimentar, eu alimentaria essa única galinha.

O palestrante entendeu a mensagem e deu a palestra inteira, conforme havia preparado. Quando terminou, perguntou ao homem:

— Então, gostou da palestra?

O homem respondeu:

— Como eu lhe disse, sou um homem simples, não entendo dessas coisas. Mas se eu entrasse num galinheiro e só tivesse uma única galinha, eu não daria o saco de milho inteiro para ela.

Comentário

Uma das tarefas mais importantes na nossa vida profissional é saber mudar os planos, quando a situação muda. O cliente sempre quer trabalhar com empresas que têm estratégia. Todos têm um plano, mas nem todos sabem o que fazer quando ele não dá certo.

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Abaixo a águia, viva a galinha

Por Maurício Góis

Pare de pensar como águia e trabalhe mais como galinha.

Todo mundo diz que a águia é o símbolo da excelência e a galinha é o exemplo da incompetência e covardia. Coitada da galinha no mundo dos negócios! Há muitas histórias motivacionais que colocam a águia lá em cima, nas nuvens do sucesso e do entusiasmo. A mais conhecida delas é a da águia filhote que caiu num galinheiro e, de tanto viver entre as galinhas, acabou por pensar e agir como uma delas até o dia em que bateu as asas da autodescoberta e voou para os céus da realização. No mundo corporativo, a águia é nota cem, e a galinha é o ponto zero. Mas eu quero aproveitar esse momento para ressuscitar a dignidade da galinha. Na arte de administrar uma empresa, dirigir equipes e ser um profissional, não há vantagem alguma em ser águia. Vamos analisar nove razões:

  1. Muita gente diz que a águia é o símbolo do sucesso porque não vive em bandos. Ora, e qual é a vantagem disso? O que se prega com essa ideia é que o trabalho em equipe não tem valor e que precisamos ser individualistas. Sua equipe pensa como bando? Ótimo, é a sua oportunidade de transformar bandos em grupos, grupos em turmas, turmas em equipes e equipes em times. Ser galinha é pensar com o espírito de "estar junto" e jamais se debandar. Ponto para a galinha!

  2. Sim, a águia ensina seus filhotes a voar. E sabe qual é o método dela? A violência. Que raio de didática é essa que pega um filho e leva-o ao alto de uma montanha com o aviso "voe ou morra"? Já a galinha ensina seus filhotes a andar e usa um método muito moderno: ela vai à frente e seus pintinhos a seguem. Nesse sentido, a galinha pode ser o símbolo da liderança, do treinamento e da educação corporativa. Joe Baker dizia que liderar é você ir à frente e levar seu pessoal a um lugar em que eles jamais iriam sozinhos. Viva a galinha!

  3. A águia é citada como o símbolo do poder porque ela vê de cima. Ora, visão, missão, concentração e ação são os quatro "ãos" das pessoas fabricantes de resultados. E a visão é o sustentáculo de qualquer negócio. Mas, hoje, é preciso ter uma visão sextavada, ou seja, é necessário olhar de cima, de baixo, do lado direito, do lado esquerdo, por trás e pela frente. E olhar para frente é fazer exercícios de futurologia apostando no que poderá vir a ser. Olhar para trás é prever o que os concorrentes poderão fazer depois que você lançar seu produto ou serviço revolucionário e assim por diante. A águia só vê de cima, e a galinha só vê de baixo. Nesse item, é zero para as duas.

  4. Para muitos publicitários, a galinha continua ainda a ser um dos símbolos do marketing. Ela produz um produto de excelente qualidade e anuncia para todo mundo que ele existe: o ovo, símbolo da embalagem perfeita. Já a águia faz tudo escondido.

  5. Quem foi que disse que a águia, ao completar 40 anos, fica com as garras flexíveis e não consegue mais pegar suas presas? Quem afirmou que ela, por ficar com as asas envelhecidas, vai ao topo de uma montanha e lá fica 150 dias se automutilando num duro processo de reconstrução? Você já consultou um ornitólogo? Pois bem, a automutilação em animais acontece em situação de grande estresse ou doenças de pele, mas não para renascimento do que se era antes. A velhice, pelo menos até agora, é inevitável para homens e bichos. Mas para os inventores de parábolas motivacionais tudo faz sentido, pois o importante é manipular a imaginação seduzida. Há pessoas afirmando que, durante os 150 dias em que a águia fica na montanha renovando o bico, remoçando as penas e recriando sua nova natureza, as outras águias do bando a alimentam. Ora, mas não se prega que a águia não vive em bando? Caramba! Vou bater palmas para a galinha. Ela é mais sincera, é o que é e pronto.

  6. Sabe os três pontos que a águia tem sobre a galinha? O folclore, a cultura e a linguagem. Se você ouvir alguém dizer que "aquele homem é galinha", por certo decodificará um significado diferente do que se ouvisse "aquela mulher é galinha". Está aí uma das poucas vantagens da águia sobre a galinha: a linguística. Grande coisa! Você gosta mais de cachorro ou de gato? Mas prefere que eu lhe diga que você é um cachorro ou que é um(a) gato(a)? O marketing, as vendas e o sucesso não vivem dos conflitos entre significantes e significados.

  7. A galinha é um dos ícones do carinho, afetividade e amor. Aquela história de uma galinha que, num incêndio, foi encontrada morta com as asas em cima de seus pintinhos vivos deve ser apenas uma ilustração, mas pode ser verdade. O caráter/instinto da galinha é capaz de tal façanha, e o lema da águia é "salve-se quem puder".

  8. A galinha é o símbolo da prestação de serviço. Aliás, ela presta serviço enquanto está viva, ao botar ovos, e, quando morre, beneficiando-nos com sua carne. Há algum açougue que vende ovo e carne de águia? Um bom profissional imita a galinha: quando o cliente está vivo, o gerador de lucros oferece bons produtos e serviços e, quando o cliente "morre", isto é, deixa de ser cliente, ele dá seu sangue para recuperá-lo.

  9. A ideia de que a galinha é o símbolo do envolvimento, e não do comprometimento, não é verdade. Prega-se por aí que o boi (alguns dizem que foi o porco) abriu uma empresa com a galinha, mas ela não foi para frente porque, enquanto a galinha botava um ovo, o boi dava o sangue, ou seja, se comprometia. Ora, quem disse que se comprometer é morrer? Morrer pela empresa não é a questão, desafiador mesmo é viver por ela. Uma galinha de fazenda bota um ovo de boa qualidade e volta no outro dia para botar outro - e garanto que ela nunca ouviu falar de kaizen, just in time e círculos de controles de qualidade.

Bem, depois de reler este meu artigo, tomei uma decisão: confesso que não tenho vocação alguma para soltar a franga, mas vou despertar a galinha que existe dentro de mim. É uma das opções que eu encontrei para voar como uma águia.

(artigo de Maurício Góis originalmente publicado na revista Venda Mais)

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O sotaque das mineiras

F.P.B. Netto

O sotaque das mineiras deveria ser ilegal, imoral ou engordar.Afinal,se tudo que é bom tem um desses horríveis efeitos colaterais, como é que o falar, sensual e lindo das moças de Minas ficou de fora?

Porque, Deus, que sotaque! Mineira devia nascer com tarja preta avisando: "ouvi-la faz mal à saúde". Se uma mineira, falando mansinho, me pedir para assinar um contrato doando tudo que tenho, sou capaz de perguntar: "só isso?". Assino, achando que ela me faz um favor.

Eu sou suspeitíssimo. Confesso: esse sotaque me desarma. Certa vez quase propus casamento a uma menina que me ligou por engano, só pelo sotaque.

Os mineiros têm um ódio mortal das palavras completas... Preferem, sabe-se lá por que, abandoná-las no meio do caminho. Não dizem: pode parar, dizem: "pó parar" Não dizem: onde eu estou?, dizem: "onde queu tô."

Os não-mineiros, ignorantes nas coisas de Minas, supõem, precipitada e levianamente, que os mineiros vivem - lingüisticamente falando - apenas de uais, trens e sôs.

Digo-lhes que não. Mineiro não fala que o sujeito é competente em tal ou qual atividade. Fala que ele é bom de serviço. Pouco importa que seja um juiz, um jogador de futebol ou um ator de filme pornô. Se der no couro - metaforicamente falando, claro - ele é bom de serviço. Faz sentido...

Mineiras não usam o famosíssimo tudo bem. Sempre que duas mineiras se encontram, uma delas há de perguntar pra outra: "cê tá boa?" Para mim, isso é pleonasmo. Perguntar para uma mineira se ela tá boa é desnecessário. ...

Há outras. Vamos supor que você esteja tendo um caso com uma mulher casada. Um amigo seu, se for mineiro, vai chegar e dizer: - Mexe com isso não, sô (leia-se: sai dessa, é fria, etc..) O verbo "mexer", para os mineiros, tem os mais amplos significados. Quer dizer, por exemplo, trabalhar. Se lhe perguntarem com o que você mexe, não fique ofendido. Querem saber o seu ofício.

Os mineiros também não gostam do verbo conseguir. Aqui ninguém consegue nada. Você não dá conta. Sôcê (se você) acha que não vai chegar a tempo, você liga e diz: "- Aqui, não vou dar conta de chegar na hora, não, sô."

Esse "aqui" é outra delícia que só tem aqui. É antecedente obrigatório, sob pena de punição pública, de qualquer frase. É mais usada, no entanto, quando você quer falar e não estão lhe dando muita atenção: é uma forma de dizer "olá, me escutem, por favor". É a última instância antes de jogar um pão de queijo na cabeça do interlocutor.

Mineiras não dizem "apaixonado por". Dizem, sabe-se lá por que, "apaixonado com". Soa engraçado aos ouvidos forasteiros. Ouve-se a toda hora: "Ah, eu apaixonei com ele...". Ou: "sou doida com ele" (ele, no caso, pode ser você, um carro, um cachorro).

Eu preciso avisar à língua portuguesa que gosto muito dela, mas prefiro, com todo respeito, a mineira. Nada pessoal. Aqui certas regras não entram. São barradas pelas montanhas.

Por exemplo: em Minas, se você quiser falar que precisa ir a um lugar, vai dizer: - "Eu preciso de ir." Onde os mineiros arrumaram esse "de", aí no meio, é uma boa pergunta.. Só não me perguntem! Mas que ele existe, existe. Asseguro que sim, com escritura lavrada em cartório.

No supermercado, o mineiro não faz muitas compras, ele compra um tanto de coisa. O supermercado não estará lotado, ele terá um tanto de gente. Se a fila do caixa não anda, é porque está agarrando lá na frente. Entendeu? Agarrar é agarrar, ora!

Se, saindo do supermercado, a mineirinha vir um mendigo e ficar com pena, suspirará :"- Ai, gente, que dó."

É provável que a essa altura o leitor já esteja apaixonado pelas mineiras... Não vem caçar confusão pro meu lado! Porque, devo dizer, mineiro não arruma briga, mineiro "caça confusão". Se você quiser dizer que tal sujeito é arruaceiro, é melhor falar, para se fazer entendido, que ele "vive caçando confusão".

Ah, e tem o "Capaz...." Se você propõe algo a uma mineira, ela diz: "capaz" !!! Vocês já ouviram esse "capaz"? É lindo. Quer dizer o quê? Sei lá, quer dizer "ce acha que eu faço isso"!? com algumas toneladas de ironia.. Se você ameaçar casar com a Gisele Bundchen, ela dirá: "ô dó dôcê". Entendeu? Não? Deixa para lá.

É parecido com o "nem..".Já ouviu o "nem..."?

Completo ele fica: "- Ah, nem...." O que significa? Significa, amigo leitor, que a mineira que o pronunciou não fará o que você propôs de jeito nenhum. Mas de jeito nenhum. Você diz: "Meu amor, cê anima de comer um tropeiro no Mineirão?".

Resposta: "nem...." Ainda não entendeu? Uai, nem é nem. Leitor, você é meio burrinho ou é impressão?

Preciso confessar algo: minha inclinação é para perdoar, com louvor, os deslizes vocabulares das mineiras. Aliás, deslizes nada. Só porque aqui a língua é outra, não quer dizer que a oficial esteja com a razão.

Se você, em conversa, falar: "Ah, fui lá comprar umas coisas...".. - Que" s coisa? - ela retrucará. O plural dá um pulo. Sai das coisas e vai para o "que"!

Ouvi de uma menina culta um "pelas metade", no lugar de "pela metade". E se você acusar injustamente uma mineira, ela, chorosa, confidenciará :

— Ele pôs a culpa "ni mim".

A conjugação dos verbos tem lá seus mistérios, em Minas... Ontem, uma senhora docemente me consolou: "preocupa não, bobo!".. E meus ouvidos, já acostumados às ingênuas conjugações mineiras. nem se espantam. Talvez se espantassem se ouvissem um: "não se preocupe", ou algo assim. Fórmula mineira é sintética. e diz tudo.

Até o tchau, em Minas, é personalizado. Ninguém diz tchau, pura e simplesmente. Aqui se diz: "tchau pro cê", "tchau pro cês". É útil deixar claro o destinatário do tchau...

Felipe Peixoto Braga Netto (1973) afirma que não é jornalista, não é publicitário, nunca publicou crônicas ou contos - não é, enfim, literariamente falando, muita coisa, segundo suas próprias palavras. Paulistano, mora em Belo Horizonte e ama Minas Gerais. Ele diz que nunca publicou nada, mas a crônica que abaixo foi extraída do livro "As coisas simpáticas da vida", Landy Editora, São Paulo (SP) - 2005, pág. 82.

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O Mandarim e o Alfaiate

Um dia um homem recebeu a notícia de que acabara de ser nomeado mandarim (*). Ficou tão eufórico que quase não se conteve:

— Serei um grande homem agora - disse a um amigo - Preciso de roupas novas imediatamente, roupas que façam jus à minha nova posição na vida.

— Conheço o alfaiate perfeito para você - replicou o amigo. É um velho sábio que sabe dar a cada cliente o corte perfeito. Vou-lhe dar o endereço.

E o novo mandarim foi ao alfaiate, que cuidadosamente tirou suas medidas. Depois de guardar a fita métrica, o homem disse:

— Há mais uma informação que preciso ter. Há quanto tempo o senhor é mandarim???

— Ora, o que isso tem a ver com a medida do meu manto?? Perguntou o cliente surpreso.

— Não posso fazê-lo sem obter esta informação senhor. É que um mandarim recém-nomeado fica tão deslumbrado com o cargo que mantém a cabeça altiva, ergue o nariz e estufa o peito. Assim sendo, tenho que fazer a parte da frente maior que a de trás. Anos mais tarde, quando está ocupado com o seu trabalho e os transtornos advindos da experiência o tornam sensato, e olha adiante para ver o que vem em sua direção e o que precise ser feito a seguir, aí então eu costuro o manto de modo que a parte da frente e a de trás tenham o mesmo comprimento. E mais tarde, depois que o mandarim está curvado pela idade e pelos anos de trabalho cansativo, sem mencionar a humildade adquirida através de uma vida de esforços, então faço o manto de modo que as costas fiquem mais longas que a frente. Portanto, tenho que saber se há quanto tempo o senhor está no cargo para que a roupa apropriadamente lhe assente no corpo.

O novo mandarim saiu da loja pensando menos no manto e mais no motivo que levara seu amigo a mandá-lo procurar exatamente aquele alfaiate.

(*) Mandarim - alto funcionário público do governo Chinês

Enviado por Wilma Santiago

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Cuidado, Ratoeira!

Um rato, olhando pelo buraco na parede, vê o fazendeiro e sua esposa abrindo um pacote. Pensou logo no tipo de comida que poderia haver ali.

Ao descobrir que era uma ratoeira, ficou aterrorizado. Correu ao curral da fazenda advertindo a todos: - Há uma ratoeira na casa, uma ratoeira na casa! A galinha disse: - Desculpe-me, Sr. Rato, eu entendo que isso seja um grande problema para o senhor, mas não me prejudica em nada, não me incomoda. O rato foi até o porco e lhe disse: - Há uma ratoeira na casa, uma ratoeira!

O porco disse: - Desculpe-me Sr. Rato, mas não há nada que eu possa fazer, a não ser rezar. Fique tranqüilo, que o senhor será lembrado nas minhas preces.

O rato dirigiu-se então à vaca. A vaca lhe disse: - O que, Sr. Rato? Uma ratoeira? Por acaso estou em perigo? - Acho que não! Então o rato voltou para seu canto, cabisbaixo e abatido, para encarar a ratoeira do fazendeiro.

Naquela noite, ouviu-se um barulho, como o de uma ratoeira pegando sua vítima. A mulher do fazendeiro correu para ver o que havia pego. No escuro, ela não viu que a ratoeira havia pego a cauda de uma cobra venenosa. E a cobra picou a mulher... O fazendeiro a levou imediatamente ao hospital.

Ela voltou com febre. Para amenizar a sua febre, nada melhor que uma canja de galinha. Então, o fazendeiro pegou seu cutelo e foi providenciar o ingrediente principal. Como a doença da mulher continuava, os amigos e vizinhos vieram visitá-la. Então, para alimentá-los, o fazendeiro matou o porco. A mulher não melhorou e acabou morrendo. Muita gente veio para o funeral. Então, o fazendeiro sacrificou a vaca, para poder alimentar todo aquele povo.

Na próxima vez que você ouvir dizer que alguém está diante de um problema e acreditar que o problema não lhe diz respeito, lembre-se que: quando existir uma ratoeira, todos corremos risco.

"O problema de um é problema de todos, pois vivemos em coletividades".

Enviado por Wilma Santiago

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O tempo e as jabuticabas

Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para frente do que já vivi até agora. Sinto-me como aquela menina que ganhou uma bacia de jabuticabas. As primeiras, ela chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço.

Já não tenho tempo para lidar com mediocridades. Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflados. Não tolero gabolices. Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte.

Já não tenho tempo para projetos megalomaníacos. Não participarei de conferências que estabelecem prazos fixos para reverter a miséria do mundo. Não quero que me convidem para eventos de um fim de semana com a proposta de abalar o milênio.

Já não tenho tempo para reuniões intermináveis para discutir estatutos, normas, procedimentos e regimentos internos. Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que apesar da idade cronológica, são imaturos.

Não quero ver os ponteiros do relógio avançando em reuniões de 'confrontação', onde 'tiramos fatos a limpo'. Detesto fazer acareação de desafetos que brigaram pelo majestoso cargo de secretário geral do coral. Lembrei-me agora de Mário de Andrade que afirmou: 'as pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos'. Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência, minha alma tem pressa... Sem muitas jabuticabas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua mortalidade, defende a dignidade dos marginalizados, e deseja tão somente andar ao lado do que é justo.

Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade, desfrutar desse amor absolutamente sem fraudes, nunca será perda de tempo.'

O essencial faz a vida valer a pena.

Autor: Pedro L Ribeiro, extraído do livro "Eu creio mas tenho dúvidas, página 107.

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Sabedoria do General Napoleão Bonaparte

Dizem que Napoleão Bonaparte classificava seus soldados em 4 tipos:

  1. Os inteligentes com iniciativa ;
  2. Os inteligentes sem iniciativa ;
  3. Os ignorantes sem iniciativa ; e
  4. Os ignorantes com iniciativa.

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Desejo...

Por Vitor Hugo

Desejo primeiro, que você ame,
e que amando, também seja amado,
e que, se não for, seja breve em esquecer
e, esquecendo, não guarde mágoa.
Desejo pois, que não seja assim,
mas se for, saiba ser sem desesperar.
Desejo também que tenha amigos que,
mesmo maus e inconseqüentes,
sejam corajosos e fiéis,
e que em pelo menos num deles
você possa confiar sem duvidar.

E porque a vida é assim,
desejo ainda que você tenha inimigos;
nem muitos, nem poucos,
mas na medida exata para que, algumas vezes,
você se interpele a respeito
de suas próprias certezas.
E que entre eles, haja pelo menos um que seja justo,
para que você não se sinta demasiado seguro.
Desejo depois que você seja útil,
mas não insubstituível.
E que nos maus momentos,
quando não restar mais nada,
essa utilidade seja suficiente para manter você de pé.

Desejo ainda que você seja tolerante;
não com os que erram pouco, porque isso é fácil,
mas com os que erram muito e irremediavelmente,
e que, fazendo bom uso dessa tolerância,
você sirva de exemplo aos outros.
Desejo que você, sendo jovem,
não amadureça depressa demais,
e que sendo maduro, não insista em rejuvenescer
e que, sendo velho não se dedique ao desespero.
Porque cada idade tem o seu prazer e a sua dor
e é preciso deixar que eles escorram por entre nós.

Desejo, por sinal, que você seja triste;
não o ano todo, mas apenas um dia.
Mas que nesse dia descubra que
o riso diário é bom;
o riso habitual é insosso
e o riso constante é insano.
Desejo que você descubra,
com o máximo de urgência,
acima e a despeito de tudo, que existem oprimidos,
injustiçados e infelizes, e que estão à sua volta.

Desejo ainda que você afague um gato,
alimente um Cuco
e ouça o João-de-Barro erguer,
triunfante, o seu canto matinal;
porque assim, você se sentirá bem por nada.
Desejo também que você plante uma semente,
por mais minúscula que seja,
e acompanhe o seu crescimento,
para que você saiba de quantas muitas vidas
é feita uma árvore.
Desejo outrossim, que você tenha dinheiro,
porque é preciso ser prático.
E que, pelo menos uma vez por ano,
coloque um pouco dele na sua frente e diga "Isso é meu",
só para que fique bem claro quem é o dono de quem.
Desejo também que nenhum dos seus afetos morra,
por ele e por você,
mas que se morrer, você possa chorar
sem se lamentar e sofrer sem se culpar.
Desejo, por fim, que você, sendo um homem,
tenha uma boa mulher,
e que, sendo uma mulher,
tenha um bom homem
e que se amem hoje, amanhã e nos dias seguintes.
E, quando estiverem exaustos e sorridentes,
ainda haja amor para recomeçar.
E se tudo isso acontecer,
não tenho nada mais a te desejar.
Tenho sim:
Feliz aniversário!

Texto de Victor Hugo, traduzido por Vinicius de Moraes

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Riqueza e pobreza

Aquela mãe era muito especial. Com dez filhos, ela conseguiu educar sua filha até à segunda série, sem que ela se desse conta da pobreza em que viviam.

Afinal, a menina tinha tudo que precisava: nove irmãos e irmãs para brincar, alguns livros para ler, uma boneca feita de retalhos e roupas limpas que ela habilmente remendava ou, às vezes, fazia.

À noite, ela lavava e trançava o cabelo da filha para que ela fosse à escola no dia seguinte. Seus sapatos estavam sempre limpos e engraxados.

A menina era feliz na escola. Adorava o cheiro de lápis novos e do papel grosso que a professora distribuía para os trabalhos.

Até o dia em que, subindo os degraus da escola, encontrou duas meninas mais velhas. Uma segredou para a outra: "Olha, essa é a menina pobre." E riram.

Mary ficou transtornada. No caminho para casa, ficou imaginando por que as meninas a consideravam pobre. Então, olhou para seu vestido e, pela primeira vez, notou como era desbotado. Um vinco na bainha denunciava que tinha sido aproveitado.

Olhou para os pesados sapatos de menino que estava usando e se sentiu envergonhada por serem tão feios.

Quando chegou em casa, sentia pena de si própria. Também pela primeira vez descobriu que o tapete da cozinha era velho, que havia manchas de dedos na pintura meio descascada das portas.

Tudo lhe pareceu feio e acanhado. Trancou-se em seu quarto até à hora do jantar perguntando-se por que sua mãe nunca lhe contara que eles eram pobres.

Decidiu sair do quarto e enfrentar sua mãe. "Nós somos pobres?" Perguntou de repente. Ficou esperando que sua mãe negasse ou desse uma explicação satisfatória.

"Pobres?" Repetiu a mulher, pousando a faca com que descascava batatas. "Não, não somos pobres. Olhe para tudo que temos."

Apontou para os filhos que brincavam na outra sala.

Através dos olhos de sua mãe, a menina pôde ver o fogo da lareira que enchia a casa com seu calor, as cortinas coloridas e os tapetes de retalhos que enfeitavam a casa.

Viu o prato cheio de biscoitos de aveia sobre a cômoda. Do lado de fora, o quintal que oferecia alegria e ventura para dez crianças.

"Talvez algumas pessoas pensem que somos pobres em matéria de dinheiro, mas temos tanto..."

E com um sorriso, a mulher se virou para preparar mais uma refeição para sua família. Em sua grandeza, ela nem se dava conta que, a cada noite, ela alimentava muito mais do que estômagos vazios.

Ela alimentava o coração e a alma de cada um dos filhos.

Enviado por Wilma Santiago

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Pessoas Impiedosas

Você se considera uma pessoa impiedosa?

Impiedade quer dizer falta de piedade, crueldade, desumanidade.

Talvez você nunca tenha pensado nisso ou até se ache uma pessoa piedosa, mas vale a pena refletir antes de responder.

Se você nunca fez nenhum comentário maldoso sobre alguém, se nunca matou a esperança de alguém, se jamais disse palavras ásperas a ninguém, talvez você possa responder negativamente.

Algumas pessoas, ditas piedosas, estavam no velório de um amigo da congregação religiosa de que faziam parte.

Aproximaram-se do caixão e viram que o cadáver estava vestido com um smoking aparentemente novo.

Como se achavam muito caridosas, passaram a fazer comentários maldosos, alegando que não entendiam como ele poderia fazer uma coisa dessas. Afinal, quantos pobres precisando de um agasalho e ele sendo enterrado com um traje de alto preço.

A conversa se espalhou e logo chegou aos ouvidos da viúva, como se já não bastasse o seu sofrimento.

Em princípio ela ignorou os falatórios, mas depois não achou justo que seu marido fosse julgado e condenado por um crime que não cometeu.

Então, antes de cerrarem o caixão, ela pediu a palavra e deu a seguinte explicação: Meu marido sempre foi um homem muito generoso. Sempre se preocupou com aqueles que passam por necessidades e sempre procurou ajudá-los.

Antes de morrer ele me pediu, discretamente, para que o enterrasse com um traje que ele usou apenas uma vez na vida e que não serviria para ninguém.

Pediu-me também para distribuir todas as suas demais roupas para quem delas precisasse.

Por essa razão, meus amigos, é que ele está vestindo esse smoking, que não teria utilidade nenhuma para os pobres que ele sempre ajudou.

Todas aquelas pessoas, impiedosas, que fizeram comentários cruéis, não foram capazes de se retratar, apenas se calaram.

Numa outra oportunidade, Benedita Fernandes, uma trabalhadora dedicada à causa dos pobres, na cidade de Araçatuba, Estado de São Paulo, foi convidada a participar de uma reunião das senhoras da alta sociedade que desejavam fazer um planejamento de assistência aos necessitados.

Como Benedita já realizava, há algum tempo, um eficiente serviço junto à comunidade pobre, recebeu o convite para opinar e levar suas experiências.

Era uma tarde quente e a velha Benedita chegou ao chá das senhoras, ditas caridosas, vestindo um casaco de pele.

As madames torceram o nariz ao notar que aquela mulher não sabia sequer se vestir de acordo.

Ouvia-se comentários como: "será que ela quer se exibir, pensando que não temos também casacos de pele?"

"Veja como transpira! Essa velha esnobe quer dar uma de chique, diziam.

Vamos obrigá-la a tirar o casaco, pois estou suando só de vê-la, comentou uma delas.

Façamos isto, concordou a maioria.

Dona Benedita, sem saída, tirou o casaco e o espanto foi geral. Seu vestido, muito simples e surrado, causou mais espanto ainda.

Muito sem jeito ela se explicou às "damas da caridade":

Este casaco de pele foi doado para nossa obra e como ainda não conseguimos vendê-lo, resolvi usá-lo hoje, para não envergonhar as senhoras, com minha pobreza.

Eu não tenho roupas boas para uma ocasião como esta, por isso coloquei este casaco para encobrir meus andrajos e não chocar as senhoras. Desculpem-me se lhes causei tanto desconforto.

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O caso da calcinha anônima

Por Lílian Maial

— De quem é essa calcinha?

A pergunta de Flávia, em tom incisivo, pegou Paulo de surpresa.

— De que calcinha você está falando, mulher?

— Dessa aqui, essa vermelha, obscena, sexy e, ainda por cima, tamanho P!

Flávia há muito deixara de ser tamanho P. Fazia de tudo para não passar para o G, apertando-se num M esgarçado e sempre de algodão e lycra, bem mais elásticas.

Paulo mostra-se tão surpreso quanto Flávia, exibindo uma tranqüilidade irritante:

— Olha, Flávia, você pode não acreditar, mas não faço a menor idéia de quem seja a dona dessa calcinha, muito menos o que ela faz no porta-luvas do meu carro. Você usou o carro ontem, deve ter colocado aí e nem se lembra.

— Você está de gozação comigo, né, seu filho de uma égua? Sabe muito bem que eu não uso tamanho P. Além disso, a calcinha sequer foi usada, está com etiqueta dessa loja caríssima, de lingerie, da qual eu nem passo perto.

Paulo não se deixava abater, e isso causava mais ansiedade em Flávia:

— Meu bem, é óbvio que eu não deixaria aí uma calcinha que não fosse sua. Não seria tão imbecil, a ponto de levantar suspeita, e de forma tão tola. Se eu quisesse presentear alguém com lingerie, mandaria entregar no endereço. Simples assim.

— Ah! Isso demonstra que você já fez isso antes, e não foi comigo!

Flávia estava quase aos prantos, mas sua indignação não a permitia derramar uma gota.

— Minha preciosa, nunca daria presente a mulher alguma, que não fosse você, muito menos lingerie. Sou tão desastrado, que certamente erraria o tamanho. Vê, nem sei o seu, que é minha mulher há tantos anos. Por falar nisso, tem certeza de que não é sua?

Flávia, quase que histérica, agarra a calcinha, a estica de todas as maneiras, coloca na frente de seu corpo vestido, mostrando a enorme diferença entre seu manequim e o da tal calcinha vermelha.

— Veja se pode ser minha, VEJA!

Estava desolada, pensando nos momentos tórridos usufruídos por seu marido, junto à tal "magricela que podia ser sua filha". Seu coração estava aos cacos. Imaginava seu marido fazendo carícias íntimas na menina. Esta, gemendo, tremendo ao contato do corpo másculo de Paulo que, apesar de já ter mais de 45 anos, aparentava ter bem menos, graças à alimentação balanceada e a algumas horas de academia toda semana. Enquanto que ela, mais nova que ele, não vinha mantendo a mesma estética de 5 anos antes, em virtude de uns problemas de descontrole tireoideano, não obstante a medicação e os cuidados recomendados. Também não era muito afeita a academias, ainda mais depois que virou moda entre as meninas perfeitas.

Ela já estava vendo o fim do casamento, percebendo-se descartável, desinteressante e traída, quando Marcos, seu filho mais velho, entra no aposento e arranca a calcinha de sua mão e dá-lhe uma bronca "daquelas":

— Por que você tirou a calcinha da Bebel do porta-luvas? Era surpresa! Agora está toda esticada, com cheiro de comida, feia. Paguei uma nota por ela e não vou ter coragem de presentear a minha gata.

Marcos não sabia, mas havia tirado um peso tão grande dos ombros de sua mãe, que esta, sem titubear, "pagou" o mesmo valor pela tal calcinha, com um enorme sorriso nos lábios, que o filho, atordoado, não entendeu a razão.

Para completar, Paulo abre a carteira e pede ao filho para trazer, também, uma semelhante, só que no tamanho G, da mesma cor e modelo, olhando para Flávia com ar de cumplicidade.

Até hoje Marcos não entende o motivo de sua mãe ter emagrecido tanto, ter mudado o guarda-roupa, ter ficado mais jovial, e da calcinha que seria de Bebel, tamanho P, estar pendurada na moldura do espelho do quarto de seus pais até hoje.

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Preciosa história de amor...

A moça desta foto se chama Katie Kirkpatrick, e tem 21 anos. Ao lado dela está seu noivo Nick de 23 anos.. A foto foi tirada pouco antes da cerimônia de casamento dos dois, realizada em 11 de janeiro de 2005, nos EUA. Katie tem câncer em estado terminal e passa horas por dia recebendo medicação. Na foto Nick aguarda o término de mais uma de suas sessões.

Apesar de sentir muita dor, de vários órgãos esteram apresentando falências e de ter que recorrer à morfina, Katie levou adiante o casamento e fez questão de cuidar de todos os detalhes. O vestido teve que ser ajustado várias vezes, pois Katie perde peso todos os dias devido ao câncer.

Um acessório inusitado na festa foi o tubo de oxigênio usado por Katie. Ele acompanhou a noiva em toda a cerimônia e na festa também. O outro casal da foto são os pais de Nick, emocionados com o casamento do filho com a mulher que ele foi namorado desde a adolescência.

Katie, sentada em uma cadeira de rodas e com o tubo de oxigênio, escutando o marido e os amigos cantando para ela.

No meio da festa, Katie pára para descansar um pouco. A dor a impede de ficar em pé por muito tempo.

Katie morreu 5 dias depois do casamento. Ver uma mulher tão debilitada vestida de noiva e com um sorriso nos lábios nos faz pensar...a felicidade sempre está ao alcance, dure enquanto dure, por isso devemos deixar de complicar nossas vidas...

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A Lenda do Perdão

Conta uma antiga lenda que existia uma cidade onde a palavra perdão nunca existiu. As pessoas eram, portanto, donas da verdade, arrogantes e sofriam de uma terrível moléstia, o complexo de superioridade.

A convivência era bastante complicada porque todos se consideravam perfeitos e com isso não enxergavam, nem admitiam seus defeitos, erros ou equívocos.

Nessa cidade reinava a vaidade, a competição e a inimizade, por mais que elas andassem disfarçadas por detrás de sorrisos e manifestações de afeto.

Um dia uma mulher, vinda de outra cidade, foi morar lá.

Todos as tardes ia até a padaria e na volta sempre passava por uma praça onde um grupo de rapazes jogava bola.

Seu trajeto seria bem menor se ela cruzasse a praça, mas para não atrapalhar o jogo deles ela fazia o seu caminho contornando a praça.

Claro que nenhum deles nunca percebeu ou deu valor à sua gentileza.

Naquela cidade muito poucos entendiam desse assunto.

Certo dia essa mulher estava cheia de preocupações, com a cabeça bastante perturbada e na volta da padaria não se deu conta do caminho que tomou e atravessou a praça no exato momento em que um dos rapazes ia fazer um gol.

O jogo parou, todos se olharam e o tal jovem, muito bravo, perguntou a ela:

— A senhora não está vendo o que fez? Que falta de atenção, até mesmo de consideração! Custava dar a volta na praça?

E ela respondeu:

— Há cerca de seis meses que todos os dias eu dou a volta na praça para não atrapalhar o jogo de vocês. Hoje, no entanto, eu confesso que me distraí. Estava muito envolvida com meus pensamentos. Peço a todos vocês perdão por isso.

Ninguém entendeu o que ela quis dizer e um dos meninos perguntou:

— Perdão? O que é perdão? O que ela significa?

— Perdão é um ato de humildade, embora alguns julguem ser um ato de humilhação.

Os meninos foram para suas casas muito pensativos e contaram a seus pais sobre o perdão.

Errar, cometer injustiças, tomar atitudes precipitadas que podem prejudicar e magoar terceiros são coisas das quais todo ser humano está sujeito. Reconhecer seus erros e pedir perdão, no entanto, nem todos os seres humanos são capazes.

Para isso é necessária uma enorme dose de humildade, um coração sensato e um espírito elevado.

Só os grandes sabem pedir perdão!

Dizem que aquela cidade anda muito diferente, mais alegre, as pessoas mais amigas, menos rivalidades e que todos além de terem aprendido a pedir perdão, agora também estão aprendendo a perdoar.

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Cuidados

Cuidado com seus pensamentos, eles se transformam em palavras;
Cuidado com suas palavras, elas se transformam em ações;
Cuidado com suas ações, elas se transformam em hábitos;
Cuidado com seus hábitos, eles moldam o seu caráter;
Cuidado com seu caráter, ele controla o seu destino.

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Um Presente Inesquecível

Linda tinha 7 anos quando ouviu sua mãe comentar com uma de suas amigas que, no dia seguinte, faria 30 anos.

Jamais Linda soubera que sua mãe fazia aniversário. Também nunca a vira ganhar um presente.

Por isso, foi até seu cofrinho, juntou todas as moedas e se dirigiu à loja da esquina.

Procurou um presente que pudesse se encaixar naquele preço. Havia bibelôs, mas ela pensou que sua mãe teria que espaná-los todos os dias.

Havia caixinhas de doces, mas sua mãe era diabética.

Finalmente, conseguiu comprar um pacote de grampos de cabelo.

Os cabelos de sua mãe eram longos e escuros. Ela os enrolava duas vezes na semana e, quando os soltava, ficava parecendo uma artista de cinema.

Em casa, Linda embrulhou os grampos em uma página de histórias em quadrinhos do jornal, porque não sobrou dinheiro para papel de presente.

Na manhã seguinte, à mesa do café, entregou o pacote à sua mãe e disse:

"Feliz aniversário, mamãe!"

Em silêncio, entre lágrimas, a mãe abriu o pacote. Já soluçando de emoção, mostrou ao marido, aos outros filhos:

"Sabe que é o primeiro presente de aniversário que recebo na vida?"

Beijou a filha no rosto, agradecendo e foi para o banheiro lavar e enrolar os cabelos, usando os grampos novos.

Quando a mãe saiu da sala, o pai aproximou-se de Linda e confidenciou:

"Linda, quando eu era menino, lá no sertão, não nos preocupávamos em dar presentes de aniversário para adultos. Só para as crianças. E, na família de sua mãe, eles eram tão pobres que nem isso faziam. Mas você me fez ver, hoje, que isso precisa mudar. Você inaugurou uma nova fase em nossa vida."

Depois desse dia, a mãe de Linda ganhou presentes em todos os seusaniversários.

Os filhos cresceram. As condições da família melhoraram.

Então, quando a mãe de Linda completou 50 anos, os filhos todos se reuniram e lhe compraram um anel com uma pérola rodeada de brilhantes.

Programaram uma festa e o filho mais velho foi quem, em nome dos irmãos, entregou o anel.

Ela admirou o presente e mostrou a todos os convidados.

"Não tenho filhos maravilhosos?" Ficava repetindo de um em um.

Depois que todos os convidados se retiraram, Linda foi ajudar na arrumação.

Estava lavando a louça na cozinha, quando ouviu seus pais conversando na sala.

"Bem", dizia o pai. "que lindo anel seus filhos lhe deram. Acho que foi o melhor presente de aniversário de sua vida."

Depois de um breve silêncio, Linda ouviu a voz de sua mãe responder docemente:

"Sabe, Ted, é claro que este anel é maravilhoso. Mas o melhor presente que ganhei, em toda minha vida, foi aquela caixa de grampos.Aquele presente foi inesquecível."

Os atos que colocam colorido especial nas vidas são pequenos, silenciosos,e podem se manifestar a qualquer tempo.

É suficiente querer, usar a imaginação e deixar extravasar o coração.

Se nunca brindamos alguém com flores, com um cartão escrito de próprio punho;

Se nunca surpreendemos alguém com uma festa surpresa, um presente inesperado, tentemos hoje.

Hoje é sempre o melhor tempo para começar o que é bom, novo e portador de felicidade.

Enviado por Maria Jacinta Nascimento

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Sou Gostosa e Assumo

Allin Aleixo

Nem quando tinha 10 anos entrei em uma calça jeans 38. Nunca me senti feliz com os peitos reinando absolutos em uma blusa branca sem sutiã. Me sentia uma hipopótama prenha quando teimava em vestir um top minúsculo com a pança exposta à poluição.

Jamais deixei de ter pânico praiano no final da primavera. Mas, depois de muita terapia e chuchu refogado, decidi: sou muito mais gostosa do que essas esqueléticas posando de cabide maquiado na capa de revistas de moda. Porque, na vida real, gostosura não é ter 1,77 metros e 50 quilos, nem ter sido inflada com 300 mililitros de silicone, sugada com lipoescultura ou esticada com botox até na pupila. Ser Gostosa é decisão.

Decida que seus culotes, apesar de não serem a coisa mais fofa do mundo, são extermináveis. Faça um tratamento estético e acabe com eles. Decida dar um tapa na cabeça do seu namorado sempre que ele a chamar de gordinha, fofinha ou qualquer coisa terminada em inha que cause ira: você é a única pessoa que pode depreciar a si mesma, é bom que fique claro.

Decida reclamar menos do seu corpo e aproveitar mais todas as sensações que ele pode lhe proporcionar, se você parar de se torturar com cada estria que se instalar na banda direita da sua bunda.

Burrice é dar valor exagerado ao que é, na essência, detalhe. Tragédia é a fome na África, o assassinato dos bebês-foca, não a falta de elastina noseu glúteo direito. Decida chutar para a estratosfera os padrões de beleza: Os peitos da Gisele Bündchen são dela, não seus. A barriga tanquinho da professora de aeróbica na televisão é dela não sua. E, na real, se ser padrão fosse tão bacana assim, essa mulherada não viveria neurótica, bulímica, anoréxica, com disfunção renal, cerebral, hemorroidal... No fim, todas nós sofremos de prisão de ventre.

Decida que osso largo, retenção de líquido e gases não são desculpa para não ter a cintura da Jenifer Lopez - você tem outra estrutura, simples assim. Ou prefere se afogar num sorvete de Pistache no final de um dia estressante a encarar uma porção de gelatina e amargar um humor tão ruim quanto as desculpas do Rubinho em final de corrida? Não dá para ser leoa com pelagem de jaguatirica. Mas dá para ser uma leoa deslumbrante.

Decida que você, e o que existe melhor em você, não se resume à qualquer 2 ou 3 ou 10 quilos de banha que insistem em não sair do seu quadril. Quem acha o contrário deve ser posto sumariamente de quarentena na sua vida. E se for você que pensa assim? De duas, uma: Freud ou Jung. Não, três: pode ser Lacan, também.

Se você decidir que quer mais é ter a barriga sarada, a bunda dura, o peito empinado e a coxa marmórea, vá em frente. Malhe. Feche a boca. Gaste com cirurgia, mas não se engane pensando que depois disso sua felicidade será plena, porque alegria e auto-estima não vêm de brinde com a lipoaspiração. Lembre-se de que o embrulho de presente acaba sempre indo para o lixo.

Então, para descomplicar e desneurotizar minha existência, decidi que sou gostosa. Compro roupas que valorizam o que tenho de bom e não pago mico de me vestir feito um manequim de vitrine da Dior: O máximo que conseguiria seria parecer um espantalho fashion louco. Não me abalo mais com comentários testosteronentos e babões diante de corpos fenomenais: eles são visualmente dignos de urros de tesão, mas não dediquei minha vida a ter um daqueles.

Não passo três horas diárias na academia, não tenho personal trainer, não gasto as tardes no shopping passeando com meu cachorrinho e com minhas amigas loiras-saradas que parecem saídas de uma linha de produção de Barbies. Nunca vou ter um corpo daqueles porque isso não é minha prioridade.

O prazer que um jantar de risoto de pêra com gorgonzola e uma rubra taça de Merlot me proporcionam é muito maior que poder rebolar ferozmente a buzanfa-modelo num show da Tati Quebra-Barraco.

Hoje, sou gostosa e assumo. Mas continuo odiando qualquer mulher que fica linda de morrer num biquini. Eu decidi ser gostosa, mas não virei a Irmã Dulce. Ainda bem: decidi também que ser boazinha não combina comigo.

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Felicidade realista

Por Martha Medeiros

A princípio, bastaria ter saúde, dinheiro e amor, o que já é um pacote louvável, mas nossos desejos são ainda mais complexos.

Não basta que a gente esteja sem febre: queremos, além de saúde, ser magérrimos, sarados, irresistíveis.

Dinheiro? Não basta termos para pagar o aluguel, a comida e o cinema: queremos a piscina olímpica e uma temporada num spa cinco estrelas.

E quanto ao amor? Ah, o amor.. não basta termos alguém com quem podemos conversar, dividir uma pizza e fazer sexo de vez em quando. Isso é pensar pequeno: queremos AMOR, todinho maiúsculo. Queremos estar visceralmente apaixonados, queremos ser surpreendidos por declarações e presentes inesperados, queremos jantar à luz de velas de segunda a domingo, queremos sexo selvagem e diário, queremos ser felizes assim e não de outro jeito. É o que dá ver tanta televisão.

Simplesmente esquecemos de tentar ser felizes de uma forma mais realista.

Ter um parceiro constante, pode ou não, ser sinônimo de felicidade. Você pode ser feliz solteiro, feliz com uns romances ocasionais, feliz com um parceiro, feliz sem nenhum. Não existe amor minúsculo, principalmente quando se trata de amor-próprio.

Dinheiro é uma benção.

Quem tem, precisa aproveitá-lo, gastá-lo, usufruí-lo.

Não perder tempo juntando, juntando, juntando. Apenas o suficiente para se sentir seguro, mas não aprisionado.

E se a gente tem pouco, é com este pouco que vai tentar segurar a onda, buscando coisas que saiam de graça, como um pouco de humor, um pouco de fé e um pouco de criatividade.

Ser feliz de uma forma realista é fazer o possível e aceitar o improvável.

Fazer exercícios sem almejar passarelas, trabalhar sem almejar o estrelato, amar sem almejar o eterno.

Olhe para o relógio: hora de acordar.

É importante pensar-se ao extremo, buscar lá dentro o que nos mobiliza, instiga e conduz mas sem exigir-se desumanamente. A vida não é um jogo onde só quem testa seus limites é que leva o prêmio. Não sejamos vítimas ingênuas desta tal competitividade.

Se a meta está alta demais, reduza-a. Se você não está de acordo com as regras, demita-se. Invente seu próprio jogo.

Faça o que for necessário para ser feliz. Mas não se esqueça de que a felicidade é um sentimento simples, você pode encontrá-la e deixá-la ir embora por não perceber sua simplicidade. Ela transmite paz e não sentimentos fortes, que nos atormenta e provoca inquietude no nosso coração.

Isso pode ser alegria, paixão, entusiasmo, mas não felicidade.. .

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A esposa surda

— Qual o problema de sua esposa?

— Surdez. Não ouve quase nada.

— Então o senhor vai fazer o seguinte: antes de trazê-la, faz um teste para facilitar o diagnóstico do médico. Sem ela olhar, o senhor, a certa distância, fala em tom normal, até que perceba a que distância ela consegue ouví-lo. E quando vier -- diz ao médico -- dirá a que distância o senhor estava quando ela o ouviu. Está certo?

— Certo, combinado então.

À noite, quando a mulher preparava o jantar, o velhote decidiu fazer o teste.

Mediu a distância que estava em relação à mulher. E pensou: "Estou a 15 metros de distância. Vai ser agora"

— Maria, o que temos para jantar? -- não ouviu nada. Então aproximou-se a 10 metros.

— Maria, o que temos para jantar? -- nada ainda. Então, aproximou-se mais 5 metros.

— Maria, o que temos para jantar? -- Silêncio ainda.

Por fim, encosta-se às costas da mulher e volta a perguntar:

— Maria! O que temos para jantar?

— Frango, droga ..... É a quarta vez que te respondo!

Como percebem, muitas vezes achamos que o problema ocorre com os outros, quando na realidade o problema é nosso, só nosso...

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Trocando de roupa

Navegavam há meses e os marujos não tomavam banho nem trocavam de roupa.

O que não era novidade na Marinha Mercante britânica, mas o navio fedia!

O Capitão chama o Imediato:

— Mr. Simpson, o navio fede, mande os homens trocarem de roupa!

Responde o Imediato:

— Aye, Aye, Sir, parte para reunir os seus homens e diz:

— Sailors, o Capitão está se queixando do fedor a bordo e manda todos trocarem de roupa. David troque a camisa com John, John troque a sua com Peter, Peter troque a sua com Alfred, Alfred troque a sua com Jonathan ... e assim prosseguiu.

Quando todos tinham feito as devidas trocas, volta ao Capitão e diz:

— Sir, todos já trocaram de roupa.

O Capitão, visivelmente aliviado, manda prosseguir a viagem.

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Oração especial para os maiores de 50 anos

Ó Senhor, tu sabes melhor do que eu que estou envelhecendo a cada dia. Sendo assim, Senhor, livra-me da tolice de achar que devo dizer algo, em toda e qualquer ocasião.

Livra-me, também, Senhor, deste desejo enorme que tenho de querer pôr em ordem a vida dos outros.

Ensina-me a pensar nos outros e ajudá-los, sem jamais me impor sobre eles, mesmo considerando, com modéstia, a sabedoria que acumulei e que penso ser uma lástima não passar adiante.

Tu sabes, Senhor, que desejo preservar alguns amigos e uma boa relação com os filhos, e que só se preserva os amigos e os filhos...... quando não há intromissão na vida deles...

Livra-me, também, Senhor, da tolice de querer contar tudo com detalhes e minúcias e dá-me asas no assunto para voar diretamente ao ponto que interessa.

Não me permita falar mal de alguém. Ensina-me a fazer silêncio sobre minhas dores e doenças.. Elas estão aumentando e, com isso, a vontade de descrevê-las vai crescendo a cada dia que passa.

Não ouso pedir o dom de ouvir com alegria a descrição das doenças alheias; seria pedir demais. Mas, ensina-me, Senhor, a suportar ouvi-las com alguma paciência.

Ensina-me a maravilhosa sabedoria de saber que posso estar errado em algumas ocasiões. Já descobri que pessoas que acertam sempre são maçantes e desagradáveis.

Mas, sobretudo, Senhor, nesta prece de envelhecimento, peço: Mantenha-me o mais amável possível.

Livrai-me de ser santo. É difícil conviver com santos!

Mas um velho ou uma velha rabugentos, Senhor, é obra prima do capeta!!!!! Me poupe!!! Amém!

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Pergunta de criança

— Mamãe, mamãe!... Por que o papai não tem cabelo? - Porque ele trabalha muito, é cheio de preocupações e é muito inteligente.

— Ah, e por que você tem tanto cabelo?

— Cala boca!

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A Sabedoria de William Shakespeare

O resto é silêncio.

Ser ou não ser... eis a questão.

Nem palavras duras e olhares severos devem afugentar quem ama; as rosas têm espinhos e, no entanto, colhem-se.

Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o bem que às vezes poderíamos ganhar pelo medo de tentar.

Sofremos demasiado pelo pouco que nos falta e alegramo-nos pouco pelo muito que temos...

Tem mais do que mostras; fala menos do que sabes.

A juventude, ainda que ninguém a combata, acha em si mesma seu próprio inimigo.

Nada encoraja tanto ao pecador como o perdão.

Os atos contra a natureza engendram distúrbios contra a natureza.

O sangue jovem não obedece um velho mandato.

As valiosas presas convertem em ladrões aos homens honrados.

O que agrada de ser adulado é digno do bajulador.

Nós devemos nossa vida a Deus, por isso se a pagamos hoje, não a deveremos amanhã.

Não basta levantar ao débil, há que o sustentar depois.

É excelente ter a força de um gigante, mas é tirânico usá-la como um gigante.

A aprendizagem é um simples apêndice de nós mesmos; onde quer que estejamos, está também nossa aprendizagem.

Se dois cavalgam num cavalo, um deve ir detrás.

Aquele que morre paga todas suas dívidas.

As improvisações são melhores quando se as prepara. [

Em nossas loucas tentativas, renunciamos ao que somos pelo que esperamos ser.

Anunciai com cem línguas a mensagem agradável; mas deixai que as más notícias se revelem por si sós.

Ser honrado tal como anda o mundo, equivale a ser um homem escolhido entre dez mil.

Presta o ouvido a todos, e a poucos a voz. Ouve as censuras dos demais; mas reserva tua própria opinião.

Fortes razões, fazem fortes ações.

O traje denota muitas vezes ao homem.

Se quisesses saber como vivem os peixes no mar, é como os homens na terra: os grandes comem aos pequenos.

Minhas palavras sobem voando, meus pensamentos ficam aqui abaixo; palavras sem pensamentos nunca chegam ao céu.

A mente do homem é de mármore; a da mulher de cera.

Eu juro que vale mais ser de baixa condição e cercar-se alegremente de gente humilde, que não se encontrar muito encumbrado, com um resplandeciente pesar e levar uma dourada tristeza.

Quanto mais talentosa a mulher, mais indócil ela é.

O amor alivia como a luz do sol depois da chuva.

A fortuna chega em alguns barcos que não são guiados.

A consciência é a voz do alma; as paixões, a do corpo. [

Um homem que não se alimenta de seus sonhos, envelhece cedo.

Pai prudente é o que conhece a seu filho.

Seja como for o que penses, creio que é melhor dizê-lo com boas palavras.

Não sujes a fonte onde aplacaste tua sede.

É melhor ser rei de teu silêncio do que escravo de tuas palavras.

Se o dinheiro vai na frente, todos os caminhos se abrem.

O amor consuela como o resplendor do sol depois da chuva.

Assume uma virtude se não a tens.

Todos amam a vida, mas o homem valente e honrado aprecia mais a honra.

Oh amor poderoso! Que as vezes faz de uma besta um homem, e outras, de um homem uma besta.

Somos do mesmo material do que se tecem os sonhos, nossa pequena vida está rodeada de sonhos.

A memória é o sentinela do cérebro.

Não temeis a grandeza; alguns nascem grandes, alguns conseguem grandeza, a alguns a grandeza lhes é imposta e a outros a grandeza lhes fica grande.

O azarado não tem outra medicina que não a esperança.

As maldições não vão nunca mais além dos lábios que as proferem.

A brevidade é a alma do talento.

Excelente coisa é ter a força de um gigante, mas usar dela como um gigante é próprio de um tirano.

Se não recordas a mais ligeira loucura que o amor te fez cometer, não amaste.

Fragilidade tem nome de mulher.

Num minuto há muitos dias.

As palavras estão cheias de falsidade ou de arte; o olhar é a linguagem do coração.

Se todo o ano fosse festa, divertir-se seria mais aborrecedor do que trabalhar.

O passado é um prólogo.

O homem a quem não comove o conforme dos sons harmoniosos, é capaz de toda classe de traições, estratagemas e depravações. [

Jamais vem a fortuna a mãos cheias, nem concede uma graça que não faça expirar com um revés.

Me atreverei a tudo o que possa fazer um homem. Quem se atreve a mais é insensato.

Quem se eleva demasiado perto do sol com asas de ouro as derrete.

O aspecto exterior prega muitas vezes a condição interior do homem.

É amor bem pobre o que pode avaliar-se.

Cuidado para com a fogueira que acendes contra teu inimigo; ela poderá chamuscar a ti mesmo.

É mais fácil obter o que se deseja com um sorriso do que com a ponta da espada.

A vida é como um conto relatado por um idiota; um conto cheio de palavreado e frenesi, que não tem nenhum sentido.

Os velhos desconfiam da juventude porque foram jovens.

Qualquer um pode dominar um sofrimento, exceto o que o sente.

Não existe nada bom nem mau; é o pensamento humano o que o faz aparecer assim.

Desperdicei meu tempo, agora o tempo desperdiça a mim.

O homem cauteloso jamais deplora o mal presente; emprega o presente em prevenir as aflições futuras.

A mulher é um manjar digno de deuses, quando não o cozinha o diabo.

Duvides que as estrelas sejam fogo, duvides que o sol se mova, duvides que a verdade seja mentira, mas não duvides jamais de que te amo.

Ocorra o que ocorra, ainda no dia mais borrascoso as horas e o tempo passam.

Na amizade e no amor se é mais feliz com a ignorância do que com o saber.

Tentando o melhor estragamos com freqüência o que está bem.

Os covardes morrem muitas vezes antes de sua verdadeira morte; os valentes provam a morte só uma vez.

O amor dos jovens não está no coração, mas nos olhos.

Guarda teu amigo sob a chave de tua própria vida.

Do que tenho medo é de teu medo.

O sábio não se senta para lamentar-se, mas se põe alegremente em sua tarefa de consertar o dano feito.

O destino é o que baralha as cartas, mas nós somos os que jogamos.

Tão impossível é avivar o lume com neve, como apagar o fogo do amor com palavras.

O amor, como cego que é, impede aos amantes ver as divertidas tolices que cometem.

Os amigos que tens e cuja amizade já puseste a prova / engancha-os a tua alma com ganchos de aço.

O bobo se acha sábio, mas o sábio se acha bobo.

Um homem nunca está liquidado até ser enforcado.

O amor não prospera em corações que se amedrontam com as sombras.

Quase sempre as mulheres fingem desprezar o que mais vivamente desejam.

Um relato honesto se desenrola melhor se o fazem sem rodeios.

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Campanha da Gentileza

O executivo estava na capital e entrou em um táxi com um amigo.

Quando chegaram ao destino, o amigo disse ao taxista:

Agradeço pela corrida. O senhor dirige muito bem.

E, ante o espanto do motorista, continuou:

Fiquei impressionado em observar como o senhor manteve a calma no meio do trânsito difícil.

O profissional olhou, um tanto incrédulo, e foi embora.

O executivo perguntou ao amigo por que ele dissera aquilo.

Muito simples - explicou ele. Estou tentando trazer o amor de volta a esta cidade e iniciei com uma campanha da gentileza.

Você sozinho? - Disse o outro.

Eu, sozinho, não. Conto que muitos se sintam motivados a participar da minha campanha.

Tenho certeza de que o taxista ganhou o dia com o que eu disse.

Imagine agora que ele faça vinte corridas hoje. Vai ser gentil com todas as 20 pessoas que conduzir, porque alguém foi gentil com ele.

Por sua vez, cada uma daquelas pessoas será gentil com seus empregados, com os garçons, com os vendedores, com sua família.

Sem muito esforço, posso calcular que a gentileza pode se espalhar pelo menos em mil pessoas, num dia.

O executivo não conseguia entender muito bem a questão do contágio que o amigo lhe explicava.

Mas, você vai depender de um taxista!

Não só de um taxista, respondeu o otimista. Como não tenho certeza de que o método seja infalível, tenho de fazer a mesma coisa com todas as pessoas que eu contatar hoje.

Se eu conseguir que, ao menos, três delas fiquem felizes com o que eu lhes disser, indiretamente vou conseguir influenciar as atitudes de um sem número de outras.

O executivo não estava acreditando naquele método. Afinal, podia ser que não funcionasse, que não desse certo, que a pessoa não se sensibilizasse com as palavras gentis.

Não tem importância, foi a resposta pronta do entusiasta. Para mim, não custou nada ser gentil.

Colaboração: Wilma Santiago

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Chomsky e as 10 estratégias de manipulação midiática

O linguista estadunidense Noam Chomsky elaborou a lista das "10 estratégias de manipulação" que a mídia utiliza:

  1. A ESTRATÉGIA DA DISTRAÇÃO.

    O elemento primordial do controle social é a estratégia da distração que consiste em desviar a atenção do público dos problemas importantes e das mudanças decididas pelas elites políticas e econômicas, mediante a técnica do dilúvio ou inundações de contínuas distrações e de informações insignificantes. A estratégia da distração é igualmente indispensável para impedir ao público de interessar-se pelos conhecimentos essenciais, na área da ciência, da economia, da psicologia, da neurobiologia e da cibernética. "Manter a atenção do público distraída, longe dos verdadeiros problemas sociais, cativada por temas sem importância real. Manter o público ocupado, ocupado, ocupado, sem nenhum tempo para pensar; de volta à granja como os outros animais (citação do texto "Armas silenciosas para guerras tranqüilas")".

  2. CRIAR PROBLEMAS, DEPOIS OFERECER SOLUÇÕES.

    Este método também é chamado "problema-reaçã o-solução". Cria-se um problema, uma "situação" prevista para causar certa reação no público, a fim de que este seja o mandante das medidas que se deseja fazer aceitar. Por exemplo: deixar que se desenvolva ou se intensifique a violência urbana, ou organizar atentados sangrentos, a fim de que o público seja o mandante de leis de segurança e políticas em prejuízo da liberdade. Ou também: criar uma crise econômica para fazer aceitar como um mal necessário o retrocesso dos direitos sociais e o desmantelamento dos serviços públicos.

  3. A ESTRATÉGIA DA GRADAÇÃO.

    Para fazer com que se aceite uma medida inaceitável, basta aplicá-la gradativamente, a conta-gotas, por anos consecutivos. É dessa maneira que condições socioeconômicas radicalmente novas (neoliberalismo) foram impostas durante as décadas de 1980 e 1990: Estado mínimo, privatizações, precariedade, flexibilidade, desemprego em massa, salários que já não asseguram ingressos decentes, tantas mudanças que haveriam provocado uma revolução se tivessem sido aplicadas de uma só vez.

  4. A ESTRATÉGIA DO DEFERIDO.

    Outra maneira de se fazer aceitar uma decisão impopular é a de apresentá-la como sendo "dolorosa e necessária", obtendo a aceitação pública, no momento, para uma aplicação futura. É mais fácil aceitar um sacrifício futuro do que um sacrifício imediato. Primeiro, porque o esforço não é empregado imediatamente. Em seguida, porque o público, a massa, tem sempre a tendência a esperar ingenuamente que "tudo irá melhorar amanhã" e que o sacrifício exigido poderá ser evitado. Isto dá mais tempo ao público para acostumar-se com a idéia de mudança e de aceitá-la com resignação quando chegue o momento.

  5. DIRIGIR-SE AO PÚBLICO COMO CRIANÇAS DE BAIXA IDADE.

    A maioria da publicidade dirigida ao grande público utiliza discurso, argumentos, personagens e entonação particularmente infantis, muitas vezes próximos à debilidade, como se o espectador fosse um menino de baixa idade ou um deficiente mental. Quanto mais se intente buscar enganar ao espectador, mais se tende a adotar um tom infantilizante. Por quê? "Se você se dirige a uma pessoa como se ela tivesse a idade de 12 anos ou menos, então, em razão da sugestionabilidade, ela tenderá, com certa probabilidade, a uma resposta ou reação também desprovida de um sentido crítico como a de uma pessoa de 12 anos ou menos de idade (ver "Armas silenciosas para guerras tranqüilas")".

  6. UTILIZAR O ASPECTO EMOCIONAL MUITO MAIS DO QUE A REFLEXÃO.

    Escolhas de sofia

    Fazer uso do aspecto emocional é uma técnica clássica para causar um curto circuito na análise racional, e por fim ao sentido critico dos indivíduos. Além do mais, a utilização do registro emocional permite abrir a porta de acesso ao inconsciente para implantar ou enxertar idéias, desejos, medos e temores, compulsões, ou induzir comportamentos.

  7. MANTER O PÚBLICO NA IGNORÂNCIA E NA MEDIOCRIDADE.

    Fazer com que o público seja incapaz de compreender as tecnologias e os métodos utilizados para seu controle e sua escravidão. "A qualidade da educação dada às classes sociais inferiores deve ser a mais pobre e medíocre possível, de forma que a distância da ignorância que paira entre as classes inferiores às classes sociais superiores seja e permaneça impossíveis para o alcance das classes inferiores (ver "Armas silenciosas para guerras tranqüilas")".

  8. ESTIMULAR O PÚBLICO A SER COMPLACENTE NA MEDIOCRIDADE.

    Promover ao público a achar que é moda o fato de ser estúpido, vulgar e inculto.

  9. REFORÇAR A REVOLTA PELA AUTOCULPABILIDADE.

    Fazer o indivíduo acreditar que é somente ele o culpado pela sua própria desgraça, por causa da insuficiência de sua inteligência, de suas capacidades, ou de seus esforços. Assim, ao invés de rebelar-se contra o sistema econômico, o individuo se auto-desvalida e culpa-se, o que gera um estado depressivo do qual um dos seus efeitos é a inibição da sua ação. E, sem ação, não há revolução!

  10. CONHECER MELHOR OS INDIVÍDUOS DO QUE ELES MESMOS SE CONHECEM.

    No transcorrer dos últimos 50 anos, os avanços acelerados da ciência têm gerado crescente brecha entre os conhecimentos do público e aquelas possuídas e utilizadas pelas elites dominantes. Graças à biologia, à neurobiologia e à psicologia aplicada, o "sistema" tem desfrutado de um conhecimento avançado do ser humano, tanto de forma física como psicologicamente. O sistema tem conseguido conhecer melhor o indivíduo comum do que ele mesmo conhece a si mesmo. Isto significa que, na maioria dos casos, o sistema exerce um controle maior e um grande poder sobre os indivíduos do que os indivíduos a si mesmos.

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Como ele conseguiu?

Certa lenda chinesa conta que estavam duas crianças patinando em cima de um lago congelado. Era uma tarde nublada e fria e as crianças brincavam sem preocupação. De repente , o gelo se quebrou e uma das crianças caiu na água.

A outra criança vendo que seu amiguinho se afogava debaixo do gelo, pegou uma pedra e começou a golpear com todas as suas forças, conseguindo quebrá-lo e salvar o amigo. Suas mãos estavam feridas e doía muito todo o seu corpo.

Quando os bombeiros chegaram e viram o que havia acontecido, perguntaram ao menino:

— Como você conseguiu fazer isso? É impossível que você tenha quebrado o gelo com essa pedra e suas mãos tão pequenas!

Nesse instante apareceu um ancião e disse:

— Eu sei como ele conseguiu.

Todos olharam para ele aguardando a resposta. O ancião então respondeu:

— Não havia ninguém ao seu redor para dizer-lhe que ele não era capaz."

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Os 3 últimos desejos de ALEXANDRE O GRANDE

  1. Que seu caixão fosse transportado pelas mãos dos médicos da época;
  2. Que fosse espalhado no caminho até seu túmulo os seus tesouros conquistado como prata , ouro, e pedras preciosas ;
  3. Que suas duas mãos fossem deixadas balançando no ar, fora do caixão, à vista de todos.

Um dos seus generais, admirado com esses desejos insólitos, perguntou a ALEXANDRE quais as razões desses pedidos e ele explicou:

  1. Quero que os mais iminentes médicos carreguem meu caixão para mostrar que eles NÃO têm poder de cura perante a morte;
  2. Quero que o chão seja coberto pelos meus tesouros para que as pessoas possam ver que os bens materiais aqui conquistados, aqui permanecem;
  3. Quero que minhas mãos balancem ao vento para que as pessoas possam ver que de mãos vazias viemos e de mãos vazias partimos.

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A Árvore Morta

Num inverno, quando eu ainda era criança, meu pai estava precisando de lenha. Procurou uma árvore morta e a cortou.

Mas, quando chegou a primavera, viu que no tronco daquela árvore que tinha cortado, nasciam novos brotos. Meu pai ficou desolado.

Então ele disse:

— Tinha certeza de que aquela árvore estava morta. Perdera todas as folhas no inverno e fazia tanto frio que os galhos quebraram e caíram no chão, como se o velho tronco tivesse ficado sem vida. Mas agora percebo que ainda existia vida naquele tronco.

Depois voltou-se para mim e aconselhou-me:

— Não esqueça esta lição. Nunca corte uma árvore no inverno. Não tome uma decisão negativa no tempo adverso. Nunca tome decisões importantes quando se sentir desanimado, deprimido e com o espírito abatido. Espere. Seja paciente. A tormenta passará. Lembre-se: a primavera voltará!

(Autor desconhecido)

Colaboração: Wilma Santiago

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Um bom educador

Numa escola pública estava ocorrendo uma situação inusitada. Um bando de meninas de 12 anos, que usavam batom todos os dias, removiam o excesso beijando o espelho do banheiro.

O diretor andava bastate aborrecido, porque o apesar de reclamar com as mocinhas, o zelador tinha um trabalho enorme para limpar o espelho ao final de cada dia. Havia a repreensão, mas na tarde seguinte, lá estavam as mesmas marcas de batom...

Um dia o diretor juntou o bando de meninas e o zelador no banheiro. Explicou pacientemente que era muito complicado limpar o espelho com todas aquelas marcas que elas faziam.

Depois de uma hora falando, teve a idéia de pedir ao zelador para demonstrar a dificuldade do trabalho...

O zelador imediatamente pegou um pano, molhou no vaso sanitário e passou no espelho. Nunca mais apareceram marcas no espelho!

Há professores e há educadores...

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Entre o "SIM" e o "MAS"

Autor desconhecido

Aquele que se desculpa a si mesmo, acusa-se na realidade.

A palavra "mas" é uma assassina. Ela mata e aniquila os seus sonhos. Ela lhe dá um reservatório inesgotável para viver uma vida de desespero e mediocridade. "Sim, eu gostaria de voltar para a universidade, mas eu não consigo encontrar tempo."

Nesta vida existem resultados ou desculpas. Infelizmente, a maioria de nós tem muitas desculpas e não muitos resultados. Desculpas, porém, não têm valor algum. Por que é que nos preocupamos tanto em arranjar desculpas para a nossa pobre performance? Sem dúvida, as desculpas fazem com que venhamos a nos "sentir" melhor; elas nos permitem enganar a nós mesmos e, ainda, nos ajudam a desconsiderar ou a fugir de uma responsabilidade que é totalmente nossa. "Eu quero, mas... Eu preciso, mas... Eu poderia, mas..." Mas o quê?

Para fazer algo significativo com a sua vida é necessário fazer algo radical com os "mas". Livre-se deles. Eis aqui uma sugestão: substitua "mas" por "e". Isso fará com que as coisas fiquem mais abertas e de uma forma natural. Por exemplo: "Sim, eu gostaria de voltar para a Universidade, e... será da seguinte maneira que eu vou fazer isto." O "mas" pode até fazer com você se sinta bem num período curto, ao lhe dar a justificativa que você precisa pela sua falta de ação. Porém, os seus "mas" se transformarão numa muleta. "Mas" é apenas uma fuga, mas em muito breve ele irá se transformar numa armadilha.

Busque resultados. Esqueça e anule completamente as desculpas precedidas do "mas".

Colaboração: Wilma Santiago

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Gatinha aos "enta"..

Autor desconhecido

Visita de rotina aos médicos. Todo ano a mesma peregrinação. Mastologista, ginecologista, oftalmologista, dentista... Mas um dia, resolvi incluir um "ISTA" novo na minha odisséia: Um DERMATOLOGISTA...

Já era hora de procurar uns creminhos mágicos para tentar retardar ao máximo as marcas da inevitável entrada nos ENTA. Na verdade, sentia-me espetacular. Tudo certo. Ninguém podia cantar para mim a ridí­cula frase da Calcanhoto 'nada ficou no lugar....'

Não sei o que deu no espelho lá de casa, que resolveu, do dia para a noite, tomar ares de conto de fadas. Aliás, de bruxas. E mostrar coisinhas que nunca haviam aparecido (ou eu não havia notado?). Pontinhos azuis nos tornozelos, pintinhas negras no colo, nos braços, bolinhas vermelhas na bunda... olheiras mais profundas... Como assim??? Assim... Sem avisar nem nada?

De repente, o idiota resolveu mostrar e pronto. Ah, não! Isso não vai ficar assim. Um "ista" novo na lista do convênio. O melhor!

Queria o melhor especialista de todos os "istas"! Achei. Marquei. E fui tão nervosa quanto para um encontro 'bem intencionado' daqueles em que a gente escolhe a roupa íntima com cuidado, que é para não fazer feio.... nem parecer que foi uma escolha proposital... sabe como é, né?

Pois sim, o sujeito era um dermatologista famoso. Via e cutucava a pele de toda a nata feminina e masculina da cidade. Assim, me armei de humildade. Disposta a mostrar cada defeitinho novo que estava observando, através do maquiavélico e ex-amigo espelho de meu quarto. Depois de fazer uma ficha com meus dados, o doutor me olhou finalmente nos olhos, e perguntou:

— O que a trouxe aqui?

Fiquei vermelha como um tomate. E muda. Ele sorriu e esperou. Quase de olhos fechados, desfiei minhas queixas.

Ele observou 'in loco' cada uma delas, com uma luz de 200 watts e uma lupa. E começou o seu diagnóstico: — As pintinhas são sinais do sol, por todo o sol que já tomou na vida. Com a IDADE (tóin!) elas vão aparecendo, cada vez mais numerosas. Vai precisar de um protetor solar para sair de casa pela manhã, mesmo sem ir à praia. Para dirigir inclusive. Braços e pernas e rosto e pescoço.

— E praia?

— Evite. Só de 6 às 10 da manhã, sob proteção máxima, guarda sol, óculos e chapéu. Bronzear-se, nunca mais.

— Ahmmm... (a turma só chega às 11:00 !!!!)

— Os pontinhos azuis são pequenos vasos que não suportam a pressão do corpo sobre saltos altos.Evite. Use sapatos com solado anabela ou baixos, de preferência. Compre uma meia elástica, Kendall, para quando tiver que usar saltos altos.

— Ahmmmaaaa... (Kendall??? E as minhas preciosas sandalinhas???)

— As bolinhas na bunda são normais, por causa do calor. Para evitá-las use mais saias que calças. Evite o jeans e as calcinhas de lycra. As de algodão puro são as melhores... E folgadas...

— Ahmnunght?? ?? (e pude 'ver' as de minha mãe, enormes na cintura, de florzinhas cor de rosa..... vou chorar!).

— As olheiras são de família. Não há muito que fazer. Use esse creminho à noite, antes de dormir e procure não dormir tarde. Alimentação leve, com muita fruta e verdura, pouca carne e muito peixe. Nada de tabaco, nem álcool... Nem café.

E então a histérica aqui­ começou a rir. Agradeci, peguei suas receitinhas e saí­ rindo, rindo. Me dobrando de tanto rir!

No carro comecei a falar sozinha, tudo o que deveria ter dito e não disse:

— Trabalho muito, doutor,... muitas noites vou dormir às 2h, escrevendo e lendo. Bebo e fumo. Tomo café. Saio pelas noites de boemia com os amigos e seus violões para as serenatas de lua cheia... E que noites!!!!

— Adoro os saltos, principalmente nas sandálias fininhas. Impossível a meia elástica (argh!!). Calcinhas de algodão? E folgadas??? Adoro as justinhas e rendadas... E não abandono meu jeans nem sob ameaça de morte!!! É meu melhor amigo!!!!

— Dormir lambuzada? Neste calor? E minhas duchas frias com sabonete Johnson para ficar fresquinha como um bebê, cada noite? E nada de praia??? O senhor está louco é??? Endoideceu foi??? Moro no Recife, com esse mar e tudo...E tenho só 40 anos... Meia vida inteira pela frente!!!

— Doutor Filistreco, na minha idade não vou viver como se tivesse feito trinta anos em um!!! Até um dia desses tinha 39... E agora em vez de 40 estou fazendo 70???

— Inclua aí na sua lista de remédios para as de 40 a 60: MEIA LUZ ! Acho que é só disso que eu preciso. Um bom abajur com uma luz de 15 watts... E um namorado que use óculos. É isso... só isso!!! Entendeu????'

Parei no sinal e olhei de lado e um cara de uns 25 anos piscou o olhou para mim. Ah... e ele nem usava óculos!

Nunca fiz o que me recomendou o filistreco. Minhas olheiras são parte de meu charme.. E valem o que faço pelas noites a dentro... Ah!!! se valem! As bolinhas da bunda desapareceram com uma solução caseira de vitamina A, que quase todas as mulheres usavam e eu não sabia, até que contei minha historinha do "bruxo mau". Os sinaizinhos estão aqui... sem grandes alardes... e até que já os acho bonitinhos. O espelho é muito menor... o outro, eu dei para a minha filha.

E meu namorado diz que estou cada dia mais linda! Principalmente quando estou de saltos e rendas, disposta a encarar uma noite de vinhos e música. É claro que ele usa óculos. Mas quando quero ficar fatal, tiro os seus óculos e acendo o abajur...

"No mundo sempre existirão pessoas que vão te amar pelo que você é, e outras, que vão te odiar pelo mesmo motivo. Acostume-se..."

O melhor 'ISTA' é ser OtimISTA

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As três mulheres

Três mulheres conversavam ao lado de um poço e um velho as escutava.

A primeira mulher dizia:

— Meu filho é muito forte, corre e pula.

A segunda dizia:

— O meu filho canta como os passarinhos.

A terceira mulher nada dizia, então o velho perguntou:

—Você não tem filhos?

Ela respondeu:

— Tenho, mas ele é um menino normal como todas as crianças.

As três mulheres pegaram seus potes cheios de água e foram caminhando. No meio do caminho, elas pararam para descansar e o velho homem sentou ao lado delas.

Logo elas viram seus filhos voltando para perto delas.

O primeiro vinha correndo e pulando, o segundo vinha cantando lindas canções. O terceiro não vinha pulando nem cantando, ele correu em direção a sua mãe e pegou o pote cheio de água e levou para casa.

Então as três mulheres perguntaram para o velho homem:

— O que o senhor achou dos nossos filhos?

E o velho homem respondeu:

— Realmente, eu acabei de ver três meninos, mas vi apenas um filho.

Fábular Judaica

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O Alpinista

Esta é a história de um alpinista que sempre buscava superar mais e mais desafios.

Ele resolveu depois de muitos anos de preparação escalar o Aconcágua.

Mas ele queria a glória somente para ele, e resolveu escalar sozinho sem nenhum companheiro, o que seria natural no caso de uma escalada dessa dificuldade.

Começou a subir e foi ficando cada vez mais tarde, e por que não havia se preparado para acampar, resolveu seguir a escalada decidido a atingir o topo.

Escureceu, e a noite caiu como um breu nas alturas da montanha, e não era possível mais enxergar uma palmo à frente do nariz, não se via absolutamente nada! Tudo era escuridão.

Zero de visibilidade.

Não havia Lua e as estrelas estavam cobertas pelas nuvens.

Subindo por uma "parede" a apenas 100 m. do topo ele escorregou e caiu ...

Caia a uma velocidade vertiginosa.

Somente conseguia ver as manchas que passavam cada vez mais rápidas na mesma escuridão, e sentia a terrível sensação de ser sugado pela força da gravidade.

Ele continuava caindo ... e nesses angustiantes momentos passaram por sua mente todos os momentos felizes e tristes que já havia vivido em sua vida.

De repente ele sentiu um puxão forte, que quase o partiu pela metade.

Shack!...

Como todo alpinista experimentado, havia cravado estacas de segurança com grampos a uma corda comprida que fixou em sua cintura.

Nesses momentos de silêncio suspendido pelos ares na completa escuridão, não havia nada a fazer a não ser gritar:

— Ó meu Deus me ajude!

De repente uma voz grave e profunda vinda dos céus respondeu:

— O que você quer de mim meu filho?

— Me salve meu Deus por favor?

— Você realmente acredita que eu possa te salvar?

— Eu tenho certeza meu Deus!

— Então, corte a corda que te mantém pendurado ...

Houve um momento de silêncio e reflexão.

O homem se agarrou mais ainda a corda e refletiu que se fizesse isso morreria...

Conta o pessoal de resgate que ao realizar as buscas encontrou um alpinista congelado, morto, agarrado com força com suas duas mãos a uma corda...a somente meio metro do chão ...

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Mulheres que valorizo

Por Arnaldo Jabor

À medida que envelheço e convivo com mulheres, valorizo mais ainda as que estão acima dos 30.

Elas não se importam com o que você pensa, mas se dispõem de coração se você tiver a intenção de conversar.

Se ela não quer assistir ao jogo de futebol na TV, não fica à sua volta resmungando, pirraçando... vai fazer alguma coisa que queira fazer.....e geralmente é alguma coisa bem mais interessante.

Ela se conhece o suficiente para saber quem é, o que quer e quem quer, elas definitivamente não ficam com quem não confiam.

Mulheres se tornam psicanalistas quando envelhecem, você nunca precisa confessar seus pecados... elas sempre sabem...

Ficam lindas quando usam batom vermelho. O mesmo não acontece com mulheres mais jovens...Por que será, heim??

Mulheres mais velhas são diretas e honestas, elas lhe dirão na cara se você for um idiota, caso esteja agindo como um!

Você nunca precisa se preocupar onde se encaixa na vida dela, basta agir como homem e o resto deixe que ela faça...

Sim, nós admiramos as mulheres com mais de 30 anos!

Infelizmente isto não é recíproco, pois para cada mulher com mais de 30 anos, estonteante, bonita, bem apanhada, sexy, e bem resolvida, existe um homem com mais de 30, careca, pançudo em bermudões amarelos, bancando o bobo para uma garota de 19 anos...

Senhoras, eu peço desculpas por eles: não sabem o que fazem!

Para todos os homens que dizem: "Porque comprar a vaca, se você pode beber o leite de graça?", aqui está a novidade para vocês: Hoje em dia 80% das mulheres são contra o casamento e sabem por quê? Porque "as mulheres perceberam que não vale a pena comprar um porco inteiro só para ter uma lingüiça!"

Nada mais justo!

Alguém especial

Relato de Max Gehringer

"Durante minha vida profissional, eu topei com algumas figuras cujo sucesso surpreende muita gente. Figuras sem um vistoso currículo acadêmico, sem um grande diferencial técnico, sem muito networking ou marketing pessoal. Figuras como o Raul.

Eu conheço o Raul desde os tempos da faculdade. Na época, nós tínhamos um colega de classe, o Pena, que era um gênio. Na hora de fazer um trabalho em grupo, todos nós queríamos cair no grupo do Pena, porque o Pena fazia tudo sozinho.

Ele escolhia o tema, pesquisava os livros, redigia muito bem e ainda desenhava a capa do trabalho - com tinta nanquim. Já o Raul nem dava palpite. Ficava ali num canto, dizendo que seu papel no grupo era um só, apoiar o Pena. Qualquer coisa que o Pena precisasse, o Raul já estava providenciando, antes que o Pena concluísse a frase.

Deu no que deu.

O Pena se formou em primeiro lugar na nossa turma. E o resto de nós passou meio na carona do Pena - que, além de nos dar uma colher de chá nos trabalhos, ainda permitia que a gente colasse dele nas provas. No dia da formatura, o diretor da escola chamou o Pena de "paradigma do estudante que enobrece esta instituição de ensino". E o Raul ali, na terceira fila, só aplaudindo.

Dez anos depois, o Pena era a estrela da área de planejamento de uma multinacional. Brilhante como sempre, ele fazia admiráveis projeções estratégicas de cinco e dez anos. E quem era o chefe do Pena? O Raul. E como é que o Raul tinha conseguido chegar àquela posição? Ninguém na empresa sabia explicar direito. O Raul vivia repetindo que tinha subordinados melhores do que ele, e ninguém ali parecia discordar de tal afirmação. Além disso, o Raul continuava a fazer o que fazia na escola, ele apoiava.

Alguém tinha um problema? Era só falar com o Raul que o Raul dava um jeito.

Meu último contato com o Raul foi há um ano. Ele havia sido transferido para Miami, onde fica a sede da empresa. Quando conversou comigo, o Raul disse que havia ficado surpreso com o convite. Porque, ali na matriz, o mais burrinho já tinha sido astronauta.

E eu perguntei ao Raul qual era a função dele. Pergunta inócua, porque eu já sabia a resposta. O Raul apoiava, direcionava daqui, facilitava dali, essas coisas que, na teoria, ninguém precisaria mandar um brasileiro até Miami para fazer.

Foi quando, num evento em São Paulo, eu conheci o Vice-presidente de recursos humanos da empresa do Raul. E ele me contou que o Raul tinha uma habilidade de valor inestimável: ele entendia de gente.

Entendia tanto que não se preocupava em ficar à sombra dos próprios subordinados para fazer com que eles se sentissem melhor, e fossem mais produtivos. E, para me explicar o Raul, o vice-presidente citou Samuel Butler, que eu não sei ao certo quem foi, mas que tem uma frase ótima:

"Qualquer tolo pode pintar um quadro, mas só um gênio consegue vendê-lo".

Essa era a habilidade aparentemente simples que o Raul tinha, de facilitar as relações entre as pessoas. Perto do Raul, todo comprador normal se sentia um expert, e todo pintor comum, um gênio."

"Há grandes Homens que fazem com que todos se sintam pequenos. Mas, o verdadeiro Grande Homem é aquele que faz com que todos se sintam Grandes."

Enviado por Wilma Santiago

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Paciência

No parque, uma mulher sentou-se ao lado de um homem.

Ela disse:

Aquele ali é meu filho, o de suéter vermelho deslizando no escorregador..

— Um bonito garoto - respondeu o homem - e completou: - Aquela de vestido branco, pedalando a bicicleta, é minha filha.

Então, olhando o relógio, o homem chamou a sua filha.

— Melissa, o que você acha de irmos?

Mais cinco minutos, pai. Por favor. Só mais cinco minutos!

O homem concordou e Melissa continuou pedalando sua bicicleta, para alegria de seu coração

Os minutos se passaram, o pai levantou-se e novamente chamou sua filha:

— Hora de irmos, agora?

Mas, outra vez Melissa pediu:

— Mais cinco minutos, pai. Só mais cinco minutos!

O homem sorriu e disse:

— Está certo!

— O senhor é certamente um pai muito paciente - comentou a mulher ao seu lado.

O homem sorriu e disse:

— O irmão mais velho de Melissa foi morto no ano passado por um motorista bêbado, quando montava sua bicicleta perto daqui. Eu nunca passei muito tempo com meu filho e agora eu daria qualquer coisa por apenas mais cinco minutos com ele. Eu me prometi não cometer o mesmo erro com Melissa. Ela acha que tem mais cinco minutos para andar de bicicleta. Na verdade, eu é que tenho mais cinco minutos para vê-la brincar...

Em tudo na vida estabelecemos prioridades. Quais são as suas?

Lembre-se: nem tudo o que é importante é prioritário, e nem tudo o que é necessário é indispensável!

Dê, hoje, a alguém que você ama mais cinco minutos de seu tempo.

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Você sabe ou você sente?

Artur da Távola

Você já reparou o quanto as pessoas falam dos outros? Falam de tudo.

Da moral, do comportamento, dos sentimentos, das reações, dos medos, das imperfeições, dos erros, das criancices, ranzinzices, chatices, mesmices, grandezas, feitos, espantos.

Sobretudo falam do comportamento.

E falam porque supõem saber.

Mas não sabem.Porque jamais foram capazes de sentir como o outro sente.

Se sentissem não falariam.

Só pode falar da dor de perder um filho, um pai que já perdeu, ou a mãe já ferida por tal amputação de vida.

Dou esse exemplo extremo porque ele ilustra melhor.

As pessoas falam da reação das outras e do comportamento delas quase sempre sem jamais terem sentido o que elas sentiram.

Mas sentir o que o outro sente não significa sentir por ele.

Isso é masoquismo.

Significa perceber o que ele sente e ser suficientemente forte para ajudá-lo exatamente pela capacidade de não se contaminar com o que o machucou.

Se nos deixarmos contaminar (fecundar?) pelo sentimento que o outro está sentindo, como teremos forças para ajudá-lo?

Só quem já foi capaz de sentir os muitos sentimentos do mundo é capaz de saber algo sobre as outras pessoas e aceitá-las, com tolerância.

Sentir os muitos sentimentos do mundo não é ser uma caixa de sofrimentos.

Isso é ser infeliz.

Sentir os muitos sentimentos do mundo é abrir-se a qualquer forma de sentimento.

É analisá-los interiormente, deixar todos os sentimentos de que somos dotados fluir sem barreiras, sem medos, os maus, os bons, os pérfidos, os sórdidos, os baixos, os elevados, os mais puros, os melhores, os santos.

Só quem deixou fluir sem barreiras, medos e defesas todos os próprios sentimentos, pode sabê-los, de senti-los no próximo.

Espere florescer a árvore do próprio sentimento.

Vivendo, aceitando as podas da realidade e se possível fecundando.

A verdade é que só sabemos o que já sentimos.

Podemos intuir, perceber, atinar; podemos até, conhecer. Mas saber jamais.

Só se sabe aquilo que já se sentiu.

Colaboração: Wilma Santiago

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Tamanho do Mundo e do tempo

Um homem bom, vendo os problemas que afligiam pessoas do mundo inteiro, viu-se a pensar como poderia ajudar as pessoas do mundo inteiro a serem melhores e mais felizes.

Depois de muitos anos conseguiu doze segundos de audiência mundial em rede internacional de televisão, porém ele entendeu que era muito difícil alcançar seus objetivos e viu que não conseguiria antes de morrer.

Ele então resolveu diminuir o tamanho do mundo para o tamanho do seu país, com isso ele diminuiria o número de problemas a resolver.

Depois de muitos anos ele conseguiu um abaixo assinado gigante, para o Congresso Nacional votar a inclusão de uma linha num projeto de lei, porém mais uma vez, ele entendeu, que era muito difícil alcançar o seu objetivo e verificou que em vida jamais conseguiria.

Ele então decidiu diminuir o tamanho do mundo para o tamanho do seu bairro. Depois de muitos anos, ele conseguiu mesas e cadeiras novas para as escolas, porém constatou, que seria muito difícil resolver todos os problemas antes de findar sua vida.

Ele então, decidiu diminuir o tamanho do mundo para o tamanho da sua família, porém ele verificou que não constituira família, não casara e não tinha filhos.

Percebendo que o primeiro problema estava num mundo do tamanho dele, ele começou a conseguir resolver todos os problemas do mundo: Casou, teve cinco filhos, entre eles dois adotados, e contou-lhes sua missão, com a certeza de que seus filhos se multiplicariam e passariam adiante, que a missão de resolver os problemas do mundo, depende de resolver primeiro seus próprios problemas.

Odylanor Havlis, do livro "O Eremita Urbano"

Colaboração de Wilma Santiago

Teoria moral da manga

Rubem Alves

O velho caipira, com cara de amigo, que encontrei num Banco, estava esperando para ser atendido. Ele ia abrir uma conta. Começo de um novo ano... Novas perspectivas... E como não podia deixar de ser, também começou ali um daqueles papos de fila de banco. Contas, décimo terceiro que desapareceu, problemas do Brasil, tsunami... Será que vai chover?

Mas, em determinado momento, a conversa tomou um rumo: "Qual é então o maior problema do Brasil para ser resolvido?" E aí, o representante rural, nosso querido "Mazzaropi da modernidade" falou com um tom sério demais para aquele dia: "O maior problema do Brasil é que sobra muita manga!"

Tentei entender a teoria... Fez-se um silêncio e ele continuou: "O senhor já viu como sobra manga hoje debaixo das árvores? Já percebeu como se desperdiça manga? Sim... Creio que todos já percebemos isto... Onde tem pé de manga, tem sobrado manga..." E aí ele continuou: "Num país onde mendigo passa fome ao lado de um pé de manga... Isso é um absurdo! Num país que sobra manga tem pouca criança. Se tiver pouca criança as casas são vazias... Ou as crianças que tem já foram educadas para acreditar que só "ice cream" e jujuba são sobremesas gostosas. Boa é criança que come manga e deixa escorrer o caldo na roupa... É sinal que a mãe vai lavar, vai dar bronca, vai se preocupar com o filho. Se for filho tem pai....

Se tiver pai e manga de sobremesa é porque a família é pobre... Se for pobre, o pai tem que ser trabalhador... Se for trabalhador tem que ser honesto... Se for honesto, sabe conversar... Se souber conversar, os filhos vão compreender que refeição feliz tem manga que é comida de criança pobre e que brinca e sobe em árvore... Se subir em árvore, é por que tem passarinho que canta e espaço para a árvore crescer e para fazer sombra... Se tiver sombra tem um banco de madeira para o pai chegar do trabalho e descansar...

Quem descansa no banco, depois do trabalho, embaixo da árvore, na sombra, comendo manga é porque toca viola... E com certeza tá com o pé na grama... Quem pisa no chão e toca música tem casa feliz... Quem é feliz e canta com o violeiro, sabe rezar... Quem sabe rezar sabe amar... Quem ama, se dedica... Quem se dedica, ama, reza, canta e come manga, tem coração simples... Quem tem coração assim, louva a Deus. Quem louva a Deus, não tem medo... Nada faltará porque tem fé... Se tiver fé em Deus, vê na manga a providência divina... Come a manga, faz doce, faz suco e não deixa a manga sobrar... Se não sobra manga, tá todo mundo ocupado, de barriga cheia e feliz. Quem tá feliz... Não reclama da vida em fila do banco... "

Daí fez-se um silêncio...

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Tudo São Maneiras De Ver

Onde você vê um obstáculo, alguém vê o término da viagem
e o outro, uma chance de crescer.

Onde você vê um motivo pra se irritar, alguém vê a tragédia
total e o outro vê uma prova para sua paciência.

Onde você vê a morte, alguém vê o fim
e o outro vê o começo de uma nova etapa..

Onde você vê a fortuna, alguém vê a riqueza material
e o outro pode encontrar por trás de tudo, a dor e a miséria total.

Onde você vê a teimosia, alguém vê a ignorância,
um outro pode compreender as limitações do companheiro,
percebendo que cada qual caminha em seu próprio passo
e que é inútil querer apressar o passo do outro,
a não ser que ele deseje isso.

Cada qual vê o que quer, o que pode ou consegue enxergar.
Porque eu sou do tamanho do que vejo e não do tamanho da minha altura.

(Autor desconhecido)

Colaboração de Wilma Santiago

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Observando, aprendemos

Cheng era o discípulo de um sábio monge de nome Ling.

Um dia, quando Cheng acreditava estar pronto para assumir a condição de liderar seu povo, foi conversar com seu mestre, e este lhe perguntou:

— Observe este rio, qual a importância dele?

Eles se encontravam no alto de uma montanha. Cheng observou o rio, o seu vale, a vila, a floresta, os animais e respondeu:

— Este rio é a fonte do sustento de nossa aldeia. Ele nos dá a água que bebemos, os frutos das árvores, a colheita da plantação, o transporte de mercadorias, os animais que estão ao nosso redor e muito mais. Nossos antepassados construíram estas casas aqui, justamente por causa dele. Nosso futuro também depende deste rio.

O monge Ling colocou a mão na cabeça do discípulo e pediu-lhe que continuasse a observar.

Os meses se passaram e o mestre procurou Cheng.

— Observe este rio, qual a importância dele?- repetiu a pergunta ao discípulo.

— Este rio é fonte de inspiração para nosso povo. Veja sua nascente: ela é pequena e modesta, mas com o curso do rio, a correnteza torna-se forte e poderosa. Este rio nasce e tem um objetivo: chegar ao oceano, mas para lá chegar terá de passar por muitos lugares e por muitas mudanças. Terá de receber afluentes, contornar obstáculos.

Como o rio, temos de aprender a fluir. O formato do rio é definido pelas suas margens, assim como nossas vidas são influenciadas pelas pessoas com as quais convivemos. O rio sem as suas margens não é nada. Sem nossos amigos e familiares também não somos nada. O rio nos ensina, ainda que uma curva pode ser a solução de um problema, porque logo depois dela podemos encontrar um vale que desconhecíamos. O rio tem suas cachoeiras, suas turbulências, mas continua sempre em frente porque tem um objetivo. Ensina-nos que uma mudança imprevista pode ser uma oportunidade de crescimento. Veja no fim do vale: o rio recebe um novo afluente e, assim, torna-se mais forte.

O monge Ling colocou a mão na cabeça do discípulo e pediu-lhe que continuasse a observar.

Os meses se passaram e novamente o mestre perguntou:

— Observe este rio: qual a importância dele?

— Mestre, vejo o rio em outra dimensão. Vejo o ciclo das águas. Esta água que está indo já virou nuvem, chuva e penetrou na terra diversas vezes. Ora há a seca, ora a enchente. O rio nos mostra que se aprendermos a perceber esses ciclos, o que chamamos de mudança será apenas considerada como continuidade de um ciclo.

O mestre colocou a mão na cabeça do discípulo e pediu-lhe que continuasse a observar.

Os meses se passaram e o mestre voltou a perguntar a Cheng:

— Observe este rio, qual a importância dele?

— Mestre, este rio me mostrou que cada vez que eu o observo, aprendo algo de novo. É observando que aprendemos. Não aprendo quando as pessoas me dizem algo, mas sim quando as coisas fazem sentido para mim.

O mestre sorriu e disse-lhe com serenidade:

— Como é difícil aprender a aprender! Vá e siga seu caminho, meu filho.

Colaboração de Wilma Santiago

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Odeio Prepotência

Paloma Jorge Amado

Era 1998, estavamos em Paris, papai já bem doente participara da Feira do Livro de Paris e recebera o doutoramento na Sorbonne, o que o deixou muito feliz. De repente, uma imensa crise de saude se abateu sobre ele, foram muitas noites sem dormir, só mamãe e eu com ele. Uma pequena melhora e fomos tomar o aviao da Varig (que saudades) para Salvador.

Mamãe juntou tudo que mais gostavam no apartamento onde não mais voltaria e colocou em malas. Empurrando a cadeira de rodas de papai, ela o levou para uma sala reservada. E eu, com dois carrinhos, somando mais de 10 malas, entrava na fila da primeira classe. Em seguida chegou um casal que eu logo reconheci, era um politico do Sul (nao lembro se na época era senador ou governador, já foi tantas vezes os dois, que fica dificil lembrar). A mulher parecia uma arvore de Natal, cheia de saltos, cordões de ouros e berloques (Calá, com sua graça, diria: o jegue da festa do Bonfim). É claro que eu estava de jeans e tênis, absolutamente exausta. De repente, a senhora bate no meu ombro e diz: Moça, esta fila é da primeira classe, a de turistas é aquela ao fundo. Me armei de paciência e respondi: Sim, senhora, eu sei. Queria ter dito que eu pagara minha passagem enquanto a dela o povo pagara, mas nao disse. Ficou por isso. De repente, o senhor disse à mulher, bem alto para que eu escutasse: até parece que vai de mudança, como os retirantes nordestinos. Eu só sorri. Terminei o check in e fui encontrar meus pais.

Pouco depois bateram à porta, era o casal querendo cumprimentar o escritor. Não mandei, às favas, apesar de desejar fazê-lo, mas educadamente disse não. Hoje, quando vi na tv o Senador dizendo que foi agredido por um repórter, por isso tomou seu gravador, apagou seu chip, eteceteraetal, fiquei muito retada, me deu uma crise de mariasampaismo e resolvi contar este triste episódio pelo qual passei. Só eu e o gerente da Varig fomos testemunhas deste episódio, meus pais nunca souberam de nada?

(*) Paloma Jorge Amado é psicóloga. Define a sua preferência política desta forma. "Sou livre pensadora. Odeio tudo que é contra o povo, reacionário, retrógrado, preconceituoso. Se tivesse que escolher uma ala, escolheria a das Baianas."

Colaboração de Wilma Santiago

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A vida que pediu a Deus

Martha Medeiros

Se fosse feita uma enquete nas ruas com a pergunta "você tem a vida que pediu a Deus?", a maioria responderia com um sonoro quá- quá-quá. Lógico que alguém desempregado, doente ou que tenha sido vítima de uma tragédia pessoal não estará muito entusiasmado. Mas mesmo os que teriam motivos para estar - aqueles que possuem emprego, saúde e alguma relação afetiva, que é considerada a tríade da felicidade - também não têm achado muita graça na vida.

O mundo é habitado por pessoas frustradas com o próprio trabalho, pessoas que não estão satisfeitas com o relacionamento que construíram, pessoas saudosas de velhos amores, pessoas que gostariam de estar morando em outro lugar, pessoas que se julgam injustiçadas pelo destino, pessoas que não agüentam mais viver com o dinheiro contado, pessoas que gostariam de ter uma vida social mais agitada, pessoas que prefeririam ter um corpo mais em forma, enfim, os exemplos se amontoam.

Se formos espiar pelo buraco da fechadura de cada um, descobriremos que estão todos relativamente bem, mas poderiam estar melhor.

Por que não estão? Ora, a culpa é do governo, do Papa, da sociedade, do capitalismo, da mídia, do inferno zodiacal, dos carboidratos, dos hormônios e demais bodes expiatórios dos nossos infernizantes dilemas. A culpa é de tudo e de todos, menos nossa.

Um amigo meu, psiquiatra, costuma dizer uma frase atordoante. Ele acredita que todas as pessoas possuem a vida que desejam. Podem até não estar satisfeitas, mas vivem exatamente do jeito que acham que devem. Ninguém as força a nada, nem o governo, nem o Papa, nem a mídia. A gente tem a vida que pediu, sim. Se ela não está boa, quem nos impede de buscar outras opções?

Quase subo pelas paredes quando entro neste papo com ele porque respeito muito as fraquezas humanas. Sei como é difícil interromper uma trajetória de anos e arriscar-se no desconhecido. Reconheço os diversos fatores - família, amigos, opinião alheia - que nos conduzem ao acomodamento.

Por outro lado, sei que este meu amigo está certo. Somos os roteiristas da nossa própria história, podemos dar o final que quisermos para nossas cenas. Mas temos que querer de verdade. Querer pra valer. É este o esforço que nos falta.

A mulher que diz que adoraria se separar mas não o faz por causa dos filhos, no fundo não quer se separar. O homem que diz que adoraria ganhar a vida em outra atividade, mas já não é jovem para experimentar, no fundo não quer tentar mais nada.

É lá no fundo que estão as razões verdadeiras que levam as pessoas a mudarem ou a manterem as coisas como estão. É lá no fundo que os desejos e as necessidades se confrontam. Em vez de nos queixarmos, ganharíamos mais se nadássemos até lá embaixo para trazer a verdade à tona. E então deixar de sofrer.

Colaboração de Wilma Santiago

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Não esperes nada de ninguém

Cenyra Pinto

Não esperes nada de ninguém, nem mesmo dos teus mais íntimos. Anula a idéia de que as pessoas têm algum dever contigo. Aprende a cumprir a parte que te compete, o melhor que puderes, mas não exijas o mesmo de ninguém, ainda que sintas que te é devido.

Cada um responde por si. Lembra-te de que ninguém te deve nada, nem teus familiares mais chegados. Tudo que fizeste, fazes ou farás por eles é a parte que te compete fazer. Se exageraste, se deste demais e além de tuas forças, a culpa é tua.

Compreende. Não sejas sentimental, pensando que tens obrigação de te desvelares em excesso ou fazer coisas supérfluas, alimentar caprichos tolos, com o fito de captar-lhes afeto e gratidão. Isto é um grave erro.

Devemos ser bondosos, tolerantes, pacientes, não só com os nossos íntimos, mas com todos que se aproximam de nós. Muitas vezes não recebemos o que desejaríamos receber em afeição e consideração porque nos excedemos em carinho, exageramos em cuidados; e aqueles a quem os dispensamos, quase sempre nos desprezam, por achar-nos fracos de caráter, vulgares e sem personalidade.

Os que de ti receberam demasiado carinho, que foram superprotegidos, tornam-se egoístas, indiferentes, julgam que o mundo deve prostrar-se a seus pés e que todos lhe devem deferências especiais. Como isto não acontece, poderão voltar-se contra os que não lhes prepararam o caráter para enfrentar a vida de relação com seus semelhantes, a fim de viverem em harmonia e conquistar no mundo o seu lugar verdadeiro.

Procuremos viver sem sair do caminho do meio, e saibamos que não sentiremos falta de retribuição por nada que fizermos, sabendo que apenas cumprimos nosso dever.

Ninguém nos deve nada. Não esperemos nada de ninguém, senão da nossa própria consciência pelo dever cumprido.

O excesso, do muito ou do pouco, é sempre prejudicial.

Até a virtude exagerada se torna vício ou defeito.

Colaboração de Wilma Santiago

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A Lenda do Perdão

Conta uma antiga lenda que existia uma cidade onde a palavra perdão nunca existiu. As pessoas eram, portanto, donas da verdade, arrogantes e sofriam de uma terrível moléstia, o complexo de superioridade.

A convivência era bastante complicada porque todos se consideravam perfeitos e com isso não enxergavam, nem admitiam seus defeitos, erros ou equívocos. Nessa cidade reinava a vaidade, a competição e a inimizade, por mais que elas andassem disfarçadas por detrás de sorrisos e manifestações de afeto. Um dia uma mulher, vinda de outra cidade, foi morar lá. Todos as tardes ia até a padaria e na volta sempre passava por uma praça onde um grupo de rapazes jogava bola. Seu trajeto seria bem menor se ela cruzasse a praça, mas para não atrapalhar o jogo deles ela fazia o seu caminho contornando a praça. Claro que nenhum deles nunca percebeu ou deu valor à sua gentileza.

Naquela cidade muito poucos entendiam desse assunto. Certo dia essa mulher estava cheia de preocupações, com a cabeça bastante perturbada e na volta da padaria não se deu conta do caminho que tomou e atravessou a praça no exato momento em que um dos rapazes ia fazer um gol.

O jogo parou, todos se olharam e o tal jovem, muito bravo, perguntou à ela:

— A senhora não está vendo o que fez? Que falta de atenção, até mesmo de consideração! Custava dar a volta na praça?

E ela respondeu:

— Há cerca de seis meses que todos os dias eu dou a volta na praça para não atrapalhar o jogo de vocês. Hoje, no entanto, eu confesso que me distraí. Estava muito envolvida com meus pensamentos. Peço a todos vocês perdão por isso.

Ninguém entendeu o que ela quis dizer e um dos meninos perguntou:

— Perdão? O que é perdão? Nunca ouvimos essa palavra.

— Perdão é um ato de humildade, embora alguns julguem ser um ato de humilhação.

Os meninos foram para suas casas muito pensativos e contaram a seus pais sobre o perdão.

Errar, cometer injustiças, tomar atitudes precipitadas que podem prejudicar e magoar terceiros são coisas das quais todo ser humano está sujeito. Reconhecer seus erros e pedir perdão, no entanto, nem todos os seres humanos são capazes.

Para isso é necessária uma enorme dose de humildade, um coração sensato e um espírito elevado.

Só os grandes sabem pedir perdão!

Dizem que aquela cidade anda muito diferente, mais alegre, as pessoas mais amigas, menos rivalidades e que todos além de terem aprendido a pedir perdão, agora também estão aprendendo a perdoar.

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Almas perfumadas

Ana Cláudia Saldanha Jácomo (Para minha avó Edith)

Tem gente que tem cheiro de passarinho quando canta. De sol quando acorda. De flor quando ri. Ao lado delas, a gente se sente no balanço de uma rede que dança gostoso numa tarde grande, sem relógio e sem agenda. Ao lado delas, a gente se sente comendo pipoca na praça. Lambuzando o queixo de sorvete. Melando os dedos com algodão doce da cor mais doce que tem pra escolher. O tempo é outro. E a vida fica com a cara que ela tem de verdade, mas que a gente desaprende de ver.

Tem gente que tem cheiro de colo de Deus. De banho de mar quando a água é quente e o céu é azul. Ao lado delas, a gente sabe que os anjos existem e que alguns são invisíveis. Ao lado delas, a gente se sente chegando em casa e trocando o salto pelo chinelo. Sonhando a maior tolice do mundo com o gozo de quem não liga pra isso. Ao lado delas,pode ser abril, mas parece manhã de Natal do tempo em que a gente acordava e encontrava o presente do Papai Noel.

Tem gente que tem cheiro das estrelas que Deus acendeu no céu e daquelas que conseguimos acender na Terra. Ao lado delas, a gente não acha que o amor é possível, a gente tem certeza. Ao lado delas, a gente se sente visitando um lugar feito de alegria. Recebendo um buquê de carinhos. Abraçando um filhote de urso panda. Tocando com os olhos os olhos da paz. Ao lado delas, saboreamos a delícia do toque suave que sua presença sopra no nosso coração.

Tem gente que tem cheiro de cafuné sem pressa. Do brinquedo que a gente não largava. Do acalanto que o silêncio canta. De passeio no jardim. Ao lado delas, a gente percebe que a sensualidade é um perfume que vem de dentro e que a atração que realmente nos move não passa só pelo corpo. Corre em outras veias. Pulsa em outro lugar. Ao lado delas, a gente lembra que no instante em que rimos Deus está dançando conosco de rostinho colado. E a gente ri grande que nem menino arteiro.

Costumo dizer que algumas almas são perfumadas, porque acredito que os sentimentos também têm cheiro e tocam todas as coisas com os seus dedos de energia. Minha avó era alguém assim. Ela perfumou muitas vidas com sua luz e suas cores. A minha, foi uma delas. E o perfume era tão gostoso, tão branco, tão delicado, que ela mudou de frasco, mas ele continua vivo no coração de tudo o que ela amou. E tudo o que eu amar vai encontrar, de alguma forma, os vestígios desse perfume de Deus, que, numa temporada, se vestiu de Edith, para me falar de amor.

Blog: http://anajacomo.blogspot.com

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Filhos são do mundo

Devemos criar os filhos para o mundo. Torná-los autônomos, libertos, até de nossas ordens. A partir de certa idade, só valem conselhos.

Especialistas ensinaram-nos a acreditar que só esta postura torna adulto aquele bebê que um dia levamos na barriga. E a maioria de nós pais acredita e tenta fazer isso. O que não nos impede de sofrer quando fazem escolhas diferentes daquelas que gostaríamos ou quando eles próprios sofrem pelas escolhas que recomendamos.

Então, filho é um ser que nos emprestaram para um curso intensivo de como amar alguém além de nós mesmos, de como mudar nossos piores defeitos para darmos os melhores exemplos e de aprendermos a ter coragem. Isto mesmo! Ser pai ou mãe é o maior ato de coragem que alguém pode ter, porque é se expor a todo tipo de dor, principalmente da incerteza de estar agindo corretamente e do medo de perder algo tão amado..

Perder? Como? Não é nosso, recordam-se? Foi apenas um empréstimo! Então, de quem são nossos filhos? Eu acredito que são de Deus, mas com respeito aos ateus digamos que são deles próprios, donos de suas vidas, porém, um tempo precisaram ser dependentes dos pais para crescerem, biológica, sociológica, psicológica e emocionalmente.

E o meu sentimento, a minha dedicação, o meu investimento? Não deveriam retornar em sorrisos, orgulho, netos e amparo na velhice? Pensar assim é entender os filhos como nossos e eles, não se esqueçam, são do mundo! Volto para casa ao fim do plantão, início de férias, mais tempo para os fllhos, olho meus pequenos pimpolhos e penso como seria bom se não fossem apenas empréstimo! Mas é. Eles são do mundo. O problema é que meu coração já é deles.

Santo anjo do Senhor...

É a mais concreta realidade. Só resta a nós, mães e pais, rezar (orar) e aproveitar todos os momentos possíveis ao lado das nossas 'crias', que mesmo sendo 'emprestadas' são a maior parte de nós!!!

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Teoria das janelas partidas

Por Enio Beal

Em 1969, na Universidade de Stanford (EUA), o Prof. Phillip Zimbardo realizou uma experiência de psicologia social. Deixou dois automóveis abandonados na via pública; dois automóveis idênticos, da mesma marca, modelo e até cor. Um deixado no Bronx, na altura uma zona pobre e conflituosa de Nova York e o outro em Palo Alto, uma zona rica e tranqüila da Califórnia.

Dois automóveis idênticos, abandonados em dois bairros com populações muito diferentes e uma equipe de especialistas em psicologia social estudando as condutas das pessoas em cada lugar.

Resultou que o automóvel abandonado no Bronx começou a ser vandalizado em poucas horas. Perdeu as janelas, o motor, os espelhos, o rádio, etc. Levaram tudo o que fosse aproveitável e aquilo que não puderam levar, destruíram. Contrariamente, o automóvel abandonado em Palo Alto manteve-se intacto.

É comum atribuir à pobreza as causas de delito. Atribuição em que coincidem as posições ideológicas mais conservadoras, (da direita e esquerda). Contudo, a experiência em questão não terminou aí, quando o automóvel abandonado no Bronx já estava desfeito e o de Palo Alto estava a uma semana impecável, os investigadores partiram um vidro do automóvel de Palo Alto.

O resultado foi que se desencadeou o mesmo processo que o do Bronx, e o roubo, a violência e o vandalismo reduziram o veículo ao mesmo estado que o do bairro pobre. Por quê que o vidro partido na viatura abandonada num bairro supostamente seguro, é capaz de disparar todo um processo delituoso?

Não se trata de pobreza. Evidentemente é algo que tem a ver com a psicologia humana e com as relações sociais.

Um vidro partido num automóvel abandonado transmite uma idéia de deterioração, de desinteresse, de despreocupação que vai quebrar os códigos de convivência, como de ausência de lei, de normas, de regras, como que vale tudo. Cada novo ataque que o automóvel sofre reafirma e multiplica essa idéia, até que a escalada de atos cada vez piores, se torna incontrolável, desembocando numa violência irracional.

Em experiências posteriores (James Q. Wilson e George Kelling), desenvolveram a Teoria das Janelas Partidas, a mesma que de um ponto de vista criminalístico, conclui que o delito é maior nas zonas onde o descuido, a sujeira, a desordem e o maltrato são maiores.

Se se quebra um vidro de uma janela de um edifício e ninguém o conserta, muito rapidamente estarão quebrados todos os demais. Se uma comunidade exibe sinais de deterioração e isto parece não importar a ninguém, então ali se gerará o delito.

Se se cometem pequenas faltas (estacionar-se em lugar proibido, exceder o limite de velocidade ou passar-se um semáforo vermelho) e as mesmas não são punidas, então começam as faltas maiores e logo delitos cada vez mais graves. Se se permitem atitudes violentas como algo normal no desenvolvimento das crianças, o padrão de desenvolvimento será de maior violência quando estas pessoas forem adultas.

Se os parques e outros espaços públicos deteriorados são progressivamente abandonados pela maioria das pessoas (que deixa de sair das suas casas por temor aos gangs), estes mesmos espaços abandonados pelas pessoas são progressivamente ocupados pelos delinqüentes.

A Teoria das Janelas Partidas foi aplicada pela primeira vez em meados da década de 80 no metrô de Nova York, o qual se havia convertido no ponto mais perigoso da cidade. Começou-se por combater as pequenas transgressões: grafites deteriorando o lugar, sujeira das estações, alcoolismo entre o público, evasões ao pagamento de passagem, pequenos roubos e desordens. Os resultados foram evidentes. Começando pelo pequeno delito, conseguiu-se fazer do metrô um lugar seguro.

Posteriormente, em 1994, Rudolph Giuliani, o prefeito de Nova York, baseado na Teoria das Janelas Partidas e na experiência do metrô, impulsionou uma política de Tolerância Zero. A estratégia consistia em criar comunidades limpas e ordenadas, não permitindo transgressões à Lei e às normas de convivência urbana.

O resultado prático foi uma enorme redução de todos os índices criminais da cidade de Nova York. A expressão Tolerância Zero soa como uma espécie de solução autoritária e repressiva, mas o seu conceito principal é muito mais a prevenção e promoção de condições sociais de segurança.

Não se trata de linchar o delinqüente, nem da prepotência da polícia. De fato, a respeito dos abusos de autoridade, deve-se também aplicar a tolerância zero. Não é tolerância zero em relação à pessoa que comete o delito, mas tolerância zero em relação ao próprio delito. Trata-se de criar comunidades limpas, ordenadas, respeitosas da lei e dos códigos básicos da convivência social humana.

Fonte: Blog Assim Somos

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Tente Outra Vez

Jonas Salk, que juntamente com Albert Sabin, descobriu a vacina contra a poliomielite, compreendeu o conceito de ser corajoso.

Certa vez, alguém lhe perguntou: Depois de ter conseguido esta façanha extraordinária, que pôs fim à palavra poliomielite em nosso vocabulário, como o senhor encara seus 200 fracassos anteriores?

Sua resposta foi: Eu nunca tive 200 fracassos na vida. Minha família nunca os considerou fracassos. Eles serviram de experiência para que eu pudesse aprender mais.

Acabo de realizar minha 201ª descoberta. Ela não teria sido possível se eu não tivesse aprendido com as 200 experiências anteriores.

Winston Churchill também foi um homem de coragem. Ele não se intimidava diante de seus erros. Quando cometia um, ele o analisava cuidadosamente.

Um dia alguém lhe perguntou.

— Senhor Winston, qual foi a sua experiência na escola que melhor o preparou para liderar a Grã-Bretanha nas horas mais sombrias?

Churchill pensou por alguns instantes e respondeu:

— Quando fui repetente no curso médio.

— O senhor considerou isso um fracasso?

— Não - replicou Winston - tive duas oportunidades para acertar.

Essas lições de vida nos dão ensejo de refletir sobre nossa própria maneira de encarar os fatos.

Quando tentamos resolver um problema de uma forma e não logramos êxito, não temos aí um motivo para desistir ou nos sentir derrotados.

Podemos considerar que já sabemos mais uma maneira que não deve ser usada.

Os insucessos não são fracassos, mas experiências que, se considerados como lições, podem nos ajudar a aprender mais depressa.

Quem caminha pode cair, mas não precisa ficar no chão.

Quem anda pode tropeçar, mas não necessita ficar lamentando o ocorrido.

Quem está trabalhando pode tomar uma decisão equivocada, mas isso não é motivo para desistir.

Somente quem não realiza nenhuma atividade não corre riscos. Mas também não dá nenhum passo à frente. Fica estacionado no mesmo lugar.

O fato de uma ação nossa não trazer o resultado esperado, não quer dizer que tenha sido um fracasso. Pode ser, sim, mais um aprendizado. Mais uma experiência que se soma às demais.

Por todas essas razões, você não deve se deixar derrotar pelas tentativas que não tiveram o êxito esperado.

Cada tentativa, vitoriosa ou não, será sempre uma experiência a mais no arquivo do seu aprendizado. Pense nisso!

Thomas Edison fez mil experiências para conseguir inventar a lâmpada. Um jovem repórter perguntou o que ele achava de tantos fracassos. Edison respondeu: - "Não fracassei nenhuma vez. Inventei a lâmpada. Acontece que foi um processo de 1.000 passos."

E assim foi que, de experiência em experiência, ele conseguiu a incandescência dos filamentos da lâmpada elétrica. Isso tudo porque ele não desistiu diante dos inúmeros insucessos.

E se você já tentou várias vezes e não deu certo, tente outra vez!

Colaboração de Wilma Santiago

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Deus de batom

Em 1945, um grupo de soldados britânicos libertou do poderio germânico um campo de concentração chamado Bergen-Belsen. Um deles, o tenente-coronel Mercin Willet Gonin, condecorado pelo exército inglês com a Ordem do Serviço Distinto, relatou em seu diário o que foi encontrado ali.

"Sou incapaz de uma descrição apropriada do circo de horrores em que meus homens e eu haveríamos de passar o mês seguinte da nossa vida. O lugar é um deserto inóspito, desprotegido como um galinheiro. Há cadáveres espalhados por todo lado, alguns em pilhas enormes, às vezes isolados ou pares no mesmo local em que caíram. Levei algum tempo para me acostumar a ver homens, mulheres e crianças tombarem ao passar por eles. Sabia-se que 500 deles morreriam por dia e que outros 500 ao dia continuariam morrendo durante semanas antes que alguma coisa que estivesse ao nosso alcance fazer causasse algum impacto. De qualquer forma, não era fácil ver uma criança morrer sufocada pela difteria quando se sabia que uma traqueostomia e alguns cuidados a teriam salvado.

Viam-se mulheres se afogarem no próprio vômito porque estavam fracas demais para se virar de lado, homens comendo vermes agarrados a meio pedaço de pão pelo simples fato de que precisavam comer vermes se quisessem sobreviver e, depois de algum tempo, eram incapazes de distinguir uma coisa da outra.

Pilhas de cadáveres, nus e obscenos, com uma mulher fraca demais para ficar de pé se escorando neles enquanto preparava sobre uma fogueira improvisada a comida que havíamos dado a ela; homens e mulheres agachados por toda parte a céu aberto, aliviando-se.

Em uma fossa de esgoto boiavam os restos de uma criança. Pouco depois que a Cruz Vermelha britânica chegou, embora talvez sem ter nenhuma relação esse fato, chegou também uma grande quantidade de batom. Não era em absoluto o que queríamos. Clamávamos por centenas e milhares de outras coisas. Não sei quem pediu batom.

Gostaria muito de descobrir quem fez isso; foi um golpe de gênio, de habilidade pura e natural. Creio que nada contribuiu mais para aqueles prisioneiros de guerra que o batom. As mulheres se deitaram na cama sem lençol e sem camisola, mas com os lábios escarlates. Podia-se vê-las perambulando por todo lado sem nada, a não ser um cobertor em cima dos ombros, mas com os lábios bem vermelhos. Vi uma mulher morta em cima da mesa de autópsia cujos dedos ainda agarravam um pedaço de batom.

Enfim, alguém fizera algo para torná-las humanas de novo. Eram gente, não mais um simples número tatuado no braço. Enfim, podiam se interessar pela própria aparência. O batom começou a lhes devolver a humanidade. Porque, às vezes, a diferença entre o céu e o inferno pode ser um pouco de batom"

Extraído do livro DEUS E SEXO, de Rob Bell, Editora Vida, 2010

Colaboração de Wilma Santiago

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A Lamparina

Madre Tereza de Calcutá

Algumas de minhas irmãs trabalham na Austrália.

Numa reserva, entre os aborígines, havia um homem bastante velho. Posso assegurar-lhes que vocês nunca viram uma situação de pobreza tão alarmante como a desse pobre ancião. Todos o ignoravam. Seu lar era desarrumado e sujo.

Por favor, disse-lhe eu certa vez, deixe-me limpar sua casa, lavar suas roupas e fazer sua cama.

Estou bem assim, respondeu ele, não se preocupe.

Pois ficará ainda melhor, insisti, se permitir que eu faça isso.

Ele concordou finalmente. Pude, portanto, limpar sua casa e lavar as suas roupas.

Encontrei no meio da bagunça uma lamparina inteiramente coberta de poeira. Só Deus sabe o tempo transcorrido desde que o homem a acendera pela última vez.

O senhor não acende a sua lamparina? - perguntei-lhe. Não costuma usá-la?

Não, respondeu ele, não recebo a visita de ninguém. Não preciso de luz. Para quem deveria acendê-la? O senhor a acenderia todas as noites se as irmãs passassem a visitá-lo?

Naturalmente! respondeu ele.

Desse dia em diante, as irmãs combinaram entre si, visitar o pobre ancião todas as noites.

Dois anos se passaram.

Eu tinha esquecido completamente esse homem, quando ele enviou esta mensagem:

"Contem à minha amiga, que a luz que ela acendeu em minha vida continua brilhando."

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20 anos cego

Há muito tempo atrás, um casal de idosos que não tinha filhos, morava em uma casinha humilde de madeira, tinha uma vida muito tranquila, alegre, e ambos se amavam muito.

Eram felizes. Até que um dia... Aconteceu um acidente com a senhora. Ela estava trabalhando em sua casa quando começa a pegar fogo na cozinha e as chamas atingem todo o seu corpo.

O esposo acorda assustado com os gritos e vai a sua procura, quando a vê coberta pelas chamas e imediatamente tenta ajudá-la.

O fogo também atinge seus braços e, mesmo em chamas, consegue apagar o fogo.

Quando chegaram os bombeiros já não havia muito da casa, apenas uma parte, toda destruída.

Levaram rapidamente o casal para o hospital mais próximo, onde foram internados em estado grave. Após algum tempo aquele senhor menos atingido pelo fogo saiu da UTI e foi ao encontro de sua amada.

Ainda em seu leito a senhora toda queimada, pensava em não viver mais, pois estava toda deformada, queimara todo o seu rosto.

Chegando ao quarto de sua senhora, ela foi falando:

— Tudo bem com você meu amor?

— Sim, respondeu ele, pena que o fogo atingiu os meus olhos e não posso mais enxergar, mas fique tranquila, amor, que sua beleza está gravada em meu coração para sempre.

Então triste pelo esposo, a senhora pensou consigo mesma:

"Como Deus é bom, vendo tudo o que aconteceu a meu marido, tirou-lhe a visão para que não presencie esta deformação em mim. As chamas queimaram todo o meu rosto e estou parecendo um monstro. E Deus é tão maravilhoso que não deixou ele me ver assim, como um monstro Obrigado Senhor!"

Passado algum tempo e recuperados milagrosamente, voltaram para uma nova casa, onde ela fazia tudo para o seu querido e amado esposo, e o esposo agradecido por tanto amor, afeto e carinho, todos os dias dizia-lhe:

— COMO EU TE AMO. Você é linda demais. Saiba que você é e será sempre, a mulher da minha vida!

E assim viveram mais 20 anos até que a senhora veio a falecer. No dia de seu enterro, quando todos se despediam da bondosa senhora, veio aquele marido com os olhos em lágrimas, sem seus óculos escuros e com sua bengala nas mãos.

Chegou perto do caixão, beijou o rosto acariciando sua amada, disse em um tom apaixonante:

— Como você é linda, meu amor, eu te amo muito.

Ouvindo e vendo aquela cena, um amigo que está ao seu lado, perguntou se o que tinha acontecido era milagre. Pois parecia que o velhinho parecia enxergar sua amada.

O velhinho olhando nos olhos do amigo, apenas falou com as lágrimas rolando quentes em sua face:

— Nunca estive cego, apenas fingia, pois quando vi minha amada esposa toda queimada e deformada, sabia que seria duro para ela continuar vivendo daquela maneira. Foram vinte anos vivendo muito felizes e apaixonados! Foram os 20 anos mais felizes de minha vida.

E emocionou a todos os que ali estavam presentes.

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Gentileza gera gentileza!!

Conta-se uma história de um empregado em um frigorifico da Noruega. Certo dia ao término do trabalho, foi inspecionar a câmara frigorifica.

Inexplicavelmente, a porta se fechou e ele ficou preso dentro da camara. Bateu na porta com força, gritou por socorro mas ninguém o ouviu, todos já haviam saido para suas casas e era impossível que alguém pudesse escutá-lo.

Já estava quase cinco horas preso, debilitado com a temperatura insuportável.

De repente a porta se abriu e o vigia entrou na câmara e o resgatou com vida.

Depois de salvar a vida do homem, perguntaram ao vigia:

— Porque foi abrir a porta da câmara se isto não fazia parte da sua rotina de trabalho?

Ele explicou: Trabalho nesta empresa há 35 anos, centenas de empregados entram e saem aqui todos os dias , o único que me cumprimenta ao chegar pela manhã e se despede de mim ao sair.

Hoje pela manhã disse "Bom dia" quando chegou.

Entretanto não se despediu de mim na hora da saída. Imaginei que poderia ter-lhe acontecido algo. Por isto o procurei e o encontrei...

Pergunta: Será que você seria salvo????????

Colaboração de Cirlene Venturini

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Gente fina

Martha Medeiros

Gente fina é politicamente correta? Se for, não sou gente fina, porque fico muito impaciente com certas cortesias exageradas.

Por exemplo, outro dia estava no aeroporto e uma voz no alto-falante convidou a embarcar os passageiros da melhor idade. Se eu tivesse cem anos, entenderia que todos deveriam passar na minha frente. Que melhor idade? Claro que alguém pode estar mais satisfeito aos 80 anos do que quando tinha 40, mas isso é levar em conta o específico.

Na hora de generalizar, sejamos menos franciscanos. Milhares de pessoas idosas têm a cabeça ótima e estão realizadas, mas se tiverem bom humor, vão dispensar o consolo: pô, "melhor idade" é provocação.

O mesmo sobre magros e gordos. Cada um faz o que bem entender com o próprio corpo. Comer com liberdade é um direito e ninguém tem que se sacrificar para atender a um padrão estético, mas que ser magro é melhor do que ser gordo, é. Pra saúde é melhor, pra se vestir é melhor, pra se locomover é melhor, pra dançar é melhor.

Não quer dizer que um gordo não seja feliz. Geralmente, são felizes à beça, mais do que muito varapau. Mas se fosse possível escolher entre ser magro e ser gordo sem nenhum efeito colateral de felicidade ou infelicidade, sem nenhum esforço, só no abracadabra, todo mundo iria querer ser magro, assim como todo mundo preferiria se cristalizar entre os 30 e os 50 anos. Eu acho. Geralmente, são felizes à beça, mais do que muito varapau. A não ser que eu esteja louca, o que é uma hipótese a considerar.

Porém, melhor que tudo é ser gente fina. Finíssima. Isso nada tem a ver com a tendência atual de ser seca, de parecer um esqueleto ambulante. Gente fina é outra coisa. Geralmente, são felizes à beça, mais do que muito varapau.

Gente fina é aquela que é tão especial que a gente nem percebe se é gorda, magra, velha, moça, loira, morena, alta ou baixa. Ela é gente fina, ou seja, está acima de qualquer classificação. Geralmente, são felizes à beça, mais do que muito varapau.

Todos a querem por perto. Tem um astral leve, mas sabe aprofundar as questões quando necessário. É simpática, mas não bobalhona. É uma pessoa direita, mas não escravizada pelos certos e errados: sabe transgredir sem agredir. Gente fina é aquela que é generosa, mas não banana. Te ajuda, mas permite que você cresça sozinho. Gente fina diz mais sim do que não, e faz isso naturalmente, não é para agradar. Geralmente, são felizes à beça, mais do que muito varapau.

Gente fina se sente confortável em qualquer ambiente: num boteco de beira de estrada e num castelo no interior da Escócia. Gente fina não julga ninguém - tem opinião, apenas. Um novo começo de era, com gente fina, elegante e sincera. O que mais se pode querer? Gente fina não esnoba, não humilha, não trapaceia, não compete e, como o próprio nome diz, não engrossa. Não veio ao mundo pra colocar areia no projeto dos outros. Geralmente, são felizes à beça, mais do que muito varapau.

Ela não pesa, mesmo sendo gorda, e não é leviana, mesmo sendo magra. Gente fina é que tinha que virar tendência. Porque, colocando na balança, é quem faz a diferença.

Colaboração de Wilma Santiago

Destralhe-se

por Carlos Solano

— Bom dia, como tá a alegria? Diz dona Francisca, minha faxineira rezadeira, que acaba de chegar. Antes de dar uma benzida na casa, deixa eu te dar um abraço que preste! e ela me apertou.

Na matemática de dona Francisca, quatro abraços por dia dão para sobreviver; oito ajudam a nos manter vivos; 12 fazem a vida prosperar. Falando nisso, vida nenhuma prospera se estiver pesada e intoxicada.

Já ouviu falar em toxinas da casa?

Pois são:

Ufa, que peso! O que está fora está dentro e isso afeta a saúde, aprendi com dona Francisca. Saúde é o que interessa. O resto não tem pressa!, ela diz, enquanto me ajuda a destralhar, ou liberar as tralhas da casa...

O destralhamento é a forma mais rápida de transformar a vida e ajuda as outras eventuais terapias. Com o destralhamento:

É comum se sentir cansado, deprimido, desanimado, em um ambiente cheio de entulho, pois existem fios invisíveis que nos ligam à tudo aquilo que possuímos.

Outros possíveis efeitos do acúmulo e da bagunça:

No porão e no sótão, as tralhas viram sobrecarga; na entrada, restringem o fluxo da vida; Empilhadas no chão, nos puxam para baixo; acima de nós, são dores de cabeça; sob a cama, poluem o sono. Oito horas, para trabalhar; oito horas, para descansar; oito horas, para se cuidar. Perguntinhas úteis na hora de destralhar-se:

...e vá fazendo pilhas separadas...

Se deixas sair o que está em ti, o que deixas sair te salvará.. Se não deixas sair o que está em ti, o que não deixas sair te destruirá, arremata o mestre Jesus, no evangelho de Tomé.

Acumular nos dá a sensação de permanência, apesar de a vida ser impermanente, diz a sabedoria oriental. O Ocidente resiste a essa idéia e, assim, perde contato com o sagrado instante presente.

Dona Francisca me conta que as frutas nascem azedas e no pé, vão ficando docinhas com o tempo. A gente deveria de ser assim, ela diz: Destralhar ajuda a adocicar. Se os sábios concordam, quem sou eu para discordar...

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Oração para antes e depois dos 50 (leia com atenção)

Ó Senhor, tu sabes melhor do que eu que estou envelhecendo a cada dia. Sendo assim, Senhor, livra-me da tolice de achar que devo dizer algo, em toda e qualquer ocasião.

Livra-me, também, Senhor, deste desejo enorme que tenho de querer pôr em ordem a vida dos outros.

Ensina-me a pensar nos outros e ajudá-los, sem jamais me impor sobre eles, mesmo considerando, com modéstia, a sabedoria que acumulei e que penso ser uma lástima não passar adiante.

Tu sabes, Senhor, que desejo preservar alguns amigos e uma boa relação com os filhos, e que só se preserva os amigos e os filhos... ...quando não há intromissão na vida deles...

Livra-me, também, Senhor, da tolice de querer contar tudo com detalhes e minúcias e dá-me asas no assunto para voar diretamente ao ponto que interessa.

Não me permita falar mal de alguém. Ensina-me a fazer silêncio sobre minhas dores e doenças.. Elas estão aumentando e, com isso, a vontade de descrevê-las vai crescendo a cada dia que passa.

Não ouso pedir o dom de ouvir com alegria a descrição das doenças alheias; seria pedir demais. Mas, ensina-me, Senhor, a suportar ouvi-las com alguma paciência.

Ensina-me a maravilhosa sabedoria de saber que posso estar errado em algumas ocasiões. Já descobri que pessoas que acertam sempre são maçantes e desagradáveis.

Mas, sobretudo, Senhor, nesta prece de envelhecimento, peço: mantenha-me o mais amável possível.

Livrai-me de ser santo. É difícil conviver com santos!

Mas um velho ou uma velha rabugentos, Senhor, é obra prima do capeta!!!!! Me poupe!!! Amém!

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Escolhas de uma vida

Por Pedro Bial

A certa altura do filme Crimes e Pecados, o personagem interpretado por Woody Allen diz: "Nós somos a soma das nossas decisões".

Essa frase acomodou-se na minha massa cinzenta e de lá nunca mais saiu. Compartilho do ceticismo de Allen: a gente é o que a gente escolhe ser, o destino pouco tem a ver com isso.

Desde pequenos aprendemos que, ao fazer uma opção,estamos descartando outra, e de opção em opção vamos tecendo essa teia que se convencionou chamar "minha vida".

Não é tarefa fácil. No momento em que se escolhe ser médico, se está abrindo mão de ser piloto de avião. Ao optar pela vida de atriz, será quase impossível conciliar com a arquitetura. No amor, a mesma coisa: namora-se um, outro, e mais outro, num excitante vaivém de romances. Até que chega um momento em que é preciso decidir entre passar o resto da vida sem compromisso formal com alguém, apenas vivenciando amores e deixando-os ir embora quando se findam, ou casar, e através do casamento fundar uma microempresa, com direito a casa própria, orçamento doméstico e responsabilidades.

As duas opções têm seus prós e contras: viver sem laços e viver com laços...

Escolha: beber até cair ou virar vegetariano e budista? Todas as alternativas são válidas, mas há um preço a pagar por elas.

Quem dera pudéssemos ser uma pessoa diferente a cada 6 meses, ser casados de segunda a sexta e solteiros nos finais de semana, ter filhos quando se está bem-disposto e não tê-los quando se está cansado. Por isso é tão importante o auto conhecimento. Por isso é necessário ler muito, ouvir os outros, estagiar em várias tribos, prestar atenção ao que acontece em volta e não cultivar preconceitos. Nossas escolhas não podem ser apenas intuitivas, elas têm que refletir o que a gente é. Lógico que se deve reavaliar decisões e trocar de caminho: Ninguém é o mesmo para sempre.

Mas que essas mudanças de rota venham para acrescentar, e não para anular a vivência do caminho anteriormente percorrido. A estrada é longa e o tempo é curto.Não deixe de fazer nada que queira, mas tenha responsabilidade e maturidade para arcar com as conseqüências destas ações.

Lembrem-se: suas escolhas têm 50% de chance de darem certo, mas também 50% de chance de darem errado. A escolha é sua...!

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A escolha é sua

Você pode curtir ser quem você é, do jeito que você for, ou viver infeliz por não ser quem você gostaria.Você pode assumir sua individualidade, ou reprimir seus talentos e fantasias, tentando ser o que os outros gostariam que você fosse.

Você pode produzir-se e ir se divertir, brincar, cantar e dançar, ou dizer em tom amargo que já passou da idade ou que essas coisas são fúteis.

Você pode olhar com ternura e respeito para si próprio e para as outras pessoas, ou com aquele olhar de censura, que poda, pune, fere e mata, sem nenhuma consideração para com os desejos, limites e dificuldades de cada um, inclusive os seus.

Você pode amar e deixar-se amar de maneira incondicional, ou ficar se lamentando pela falta de gente à sua volta.

Você pode ouvir o seu coração e apaixonadamente viver, ou agir de acordo com o figurino da cabeça, tentando analisar e explicar a vida antes de vivê-la.

Você pode deixá-la como está para ver como é que fica, ou com paciência e trabalho conseguir realizar as mudanças necessárias na sua vida e no mundo à sua volta.

Você pode deixar que o medo de perder paralise seus planos, ou partir para a ação com o pouco que tem e muita vontade de ganhar.

Você pode amaldiçoar sua sorte, ou encarar a situação como uma grande oportunidade de crescimento que a vida lhe oferece.

Você pode mentir para si mesmo, achando desculpas e culpados para todas as suas insatisfações, ou encarar a verdade de que, no fim das contas, sempre é você quem decide o tipo de vida que quer levar.

Você pode escolher o seu destino e, através de ações concretas, caminhar firme em direção a ele, com marchas e contramarchas, avanços e retrocessos, ou continuar acreditando que ele já estava escrito nas estrelas e nada mais lhe resta a fazer senão sofrer.

Você pode viver o presente que a vida lhe dá, ou ficar preso a um passado que já acabou - e portanto não há mais nada a fazer -, ou a um futuro que ainda não veio e que portanto não lhe permite fazer nada.

Você pode ficar numa boa, desfrutando o máximo de coisas que você é e possui, ou se acabar de tanta ansiedade e desgosto por não ser ou não possuir tudo o que você gostaria.

Você pode engajar-se no mundo, melhorando a si próprio e, por conseqüência, melhorando tudo que está à sua volta, ou esperar que o mundo melhore para que então você possa melhorar.

Você pode celebrar a Vida e a Energia Universal que o criou, ou celebrar a morte, aterrorizado com a idéia de pecado e punição.

Você pode continuar escravo da preguiça, ou comprometer-se com você mesmo e tomar atitudes necessárias para concretizar o seu Plano de Vida.

Você pode aprender o que ainda não sabe, ou fingir que já sabe tudo e não precisa de aprender nada mais.

Você pode ser feliz com a vida como ela é, ou passar todo o seu tempo se lamentando pelo que ela não é.A escolha é sua.E o importante é que você sempre tem escolha.

Pondere bastante ao se decidir, pois é você que vai carregar - sozinho e sempre - o peso das escolhas que fizer.

Colaboração de Wilma Santiago

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O cesto e a água

Um discípulo chegou para seu mestre e perguntou:

— Mestre, por que devemos ler e decorar a Palavra de Deus se nós não conseguimos memorizar tudo e com o tempo acabamos esquecendo? Somos obrigados a constantemente decorar de novo o que já esquecemos.

O mestre não respondeu imediatamente ao seu discípulo. Ele ficou olhando para o horizonte por alguns minutos e depois ordenou ao discípulo:

— Pegue aquele cesto de junco, desça até o riacho, encha o cesto de água e traga até aqui.

O discípulo olhou para o cesto sujo e achou muito estranha a ordem do mestre, mas, mesmo assim, obedeceu. Pegou o cesto, desceu os cem degraus da escadaria do mosteiro até o riacho, encheu o cesto de água e começou a subir. Como o cesto era todo cheio de furos, a água foi escorrendo e quando chegou até o mestre já não restava nada.

O mestre perguntou-lhe:

— Então, meu filho, o que você aprendeu?

O discípulo olhou para o cesto vazio e disse, jocosamente:

— Aprendi que cesto de junco não segura água.

O mestre ordenou-lhe que repetisse o processo.

Quando o discípulo voltou com o cesto vazio novamente, o mestre perguntou-lhe:

— Então, meu filho, e agora, o que você aprendeu?

O discípulo novamente respondeu com sarcasmo:

— Que cesto furado não segura água.

O mestre, então, continuou ordenando que o discípulo repetisse a tarefa.

Depois da décima vez, o discípulo estava desesperadamente exausto de tanto descer e subir as escadarias.

Porém, quando o mestre lhe perguntou de novo:

— Então, meu filho, o que você aprendeu?

O discípulo, olhando para dentro do cesto, percebeu admirado:

— O cesto está limpo! Apesar de não segurar a água, a repetição constante de encher o cesto acabou por lavá-lo e deixá-lo limpo.

O mestre, por fim, concluiu:

— Não importa que você não consiga decorar todas as passagens da Bíblia que você lê, o que importa, na verdade, é que, no processo, a sua mente e a sua vida ficam limpas diante de Deus.

Namorar depois dos cinquenta

Autoria desconhecida

Em nossa idade, depois do meio século, o amor já percorreu estradas, dobrou esquinas e optou em encruzilhadas...

Já errou, já acertou, já deslizou, já se arrependeu e, inevitavelmente, o tempo se foi.

Viveu-se o amor, perdeu-se o amor, alguns pelas mãos de Deus, outros pelo enfraquecimento do viver a dois.

Hoje o nosso olhar em direção ao amor continua mais lindo, pois na longa caminhada dos sentimentos, aprendemos a somar, a dividir e a multiplicar, sem chances de diminuir no conhecimento do sentimento do amor .

O amor maduro chega de mansinho e se aloja em nossa vida, sem tempo para acabar.

O caminhar a dois é mais sereno, a cumplicidade existe, o carinho é mais espontâneo, não nos inibimos diante do querer, a sintonia é completa e as lembranças são depositadas no álbum das saudades, que guardamos, de um tempo que não volta mais .

Namorar na nossa idade é carregar a ternura no olhar.

O brilho é mais intenso, a vontade de acertar é mais forte.

A construção do caminhar a dois é a soma do querer, é o encontro de duas almas aplaudidas por dois corações que dividem a emoção de amar.

As pequeninas atitudes, os gestos e os detalhes são os alimentos que sustentam este amor.

Viver a dois é a alegria da companhia, do chamego dengoso, dos beijos ainda calientes, dos insinuantes olhares quando o desejo se manifesta e a promessa no olhar de que em todo amanhecer, será o mais belo bom dia entre dois seres que encontraram o amor!

Amar nunca é demais.

Feliz daquele que tem um enorme coração, capaz de amar, amar, amar e acima de tudo saber ser amado...

Faça o dia, a tarde, a noite do seu bem ser memorável.

Colaboração de Wilma Santiago

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A jaboticaba, quem diria!

A jaboticaba (ou jabuticaba), nossa pequena notável!!! Fruta 100% brasileira.

É dela que vamos falar.

Discreta no quintal de nossa casa, ela contém teores espantosos de substâncias protetoras do peito.

Ganha até da uva, e provavelmente do vinho que é festejado no mundo inteiro por evitar infartos.

Você vai conhecer agora uma revelação científica -e das boas- que acaba de cair do pé

Por Regina Pereira

A química Daniela Brotto Terci nem estava preocupada com as coisas que se passam com o coração. Tudo o que ela queria, em um laboratório da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), no interior paulista, era encontrar na natureza pigmentos capazes de substituir os corantes artificiais usados na indústria alimentícia.

E, claro, quando se fala em cores a jaboticaba chama a atenção.

Roxa? Azulada? Cá entre nós, jaboticaba tem cor de...jaboticaba.

Mas o que tingiria a sua casca?

A cientista quase deu um pulo para trás ao conferir: "enormes porções de antocianinas", foi a resposta.

Desculpe o palavrão, mas é como são chamadas aquelas substâncias que, sim, são pigmentos presentes nas uvas escuras e, conseqüentemente, no vinho tinto, apontados como grandes benfeitores das artérias.

Daniela jamais tinha suspeitado de que havia tanta antocianina ali, na jaboticaba aliás, nem ela nem ninguém.

"Os trabalhos a respeito dessa fruta são muito escassos", tenta justificar a pesquisadora, que também mediu a dosagem de antocianinas da amora.

Ironia, o fruto da videira saiu perdendo no ranking, enquanto o da jaboticabeira...

Dê só uma olhada (o número representa a quantidade de miligramas das benditas antocianinas por grama da fruta):

jaboticaba: 314
amora: 290
uva: 227.

As antocianinas dão o tom. "Se um fruto tem cor arroxeada é porque elas estão ali", entrega a nutricionista

Karla Silva, da Universidade Estadual do Norte Fluminense, no Rio de Janeiro.

No reino vegetal, esse tingimento serve para atrair os pássaros.

"E isso é importante para espalhar as sementes e garantir a perpetuação da espécie", explica Daniela Terci, da Unicamp.

Para a Medicina, o interesse nas antocianinas é outro. "Elas têm uma potente ação antioxidante", completa a pesquisadora de Campinas. Ou seja, uma vez em circulação, ajudam a varrer as moléculas instáveis de radicais livres. Esse efeito, observado em tubos de ensaio, dá uma pista para a gente compreender por que a incidência de tumores e problemas cardíacos é menor entre consumidores de alimentos ricos no pigmento. Ultimamente surgem estudos apontando uma nova ligação: as tais substâncias antioxidantes também auxiliariam a estabilizar o açúcar no sangue dos diabéticos.

Se a maior concentração de antocianinas está na casca, não dá para você simplesmente cuspi-la. Tudo bem, engolir a capa preta também é difícil. A saída, sugerida pelos especialistas, é batê-la no preparo de sucos ou usá-la em geléias. A boa notícia é que altas temperaturas não degradam suas substâncias benéficas.

Os sucos, particularmente, rendem experiências bem coloridas. A nutricionista Solange Brazaca, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), em Piracicaba, interior paulista, dá lições que parecem saídas da alquimia. "Misturar a jaboticaba com o abacaxi resulta numa bebida azulada", ensina. "Já algumas gotas de limão deixam o suco avermelhado". As variações ocorrem devido a diferenças de Ph e pela união de pigmentos ácidos.

Mas vale lembrar a velha máxima saudável: bateu, tomou. "Luz e oxigênio reagem com as moléculas protetoras", diz a professora. Não é só a saúde que sai perdendo: o líquido fica com cor e sabor alterados.

Aliás, no caso da jaboticaba, há outro complicador. Delicada, a fruta se modifica assim que é arrancada da árvore. "Como tem muito açúcar, a fermentação acontece no mesmo dia da colheita", conta a engenheira agrônoma Sarita Leonel, da Universidade Estadual Paulista, em Botucatu. A dica é guardá-la em saco plástico e na geladeira. Agora, para quem tem uma jabuticabeira, que privilégio! A professora repete o que já diziam os nossos avós: "Jabuticaba se chupa no pé".

O branco tem seu valor

A bioquímica Edna Amante, do laboratório de frutas e hortaliças da Universidade Federal de Santa Catarina, destaca alguns nutrientes da parte branca e mais consumida da jaboticaba. "É na polpa que a gente encontra ferro, fósforo, vitamina C e boas doses de niacina, uma vitamina do complexo B que facilita a digestão e ainda nos ajuda a eliminar toxinas".

Ufa! E não só nessa polpa, mas também na casca escura, você tem excelentes teores de pectina. "Essa fibra tem sido muito indicada para derrubar os níveis de colesterol, entre outras coisas", conta a nutricionista Karla Silva. A pectina, portanto, faz uma excelente dobradinha com as antocianinas no fruto da jabuticabeira. Daí o discurso inflamado dessa especialista, fã de carteirinha: "A jabuticaba deveria ser mais valorizada, consumida e explorada".

Nós concordamos, e você?

A jaboticabeira

Nativa do Brasil, ela costuma medir entre 6 e 9 metros e é conhecida desde o período do descobrimento. "A espécie é encontrada de norte a sul, desde o Pará até o Rio Grande do Sul", diz o engenheiro agrônomo João Alexio Scarpare Filho, da Esalq. Segundo ele, a palavra jabuticaba é tupi e quer dizer "fruto em botão".

A invenção é esta: vinho de jabuticaba. O nome não deixa de ser uma espécie de licença poética, já que só pode ser denominado vinho pra valer o que deriva das uvas. Mas, sim, existe um fermentado feito de jaboticaba que, aliás, já está sendo exportado. "O concentrado da fruta passa um ano inteiro em barris de carvalho," conta o farmacêutico-bioquímico Marcos Antônio Cândido, da Vinícola Jabuticabal, em Hidrolândia, Goiás.

A jaboticaba é a matéria-prima de delícias já conhecidas, como a geléia e o licor, e também de uma espécie de vinho. Quem provou a bebida garante: é uma delícia.

Em 100 gramas ou 1 copo:

Calorias 51
Vitamina C 12 mg
Niacina 2,50 mg
Ferro 1,90 mg
Fósforo 14 g.

Tire proveito da jaboticaba

Atributos, para essa fruta tipicamente brasileira, são o que não faltam. Vitaminas, fibras e sais minerais aparecem nela ao montes.

Agora, para melhorar ainda mais esse perfil nutritivo, pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas descobriram que ela está cheia de antocianinas, substâncias que protegem o coração.

Mais uma razão para que a jaboticaba esteja sempre em seu cardápio.

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Mais aula não resolve

Por RICARDO SEMLER

Com a abolição gradual do sistema conteudista, pensar hoje em aumentar as horas de aula é quase criminoso

Está todo o mundo tonto. Esse negócio de educação deficiente deu pano para todas as mangas. No redemoinho dos perdidos, o simplismo é "afundante".

O Pisa e testes que tais -que não parecem com o Enem, em vários sentidos, superior a eles- passaram a ser o padrão-ouro para se medir a escola. Aqui e mundo afora.

Falei por algum tempo com o ministro da Educação da Dinamarca, no ano passado, e fiquei perplexo ao descobrir que a sua meta era subir no ranking do Pisa. Não bastava ter obtido um dos melhores resultados do mundo -ele era cobrado pela sociedade dinamarquesa para melhorar a posição na listagem.

O Brasil, há poucos anos, passou a se medir assim também. Como consequência, todos perguntam como fazer para subir no ranking (estamos na 53ª posição). Ora, descobrindo o que fazem as melhores escolas do mundo serem um sucesso.

Viramos súditos das respostas simplórias. Todos fazem estudos que demonstram que professores melhores e mais tempo em sala de aula dão resultado melhor. Como a questão de professores melhores é subjetiva, de uma "ululância" vexante, e que leva tempo (uma ou duas décadas) para se consertar, parte-se para o segundo item.

Assim, começa a grita pela escola integral e por mais tempo na sala de aula. Como se torturar a meninada com mais horas monótonas e mal pensadas fosse resultar em aprendizado duradouro. Que bobagem! Isso não passa de um clichê, que serve para dar aos pais e aos políticos a sensação, idealizada, de que algo está sendo feito. O custo é altíssimo, e esse percentual a mais de PIB que iria custear um aumento de jornada deveria ser usado na reforma curricular.

Gilberto Dimenstein falou de uma escola na Califórnia, a Summit, que concede aos alunos dois meses, além das férias, para que escapem do tal do currículo. Com isso, essa escola pública é muito superior -em notas- às daquelas que aumentaram suas jornadas. Claro. No mundo que está por vir, com currículos baseados na web e abolição gradual do sistema conteudista, acrescentar horas de aula é quase um ato criminoso.

Essa dinheirama precisa ser redirecionada a fim de preparar as escolas para a revolução digital. Que, aliás, permitirá aos alunos surfarem questões em casa, em vez de acorrentá-los às carteiras. Todo esforço tem de ser no sentido de alforriar a meninada, em lugar de achar maneiras de aumentar o "Febem-ismo". Com que mais tempo em sala, mais decoreba e mais tortura, nosso pequenos "guantanamistas" aparentarão melhorar.

Mas terão apenas se rendido, catatonicamente -como fazem os coreanos que se suicidam depois- à pobre conclusão dos que "pensam" o ramo: "se está ruim assim, vamos dobrar o mal e ver se melhora". Quanta preguiça macunaímica!

RICARDO SEMLER, 52, é empresário. Foi scholar da Harvard Law School e professor no MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts). Escreveu dois livros ("Virando a Própria Mesa" e "Você Está Louco") que venderam juntos 2 milhões de cópias em 34 línguas.

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A lenda do vagalume

Conta a lenda que uma vez uma serpente começou a perseguir um vaga-lume.

Este fugia rápido da feroz predadora, mas a serpente não desistia.

Primeiro dia, ela o seguia.

Segundo dia, ela o seguia...

No terceiro dia, já sem forças, o vaga-lume parou e falou á serpente:

— Não estou acostumada a dar este precedente a ninguém, porém como vou te devorar, podes perguntar , respondeu a serpente.

— Posso então lhe fazer três perguntas? Primeira: - Pertenço a tua cadeia alimentícia?

— Não, respondeu a serpente.

— Eu te fiz algum mal? Prossegue o vaga-lume com a segunda pergunta.

— Não. Tornou a responder a serpente.

— Então por que queres acabar comigo? Finaliza o vaga-lume com a terceira pergunta.

— Porque não suporto ver-te brilhar.

Colaboração de Wilma Santiago

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Carta do chefe indígena Seatle

O ar é precioso para o homem vermelho, pois todas as coisas compartilham o mesmo sopro: o animal, a árvore, o homem, todos compartilham o mesmo sopro. Parece que o homem branco não sente o ar que respira. Como um homem agonizante há vários dias, é insensível ao mau cheiro (...).

Portanto, vamos meditar sobre sua oferta de comprar nossa terra. Se decidirmos aceitar, imporei uma condição: o homem deve tratar os animais desta terra como seus irmãos (...)

O que é o homem sem os animais? Se os animais se fossem, o homem morreria de uma grande solidão de espírito. Pois o que ocorre com os animais, breve acontece com o homem. Há uma ligação em tudo.

Vocês devem ensinar às suas crianças que o solo a seus pés é a cinza de nossos avós. Para que respeitem a Terra, digam a seus filhos que ela foi enriquecida com as vidas de nosso povo. Ensinem às suas crianças o que ensinamos às nossas, que a Terra é nossa mãe. Tudo o que acontecer à Terra, acontecerá aos filhos da Terra. Se os homens cospem no solo estão cuspindo em si mesmos.

Isto sabemos: a Terra não pertence ao homem; o homem pertence à Terra. Isto sabemos: todas as coisas estão ligadas, como o sangue que une uma família. Há uma ligação em tudo.

O que ocorre com a terra recairá sobre os filhos da terra. O homem não teceu o tecido da vida: ele é simplesmente um de seus fios. Tudo o que fizer ao tecido, fará a si mesmo.

Mesmo o homem branco, cujo Deus caminha e fala com ele de amigo para amigo, não pode estar isento do destino comum. É possível que sejamos irmãos, apesar de tudo. Veremos. De uma coisa estamos certos ( e o homem branco poderá vir a descobrir um dia): nosso Deus é o mesmo Deus. Vocês podem pensar que o possuem, como desejam possuir nossa terra, mas não é possível. Ela é o Deus do homem e sua compaixão é igual para o homem branco e para o homem vermelho. A terra lhe é preciosa e feri-la é desprezar o seu Criador. Os brancos também passarão; talvez mais cedo do que todas as outras tribos. Contaminem suas camas, e uma noite serão sufocados pelos próprios dejetos.

Mas quando de sua desaparição, vocês brilharão intensamente, iluminados pela força do Deus que os trouxe a esta terra e por alguma razão especial lhes deu o domínio sobre a terra e sobre o homem vermelho. Esse destino é um mistério para nós, pois não compreendemos que todos os búfalos sejam exterminados, os cavalos bravios todos domados, os recantos secretos da floresta densa impregnados do cheiro de muitos homens, e a visão dos morros obstruída por fios que falam. Onde está a árvore? Desapareceu. Onde está a água? Desapareceu. É o final da vida e o início da sobrevivência.

Como é que se pode comprar ou vender o céu, o calor da terra? Essa idéia nos parece um pouco estranha. Se não possuímos o frescor do ar e o brilho da água como é possível comprá-los?

Cada pedaço desta terra é sagrado para meu povo. Cada ramo brilhante de um pinheiro, cada punhado de areia das praias, a penumbra na floresta densa, cada clareira, cada inseto a zumbir é sagrado na memória e experiência do meu povo. A seiva que percorre o corpo das árvores carrega consigo as lembranças do homem vermelho (...).

Essa água brilhante que corre nos rios não é apenas água, mas a idéia nos parece um pouco estranha. Se não possuímos o frescor do ar e o brilho da água como é possível comprá-los?

Cada pedaço desta terra é sagrado para meu povo. Cada ramo brilhante de um pinheiro, cada punhado de areia das praias, a penumbra na floresta densa, cada clareira, cada inseto a zumbir é sagrado na memória e experiência do meu povo. A seiva que percorre o corpo das árvores carrega consigo as lembranças do homem vermelho (...).

Essa água brilhante que corre nos rios não é apenas água, mas o sangue de nossos antepassados. Se vendermos a terra, vocês devem lembrar-se de que ela é sagrada, devem ensinar às crianças que ela é sagrada e que cada reflexo nas águas límpidas dos lagos fala de acontecimentos e lembranças da vida do meu povo. O murmúrio das águas é a voz dos meus ancestrais.

Os rios são nossos irmãos, saciam nossa sede. Os rios carregam nossas canoas e alimentam nossas crianças. Se lhes vendermos nossa terra, vocês devem lembrar e ensinar a seus filhos que os rios são nossos irmãos e seus também. E, portanto, vocês devem dar aos rios a bondade que dedicariam a qualquer irmão.

Sabemos que o homem branco não compreende nossos costumes. Uma porção de terra, para ele, tem o mesmo significado que qualquer outra, pois é um forasteiro que vem à noite e extrai da terra aquilo de que necessita. A terra não é sua irmã, mas sua inimiga e, quando ele a conquista, prossegue seu caminho. Deixa para trás os túmulos de seus antepassados e não se incomoda. Rapta da terra aquilo que seria de seus filhos e não se importa (...). Seu apetite devorará a terra, deixando somente um deserto.

Eu não sei. Nossos costumes são diferentes dos seus.

A visão de suas cidades fere os olhos do homem vermelho. Talvez porque o homem vermelho é um selvagem e não compreenda.

Não há lugar quieto nas cidades do homem branco. Nenhum lugar onde se possa ouvir o desabrochar de folhas na primavera ou o bater de asas de um inseto. Mas talvez seja porque eu sou um selvagem e não compreendo. O ruído parece apenas insultar os ouvidos. E o que resta da vida de um homem, se não pode ouvir o choro solitário de uma ave ou o debate dos sapos ao redor de uma lagoa, à noite? Eu sou um homem vermelho e não compreendo. O índio prefere o suave murmúrio do vento encrespando a face do lago, e o próprio vento, limpo por uma chuva diurna ou perfumado pelos pinheiros.?

Sabemos que o homem branco não compreende nossos costumes. Uma porção de terra, para ele, tem o mesmo significado que qualquer outra, pois é um forasteiro que vem à noite e extrai da terra aquilo de que necessita. A terra não é sua irmã, mas sua inimiga e, quando ele a conquista, prossegue seu caminho. Deixa para trás os túmulos de seus antepassados e não se incomoda. Rapta da terra aquilo que seria de seus filhos e não se importa (...). Seu apetite devorará a terra, deixando somente um deserto.

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Mães más

Um dia quando o meu filho for crescido o suficiente para entender a lógica que motiva um pai, eu hei de dizer-lhe:

Eu te amei o suficiente para ter perguntado: onde vais, com quem vais, e a que horas regressarás a casa.

Eu te amei o suficiente para ter insistido que juntasses o teu dinheiro e comprasses uma bicicleta para ti, mesmo que eu tenha tido hipótese de comprá-la para ti.

Eu te amei o suficiente para ter ficado em silêncio e deixar-te descobrir que o teu novo amigo não era boa companhia.

Eu te amei o suficiente para te fazer pagar a bala que tiraste da mercearia, e dizeres ao senhor: "Eu peguei isto ontem e queria pagar".

Eu te amei o suficiente para ter ficado em pé, junto de ti 2 horas, enquanto limpavas o teu quarto; tarefa que eu teria realizado em 15 minutos.

Eu te amei o suficiente para te deixar ver: fúria, desapontamento e lágrimas nos meus olhos.

Eu te amei o suficiente para te deixar assumir a responsabilidade das tuas ações, mesmo quando as penalidades eram tão duras que me partiam o coração.

Mais do que tudo eu te amei o suficiente para te dizer não quando eu sabia que me irias odiar por isso. Essas eram as mais difíceis batalhas de todas.

Estou contente, venci, porque no final vocês venceram também.

E qualquer dia, quando os teus filhos forem crescidos o suficiente para entenderem a lógica que motiva os pais, tu vais lhes dizer quando eles te perguntarem se a tua mãe era má... "que sim, era má, era a mãe mais má do mundo".

As outras crianças comiam doces pela manhã,mas nós tinhamos de comer cereais, ovos e torradas.

As outras crianças ao almoço bebiam Pepsi e comiam batatas fritas, mas nós tínhamos de comer carne, legumes e frutas.

E, não vais acreditar, a nossa mãe obrigava-nos a jantar à mesa, bem diferente das outras mães também.

A nossa mãe insistia em saber onde nós estávamos a todas as horas. Era quase uma prisão.

Ela tinha de saber quem eram os nossos amigos, e o que nós fazíamos com eles.

Ela insistia que lhe disséssemos que íamos sair por uma hora, mesmo que demorássemos só uma hora ou menos.

Nós tínhamos vergonha de admitir, mas ela violou as leis de trabalho infantil. Nós tínhamos de lavar a louça, fazer nossas camas, lavar nossa roupa, aprender a cozinhar, aspirar o chão, esvaziar o lixo e todo o tipo de trabalhos cruéis.

Eu acho que ela nem dormia à noite a pensar em coisas para nos mandar fazer.

Ela insistia sempre conosco para lhe dizermos a verdade, e apenas a verdade. Na altura em que éramos adolescentes, ela conseguia ler os nossos pensamentos. A nossa vida era mesmo chata.

A mãe não deixava os nossos amigos tocarem a buzina para nós descermos.Tinham de subir, bater à porta para ela os conhecer.

Enquanto toda a gente podia sair à noite com 12, 13 anos, nós tivemos de esperar pelos 16.

Por causa da nossa mãe, nós perdemos imensas experiências na adolescência. Nenhum de nós, nenhuma vez esteve envolvido em roubos, atos de vandalismo, violação de propriedade, nem fomos presos ou advertidos por crime nenhum. Foi tudo por causa dela.

Agora que já saímos de casa, nós somos adultos, honestos e educados, estamos a fazer o nosso melhor, para sermos "maus pais", tal como a nossa mãe foi.

Eu acho que este é um das males do mundo de hoje: Não há suficientes Mães Más.

Colaboração de Wilma Santiago

O anel

Um aluno chegou a seu professor com um problema:

— Venho aqui, professor, porque me sinto tão pouca coisa, que não tenho forças para fazer nada. Dizem que não sirvo para nada, que não faço nada bem, que sou lerdo e muito idiota. Como posso melhorar? O que posso fazer para que me valorizem mais?

O professor sem olhá-lo, disse:

— Sinto muito meu jovem, mas agora não posso ajudá-lo, devo primeiro resolver meu próprio problema. Talvez depois. E fazendo uma pausa falou: Se você me ajudar, eu posso resolver meu problema com mais rapidez e depois talvez possa ajudar você a resolver o seu..

— C. C. Claro, professor..., gaguejou o jovem, mas se sentiu outra vez desvalorizado.

O professor tirou um anel que usava no dedo pequeno, deu ao garoto e disse:

— Monte no cavalo e vá ate o mercado. Deve vender esse anel porque tenho que pagar uma dívida. É preciso que obtenha pelo anel o máximo possível, mas não aceite menos que uma moeda de ouro. Vá e volte com a moeda o mais rápido possível.

O jovem pegou o anel e partiu.

Mal chegou ao mercado começou a oferecer o anel aos mercadores.

Eles olhavam com algum interesse, até quando o jovem dizia o quanto pretendia pelo anel.

Quando o jovem mencionava uma moeda de ouro, alguns riam, outros saiam sem ao menos olhar para ele, mas só um velhinho foi amável a ponto de explicar que uma moeda de ouro era muito valiosa para comprar um anel.

Tentando ajudar o jovem, chegaram a oferecer uma moeda de prata e mais uma de cobre, mas o jovem seguia as instruções de não aceitar menos que uma moeda de ouro e recusava as ofertas.

Depois de oferecer a jóia a todos que passavam pelo mercado e abatido pelo fracasso, montou no cavalo e voltou.

O jovem desejou ter uma moeda de ouro para que ele mesmo pudesse comprar o anel, assim livrando a preocupação de seu professor e assim podendo receber sua ajuda e conselhos.

Entrou na casa e disse:

— Professor, sinto muito, mas é impossível de conseguir o que me pediu. Talvez pudesse conseguir 2 ou 3 moedas de prata, mas não acho que se possa enganar ninguém sobre o valor do anel.

— Importante o que me disse meu jovem, contestou sorridente. Devemos saber primeiro o valor do anel. Volte a montar no cavalo e vá até o joalheiro. Quem melhor para saber o valor exato do anel? Diga que quer vender o anel e pergunte quanto ele te dá por ele. Mas não importa o quanto ele te ofereça, não o venda. Volte aqui com meu anel.

O jovem foi até o joalheiro e lhe deu o anel para examinar. O joalheiro examinou o anel com uma lupa, pesou o anel e disse:

— Diga ao seu professor que, se ele quer vender agora, não posso dar mais que 58 moedas de ouro pelo anel.

— 58 MOEDAS DE OURO!, exclamou o jovem.

— Sim, replicou o joalheiro, eu sei que com tempo eu poderia oferecer cerca de 70 moedas, mas se a venda é urgente....

O jovem correu emocionado a casa do professor para contar o que correu.

— Senta, disse o professor, e depois de ouvir tudo que o jovem lhe contou, disse:

— Você é como esse anel, uma jóia valiosa e única. Só pode ser avaliada por um especialista. Pensava que qualquer um podia descobrir o seu verdadeiro valor?

E dizendo isso voltou a colocar o anel no dedo.

Todos somos como esta jóia. Valiosos e únicos, andamos por todos os mercados da vida pretendendo que pessoas inexperientes nos valorizem.

Repense o seu valor!

Aprenda a valorizar cada dia mais suas pedras preciosas.

Colaboração de Wilma Santiago

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Sua vez, vovô ...

Da Europa em guerra, conta-se que uma família foi forçada a sair de sua casa quando tropas inimigas invadiram a localidade onde viviam. Para fugir aos horrores da guerra, perceberam que sua única chance seria atravessar as montanhas que circundavam a cidade.

Se conseguissem êxito na escalada, alcançariam o país vizinho e estariam a salvo. A família compunha-se de umas dez pessoas, de diversas idades. Reuniram-se e planejaram os detalhes: a saída de casa, por onde tentariam a difícil travessia. O problema era o avô.

Com muitos anos aos ombros, ele não estava muito bem. A viagem seria dura.

— "Deixem-me", falou ele.- "Serei um empecilho para o êxito de vocês. Somente atrapalharei.

Afinal, os soldados não irão se importar com um homem velho como eu".

Entretanto, os filhos insistiram para que ele fosse. Chegaram a afirmar que se ele não fosse, eles também ali permaneceriam.

Vencido pelas argumentações, o idoso cedeu. A família partiu em direção à cadeia de montanhas. A caminhada era feita em silêncio.

Todo esforço desnecessário deveria ser poupado. Como entre eles havia uma menina de apenas um ano, combinaram que, a fim de que ninguém ficasse exausto, ela seria carregada por todos os componentes da família, em sistema de revezamento.

Depois de várias horas de subida difícil, o avô se sentou em uma rocha. Deixou pender a cabeça e quase em desespero, suplicou: - "Deixem-me para trás. Não vou conseguir. Continuem sozinhos".

— "De forma alguma o deixaremos. Você tem de conseguir. Vai conseguir", falou com entusiasmo o filho.

— "Não", insistiu o avô, "deixem-me aqui".

O filho não se deu por vencido. Aproximou-se do pai e energicamente lhe disse: - "Vamos, pai. Precisamos do senhor. É a sua vez de carregar o bebê".

O homem levantou o rosto. Viu as fisionomias cansadas de todos. Olhou para o bebê enrolado em um cobertor, no colo do seu neto de treze anos. O garoto era tão magrinho e parecia estar realizando um esforço sobre-humano para segurar o pesado fardo. O avô se levantou. - "Claro", falou, "é a minha vez. Passem-me o bebê".

Ajeitou a menina no colo. Olhou para o seu rostinho inocente e sentiu uma força renovada. Um enorme desejo de ver sua família a salvo, numa terra neutra, em que a guerra seria somente uma memória distante tomou conta dele. - "Vamos", disse, com determinação.

— "Já estou bem. Só precisava descansar um pouco. Vamos andando". O grupo prosseguiu, com o avô carregando a netinha. Naquela noite, a família conseguiu cruzar a fronteira a salvo.

Todos os que iniciaram o longo percurso pelas montanhas conseguiram terminá-lo. Inclusive o avô.

Se alguém a seu lado, está prestes a desistir das lutas que lhe compete, ofereça-lhe um incentivo. Recorde da importância que ele tem para a pequena ou grande comunidade em que se movimenta. Lembre-o que, no círculo familiar, na roda de amigos ou no trabalho voluntário, ele é alguém que faz a diferença.

Ninguém é substituível. Cada criatura é única e tem seu próprio valor. Uma tarefa pode ser desempenhada por qualquer pessoa, mas uma pessoa jamais substituirá a outra. Não permita que ninguém fique à margem do caminho somente porque não recebeu um inentivo , um estímulo, um motivo para prosseguir, até a vitória final.

Autoria Desconhecida

Colaboração de Wilma Santiago

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O lápis

O menino observava seu avô escrevendo em um caderno, e perguntou:

— Vovô, você está escrevendo algo sobre mim?

O avô sorriu, e disse ao netinho:

— Sim, estou escrevendo algo sobre você. Entretanto, mais importante do que as palavras que estou escrevendo, é este lápis que estou usando. Espero que você seja como ele, quando crescer.

O menino olhou para o lápis, e não vendo nada de especial, intrigado, comentou:

— Mas este lápis é igual a todos os que já vi. O que ele tem de tão especial?

— Bem, depende do modo como você olha. Há cinco qualidades nele que, se você conseguir vivê-las, será uma pessoa de bem e em paz com o mundo ? respondeu o avô.

— Primeira qualidade: Assim como o lápis, você pode fazer coisas grandiosas, mas nunca se esqueça que existe uma "mão" que guia os seus passos, e que sem ela o lápis não tem qualquer utilidade: a mão de Deus.

— Segunda qualidade: Assim como o lápis, de vez em quando você vai ter que parar o que está escrevendo, e usar um "apontador". Isso faz com que o lápis sofra um pouco, mas ao final, ele se torna mais afiado. Portanto, saiba suportar as adversidades da vida, porque elas farão de você uma pessoa mais forte e melhor.

— Terceira qualidade: Assim como olápis, permita que se apague o que está errado. Entenda que corrigir uma coisa que fizemos não é necessariamente algo mau, mas algo importante para nos trazer de volta ao caminho certo.

— Quarta qualidade: Assim como no lápis, o que realmente importa não é a madeira ou sua forma exterior, mas o grafite que está dentro dele. Portanto, sempre cuide daquilo que acontece dentro de você. O seu caráter será sempre mais importante que a sua aparência.

— Finalmente, a quinta qualidadedo lápis: Ele sempre deixa uma marca. Da mesma maneira, saiba que tudo que você fizer na vida deixará traços e marcas nas vidas das pessoas, portanto, procure ser consciente de cada ação, deixe um legado, e marque positivamente a vida das pessoas.

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Stress

Em uma conferência, ao explicar para a platéia a forma de controlar o estresse, o palestrante levantou um copo com água e perguntou:

— Qual o peso deste copo d'água?

As respostas variaram de 250g a 700g.

O palestrante, então, disse:

— O peso real não importa. Isso depende de por quanto tempo você segurar o copo levantado. Se o copo for mantido levantado durante um minuto, isso não é um problema. Se eu o mantenho levantado por uma hora, vou acabar com dor no braço. Mas se eu ficar segurando um dia inteiro, provavelmente eu vou ter cãibras dolorosas e vocês terão de chamar uma ambulância.

E ele continuou:

— E isso acontece também com o estresse e a forma como controlamos o estresse. Se você carrega a sua carga por longos períodos, ou o tempo todo, cedo ou tarde a carga vai começar a ficar incrivelmente pesada e, finalmente, você não será mais capaz de carregá-la. Para que o copo de água não fique pesado, você precisa colocá-lo sobre alguma coisa de vez em quando e descansar antes de pegá-lo novamente. Com nossa carga acontece o mesmo. Quando estamos refrescados e descansados nós podemos novamente transportar nossa carga.

Em seguida, ele distribuiu um folheto contendo algumas formas de administrar as cargas da vida, que eram:

  1. Aceite que há dias em que você é o pombo e outros em que você é a estátua.

  2. Mantenha sempre suas palavras leves e doces, pois pode acontecer de você precisar engolir todas elas.

  3. Só leia coisas que faça você se sentir bem e ter a aparência boa de quem está bem.

  4. Dirija com cuidado. Não só os carros apresentam defeitos e têm recall do fabricante.

  5. Se não puder ser gentil, pelo menos tenha a decência de ser vago.

  6. Se você emprestar R$200,00 para alguém e nunca mais vir essa pessoa, provavelmente valeu a pena pagar esse preço para se livrar dela.

  7. Pode ser que o único propósito da sua vida seja servir de exemplo para os outros.

  8. Nunca compre um carro que você não possa manter.

  9. Quando você tenta pular obstáculos lembre que está com os dois pés no ar e sem nenhum apoio.

  10. Ninguém se importa se você consegue dançar bem. Para participar e se divertir no baile, levante e dance, pronto!

  11. Uma vez que a minhoca madrugadora é a que é devorada pelo pássaro, durma até mais tarde sempre que puder.

  12. Lembre que é o segundo rato que come o queijo - o primeiro fica preso na ratoeira. Saiba esperar.

  13. Lembre, também, que sempre tem queijo grátis nas ratoeiras.

  14. Quando tudo parece estar vindo na sua direção, provavelmente você está no lado errado da estrada.

  15. Aniversários são bons para você. Quanto mais você tem, mais tempo você vive

  16. Alguns erros são divertidos demais para serem cometidos só uma vez.

  17. Podemos aprender muito com uma caixa de lápis de cor. Alguns têm pontas aguçadas, alguns têm formas bonitas e alguns são sem graça. Alguns têm nomes estranhos e todos são de cores diferentes, mas todos são lápis e precisam conviver na mesma caixa.

  18. Não perca tempo odiando alguém, remoendo ofensas e pensando em vingança. Enquanto você faz isso a pessoa está vivendo bem feliz e você é quem se sente mal e tem o gosto amargo na boca.

  19. Quanto mais alta é a montanha mais difícil é a escalada. Poucos conseguem chegar ao topo, mas são eles que admiram a paisagem do alto e fazem as fotos que você admira dizendo queria ter estado lá.

  20. Uma pessoa realmente feliz é aquela que segue devagar pela estrada da vida, desfrutando o cenário, parando nos pontos mais interessantes e descobrindo atalhos para lugares maravilhosos que poucos conhecem. Portanto, antes de voltarem para casa, depositem sua carga de trabalho no chão. Não a carreguem para casa. Vocês podem voltar a pegá-la amanhã. Com tranquilidade.

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Acomodação

Um visitante chegou à casa de um velho lavrador. Em frente à porta da sua casa encontrava-se sentado um dos seus cães. Era evidente que o cão não estava contente, que algo o incomodava e o irritava, já que ladrava e se queixava sem parar. Depois de uns minutos vendo o evidente estado de incomodidade e dor que o animal exibia, o visitante perguntou ao lavrador o que poderia estar acontecendo ao pobre animal.

— Não se preocupe e nem lhe preste atenção? respondeu o lavrador. Esse cão está há vários anos na mesma.

— Mas ... nunca o levou a um veterinário para ver o que pode estar acontecendo? perguntou o visitante.

— Oh, não! Eu sei o que é que o incomoda. O que acontece é que é um cão muito preguiçoso?.

— E o que tem isso que ver com as suas queixas?

— É que, justamente onde ele está encostado, encontra-se a ponta de um prego que sobressai do chão, que o pica e o incomoda cada vez que ele se senta, e é por isso que ladra e se queixa.

— Mas, então, porque ele não vai para outro lugar?

— Porque, com certeza, o prego o incomoda o suficiente para se queixar, mas não o suficiente para se mexer!?

Acho que o texto fala por si só ... quantas pessoas nós conhecemos que fazem exatamente o mesmo que o cão do lavrador?

Autor desconhecido

O incrível processo do corpo humano - o envelhecimento...até A morte

Os nossos filhos tornaram-se adultos e tiveram filhos. O nascimento de um neto é evidência de que não somos mais necessários para a perpetuação dos nossos genes. Desse momento em diante a vida seguirá em frente, estejamos ou não por perto.

Em 70 anos, uma recém-nascida tornou-se avó ou bisavó. Quando nos aposentamos, a vida corre mais devagar. Os nossos movimentos também estão mais lentos. Os sinais externos da idade ficam mais evidentes. Os nossos sentidos estão menos sensíveis.

Desde o nascimento, começamos a perder os cílios responsáveis pela captação dos sons, no interior do ouvido. Nessa idade já temos dificuldade para escutar os sons de alta frequência. Devagar, com o tempo, perderemos até os que captam frequências baixas. Os ossículos que transmitem as ondas sonoras da membrana do tímpano para dentro do ouvido endurecem. Fica difícil ouvir o que os outros falam.

A visão também piora. A vida inteira expostos aos raios de sol, o cristalino, a lente dos olhos, perde a elasticidade e escurece. Pode até mudar a cor dos olhos. O cérebro precisa fazer acrobacias para compensar essas alterações.

O esqueleto reflete bem o desgaste de muitos anos. Os ossos continuam a fabricar células novas para substituir as velhas, mas os osteoblastos já não dão conta de repor as células perdidas. A perda constante de massa óssea torna os ossos quebradiços: é a osteoporose, um perigo permanente. Sofrer uma fratura é muito mais fácil. Isso acontece com ambos os sexos, mas as alterações hormonais da menopausa aceleram o processo nas mulheres.

Porque é que a aparência do nosso corpo muda tanto entre os 40 e os 70 anos ? É bem mais do que uma questão de uso e desgaste. O envelhecimento é um processo que afeta uma por uma de nossas células.

A cada dia, bilhões das nossas células dividem-se em duas. Para isso, precisam duplicar o DNA, e destinar uma cópia para cada célula-filha. Enquanto as células mais velhas morrem, as recém-criadas ocupam o lugar deixado por elas.

O problema é que o mecanismo de divisão celular é sujeito a pequenos erros. Quando o DNA é copiado, as imperfeições contidas nele também são duplicadas.

Cada um desses erros é transmitido às células-filhas, às células-netas e, assim, sucessivamente, para todas as descendentes. É como nas fotografias: cópias de cópias perdem a nitidez. Desde o nascimento trocamos todos os ossos do nosso rosto a cada dois anos.

Aos 70 anos, a nossa face é a trigésima quinta cópia da que tínhamos ao nascer. A cada cópia as imperfeições tornaram-se mais aparentes. É por isso que parecemos tão diferentes quando estamos mais velhos.

Outra causa do envelhecimento está no ar que respiramos. Sem oxigênio não podemos sobreviver, mas ele nos corrói lentamente. Dentro de cada célula, as mitocôndrias são nossas centrais energéticas, as nossas fábricas de energia. Elas combinam o oxigênio com os nutrientes para produzir a energia necessária ao funcionamento do organismo. Nesse processo são libertados poluentes chamados de radicais livres, que agridem as próprias paredes das mitocôndrias e comprometem a produção de energia.

Como consequência, não conseguimos repor as células necessárias, nem corrigir os defeitos ocorridos no seu DNA. O funcionamento dos órgãos fica comprometido. Eles podem falhar. A morte, como a vida, é um processo construído no interior das nossas células. Da mesma forma que o DNA controla o nosso desenvolvimento, também limita a duração das nossas vidas. Em cada cópia de si mesma, a célula perde um pequeno fragmento de DNA. Depois de bilhões de divisões, foi perdido tanto DNA que a capacidade de formar novas células fica comprometida.

A morte não é um acontecimento instantâneo. É um processo através do qual os órgãos, pouco a pouco, entram em falência. Ao dar as últimas batidas, o coração espalha pelo corpo os hormônios que aliviam a dor: as endorfinas. Sem oxigênio, os órgãos param de funcionar. Em dez segundos a atividade cerebral cai. Em quatro minutos o cérebro será lesado irreversivelmente. Perderemos a condição humana.

A audição é o último sentido a nos abandonar. Mas algumas células permanecem vivas até mesmo depois da morte: as da pele ainda se dividem por 24 horas. E são necessárias 37 horas para que o último neurónio encerre a sua atividade.

Para alguns de nós, a vida pode durar muito tempo. Quem nasce hoje tem expectativa de viver 80 anos ou mais. Mas todas as jornadas um dia devem terminar. Depois da nossa morte, os nossos filhos e netos carregarão os nossos genes no interior das suas células, e vão transmiti-los aos seus descendentes. A nossa vida continuará dentro deles. As memórias que deixamos, também.

A nossa Viagem Fantástica chegou ao fim.

Dr. Drausio Varela (02/11/2008)

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Acreditar e Agir

Um viajante caminhava pelas margens de um grande lago de águas cristalinas e imaginava uma forma de chegar até o outro lado, onde era seu destino.

Suspirou profundamente enquanto tentava fixar o olhar no horizonte. A voz de um homem de cabelos brancos quebrou o silêncio momentâneo, oferecendo-se para transportá-lo. Era um barqueiro.

O pequeno barco envelhecido, no qual a travessia seria realizada, era provido de dois remos de madeira de carvalho.

O viajante olhou detidamente e percebeu o que pareciam ser letras em cada remo. Ao colocar os pés empoeirados dentro do barco, observou que eram mesmo duas palavras.

Num dos remos estava entalhada a palavra acreditar e no outro, agir.

Não podendo conter a curiosidade, perguntou a razão daqueles nomes originais dados aos remos.

O barqueiro pegou o remo, no qual estava escrito acreditar, e remou com toda força.

O barco, então, começou a dar voltas, sem sair do lugar em que estava.

Em seguida, pegou o remo em que estava escrito agir e remou com todo vigor.

Novamente o barco girou em sentido oposto, sem ir adiante.

Finalmente, o velho barqueiro, segurando os dois remos, movimentou-os ao mesmo tempo e o barco, impulsionado por ambos os lados, navegou através das águas do lago, chegando calmamente à outra margem.

Então, o barqueiro disse ao viajante:

Este barco pode ser chamado de autoconfiança. E a margem é a meta que desejamos atingir.

Para que o barco da autoconfiança navegue seguro e alcance a meta pretendida, é preciso que utilizemos os dois remos, ao mesmo tempo, e com a mesma intensidade: agir e acreditar.

Não basta apenas acreditar, senão o barco ficará rodando em círculos. É preciso também agir, para movimentá-lo na direção que nos levará a alcançar a nossa meta.

Agir e acreditar. Impulsionar os remos com força e com vontade, superando as ondas e os vendavais e não esquecer que, por vezes, é preciso remar contra a maré.

Fonte: www.momento.com.br

Equipe de Redação do Momento Espírita

Colaboração de Wilma Santiago

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Ser mãe

Caminhava com a minha filha de 4 anos, quando ela apanhou qualquer coisa do chão e ia por na boca. Expliquei a ela para nunca fazer isso. -

— Mas por quê? - perguntou ela.

Respondi que se estava no chão estava sujo, cheio de micróbios que causam doenças.

Nesse momento, minha filha olhou-me com admiração e perguntou:

— Mamãe, como você sabe tudo isso? Você é tão inteligente!

Rapidamente refleti, e respondi-lhe:

— Todas as mamães sabem estas coisas. Quando alguém quer ser mamãe, tem que fazer um grande teste e tem que saber todas estas coisas, senão, não pode ser mamãe.

Caminhamos em silêncio cerca de 2, 3 minutos. Vi que ela pensava ainda sobre o assunto e de repente disse:

— Ah, já entendi. Se você não passasse no teste, você era o papai!

— Exatamente! - respondi com um enorme sorriso...

Colaboração de Wilma Santiago

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Eu, o menino e o cão

Por Fátima Soares Rodrigues

E eu só reclamava da vida, reclamava da noite porque eu não dormia, reclamava do dia porque eu sofria, reclamava do frio que me gelava a alma, reclamava do calor que me atirava ao desânimo. Para tudo e para todos eu tinha uma resposta, para a minha derrota eu sempre tinha um culpado, para o meu desamor sempre tinha um "alguém", para tudo uma reclamação, eu era o próprio azedume

Ai de quem me criticasse, que apontasse o erro que eu não enxergava, para tudo tinha que haver um culpado, eu era a vítima do sistema, das pessoas, do mundo, eu sempre fui traído, enganado, sofrido.

Carregava aquela cruz pesada de ódio, e eu só reclamava da vida, seja de noite, seja de dia.

Até quem dia, um menino, desses meninos de rua, me pediu uma ajuda, e eu já estava pronto para ofendê-lo, quando ele pegou na minha mão e arrastou-me, se é que um menino tão pequeno teria essa força. No canto da rua ele me mostrou um cachorro muito sujo, que estava com a pata parecendo quebrada e cheio de feridas. O menino puxou a minha mão e me fez chegar perto do cachorro. Ele olhava pra mim e depois para o cachorro, e falou numa voz que eu não consigo esquecer:

— Moço, sara ele pra mim! é o meu melhor amigo.

Não sei porque e nem quero saber, mas eu não aguentei e chorei. Chorei como criança, como quem abre uma torneira, como se uma porta que estava fechada há muito tempo dentro de mim, se abrisse escancaradamente.

O menino não entendeu o meu choro e perguntou:

— Ele vai morrer moço? É grave assim?

Despertei do meu choro e agarrei aquele cachorro com muito cuidado. Levei-o até a minha casa, poucos quarteirões dali, e tratei daquele cachorro como se fosse um filho. E o menino, que vivia pelas ruas, foi ficando, e cuidou de mim, curou minhas feridas, antes mesmo de eu curar as feridas do cachorro.

Hoje, não reclamo mais de nada, tudo para mim tem um sentido, tudo é perfeito, até o que dá errado. Faz 16 anos que o menino de rua pegou na minha mão, mudou a minha vida, transformou esse ser. Mostrou-me o caminho do amor, amor que restaura, cura, seca feridas, renova, traz esperança, e esperança é o nome do amor.

E esse menino, que hoje me chama de pai, destranca portas e janelas da minha alma todos os dias, quando segura na minha mão e me agradece por cada coisa tão pequena, os banhos, as roupas, a comida, a escola, a adoção, coisas que muita gente tem e não dá nenhum valor, ele me recompensa com carinho e dedicação.

Hoje é a sua formatura, e eu nem sei o que dizer, sou grato a Deus por ele entrar na minha vida, por quebrantar meu coração, e não largar mais a minha mão.

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Passe adiante

Lá estava eu com minha família, em férias, num acampamento isolado e com carro enguiçado. Isso aconteceu há 5 anos, mas lembro-me como se fosse ontem. Tentei dar a partida no carro. Nada... Caminhei para fora do acampamento e felizmente meus palavrões foram abafados pelo barulho do riacho.

Minha mulher e eu concluímos que éramos vítimas de uma bateria arriada. Sem alternativa, decidi voltar á pé até a vila mais próxima e procurar ajuda. Depois de uma hora e um tornozelo torcido, cheguei finalmente a um posto de gasolina. Ao me aproximar do posto, lembrei que era domingo e é claro, o lugar estava fechado...

Por sorte havia um telefone público e uma lista telefônica já com as folhas em frangalhos. Consegui ligar para a única companhia de auto-socorro que encontrei na lista, localizada a cerca de 30km dali....

— Não tem problema, disse a pessoa do outro lado da linha, normalmente estou fechado aos domingos, mas posso chegar aí em mais ou menos meia hora.

Fiquei aliviado, mas ao mesmo tempo consciente das implicações financeiras que essa oferta de ajuda me causaria. Logo seguíamos, eu e o Zé, no seu reluzente caminhão-guincho em direção ao acampamento. Quando saí do caminhão, observei com espanto o Zé descer com aparelhos na perna e a ajuda de muletas para se locomover. Santo Deus ! Ele era paraplégico!!! Enquanto se movimentava, comecei novamente minha ginástica mental em calcular o preço da sua ajuda.

— É só uma bateria descarregada, uma pequena carga elétrica e vocês poderão seguir viagem, disse-me ele.

O homem era impressionante, enquanto a bateria carregava, distraiu meu filho com truques de mágica, e chegou a tirar uma moeda da orelha, presenteando-a ao garoto. Enquanto colocava os cabos de volta no caminhão, perguntei quanto lhe devia.

— Oh! nada - respondeu, para minha surpresa.

— Tenho que lhe pagar alguma coisa, insisti.

— Não, reiterou ele. Há muitos anos atrás, alguém me ajudou a sair de uma situação muito pior, em um grave acidente, quando perdi as minhas pernas, e o sujeito que me socorreu, simplesmente me disse: - Quando tiver uma oportunidade, "Passe isso adiante". Eis minha chance... Você não me deve nada!

Apenas lembre-se: Quando tiver uma oportunidade semelhante, faça o mesmo. "Somos todos anjos de uma asa só, mas, como somos imperfeitos, precisamos nos abraçar para alçar voo".

Se Você gostou dessa história, por favor, não agradeça, apenas "passe adiante".

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Um longo pensamento

Fernando Pessoa

Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes,
mas não esqueço de que a minha vida é a maior empresa do mundo.
E que só eu posso evitar que ela vá a falência.

Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.

Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar um autor da própria história.

É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma .
É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.

Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.
É saber falar de si mesmo.
É ter coragem para ouvir um 'não'.
É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.
Pedras no caminho?
Guardo todas, um dia vou construir um castelo...

A vida como ela é ...

Ela queria ele, Ele queria ela mas ...
Ela sofria, Ele nem ligava.
Ela chorava, Ele ria.
Ela falava, Ele não ouvia.
Ele mentia, Ela acreditava.
Ela o esperava, Ele não voltava.
Ela queria coisa séria, Ele porém nem tanto, só queria se divertir.
Ela demonstrava seus sentimentos, Ele brincava com seus sentimentos.
Ela se iludia, Ele alimentava a ilusão.
Ela ama, Ele curte.
Ela fazia tudo por ele, Ele não fazia nada.
Ela achava que ia dar certo, Ele tinha certeza que ia dar errado.
Ela queria pra sempre, Ele só por um momento.
Ela se entregava, Ele evitava.
Ela falava: eu te amo, Ele apenas sorria.
Ela ficava por conteúdo, Ele ficava por quantidade.
Ela procurava o príncipe, Ele procurava a próxima.
Ela queria "O", Ele queria "UMA".
Ele descobriu que Ela era A ÚNICA,
Ela descobriu que Ele era só MAIS UM ...

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Procrastinação é um distúrbio crônico e prejudicial, mas fácil de ser vencido

Por Alessandro Vianna

Procrastinar é algo de que pouco se fala, mas que muito se faz.

Embora "embromação" e "enrolação" possam ser quase sinônimos populares, a procrastinação vai um pouco além disso. É um comportamento crônico nocivo, embora muito comum.

É aquele hábito de deixar tudo para depois: uma tarefa "chata", os estudos, o regime alimentar, as práticas físicas, o abandono de um vício, passar a economizar - coisas que sabemos que precisamos fazer, mas que, por inúmeras razões, ficamos adiando; muitas vezes nos enganando com desculpas frágeis e, não raro, falsas.

O procrastinador é alguém que faz várias coisas ao mesmo tempo, exatamente para não fazer aquilo que realmente deve ser feito. Quando pensa no que de fato tem de fazer, sente-se preso e sem reação.

As consequências, não raro, são danosas, especialmente a longo prazo, quando, olhando pra trás, se percebe quanto tempo foi jogado fora por falta de ação objetiva.

Ao deixar de cumprir certas obrigações, podemos decepcionar alguém, perdendo credibilidade e oportunidades. Isso se percebe claramente na vida conjugal, no convívio familiar e na carreira profissional. Depois ficamos observando a trajetória vitoriosa de outras pessoas, que entraram em forma, ganharam conhecimentos e avançaram profissionalmente.

Quando vejo pessoas querendo empreender grandes mudanças de imediato, sei que estou diante de um procrastinador, porque ele fica inativo por muito tempo e, depois que percebe nos outros o quanto ele próprio não evoluiu, resolve mudar tudo de uma vez.

É óbvio que não vai conseguir, porque as nossas grandes realizações são conquistadas aos poucos. Desse modo, novamente derrotada, essa pessoa tende a desanimar e voltar a procrastinar novamente, repetindo um ciclo fadado à infelicidade.

Enquanto procrastina, a pessoa vai absorvendo estresse por uma oculta sensação de culpa, sentindo a sua perda de produtividade e cultivando vergonha em relação aos demais, por não conseguir cumprir seus compromissos.

A formação de um "enrolador" muitas vezes começa na infância. Crianças podem tornar-se procrastinadoras no futuro, por conta do tratamento que recebem dos adultos. Daí a conveniência de revermos constantemente as nossas crenças, para nos livrarmos de influências negativas que adquirimos ao longo da vida.

Crianças futuras procrastinadoras: duas das razões mais clássicas são:

Tratamento

A procrastinação crônica é quase sempre associada a alguma disfunção psicológica ou fisiológica. Portanto, é passível de tratamento.

Quando recebo pacientes procrastinadores, incluo no tratamento algumas recomendações que ajudam muito a livrá-los dessa anomalia. Eis algumas:

  1. Reconheça, quando está enrolando, que pode haver mais dor em procrastinar do que em realizar a tarefa. Muita coisa é menos complicada do que parece ser.

  2. Não deixe aquele afazer chato por último, para que ele não se torne urgente e o apavore ainda mais.

  3. Experimente a sensação de alívio e o fortalecimento da autoestima após concluir uma tarefa e perceba que livrou-se dela de maneira positiva, enfrentando-a.

  4. Para encorajar-se, pense no que vai deixar de ganhar ou no que pode perder caso não realize essa atividade. Se puder escrevê-las e avaliá-las seriamente, melhor.

  5. Se a tarefa for muito trabalhosa, divida-a em partes e vá realizando uma a uma, com um pequeno intervalo entre elas, e comemorando (sim!) a última concluída.

  6. Abra-se para o novo, deixando de agarrar-se às velhas experiências e crenças. O passado não volta mais; o presente é continuamente feito de novos desafios e o futuro é construído passo a passo pelas ações do presente.

  7. Quando perceber que está querendo procrastinar de novo, proponha-se a atuar por apenas alguns minutos na ação que está tentando evitar. Pode ser que você perceba que não é tão desagradável quanto pensava e venha a vencê-la.

  8. Caso lhe seja por demais desagradável, dê-se uma pausa e passe a fazer algo útil (sem parar de agir), mas determine quando voltará ao assunto pendente.

Vencer a procrastinação trata-se de uma vitória para a vida inteira, como a daquela criança que um dia perde o medo do escuro.

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Música, divina música!

Millõr Fernandes

Tanto duvidaram dele, da teoria daquele jovem gênio musical, que ele resolveu provar pra si mesmo, empiricamente, a teoria de que não existem animais selvagens. Que os animais são tão ou mais sensíveis do que os seres humanos. E que são sensíveis sobretudo ao envolvimento da música, quando esta é competentemente interpretada.

Por isso, uma noite, esgueirou-se sozinho pra dentro do Jardim Zoológico da cidade e, silenciosamente, se aproximou da jaula dos orangotangos. Começou a tocar baixinho, bem suave, a sua magnífica flauta doce, ao mesmo tempo em que abria a porta da jaula. Os macacões quase que não pestanejaram. Se moveram devagarinho, fascinados, apenas pra se aproximar mais do músico e do som.

O músico continuou as volutas de sua fantasia musical enquanto abria a jaula dos leões. Os leões, também hipnotizados, foram saindo, pé ante pé, com o respeito que só têm os grandes aficionados da música. E assim a flauta continuou soando no meio da noite, mágica e sedutora, enquanto o gênio ia abrindo jaula após jaula e os animais o acompanhavam, definitivamente seduzidos, como ele previra.

Uma lua enorme, de prata e ouro, iluminava os jacarés, elefantes, cobras, onças, tudo quanto é animal de Deus ali reunido, envolvidos na sinfonia improvisada no meio das árvores. Até que o músico, sempre tocando, abriu a última jaula do último animal - um tigre.

Que, mal viu a porta aberta, saltou sobre ele, engolindo músico e música - e flauta doce de quebra. Os bichos todos deram um oh! de consternação. A onça, chocada, exprimiu o espanto e a revolta de todos:

— Mas, tigre, era um músico estupendo, uma música sublime! Por que você fez isso? E o tigre, colocando as patas em concha nas orelhas, perguntou:

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A importância de perder peso

Martha Medeiros

Vou ao supermercado e constato o crescimento do setor de dietéticos. Abro revistas e me deparo com as exigências de se ter um corpo esbelto. As clínicas de cirurgia plástica estão com a agenda lotada de homens e mulheres esperando sua vez para lipoaspirar, cortar, reduzir.

A sociedade toda conspira a favor da magreza, e de certo modo isso é positivo, ser magro faz bem para a auto-estima e para a saúde. Mas não tenho visto ninguém estimular outro tipo de dieta igualmente necessária para o bem-estar da população.

Encontro suco light, chocolate light, iogurte light, mas pessoas light são raridade. Muita gente se preocupa em ser magro, mas não se preocupa em ser leve. Tem criatura aí pesando 48 quilos e que é um chumbo. São aqueles que vivem se queixando. Possuem complexo de perseguição, acham que o planeta inteiro está contra eles.

Não se dão conta da sua arrogância, possuem certeza de que são a razão da existência do universo. Estão sempre dispostos a fazer uma piadinha maldosa, uma fofoquinha desabonadora sobre alguém. Ressentidos, puxam o tapete dos outros para se manter em pé. Não conseguem ver graça em nada, não relevam as chatices comuns do dia-a-dia, levam tudo demasiadamente a sério. São patrulhadores, censores, carregam as dores do mundo nas costas. Magrinhos, é verdade. Mas que gente pesada!

Ser minimalista todo mundo acha moderno, mas ser leve - cruzes! - parece pecado mortal. Os leves, segundo os pesados, não têm substância, não têm profundidade, não têm consistência intelectual: não são leves e, sim, levianos.

Os pesados não conseguem fechar o zíper das suas roupas de tanto preconceito saltando pra fora. Não bastasse a carga tributária, a violência, a burocracia e a corrupção, ainda temos que enfrentar pessoas rudes, sem a menor vocação para se divertir.

Diversão - segundo os pesados, mais uma vez - é algo alienante e sem serventia. Eles não entendem como alguém pode extrair prazer de coisas sérias como o trabalho e a família. Não entendem como é que tem gente que consegue viver sem armar barracos e criar problemas.

Eu proponho uma campanha de saúde pública: vamos ser mais bem-humorados, mais desarmados. Podemos ser cidadãos sérios e respeitáveis e, ao mesmo tempo, leves. Basta agir com mais delicadeza, soltura, autenticidade, sem obediência cega às convenções, aos padrões, aos patrões.

Um pouco mais de jogo de cintura, de criatividade, de respeito às escolhas alheias. Vamos deixar para sofrer pelo que é realmente trágico e não por aquilo que é apenas um incômodo, senão fica impraticável atravessar os dias.

Dores de amor, falta de grana e angústias existenciais são contingências da vida, mas você não precisa soterrar os outros com seus lamentos e más vibrações. Sustente seu próprio fardo e esforce-se para aliviá-lo. Emagreça onde tem que emagrecer: no espírito, no humor. E coma de tudo, se isso ajudar.

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Antes de julgar

Um médico entrou num hospital apressado, depois de ter sido chamado para uma cirurgia urgente. Ele respondeu à chamada imediatamente, e mal chegou trocou-se e foi direto para o bloco operatório. Pelo caminho encontrou o pai do rapaz que ia ser operado a andar para trás e para frente à espera do médico. Quando o viu, o pai gritou:

— Porque demorou este tempo todo a vir? Não sabe... que a vida do meu filho está em perigo? Você não tem o mínimo de sentimento e de responsabilidade?

O médico sorriu e respondeu serenamente:

— Peço-lhe desculpa, não estava no hospital e vim assim que recebi a chamada. Agora, gostaria que você se acalmasse para que eu também possa fazer o meu trabalho.

— Acalmar-me? E se o seu filho estivesse dentro do bloco operatório, você também ficaria calmo? E se o seu filho morresse o que faria? - disse o pai visivelmente agitado.

— Ficar nesse estado alterado e de nervos não vai ajudar nada, nem a si, nem a mim e muito menos ao seu filho. Prometo-lhe que farei o melhor que sei e consigo dentro das minhas capacidades, disse o médico.

— Falar assim é fácil, quando não nos diz respeito, murmurou o pai entre dentes.

Passadas algumas horas, a cirurgia terminou e o médico saiu sorridente de encontro ao pai.

— A cirurgia foi um sucesso. Conseguimos salvar o seu filho! Se tiver alguma questão pergunte à enfermeira.

Sem esperar pela resposta, o clínico prosseguiu caminho visivelmente apressado. O pai irritado dirigiu-se à enfermeira e desabafou:

— O médico é mesmo arrogante. Será que lhe custava muito ficar aqui mais uns minutos para eu lhe questionar em relação ao estado geral do meu filho?

A enfermeira, um pouco abalada e quase a chorar respondeu-lhe:

— O filho do doutor morreu ontem num acidente rodoviário. Ele estava no funeral quando o chamamos para a cirurgia do seu filho. Agora que a cirurgia terminou e o seu filho foi salvo, o doutor voltou para o funeral para prestar a última homenagem ao filho dele.

Quebra-cabeças da vida

Amy Toohill

Ganhei de um amigo, há dois meses, um quebra-cabeças de 1.500 peças.
Eu não montava um quebra-cabeça desde que era criança.
É engraçado como nós deixamos de fazer certas coisas quando crescemos: quebra-cabeças, colorir, brincar com bonecas, pular corda, pique de esconder...
Coisas que nos trouxeram tanta alegria quando criança, nós paramos de fazer quando alcançamos uma certa idade , é uma vergonha, não é?
Devo admitir, eu realmente aproveitei o quebra-cabeças.
Embora muito frustrante às vezes, era um bom desafio.
Cada vez que eu achava uma peça que se encaixava, era extremamente recompensador. Bom, e daí?

Você já percebeu quantas semelhanças existem entre um quebra-cabeças e a vida?
Num quebra-cabeças, cada peça é parte muito importante no grande quadro.
Na vida, são as pessoas e os acontecimentos as partes importantes.
Como peças de um quebra-cabeças, cada um de nós é único, especial em seu próprio jeito. Embora semelhantes, não há dois iguais.
Ironicamente, são nossas diferenças que nos fazem "encaixar".

Enquanto eu trabalhava no quebra-cabeças, havia uma peça que eu estava certa de pertencer a um ponto em particular.
Mas não encaixava.
Acabava voltando a ela tentando encaixá-la, me esquecendo que já havia tentado.
Eu tinha meu pensamento focado no fato de que eu sentia que a peça era daquele espaço.

Penso em quantas vezes eu fiz a mesma coisa em minha vida.
Tentando fazer acontecer alguma coisa que simplesmente não era pra ser.
Tentava várias vezes, chegava ao ponto de forçar, mas não era pra ser...
E nada do que eu fiz mudou isso.

Se você já montou quebra-cabeças, sabe como é perder tempo procurando um pedaço específico.
De repente parece tão óbvio... mas eu não conseguia achar.
Consegui foi embaralhar ainda mais as peças.
Fiquei frustrada e decidi deixar pra lá e ficar longe dele.
Quando voltei mais tarde, eu achei a peça imediatamente.
Estava bem na minha frente desde o começo.

Minha vida foi assim muitas vezes.
Tentava entender por que certas coisas aconteciam e do jeito que aconteciam.
Procurava as respostas por todos os lados e, às vezes, as respostas estavam bem na minha frente.
Era só dar uma paradinha, um pequeno passo atrás, respirar e acalmar que as respostas me encontravam.

Olhando as peças deste quebra-cabeças, eu penso nas "peças" de minha vida: minha família, meus amigos, acontecimentos, marcos e celebrações.
Uma mistura de bom e ruim, alegria e lágrima, felicidade e tristeza.
Penso em todas as peças que imaginei sem importância e sem propósito.
Reflito em todas as peças que em minha vida me fizeram perguntar...
"Por que, meu Deus?"...
"Por que isto?"

E repentinamente percebi que por causa dessas peças, outras peças se encaixaram tão bem.

Tudo em nossa vida acontece por uma razão.
Cada acontecimento, bom ou mau, como uma peça do quebra-cabeças.

Deixe uma peça de fora e se quebra a harmonia inteira do produto final.
Talvez ainda não possamos entender o papel importante de cada peça em nossa vida.
Ainda existem muitos buracos e o quadro ainda não está claro.
Mas sei que quando minha viagem nesta vida estiver concluída, e a peça final estiver em seu lugar, eu entenderei.
E serei capaz de ver o quadro completo e a beleza de cada peça.
Até lá, eu continuarei a viver com fé.
Sabendo e confiando que todas as peças que eu preciso estão ai e que é só uma questão de tempo até que se encaixem bem.
Lembrarei de que há um grande quadro, um plano para mim, e que sou incapaz de ver agora.
Acreditarei que cada peça em minha vida, mesmo as dolorosas, tem propósito e cumprem papel importante.
E quando estiver fraca, procurarei força pela oração.
Farei isto até que a obra-prima de Deus em mim estiver finalmente completa, e Ele então cochichará...

"Muito bom! Está feito!"


Tradução: Sergio Barros

Colaboração de Wilma Santiago

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Por dentro do cérebro

Dr Paulo Niemeyer Filho, Neurocirurgião

Revista PODER: O que fazer para melhorar o cérebro ?

Paulo Niemeyer: Você tem de tratar do espírito. Precisa estar feliz, de bem com a vida, fazer exercício. Se está deprimido, com a autoestima baixa, a primeira coisa que acontece é a memória ir embora; 90% das queixas de falta de memória são por depressão, desencanto, desestímulo. Para o cérebro funcionar melhor, você tem de ter motivação. Acordar de manhã e ter desejo de fazer alguma coisa, ter prazer no que está fazendo e ter a autoestima no ponto.

Revista PODER: Cabeça tem a ver com alma?

Paulo Niemeyer: Eu acho que a alma está na cabeça. Quando um doente está com morte cerebral, você tem a impressão de que ele já está sem alma... Isso não dá para explicar, o coração está batendo, mas ele não está mais vivo.

Revista PODER: O que se pode fazer para se prevenir de doenças neurológicas?

Paulo Niemeyer: Todo adulto deve incluir no check-up uma investigação cerebral. Vou dar um exemplo: os aneurismas cerebrais têm uma mortalidade de 50% quando rompem, não importa o tratamento. Dos 50% que não morrem, 30% vão ter uma sequela grave: ficar sem falar ou ter uma paralisia. Só 20% ficam bem. Agora, se você encontra o aneurisma num checkup, antes dele sangrar, tem o risco do tratamento, que é de 2%, 3%. É uma doença muito grave, que pode ser prevenida com um check-up.

Revista PODER: Você acha que a vida moderna atrapalha?

Paulo Niemeyer: Não, eu acho a vida moderna uma maravilha. A vida na Idade Média era um horror. As pessoas morriam de doenças que hoje são banais de ser tratadas. O sofrimento era muito maior. As pessoas morriam em casa com dor. Hoje existem remédios fortíssimos, ninguém mais tem dor.

Revista PODER: Existe algum inimigo do bom funcionamento do cérebro?

Paulo Niemeyer: O exagero. Na bebida, nas drogas, na comida. O cérebro tem de ser bem tratado como o corpo. Uma coisa depende da outra. É muito difícil um cérebro muito bem num corpo muito maltratado, e vice-versa.

Revista PODER: Qual a evolução que você imagina para a neurocirurgia?

Paulo Niemeyer: Até agora a gente trata das deformidades que a doença causa, mas acho que vamos entrar numa fase de reparação do funcionamento cerebral, cirurgia genética, que serão cirurgias com introdução de cateter, colocação de partículas de nanotecnologia, em que você vai entrar na célula, com partículas que carregam dentro delas um remédio que vai matar aquela célula doente. Daqui a 50 anos ninguém mais vai precisar abrir a cabeça.

Revista PODER: Você acha que nós somos a última geração que vai envelhecer?

Paulo Niemeyer: Acho que vamos morrer igual, mas vamos envelhecer menos. As pessoas irão bem até morrer. É isso que a gente espera. Ninguém quer a decadência da velhice. Se você puder ir bem de saúde, de aspecto, até o dia da morte, será uma maravilha.

Revista PODER: Hoje a gente lida com o tempo de uma forma completamente diferente. Você acha que isso muda o funcionamento cerebral das pessoas?

Paulo Niemeyer: O cérebro vai se adaptando aos estímulos que recebe, e às necessidades. Você vê pais reclamando que os filhos não saem da internet, mas eles têm de fazer isso porque o cérebro hoje vai funcionar nessa rapidez. Ele tem de entrar nesse clique, porque senão vai ficar para trás. Isso faz parte do mundo em que a gente vive e o cérebro vai correndo atrás, se adaptando.

Revista PODER: Você acredita em Deus?

Paulo Niemeyer: Geralmente depois de dez horas de cirurgia, aquele estresse, aquela adrenalina toda, quando acabamos de operar, vai até a família e diz: "Ele está salvo". Aí, a família olha pra você e diz:

"Graças a Deus!".

Então, a gente acredita que não fomos apenas nós.

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A arte da Amizade

Pesquisadores da universidade de Yale, nos Estados Unidos da América, realizaram um estudo com dez mil executivos Seniors para medir o poder da amizade na qualidade de vida dos americanos.

O resultado foi impressionante: ter amigos reduzia em nada menos que 50% o risco de morte, sobretudo por doenças, num período de cinco anos. Estas informações publicadas por um jornal carioca, recentemente, nos convidam a pensar a respeito das amizades que cultivamos.

Muitos de nós temos facilidade para fazer novos amigos. Mas, nem sempre temos habilidade suficiente para manter essas amizades. É que, pelo grau de intimidade que os amigos vão adquirindo em nossas vidas, nos esquecemos de os respeitar.

Assim, num dia difícil, acreditamos que temos o direito de gritar com o amigo. Afinal, com alguém devemos desabafar a raiva que nos domina. Porque estamos juntos muitas horas, justamente por sermos amigos, nos permitimos usar para com eles de olhares agressivos, de palavras rudes.

Ou então, usamos os nossos amigos para a lamentação constante. Todos os dias, em todos os momentos em que nos encontramos, seja para um lanche, um passeio, uma ida ao teatro ou ao cinema, lá estamos nós, usando os ouvidos dos nossos amigos como lixeira.

É isso mesmo. Despejando neles toda a lama da nossa amargura, das nossas queixas, das nossas reclamações. Quase sempre, produto da nossa forma pessimista de ver a vida. Sim, nossos amigos devem saber das dificuldades que nos alcançam para nos poderem ajudar. O que não quer dizer que devamos estragar todos os momentos de encontro, de troca de afetos, com os nossos pedidos, a nossa tristeza.

Os amigos também têm suas dificuldades e para nos alegrar, procuram esquecê-las e vêm, com sua presença, colocar flores na nossa estrada árida. Outras vezes, nos permitimos usar nossos amigos para brincadeiras tolas, até de mau gosto.

Acreditando que eles, por serem nossos amigos, devem suportar tudo. E quase sempre nos tornamos inconvenientes e os machucamos.

Por isso, a melhor fórmula para fazer e manter amigos é usar a gentileza, a simpatia, a doçura no trato com as pessoas.

Lembremos que a amizade, como o amor, necessita ser alimentada como as plantas do nosso jardim. Por isso a amizade necessita, para se manter da terra fofa da bondade, do sol do afeto, da chuva da generosidade, da brisa leve dos pequenos gestos de todos os dias.

Usa a cortesia nos teus movimentos e ações, gerando simpatia e amizade.

Podes começar no teu ambiente de trabalho. Os que trabalham contigo merecem a tua consideração e o teu respeito.

Torna-os teus amigos. Por isso, no trato com eles, usa as expressões: por favor, muito obrigado.

Lembra-te de dizer bom dia, com um sorriso, desejando de verdade que eles todos tenham um bom dia.

Observa e ajuda quanto puderes, gerando clima de simpatia.

Sê amigo de todos e espalha o perfume da amizade por onde vás e onde estejas.

Colaboração de Wilma Santiago

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O valor dos pais...

Um jovem de nível acadêmico excelente, candidatou-se à posição de gerente de uma grande empresa.

Passou a primeira entrevista e o diretor fez a última entrevista e tomou a última decisão.

O diretor descobriu através do currículo que as suas realizações acadêmicas eram excelentes em todo o percurso, desde o secundário até à pesquisa da pós-graduação e não havia um ano em que não tivesse pontuado com nota máxima.

O diretor perguntou, "Tiveste alguma bolsa na escola?" o jovem respondeu, "nenhuma".

O diretor perguntou, "Foi o teu pai que pagou as tuas mensalidades ?" o jovem respondeu, "O meu pai faleceu quando tinha apenas um ano, foi a minha mãe quem pagou as minhas mensalidades."

O diretor perguntou, "Onde trabalha a tua mãe?" e o jovem respondeu, "A minha mãe lava roupa."

O diretor pediu que o jovem lhe mostrasse as suas mãos. O jovem mostrou um par de mãos macias e perfeitas.

O diretor perguntou, "Alguma vez ajudaste a tua mãe a lavar as roupas?", o jovem respondeu, "Nunca, a minha mãe sempre quis que eu estudasse e lesse mais livros. Além disso, a minha mãe lava a roupa mais depressa do que eu."

O diretor disse, "Eu tenho um pedido. Hoje, quando voltares, vais e limpas as mãos da tua mãe, e depois vens ver-me amanhã de manhã."

O jovem sentiu que a hipótese de obter o emprego era alta. Quando chegou a casa, pediu feliz à mãe que o deixasse limpar as suas mãos. A mãe achou estranho, estava feliz mas com um misto de sentimentos e mostrou as suas mãos ao filho.

O jovem limpou lentamente as mãos da mãe. Uma lágrima escorreu-lhe enquanto o fazia. Era a primeira vez que reparava que as mãos da mãe estavam muito enrugadas, e havia demasiadas contusões nas suas mãos. Algumas eram tão dolorosas que a mãe se queixava quando limpava com água.

Esta era a primeira vez que o jovem percebia que este par de mãos que lavavam roupa todo o dia tinham-lhe pago as mensalidades. As contusões nas mãos da mãe eram o preço a pagar pela sua graduação, excelência acadêmica e o seu futuro. Após acabar de limpar as mãos da mãe, o jovem silenciosamente lavou as restantes roupas pela sua mãe.

Nessa noite, mãe e filho falaram por um longo tempo.

Na manhã seguinte, o jovem foi ao gabinete do diretor. O diretor percebeu as lágrimas nos olhos do jovem e perguntou, "Diz-me, o que fizeste e aprendeste ontem em tua casa?"

O jovem respondeu, "Eu limpei as mãos da minha mãe, e ainda acabei de lavar as roupas que sobraram."

O diretor pediu, "Por favor diz-me o que sentiste."

O jovem disse "Primeiro, agora sei o que é dar valor. Sem a minha mãe, não haveria um eu com sucesso hoje. Segundo, ao trabalhar e ajudar a minha mãe, só agora percebi a dificuldade e dureza que é ter algo pronto. Em terceiro, agora aprecio a importância e valor de uma relação familiar."

O diretor disse, "Isto é o que eu procuro para um gerente. Eu quero recrutar alguém que saiba apreciar a ajuda dos outros, uma pessoa que conheça o sofrimento dos outros para terem as coisas feitas, e uma pessoa que não coloque o dinheiro como o seu único objetivo na vida. Estás contratado."

Mais tarde, este jovem trabalhou arduamente e recebeu o respeito dos seus subordinados. Todos os empregados trabalhavam diligentemente e como equipa. O desempenho da empresa melhorou tremendamente.

Uma criança que foi protegida e teve habitualmente tudo o que quis, vai desenvolver- se mentalmente e vai sempre colocar-se em primeiro. Vai ignorar os esforços dos seus pais, e quando começar a trabalhar, vai assumir que toda a gente o deve ouvir e quando se tornar gerente, nunca vai saber o sofrimento dos seus empregados e vai sempre culpar os outros. Para este tipo de pessoas, que podem ser boas academicamente, podem ser bem sucedidas por um bocado, mas eventualmente não vão sentir a sensação de objetivo atingido. Vão resmungar, estar cheios de ódio e lutar por mais. Se somos esse tipo de pais, estamos realmente a mostrar amor ou estamos a destruir o nosso filho?

Pode deixar o seu filho viver numa grande casa, comer boas refeições, aprender piano e ver televisão num grande plasma. Mas quando cortar a grama, por favor deixe-o experienciar isso. Depois da refeição, deixe-o lavar o seu prato juntamente com os seus irmãos e irmãs.Deixe-o guardar seus brinquedos e arrumar sua própria cama. Isto não é porque não tem dinheiro para contratar uma empregada, mas porque o quer amar como deve de ser. Quer que ele entenda que não interessa o quão ricos os seus pais são, um dia ele vai envelhecer, tal como a mãe daquele jovem. A coisa mais importante que os seus filhos devem entender é a apreciar o esforço e experiência da dificuldade e aprendizagem da habilidade de trabalhar com os outros para fazer as coisas.

Quais são as pessoas que ficaram com mãos enrugadas por mim?

Colaboração de Wilma Santiago

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Ouro e experiência

O Chico, em excursão com seu chefe de serviço, expondo aqui e ali apuradas amostras de gado, passou por Sabará e, dali, pelas Minas de Morro Velho.

Visitou-as por horas. E deslumbrou-se com o que viu.

O trabalho afanoso e sacrificial da extração do ouro, sua busca, em cascalhos, no seio da terra, numa profundidade e distância incomensuráveis, causou-lhe assombro inopinado.

Observou um irmão idoso, calejado naquele serviço, a que dera toda sua existência, e perguntou-lhe:

— Amigo, o ouro é extraído com facilidade?

— Nada disso, moço. Em 40 toneladas de pedra, encontramos, às vezes, tão somente 100 a 200 gramas de ouro.

E Emmanuel, que tudo ouvia, comentou:

— Assim, Chico, sucede na vida. Precisamos, quase sempre, de 40 toneladas de aborrecimentos bem suportados para obtermos 100 a 200 gramas de conhecimentos e experiência...

Colaboração de Wilma Santiago

Um estranho em nosso lar

Alguns anos depois que nasci, meu pai conheceu um estranho, recém-chegado à nossa pequena cidade. Desde o princípio, meu pai ficou fascinado com este encantador personagem, e em seguida o convidou a viver com nossa família.

O estranho aceitou e desde então tem estado conosco. Enquanto eu crescia, nunca perguntei sobre seu lugar em minha família; na minha mente jovem já tinha um lugar muito especial.

Meus pais eram instrutores complementares: Minha mãe me ensinou o que era bom e o que era mau e meu pai me ensinou a obedecer. Mas o estranho era nosso narrador. Mantinha-nos enfeitiçados por horas com aventuras, mistérios e comédias. Ele sempre tinha respostas para qualquer coisa que quiséssemos saber de política, história ou ciência. Conhecia tudo do passado, do presente e até podia predizer o futuro!

Levou minha família ao primeiro jogo de futebol. Fazia-me rir, e me fazia chorar. O estranho nunca parava de falar, mas o meu pai não se importava.

Às vezes, minha mãe se levantava cedo e calada, enquanto o resto de nós ficava escutando o que tinha que dizer, mas só ela ia à cozinha para ter paz e tranquilidade. (Agora me pergunto se ela teria rezado alguma vez, para que o estranho fosse embora).

Meu pai dirigia nosso lar com certas convicções morais, mas o estranho nunca se sentia obrigado a honrá-las.

As blasfêmias, os palavrões, por exemplo, não eram permitidos em nossa casa? Nem por parte nossa, nem de nossos amigos ou de qualquer um que nos visitasse. Entretanto, nosso visitante de longo prazo, usava sem problemas sua linguagem inapropriada que às vezes queimava meus ouvidos e que fazia meu pai se retorcer e minha mãe se ruborizar.

Meu pai nunca nos deu permissão para tomar álcool. Mas o estranho nos animou a tentá-lo e a fazê-lo regularmente. Fez com que o cigarro parecesse fresco e inofensivo, e que os charutos e os cachimbos fossem distinguidos.

Falava livremente (talvez demasiado) sobre sexo. Seus comentários eram às vezes evidentes, outras sugestivos, e geralmente vergonhosos. Agora sei que meus conceitos sobre relações foram influenciados fortemente durante minha adolescência pelo estranho.

Repetidas vezes o criticaram, mas ele nunca fez caso aos valores de meus pais, mesmo assim, permaneceu em nosso lar. Passaram-se mais de cinquenta anos desde que o estranho veio para nossa família. Desde então mudou muito; já não é tão fascinante como era ao principio.

Não obstante, se hoje você pudesse entrar na guarida de meus pais, ainda o encontraria sentado em seu canto, esperando que alguém quisesse escutar suas conversas ou dedicar seu tempo livre a fazer-lhe companhia... Seu nome?

Nós o chamamos Televisão.

Agora ele tem uma esposa que se chama Computador, e um filho que se chama Celular!

Pede-se que este artigo seja lido em cada lar.

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Prazeres da melhor idade

//Ruy Castro //

A voz em Congonhas anunciou: -"Clientes com necessidades especiais, crianças de colo, melhor idade, gestantes e portadores do cartão tal terão preferência etc.". Num rápido exercício intelectual, concluí que, não tendo necessidades especiais, nem sendo criança de colo, gestante ou portador do dito cartão, só me restava a "melhor idade" - algo entre os 60 anos e a morte.

Para os que ainda não chegaram a ela, "melhor idade" é quando você pensa duas vezes antes de se abaixar para pegar o lápis que deixou cair e, se ninguém estiver olhando, chuta-o para debaixo da mesa. Ou, tendo atravessado a rua fora da faixa, arrepende-se no meio do caminho porque o sinal abriu e agora terá de correr para salvar a vida. Ou quando o singelo ato de dar o laço no pé esquerdo do sapato equivale, segundo o João Ubaldo Ribeiro, a uma modalidade olímpica.

Privilégios da "melhor idade" são o ressecamento da pele, a osteoporose, as placas de gordura no coração, a pressão lembrando placar de basquete americano, a falência dos neurônios, as baixas de visão e audição, a falta de ar, a queda de cabelo, a tendência à obesidade e as disfunções sexuais. Ou seja, nós, da "melhor idade", estamos com tudo, e os demais podem ir lamber sabão.

Outra característica da "melhor idade" é a disponibilidade de seus membros para tomar as montanhas de Rivotril, Lexotan e Frontal que seus médicos lhes receitam e depois não conseguem retirar.

Outro dia, bem cedo, um jovem casal cruzou comigo no Leblon. Talvez vendo em mim um pterodáctilo da clássica boemia carioca, o rapaz perguntou: -"Voltando da farra, Ruy?". Respondi, eufórico: -"Que nada! Estou voltando da farmácia!".

E esta, de fato, é uma grande vantagem da "melhor idade": você extrai prazer de qualquer lugar a que ainda consiga ir.

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A sabedoria do vira-latas

Uma velha senhora foi para um safari na África e levou seu velho vira-lata com ela.

Um dia, caçando borboletas, o velho cão, de repente, deu-se conta de que estava perdido.

Vagando a esmo, procurando o caminho de volta, o velho cão percebe que um jovem leopardo o viu e caminha em sua direção, com intenção de conseguir um bom almoço ..

O cachorro velho pensa:

— Oh, oh! Estou mesmo enrascado! Olhou à volta e viu ossos espalhados no chão por perto. Em vez de apavorar-se mais ainda, o velho cão ajeita-se junto ao osso mais próximo, e começa a roê-lo, dando as costas ao predador ...

Quando o leopardo estava a ponto de dar o bote, o velho cachorro exclama bem alto:

— Cara, este leopardo estava delicioso! Será que há outros por aí?

Ouvindo isso, o jovem leopardo, com um arrepio de terror, suspende seu ataque, já quase começado, e se esgueira na direção das árvores.

— Caramba! pensa o leopardo, essa foi por pouco! O velho vira-lata quase me pega!

Um macaco, numa árvore ali perto, viu toda a cena e logo imaginou como fazer bom uso do que vira: em troca de proteção para si, informaria ao predador que o vira-lata não havia comido leopardo algum.. .

E assim foi, rápido, em direção ao leopardo. Mas o velho cachorro o vê correndo na direção do predador em grande velocidade, e pensa:

— Aí tem coisa!

O macaco logo alcança o felino, cochicha-lhe o que interessa e faz um acordo com o leopardo.O jovem leopardo fica furioso por ter sido feito de bobo, e diz:

— Aí, macaco! Suba nas minhas costas para você ver o que acontece com aquele cachorro abusado!

Agora, o velho cachorro vê um leopardo furioso, vindo em sua direção, com um macaco nas costas, e pensa:

— E agora, o que é que eu posso fazer?

Mas, em vez de correr (sabe que suas pernas doloridas não o levariam longe...) o cachorro senta, mais uma vez dando costas aos agressores, e fazendo de conta que ainda não os viu, e quando estavam perto o bastante para ouvi-lo, o velho cão diz:

— Cadê aquele desgraçado do macaco? Tô morrendo de fome! Ele disse que ia trazer outro leopardo para mim e não chega nunca!

Moral da história: não mexa com cachorro velho... idade e habilidade se sobrepõem à juventude e intriga. Sabedoria só vem com idade e experiência.

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A incrível história do piloto de um caça alemão que poupou o B-17G - americano e toda a sua tripulaçao

Charlie Brown era piloto americano de um B-17G do 379th BG em Kimbolton na Inglaterra.Seu B-17 era o "Ye Old Pub" e estava seriamente danificado, atingido pelas balas dos caças inimigos e pela antiaérea.

Com a bússola arruinada, ele voava perdido e cada vez mais adentro da Alemanha, ao invés de estar com rumo para sua base inglesa. Após sobrevoar um aeródromo alemão, um caça Messerschmidt Me 109G foi enviado para abater este B-17.

Quem estava no comando do caça era o alemão Franz Steigler. Ao se aproximar do bombardeiro, não podia crer no que via. Em suas palavras:

"Nunca vi um avião naquele estado. A seção traseira, leme e profundores muito avariados, artilheiros feridos, a proa do quadrimotor danificada e furos por toda fuselagem."

Embora tivesse o caça armado e carregado, Franz emparelhou seu Me 109 com o B-17 e olhou para o comandante Charlie Brow e este estava apavorado e lutando com os controles para manter o bombardeiro voando e ainda estava sangrando.

Ciente da desorientação do piloto, Franz acenou que eles girassem 180 graus, escoltando o avião em um rumo seguro para a Inglaterra. Então Charlie Brown saudou e voltou para sua base.

Ao pousar, Franz informou ao CO que abateu o bombardeiro sobre o mar. No "debrief", Charlie Brown e sua tripulação informaram o ocorrido, mas foram instruídos para não falar sobre o episódio com ninguém até então.

Após 40 anos, Charlie partiu em busca daquele piloto alemão que o salvou. Depois deste longo tempo de pesquisa, ele encontrou Franz. Ele nunca citou o fato, nem nas reuniões do pós-guerra.

Eles se encontraram nos EUA numa reunião do 379 BG, com a equipe que ainda estava viva porque Franz não disparou suas armas. Quando perguntaram a Franz por que não derrubou o B-17, ele respondeu:

"Não tive coragem de acabar com a vida daqueles homens que lutavam para viver. Voei ao lado deles por um longo tempo. Eles davam tudo de si para chegar são e salvos à sua base, e eu não ia impedi-los de viver. Simplesmente não podia atirar em um inimigo indefeso. Seria o mesmo se eu estivesse num pára-quedas."

Ambos os pilotos morreram em 2008.

Em anexo ilustração do caso, pilotos na 2ª guerra e seu encontro nos EUA, com Franz Steigler à esquerda e Charlie Brown à direita. Acompanhe nas ilustrações anexas, os acontecimentos.

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Uma doce lição

Meu pai adorava abelhas. Quando uma abelha selvagem chegava zumbindo, ele parava o que estivesse fazendo para esperar a abelha fartar-se de néctar. Assim que estava satisfeita, ela levantava vôo, precisa como uma flecha, em direção a sua colméia, no bosque. Papai então partia em seu encalço. Mesmo que a perdesse de vista sabia, mais ou menos, onde ela terminaria, já que as abelhas traçam uma reta quando se encaminham para casa.

Quando papai encontrava uma árvore oca com um enxame de abelhas dentro, visitava o proprietário das terras e pedia-lhe permissão para cortar a árvore. Sempre dava ao proprietário todo o mel em troca das abelhas. Foi assim que construiu um imenso apiário que, por fim, passou a ser a maior fonte de renda de nossa família.

Uma colméia podia morrer de fome durante o inverno se a sua provisão de mel não durasse até as plantas florescerem. É rotina o apicultor ajudar suas abelhas nos meses de frio, alimentando-as com um xarope feito de água e açúcar. Durante a Primeira Guerra Mundial, nosso país passou por uma seriíssima escassez de açúcar. O governo passou a racioná-lo, além de diversos outros produtos. Isso criou uma imensa procura por mel como substituto.

Devido à necessidade de fornecer mel para a população, os apicultores recebiam uma ração sobressalente de açúcar para manter suas abelhas vivas durante o inverno. Guardávamos a porção que nos cabia num barril na cozinha externa, que usávamos no verão.

Nós, as crianças, sabíamos que era estritamente para a alimentação das abelhas. Devido ao racionamento sofrido pelo país durante a Primeira Guerra Mundial, era muitas vezes difícil para as mães prepararem refeições apetitosas para suas famílias. Era especialmente difícil quando havia algum convidado.

Fomos avisados de que nossos parentes favoritos, que viviam a muitos quilômetros de distância, viriam nos visitar no dia seguinte. Ficamos muito animados! Mamãe começou a planejar o jantar que faria por ocasião da visita. Melancólica, declarou:

— Como eu gostaria de fazer um bolo!

Ela sentia imenso orgulho dos bolos que preparava. No entanto, como a pequena ração de açúcar destinada a nossa família já fora consumida, ficava impossível fazer o tal bolo.

É claro que nós, as crianças, queríamos o bolo tanto quanto ela! Imploramos para que pegasse o açúcar da ração das abelhas para prepará-lo. Nosso argumento era que o governo jamais saberia. Finalmente, ela cedeu.

Foi lá fora, até o barril de açúcar da cozinha externa, e usou-o para fazer sua deliciosa receita de bolo amarelo. Foi preciso grande habilidade para assar o bolo perfeito num forno a lenha, mas mamãe conseguiu. Quando terminou de decorá-lo com uma cobertura especial de merengue, ficamos extremamente orgulhosos de servi-lo para as visitas.

Pouco depois chegou o dia de nossa família receber a ração mensal de açúcar. Papai foi até a mercearia comprá-lo. O vendedor colocou-o num minúsculo saquinho marrom e amarrou-o com cuidado. Quando chegou em casa, papai o colocou sobre a mesa. Mamãe olhou brevemente para o pacotinho. Então, pegou o mesmo medidor que usara para o açúcar do bolo. Enquanto nós, crianças, a olhávamos estupefatos, ela mediu exatamente a quantidade que usara. Então, solenes, a seguimos até o barril de açúcar das abelhas, onde ela o despejou.

O que restou de açúcar no fundo do pequeno saco era pouco para uma família de sete, mas teria de ser suficiente para durar um mês. A idéia foi um banho de sobriedade para uma criança tão pequena e apaixonada por doces.

Minha mãe não fez o menor discurso sobre o acontecido, a menor fanfarra. Não pregou sobre a honestidade. Para ela, aquele fora um ato natural, de acordo com a integridade com a qual meu pai e ela viveram as suas vidas.

Hoje, tenho noventa e dois anos. Há muito não sou mais aquela criancinha que olhava por cima da mesa da cozinha da mãe, na pontinha dos pés. Muitas coisas mudaram durante a minha vida. Ainda faço bolos quando tenho visitas, mas hoje uso misturas prontas porque não agüento mais ficar em pé tanto tempo. Também não preciso mais usar o fogão à lenha. E, certamente, não há a menor escassez de açúcar em nosso país.

Mas algumas coisas não mudam. E, assim, já contei a história sobre a honestidade incondicional de minha mãe inúmeras vezes para meus filhos, meus netos e até mesmo para os meus bisnetos. Mamãe era como uma daquelas abelhas que meu pai adorava seguir. Era fácil contar que sempre tomaria o caminho mais honesto nesta vida, uma linha reta, precisa como uma flecha. E foi por isso que moldou, sem alardes, a consciência de quatro gerações de uma mesma família.

Colaboração de Wilma Santiago

Tigela de Madeira

Um senhor de idade foi morar com seu filho, nora e o netinho de quatro anos de idade. As mãos do velho eram trêmulas, sua visão embaçada e seus passos vacilantes.

A família comia reunida à mesa mas, mas as mãos trêmulas e a visão falha do avô, o atrapalhavam na hora de comer. Ervilhas rolavam de sua colher e caíam no chão. Quando pegava o copo, leite era derramado na toalha da mesa. O filho e a nora irritaram-se com a bagunça.

— Precisamos tomar uma providência com respeito ao papai, disse o filho.

— Já tivemos suficiente leite derramado, barulho de gente comendo com a boca aberta e comida pelo chão.

Então, eles decidiram colocar uma pequena mesa num cantinho da cozinha. Ali, o avô comia sozinho enquanto o restante da família fazia as refeições à mesa, com satisfação. Desde que o velho quebrara um ou dois pratos, sua comida agora era servida numa tigela de madeira.

Quando a família olhava para o avô sentado ali sozinho, às vezes ele tinha lágrimas em seus olhos. Mesmo assim, as únicas palavras que lhe diziam eram demonstrações ásperas de repreensão, quando ele deixava um talher ou comida cair ao chão. O menino de 4 anos de idade assistia a tudo em silêncio.

Uma noite, antes do jantar, o pai percebeu que o filho pequeno estava no chão, manuseando pedaços de madeira. Ele perguntou delicadamente à criança:

— O que você está fazendo, meu filho?

O menino respondeu docemente:

— Oh, estou fazendo uma tigela para você e mamãe comerem, quando eu crescer e vocês ficarem velhinhos.

O garoto de quatro anos de idade sorriu e voltou ao trabalho. Aquelas palavras tiveram um impacto tão grande nos pais que eles ficaram mudos. Então lágrimas começaram a escorrer de seus olhos. Embora ninguém tivesse falado nada, ambos sabiam o que precisava ser feito.

Naquela noite o pai tomou o avô pelas mãos e gentilmente o conduziu à mesa da família. Dali para frente e até o final de seus dias, ele comeu todas as refeições com a família. E por alguma razão, o marido e a esposa não se importavam mais quando um garfo caía, leite era derramado ou a toalha da mesa sujava.

Colaboração de Wilma Santiago

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Vocabulário Feminino

Leila Ferreira

Se eu tivesse que escolher uma palavra - apenas uma - para ser item obrigatório no vocabulário da mulher de hoje, essa palavra seria um verbo de quatro sílabas: descomplicar.

Depois de infinitas (e imensas) conquistas, acho que está passando da hora de aprendermos a viver com mais leveza: exigir menos dos outros e de nós próprias, cobrar menos, reclamar menos, carregar menos culpa, olhar menos para o espelho.

Descomplicar talvez seja o atalho mais seguro para chegarmos à tão falada qualidade de vida que queremos - e merecemos - ter.

Mas há outras palavras que não podem faltar no kit existencial da mulher moderna. Amizade, por exemplo. Acostumadas a concentrar nossos sentimentos (e nossa energia...) nas relações amorosas, acabamos deixando as amigas em segundo plano.

E nada, mas nada mesmo, faz tão bem para uma mulher quanto a convivência com as amigas. Ir ao cinema com elas (que gostam dos mesmos filmes que a gente), sair sem ter hora para voltar, compartilhar uma caipivodca de morango e repetir as histórias que já nos contamos mil vezes - isso, sim, faz bem para a pele. Para a alma, então, nem se fala.

Ao menos uma vez por mês, deixe o marido ou o namorado em casa, prometa-se que não vai ligar para ele nem uma vez - (desligue o celular, se for preciso)- e desfrute os prazeres que só uma boa amizade consegue proporcionar.

E, já que falamos em desligar o celular, incorpore ao seu vocabulário duas palavras que têm estado ausentes do cotidiano feminino: pausa e silêncio.

Aprenda a parar, nem que seja por cinco minutos, três vezes por semana, duas vezes por mês, ou uma vez por dia - não importa - e a ficar em silêncio.

Essas pausas silenciosas nos permitem refletir, contar até 100 antes de uma decisão importante, entender melhor os próprios sentimentos, reencontrar a serenidade e o equilíbrio quando é preciso.

Também abra espaço, no vocabulário e no cotidiano, para o verbo rir. Não há creme anti-idade nem botox que salve a expressão de uma mulher mal-humorada. Azedume e amargura são palavras que devem ser banidas do nosso dia-a-dia. Se for preciso, pegue uma comédia na locadora, preste atenção na conversa de duas crianças, marque um encontro com aquela amiga engraçada - faça qualquer coisa, mas ria. O riso nos salva de nós mesmas, cura nossas angústias e nos reconcilia com a vida.

Quanto à palavra dieta, cuidado: mulheres que falam em regime o tempo todo costumam ser péssimas companhias.

Deixe para discutir carboidratos e afins, no banheiro feminino ou no consultório do endocrinologista. Nas mesas de restaurantes, nem pensar. Se for para ficar contando calorias, descrevendo a própria culpa e olhando para a sobremesa do companheiro de mesa com reprovação e inveja, melhor ficar em casa e desfrutar sua salada de alface e seu chá verde sozinha.

Uma sugestão? Tente trocar a obsessão pela dieta por outra palavra que, essa sim, deveria guiar nossos atos 24 horas por dia: gentileza.

Ter classe não é usar roupas de grife: é ser delicada. Saber se comportar é infinitamente mais importante do que saber se vestir.

Resgate aquele velho exercício que anda esquecido: aprenda a se colocar no lugar do outro, e trate-o como você gostaria de ser tratada, seja no trânsito, na fila do banco, na empresa onde trabalha, em casa, no supermercado, na academia.

E, para encerrar, não deixe de conjugar dois verbos que deveriam ser indissociáveis da vida: sonhar e recomeçar.

Sonhe com aquela viagem ao exterior, aquele fim-de-semana na praia, o curso que você ainda vai fazer, a promoção que vai conquistar um dia, aquele homem que um dia (quem sabe?) ainda vai ser seu, sonhe que está beijando o Brad Pitt ... sonhar é quase fazer acontecer. Sonhe até que aconteça.

E recomece, sempre que for preciso: seja na carreira, na vida amorosa, nos relacionamentos familiares. A vida nos dá um espaço de manobra: use-o para reinventar a si mesma.

E, por último (agora, sim, encerrando), risque do seu Aurélio a palavra perfeição.

O dicionário das mulheres interessantes inclui fragilidades, inseguranças, limites.

Pare de brigar com você mesma para ser a mãe perfeita, a dona de casa impecável, a profissional que sabe tudo, a esposa nota mil.

Acima de tudo, elimine de sua vida o desgaste que é tentar ter coxas sem celulite, rosto sem rugas, cabelos que não arrepiam, bumbum que encara qualquer biquíni. Mulheres reais são mulheres imperfeitas. E mulheres que se aceitam como imperfeitas são mulheres livres. Viver não é (e nunca foi) fácil, mas, quando se elimina o excesso de peso da bagagem (e a busca da perfeição pesa toneladas), a tão sonhada felicidade fica muito mais possível.

Colaboração de Wilma Santiago

Adeus, tia

Walcyr Carrasco

Quando eu era menino e vivia no interior, era comum a figura da tia.

Solteirona, amadurecia na casa dos pais, sem filhos, só com sobrinhos.

Era a eterna tia. Em geral, nem sequer tinha profissão.

Ajeitava-se com trabalhos de costura, bordados, salgadinhos para festas, bolos de aniversário e balas de coco embrulhadas em papel de seda, fazendo cascata.

Convidada para todas as festas dos parentes, acabava na cozinha, dando uma ajuda. Sempre tinha uma história de amor no passado: um noivado longo que acabou alguns meses antes do casamento; alguém que morreu; um "safado" que queria fazer "bobagem" e desistiu porque "ela era séria". Quantas vezes ouvi esses relatos na família!

Lembro-me de uma prima de segundo grau que só encontrava o namorado, do Paraná, em Dia de Finados, quando ele vinha ver o túmulo da mãe.

Marcavam encontro no cemitério. No quarto, minha mãe avisou:

— Eu acho que esse rapaz é casado! Se não, porque não dá o endereço?

Minha prima não foi e nunca mais viu o moço. Nem arrumou novo pretendente. Muitas famílias torciam para ter uma solteirona disposta a cuidar dos pais. Tinha a missão de viver com eles, ajudar na velhice. Quando os dois morriam, tornava-se um trambolho.

Os irmãos alegavam que não havia espaço para ela, que acabava jogada de um lugar para outro, sempre de mala na mão. Ou morando com um parente distante - em geral uma velha, de quem também cuidava.

Na vida paulistana, essa figura sumiu. Claro, muita mulher não se casa. Nem por isso vive o estereótipo da solteirona. Uma amiga minha teve vários relacionamentos. É uma linda mulher, mas chegou à faixa dos 40 sem se casar. Mora com os pais, a quem adora. Fez recentemente uma nova faculdade, tornou-se uma profissional respeitada. Há algum tempo, o fato de não ter se casado seria visto como um estigma. Hoje é até invejado por algumas amigas.

— Que sorte, você é independente!

Ela está muito feliz. E resolveu adotar uma criança.

— Vou ser vovô - contou o pai dela, feliz da vida.

Pois é. A antiga solteirona transformou-se em mulher independente.

Pode até cuidar dos pais, se a relação é boa. Mas não é vista como uma fracassada porque não arrumou marido.

Nem como um trambolho. Pelo contrário. Conheço uma senhora, médica, que por ser sozinha guarda a maior parte do que ganha, usa roupas de grife e é invejada pela irmã.

É ela quem ajuda a outra, em litígio com o ex-marido e com a vida profissional estacionada após um longo casamento. Essa figura tão comum na metrópole namorou, beijou, mas, como diz uma amiga, "não tem vocação para lavar cuecas"..

De fato, enquanto boa parte das casadas enfrenta a dupla jornada de trabalho, em casa e no emprego, as outras saem com as amigas, vão a shows e se dão ao luxo de deixar o apartamento desarrumado quando têm preguiça.

E a velhice? A maioria terá feito uma boa poupança, e poderá viver com conforto. Mesmo porque, hoje, lamentavelmente, filhos não são mais garantia de ter quem cuide da gente na velhice. Muitos pais idosos passam o tempo tentando arrumar a vida de filhos descabeçados.

A boa notícia é que essa nova mulher, sozinha mas não solitária, não está condenada a ser um estorvo para os parentes. Tem vida própria. Pode cuidar dos pais, mas por opção. E se dá ao luxo de namorar até pela Internet, sem viver eternamente buscando casamento por sentir a obrigação de ostentar uma aliança no dedo. A solteirona do passado viveu uma reciclagem.

Marido não é mais fundamental. Felicidade, sim. Graças a Deus!

Colaboração de Wilma Santiago

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Relacionamento Familiar

O maior problema no relacionamento familiar é que cada um acredita que a razão lhe pertence. A esposa reclama porque o marido acredita que é doutor em tudo. Está sempre certo. Não admite que ninguém lhe diga que está errado.

O marido, por sua vez, fala que a mulher é muito impertinente. Gosta de confusão. Faz tempestade em copo d'água. O filho reclama que os pais estão totalmente por fora do mundo e querem governar a sua vida.

Talvez falte um pouco de amor para iluminar o relacionamento afetivo e inspirar maneiras de conviver com menos egoísmo.

Conta o escritor Tom Anderson que certa vez ouviu alguém afirmar que o amor deve ser exercitado como um ato da vontade. Uma pessoa pode demonstrar amor através de gestos simples.

Impressionou-se com o que ouviu. Reconheceu-se egoísta e que havia se tornado insensível ao amor familiar.

Ficou imaginando que poderia melhorar o relacionamento afetivo se deixasse de criticar tanto a esposa e os filhos.

Se não ligasse a televisão somente no canal de seu interesse. Se deixasse de se concentrar na leitura do jornal e desse um pouco de atenção aos familiares.

Durante as férias de duas semanas, em que estavam juntos na praia, decidiu ser um marido e pai carinhoso.

No primeiro dia, beijou a esposa e falou como ela estava bem, vestindo aquele suéter amarelo.

Você reparou! - falou admirada.

Logo que chegaram à praia, Tom pensou em descansar. Mas a esposa o convidou para dar um passeio, junto ao mar. Ia recusar, mas lembrou da promessa que fizera a si mesmo, por isso foi com ela. No outro dia, a esposa o convidou para visitar um museu de conchas. Ele detestava museus, mas foi.

Numa das noites, não reclamou quando ela demorou demais para se arrumar e eles chegaram atrasados a um jantar. E assim se passaram doze dias. As férias estavam por terminar. Entretanto, Tom fizera a promessa de continuar com aquela disposição de expressar amor.

Foi então que ele surpreendeu a esposa muito triste. Perguntou-lhe o motivo, ela lhe indagou:

— Você sabe de alguma coisa que eu não sei?

Por que pergunta? - Disse o marido.

— Bem, é que eu fiz aqueles exames rotineiros há algumas semanas. Segundo me disse o médico, estava tudo bem. Mas, por acaso ele disse alguma coisa diferente para você?

— Não, afirmou Tom. Claro que não! Por que deveria?

— É que você está sendo tão bom para mim que imaginei estar com uma doença grave, que iria morrer.

— Não, querida, tornou a falar Tom, sorrindo - Você não está morrendo. Eu é que estou começando a viver.

Ao admitir que não somos infalíveis, nos habilitamos a iniciativas maravilhosas que põem fim aos desentendimentos.

Existem expressões mágicas em favor da harmonia doméstica, como, por exemplo, dizer:

— Cometi um erro.

— Você tem razão.

— Peço perdão.

— Fui indelicado.

— Prometo mudar.

Cedo ensinamos e insistimos para que as nossas crianças usem quatro palavrinhas "mágicas" para serem educadas, felizes e bem aceitas:

— Com licença ...

— Por favor ...

— Desculpe ...

— Muito obrigado ...

Seria muito bom se nós também nos lembrássemos dessas quatro palavrinhas mágicas e as incorporássemos no nosso relacionamento familiar, em prol da compreensão e harmonia no nosso lar ...

Colaboração de Wilma Santiago

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Depressão e amizade

Uma mulher que trabalhava numa empresa havia muitos anos, caiu em desespero. Estava tão depressiva que poderia ter um esgotamento nervoso.

Seu médico, buscando um diagnóstico, lhe perguntou:

— Como se chama a jovem que trabalha ao seu lado?

— Cíntia, respondeu ela, sem entender.

— Cíntia do quê?

— Eu não sei.

— Sabe onde ela mora?

— Não.

— O que ela faz?

— Também não sei.

O médico entendeu que o egoísmo estava roubando a alegria daquela pobre mulher.

— Posso ajudá-la, mas você tem que prometer que fará o que eu lhe pedir.

— Farei qualquer coisa! Afirmou ela.

— Em primeiro lugar, faça amizade com Cíntia. Convide-a para jantar em sua casa. Descubra o que ela está almejando na vida, e faça alguma coisa para ajudá-la.

— Em segundo lugar, faça amizade com seu jornaleiro e a família dele, e veja se pode fazer alguma coisa para ajudá-los.

— Em terceiro, faça amizade com o zelador de seu prédio e descubra qual é o sonho da vida dele.

— Em dois meses, volte para me ver.

Ao fim de dois meses, ela não voltou, mas escreveu uma carta sem sinal de melancolia ou tristeza.

Era só alegria!

Havia ajudado Cíntia a passar no vestibular.

Ajudou a cuidar de uma filha doente do jornaleiro.

Ensinou o zelador a ler e escrever, pois era analfabeto. "Nunca imaginei que pudesse sentir alegria desta maneira!", escreveu ela.

Os que vivem apenas para si mesmos, nunca encontrarão a paz e a alegria, pois somos chamados por Deus para ser benção na vida dos outros.

Você não tem nada de tamanho grande?

Minha amiga trabalha em um brechó de um hospital, como voluntária.

Certo dia adentrou na loja uma certa senhora bastante obesa, e de cara a minha amiga pensou que não tinha nada na loja na numeração dela. Se sentiu apreensiva e constrangida naquela situação, vendo a senhora percorrer as araras em busca de algo que minha amiga sabia que ela não encontraria.

Ficou angustiada, porque não queria que a senhora se sentisse mal pelo tamanho das peças de roupas, se sentindo excluída e fazendo a questão sobre o seu sobrepeso vir à tona de forma implícita.

Naquele momento minha amiga rezou a Deus e pediu que lhe desse sabedoria para conduzir a situação evitando que a cliente se sentisse excluída ou humilhada na sua autoestima.

Foi quando o esperado aconteceu. A senhora se dirigiu à minha amiga e disse tristinha:

— É.. não tem nada grande, não é?

E a minha amiga, sem até aquele momento saber o que diria, simplesmente abriu os braços de uma ponta a outra e lhe respondeu:

— Quem disse??? Claro que tem!! Olha só o tamanho desse abraço! - E a abraçou com muito carinho.

A senhora então se entregou àquele abraço acolhedor e deixou-se tomar pelas lágrimas exclamando:

— Há quanto tempo que ninguém me dava um abraço.

E chorando, tal qual uma criança a procura de um colo, lhe disse:

— Não encontrei o que vim buscar, mas encontrei muito mais do que procurava.

E naquele momento, através dos braços calorosos de minha amiga, Deus afagou a alma daquela criatura, tão carente de amor e de carinho.

Quantas almas não se encontram também tão necessitadas de um simples abraço, de uma palavra de carinho, de um gesto de amor.

Será que dentro de nós, se procurarmos no nosso baú, lá nas prateleiras da nossa alma, no estoque do nosso coração, também não acharemos algo "grande" que sirva para alguém?

Colaboração de Wilma Santiago

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Curando a depressão

Uma mulher que trabalhava numa seguradora havia muitos anos, caiu em desespero. Estava tão depressiva que poderia ter um esgotamento nervoso.

Seu médico, buscando um diagnóstico, lhe perguntou :

— Como se chama a jovem que trabalha ao seu lado na seguradora?

— Cíntia, respondeu ela, sem entender.

— Cíntia do quê?

— Eu não sei.

— Sabe onde ela mora?

— Não.

— O que o marido dela faz?

— Também não sei.

O médico entendeu que o egoísmo estava roubando a alegria daquela pobre mulher.

— Posso ajudá-la, mas você tem que prometer que fará o que eu lhe pedir.

— Farei qualquer coisa, afirmou ela.

— Em primeiro lugar faça amizade com Cíntia. Convide-a para jantar em sua casa. Descubra o que ela está almejando na vida, e faça alguma coisa para ajudá-la.

— Em segundo lugar, faça amizade com seu jornaleiro e a família dele, e veja se pode fazer alguma coisa para ajudá-los.

— Em terceiro, faça amizade com o zelador de seu prédio e descubra qual é o sonho da vida dele.

— Em três meses, volte para me ver.

Ela não voltou, mas escreveu uma carta sem sinal de melancolia ou tristeza. Era só alegria!

Havia ajudado Cíntia a passar no vestibular.

Ajudou a cuidar de uma filha doente do jornaleiro.

Ensinou o zelador a ler e escrever.

"Nunca imaginei que pudesse sentir alegria desta maneira!", escreveu ela.

"Os que vivem apenas só para si nunca encontrarão a paz e a alegria", pois somos chamados por Deus para sermos benção na vida dos outros.

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Afinal, o que é inteligência?

Autobiography by Dr. Isaac Asimov (1920-1992): It's Been a Good Life

Quando eu estava no exército, fiz um teste de aptidão, solicitado a todos os soldados, e consegui 160 pontos. A média era 100. Ninguém na base tinha visto uma nota dessas e durante duas horas eu fui o assunto principal. (Não significou nada - no dia seguinte eu ainda era um soldado raso da KP - Kitchen Police).

Durante toda minha vida consegui notas como essa, o que sempre me deu uma ideia de que eu era realmente muito inteligente. E eu imaginava que as outras pessoas também achavam isso.

Porém, na verdade, será que essas notas não significam apenas que eu sou muito bom para responder um tipo específico de perguntas acadêmicas, consideradas pertinentes pelas pessoas que formularam esses testes de inteligência, e que provavelmente têm uma habilidade intelectual parecida com a minha?

Por exemplo, eu conhecia um mecânico que jamais conseguiria passar em um teste desses, acho que não chegaria a fazer 80 pontos. Portanto, sempre me considerei muito mais inteligente que ele.

Mas, quando acontecia alguma coisa com o meu carro e eu precisava de alguém para dar um jeito rápido, era ele que eu procurava. Observava como ele investigava a situação enquanto fazia seus pronunciamentos sábios e profundos, como se fossem oráculos divinos. No fim, ele sempre consertava meu carro.

Então imagine se esses testes de inteligência fossem preparados pelo meu mecânico. Ou por um carpinteiro, ou um fazendeiro, ou qualquer outro que não fosse um acadêmico.

Em qualquer desses testes eu comprovaria minha total ignorância e estupidez. Na verdade, seria mesmo considerado um ignorante, um estúpido.

Em um mundo onde eu não pudesse me valer do meu treinamento acadêmico ou do meu talento com as palavras e tivesse que fazer algum trabalho com as minhas mãos ou desembaraçar alguma coisa complicada eu me daria muito mal. A minha inteligência, portanto, não é algo absoluto mas sim algo imposto como tal, por uma pequena parcela da sociedade em que vivo.

Vamos considerar o meu mecânico, mais uma vez. Ele adorava contar piadas. Certa vez ele levantou sua cabeça por cima do capô do meu carro e me perguntou:

— Doutor, um surdo-mudo entrou numa loja de construção para comprar uns pregos. Ele colocou dois dedos no balcão como se estivesse segurando um prego invisível e com a outra mão, imitou umas marteladas. O balconista trouxe então um martelo. Ele balançou a cabeça de um lado para o outro negativamente e apontou para os dedos no balcão. Dessa vez o balconista trouxe vários pregos, ele escolheu o tamanho que queria e foi embora. O cliente seguinte era um cego. Ele queria comprar uma tesoura. Como o senhor acha que ele fez?

Eu levantei minha mão e "cortei o ar" com dois dedos, como uma tesoura.

— Mas você é muito burro mesmo! Ele simplesmente abriu a boca e usou a voz para pedir?

Enquanto meu mecânico gargalhava, ele ainda falou: "Tô fazendo essa pegadinha com todos os clientes hoje."

— E muitos caíram? perguntei esperançoso.

— Alguns. Mas com você eu tinha certeza absoluta que ia funcionar.

— Ah é? Por quê?

— Porque você tem muito estudo doutor, sabia que não seria muito esperto?

E algo dentro de mim dizia que ele tinha alguma razão nisso tudo.

Colaboração de Wilma Santiago

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O seu tom de voz

Uma esposa exigente insistia constantemente com seu marido para que ele se adaptasse aos padrões de comportamento estabelecidos por ela:

— É assim que você deveria agir, é assim que você deveria vestir-se, é isto o que você deveria dizer, é lá que você deveria ser visto, e é assim que você deveria planejar sua carreira!

Ela insistia para que ele fizesse tudo com perfeição. Sentindo-se um homem completamente fracassado, o marido finalmente disse à esposa:

— Por que você não escreve tudo isso num papel? Assim você não vai mais precisar me dizer essas coisas o tempo todo.

A esposa concordou com satisfação.

Pouco tempo depois, ela morreu. Em um ano, o homem conheceu outra mulher e casou-se novamente. Sua nova vida parecia uma eterna lua-de-mel. Ele mal podia acreditar na grande alegria e no alívio que passou a sentir ao lado da nova esposa.

Certo dia, ele encontrou a lista dos "faça isso e não faça aquilo", escrita por sua primeira esposa. Após ler a lista, percebeu, para seu espanto, que estava seguindo todas aquelas instruções, embora sua segunda esposa nunca tivesse mencionado nenhuma delas.

Depois de refletir sobre o que poderia ter acontecido, ele disse a um amigo:

— Minha primeira esposa começava as frases com "Eu detesto quando você...", ao passo que a atual me diz "Eu adoro quando você...".

Colaboração de Wilma Santiago

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Uma História Comovente

Ele estava na 3ª série em que eu lecionei na escola Saint Mary's em Morris, Minnesota USA. Todos os 34 alunos eram importantes para mim, mas Mark Eklund era um em um milhão. Muito bonito na aparência, mas com aquela atitude 'é tão bom estar vivo' que fazia mesmo travessuras interessantes.

Mark falava incessantemente. Eu tinha que lembrá-lo a toda hora, que conversar sem pedir licença não era permitido. O que me impressionava muito, porém, era sua resposta sincera toda vez que eu precisava chamar sua atenção pelas travessuras:

— Obrigado por me corrigir, Irmã!

Eu não sabia o que fazer disto, mas ao invés me acostumei a ouvir esta frase muitas vezes ao dia. Uma manhã eu já estava perdendo a paciência quando o Mark falava repetitivamente, e eu cometi um erro de professor principiante.

Olhei para o Mark e disse:

— Se você disser mais uma palavra, eu taparei sua boca com fita adesiva!

Passaram-se dez segundos quando Chuck deixou escapar:

— O Mark está conversando de novo.

Eu não havia pedido a nenhum dos alunos para me ajudar a cuidar do Mark, mas como dei o aviso da punição na frente de toda a classe, eu tive de tomar uma atitude. Eu lembro a cena como se fosse hoje. Eu caminhei até a minha mesa, deliberadamente abri minha gaveta, e peguei um rolo de fita adesiva. Sem dizer uma palavra, fui até a mesa do Mark, destaquei dois pedaços de fita e fiz um X sobre a boca dele. Voltei, então, para a frente da sala de aula. Assim que olhei para o Mark para ver o que estava fazendo, ele piscou para mim.

Isto foi o suficiente!! Eu comecei a rir.

A turma aplaudiu assim que retornei a mesa do Mark, removi a fita, e encolhi meus ombros. Suas primeiras palavras foram:

— Obrigado por me corrigir, Irmã.

Recebi uma proposta para assumir uma turma de 1º grau de matemática no final do ano. Os anos passaram, e antes que eu soubesse, Mark estava na minha turma novamente. Ele estava mais bonito que nunca e tão educado. Uma vez que teria de escutar atentamente minhas explicações na "nova matemática", ele não falou tanto na nona série, como fez na terceira.

Numa sexta-feira, as coisas não pareciam boas. Havíamos trabalhado duro a semana toda em cima de um conceito matemático, eu senti que os alunos estavam tensos, frustrados com eles mesmos, e nervosos uns com os outros.

Eu tinha de parar este mau humor antes que fugisse do meu controle, então pedi a eles que listassem os nomes dos colegas de classe em duas folhas de papel, deixando um espaço entre cada nome. Daí eu disse a eles para pensarem na coisa mais legal que eles poderiam dizer sobre cada um dos seus colegas e escrever na lista. Isto levou o restante do período de aula para terminar esta tarefa, e à medida que iam deixando a sala, cada um foi me entregando suas listas.

Mark disse:

— Obrigado por me ensinar Irmã. Tenha um bom final de semana.

Naquele sábado, escrevi o nome de cada aluno numa folha separada, e listei o que os outros haviam escrito sobre cada indivíduo.

Na segunda-feira eu entreguei as listas para cada um dos alunos.

Logo, toda a sala estava sorrindo.

— Mesmo?

Eu ouvi uns sussurros.

— Eu nunca pensei que eu significasse tanto para alguém!

— Eu não sabia que outros gostavam tanto de mim.

Ninguém nunca mais mencionou sobre estes papéis em sala de aula. Nunca soube se eles discutiram sobre o assunto depois da aula, ou com seus pais, mas não importava.

O exercício atingiu o seu objetivo. Os alunos estavam felizes com eles mesmos e com os outros novamente. Aquele grupo de estudantes seguiu seu caminho.

Vários anos mais tarde, depois de retornar das minhas férias, meus pais se encontraram comigo no aeroporto. No caminho de volta para casa, minha mãe me fez as perguntas usuais sobre a viagem, o tempo, minhas experiências em geral. Houve uma pausa na conversa. Minha mãe deu uma olhada para meu pai e disse:

— Pai?

Meu pai limpou a garganta como sempre fez antes de dizer algo importante.

— Os Eklunds ligaram ontem à noite, ele começou.

— Mesmo? eu disse. Eu não soube deles por anos. Eu fico imaginando como está o Mark.

O meu pai respondeu em baixo tom:

— Mark foi morto no Vietnã, o funeral é amanhã, e os pais dele gostariam que você fosse.

A partir deste dia, eu marquei o ponto exato da freeway I-494 quando o meu pai me deu a notícia sobre o Mark.

Eu nunca havia visto um militar num caixão antes. Mark estava tão bonito, tão maduro. Tudo o que pude pensar naquele momento foi :

— Mark, eu daria todas as fitas adesivas do mundo se você pudesse falar comigo.

A igreja estava cheia de amigos do Mark.

A irmã do Chuck cantou "The Battle Hymn of the Republic".

Eu fui a última a abençoar o caixão. Enquanto eu estava ali, um dos soldados que carregava um manto se aproximou e perguntou:

— Você foi professora de matemática do Mark?

Eu concordei e continuei a olhar o caixão.

— Mark falava muito sobre você, ele disse.

Depois do funeral, a maior parte dos colegas de Mark dirigiram-se para a fazenda de Chuck para o almoço. Os pais do Mark estavam lá, obviamente esperando por mim.

— Nós queremos lhe mostrar algo, disse o pai, tirando a carteira dele do bolso.

— Eles acharam isto com o Mark quando ele foi morto. Achamos que você reconheceria.

Abrindo a carteira, ele cuidadosamente removeu duas folhas de caderno bem velhas que foram obviamente remendadas com fita, dobrados e desdobrados muitas vezes.

Eu já sabia, sem ter de olhar para elas, que se tratava daqueles papéis onde eu listei as coisas boas que cada um dos colegas do Mark haviam escrito sobre ele.

— Muito obrigado por fazer isso, disse a mãe de Mark. Como você pode ver, Mark apreciou muito.

Os colegas do Mark começaram a se aproximar de nós.

Charlie sorriu timidamente e disse:

— Eu ainda tenho a minha lista. Está na primeira gaveta da minha escrivaninha em casa.

A esposa do Chuck disse:

— O Chuck me pediu para colocar a lista dele no nosso álbum de casamento.

— Eu tenho a minha também, disse Marilyn. Está no meu diário.

Então Vicki, uma outra colega, pegou a sua lista toda amassada do bolso e a mostrou para o grupo.

— Eu sempre a carrego comigo, disse Vicki sem mover um cílio.

— Eu acho que todos nós guardamos nossas listas.

Foi quando então, eu realmente sentei e chorei. Eu chorei por Mark e por todos seus amigos que nunca o veriam novamente.

A densidade de pessoas na sociedade é tão espessa que esquecemos que a vida vai acabar um dia e nós não sabemos quando será o nosso.

Então diga às pessoas que você ama e gosta, que elas são especiais e importantes.

Diga a elas, antes que seja muito tarde.

Escrito por: Irmã Helen P. Mosla.

Meu Companheiro de Viagem

Texto de Edmund W. Boyle - tradução de Sergio Barros

Passei boa parte de minha vida profissional viajando, como vendedor. E sei que não há nada mais solitário do que um bando de viajantes fazendo suas refeições nos restaurantes dos hotéis.

Certa vez, quando chegava de viagem, minha filha de cinco anos colocou um presente em minhas mãos. O papel que o embrulhava estava todo amassado e preso por metros de fita adesiva.

Lhe dei um beijo e um grande abraço - do tipo que todos os pais dão - e comecei a desembrulhar meu presente. Deu para perceber que o conteúdo era suave então abri com muito cuidado para não causar nenhum estrago. Com muita expectativa, Jeanine permaneceu ao meu lado, com os olhinhos castanhos bem abertos, esperando que eu completasse o processo e revelasse minha surpresa.

Um par de olhos pretos e brilhantes apareceram primeiro, depois um bico amarelo, uma gravata vermelha e pés alaranjados. Era um pingüim empalhado com aproximadamente 30 centímetros de altura.

Colado na sua asa direita havia uma minúscula placa de madeira, e uma frase pintada à mão "Eu te amo meu pai!". Debaixo da frase um coração desenhado, também à mão.

Lágrimas encheram meus olhos.

Raramente passava muito tempo em casa e logo tive que sair para mais uma viagem de trabalho. Pela manhã, quando arrumava a bagagem, vi o pingüim sobre a cômoda. Naquela noite quando liguei para casa, Jeanine estava muito aborrecida porque o pingüim tinha desaparecido.

— Querida, ele está aqui comigo. Expliquei-lhe. Eu o trouxe para me acompanhar.

Depois daquele dia, ela sempre me ajudou a preparar a bagagem e me avisava que o pingüim estava junto de minhas meias e do kit de barbear. Muito tempo se passou desde então, e o pequeno pingüim viajou por muitos lugares. E fizemos muitos amigos ao longo do caminho.

Em Albuquerque, após o dia de trabalho, quando retornei ao hotel, encontrei a cama arrumadinha e o pingüim carinhosamente colocado sobre o travesseiro.

Em Boston, quando retornei ao meu quarto, alguém o assentou sobre um copo em cima do criado mudo, bem do lado da cama - nunca descobri quem foi e nem o propósito. Na manhã seguinte eu o deixei sentado em uma cadeira. À noite estava, outra vez, sentado no copo.

Certa vez, no aeroporto, um inspetor pediu friamente que eu abrisse minha bagagem. E ajeitadinho, por cima de tudo, estava meu pequeno amigo. Segurando-o no alto, o agente disse:

— Isto é a coisa mais valiosa que eu vi em todos os meus anos de trabalho. Agradeça a Deus que nós não cobramos imposto sobre amor.

Noutra noite, após dirigir por cento e tantos quilômetros, ao desfazer minha bagagem, eu descobri que faltava o meu pingüim.

Freneticamente, liguei para o hotel de onde tinha saído. O atendente meio incrédulo e cheio de gozação, riu e disse que nada parecido tinha lhe sido comunicado. Apesar de tudo, meia hora mais tarde, me ligou para dizer que meu pingüim tinha sido encontrado.

Era tarde da noite, mas não para isso. Sem pestanejar, voltei para meu carro e dirigi mais um par de horas para recuperar meu inseparável companheiro de viagem.

Jeanine hoje está na faculdade e eu já não viajo tanto quanto antes. O pingüim passa a maior parte do tempo sentado na cômoda de meu quarto, me lembrando sempre que o amor é o melhor companheiro de viagem.

Colaboração de Wilma Santiago

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Sunzinha

— Tardi, Dotô.

— Boa tarde. Sente-se.

— Careci não. Ficu di pé, mermo.

— Sente-se para eu poder examinar.

— O Dotô é quem manda.

— Mas fale-me. O que está acontecendo?

— Ai, Dotô! Mi dá umas dor di veiz in quandu.

— Que dor?

— Aqui, óia. Nu estromagu. Beeem lá nu fundinhu.

— Forte?

— As veiz. Trasveiz é anssim ó, di mansinhu.

— E o que você faz?

— Tem veiz que eu cantu. Trasveiz eu vô pra cunzinha fazê um bolu.

— Tem outra dor?

— Tenhu, sim, Dotô. Aqui, ó. Pertu dus óio.

— E essa é forte?

— Também é forte não. Quandu ela dá eu cunversu cas vizinhas i passa.

— Outra?

— Tenho sim senhô. Aqui. Anssim, nu meio das custela, pareci nu coração. Dá uns apertu aqui, ó.

— E você faz o que?

— Tem veiz qui eu choru. Trasveiz eu ficu anssim, muitu da queta pra vê si passa.

— E passa?

— As veiz. Trasveiz eu vô pra pracinha. Lá eu sentu num bancu vê as criança brincá prá esperá passá.

— Você mora com alguém?

— Moru não, Dotô. Sô sunzinha nessi mundão di Deus.

— Não tem família?

— Aqui tenhu não. Minha famia é todinha du interiô du sertão, pertinhu de Urandi, lá quasi im Minas. Eu vim sunzinha pra Sum Paulu tentá a vida.

— E você faz o que?

— Óia, Dotô. Eu já fiz um cadinhu di tudu nessa vida. Já trabaiei numa firma di limpeza, já cuidei di criança. Já trabaiei numa casa di genti rica. Agora eu trabaio cuma mocinha qui mais viaja qui fica im casa. Ela avua num avião di dia i di noiti. Aí eu ficu sunzinha.

— Você mora com ela?

— Moru sim, Dotô. Ela dexa eu drumi num quartinhu lá nus fundu da casa.

— Sabe cozinhar?

— Oxa si não! Cunzinhu muitu du bem! Coisa mais simpres anssim i coisa mais di genti chiqui.

— Gosta de crianças?

— Ô, seu Dotô. É as criaturinha mais anjinha qui Deus botô nu mundu!

— Qual o seu nome mesmo?

— Óia, Dotô. Eu num gostu muitu, mas a modi agrada a santa, minha mainha botô Crara.

— Dona Clara. Eu sei o que a senhora tem.

— Comu anssim, si o Dotô nem incostô im mim?

— O que a senhora tem Dona Clara, chama-se solidão e é a causadora de toda essa tristeza.

— I issu mata, Dotô?

— Ás vezes, sim. Mas, no seu caso bastam amigos, alguns remédios e um pouco de carinho. Dona Clara. Vai parecer estranho e nem eu mesmo entendo porque estou fazendo isso, mas minha esposa está grávida e nosso segundo filho é para o mês que vem. Já temos uma menina. E até hoje é minha esposa que cuida de tudo. Porém, com o bebê pequeno precisamos de alguém que cuide da casa. Que tal ficar conosco?

— Oxa si não! Óia, Dotô. Nunca fizeram issu pur mim não. Vixe! Vai sê coisa muitu da boa ficá cum oceis. I careci di morá lá, Dotô?

— Sim. Temos um quarto vago, no apartamento. Podemos tentar por uns meses.O que acha?

— Dotô. É anssim como tê famia, né?

— Quase.

— Dotô. Eu num vô mais sê sunzinha. Vixe! Deus lhi pague, Dotô, a modi qui carinhu anssim, nem mainha mi dava.

— Vamos testar. Combinado?

— Cumbinadu. Dotô. Careci di eu fazê uma pregunta. Eu num vô mais senti essas dor?

— Vamos combinar uma coisa? O dia que sentir essa dor você me procura.

— Prá modi du senhô mi inxaminá?

— Não. Prá modi nóis trocá dois dedinhu di prosa.

Os ipês amarelos

Rubem Alves

Uma professora me contou esta coisa deliciosa. Um inspetor visitava uma escola. Numa sala ele viu, colados nas paredes, trabalhos dos alunos acerca de alguns dos meus livros infantis. Como que num desafio, ele perguntou à criançada: "E quem é Rubem Alves?".

Um menininho respondeu: "O Rubem Alves é um homem que gosta de ipês-amarelos...". A resposta do menininho me deu grande felicidade. Ele sabia das coisas. As pessoas são aquilo que elas amam.

Mas o menininho não sabia que sou um homem de muitos amores... Amo os ipês, mas amo também caminhar sozinho. Muitas pessoas levam seus cães a passear. Eu levo meus olhos a passear. E como eles gostam! Encantam-se com tudo. Para eles o mundo é assombroso.

Gosto também de banho de cachoeira (no verão...), da sensação do vento na cara, do barulho das folhas dos eucaliptos, do cheiro das magnólias, de música clássica, de canto gregoriano, do som metálico da viola, de poesia, de olhar as estrelas, de cachorro, das pinturas de Vermeer (o pintor do filme "Moça com Brinco de Pérola"), de Monet, de Dali, de Carl Larsson, do repicar de sinos, das catedrais góticas, de jardins, da comida mineira, de conversar à volta da lareira.

Diz Alberto Caeiro que o mundo é para ser visto, e não para pensarmos nele. Nos poemas bíblicos da criação está relatado que Deus, ao fim de cada dia de trabalho, sorria ao contemplar o mundo que estava criando: tudo era muito bonito. Os olhos são a porta pela qual a beleza entra na alma. Meus olhos se espantam com tudo que veem.

Sou místico. Ao contrário dos místicos religiosos que fecham os olhos para verem Deus, a Virgem e os anjos, eu abro bem os meus olhos para ver as frutas e legumes nas bancas das feiras. Cada fruta é um assombro, um milagre. Uma cebola é um milagre. Tanto assim que Neruda escreveu uma ode em seu louvor: "Rosa de água com escamas de cristal...".

Vejo e quero que os outros vejam comigo. Por isso escrevo. Faço fotografias com palavras. Diferentes dos filmes, que exigem tempo para serem vistos, as fotografias são instantâneas. Minhas crônicas são fotografias. Escrevo para fazer ver.

Uma das minhas alegrias são os e-mails que recebo de pessoas que me confessam haver aprendido o gozo da leitura lendo os textos que escrevo. Os adolescentes que parariam desanimados diante de um livro de 200 páginas sentem-se atraídos por um texto pequeno de apenas três páginas. O que escrevo são como aperitivos. Na literatura, frequentemente, o curto é muito maior que o comprido. Há poemas que contêm todo um universo.

Mas escrevo também com uma intenção gastronômica. Quero que meus textos sejam comidos pelos leitores. Mais do que isso: quero que eles sejam comidos de forma prazerosa. Um texto que dá prazer é degustado vagarosamente. São esses os textos que se transformam em carne e sangue, como acontece na eucaristia.

Sei que não me resta muito tempo. Já é crepúsculo. Não tenho medo da morte. O que sinto, na verdade, é tristeza. O mundo é muito bonito! Gostaria de ficar por aqui... Escrever é o meu jeito de ficar por aqui. Cada texto é uma semente. Depois que eu for, elas ficarão. Quem sabe se transformarão em árvores! Torço para que sejam ipês-amarelos...

Colaboração de Wilma Santiago

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Faz sentido

Tudo no universo opera por vibração e uma conseqüente ressonância. Quando uma pessoa ataca, a outra só reage se aquilo encontrou ressonância (pode ser a nível físico, se for uma agressão física, ou moral, se for uma agressão verbal).

Ao tocar uma nota Dó no violão, pode notar que a outra corda Dó vai ressoar, porque ambas estão afinadas (daí vem a palavra "afinidade"). Se uma agressão o perturbar, é porque ela ressoou em você, e você, entendendo o mecanismo, procure localizar ONDE ressoou e o PORQUÊ, e então procure eliminar esses traços em você (assim como um psicólogo faz com seu paciente).

Uma vez que isso acontece, não há necessidade de dar uma resposta, pois onde não há ofensa não há necessidade de contra-ofensa ou mesmo perdão (algo que Gandhi já falava, com o seu Ahimsa). Aliás, Gandhi e Jesus foram exemplos extremos de que mesmo agressões físicas não podiam perturbar suas almas. Pode-se destroçar o corpo, matá-lo, mas só é possível fazer o mesmo com sua alma se você o permitir.

No fundo do seu ser repousa uma mente tranqüila e serena como um lago. Se a tranqüilidade da água permite refletir as coisas, o que não poderá a tranqüilidade do espírito? (Chuang Tzu)

Colaboração: Wilma Santiago

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Fases da vida

Há fases na vida em que tudo parece conspirar contra nós. Nesses momentos é comum sentirmos que nada fizemos de suficientemente bom no passado. Em parte até pode ser verdade, mas reflitamos: não terá sido nossa forte intenção fazermos o melhor ?

O que vemos hoje - como vemos - é alvo da nossa forma atual de olhar. Se nos virmos falíveis em todos os níveis de espaço-tempo, sempre encontraremos o que fizemos de menos, ou o que hoje julgamos ser mal, inconveniente ou errado, visto que evoluímos e crescemos a cada instante que passa.

Com a vivência de hoje, não faríamos o errado de ontem , e amanhã não faremos o que hoje, infelizmente, já fizemos, pois poderá ser mal interpretado ou magoar alguém.

O importante é percerbermos com clareza as boas sementes que plantamos hoje e, independentemente do resultado, sentirmos por nós próprios admiração e respeito.

Não tema. Sempre estaremos certos, só pela nossa intenção de acertar!

Colaboração de Wilma Santiago

Sabedoria de um velho judeu

Há algumas décadas, após muito sonhar e batalhar por isso, e graças a uma nova lei criada na ex-União Soviética, tio Boris, judeu russo, conseguiu permissão para emigrar para Israel, como estavam fazendo outros camaradas russos.

Ele se queixara muito da demora.

Por fim, concordaram com sua saída.

No dia da partida, na alfândega, um oficial russo revistava as bagagens de tio Boris e, de repente, ao abrir uma delas, pergunta:

— Que é isso?

— Perdão - disse Boris - o senhor deve perguntar 'Quem é este?'. Este é um busto do camarada Stalin, nosso querido timoneiro e grande dirigente do partido. Eu o levo, para nunca esquecê-lo.

— É verdade - disse o oficial - ele pensava diferente dos judeus, porém lhe felicito. Passe.

Tio Boris chega a Tel Aviv e, quando revistado, o oficial israelense abre sua bagagem e pergunta:

— Que é isso?

— Perdão - disse Boris - o senhor deve perguntar 'Quem é este?'. Este é o maldito ditador anti-semita Stalin, por quem sofremos tantas desgraças e misérias. Trago este busto para não esquecer e ensinar aos jovens quem nos fez tanto sofrer.

— Bem senhor, acalme-se - disse-lhe o oficial - você já está em Israel. Pode passar. Sua família o espera.

Tio Boris foi recebido com grande alegria por seus irmãos e toda a família. Fomos todos ao kibutz, onde havíamos preparado uma grande festa. Ao lá chegar, outro sobrinho o acompanha ao quarto e ajuda-o com suas coisas. Quando tio Boris abre a valise e coloca o busto sobre sua cama, o sobrinho, espantado, pergunta:

— Tio Boris, quem é este?

— Perdão - disse Boris - você deve perguntar 'Que é isso?'. Isso, querido sobrinho, são doze quilos de ouro puro.

— Shalom!

SHALOM, PÁ!

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Aula de direito

Uma manhã, quando nosso novo professor de "Introdução ao Direito" entrou na sala, a primeira coisa que fez foi perguntar o nome a um aluno que estava sentado na primeira fila:

— Como te chamas?

— Chamo-me Juan, senhor.

— Saia de minha aula e não quero que voltes nunca mais! - gritou o desagradável professor.

Juan estava desconcertado.

Quando voltou a si, levantou-se rapidamente, recolheu suas coisas e saiu da sala. Todos estavam assustados e indignados, porém, ninguém falou nada.

— Agora sim! - e perguntou o professor - para que servem as leis?...

Seguíamos assustados, porém, pouco a pouco começamos a responder à sua pergunta:

— Para que haja uma ordem em nossa sociedade.

— Não! - respondia o professor.

— Para cumpri-las.

— Não!

— Para que as pessoas erradas paguem por seus atos.

— Não!!

— Será que ninguém sabe responder a esta pergunta?!

— Para que haja justiça - falou timidamente uma garota.

— Até que enfim! É isso... para que haja justiça. E agora, para que serve a justiça?

Todos começavam a ficar incomodados pela atitude tão grosseira. Porém, seguíamos respondendo:

— Para salvaguardar os direitos humanos...

— Bem, que mais? - perguntava o professor.

— Para diferençar o certo do errado...

— Para premiar a quem faz o bem...

— Ok, não está mal, porém... respondam a esta pergunta: agi corretamente ao expulsar Juan da sala de aula?...

Todos ficaram calados, ninguém respondia.

— Quero uma resposta decidida e unânime!

— Não!! - respondemos todos a uma só voz.

— Poderia dizer-se que cometi uma injustiça?

— Sim!!!

— E por que ninguém fez nada a respeito? Para que queremos leis e regras se não dispomos da vontade necessária para praticá-las?

Cada um de vocês tem a obrigação de reclamar quando presenciar uma injustiça. Todos! Não voltem a ficar calados, nunca mais!

— Vá buscar o Juan - disse, olhando-me fixamente.

Naquele dia recebi a lição mais prática no meu curso de Direito.

Quando não defendemos nossos direitos perdemos a dignidade e a dignidade não se negocia.

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Medindo as riquezas do ser humano!!!

Armando Fuentes Aguirre (Catón)

Tenho a intenção de processar a revista "Fortune", porque fui vítima de uma omissão inexplicável. Ela publicou uma lista dos homens mais ricos do mundo, e nesta lista eu não apareço. Aparecem: o sultão de Brunei, os herdeiros de Sam Walton e Mori Takichiro.

Incluem personalidades como a rainha Elizabeth da Inglaterra, Niarkos Stavros, e os mexicanos Carlos Slim e Emilio Azcarraga.

Mas eu não sou mencionado na revista. E eu sou um homem rico, imensamente rico. Como não? vou mostrar a vocês:

Eu tenho vida, que eu recebi não sei porquê, e saúde, que conservo não sei como.

Eu tenho uma família, esposa adorável, que ao me entregar sua vida me deu o melhor para a minha; filhos maravilhosos, dos quais só recebi felicidades; e netos com os quais pratico uma nova e boa paternidade.

Eu tenho irmãos que são como meus amigos, e amigos que são como meus irmãos.

Tenho pessoas que sinceramente me amam, apesar dos meus defeitos, e a quem amo apesar dos meus defeitos.

Tenho quatro leitores a cada dia para agradecer-lhes porque eles lêem o que eu mal escrevo.

Eu tenho uma casa, e nela muitos livros (minha esposa iria dizer que tenho muitos livros e entre eles uma casa). Eu tenho um pouco do mundo na forma de um jardim, que todo ano me dá maçãs e que iria reduzir ainda mais a presença de Adão e Eva no Paraíso. Eu tenho um cachorro que não vai dormir até que eu chegue, e que me recebe como se eu fosse o dono dos céus e da terra.

Eu tenho olhos que vêem e ouvidos para ouvir, pés para andar e mãos que acariciam; cérebro que pensa coisas que já ocorreram a outros, mas que para mim não haviam ocorrido nunca.

Eu sou a herança comum dos homens: alegrias para apreciá-las e compaixão para irmanar-me aos irmãos que estão sofrendo.

E eu tenho fé em Deus que vale para mim amor infinito.

Pode haver riquezas maiores do que a minha?

Por que, então, a revista "Fortune" não me colocou na lista dos homens mais ricos do planeta? "

E você, como se considera? Rico ou pobre?

Há pessoas pobres, mas tão pobres, que a única coisa que possuem é ... DINHEIRO.

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Manual para o ano novo

Saúde

  1. Beba muita água
  2. Coma mais o que nasce em árvores e plantas, e menos comida produzida em fábricas;
  3. Viva com os 3 E's: Energia, Entusiasmo e Empatia;
  4. Arranje tempo para orar;
  5. Jogue mais jogos;
  6. Leia mais livros do que leu no ano passado;
  7. Sente-se em silêncio pelo menos 10 minutos por dia;
  8. Durma 8 horas por dia;
  9. Faça caminhadas de 20-60 minutos por dia, e enquanto caminha sorria.

Personalidade:

  1. Não compare a sua vida a dos outros. Ninguém faz ideia de como é a caminhada dos outros;
  2. Não tenha pensamentos negativos ou coisas de que não tenha controle;
  3. Não se exceda. Mantenha-se nos seus limites;
  4. Não se torne demasiadamente sério;
  5. Não desperdice a sua energia preciosa em fofocas;
  6. Sonhe mais;
  7. Inveja é uma perda de tempo. Tem tudo que necessita....
  8. Esqueça questões do passado. Não lembre seu parceiro dos seus erros do passado. Isso destruirá a sua felicidade presente;
  9. A vida é curta demais para odiar alguém. Não odeie.
  10. Faça as pazes com o seu passado para não estragar o seu presente;
  11. Ninguém comanda a sua felicidade a não ser você;
  12. Tenha consciência que a vida é uma escola e que está nela para aprender. Problemas são apenas parte, que aparecem e se desvanecem como uma aula de álgebra, mas as lições que aprende, perduram uma vida inteira;
  13. Sorria e gargalhe mais;
  14. Não necessite ganhar todas as discussões. Aceite também a discordância;

Sociedade:

  1. Entre mais em contato com sua família;
  2. Dê algo de bom aos outros diariamente;
  3. Perdoe a todos por tudo;
  4. Passe tempo com pessoas acima de 80 anos e abaixo de 6;
  5. Tente fazer sorrir pelo menos três pessoas por dia;
  6. Não te diz respeito o que os outros pensam de você;
  7. O seu trabalho não tomará conta de você quando estiver doente. Os seus amigos o farão. Mantém contato com eles.

A Vida:

  1. Faça o que é correto;
  2. Desfaça-se do que não é útil, bonito ou alegre;
  3. DEUS cura tudo;
  4. Por muito boa ou má que a situação seja.... Ela mudará...
  5. Não interessa como se sente, levanta, se arruma e aparece;
  6. O melhor ainda está para vir;
  7. Quando acordar vivo de manhã, agradeça a DEUS pela graça.
  8. Mantenha seu coração sempre feliz.

Por último:

Envia para aqueles que você ama e que deseja um ano novo maravilhoso!!!

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A pior audiência de minha vida

Desembargador Paulo Rangel: "A pior audiência da minha vida"

A minha carreira de Promotor de Justiça foi pautada sempre pelo princípio da importância (inventei agora esse princípio), isto é, priorizava aquilo que realmente era significante diante da quantidade de fatos graves que ocorriam na Comarca em que trabalhava. Até porque eu era o único promotor da cidade e só havia um único juiz. Se nós fôssemos nos preocupar com furto de galinha do vizinho; briga no botequim de bêbado sem lesão grave e noivo que largou a noiva na porta da igreja nós não iríamos dar conta de tudo de mais importante que havia para fazer e como havia (crimes violentos, graves, como estupros, homicídios, roubos, etc).

Era simples. Não há outro meio de você conseguir fazer justiça se você não priorizar aquilo que, efetivamente, interessa à sociedade. Talvez esteja aí um dos males do Judiciário quando se trata de "emperramento da máquina judiciária". Pois bem. O Procurador Geral de Justiça (Chefe do Ministério Público) da época me ligou e pediu para eu colaborar com uma colega da comarca vizinha que estava enrolada com os processos e audiências dela. Lá fui eu prestar solidariedade à colega. Cheguei, me identifiquei a ela (não a conhecia) e combinamos que eu ficaria com os processos criminais e ela faria as audiências e os processos cíveis. Foi quando ela pediu para, naquele dia, eu fazer as audiências, aproveitando que já estava ali. Tudo bem. Fui à sala de audiências e me sentei no lugar reservado aos membros do Ministério Público: ao lado direito do juiz.

E eis que veio a primeira audiência do dia: um crime de ato obsceno cuja lei diz:

Ato obsceno

Art. 233 - Praticar ato obsceno em lugar público, ou aberto ou exposto ao público:

Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.

O detalhe era: qual foi o ato obsceno que o cidadão praticou para estar ali, sentado no banco dos réus? Para que o Estado movimentasse toda a sua estrutura burocrática para fazer valer a lei? Para que todo aquele dinheiro gasto com ar condicionado, luz, papel, salário do juiz, do promotor, do defensor, dos policiais que estão de plantão, dos oficiais de justiça e demais funcionários justificasse aquela audiência? Ele, literalmente, cometeu uma ventosidade intestinal em local público, ou em palavras mais populares, soltou um pum, dentro de uma agência bancária e o guarda de segurança que estava lá para tomar conta do patrimônio da empresa, incomodado, deu voz de prisão em flagrante ao cliente peidão porque entendeu que ele fez aquilo como forma de deboche da figura do segurança, de sua autoridade, ou seja, lá estava eu, assoberbado de trabalho na minha comarca, trabalhando com o princípio inventado agora da importância, tendo que fazer audiência por causa de um peidão e de um guarda que não tinha o que fazer. E mais grave ainda: de uma promotora e um juiz que acharam que isso fosse algo relevante que pudesse autorizar o Poder Judiciário a gastar rios de dinheiro com um processo para que aquele peidão, quando muito mal educado, pudesse ser punido nas "penas da lei".

Ponderei com o juiz que aquilo não seria um problema do Direito Penal, mas sim, quando muito, de saúde, de educação, de urbanidade, enfim? Ponderei, ponderei, mas bom senso não se compra na esquina, nem na padaria, não é mesmo? Não se aprende na faculdade. Ou você tem, ou não tem. E nem o juiz, nem a promotora tinham ao permitir que um pum se transformasse num litígio a ser resolvido pelo Poder Judiciário.

Imagina se todo pum do mundo se transformasse num processo? O cheiro dos fóruns seria insuportável.

O problema é que a audiência foi feita e eu tive que ficar ali ouvindo tudo aquilo que, óbvio, passou a ser engraçado. Já que ali estava, eu iria me divertir. Aprendi a me divertir com as coisas que não tem mais jeito. Aquela era uma delas. Afinal o que não tem remédio, remediado está.

O réu era um homem simples, humilde, mas do tipo forte, do campo, mas com idade avançada, aproximadamente, uns 70 anos.

Eis a audiência:

Juiz - Consta aqui da denúncia oferecida pelo Ministério Público que o senhor no dia x, do mês e ano tal, a tantas horas, no bairro h, dentro da agência bancária Y, o senhor, com vontade livre e consciente de ultrajar o pudor público, praticou ventosidade intestinal, depois de olhar para o guarda de forma debochada, causando odor insuportável a todas as pessoas daquela agência bancária, fato, que, por si só, impediu que pessoas pudessem ficar na fila, passando o senhor a ser o primeiro da fila.

Esses fatos são verdadeiros?

Réu - Não entendi essa parte da ventosidade?. o que mesmo?

Juiz - Ventosidade intestinal.

Réu - Ah sim, ventosidade intestinal. Então, essa parte é que eu queria que o senhor me explicasse direitinho.

Juiz - Quem tem que me explicar aqui é o senhor que é réu. Não eu. Eu cobro explicações. E então.. São verdadeiros ou não os fatos?

O juiz se sentiu ameaçado em sua autoridade. Como se o réu estivesse desafiando o juiz e mandando ele se explicar. Não percebeu que, em verdade, o réu não estava entendendo nada do que ele estava dizendo.

Réu - O guarda estava lá, eu estava na agência, me lembro que ninguém mais ficou na fila, mas eu não roubei ventosidade de ninguém não senhor. Eu sou um homem honesto e trabalhador, doutor juiz "meretrício".

Na altura da audiência eu já estava rindo por dentro porque era claro e óbvio que o homem por ser um homem simples ele não sabia o que era ventosidade intestinal e o juiz por pertencer a outra camada da sociedade não entendia algo óbvio: para o povo o que ele chamava de ventosidade intestinal aquele homem simples do povo chama de PEIDO. E mais: o juiz se ofendeu de ser chamado de meretrício. E continuou a audiência.

Juiz - Em primeiro lugar, eu não sou meretrício, mas sim meritíssimo. Em segundo, ninguém está dizendo que o senhor roubou no banco, mas que soltou uma ventosidade intestinal. O senhor está me entendendo?

Réu ¬ Ahh, agora sim. Entendi sim. Pensei que o senhor estivesse me chamando de ladrão. Nunca roubei nada de ninguém. Sou trabalhador.

E puxou do bolso uma carteira de trabalho velha e amassada para fazer prova de trabalho.

Juiz - E então, são verdadeiros ou não esses fatos.

Réu - Quais fatos?

O juiz nervoso como que perdendo a paciência e alterando a voz repetiu.

Juiz - Esses que eu acabei de narrar para o senhor. O senhor não está me ouvindo?

Réu - To ouvindo sim, mas o senhor pode repetir, por favor. Eu não prestei bem atenção.

O juiz, visivelmente irritado, repetiu a leitura da denúncia e insistiu na tal da ventosidade intestinal, mas o réu não alcançava o que ele queria dizer. Resolvi ajudar, embora não devesse, pois não fui eu quem ofereci aquela denúncia estapafúrdia e descabida. Típica de quem não tinha o que fazer.

EU - Excelência, pela ordem. Permite uma observação?

O juiz educado, do tipo que soltou pipa no ventilador de casa e jogou bola de gude no tapete persa do seu apartamento, permitiu, prontamente, minha manifestação.

Juiz - Pois não, doutor promotor. Pode falar. À vontade.

Eu? É só para dizer para o réu que ventosidade intestinal é um peido. Ele não esta entendendo o significado da palavra técnica daquilo que todos nós fazemos: soltar um pum. É disso que a promotora que fez essa denúncia está acusando o senhor.

O juiz ficou constrangido com minhas palavras diretas e objetivas, mas deu aquele riso de canto de boca e reiterou o que eu disse e perguntou, de novo, ao réu se tudo aquilo era verdade e eis que veio a confissão.

Réu - Ahhh, agora sim que eu entendi o que o senhor "meretrício" quer dizer.

O juiz o interrompeu e corrigiu na hora.

Juiz - Meretrício não, meritíssimo.

Pensei comigo: o cara não sabe o que é um peido vai saber o que é um adjetivo (meritíssimo)? Não dá. É muita falta de sensibilidade, mas vamos fazer a audiência. Vamos ver onde isso vai parar. E continuou o juiz.

Juiz - Muito bem. Agora que o doutor Promotor já explicou para o senhor de que o senhor é acusado o que o senhor tem para me dizer sobre esses fatos? São verdadeiros ou não?

Juiz adora esse negócio de verdade real. Ele quer porque quer saber da verdade, sei lá do que.

Réu - Ué, só porque eu soltei um pum o senhor quer me condenar? Vai dizer que o meretrício nunca peidou? Que o Promotor nunca soltou um pum? Que a dona moça aí do seu lado nunca peidou? (ele se referia a secretária do juiz que naquela altura já estava peidando de tanto rir como todos os presentes à audiência).

O juiz, constrangido, pediu a ele que o respeitasse e as pessoas que ali estavam, mas ele insistiu em confessar seu crime.

Réu - Quando eu tentei entrar no banco o segurança pediu para eu abrir minha bolsa quando a porta giratória travou, eu abri. A porta continuou travada e ele pediu para eu levantar a minha blusa, eu levantei. A porta continuou travada. Ele pediu para eu tirar os sapatos eu tirei, mas a porta continuou travada. Aí ele pediu para eu tirar o cinto da calça, eu tirei, mas a porta não abriu. Por último, ele pediu para eu tirar todos os metais que tinha no bolso e a porta continuou não abrindo. O gerente veio e disse que ele podia abrir a porta, mas que ele me revistasse. Eu não sou bandido. Protestei e eles disseram que eu só entraria na agência se fosse revistado e aí eu fingi que deixaria só para poder entrar. Quando ele veio botar a mão em cima de mim me revistando, passando a mão pelo meu corpo, eu fiquei nervoso e, sem querer, soltei um pum na cara dele e ele ficou possesso de raiva e me prendeu. Por isso que estou aqui, mas não fiz de propósito e sim de nervoso. Passei mal com todo aquele constrangimento das pessoas ficarem me olhando como seu eu fosse um bandido e eu não sou. Sou um trabalhador. Peidão sim, mas trabalhador e honesto.

O réu prestou o depoimento constrangido e emocionado e o juiz encerrou o interrogatório. Olhei para o defensor público e percebi que o réu foi muito bem orientado. Tipo: "assume o que fez e joga o peido no ventilador. Conta toda a verdade". O juiz quis passar a oitiva das testemunhas de acusação e eu alertei que estava satisfeito com a prova produzida até então. Em outras palavras: eu não iria ficar ali sentado ouvindo testemunhas falando sobre um cara peidão e um segurança maluco que não tinha o que fazer junto com um gerente despreparado que gosta de constranger os clientes e um juiz que gosta de ouvir sobre o peido alheio. Eu tinha mais o que fazer. Aliás, eu estava até com vontade de soltar um pum, mas precisava ir ao banheiro porque meu pum as vezes pesa e aí já viu, né?

No fundo eu já estava me solidarizando com o pum do réu, tamanho foi o abuso do segurança e do gerente e pior: por colocarem no banco dos réus um homem simples porque praticou uma ventosidade intestinal.

É o cúmulo da falta do que fazer e da burocracia forense, além da distorção do Direito Penal sendo usado como instrumento de coação moral. Nunca imaginei fazer uma audiência por causa de uma, como disse a denúncia, ventosidade intestinal. Até pum neste País está sendo tratado como crime com tanto bandido, corrupto, ladrão andando pelas ruas o judiciário parou para julgar um pum.

Resultado: pedi a absolvição do réu alegando que o fato não era crime, sob pena de termos que ser todos, processados, criminalmente, neste País, inclusive, o juiz que recebeu a denúncia e a promotora que a fez. O juiz, constrangido, absolveu o réu, mas ainda quis fazer discurso chamando a atenção dele, dizendo que não fazia aquilo em público, ou seja, ele é o único ser humano que está nas ruas e quando quer peidar vai em casa rápido, peida e volta para audiência, por exemplo.

É um cara politicamente correto. É o tipo do peidão covarde, ou seja, o que tem medo de peidar. Só peida no banheiro e se não tem banheiro ele se contorce, engole o peido, cruza as perninhas e continua a fazer o que estava fazendo como se nada tivesse acontecido. Afinal, juiz é juiz.

Moral da história: perdemos 3 horas do dia com um processo por causa de um peido. Se contar isso na Inglaterra, com certeza, a Rainha jamais irá acreditar porque ela também, mesmo sendo Rainha? Você sabe.

Rio de Janeiro, 10 de maio de 2012.

Paulo Rangel (Desembargador do Tribunal de Justica do Rio de Janeiro).

O pássaro de nove cabeças

No monte Nieyao existia um pássaro de nove cabeças. Quando um cabeça queria comer, as oito restante disputavam com ela a comida. Elas lutavam, bicando-se mutuamente e ensopando de sangue as penas. No fim, as nove cabeças estavam machucadas e o pássaro não havia conseguido comer nada.

Um pássaro marinho, assistindo a cena, começou a rir.

— Não percebem que a comida que entra pelas nove bocas enche a mesma barriga? Não há razão para que nove cabeças vivam brigando umas com as outras!

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A verdade e a parábola

Conto judaico

Um dia, a Verdade decidiu visitar os homens, sem roupas e sem adornos, tão nua como seu próprio nome.

E todos que a viam lhe viravam as costas de vergonha ou de medo, e ninguém lhe dava as boas-vindas.

Assim, a Verdade percorria os confins da Terra, criticada, rejeitada e desprezada.

Uma tarde, muito desconsolada e triste, encontrou a Parábola, que passeava alegremente, trajando um belo vestido e muito elegante.

— Verdade, por que você está tão abatida? ? perguntou a Parábola.

— Porque devo ser muito feia e antipática, já que os homens me evitam tanto! ? respondeu a amargurada Parábola.

— Que disparate! ? Sorriu a Parábola. ? Não é por isso que os homens evitam você. Tome. Vista algumas das minhas roupas e veja o que acontece.

Então, a Verdade pôs algumas das lindas vestes da Parábola, e, de repente, por toda parte onde passava era bem-vinda e festejada.

Os seres humanos não gostam de encarar a Verdade sem adornos. Eles preferem-na disfarçada.

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Bom coração

No tempo do Buda vivia uma velha mendiga chamada Confiando na Alegria. Ela observava os reis, príncipes e o povo em geral fazendo oferendas ao Buda e a seus discípulos, e não havia nada que quisesse mais do que poder fazer o mesmo. Saiu então pedindo esmolas, mas, no fim do dia não havia conseguido mais do que uma moedinha.

Levou a moedinha ao mercado para tentar trocá-la por algum óleo, mas o vendedor lhe disse que aquilo não dava para comprar nada. Entretanto, quando soube que ela queria fazer uma oferenda ao Buda, encheu-se de pena e deu-lhe o óleo que queria. A mendiga foi para o mosteiro e acendeu a lâmpada. Colocou-a diante do Buda e fez o seguinte pedido: ? Nada tenho a oferecer senão esta pequena lâmpada. Mas, com esta oferenda, possa eu no futuro ser abençoada com a Lâmpada da Sabedoria. Possa eu libertar todos os seres das suas trevas, purificar todos os seus obscurecimentos e levá-los à Iluminação.

Durante a noite, o óleo de todas as lâmpadas havia acabado. Mas a lâmpada da mendiga ainda queimava na alvorada, quando Maudgalyayana ? o discípulo do Buda ? chegou para recolher as lâmpadas. Ao ver aquela única lâmpada ainda brilhando, cheia de óleo e com pavio novo, pensou: 'Não há razão para que essa lâmpada continue ainda queimando durante o dia', e tentou apagar a chama com os dedos, mas foi inútil. Tentou abafá-la com suas vestes, mas ela ainda ardia. O Buda, que o observava há algum tempo, disse: ? Maudgalyayana: você quer apagar essa lâmpada? Não vai conseguir. Não conseguiria nem movê-la daí, que dirá apagá-la. Se jogasse nela toda a água dos oceanos, ainda assim não adiantaria. A água de todos os rios e lagos do mundo não poderia extinguir esta chama.

— Por que não? -- Perguntou o discípulo de Buda.

— Porque ela foi oferecida com devoção e com pureza de coração e de mente. Essa motivação produziu um enorme benefício.

Quando o Buda terminou de falar, a mendiga se aproximou e ele profetizou que no futuro ela se tornaria um Perfeito Buda e seria conhecido como Luz da Lâmpada.

Em tudo, o nosso sentimento é o que importa. A intenção, boa ou má, influencia diretamente nossa vida no futuro. Qualquer ação, por mais simples que seja, se feita com coração, produz benefícios na vida das pessoas.

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O Poder da Validação - Stephen Kanitz

Todo mundo é inseguro, sem exceção. Os super-confiantes simplesmente disfarçam melhor. Não escapam pais, professores, chefes nem colegas de trabalho.

Afinal, ninguém é de ferro. Paulo Autran treme nas bases nos primeiros minutos de cada apresentação, mesmo que a peça que já tenha sido encenada 500 vezes. Só depois da primeira risada, da primeira reação do público, é que o ator se relaxa e parte tranquilo para o resto do espetáculo. Eu, para ser absolutamente sincero, fico inseguro a cada novo artigo que escrevo, e corro desesperado para ver os primeiros e-mails que chegam.

Insegurança é o problema humano número 1. O mundo seria muito menos neurótico, louco e agitado se fôssemos todos um pouco menos inseguros. Trabalharíamos menos, curtiríamos mais a vida, levaríamos a vida mais na esportiva. Mas como reduzir esta insegurança?

Alguns acreditam que estudando mais, ganhando mais, trabalhando mais resolveriam o problema. Ledo engano, por uma simples razão: segurança não depende da gente, depende dos outros. Está totalmente fora do nosso controle. Por isso segurança nunca é conquistada definitivamente, ela é sempre temporária, efêmera.

Segurança depende de um processo que chamo de "validação", embora para os estatísticos o significado seja outro. Validação estatística significa certificar-se de que um dado ou informação é verdadeiro, mas eu uso esse termo para seres humanos. Validar alguém seria confirmar que essa pessoa existe, que ela é real, verdadeira, que ela tem valor.

Todos nós precisamos ser validados pelos outros, constantemente. Alguém tem de dizer que você é bonito ou bonita, por mais bonito ou bonita que você seja. O autoconhecimento, tão decantado por filósofos, não resolve o problema. Ninguém pode autovalidar-se, por definição.

Você sempre será um ninguém, a não ser que outros o validem como alguém. Validar o outro significa confirmá-lo, como dizer: "Você tem significado para mim". Validar é o que um namorado ou namorada faz quando lhe diz: "Gosto de você pelo que você é". Quem cunhou a frase "Por trás de um grande homem existe uma grande mulher" (e vice-versa) provavelmente estava pensando nesse poder de validação que só uma companheira amorosa e presente no dia-a-dia poderá dar.

Um simples olhar, um sorriso, um singelo elogio são suficientes para você validar todo mundo. Estamos tão preocupados com a nossa própria insegurança, que não temos tempo para sair validando os outros. Estamos tão preocupados em mostrar que somos o "máximo", que esquecemos de dizer aos nossos amigos, filhos e cônjuges que o "máximo" são eles. Puxamos o saco de quem não gostamos, esquecemos de validar aqueles que admiramos.

Por falta de validação, criamos um mundo consumista, onde se valoriza o ter e não o ser. Por falta de validação, criamos um mundo onde todos querem mostrar-se, ou dominar os outros em busca de poder.

Validação permite que pessoas sejam aceitas pelo que realmente são, e não pelo que gostaríamos que fossem. Mas, justamente graças à validação, elas começarão a acreditar em si mesmas e crescerão para ser o que queremos.

Se quisermos tornar o mundo menos inseguro e melhor, precisaremos treinar e exercitar uma nova competência: validar alguém todo dia. Um elogio certo, um sorriso, os parabéns na hora certa, uma salva de palmas, um beijo, um dedão para cima, um "valeu, cara, valeu".

Você já validou alguém hoje? Então comece já, por mais inseguro que você esteja.

Stephen Kanitz

Artigo publicado na Revista Veja, edição 1705, ano 34, nº 24, 20 de junho de 2001, pág.22

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Não espere...

Não espere...
Não espere um sorriso para ser gentil,
não espere ser amado para amar.
Não espere ficar sozinho para reconhecer
o valor de quem está a seu lado.
Não espere ficar de luto para reconhecer
quem hoje é importante em sua vida .
Não espere o melhor emprego
para começar a trabalhar.
Não espere a queda para lembrar-se do conselho.
Não espere ...
Não espere a enfermidade para reconhecer
quanto frágil é a vida .
Não espere pessoas perfeitas para então se apaixonar.
Não espere a mágoa para pedir perdão.
Não espere a separação para buscar a reconciliação.
Não espere a dor para acreditar em oração.
Não espere elogios para acreditar em si mesmo.
Não espere ...
Não espere ter tempo para servir.
Não espere que o outro tome a iniciativa
se você foi o culpado.
Não espere o "eu te amo" para dizer "eu também".
Não espere ter dinheiro aos montes
para então contribuir.
Não espere o dia da sua morte sem antes AMAR a vida.
Então, o que você está esperando ??

O Espelho de Gandhi

Perguntaram a Mahatma Gandhi quais são os fatores que destroem os seres humanos. Ele respondeu: "A Política, sem princípios; o Prazer, sem compromisso; a Riqueza, sem trabalho; a Sabedoria, sem caráter; os negócios, sem moral; a Ciência, sem humanidade; a Oração, sem caridade.

A vida me ensinou que as pessoas são amigáveis, se eu sou amável; que as pessoas são tristes, se estou triste; que todos me querem, se eu os quero; que todos são ruins, se eu os odeio; que há rostos sorridentes, se eu lhes sorrio; que há faces amargas, se eu sou amargo; que o mundo está feliz, se eu estou feliz; que as pessoas ficam com raiva quando eu estou com raiva e que as pessoas são gratas, se eu sou grato.

A vida é como um espelho: se você sorri para o espelho, ele sorri de volta. A atitude que eu tome perante a vida é a mesma que a vida vai tomar perante a mim.

Quem quer ser amado, ama. O caminho para a felicidade não é reto. Existem curvas chamadas EQUÍVOCOS, existem semáforos chamados AMIGOS, luzes de cautela chamadas FAMÍLIA, e tudo se consegue se tens: um estepe chamado DECISÃO, um motor poderoso chamado AMOR, um bom seguro chamado FÉ, combustível abundante chamado PACIÊNCIA, mas acima de tudo um motorista habilidoso chamado DEUS!"

Grande Gandhi!

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45 lições que a vida me ensinou

Escrito por Regina Brett, 90 anos de idade, assina uma coluna no The Plain Dealer, Cleveland, Ohio. "Para celebrar o meu envelhecimento, certo dia eu escrevi as 45 lições que a vida me ensinou. É a coluna mais solicitada que eu já escrevi." Meu hodômetro passou dos 90 em agosto, portanto aqui vai a coluna mais uma vez:

  1. A vida não é justa, mas ainda é boa.
  2. Quando estiver em dúvida, dê somente o próximo passo, pequeno .
  3. A vida é muito curta para desperdiçá-la odiando alguém.
  4. Seu trabalho não cuidará de você quando você ficar doente. Seus amigos e familiares cuidarão. Permaneça em contato.
  5. Pague mensalmente seus cartões de crédito.
  6. Você não tem que ganhar todas as vezes. Concorde em discordar.
  7. Chore com alguém. Cura melhor do que chorar sozinho.
  8. É bom ficar bravo com Deus Ele pode suportar isso.
  9. Economize para a aposentadoria começando com seu primeiro salário.
  10. Quanto ao chocolate, é inútil resistir.
  11. Faça as pazes com seu passado, assim ele não atrapalha o presente.
  12. É bom deixar suas crianças verem que você chora.
  13. Não compare sua vida com a dos outros. Você não tem idéia do que é a jornada deles.
  14. Se um relacionamento tiver que ser um segredo, você não deveria entrar nele.
  15. Tudo pode mudar num piscar de olhos Mas não se preocupe; Deus nunca pisca.
  16. Respire fundo. Isso acalma a mente.
  17. Livre-se de qualquer coisa que não seja útil, bonito ou alegre.
  18. Qualquer coisa que não o matar o tornará realmente mais forte.
  19. Nunca é muito tarde para ter uma infância feliz. Mas a segunda vez é por sua conta e ninguém mais.
  20. Quando se trata do que você ama na vida, não aceite um não como resposta.
  21. Acenda as velas, use os lençóis bonitos, use roupa chic. Não guarde isto para uma ocasião especial. Hoje é especial.
  22. Prepare-se mais do que o necessário, depois siga com o fluxo.
  23. Seja excêntrico agora. Não espere pela velhice para vestir roxo.
  24. O órgão sexual mais importante é o cérebro.
  25. Ninguém mais é responsável pela sua felicidade, somente você..
  26. Enquadre todos os assim chamados "desastres" com estas palavras 'Em cinco anos, isto importará?'
  27. Sempre escolha a vida.
  28. Perdoe tudo de todo mundo.
  29. O que outras pessoas pensam de você não é da sua conta.
  30. O tempo cura quase tudo. Dê tempo ao tempo..
  31. Não importa quão boa ou ruim é uma situação, ela mudará.
  32. Não se leve muito a sério. Ninguém faz isso.
  33. Acredite em milagres.
  34. Deus ama você porque ele é Deus, não por causa de qualquer coisa que você fez ou não fez.
  35. Não faça auditoria na vida. Destaque-se e aproveite-a ao máximo agora.
  36. Envelhecer ganha da alternativa -- morrer jovem.
  37. Suas crianças têm apenas uma infância.
  38. Tudo que verdadeiramente importa no final é que você amou.
  39. Saia de casa todos os dias. Os milagres estão esperando em todos os lugares.
  40. Se todos nós colocássemos nossos problemas em uma pilha e víssemos todos os outros como eles são, nós pegaríamos nossos mesmos problemas de volta.
  41. A inveja é uma perda de tempo. Você já tem tudo o que precisa.
  42. O melhor ainda está por vir.
  43. Não importa como você se sente, levante-se, vista-se bem e apareça.
  44. Produza!
  45. A vida não está amarrada com um laço, mas ainda é um presente.

Pai de nossos pais

Fabricio Carpinejar.

Há uma quebra na história familiar onde as idades se acumulam e se sobrepõem e a ordem natural não tem sentido: é quando o filho se torna pai de seu pai.

É quando o pai envelhece e começa a trotear como se estivesse dentro de uma névoa. Lento, devagar, impreciso.

É quando aquele pai que segurava com força nossa mão já não tem como se levantar sozinho. É quando aquele pai, outrora firme e instransponível, enfraquece de vez e demora o dobro da respiração para sair de seu lugar.

É quando aquele pai, que antigamente mandava e ordenava, hoje só suspira, só geme, só procura onde é a porta e onde é a janela - tudo é corredor, tudo é longe.

É quando aquele pai, antes disposto e trabalhador, fracassa ao tirar sua própria roupa e não lembrará de seus remédios.

E nós, como filhos, não faremos outra coisa senão trocar de papel e aceitar que somos responsáveis por aquela vida. Aquela vida que nos gerou depende de nossa vida para morrer em paz.

Todo filho é pai da morte de seu pai.

Ou, quem sabe, a velhice do pai e da mãe seja curiosamente nossa última gravidez. Nosso último ensinamento. Fase para devolver os cuidados que nos foram confiados ao longo de décadas, de retribuir o amor com a amizade da escolta.

E assim como mudamos a casa para atender nossos bebês, tapando tomadas e colocando cercadinhos, vamos alterar a rotina dos móveis para criar os nossos pais.

Uma das primeiras transformações acontece no banheiro.

Seremos pais de nossos pais na hora de pôr uma barra no box do chuveiro.

A barra é emblemática. A barra é simbólica. A barra é inaugurar um cotovelo das águas.

Porque o chuveiro, simples e refrescante, agora é um temporal para os pés idosos de nossos protetores. Não podemos abandoná-los em nenhum momento, inventaremos nossos braços nas paredes.

A casa de quem cuida dos pais tem braços dos filhos pelas paredes. Nossos braços estarão espalhados, sob a forma de corrimões.

Pois envelhecer é andar de mãos dadas com os objetos, envelhecer é subir escada mesmo sem degraus.

Seremos estranhos em nossa residência. Observaremos cada detalhe com pavor e desconhecimento, com dúvida e preocupação. Seremos arquitetos, decoradores, engenheiros frustrados.

Como não previmos que os pais adoecem e precisariam da gente?

Nos arrependeremos dos sofás, das estátuas e do acesso caracol, nos arrependeremos de cada obstáculo e tapete.

E feliz do filho que é pai de seu pai antes da morte, e triste do filho que aparece somente no enterro e não se despede um pouco por dia.

Meu amigo José Klein acompanhou o pai até seus derradeiros minutos.

No hospital, a enfermeira fazia a manobra da cama para a maca, buscando repor os lençóis, quando Zé gritou de sua cadeira:

"Deixa que eu ajudo".

Reuniu suas forças e pegou pela primeira vez seu pai no colo.

Colocou o rosto de seu pai contra seu peito.

Ajeitou em seus ombros o pai consumido pelo câncer: pequeno, enrugado, frágil, tremendo.

Ficou segurando um bom tempo, um tempo equivalente à sua infância, um tempo equivalente à sua adolescência, um bom tempo, um tempo interminável.

Embalou o pai de um lado para o outro.

Aninhou o pai.

Acalmou o pai.

E apenas dizia, sussurrado:

"Estou aqui, estou aqui, pai!"

O que um pai quer apenas ouvir no fim de sua vida é que seu filho está ali.

Espero que tenhamos o privilégio de ser pai de nossos pais !!!

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O que é isso?

Certa tarde, estavam pai e filho no pátio de casa, sentados em um banco embaixo de uma árvore. O filho lia concentrado o seu jornal, enquanto o pai contemplava a natureza. De repente um pequeno pássaro pousou à frente deles. O pai olhou atento e perguntou:

— O que é aquilo?

Então o filho tirou os olhos do jornal, olhou para o pássaro e respondeu:

— Um pardal.

O pai, continuando a olhar o pequeno pássaro, perguntou de novo:

— O que é aquilo?

E o filho novamente respondeu:

— Acabei de lhe dizer pai, é um pardal.

Quando o filho sacudiu o jornal para virar a página, o pássaro se assustou e voou para os galhos da árvore. Minutos depois, o pássaro pousou no chão e o pai questionou novamente:

— O que é aquilo?

O filho, já inquieto, respondeu com grosseria:

— Um pardal! UM PARDAL! Já lhe disse várias vezes, pai, é um PAR-DAL!

O pai, continuando a olhar o pequeno pássaro, pergunta mais uma vez:

— O que é aquilo?

Então o filho perdeu a paciência e, aos berros, respondeu:

— Por que o senhor está fazendo isso comigo, atrapalhando minha leitura? Por quê? Já lhe disse várias vezes que é um pardal, um pardal, que saco!

Nisso o pai se levantou calmamente e o filho, entre nervoso e curioso, perguntou:

— Aonde o senhor vai?

O pai entrou em casa. Logo depois, retornou com uma velha agenda em suas mãos. Procurou uma determinada página e a entregou ao filho, que começou a ler.

Nisso, o pai lhe ordenou:

— Leia em voz alta!

Então o filho começou a ler a agenda na página aberta pelo pai, que dizia:

— Hoje meu filho caçula, que há poucos dias fez três anos de idade, estava comigo no parque quando um pássaro pousou à nossa frente. Meu filho me perguntou 21 vezes o que era aquilo. E eu lhe respondi 21 vezes, com todo carinho, que era um pardal. E cada vez que ele me perguntava, eu respondia com toda alegria do meu coração, e o abraçava a cada pergunta sentindo-me feliz por perceber que a curiosidade daquele inocente criança demonstrava o quanto meu filho era inteligente!

Foi nesse instante que a ficha caiu e o filho largou seu jornal e abraçou seu velho pai, chorando!

Muitas vezes não temos paciência com nossos pais, achando que eles são chatos, caducos e só querem atrapalhar nossa vida. Esquecemos que foram eles que nos orientaram educaram, socorreram, investiram todo seu tempo, paciência e amor para que pudéssemos, um dia, sermos pessoas de bem. E hoje não temos tempo e nem paciência para tratá-los bem.

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Quero, um dia

Quero, um dia, poder dizer às pessoas que nada foi em vão. Que o amor existe, que vale a pena se doar às amizades e às pessoas, que a vida é bela sim, e que eu sempre dei o melhor de mim, e que valeu a pena."

Mário Quintana

Amor

Arthur da Távola

Amor não se implora, não se pede não se espera?
Amor se vive ou não.
Ciúmes é um sentimento inútil. Não torna ninguém fiel a você.
Animais são anjos disfarçados, mandados à terra por Deus para
mostrar ao homem o que é fidelidade.
Crianças aprendem com aquilo que você faz, não com o que você diz.
As pessoas que falam dos outros pra você, vão falar de você para os outros.
Perdoar e esquecer nos torna mais jovens.
Água é um santo remédio.
Deus inventou o choro para o homem não explodir.
Ausência de regras é uma regra que depende do bom senso.
Não existe comida ruim, existe comida mal temperada.
A criatividade caminha junto com a falta de grana.
Ser autêntico é a melhor e única forma de agradar.
Amigos de verdade nunca te abandonam.
O carinho é a melhor arma contra o ódio.
As diferenças tornam a vida mais bonita e colorida.
Há poesia em toda a criação divina.
Deus é o maior poeta de todos os tempos.
A música é a sobremesa da vida.
Acreditar, não faz de ninguém um tolo. Tolo é quem mente.
Filhos são presentes raros.
De tudo, o que fica é o seu nome e as lembranças a cerca de suas ações.
Obrigada, desculpa, por favor, são palavras mágicas, chaves que
abrem portas para uma vida melhor
O amor? Ah, o amor?
O amor quebra barreiras, une facções,
destrói preconceitos,
cura doenças?
Não há vida decente sem amor!
E é certo, quem ama, é muito amado.
E vive a vida mais alegremente?

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Você sabe o que significa família em inglês?

Tropecei em um estranho que passava e lhe pedi perdão.

Ele respondeu: "desculpe-me, por favor; também não a vi."

Fomos muito educados, seguimos nosso caminho e nos despedimos.

Mais tarde, eu estava cozinhando e meu filho estava muito perto de mim.

Ao me virar quase esbarro nele. Imediatamente gritei com ele; ele se retirou sentido, sem que eu notasse quão dura que lhe falei.

Ao me deitar Deus me disse suavemente: "Você tratou a um estranho de forma cortês, mas destratou o filho que você ama.

Vá a cozinha e irá encontrar umas flores no chão, perto da porta.

São as flores que ele cortou e te trouxe: rosa, amarela e azul.

Estava calado para te entregar, para fazer uma surpresa e você não viu as lágrimas que chegaram aos seus olhos..."

Me senti miserável e começei a chorar. Suavemente me aproximei de sua cama e lhe disse: "Acorde querido! Acorde!

Estas são as flores que você cortou para mim?"

Ele sorriu e disse: "Eu as encontrei junto de uma árvore, e as cortei, porque são bonitas como você, em especial a azul."

Filho, sinto muito pelo que disse hoje, não devia gritar com você.

Ele respondeu: "está bem mamãe, te amo de todas as formas." Eu também te amo e adorei as flores, especialmente a azul....

Entenda que se você morrer amanhã, em questão de dias a empresa onde você trabalha cobrirá seu lugar. Porém, a Família que deixamos sentirá a perda pelo resto da vida.

Pense neles, porque geralmente nos entregamos mais ao trabalho que a nossa Família.

Será que não é uma inversão pouco inteligente?

Então, que há detrás desta história?

Você sabe o significado de Família em inglês?

F A M I L Y: "Father And Mother I Love You" (Papai e Mamãe, eu os amo)

Compartilhe essa mensagem com quem você se importa. Se você não fizer, ninguém morrerá, nenhuma tragédia ocorrerá, mas perderá a oportunidade de dizer aos demais: pense mais em sua Família.

QUE DEUS ABENÇÕE A TODAS AS FAMÍLIAS!!!

Ditados populares!

Hoje é domingo pé de cachimbo

E eu imaginava como seria um pé de cachimbo, quando o correto é:

HOJE É DOMINGO PEDE CACHIMBO... Domingo é um dia especial para relaxar e fumar um cachimbo ao invés do tradicional cigarro (para aqueles que fumam, naturalmente...).

E pensamos que repetimos correctamente os "ditados populares"

Diz-se: "Este miúdo não pára quieto, parece que tem bichos carpinteiros". Foi uma grande dúvida na minha infância.... Mas que bicho-carpinteiro? é esse? um bicho pode ser carpinteiro?

Correcto:

"Este miúdo não pára quieto, parece que tem bichos no corpo inteiro" Aí está a resposta ao meu dilema de infância!"

"Batatinha quando nasce, esparrama pelo chão."

Mas o correto é:

"Batatinha quando nasce, espalha a rama pelo chão." Se a batata é um tubérculo subterrâneo, ou seja, nasce enterrada, como ela se esparramaria pelo chão se ela está em baixo dele?"

"Cor de burro quando foge."

O correto é:

"Corro de burro quando foge!"

Este é o pior de todos!

O burro muda de cor quando foge??? De que cor fica??? Porque mudaria de cor???

Outro em que todos erram:

"Quem tem boca vai a Roma."

Bem, esse eu achava que percebia, de um modo errado, mas percebia! Pensava que quem sabia comunicar ia a qualquer lugar!"

O correto é:

"Quem tem boca vaia Roma."

(Isso mesmo, do verbo vaiar).

Outro que toda a gente diz de forma errada:

"Cuspido e escarrado"

Quando alguém quer dizer que é muito parecido com outra pessoa.

O correto é:

"Esculpido em Carrara." (Carrara é um tipo de mármore)

Mais um famoso....

"Quem não tem cão, caça com gato."

Entendia também, de forma errada, mas entendia! Se não tem um cão para ajudar a caçar, utiliza um gato! Embora o gato só faça o que quer, pode ser que nesse dia esteja de bom humor!

O correto é:

"Quem não tem cão, caça como gato" ou seja, sozinho!"

Não me diga que sabia o verdadeiro sentido de algum destes ditados populares?

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Parábola do Carro que Não Gostava de Sorvete

Não importa quão "louco" você possa achar que alguns de nossos clientes possam ser, eles podem estar certos.

Tempos atrás uma queixa foi recebida pela Divisão Pontiac da General Motors em que o cliente relatava a história a seguir:

Esta é a segunda vez que eu escrevo a vocês e não os culpo por não me responderem, porque eu posso parecer louco, mas o fato é que nós temos a tradição, em nossa família, de ter sorvete como sobremesa todas as noites após jantar. Mas o tipo de sorvete varia. Então, todas as noites, após termos jantado, a família vota e escolhe um sabor de sorvete e eu me dirijo até a loja para comprá-lo.

Pois bem, recentemente comprei um novo Pontiac - modelo da General Motors - e desde então minhas idas à loja têm sido um problema.

Toda vez que eu compro sorvete de baunilha, quando eu volto da loja para minha casa, o carro não funciona. Mas se eu levo qualquer outro tipo de sorvete o carro funciona normalmente.

Eu quero que vocês saibam que estou sendo sério em relação a esta questão, não importa quão tola ela pareça: o que acontece com o Pontiac que o faz não funcionar quando eu compro sorvete de baunilha e funciona toda vez que compro outro sabor?

O presidente da Pontiac ficou sem compreender a carta, mas enviou um engenheiro para checar o assunto. Esse ficou surpreso por ter sido recebido por um homem bem-sucedido, educado e de bons relacionamentos.

O técnico, então, combinou de encontrar o homem logo após o jantar. Os dois entraram no carro e se dirigiram até a loja de sorvetes. Naquela noite foi escolhido o sorvete de sabor baunilha, com a certeza de que depois que retornassem ao carro, ele não iria funcionar, e foi o que realmente aconteceu.

O engenheiro retornou por mais três noites. Na primeira noite, o homem escolheu o sabor chocolate. O carro funcionou. Na segunda noite, escolheu morango. O carro funcionou. Na terceira noite, pegou o de baunilha. O carro falhou.

Sendo um homem lógico, o engenheiro recusou-se a acreditar que o carro daquele homem era "alérgico" a baunilha. Sendo assim, combinaram de continuar as visitas até que conseguisse resolver o problema. Então começou a fazer anotações. Anotou todos os tipos de dados, hora do dia, tipo de combustível usado, hora de dirigir, etc.

Em pouco tempo, ele tinha uma pista. O homem levava menos tempo para comprar o sorvete de baunilha do que qualquer outro sabor. Por quê?

O engenheiro percebeu que a resposta estava na disposição dos sorvetes na loja. O sorvete de baunilha, sendo o sabor mais popular, estava numa caixa separada na frente da loja para ser pego rapidamente. Todos os outros sabores eram mantidos nos fundos a loja, num outro balcão, o que acarretava uma demora considerável para pegá-los.

Agora a pergunta para o engenheiro era: por que o carro não queria funcionar quando se levava menos tempo?

Uma vez identificado o problema - não o sorvete de baunilha - o engenheiro veio rapidamente com a resposta. Era a saída do vapor.

Acontecia sempre, todas as noites. O tempo extra para pegar os outros sabores de sorvete deixava o motor esfriar o suficiente para funcionar tranqüilamente. Mas quando o homem pegava o sorvete de baunilha - que estava mais próximo - o motor ainda estava quente para o vapor ter se dissipado.

Moral da historia: Não importa quanto absurda ou maluca possa ser a reclamação de um cliente. Sempre ouça com atenção as reclamações e esteja sempre disponível para resolver seus problemas. Pois como diz o ditado: O cliente sempre tem razão.

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Flores no túmulo

Um Homem estava a colocar flores no túmulo de um parente, quando viu um chinês colocando um prato de arroz na lápide ao lado. Ele vira-se para o chinês e pergunta:

— Desculpe, mas o senhor acha mesmo que o defunto virá comer o arroz?

E o chinês responde:

— Sim, quando o seu vier cheirar as flores.

"Respeitar as opções dos outros é uma das maiores virtudes do ser humano. As pessoas são diferentes, agem e pensam de formas diferentes. Não julgue. Tente apenas compreender."

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Amigos Árabes

Conta uma lenda árabe que dois amigos viajavam pelo deserto certo dia discutiram. Um deles esbofeteou outro, que ofendido e sem nada dizer escreveu na areia "Hoje, meu melhor amigo me bateu no rosto". Mais tarde fizeram as pazes e seguiram viagem. Ao chegar a um oásis resolveram tomar banho. O que havia sido esbofeteado começou a afogar-se, mas o amigo salvou-o. Quando recuperou escreveu numa pedra "Hoje meu melhor amigo salvou-me a vida". Intrigado, o amigo perguntou:

— Por que depois que te bati, você escreveu na areia e agora escreveu na pedra?

Sorrindo, o outro amigo respondeu:

— Quando um grande amigo nos ofende, deveremos escrever na areia, onde o vento do esquecimento e do perdão se encarregam de apagar. Porém quando nos faz algo grandioso, deveremos gravar na pedra da memória do coração, onde vento nenhum do mundo poderá apagar!

Espinho Alheio

Durante a Era Glacial, muitos animais morriam por causa do frio. Os porcos-espinhos, percebendo esta situação, resolveram se juntar em grupos, assim se agasalhavam e se protegiam mutuamente.

Mas os espinhos de cada um feriam os companheiros mais próximos, justamente os que lhes forneciam calor. E, por isso tornavam a se afastar uns dos outros. Voltaram a morrer congelados e precisavam fazer uma escolha: Desapareceriam da face da Terra ou aceitavam os espinhos do semelhante.

Com sabedoria, decidiram voltar e ficar juntos. Aprenderam, assim, a conviver com as pequenas feridas que uma relação muito próxima podia causar, já que o mais importante era o calor do outro.

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Como manter o amor?

Uma mãe e a sua filha estavam a caminhar pela praia. Num certo ponto, a menina disse:

— Como se faz para manter um amor?

A mãe olhou para a filha e respondeu:

— Pega um pouco de areia e fecha a mão com força...

A menina assim fez e reparou que quanto mais forte apertava a areia com a mão com mais velocidade a areia escapava.

— Mamãe, mas assim a areia cai!!!

— Eu sei, agora abre completamente a mão...

A menina assim fez mas veio um vento forte e levou consigo a areia que restava na sua mão.

— Assim também não consigo mantê-la na minha mão!

A mãe, sempre a sorrir disse-lhe:

— Agora pega outra vez um pouco de areia e mantém-na na mão semi aberta como se fosse uma colher... bastante fechada para protegê-la e bastante aberta para lhe dar liberdade.

A menina experimenta e vê que a areia não escapa da mão e está protegida do vento.

— É assim que se faz durar um amor...

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O Senhor Palha

O Sr. Palha era um homem sozinho, não tinha casa, nem mulher, nem filhos.

Era tão pobre que só tinha roupa que trazia vestida. Mal tinha o que comer e era tão magro como um fiapo de palha. Era por isso as pessoas chamavam-lhe Sr. Palha.

Todos os dia o Sr. Palha ia rezar ao templo. Pedia melhor sorte à Deusa da Fortuna, até que um dia ouviu uma voz sussurrar "a primeira coisa que tocares quando saíres do templo vai trazer-te grande fortuna".

Assustado, olhou em volta mas viu que o templo estava vazio. Pensou se estaria louco, ouvindo vozes ... e concluiu que tinha sonhado. Mas mesmo assim, com alguma esperança, resolveu correr para a rua. Nisto tropeçou e rebolou pelos degraus do templo até à rua. Quando se ia a levantar reparou que tinha um fiapo de palha na mão e ao lembrar-se da voz que ouvira, mesmo pensando que não valia nada resolveu guarda-lo. E lá seguiu caminho segurando o seu fiapo de palha.

Pouco depois apareceu uma libélula zumbindo à volta da sua cabeça. Tentou espantá-la, mas não adiantou. A libélula continuava à volta dele. Então pensou: "está bem, se não queres ir embora então fica comigo". Apanhou a libélula, amarrou o fiapo de palha ao rabo dela e continuou a descer a rua.

A caminho do mercado, encontrou uma florista com o filhinho. Vinham de muito longe. O menino estava cansado, suado e todo empoeirado, mas quando viu a libélula zumbindo amarrada no fiapo de palha, seu rostinho se animou:

— Mãe, me dá uma libélula? por favor!

Assim o Sr Palha, com pena do menino, deu-lhe a libélula no fiapo

— É muita bondade sua! - disse a florista - Não tenho nada para lhe dar em troca além de uma rosa.

O Senhor Palha agradeceu e continuou seu caminho, levando a rosa.

Andou mais um pouco e viu um jovem sentado num toco de árvore, segurando a cabeça entre as mãos. Parecia tão infeliz que o Sr Palha lhe perguntou o que havia acontecido.

— Vou pedir a mão da minha namorada em casamento hoje à noite, mas sou tão pobre que não tenho nada para lhe oferecer

— Também sou pobre. Não tenho nada de valor, mas se quiseres podes dar-lhe esta rosa.

O rapaz sorriu alegre ao ver esplêndida rosa.

— Fique com estas três laranjas, por favor. É só o que posso dar em troca.

O Sr Palha continuou, levando as três suculentas laranjas.

A seguir encontrou um mascate, ofegante:

— Estou puxando a carrocinha desde manhã. Estou com tanta sede que acho que vou desmaiar.

— Acho que não há nenhum poço por aqui, mas podes ficar com estas três laranjas.

O mascate ficou tão agradecido que ofereceu um rolo da mais fina seda ao Sr Palha.

— O senhor é muito bondoso. Por favor, aceite esta seda em troca.

E mais uma vez o Sr Palha seguiu pela rua, como o rolo de seda debaixo do braço.

Ao fim de dez passos viu passar uma princesa numa carruagem. A princesa tinha um ar preocupado, mas alegrou-se ao ver o Sr Palha

— Onde arranjou essa seda? É justamente o que estava à procura. Hoje é o aniversário do meu pai e quero dar-lhe um quimono real.

— Já que é aniversário dele, tenho prazer de lhe dar esta seda.

— O senhor é muito generoso - disse a princesa sorrindo - Por favor aceite esta jóia em troca.

A carruagem se afastou, deixando o Senhor Palha segurando uma jóia de inestimável valor brilhando à luz do sol.

Levou a jóia ao mercado, vendeu-a e com o dinheiro comprou uma plantação de arroz. Trabalhou muito, arou, semeou e colheu. Todos os anos a plantação produzia mais arroz. Em pouco tempo o Sr Palha ficou rico. Mas sempre ofereceu arroz aos que tinham fome e ajudava a todos que o procuravam. Muitos diziam que sua sorte tinha começado com um fiapo de palha. Mas não terá sido com a generosidade?

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Viver como as flores

Era uma vez um jovem que caminhava ao lado do seu mestre. Ele perguntou:

— Mestre, como faço para não me aborrecer? Algumas pessoas falam demais, outras são ignorantes. Algumas são indiferentes, outras mentirosas... sofro com as que caluniam...

— Pois viva como as flores! - advertiu o mestre.

— Como é viver como as flores? - perguntou o discípulo.

— Repare nestas flores - continuou o mestre - apontando lírios que cresciam no jardim. Elas nascem no esterco, entretanto são puras e perfumadas. Extraem do adubo malcheiroso tudo que lhes é útil e saudável, mas não permitem que o azedume da terra manche o frescor de suas pétalas...

É justo angustiar-se com as próprias culpas, mas não é sábio permitir que os vícios dos outros nos importunem. Os defeitos deles são deles e não seus. Se não são seus, não há razão para aborrecimento. Exercite, pois, a virtude de rejeitar todo mal que vem de fora... Não se deixe contaminar por tudo aquilo que o rodeia... Assim, você estará vivendo como as flores!

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Oásis

Conta uma popular lenda do Oriente Próximo, que um jovem chegou à beira de um oásis junto a um povoado e, aproximando-se de um velho, perguntou-lhe:

— Que tipo de pessoa vive neste lugar?

— Que tipo de pessoa vivia no lugar de onde você vem? - perguntou por sua vez o ancião.

— Oh, um grupo de egoístas e malvados - replicou o rapaz - estou satisfeito de haver saído de lá.

— A mesma coisa você haverá de encontrar por aqui?replicou o velho.

No mesmo dia, um outro jovem se acercou do oásis para beber água e vendo o ancião perguntou-lhe:

— Que tipo de pessoa vive por aqui?

O velho respondeu com a mesma pergunta: - Que tipo de pessoa vive no lugar de onde você vem?

O rapaz respondeu: - Um magnífico grupo de pessoas, amigas, honestas, hospitaleiras. Fiquei muito triste por ter de deixá-las.

— O mesmo encontrará por aqui - respondeu o ancião.

Um homem que havia escutado as duas conversas perguntou ao velho:

— Como é possível dar respostas tão diferente à mesma pergunta?

Ao que o velho respondeu :

— Cada um carrega no seu coração o meio ambiente em que vive. Aquele que nada encontrou de bom nos lugares por onde passou, não poderá encontrar outra coisa por aqui. Aquele que encontrou amigos ali, também os encontrará aqui, porque, na verdade, a nossa atitude mental é a única coisa na nossa vida sobre a qual podemos manter controle absoluto.

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Desapego

Um cidadão fez voto de desapego e pobreza. Dispôs de todos os seus bens e propriedades, reservou para si apenas duas tangas, e saiu Índia afora em busca de todos os sábios, medindo na verdade o desapego de cada um. Levava apenas uma tanga no corpo e outra para troca, sempre necessário.

Estava convencido de não encontrar quem ganhasse de si em despojamento, quando soube de um velho guru, bem ao norte, aos pés do Himalaia. Tomando as direções, parte ao encontro do velho sábio.

Quando lá chegou, tristeza e decepção! Encontrou terras bem cuidadas, um palácio faustoso, muita riqueza, muita pompa. Indignado, procura pelo guru. Um velho servo lhe diz que ele está em uma ala dos magníficos jardins com seus discípulos, estudando desapego. Como era costume da casa Ter gentileza para com os hóspedes, o servo convida o andarilho para o banho, repouso e refeição, antes de se dirigir à presença do sábio.

Achando tudo muito estranho, o desapegado aceita a sugestão. Toma um bom banho, lava sua tanga usada, coloca-a para secar no quarto e sai em busca do guru. Completamente injuriado, queria contestar e desmascarar aquele que julgava um impostor, pois em sua concepção desapego não combinava com posses. Aproxima-se do grupo, que ouve embevecido as palavras do mestre e fica ruminando um ardil para atacar o guru, quando, correndo feito um doido, chega um dos serviçais gritando:

— Mestre, mestre, o palácio está pegando fogo, um incêndio tomou conta de tudo. O senhor está perdendo uma fortuna! O sábio, impassível, continua sua prédica. O desapegado viajante das duas tangas dá um salto e sai em desabalada carreira, gritando:

— Minha tanga, minha tanga, o fogo está destruindo minha tanga...

Lenda Sioux da Águia e do Falcão!

Conta uma velha lenda dos índios Sioux, que uma vez, Touro Bravo, o mais valente e honrado de todos os jovens guerreiros, e Nuvem Azul, a filha do cacique, uma das mais formosas mulheres da tribo, chegaram de mãos dadas, até a tenda do velho feiticeiro da tribo ...

— Nós nos amamos... e vamos nos casar - disse o jovem.

— E nos amamos tanto que queremos um feitiço, um conselho, ou um talismã... alguma coisa que nos garanta que poderemos ficar sempre juntos... que nos assegure que estaremos um ao lado do outro até encontrarmos a morte. Há algo que possamos fazer?

E o velho emocionado ao vê-los tão jovens, tão apaixonados e tão ansiosos por uma palavra, disse:

— Tem uma coisa a ser feita, mas é uma tarefa muito difícil e sacrificada...

Tu, Nuvem Azul, deves escalar o monte ao norte dessa aldeia, e apenas com uma rede e tuas mãos, deves caçar o falcão mais vigoroso do monte e traze-lo aqui com vida, até o terceiro dia depois da lua cheia.

E tu, Touro Bravo - continuou o feiticeiro - deves escalar a montanha do trono, e lá em cima, encontrarás a mais brava de todas as águias, e somente com as tuas mãos e uma rede, deverás apanhá-la trazendo-a para mim, viva!

Os jovens abraçaram-se com ternura, e logo partiram para cumprir a missão recomendada... no dia estabelecido, à frente da tenda do feiticeiro, os dois esperavam com as aves dentro de um saco.

O velho pediu, que com cuidado as tirassem dos sacos... e viu eram verdadeiramente formosos exemplares...

— E agora o que faremos? - perguntou o jovem - as matamos e depois bebemos a honra de seu sangue?

Ou cozinhamos e depois comemos o valor da sua carne? - propôs a jovem.

— Não! - disse o feiticeiro, apanhem as aves, e amarrem-nas entre si pelas patas com essas fitas de couro... quando as tiverem amarradas, soltem-nas, para que voem livres...

O guerreiro e a jovem fizeram o que lhes foi ordenado, e soltaram os pássaros... a águia e o falcão, tentaram voar mas apenas conseguiram saltar pelo terreno. Minutos depois, irritadas pela incapacidade do voo, as aves arremessavam-se entre si, bicando-se até se machucar.

E o velho disse: Jamais esqueçam o que estão vendo... este é o meu conselho. Vocês são como a águia e o falcão... se estiverem amarrados um ao outro, ainda que por amor, não só viverão arrastando-se, como também, cedo ou tarde, começarão a machucar-se um ao outro... Se quiserem que o amor entre vocês perdure...Voem juntos mas jamais amarrados".

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Ladrão

Conta uma lenda da região do Punjab, que um ladrão entrou numa Quinta e roubou duzentas cebolas. Antes de conseguir fugir, foi preso pelo dono do lugar, que o levou diante de um juiz. O magistrado pronunciou a sentença: pagar dez moedas de ouro. Mas o homem alegou que era uma multa muito alta, e o juiz, então, resolveu oferecer-lhe mais duas alternativas; receber vinte chibatadas, ou comer as duzentas cebolas. O ladrão resolveu comer as duzentas cebolas. Quando chegou à vigésima-quinta, os seus olhos estavam inchados de tanto chorar, e o estômago queimava como o fogo do inferno. Como ainda faltavam 175, e viu que não aguentava o castigo, pediu para receber as vinte chibatadas.

O juiz concordou. Quando o chicote bateu nas suas costas pela décima vez, ele implorou para que parassem de castiga-lo, porque não suportava a dor. O pedido foi aceite, mas o ladrão teve que pagar as dez moedas de ouro.

— Se tivesses aceitado a multa, terias evitado comer as cebolas, e não sofrias com o chicote - disse o juiz. - Mas preferiste o caminho mais difícil, sem entender que, quando se faz algo errado, é melhor pagar logo e esquecer o assunto.

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A Serpente e o Pirilampo

Uma vez uma serpente começou a perseguir um pirilampo. Cheio de medo, o pirilampo fugia rapidamente, mas a serpente continuava atrás dele sem desistir. E isto durou e durou até que no terceiro dia de perseguição o pirilampo, já sem forças, resolveu parar e perguntou à serpente:

— Posso fazer-te três perguntas?

— Não costumo abrir esse precedente, mas já que te vou devorar, podes perguntar...

— Pertenço à tua cadeia alimentar ?

— Não.

— Fiz-te algum mal?

— Não.

— Então porque queres acabar comigo?

— Porque não suporto ver você brilhar...

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Conto Árabe sobre os Sonhos

Uma conhecida anedota árabe conta que um sultão sonhou que havia perdido todos os dentes. Logo que despertou, mandou chamar um adivinho para que interpretasse seu sonho.

— Que desgraça, senhor! - Exclamou o adivinho. - Cada dente caído representa a perda de um parente de vossa majestade.

— Mas que insolente - gritou o sultão, enfurecido. - Como te atreves a dizer-me semelhante coisa? Fora daqui!

Chamou os guardas e ordenou que lhe dessem cem açoites. Mandou que trouxessem outro adivinho e lhe contou sobre o sonho. Este, após ouvir o sultão com atenção, disse-lhe:

— Excelso senhor! Grande felicidade vos está reservada. O sonho significa que haveis de sobreviver a todos os vossos parentes.

A fisionomia do sultão iluminou-se num sorriso, e ele mandou dar cem moedas de ouro ao segundo adivinho. E quando este saía do palácio, um dos cortesãos lhe disse admirado:

— Não é possível! A interpretação que você fez foi a mesma que o seu colega havia feito. Não entendo porque ao primeiro ele pagou com cem açoites e a você com cem moedas de ouro.

— Lembra-te meu amigo - respondeu o adivinho - que tudo depende da maneira de dizer... Um dos grandes desafios da humanidade é aprender a arte de comunicar-se. Da comunicação depende, muitas vezes, a felicidade ou a desgraça, a paz ou a guerra. Que a verdade deve ser dita em qualquer situação, não resta dúvida. Mas a forma com que ela é comunicada é que tem provocado, em alguns casos, grandes problemas.

A verdade pode ser comparada a uma pedra preciosa. Se a lançarmos no rosto de alguém pode ferir, provocando dor e revolta. Mas se a envolvemos em delicada embalagem e a oferecemos com ternura, certamente será aceite com facilidade.

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Deixe o Barro Secar

Certa vez uma menina ganhou um brinquedo no dia do seu aniversário.

Na manhã seguinte, uma amiguinha foi até sua casa para fazer-lhe companhia e brincar. Mas a menina não podia ficar com a amiga, pois tinha que sair com a mãe.

A amiga pediu que a menina a deixasse ficar brincando com seu brinquedo novo até que ela voltasse. Ela não gostou muito da idéia, mas por insistência da mãe, acabou concordando.

Quando retornou para casa, a amiguinha já não estava lá e tinha deixado o brinquedo fora da caixa, todo espalhado e quebrado.

Ela ficou muito brava e queria ir até à casa da amiga para brigar no mesmo instante.

Mas a mãe ponderou:

— Você se lembra daquela vez que um carro jogou lama no seu sapato? Ao chegar em casa você queria limpar imediatamente aquela sujeira, mas sua avó não deixou. Ela falou que você deveria primeiro deixar o barro secar. Depois, ficaria mais fácil limpar...

E prosseguiu dizendo:

— Com a raiva é a mesma coisa. Deixe a raiva secar primeiro, depois ficará bem mais fácil resolver tudo.

Mais tarde, a campainha tocou: era a amiga trazendo um brinquedo novo... Disse que não tinha sido culpa dela, e sim de um menino invejoso que, por maldade, havia quebrado o brinquedo quando ela brincava com ele no jardim.

E a menina respondeu:

— Não faz mal, minha raiva já secou!

Discussões no dia-a-dia, nos relacionamentos e no trabalho podem levar as pessoas a ter sentimentos de raiva. Segure seus ímpetos, deixe o barro secar para somente depois limpa-lo. Assim você não corre o risco de cometer injustiças.

Autor Desconhecido

O Quadro

Um homem muito rico e seu filho tinham grande paixão pela arte.

Tinham de tudo em sua coleção, desde Picasso até Rafael. Muito unidos, sentavam-se juntos para admirar as grandes obras de arte.

Por obra do destino, seu filho foi para guerra. Foi muito valente e morreu numa batalha, quando resgatava outro soldado. O pai recebeu a notícia e sofreu profundamente a morte de seu único filho.

Um mês mais tarde, justo antes do natal, alguém bateu na porta. Um jovem com uma grande tela em suas mãos disse ao pai:

"Senhor você não me conhece, mas eu sou o soldado por quem seu filho deu a vida. Ele salvou muitas vidas naquele dia e estava me levando a um lugar seguro quando uma bala lhe atravessou o peito morrendo, assim, instantaneamente. Ele falava muito do senhor e de seu amor pela arte".

E o rapaz estendeu os braços para entregar-lhe a tela:

"Eu sei que não é muito, e eu não sou um grande artista, mas sei também que seu filho gostaria que você recebesse isto".

O pai abriu a tela. Era um retrato de seu filho, pintado pelo jovem soldado.

Ele olhou com profunda admiração a maneira em que o soldado havia capturado a personalidade de seu filho na pintura. O pai estava tão atraído pela expressão dos olhos de seu filho, que seus próprios olhos se encheram de lágrimas.

Ele agradeceu ao jovem soldado e ofereceu pagar-lhe pela pintura.

"Não, senhor, eu nunca poderia pagar-lhe o que seu filho fez por mim. Esta pintura é um presente".

O pai colocou a tela à frente de suas grandes obras de arte. Cada vez que alguém visitava sua casa ele mostrava o retrato do filho antes de mostrar sua famosa galeria.

O homem morreu alguns meses mais tarde e se anunciou um leilão de todas as suas obras de arte. Muita gente importante e influente compareceu com grandes expectativas de comprar verdadeiras obras de arte. Em exposição estava o retrato do filho.

O leiloeiro bateu seu martelo para dar início ao leilão.

"Começaremos o leilão com o retrato O FILHO. Quanto me oferecem por este quadro?"

Um grande silêncio...Então um grito do fundo da sala:

"Queremos ver as pinturas famosas!!! Esqueça-se desta!!!".

O leiloeiro insistiu:

"Alguém oferece algo por essa pintura?? $100? $200?"

Mais uma vez outra voz:

"Não viemos por esta pintura! Viemos por Van Gogh, Picasso... Vamos às ofertas de verdade!"

Mesmo assim o leiloeiro continuou...

"O FILHO!!! O FILHO!!! Quem leva o filho?"

Finalmente, uma voz:

"Eu dou $10 pela pintura".

Era o velho jardineiro da casa. Sendo um homem muito pobre, esse era o único dinheiro que podia oferecer.

"Temos $10! quem dá $20?" - gritou o leiloeiro.

As pessoas já estavam irritadas, não queriam a pintura do filho, queriam as que realmente eram valiosas, para completarem suas coleções. Então o leiloeiro bateu o martelo:

"Dou-lhe uma, dou-lhe duas, vendida por $10!!!"

"Agora vamos começar com a coleção!!!" - gritou um.

O leiloeiro soltou seu martelo e disse:

"Sinto muito damas e cavalheiros, mas o leilão chegou ao seu final.

Quando me chamaram para fazer o leilão, havia um segredo estipulado no testamento do dono. Não seria permitido revelar esse segredo até esse exato momento. Somente a pintura "O Filho" seria leiloada. Aquele que a comprasse, herdaria absolutamente todas as posses deste homem, inclusive as famosas pinturas. O homem que comprou O FILHO fica com tudo!"

Autor Desconhecido

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Precisa-se: de Matéria Prima para construir um País

João Ubaldo Ribeiro

A crença geral anterior era a de que Collor não servia, bem como Itamar e Fernando Henrique. Agora dizemos que Lula não serve. E o que vier depois de Lula também não servirá para nada. Por isso estou começando a suspeitar que o problema não está no ladrão corrupto que foi Collor, ou na farsa que é o Lula.

O problema está em nós. Nós como POVO. Nós como matéria prima de um País. Porque pertenço a um País onde a "ESPERTEZA" é a moeda que sempre é valorizada, tanto ou mais do que o dólar. Um País onde ficar rico da noite para o dia é uma virtude mais apreciada do que formar uma família, baseada em valores e respeito aos demais. Pertenço a um País onde, lamentavelmente, os jornais jamais poderão ser vendidos como em outros Países, isto é, pondo umas caixas nas calçadas onde se paga por um só jornal E SE TIRA UM SÓ JORNAL, DEIXANDO OS DEMAIS ONDE ESTÃO.

Pertenço ao País onde as "EMPRESAS PRIVADAS" são papelarias particulares de seus empregados desonestos, que levam para casa, como se fosse correto, folhas de papel, lápis, canetas, clipes e tudo o que possa ser útil para o trabalho dos filhos... e para eles mesmos. Pertenço a um País onde a gente se sente o máximo porque conseguiu "puxar" a tevê a cabo do vizinho, onde a gente frauda a declaração de Imposto de Renda para não pagar ou pagar menos impostos.

Pertenço a um País onde a impontualidade é um hábito. Onde os diretores das empresas não valorizam o capital humano. Onde há pouco interesse pela ecologia, onde as pessoas atiram lixo nas ruas e depois reclama do governo por não limpar os esgotos. Onde pessoas fazem "gatos" para roubar luz e água e nos queixamos de como esses serviços estão caros. Onde não existe a cultura pela leitura (exemplo maior nosso atual Presidente, que recentemente falou que é "muito chato ter que ler") e não há consciência nem memória política, histórica nem econômica. Onde nossos congressistas trabalham dois dias por semana para aprovar projetos e leis que só servem para afundar os que não têm, encher o saco dos que têm pouco e beneficiar só a alguns.

Pertenço a um País onde as carteiras de motorista e os certificados médicos podem ser "comprados", sem fazer nenhum exame. Um País onde uma pessoa de idade avançada, ou uma mulher com uma criança nos braços, ou um inválido, fica em pé no ônibus, enquanto a pessoa que está sentada finge que dorme para não dar o lugar. Um País no qual a prioridade de passagem é para o carro e não para o pedestre.

Um País onde fazemos um monte de coisa errada, mas nos esbaldamos em criticar nossos governantes. Quanto mais analiso os defeitos do Fernando Henrique e do "Lula", melhor me sinto como pessoa, apesar de que ainda ontem "molhei" a mão de um guarda de trânsito para não ser multado. Quanto mais digo o quanto o Dirceu é culpado, melhor sou eu como brasileiro, apesar de ainda hoje de manhã passei para trás um cliente através de uma fraude, o que me ajudou a pagar algumas dívidas. Não. Não. Não. Já basta.

Como "Matéria Prima" de um País, temos muitas coisas boas, mas nos falta muito para sermos os homens e mulheres que nosso País precisa. Esses defeitos, essa "ESPERTEZA BRASILEIRA" congênita, essa desonestidade em pequena escala, que depois cresce e evolui até converter-se em casos de escândalo, essa falta de qualidade humana, mais do que Collor, Itamar, Fernando Henrique ou Lula, é que é real e honestamente ruim, porque todos eles são brasileiros como nós, ELEITOS POR NÓS. Nascidos aqui, não em outra parte...

Entristeço-me. Porque, ainda que Lula renunciasse hoje mesmo, o próximo presidente que o suceder terá que continuar trabalhando com a mesma matéria prima defeituosa que, como povo, somos nós mesmos. E não poderá fazer nada... Não tenho nenhuma garantia de que alguém o possa fazer melhor, mas enquanto alguém não sinalizar um caminho destinado a erradicar primeiro os vícios que temos como povo, ninguém servirá. Nem serviu Collor, nem serviu Itamar, não serviu Fernando Henrique, e nem serve Lula, nem servirá o que vier.

Qual é a alternativa? Precisamos de mais um ditador, para que nos faça cumprir a lei com a força e por meio do terror? Aqui faz falta outra coisa. E enquanto essa "outra coisa" não comece a surgir de baixo para cima, ou de cima para baixo, ou do centro para os lados, ou como queiram, seguiremos igualmente condenados, igualmente estancados... igualmente sacaneados!!! É muito gostoso ser brasileiro. Mas quando essa brasilidade autóctone começa a ser um empecilho às nossas possibilidades de desenvolvimento como Nação, aí a coisa muda... Não esperemos acender uma vela a todos os Santos, a ver se nos mandam um Messias.

Nós temos que mudar, um novo governador com os mesmos brasileiros não poderá fazer nada. Está muito claro... Somos nós os que temos que mudar. Sim, creio que isso encaixa muito bem em tudo o que anda nos acontecendo: desculpamos a mediocridade mediante programas de televisão nefastos e francamente tolerantes com o fracasso. É a indústria da desculpa e da estupidez.

Agora, depois desta mensagem, francamente decidi procurar o responsável, não para castigá-lo, senão para exigir-lhe (sim, exigir-lhe) que melhore seu comportamento e que não se faça de surdo, de desentendido. Sim, decidi procurar o responsável e ESTOU SEGURO QUE O ENCONTRAREI QUANDO EU OLHAR-ME NO ESPELHO. AÍ ESTÁ. NÃO PRECISO PROCURÁ-LO EM OUTRO LADO.

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Você sabe o que é "GRATIDÃO"?

A foto mostra uma cadela Doberman lambendo um bombeiro exausto. Ele tinha acabado de salvá-la de um incêndio em sua casa, resgatando-a e levando-a para o gramado da frente.

Ela estava prenha. O bombeiro teve medo dela no início, pois nunca antes ele tinha resgatado um doberman. Quando finalmente o fogo foi extinto, o bombeiro sentou na grama pra recuperar o fôlego e descansar.

Um fotógrafo do jornal "The Observer", notou o doberman olhando para o bombeiro. Ele a viu andar na direção dele e se perguntou o que a cachorra iria fazer. Enquanto o fotógrafo levantava a câmera, ela se aproximou do bombeiro que tinha salvo sua vida e as dos seus filhos e beijou-o. Veja porque uma imagem vale mais do que mil palavras.

E ainda existem pessoas que acham que o animal não tem nada a nos ensinar...

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Texto escrito por um brasileiro que vive na Europa

Já vai para 18 anos que estou aqui na Volvo, uma empresa sueca. Trabalhar com eles é uma convivência, no mínimo, interessante. Qualquer projeto aqui demora 2 anos para se concretizar, mesmo que a idéia seja brilhante e simples. É regra. Então, nos processos globais, nós (brasileiros, americanos, australianos, asiáticos) ficamos aflitos por resultados imediatos, uma ansiedade generalizada. Porém, nosso senso de urgência não surte qualquer efeito neste prazo.

Os suecos discutem, discutem, fazem "n" reuniões, ponderações. E trabalham num esquema bem mais "slow down". O pior é constatar que, no final, acaba sempre dando certo no tempo deles com a maturidade da tecnologia e da necessidade: bem pouco se perde aqui.

E vejo assim:

  1. O país é do tamanho de São Paulo;
  2. O país tem 2 milhões de habitantes;
  3. Sua maior cidade, Estocolmo, tem 500.000 habitantes (compare com Curitiba, que tem 2 milhões);
  4. Empresas de capital sueco: Volvo, Scania, Ericsson, Electrolux, ABB, Nokia, Nobel Biocare... Nada mal, não?
  5. Para ter uma idéia, a Volvo fabrica os motores propulsores para os foguetes da NASA.

Digo para os demais nestes nossos grupos globais: os suecos podem estar errados, mas são eles que pagam nossos salários.

Entretanto, vale salientar que não conheço um povo, como povo mesmo, que tenha mais cultura coletiva do que eles. Vou contar para vocês uma breve só para dar noção.

A primeira vez que fui para lá, em 90, um dos colegas suecos me pegava no hotel toda manhã. Era setembro, frio, nevasca. Chegávamos cedo na Volvo e ele estacionava o carro bem longe da porta de entrada (são 2.000 funcionários de carro). No primeiro dia não disse nada, no segundo, no terceiro... Depois, com um pouco mais de intimidade, numa manhã, perguntei:

"Você tem lugar demarcado para estacionar aqui? Notei que chegamos cedo, o estacionamento vazio e você deixa o carro lá no final."

Ele me respondeu simples assim: "É que chegamos cedo, então temos tempo de caminhar - quem chegar mais tarde já vai estar atrasado, melhor que fique mais perto da porta. Você não acha?"

Olha a minha cara! Ainda bem que tive esta na primeira. Deu para rever bastante os meus conceitos.

Há um grande movimento na Europa hoje, chamado Slow Food. A Slow Food International Association - cujo símbolo é um caracol, tem sua base na Itália ( o site, é muito interessante. Veja-o! ). O que o movimento Slow Food prega é que as pessoas devem comer e beber devagar,saboreando os alimentos, "curtindo" seu preparo, no convívio com a família, com amigos, sem pressa e com qualidade.

A idéia é a de se contrapor ao espírito do Fast Food e o que ele representa como estilo de vida em que o americano endeusificou.

A surpresa, porém, é que esse movimento do Slow Food está servindo de base para um movimento mais amplo chamado Slow Europe como salientou a revista Business Week numa edição européia.

A base de tudo está no questionamento da "pressa" e da "loucura" gerada pela globalização, pelo apelo à "quantidade do ter" em contraposição à qualidade de vida ou à "qualidade do ser".

Segundo a Business Week, os trabalhadores franceses, embora trabalhem menos horas( 35 horas por semana ) são mais produtivos que seus colegas americanos ou ingleses.

E os alemães, que em muitas empresas instituíram uma semana de 28,8 horas de trabalho, viram sua produtividade crescer nada menos que 20%.

Essa chamada "slow atitude" está chamando a atenção até dos americanos, apologistas do "Fast" (rápido) e do "Do it now" (faça já).

Portanto, essa "atitude sem-pressa" não significa fazer menos, nem ter menor produtividade.

Significa, sim, fazer as coisas e trabalhar com mais "qualidade" e "produtividade" com maior perfeição, atenção aos detalhes e com menos "stress".

Significa retomar os valores da família, dos amigos, do tempo livre, do lazer, das pequenas comunidades, do "local", presente e concreto em contraposição ao "global" - indefinido e anônimo. Significa a retomada dos valores essenciais do ser humano, dos pequenos prazeres do cotidiano, da simplicidade de viver e conviver e até da religião e da fé.

Significa um ambiente de trabalho menos coercitivo, mais alegre, mais "leve" e, portanto, mais produtivo onde seres humanos, felizes, fazem com prazer, o que sabem fazer de melhor.

Gostaria de que você pensasse um pouco sobre isso...

Será que os velhos ditados "Devagar se vai ao longe" ou ainda "A pressa é inimiga da perfeição" não merecem novamente nossa atenção nestes tempos de desenfreada loucura?

Será que nossas empresas não deveriam também pensar em programas sérios de "qualidade sem-pressa" até para aumentar a produtividade e qualidade de nossos produtos e serviços sem a necessária perda da "qualidade do ser"?

No filme "Perfume de Mulher", há uma cena inesquecível, em que um personagem cego, vivido por Al Pacino, tira uma moça para dançar e ela responde:

"Não posso, porque meu noivo vai chegar em poucos minutos."

"Mas em um momento se vive uma vida" - responde ele, conduzindo-a num passo de tango.

E esta pequena cena é o momento mais bonito do filme.

Algumas pessoas vivem correndo atrás do tempo, mas parece que só alcançam quando morrem enfartados, ou algo assim.

Para outros, o tempo demora a passar; ficam ansiosos com o futuro e se esquecem de viver o presente, que é o único tempo que existe.

Tempo todo mundo tem, por igual!

Ninguém tem mais nem menos que 24 horas por dia. A diferença é o que cada um faz do seu tempo. Precisamos saber aproveitar cada momento, porque, como disse John Lennon:

"A vida é aquilo que acontece enquanto fazemos planos para o futuro"...

Parabéns por ter lido até o final!

Muitos não lerão esta mensagem até o final, porque não podem "perder" o seu tempo neste mundo globalizado.

Pense e reflita, até que ponto vale a pena deixar de curtir sua família.De ficar com a pessoa amada, ir pescar no fim de semana ou outras coisas...

Poderá ser tarde demais!

Saber aprender para sobreviver...

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Carta de um desempregado

Esta carta foi escrita há 120 anos por um desempregado cuja maior ambição era ser pintor, porém vendeu apenas um quadro em vida. O sobrinho deste homem passou-a a Humberto Borges, jornalista, numa tarde em Amsterdan. Ele a traduziu do francês e a publicou. É uma obra-prima tão valiosa quanto os quadros daquele homem no desvio chamado Vincent Van Gogh


Caro Theo:

Eu estou escrevendo para você com alguma relutância; não tendo escrito há tanto tempo por muitas razões. De certo modo você se tornou um estranho para mim e eu o mesmo para você, mais do que você possa pensar. Provavelmente eu não estaria escrevendo agora se você não tivesse dado motivo. Em Etten, soube que você mandou 50 francos para mim. Bem, eu aceitei, certamente com relutância, sentindo bastante melancolia, mas estou encurralado contra um muro de pedra, numa espécie de confusão. Como poderia ser de outra maneira ? Portanto, estou escrevendo para agradecer.

Involuntariamente eu me tornei uma espécie de personagem impossível e suspeito para a família. No mínimo, alguém em quem eles não confiam. Desta maneira, como eu poderia servir para alguém ?

Portanto, penso que é mais razoável manter uma distância conveniente. Deixo de existir para todos vocês.

A adversidade é para o homem o mesmo que a muda é para os pássaros. Alguém pode estar no tempo de muda para emergir renovado do sofrimento, mas isso não é absolutamente divertido e não deve ocorrer em público. A única coisa a fazer é se isolar. Assim seja. É muito difícil, agora, reconquistar a confiança da família, a qual não está livre dos preconceitos sobre as qualidades de ser bom tom e honorável. Mas não perco a esperança de conseguir uma compreensão cordial renovada entre nós. Um entendimento cordial é infinitamente melhor que mal-entendidos. Agora preciso aborrecê-lo com certas coisas abstratas, mas espero que seja paciente.

Eu sou um homem de paixões, capaz de fazer coisas mais ou menos extravagantes, das quais às vezes me arrependo. Nesses momentos, falo e me comporto impetuosamente, quando seria melhor ter paciência e esperar. Eu penso que as outras pessoas muitas vezes cometem os mesmos erros. O problema é orientar esses sentimentos para coisas boas. Por exemplo, para citar uma delas: eu tenho uma paixão mais ou menos irresistível por livros e quero estudar tanto quanto sinto necessidade de pão. Você certamente é capaz de entender isso. Na vizinhança de pinturas e outras obras de arte, tenho uma paixão violenta por elas, atingindo o pico do entusiasmo. Talvez você recorde que eu sei bem quem foi Rembrant, ou Millet, ou Jules Dupré, ou Delacroix, ou Millais, ou Mr. Maris. Agora eu não os tenho por perto. Contudo, naquela coisa chamada ALMA, que dizem nunca morrer, continua viva e procura para sempre. Portanto, em vez de dar lugar à saudade (da Holanda) eu disse para mim mesmo: "aquela terra ou a sua terra natal é qualquer lugar." Assim, em vez de ficar no desespero, escolhi parte ativa da melancolia. Eu prefiro a aspiração e a procura, em vez da estagnação e do desespero. Atualmente aquele que está absorvido em tudo isso é excêntrico e comete pecados contra costumes e convenções sociais sem perceber. Isso é uma pena,quando é levado a mal. Vocês sabem que eu tenho negligenciado minha aparência e admito que é chocante. Mas veja aqui, a pobreza e a necessidade têm suas partes na causa, além do profundo desencorajamento. Isto serve, porém, algumas vezes, como uma boa maneira de assegurar a solidão necessária à concentração e ao estudo. Há mais de cinco anos, eu não sei exatamente quanto tempo, tenho estado sem emprego, vagando daqui para acolá. Você me disse que eu decaio, deterioro, que não faço nada. A verdade é que ocasionalmente ganho meu pedaço de pão e, ocasionalmente, recebo este pão dos amigos, por caridade. Vivo como posso, como a sorte me permite. Perdi a confiança de muitos, minhas finanças estão num estado triste, o futuro parece apenas bastante melancólico; eu deveria ter me saído melhor. É verdade que perdi tempo em termos de ganhar meu pão, que meus estudos estão numa condição sem esperanças, que minhas necessidades são infinitamente maiores que minhas posses. Mas é a isso que você chama de decadência , de não fazer nada ?

Mas devo ser coerente com o caminho que escolhi. Se eu não fizer nada, não estudar, não continuar procurando, estarei perdido. Então serei a dor. É assim que vejo a coisa. Talvez você pergunte qual o meu propósito definitivo ? Esse propósito se tornou mais definitivo. Devo desenvolver-me devagar, mas seguramente, como o traço duro se transforma em desenho e o desenho em pintura pouco a pouco, trabalhando sério, ponderando sobre a idéia, até fixá-la através do pensamento...

Uma das razões pela qual estou desempregado há anos é simplesmente porque minhas idéias são diferentes e os gentlemans dão lugares aos homens que pensam como eles. Não é meramente uma questão de roupas que eles têm hipocritamente censurado em mim. É algo mais sério, eu lhe asseguro. Você acha que eu mudei, que eu não sou mais o mesmo. O que mudou foi a minha vida, mas no íntimo, minha maneira de ver as coisas, minha maneira de pensar não mudaram muito. Se houve alguma mudança, é que penso, acredito e amo muito mais seriamente agora do que pensava, acreditava e amava antes. Você não deve pensar que eu renego as coisas - eu sou bastante fiel na minha infidelidade - e, embora mudado, eu sou o mesmo. Minha única ansiedade é saber que posso ser útil ao mundo. Eu me sinto aprisionado pela pobreza, excluído da participação em certos trabalhos e certas necessidades estão além de minhas posses. Eis a razão para eu ser algo melancólico. Então, sinto um vazio onde deveria haver amizade, um terrível desencorajamento corroendo a verdadeira energia moral. E o destino parece erguer uma barreira diante dos instintos de afeição e uma chocante inundação de desgosto envolve a gente. Por quanto tempo, meu Deus ????

Talvez haja uma grande chama da nossa alma , talvez ninguém mais venha se aquecer junto dela e o passante seja apenas uma pluma de fumaça saindo da chaminé e seguindo seu caminho. Mas alguém deve zelar por esse fogo interior, temperando a si mesmo; esperar pacientemente pela hora em que outra pessoa sente-se junto a esse fogo, talvez para ficar. Deixe que aquele que acredita em Deus possa esperar pela hora em que isso aconteça , mas por enquanto parece que essa coisa está indo muito mal comigo: e tem sido assim ppor um tempo considerável. Talvez continue assim no futuro. Mas pode ser que um dia as coisas corram bem. Se as minhas idéias são impossíveis ou infantis, eu espero poder escapar delas. Não quero nada melhor. Mas é isso que penso aproximadamente a respeito do assunto. Em "Um Filósofo no Telhado", de Souvestre, você saberá como um homem do povo, um simples e miserável trabalhador imagina o seu próprio país. Talvez você nunca tenha pensado no seu país como ele realmente é. É tudo a sua volta, tudo o que te alimentou, o que te fez crescer, tudo o que você amou; os campos que você viu, aquelas casas, aquelas árvores, aquelas garotas que passavam sorrindo -isso é o seu país. É também as leis que o protegem, o pão que compensa o trabalho, as palavras que dizes, a alegria e a dor do povo que chegam a ti e as coisas entre as quais vives. Vejas, tu o respiras por toda parte. Imagina todos os direitos e deveres, afeições e necessidades, memórias e gratidões; junta tudo em um só nome e este será o nome do teu país. Desta maneira eu penso que tudo de realmente bom e belo, de fundo moral e espiritual e de sublime beleza no homem e em seus trabalhos, vem tudo de Deus. E tudo de ruim, de mal e errado, não vem de Deus e Deus não aprova isso. Mas eu sempre pensei que a melhor maneira de conhecer Deus é amar muitas coisas. Amar um amigo, uma esposa, alguma coisa. Seja lá o que você goste e estará no caminho de saber mais sobre Ele. É isto o que digo a mim mesmo. Mas deve-se amar com profunda e sublime simpatia, com força e com inteligência e deve-se sempre tentar saber mais profundamente. Isso leva a Deus; leva a uma fé irremovível. Eu escrevo mais ou menos à esmo tudo o que me aflui à pena. Eu me sentiria bastante contente se você pudesse ver em mim alo mais que um desocupado. Há duas espécies de inatividade, as quais têm grandes contrastes entre si. Existe o desocupado por indolência, por falta de caráter, pela essência de sua natureza. Se você quiser, pode me tomar por um deles. Mas existe o homem que é desocupado a despeito de si próprio, que interiormente é consumido por uma grande necessidade de ação, mas não faz nada porque para ele é impossível fazer qualquer coisa, porque ele se sente prisioneiro em uma jaula, porque ele não possui o que precisa para ser produtivo, porque as circunstâncias o levam inevitavelmente a esse ponto.

Um pássaro preso na primavera sabe muito bem que deve servir para algum fim; ele está consciente de que há algo que deve fazer, mas não pode. O que é isso ? - Ele quase não consegue lembrar. Então algumas idéias vagas lhe ocorrem; diz a si mesmo que os outros constroem ninhos e poem ovos fazendo nascer outros pequeninos e ele bate a cabeça contra as barras da gaiola. A prisão permanece e o pássaro é enlouquecido pela angústia. ..

Você sabe o que liberta alguém do cativeiro ? É toda a profunda e séria afeição. Amar, ser amigo, ser irmão. Eis o que abre a prisão, por alguma força mágica. Sem isso permanece a clausura. A prisão é também o preconceito, o mal entendido, a ignorância, a desconfiança, a falsa vergonha...

Mas pra falar de outras coisas, se eu por acaso puder fazer algo por você, quero que saiba que estou à sua disposição. Como aceitei o que você me deu, gostaria de que você recorresse à mim, caso necessite de algum serviço. Isto me faria feliz; seria uma prova de confiança. Nós estamos bastante separados, talvez tenhamos visões diferentes sobre algumas coisas mas, apesar de tudo, talvez chegue a hora em que possamos ser de alguma valia um para o outro. Agora aperto sua mão, agradecendo novamente pelo auxílio que você me deu.

Sempre seu,

Vincent

Amizade vale ouro!

A gente nasce sem pedir e morre sem querer.
Por isso, tem que aproveitar o intervalo e fazer boas ações!

AMIZADE VALE OURO!

Passados mais de 50 anos, eis o que se aprende da Vida, vivida neste mundo de viventes:
O Tempo passa;
A vida acontece;
A distância separa;
As crianças crescem;
Os empregos vão e vêem;
O amor fica mais distante;
As pessoas fazem o que deveriam fazer;
O coração pode se romper;
Os pais se vão, também;
Os colegas esquecem os favores;
As carreiras terminam.
Mas, os verdadeiros Amigos estarão sempre com Você, não importa quanto tempo e quantos quilômetros estejam entre vocês. Um Amigo nunca está mais distante do que o alcance de uma necessidade,
torcendo por você, intervindo a seu favor e esperando você de braços abertos; abençoando
sua vida!
Todos, quando iniciamos esta aventura chamada vida, não sabíamos das incríveis alegrias ou tristezas que estavam adiante, nem sabíamos o quanto precisaríamos uns dos outros.
A amizade não se resume só em horas boas, alegrias e festas. Amigo é para todas as horas, boas ou ruins, tristes ou alegres.

CONSERVAR OS BONS AMIGOS!

PERDOAR AS DESAVENÇAS, SE AS HOUVE; PROCURAR FICAR DO LADO DOS AMIGOS. AMIZADE SINCERA É MESMO VALIOSA!

AOS AMIGOS DE OURO!

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O silêncio dos lobos

Pense em alguém que seja poderoso?

Essa pessoa briga e grita como uma galinha, ou olha e silencia, como um lobo?

Lobos não gritam.

Eles têm a aura de força e poder.

Observam em silêncio.

Somente os poderosos, sejam lobos, homens ou mulheres, respondem a um ataque verbal com o silêncio.

Além disso, quem evita dizer tudo o que tem vontade, raramente se arrepende por magoar alguém com palavras ásperas e impensadas.

Exatamente por isso, o primeiro e mais óbvio sinal de poder sobre si mesmo é o silêncio em momentos críticos.

Se você está em silêncio, olhando para o problema, mostra que está pensando, sem tempo para debates fúteis.

Se for uma discussão que já deixou o terreno da razão, quem silencia mostra que já venceu, mesmo quando o outro lado insiste em gritar a sua derrota.

Olhe.

Sorria.

Silencie.

Vá em frente.

Lembre-se de que há momentos de falar e há momentos de silenciar.

Escolha qual desses momentos é o correto, mesmo que tenha que se esforçar para isso.

Por alguma razão, provavelmente cultural, somos treinados para a (falsa) ideia de que somos obrigados a responder a todas as perguntas e reagir a todos os ataques.

Não é verdade !

Você responde somente ao que quer responder e reage somente ao que quer reagir.

Você nem mesmo é obrigado a atender seu telefone pessoal.

Falar é uma escolha, não uma exigência, por mais que assim o pareça.

Você pode escolher o silêncio.

Além disso, você não terá que se arrepender por coisas ditas em momentos impensados, como defendeu Xenocrates, mais de trezentos anos antes de Cristo, ao afirmar: "Me arrependo de coisas que disse, mas jamais do meu silêncio".

Responda com o silêncio, quando for necessário.

Use sorrisos, não sorrisos sarcásticos, mas reais.

Use o olhar, use um abraço ou use qualquer outra coisa para não responder em alguns momentos.

Você verá que o silêncio pode ser a mais poderosa das respostas.

E, no momento certo, a mais compreensiva e real delas. ?

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Entenda estas palavras

Adeus: É quando o coração que parte deixa a metade com quem fica.

Amigo: É alguém que fica para ajudar quando todo mundo se afasta.

Amor ao próximo: É quando o estranho passa a ser o amigo que ainda não abraçamos.

Caridade: É quando a gente está com fome, só tem uma bolacha e reparte.

Carinho: É quando a gente não encontra nenhuma palavra para expressar o que sente e fala com as mãos, colocando o afago em cada dedo.

Ciúme: É quando o coração fica apertado porque não confia em si mesmo.

Cordialidade: É quando amamos muito uma pessoa e tratamos todo mundo da maneira que a tratamos.

Entendimento: É quando um velhinho caminha devagar na nossa frente e a gente estando apressado não reclama.

Evangelho: É um livro que só se lê bem com o coração.

Evolução: É quando a gente está lá na frente e sente vontade de buscar quem ficou para trás.

: É quando a gente diz que vai escalar um Everest e o coração já o considera feito.

Filhos: É quando Deus entrega uma joia em nossa mão e recomenda cuidá-lá.

Fome: É quando o estômago manda um pedido para a boca e ela silencia.

Inimizade: É quando a gente empurra a linha do afeto para bem distante.

Inveja: É quando a gente ainda não descobriu que pode ser mais e melhor do que o outro.

Lágrima: É quando o coração pede aos olhos que falem por ele.

Lealdade: É quando a gente prefere morrer que trair a quem ama.

Mágoa: É um espinho que a gente coloca no coração e se esquece de retirar.

Maldade: É quando arrancamos as asas do anjo que deveríamos ser.

Netos: É quando Deus tem pena das avós e manda anjos para alegrá-los.

Ódio: É quando plantamos trigo o ano todo e estando os pendões maduros a gente queima tudo em um dia.

Orgulho: É quando a gente é uma formiga e quer convencer os outros de que é um elefante.

Paz: É o prêmio de quem cumpre honestamente o dever.

Perdão: É uma alegria que a gente se dá e que pensava que jamais teria.

Perfume: É quando mesmo de olhos fechados a gente reconhece quem nos faz feliz.

Pessimismo: É quando a gente perde a capacidade de ver em cores.

Preguiça: É quando entra vírus na coragem e ela adoece.

Raiva: É quando colocamos uma muralha no caminho da paz.

Saudade: É estando longe, sentir vontade de estar perto, e estando perto, querer parar o tempo.

Sexo: É quando a gente ama tanto que tem vontade de morar dentro do outro.

Simplicidade: É o comportamento de quem começa a ser sábio.

Sinceridade: É quando nos expressamos como se o outro estivesse do outro lado do espelho.

Solidão: É quando estamos cercados por pessoas, mas o coração não vê ninguém por perto.

Supérfluo: É quando a nossa sede precisa de um gole de água e a gente pede um rio inteiro.

Ternura: É quando alguém nos olha e os olhos brilham como duas estrelas.

Vaidade: É quando a gente abdica da nossa essência por outra, geralmente pior.

Do livro: "O Homem Que Veio da Sombra" de Luiz Gonzaga Pinheiro

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O barulho da carroça

Certa manhã, meu pai, muito sábio, convidou-me a dar um passeio no bosque e eu aceitei com prazer. Ele se deteve numa lareira e depois de um pequeno silêncio me perguntou:

— Além do cantar dos pássaros, você está ouvindo mais alguma coisa?

Apurei os ouvidos alguns segundos e respondi:

— Estou ouvindo um barulho de carroça.

— Isso mesmo, disse meu pai, é uma carroça vazia.

Perguntei ao meu pai:

— Como pode saber que a carroça está vazia, se ainda não a vimos?

— Ora, respondeu meu pai. É muito fácil saber que uma carroça está vazia por causa do barulho. Quanto mais vazia a carroça maior é o barulho que faz.

Tornei-me adulto, e até hoje, quando vejo uma pessoa falando demais, gritando (no sentido de intimidar), tratando o próximo com grossura, de forma inoportuna, prepotente, interrompendo a conversa de todo mundo e, querendo demonstrar que é a dona da razão tenho a impressão de ouvir a voz do meu pai dizendo: "Quanto mais vazia a carroça, mais barulho ela faz..."

(Autor desconhecido)

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Mágoa

Mágoa é algo que não se deve ter em lugar nenhum, muito menos no coração! E tem pessoas que fazem do seu organismo um depósito de mágoa, como quem armazena ressentimento para consumo diário.

De uma coisa tenha certeza: quem tem algo contra alguém, não conseguirá ser plenamente feliz!

A difícil arte de ser você mesmo

Você já se perguntou por que é tão difícil ser você mesmo?

Na realidade buscamos seres humanos iguais ou semelhantes a nós, pessoas com as mesmas opiniões, sentimentos, valores e crenças, por isso a diferença nos outros nos incomoda tanto, eles traem nossos princípios, logo julgamos que devem estar errados e lhes falta experiência ou conhecimento para evoluir até o nosso estado de grandeza.

Poucas pessoas possuem a coragem de realmente ser elas mesmas, a pressão contrária é muito grande e assim a maioria tenta se adequar ao comportamento social vigente e assim aos poucos se transforma naquilo que não é, afundando-se em falsas palavras, atitudes e sentimentos, causando aos outros uma sensação de sempre estarmos senhores da situação. Pura ilusão!

A cada dia distanciamo-nos um pouco mais de nós mesmos, e como numa neblina, um vazio frio e úmido passa a nos envolver. Nossos dias começam a se tornar tristes, nossas amizades vazias, pois nos enterramos em conceitos que não são nossos para parecer agradáveis aos outros, esquecendo de nossa verdadeira essência.

Numa de minhas viagens encontrei com um morador de rua que sempre estava no mesmo lugar, não pedia nada, apenas olhava para o horizonte, um dia parei, lhe dei um sanduíche e sentei para conversar. Ele me contou sua historia, família, trabalho, amigos, ouvi com atenção e finalmente lhe perguntei o que havia lhe acontecido para ele decidir viver assim, nunca esqueci a sua resposta:

"Eu me perdi de mim mesmo".

Quantas pessoas estão hoje perdidas de si mesmas, vivendo valores, crenças, sentimentos e metas coletivas que não são suas, tentando alcançar um modelo de ser humano que a maioria das pessoas prega, mas não pratica. Quantas pessoas magoam-se a si mesmos pelo temor gerado diariamente pela sociedade de que alguém possa rir de você, o medo de perder algo ou alguém, que percam o respeito por você, medo da rejeição ou mesmo para não magoar os outros. Você já parou para pensar o quanto estes medos e ferramentas de manipulação limitam os seus talentos?

Segundo Ralph Waldo Emerson você deve insistir em si mesmo; nunca imite. Seu próprio talento você pode apresentar a cada momento com a força acumulada pelo cultivo de uma vida inteira; mas do talento adotado de outra pessoa você tem apenas uma extemporânea posse parcial. Faça o que foi designado para você, e nenhuma esperança ou ousadia poderão ser demais.

Lembre-se, ninguém é perfeito, você possui qualidades e defeitos como todos os demais seres humanos e por isso devemos aprender a conviver com eles e aceita-los. A beleza e a diferenciação humana estão justamente nestas imperfeições, "até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro", diria Clarice Lispector.

Também esqueça a diplomacia, ser diplomático significa ser outra pessoa. Quer melhor sinônimo para hipocrisia do que, diplomacia? Seja simplesmente você mesmo! Não minta para si mesmo. Você não merece! Não precisa temer uma punição. Porque temos que ser assombrados pelo medo do julgamento alheio?

Ser você mesmo é uma tarefa difícil e exaustiva. É uma tarefa diária, pois a todos os momentos sofremos influências profundas para, de alguma forma, reconstruir nossa personalidade seja da família, da escola, da Igreja, da empresa, do clube, dos amigos e dos inimigos.

Mesmo com este processo de reconstrução constante não somos aceitos pelo que somos. Somos aceitos pelo que os outros querem que sejamos. E então, mudamos. Vivemos mudando. Mudamos nosso jeito de falar, de se vestir, de ver o mundo, nossos gostos musicais, nosso modo de se divertir e de repente você acorda numa manhã qualquer e não se reconhece mais. É neste momento que você descobre que se perdeu de si mesmo.

Temos consciência de que mudar é a nossa única certeza na vida, é inevitável desde que isso seja feita para o seu próprio desenvolvimento pessoal, não para agradar os outros ou construir personagens politicamente corretos. Como diria Pablo Picasso "qualquer outro terá todos os meus defeitos, mas nenhuma das minhas virtudes."

Assuma o seu "EU" verdadeiro, pare de representar papeis socialmente corretos, crie o seu próprio espaço, solte as rédeas do seu verdadeiro talento. Acredite em si mesmo, aceite seus defeitos e qualidades e siga em frente.

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Elegância

A vida moderna caracteriza-se pela informalidade, pela pressa e pelas mudanças constantes.

Hábitos até pouco tempo bastante difundidos, hoje são raros.

A carta escrita a mão foi substituída por mensagem via e-mail.

Poucos homens permanecem puxando a cadeira para suas companheiras ou abrindo a porta do carro para elas.

Malgrado todo o interesse por almas gêmeas e temas da espécie, o romantismo parece quase extinto.

Há muita afoiteza em começar, consumar e terminar os relacionamentos.

Prestar atenção no companheiro, identificar seus sonhos e os tesouros de seu mundo íntimo, tudo isso se afigura terrivelmente fora de moda.

Tal descuido com a essência do ser humano está presente em quase todas as espécies de relações.

Tem-se pressa para tudo.

Essa urgência desmedida faz com que regras básicas de educação sejam constantemente ignoradas.

Os cumprimentos, quando existem, são lacônicos e despidos de calor.

Uma palavra mal posta é de pronto devolvida.

Não se pára para pensar se o interlocutor enfrenta algum problema e por isso se manifesta com rudeza.

Afinal, tem-se pressa, embora raramente se tenha um objetivo nobre a embasar os atos que ela inspira.

Nesse contexto, desentendimentos surgem à toa e rápido degeneram em antipatias e inimizades.

É mais fácil julgar, responder e reagir de plano.

Refletir, compreender, preservar e aprofundar vínculos demanda tempo.

É difícil ignorar as pressões do mundo moderno.

Globalismo, competitividade, empregabilidade, há inúmeros conceitos que inspiram a pressa.

Às vezes até a explicam, mas não a justificam, no trato com o semelhante.

Afinal, a afoiteza não pode justificar converter-se o homem em um bruto insensível.

Para permanecer civilizado, é preciso preservar um pouco da tradicional e boa elegância.

Ao contrário do que talvez sugira, o termo elegância não implica forçosamente a adoção de vestuários requintados e gestos afetados.

Segundo o dicionário, um dos significados de elegância é distinção de maneiras.

Ser elegante é ser distinto, atencioso e polido.

É prestar atenção nas necessidades dos que o rodeiam e tratá-los como pessoas importantes.

Elegância implica abster-se de expressões rudes e não se envolver em discussões ácidas e ferinas.

Elegante é não falar dos ausentes, é não ser uma presença desagradável aos demais.

Para quem responde tudo ao pé da letra e não costuma ?levar desaforo para casa?, ser elegante constitui um grande desafio.

Contudo, quem fala e age sem pensar, cedo ou tarde se arrepende e percebe que fez bobagem.

Atos impulsivos e grosseiros destroem oportunidades pessoais e profissionais.

Ninguém gosta de estar perto de um grosseirão.

Mas você jamais se arrependerá de ser elegante.

Talvez no princípio estranhe não responder quando provocado.

Ser gentil e obsequioso em face de ofensas e grosserias demanda uma boa dose de disciplina.

Mas você colherá os melhores frutos desse novo naipe de comportamento.

Quem o maltratar fatalmente ficará constrangido, ao perceber o esmero de sua educação.

E gradualmente um novo padrão de conduta se estabelecerá em torno de você.

Pense nisso.

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Não espere

Mentes grandes discutem idéias, mentes medianas discutem eventos e fatos, mentes pequenas discutem pessoas.
Não podemos crer na total transparência das pessoas, é preciso aceitar que os outros têm segredos, regiões de solidão. A maior prova de amor é colocar-se a distância e não querer forçar a entrada.
Deus dá alimento a todos os pássaros, mas não o joga no ninho. Deus ajuda, mas também espera que você faça no mínimo, sua parte.
Aquele que perde dinheiro perde muito.
Aquele que perde amigos perde muito mais.
Aquele que perde a fé perde tudo.
Pessoas jovens e belas são obras da natureza. Pessoas idosas e belas são obras de arte e ambas são obras de Deus.
Aprenda com os erros alheios, você não conseguirá viver tempo suficiente para cometê-los todos sozinho. A língua pesa praticamente nada, mas poucas pessoas conseguem segurá-la.

Não espere um sorriso para ser gentil,
Não espere ser amado para amar,
Não espere ficar sozinho, para reconhecer o valor de um amigo
Não espere ficar de luto para reconhecer quem hoje é importante na sua vida
Não espere o melhor emprego para começar a trabalhar
Não espere a queda para lembrar-se do conselho

Não espere...
Não espere a enfermidade para reconhecer quão frágil é a vida
Não espere encontrar a pessoa perfeita para então se apaixonar
Não espere a mágoa para pedir perdão
Não espere a separação para buscar a reconciliação
Não espere a dor para acreditar na oração
Não espere elogios para acreditar em si mesmo

Não espere...
Não espere ter tempo para servir
Não espere que o outro tome a iniciativa se você foi o culpado
Não espere ouvir Eu te Amo para dizer eu também
Não espere ter dinheiro aos montes para então contribuir
Não espere o dia de sua morte sem antes amar a vida

Então,
O que você está esperando?

Colaboração: Lúcia Maria Malta

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Balanço de vida

Como anda você? Está sempre on-line, conectado às redes sociais, sabendo de quase tudo a respeito do que fazem seus amigos e os amigos dos seus amigos? Sempre em dia com as fofocas, em tempo real?

Você é daqueles que não pode ficar desconectado em momento algum, pois teme perder a notícia mais recente?

Você tem centenas e centenas de amigos virtuais e se vangloria disso?

Entre esses, é possível que se encontrem pessoas que jamais viu, nem tem bem clara a ideia de onde vivem, o que verdadeiramente apreciam.

Também, com certeza, amigos de muito tempo.

Responda agora: há quanto tempo vocês não se encontram pessoalmente?

Entretanto, o contato pessoal é muito importante, pois nada substitui o calor de um abraço, um olhar profundo de olhos nos olhos.

Assim, não deixe escapar a chance de sentir o calor de um aperto de mão, a agradável sensação de ouvir o coração do amigo batendo apressado, ante a emoção do reencontro.

Aproveite esses momentos, promova-os e viva-os em totalidade.

E, quando sair de casa, aproveite para observar o seu entorno. Deixe o aparelho eletrônico no bolso ou na bolsa.

Você está habituado a receber diariamente, via virtual, dezenas de imagens espetaculares, de lugares paradisíacos e com elas se extasia.

No entanto, você deixa de apreciar o jardim da sua casa, os canteiros da rua por onde transita.

Percebeu que uma rosa amarela desabrochou e derrama pétalas coloridas, atapetando o chão?

Notou que o vento da noite arrancou as folhas dos arbustos e preparou um delicado ninho de fofura sobre a grama?

Deu-se conta de que a árvore balança seus ramos, em saudação a você, que passa?

Sentiu como a ramagem exala delicado e característico perfume, em resposta ao fustigar da chuva da madrugada?

Se você está com amigos, desligue o celular, esqueça o Ipad, fique off-line.

E conecte-se, fique on-line com quem está com você. Olhos nos olhos, converse, ouça.

Já se disse que a voz humana é o mais excelente instrumento musical que existe sobre a Terra. Sirva-se dele como quem dedilha as cordas ou acaricia um teclado.

Ouça e grave, na acústica da alma, a voz dos seus amigos, cada qual com seu timbre particular.

Ouça o que dizem. Eles poderão narrar detalhes da viagem fantástica, que realizaram há pouco e você compartilhará do seu entusiasmo.

Ou, quem sabe, lhes ouvirá o relato das dores que os abraçam e lhes poderá enxugar algumas lágrimas.

Um dia, quando a solidão o envolver, você poderá fechar os olhos, acionar as lembranças e ouvir o cristalino som do riso ou o balbuciar de um soluço.

Isso é viver, conviver.

Pense nisso. Analise. E ponha em prática, hoje ainda. Telefone. (Não mande um torpedo nem digite uma mensagem). Telefone e combine uma saída com seus amigos, com seus primos, sobrinhos.

Delicie-se com os sorrisos, com a companhia. Depois, repita isso várias outras vezes, plenificando-se de felicidades, sentindo a irresistível vontade de reprisar as mesmas e salutares emoções, que alimentam a alma e alegram as horas.

Colaboração: Lúcia Maria Malta

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A única certeza em nossa vida, é a necessidade da mudança!

Sempre teremos desafios a encarar e mudanças sendo cobradas em nossas vidas. Cabe a nós aceitá-las. O desafio é nos mantermos em tempo integral voltados para a direção certa de nossos alvos. Conscientes que nem sempre as coisas serão fáceis, mas é justamente neste período de lutas é que vamos entender mais claramente quem nós somos.

E nesta trajetória é que vamos vendo a nossa transformação, passo a passo, na pessoa que sempre quisemos ser. Nossa vida é uma jornada através dos tempos, e o que fará a diferença é o tipo de escolhas que fazemos. Na vida duas coisas nunca poderemos fugir. Uma é a morte, evidentemente, a outra são as escolhas. Desde que acordamos até a hora de dormir, nossa vida é o resultado de nossas escolhas.

Estas escolhas se transformarão em experiências, e estas experiências moldarão nosso espirito. Por isso, quando vierem as decepções e frustrações, ou quando o fardo estiver pesado, é hora de acreditar em si mesmo, pois Deus não coloca fardo mais pesado do que os nossos ombros podem carregar. Mas lembre-se de ser flexível, pois nem tudo será como queremos que seja.

Bendiga os desafios e as mudanças, pois eles ajudarão a encontrarmos os sonhos que cabe a nós realizarmos!

Colaboração: Lúcia Maria Malta

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O hábito de agradecer ainda não faz parte de nós

Apressamo-nos em quitar a conta de luz elétrica para não pagar a multa cobrada pelo atraso. Todavia, a usina solar que nos fornece claridade, calor e vida, não é lembrada em nossa conversa diária.

Reclamamos quando pagamos a conta de água encanada, mas sequer nos lembramos da gratuidade da água das chuvas e das fontes cristalinas que enriquecem a vida.

Gastamos elevada soma de dinheiro na aquisição de gêneros alimentícios que nos atendam ao paladar, contudo, o oxigênio, elemento mais importante a sustentar-nos o organismo, é utilizado em nosso sangue sem pesar-nos no orçamento.

Despendemos altos valores para renovar o guarda-roupa, e apesar disso, não nos lembramos o quanto devemos ao corpo de carne a resguardar-nos o espírito.

Remuneramos muito bem o profissional especializado pela adaptação de um só dente artificial; entretanto, nada tivemos que pagar para obter a dentadura natural completa. . .

Pagamos pelas drágeas medicamentosas para acalmar leve dor de cabeça, e esquecemos de que recebemos de graça a faculdade de pensar.

Pagamos altas quantias para assistir a um espetáculo esportivo ou artístico, contudo, podemos contemplar de graça o solo cheio de flores e o céu faiscante de estrelas...

Para ouvir as melodias de uma orquestra qualquer, temos que desembolsar quantia significativa, no entanto, ouvimos diariamente a divina música da natureza, sem consumir um único centavo...

Observando essas pequenas situações, nos daremos conta de que temos mais para agradecer do que para reclamar.

O que normalmente ocorre, é que o hábito de agradecer ainda não faz parte de nós.

Conforme a recomendação de Paulo, o apóstolo, devemos dar graças por tudo.

Um dia, uma senhora ouviu um orador fazer essa recomendação e logo que ele concluiu sua fala, ela aproximou-se dele e lhe falou:

Ah, meu amigo, como é que eu posso dar graças por tudo, se a minha mãe está internada num hospital há meses, fazendo tratamentos dolorosos?

Pense, minha amiga, que tantas mães morrem nas sarjetas sem cuidados médicos nem assistência amiga de um familiar, e a sua genitora pode dispor de um hospital e de toda uma equipe de médicos e enfermeiros para atendê-la.

A senhora retrucou:

É, meu amigo, mas eu só sobrevivo à custa de dez remédios diferentes que tomo todos os dias...

O orador, que realmente desejava mostrar-lhe que tinha motivos para agradecer, respondeu compassivo:

Veja a senhora que existem tantas pessoas que não têm recursos para comprar um único remédio para aliviar a dor, enquanto a senhora pode comprar dez...

Por fim, a senhora entendeu que tinha motivos de sobra para agradecer a Deus por tudo...

Colaboração: Lúcia Maria Malta

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Quer tentar entender os relacionamentos?

Sempre acho que namoro, casamento, romance tem começo, meio e fim. Como tudo na vida. Detesto quando escuto aquela conversa: Ah! terminei o relacionamento. Nossa quanto tempo? Cinco anos...não deu certo...acabou! Claro que deu! Deu certo durante cinco anos, só que acabou.

E o bom da vida, você pode ter vários amores!

Hoje, no alto dos meus 57 anos e maduro não acredito muito nos opostos se atraem. Porque sempre uma parte vai ceder muito e se adaptar mais. E sempre esta é a parte mais insatisfeita. Acredito mais em quem tem interesses em comum. Se você adora dançar, farra; melhor namorar quem também gosta; se você gosta de cultura italiana, melhor alguém que também goste. Frequentar lugares que você gosta ajuda a encontrar pessoas com interesses parecidos com os teus.

Cama é essencial! Aliás, pele é fundamental.

E tem gente que é mais sexual, outras que são mais tranquilas. O garanhão insaciável e donzela sensível, acho meio estranho. Isto causa muitas frustrações e dá-lhe livros de auto ajuda sobre sexo. Assim como outras coisas, cada um tem um perfil sexual. Cheiro, fantasias, beijo, manias, quanto mais sintonia, melhor.

Não acredito em pessoas que se complementam. Acredito em pessoas que se somam. Às vezes você não consegue nem dar cem por cento de você para você mesmo, como cobrar cem por cento do outro? E não temos esta coisa completa.

Às vezes ele é fiel, mas não é bom de cama. Às vezes ela é carinhosa, mas não é fiel. Às vezes ele é atencioso, mas não é trabalhador. Às vezes ela é malhada, mas não é sensível. Tudo não temos! Perceba qual o aspecto mais importante e invista nele.

Pele é um bicho traiçoeiro. Quando você tem pele com alguém, pode ser o papai com mamãe mais básico que é uma delícia. E às vezes você tem aquele sexo acrobata, mas que não te impressiona... Acho que o beijo é importante...e se o beijo bate...se jogue, se não bate...por favor vai dar uma volta.

Existe gente que precisa da ausência para querer a presença. O ser humano não é absoluto.

Ele titubeia, tem dúvidas e medos Mas se a pessoa REALMENTE gostar, ela volta. Nada de drama. Que graça tem alguém do seu lado sob chantagem, gravidez, dinheiro, pressão de família?

O legal é alguém que esta com você por você. Não fique com alguém por estar também. Ou por medo da solidão. Nascemos sós. Morremos sós!

Nosso pensamento é nosso, não é compartilhado. E quando você acorda, a primeira impressão é sempre sua, seu olhar, seu pensamento. Tem gente que pula de um romance para o outro. Que medo é este de se ver só, na sua própria companhia?

Se ele ou ela não te quer mais, não force a barra. O outro tem o direito de não te querer. Não lute, não ligue, não dê ataque. Se a pessoa ta mal com a vida, problema dela, cabe a você esperar ou não.

Gostar de si. Você muitas vezes vai ter raiva, ciúmes, ódio, frustração. Faz parte. Você namora um outro ser, de um outro mundo e um outro universo. E nem sempre as coisas saem como você quer. A pior coisa é a gente que tem medo de se envolver. Se alguém vier com este papo, corra, afinal, você não é terapeuta. Se não quer se envolver, namore uma planta. São mais previsíveis.

Na vida e no amor, não temos garantias. E nem todo sexo bom é para namorar. Nem toda pessoa que te convida para sair é para casar. Nem todo beijo é para romancear. Nem todo sexo bom é para descartar ou se apaixonar.

Enfim...quem disse que ser adulto é fácil??

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Como ser agradável

Um jardineiro tratava com cuidado da propriedade de influente juiz de Direito.

Pouco se falavam, e sua relação beirava a frieza.

O juiz raras vezes se dirigia àquele empregado para transmitir alguma orientação, mas, naquele dia, foi ao seu encontro para dar sugestões sobre onde plantar uma e outra árvore.

As orientações foram passadas de forma direta, séria, sem rodeios e gentileza.

Num determinado momento, mudando o rumo da conversa, o jardineiro disse:

Senhor Juiz, o senhor tem uma excelente distração!

Estive admirando seus lindos cães. Penso que o senhor já conseguiu vários primeiros lugares em exposições!

O efeito dessa pequena dose de apreciação foi grande.

Sim. respondeu o juiz, esboçando sorriso orgulhoso.

Os meus cães me servem de excelente distração. Gostaria de ver o meu canil?

Passou quase uma hora mostrando-lhe os cães e os prêmios que eles tinham recebido.

Ele mesmo foi buscar os pedigrees e explicou os cruzamentos responsáveis por tanta beleza e inteligência.

Depois de um tempo, o juiz, de cenho já muito modificado, virou-se para o jardineiro e perguntou:

Tem algum filhinho?

A pergunta pegou o jardineiro de surpresa, pois nunca antes lhe havia sido feito um questionamento pessoal.

Sim, tenho. - respondeu, timidamente.

Bem, ele não gostaria de um cachorrinho?

Oh, o seu contentamento não teria limites! - afirmou o homem com sorriso nos olhos.

Pois bem, vou dar-lhe um. - disse o juiz.

Então começou a ensinar como alimentar o cãozinho. Parou um pouco.

Você esquecerá de tudo quanto eu lhe disser. É melhor que eu escreva.

O juiz entrou, escreveu à máquina o pedigree e as instruções sobre alimentação e as entregou ao jardineiro, junto com o cachorrinho valioso.

Gastou mais de uma hora de seu tempo explicando, ensinando, pois havia sido conquistado pelo comportamento agradável daquele homem simples.

Analisando melhor toda cena, veremos que o jardineiro nada mais fez do que um rápido elogio, proferindo algumas palavras agradáveis ao outro.

O juiz, sentindo-se valorizado, teve prazer em estender a conversa e ainda deixou brotar em si um sentimento de fraternidade, pensando no outro, em seu filho, terminando por lhe oferecer um presente.

Colaboração: Lúcia Maria Malta

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Recomeçar

Não importa onde você parou, em que momento da vida você se cansou, o que importa é que sempre é possível e necessário recomeçar.
Recomeçar é dar uma nova chance a si mesmo.
É renovar as esperanças na vida e, o mais importante: acreditar em você novamente.

Sofreu muito nesse período? Foi aprendizado...
Chorou muito? Foi limpeza da alma...
Ficou com raiva das pessoas? Foi para perdoá-las um dia...
Sentiu-se só por diversas vezes? É porque fechou a porta até para os anjos...

Está se sentindo sozinho? Talvez você tenha afastado as pessoas no seu "período de isolamento?.
Acreditou que tudo estava perdido? Era o início da sua melhora.
Pois bem, agora é hora de reiniciar, de pensar na luz, de encontrar prazer nas coisas simples de novo.

Tem tanta gente esperando apenas um sorriso seu para se aproximar.
Que tal dar um jeito no visual, fazer um novo curso ou realizar aquele velho desejo de aprender a pintar, desenhar, dominar o computador, ou qualquer outra coisa?

Observe quantos desafios a vida está a lhe oferecer!
Quanta coisa nova está esperando para ser descoberta!
Quando nos trancamos na tristeza, nem nós mesmos nos suportamos, ficamos horríveis.
O mau humor vai minando nosso fígado, até a boca ficar amarga.

Se você está se sentindo assim, com a sensação de derrota, é hora de recomeçar...
E hoje é um bom dia para enfrentar novos desafios.
Defina aonde você quer chegar e dê o primeiro passo.

Comece por fazer uma faxina mental, jogando fora todos esses pensamentos e sentimentos pessimistas que se acumularam ao longo do tempo.
Atire para longe os ressentimentos, as mágoas, os melindres que impedem a felicidade de entrar.
Desfaça-se desse sentimento de inferioridade, de incapacidade, e valorize-se. Você é o que fizer de você.

Em seguida, faça uma faxina no seu quarto. Jogue fora todo aquele lixo que você acumula há tempos, só como recordação do passado.
Papéis velhos dos quais você nunca precisou. Disco e fitas que você não irá mais ouvir, ingressos de cinema, bilhetes de viagens, e tudo aquilo que só traz recordações tristes.
Abra seu guarda-roupa e retire tudo o que não usa mais. Doe para alguém que precisa. Doe os calçados que apertam seus pés ou que não servem porque seu número não é mais o mesmo.
Para recomeçar é preciso abrir espaços mentais e físicos...

Depois que tomar essas providências, leia um bom livro, assista um bom filme, para alimentar sua mente com idéias positivas e otimistas.
Aproxime-se dos amigos, dos familiares, das pessoas alegres que ajudarão você a sustentar o bom ânimo e a coragem.
Evite, enquanto se restabelece, a presença de pessoas pessimistas e desanimadas. Só as busque quando estiver forte o bastante puder ajudá-las.

Busque um lugar calmo e eleve a Deus uma prece.
Mas comece agradecendo pela vida, pelas oportunidades renovadas, pelos obstáculos e desafios que surgem no caminho. Eles nos fazem mais forte quando os superamos.

Lembre-se: o dia de hoje é uma página em branco que o Criador lhe oferece para que você escreva um novo capítulo da sua história.
Recomeçar é só uma questão de querer. Se você quer, Deus quer. É por isso que Ele acena sempre com essa nova chance chamada presente.
Pense nisso e não perca nem mais um minuto!

Colaboração: Lúcia Maria Malta

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Lembremos dos nossos amigos

Na esquina tenho um amigo, nesta grande cidade que não tem fim, os dias passam e as semanas correm, e antes mesmo que perceba, um ano passou. E eu nunca vejo meus velhos amigos, porque a vida é uma corrida rápida e terrível... ele sabe que gosto dele, como nos dias em que batia à sua porta.

E ele batia à minha porta, nós éramos mais jovens, e agora somos homens ocupados, cansados.

Cansados de jogar esse jogo idiota, cansados de tentar ter sucesso. "Amanhã" - digo - vou ligar ao Jim, só para lhe mostrar que penso nele. Mas amanhã vem e amanhã vai, e a distância entre nós cresce e cresce...

Na esquina! O mesmo que a milhas de distância...

"Aqui está o telegrama, senhor. Jim morreu hoje."

É isso que recebemos e merecemos no fim de contas. Na esquina, um amigo desaparecido.

Colaboração: Lúcia Maria Malta

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Mude para melhor

A sua irritação não solucionará problema algum.

As suas contrariedades não alteram a natureza das coisas.

Os seus desapontamentos não fazem o trabalho que só o tempo conseguirá realizar.

O seu mau humor não modifica a vida.

A sua dor não impedirá que o Sol brilhe amanhã sobre os bons e os maus.

A sua tristeza não iluminará os caminhos.

O seu desânimo não edificará a ninguém.

As suas lágrimas não substituem o suor que você deve verter em benefício da sua própria felicidade.

As suas reclamações, ainda mesmo afetivas, jamais acrescentarão nos outros um só grama de simpatia por você.

Colaboração: Lúcia Maria Malta

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Família harmônica

Ter uma família bem estruturada, harmônica é o desejo de todos aqueles que a não possuem. Olham com uma certa inveja pais e filhos se abraçando, entre confidências e uma delicada cumplicidade de amor.

Os que constituem a família harmônica sabem que para mantê-la assim há um preço. Não é nada que possa ser comprado com cartão de crédito, títulos do mercado financeiro, ações da bolsa ou lingotes de ouro.

O preço é uma mistura de tempo, atenção e carinho. Parece simples, contudo, raras vezes nos dispomos a renunciar ao nosso tempo de descanso, de leitura, de lazer, de tarefas importantes para dedicar aos filhos, ao cônjuge, a quem amamos.

Atenção é algo que dispensamos quando nós nos sentimos sós e desejamos a companhia dos demais. E carinho?

Bom, carinho é algo que geralmente dizemos que os que amamos sabem que temos por eles, mas não fazemos nada para demonstrar.

Bem diferente daquela mãe de gêmeos que morava em uma casinha e criara a ambos com extremados cuidados.

Durante o curso do ensino médio, os garotos, que desejavam estar mais tempo com seus amigos e amigas, passaram a sair nos finais de semana, retornando tarde da noite para casa.

Então, fosse qual fosse a hora que retornassem, às vinte e três horas nos fins de semana comuns ou lá pelas duas da madrugada, quando havia baile no colégio, eles entravam no quarto da mãe e se deitavam em sua cama, um de cada lado.

Ali, no escuro, começavam a contar tudo o que havia acontecido. A conversa durava horas. A mãe parecia estar ouvindo um sofisticado aparelho de som estéreo, com um filho gêmeo de cada lado, rindo, recordando, reclamando, sonhando acordados.

Falavam de seus planos, suas esperanças, seus medos e suas experiências. Com eles, ela viajava pela terra da fantasia. Com as suas narrativas, parecia ver as garotas bonitas com quem tinham dançado, conversado, abraçado.

Até que um dia, os meninos, quase rapazes, se deram conta de que, na manhã seguinte, a mãe sempre levantava muito cedo para ir para o trabalho. Dela dependia o sustento da família. Sentiram-se quase envergonhados por não terem sido sensíveis, percebendo esse detalhe antes.

Por isso, falaram com a mãe, desculpando-se pela insensibilidade de até então e comentaram que, com certeza, ela deveria preferir não ser despertada quando voltassem para casa tarde da noite.

A resposta da mãe foi imediata, sincera e recheada de carinho:

Meus filhos, eu sempre posso voltar a dormir. Mas, lembrem-se, não poderei conversar sempre com os meus meninos.

Colaboração: Lúcia Maria Malta

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Canção das Mulheres

Lya Luft

Que o outro saiba quando estou com medo, e me tome nos braços sem fazer perguntas demais.

Que o outro note quando preciso de silêncio e não vá embora batendo a porta, mas entenda que não o amarei menos porque estou quieta.

Que o outro aceite que me preocupo com ele e não se irrite com minha solicitude, e se ela for excessiva saiba me dizer isso com delicadeza ou bom humor.

Que o outro perceba minha fragilidade e não ria de mim, nem se aproveite disso.

Que se estou apenas cansada o outro não pense logo que estou nervosa, ou doente, ou agressiva, nem diga que reclamo demais. Que o outro sinta quanto me dói a idéia da perda, e ouse ficar comigo um pouco - em lugar de voltar logo à sua vida.

Que, se estou numa fase ruim o outro seja meu cúmplice, mas sem fazer alarde nem dizendo "Olha que estou tendo muita paciência com você!"

Que, quando sem querer eu digo uma coisa bem inadequada diante de mais pessoas, o outro não me exponha nem me ridicularize.

Que, se eventualmente perco a paciência, perco a graça e perco a compostura, o outro ainda assim me ache linda e me admire.

Que o outro não me considere sempre disponível, sempre necessariamente compreensiva, mas me aceite quando não estou podendo ser nada disso.

Que, finalmente, o outro entenda que mesmo se às vezes me esforço, não sou, nem devo ser, a mulher-maravilha,mas apenas uma pessoa: vulnerável e forte, incapaz e gloriosa, assustada e audaciosa - uma mulher!

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Perdi o Temor

Perdi o temor à chuva. E assim ganhei o frescor da água.

Perdi o temor do vento e assim ganhei o seu cantar nos fios.

Perdi o temor ao silêncio e assim ganhei momentos de paz.

Perdi o temor ao julgamento dos outros.
E assim ganhei caminhos mais abertos de liberdade.

Perdi o temor de investir tempo "em coisas sem importância".
E assim ganhei entardeceres, estrelas, pedaços de luar,
águas rebrilhando ao sol, retalhos de canções...

Perdi o temor de dar-me integralmente,
temendo sofrimentos e cicatrizes.
E assim ganhei a bendita multiplicação do meu tempo.

Perdi o temor de expor-me.
E assim ganhei mais confiança no que sou e no que podem ser as pessoas.

Perdi o apego às coisas materiais.
E assim ganhei a alegria da simplicidade.

Perdi o temor à competição.
E assim ganhei o sabor das vitórias e os ensinamentos das derrotas.

Perdi o temor de desbravar caminhos conhecidos.
E assim ganhei novas visões. E horizontes. E novos amigos.

Perdi o temor de dizer minhas verdades frontalmente.
E assim ganhei aqueles que a mim eram sinceros e leais.

Perdi o medo do dia de amanhã. E assim ganhei o hoje!

Perdi o temor mórbido do "por que não fiz"?
E assim ganhei o mais pensar para melhor fazer.

Perdi a segurança estúpida das minhas "verdades únicas".
E assim aprendi a ouvir os outros.

Liberei a força dos meus braços para os abraços fraternos e plenos de carinho.
E assim senti multiplicado o imenso e doce poder do amor.

Perdi o temor da morte e
assim... ganhei a VIDA!!!

E VIDA é liberdade e amor
em todas as suas formas.

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Vasos quebrados

Era uma vez um depósito de vasos quebrados.

Ninguém se importava com eles. Eles mesmos não se importavam por estar quebrados, ao contrário, quanto mais quebrados ficavam, mais eram respeitados pelos outros.

Um dia, por engano, um vaso inteiro foi parar no meio dos vasos quebrados, mas, por ser diferente dos demais, de imediato ele foi rejeitado e hostilizado. Justo ele, que tinha uma necessidade miserável de ser aceito.

Tentou se aproximar dos vasos menos danificados, aqueles que tinham apenas a boca rachada, mas, não deu certo. Depois, procurou se aproximar dos vasos que tinham apenas um pequeno furo na barriga, mas, também foi repelido. Tentou uma terceira vez, com os vasos que estavam trincados na base, mas, não adiantou.

Resolveu, então, arranjar umas brigas, esperando conseguir um ferimento, um risco, uma trinca ou, quem sabe, com um pouco de sorte, até um quebrado bacana, mas, naquele lugar, ninguém tinha força bastante para quebrar os outros. Se algum vaso quisesse se quebrar, tinha que fazer isso sozinho.

E foi isso mesmo que ele fez. E conseguiu o que queria, ser aceito no clube dos vasos quebrados.

Ficou feliz, realizado, mas, não por muito tempo, pois, logo começou a se incomodar com uma outra necessidade, a de ser respeitado pelos demais vasos quebrados.

Para isso, teve que ir-se quebrando. E se quebrou em tantos pedaços que voltou ao pó.

E deixou de ser vaso!

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A janela do vovô

Uma menina debruçada na janela de sua casa chorava pela morte de seu animal de estimação. Com muita tristeza, observava o jardineiro enterrar o amigo de tantas brincadeiras.

O avô que a observava aproximou-se, deu-lhe um abraço e chamou-lhe a atenção para outra realidade. Pegou-lhe pela mão e a conduziu para outra janela. Abriu as cortinas, mostrou-lhe um jardim florido e disse: - " Está vendo aquele pé de rosas amarelas bem ali à frente ? Lembra que você ajudou a plantá-lo ? Era apenas um pequeno galho cheio de espinhos e hoje veja como está lindo.

A menina enxugou as lágrimas que ainda corriam e abriu um largo sorriso mostrando as abelhas que pousavam sobre as flores e as borboletas que faziam festa entre as rosas que enfeitavam o jardim.

O avô, satisfeito pôr tê-la ajudado a superar aquele momento difícil disse: "A vida nos oferece sempre várias janelas. Quando a paisagem de uma delas nos causa tristeza sem que possamos alterar o quadro, voltamo-nos para outra e certamente nos deparamos com uma paisagem diferente."

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A bomba d'água

Certo homem, perdido numa região desértica, prestes a morrer de sede, encontra uma cabana desabitada.

No quintal, uma bomba d'água, velha e enferrujada. Imediatamente ele começou a bombeá-la, mas a água não jorrou. Desapontado, sentou-se. Só então viu ao lado da bomba uma garrafa d'água, com um bilhete colado sobre rótulo: "Você precisa primeiro preparar a bomba com TODA a água desta garrafa, meu amigo. PS.: Faça o favor de encher a garrafa outra vez antes de partir."

A garrafa estava quase cheia e ele, de repente, se viu num dilema: Se bebesse a água "velha" e quente da garrafa talvez sobrevivesse, mas se a colocasse naquela bomba enferrujada, talvez obtivesse água fresca. Mas, talvez não.

Com relutância, despejou a água na bomba. Em seguida, agarrou a manivela e começou a bombear. E a bomba começou a chiar. E nada aconteceu! E a bomba foi rangendo e chiando. Então surgiu um fiozinho de água; depois um pequeno fluxo, e finalmente a água jorrou com abundância!

Bebeu até se fartar. Encheu a garrafa novamente e acrescentou uma pequena nota ao bilhete: "Creia-me, funciona! Você precisa dar TODA a água antes de poder obtê-la de volta!"

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A corrida que nunca acabou

Era uma vez um vilarejo muito sonolento. Para combater o tédio, seus moradores viviam inventando jogos e apostas.

Um dia inventaram uma corrida de invenções.

Os concorrentes deveriam fazer com que suas invenções corressem até o final de um campo e retornassem ao ponto de partida.

Apenas três invenções foram inscritas: Uma Flecha Mágica, uma Palavra Impensada e uma Oportunidade de Ouro.

Várias pessoas vieram ver a corrida. Uns apostavam na Flecha; outros, na Palavra; e, outros, na Oportunidade.

Quando a D. Loucura deu o tiro de largada, o arqueiro lançou sua Flecha Mágica, uma mulher pronunciou uma Palavra Impensada e um homem deixou sua Oportunidade de Ouro escapar.

As três saíram em disparada. Todos acompanhavam a corrida atentamente, porém, uma coisa engraçada aconteceu: quando chegaram ao final do campo, elas não pararam nem fizeram a curva para retornar. Antes, enveredaram por outros campos e continuaram correndo em linha reta, para longe. Muito longe.

Depois de umas 6 horas, quando alguns já até tinham desistido de esperar, o Dr. Entendimento, que casualmente ia passando por aí, ao saber da aposta, caiu na gargalhada e disse-lhes:

— Vocês estão aqui há 6 horas esperando? Como vocês são bobos! Vocês ainda não sabem que a Flecha lançada, a Palavra pronunciada e a Oportunidade escapada nunca mais voltam?

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A coruja e a águia

Conta-se que a Dona Coruja encontrou a Dona Águia, e disse-lhe:

— Olá, Dona Águia, se vires uns passarinhos muito lindos em um ninho, com uns biquinhos muito bem feitos, olha lá não os coma, que são os meus filhos!

A águia prometeu-lhe que não os comeria e saiu voando; logo encontrou numa árvore um ninho, e comeu todos filhotes.

Quando a coruja chegou e viu que lhe tinham comido os filhos, foi ter com a águia, muito aflita:

— Ô, Dona Águia, tu foste-me falsa, porque prometeste que não me comias meus filhinhos, e mataste-os todos!

Ao que respondeu-lhe a águia:

— Eu encontrei uns pássaros pequenos num ninho, todos feios, depenados, sem bico, e com os olhos tapados, e comi-os; e como tu me disseste que os teus filhos eram muito lindos e tinham os biquinhos bem feitos, entendi que os teus não eram esses.

— Pois eram esses mesmos, lamentou-se a coruja.

— Pois, então, queixa-te de ti mesma, que é que me enganaste com a tua cegueira.

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Avançar sempre, em linha reta

Um viajante caminhava às margens de um grande lago. Ao ver um canoeiro preparando-se para zarpar, puxou conversa com ele e descobriu que seus destinos eram o mesmo: a outra margem do lago.

Pediu uma carona, propondo-se a ser o remador. Entrou na canoa, pegou os remos de madeira e reparou que neles estavam esculpidas duas palavras: ACREDITAR e AGIR.

Ele nunca tinha remado antes, e rapidamente descobriu que não é tão fácil quanto parece. A canoa ficava navegando em círculos, ora para a esquerda, ora para a direita.

O dono da canoa, um idoso muito simpático, procurava não ser grosseiro, mas não podia conter o sorriso.

Por fim, já cansado, o viajante pede ajuda:

— Por favor, senhor, como é que eu faço para esta canoa ir só para frente?

O canoeiro respondeu:

— A resposta está nos remos. O Acreditar e o Agir têm que ser impulsionados ao mesmo tempo e com a mesma força.

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Vendo meu sítio

Um poeta foi abordado por um comerciante na rua:

— Sr. Bilac, estou precisando vender o meu sítio. Será que poderia redigir o anúncio para o jornal?

Olavo Bilac escreveu:

"Vende-se encantadora propriedade, onde cantam os pássaros ao amanhecer no extenso arvoredo, cortada por cristalinas e marejantes águas de um ribeirão. A casa é banhada pelo sol nascente e oferece a sombra tranquila das tardes na varanda."

Meses depois, topa o poeta com o homem e pergunta-lhe:

Vendeu o sítio??!!

— Nem penso mais nisso. Quando li o anúncio é que percebi a maravilha que tinha!

Às vezes, não descobrimos as coisas boas que temos conosco e vamos longe, atrás de miragens e falsos tesouros.

Valorize o que você tem:

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A vida é muito curta para beber vinho ruim

1. É hora de usar o dinheiro (pouco ou muito) que você conseguiu economizar.

Use-o para você, não para guardá-lo e não desfrutá-lo com aqueles que não têm a menor noção do sacrifício que você fez para consegui-lo. Geralmente as pessoas que não estão sequer na família: genros, noras, sobrinhos. Lembre-se que não há nada mais perigoso do que um genro ou uma nora com ideias. Atenção: não é tempo para maravilhosos investimentos, por mais que possam parecer, eles só trazem problemas e é hora de ter muita paz e tranquilidade.

2. Pare de preocupar-se com a situação financeira dos filhos e netos.

Não se sinta culpado por gastar o dinheiro consigo mesmo. Você provavelmente já ofereceu o que foi possível na infância e juventude como uma boa educação. Agora, pois, a responsabilidade é deles.

3. Não é mais época de sustentar pessoas de sua família.

Seja um pouco egoísta, mas não usurário. Tenha uma vida saudável, sem grande esforço físico. Faça ginástica moderada, como andar regularmente. E coma bem.

4. Compre sempre o melhor e mais bonito.

Lembre-se que, neste momento, um objetivo fundamental é de gastar dinheiro com você, com seus gostos e caprichos e do seu parceiro. Após a morte o dinheiro só gera ódio e ressentimento.

5. Nada de angustiar-se com pouca coisa.

Na vida tudo passa, sejam bons momentos para serem lembrados, sejam os maus, que devem rapidamente ser esquecidos.

6. Independente da idade, sempre mantenha vivo o amor.

Ame o seu parceiro, ame a vida, ame o seu próximo ... LEMBRE-SE: "Um homem nunca é velho enquanto lhe resta a inteligência e o afeto".

7. Seja vaidoso.

Cabeleireiro frequente, faça as unhas, vá ao dermatologista, dentista, e use perfumes e cremes com moderação. Porque se agora você não é bonito, é, pelo menos, bem conservado.

8. Nada de ser muito moderno.

É triste e doloroso ver pessoas com penteados e roupas feitas para os jovens.

9. . SEMPRE mantenha-se atualizado.

Leia livros e jornais, ouça rádio, assista bons programas na TV, visite Internet com alguma frequência, envie e responda "e-mails" use as redes sociais, mas sem estresse ou com vício. Chame os amigos.

10. Respeite a opinião dos JOVENS.

Muitos deles estão melhor preparados para a vida, como nós quando estávamos com a sua idade.

11. Nunca use o termo ?no meu tempo?.

Seu tempo é agora, não se confunda. Pode lembrar do passado, mas com saudade moderada e feliz por ter vivido.

12. NÃO caia em tentação de viver com filhos ou netos.

Apesar de ocasionalmente ir alguns dias como hóspede, respeite a privacidade deles, mas especialmente a sua. Se você perdeu o seu parceiro, obtenha uma pessoa para ir morar com você e trabalhar com as tarefas domésticas, e tomar esta decisão somente quando não mais possa dar de si e o fim esteja próximo.

13. Pode ser muito divertido conviver com pessoas de sua idade.

E o mais importante, não vai funcionar com qualquer um. Mas sim se você se reunir com pessoas positivas e alegres, nunca com "velhos amargos".

14. Mantenha um hobby.

Você pode viajar, caminhar, cozinhar, ler, dançar, cuidar de um gato, de um cachorro, cuidar de plantas, cartas de baralho, golfe, navegar na Internet, pintura, trabalho voluntário em uma ONG, ou coletar alguma coisa. Faça o que você gosta e o que seus recursos permitem.

15. ACEITE convites.

Batizados, formaturas, aniversários, casamentos, conferências ... Visite museus, vá para o campo ... o importante é sair de casa por um tempo. Mas não fique chateado se ninguém o convidou. Certamente, quando você era jovem também não convidava seus pais para tudo.

16. Fale pouco e ouça mais.

Sua vida e seu passado só importam para você mesmo. Se alguém lhe perguntar sobre esses assuntos, seja breve e tente falar sobre coisas boas e agradáveis. Jamais se lamente de nada. Fale em um tom baixo, cortês. Não critique qualquer coisa, aceite situações como elas são. Tudo está passando. Lembre-se que em breve voltará para sua casa e sua rotina.

17. Dores e desconfortos, apresentará sempre.

Não os torne mais problemático do que são. Tente minimizá-los. No final, eles só afetam você e são problemas seus e do seu médico. Lamentações nada conseguem.

18. Permaneça apegado à religião.

Mas orando e rezando o tempo todo como um fanático, não conseguirá nada. Se você é religioso, viva-o intensamente, mas sem ostentação. A boa notícia é que "em breve, poderá fazer seus pedidos pessoalmente.

19. Ria-se muito, ria-se de tudo.

Você é um sortudo, você teve uma vida, uma vida longa, e a morte só será uma nova etapa, uma etapa incerta, assim como foi incerta toda a sua vida.

20. Não faça caso do que dizem a seu respeito, e menos do que pensam de você.

Se alguém lhe diz que agora você não faz nada de importante, não se preocupe. A coisa mais importante já está feita: você e sua história, boa ou ruim, seja como foi. Agora se trata de uma jubilação, o mais suave, em paz e feliz possível.

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TAJ MAHAL - Maior Prova de Amor da História

Talvez a melhor de todas as histórias de amor da História. Sem dúvida representa o maior símbolo de devoção feito para uma paixão. Por volta da metade do século XVII, o imperador Shah Jahan perdeu a sua esposa favorita com uma morte prematura, após ela dar à luz ao 14° filho dele.

Ela era a inspiração de todos os seus atos. Para recuperar a motivação para governar, ele teve um ideia genial, lembrada até hoje, ou seja, construir um monumento em homenagem a sua amada.

A onipresente obra foi erguida com a ajuda de 20 mil homens contratados de diversas regiões distintas do Oriente. A construção sumptuosa de mármore branca foi erguida entre 1632 e 1653, representando a maior prova de amor do mundo.

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A garota da maçã

Agosto de 1942 - Piotrkow, Polônia.

Naquela manhã, o céu estava sombrio, enquanto esperávamos ansiosamente.

Todos os homens, mulheres e crianças do gueto judeu de Piotrkow tinham sido levados até uma praça.

Espalhou-se a notícia de que estávamos sendo removidos. Meu pai havia falecido recentemente de tifo, que se alastrara através do gueto abarrotado.

Meu maior medo era de que nossa família fosse separada.

"O que quer que aconteça," Isidore, meu irmão mais velho, murmurou para mim, "não lhes diga a sua idade. Diga que tem dezesseis anos".

Eu era bem alto, para um menino de 11 anos, e assim poderia ser confundido como tal.

Desse jeito eu poderia ser considerado valioso como um trabalhador.

Um homem da SS aproximou-se, botas estalando nas pedras grosseiras do piso.

Olhou-me de cima a baixo, e, então, perguntou minha idade. "Dezesseis", eu disse.

Ele mandou-me ir à esquerda, onde já estavam meus três irmãos e outros jovens saudáveis.

Minha mãe foi encaminhada para a direita com outras mulheres, crianças, doentes e velhos.

Murmurei para Isidore, "Por quê?"

Ele não respondeu. Corri para o lado da mãe e disse que queria ficar com ela. "Não," ela disse com firmeza. "Vá embora. Não aborreça. Vá com seus irmãos".

Ela nunca havia falado tão asperamente antes. Mas eu entendi: ela estava me protegendo.

Ela me amava tanto que, apenas esta única vez, ela fingiu não fazê-lo. Foi a última vez que a vi.

Meus irmãos e eu fomos transportados em um vagão de gado até a Alemanha.

Chegamos ao campo de concentração de Buchenwald em uma noite, semanas após, e fomos conduzidos a uma barraca lotada.

No dia seguinte, recebemos uniformes e números de identificação. "Não me chamem mais de Herman", eu disse aos meus irmãos. "Chamem-me 94938".

Colocaram-me para trabalhar no crematório do campo, carregando os mortos em um elevador manual.

Eu, também, me sentia como morto. Insensibilizado, eu me tornara um número. Logo, meus irmãos e eu fomos mandados para Schlieben, um dos sub-campos de Buchenwald, perto de Berlim.

Em uma manhã, eu pensei ter ouvido a voz de minha mãe. "Filho" ela disse suave, mas claramente, "Vou mandar-lhe um anjo".

Então eu acordei. Apenas um sonho. Um lindo sonho.

Mas nesse lugar não poderia haver anjos. Havia apenas trabalho. E fome. E medo.

Poucos dias depois, estava caminhando pelo campo, pelas barracas, perto da cerca de arame farpado, onde os guardas não podiam enxergar facilmente. Estava sozinho. Do outro lado da cerca, eu observei alguém: uma pequena menina com suaves, quase luminosos cachinhos.

Ela estava meio escondida atrás de uma bétula. Dei uma olhada em volta, para certificar-me de que ninguém estava me vendo. Chamei-a suavemente em Alemão. "Você tem algo para comer?"

Ela não entendeu. Aproximei-me mais da cerca e repeti a pergunta em Polonês.

Ela se aproximou. Eu estava magro e raquítico, com farrapos envolvendo meus pés, mas a menina parecia não ter medo. Em seus olhos eu vi vida.

Ela sacou uma maçã do seu casaco de lã e a jogou pela cerca.

Agarrei a fruta e, assim que comecei a fugir, ouvi-a dizer debilmente, "Virei vê-lo amanhã".

Voltei para o mesmo local, na cerca, na mesma hora, todos os dias. Ela estava sempre lá, com algo para eu comer - um naco de pão ou, melhor ainda, uma maçã.

Nós não ousávamos falar ou demorarmos. Sermos pegos significaria morte para nós dois.

Não sabia nada sobre ela. Apenas um tipo de menina de fazenda, e que entendia Polonês.

Qual era o seu nome? Por que ela estava arriscando sua vida por mim?

A esperança estava naquele pequeno suprimento, e essa menina, do outro lado da cerca, trouxe-me um pouco, como que me nutrindo dessa forma, tal como o pão e as maçãs.

Cerca de sete meses depois, meus irmãos e eu fomos colocados em um abarrotado vagão de carvão e enviados para o campo de Theresiensatdt, na Tchecoeslováquia. "Não volte", eu disse para a menina naquele dia. "Estamos partindo".

Voltei-me em direção às barracas e não olhei para trás, nem mesmo disse adeus para a pequena menina, cujo nome eu nunca aprendi - menina das maçãs.

Permanecemos em Theresienstadt por três meses.

A guerra estava diminuindo e as forças aliadas se aproximando, muito embora meu destino parecesse estar selado. No dia 10 de maio de 1945, eu estava escalado para morrer na câmara de gás, às 10:00 horas. No silencioso crepúsculo, tentei me preparar. Tantas vezes a morte pareceu pronta para me achar, mas de alguma forma eu havia sobrevivido. Agora, tudo estava acabado.

Pensei nos meus pais. Ao menos, nós estaremos nos reunindo.

Mas, às 08:00 horas ocorreu uma comoção.

Ouvi gritos, e vi pessoas correndo em todas as direções através do campo.

Juntei-me aos meus irmãos.

Tropas russas haviam liberado o campo! Os portões foram abertos.

Todos estavam correndo, então eu corri também.

Surpreendentemente, todos os meus irmãos haviam sobrevivido.

Não tenho certeza como, mas sabia que aquela menina com as maçãs tinha sido a chave da minha sobrevivência. Quando o mal parecia triunfante, a bondade de uma pessoa salvara a minha vida, me dera esperança em um lugar onde ela não existia.

Minha mãe havia prometido enviar-me um anjo, e o anjo apareceu.

Eventualmente, encaminhei-me à Inglaterra, onde fui assistido pela Caridade Judaica.

Fui colocado em um abrigo com outros meninos que sobreviveram ao Holocausto e treinado em Eletrônica. Depois fui para os Estados Unidos, para onde meu irmão Sam já havia se mudado.

Servi no Exército durante a Guerra da Coréia, e retornei a Nova Iorque, após dois anos.

Por volta de agosto de 1957, abri minha própria loja de consertos eletrônicos.

Estava começando a estabelecer-me.

Um dia, meu amigo Sid, que eu conhecia da Inglaterra, me telefonou. "Tenho um encontro. Ela tem uma amiga polonesa. Vamos sair juntos!".

Um encontro às cegas? Não, isso não era para mim!

Mas Sid continuou insistindo e, poucos dias depois, nos dirigimos ao Bronx para buscar a pessoa com quem marcara encontro e a sua amiga Roma. Tenho que admitir: para um encontro às cegas, não foi tão ruim. Roma era enfermeira em um hospital do Bronx. Era gentil e esperta. Bonita, também, com cabelos castanhos cacheados e olhos verdes amendoados que faiscavam com vida.

Nós quatro fomos até Coney Island. Roma era uma pessoa com quem era fácil falar e ótima companhia. Descobri que ela era igualmente cautelosa com encontros às cegas.

Nós dois estávamos apenas fazendo um favor aos nossos amigos. Demos um passeio na beira da praia, gozando a brisa salgada do Atlântico e depois jantamos perto da margem. Não poderia me lembrar de ter tido momentos melhores.

Voltamos ao carro do Sid, com Roma e eu dividindo o assento trazeiro.

Como judeus europeus que haviam sobrevivido à guerra, sabíamos que muita coisa deixou de ser dita entre nós. Ela puxou o assunto, perguntando delicadamente: "Onde você estava durante a guerra?" "Nos campos de concentração", eu disse.

As terríveis memórias ainda vívidas, a irreparável perda. Tentei esquecer.

Mas jamais se pode esquecer.

Ela concordou, dizendo: "Minha família se escondeu em uma fazenda na Alemanha, não longe de Berlim . Meu pai conhecia um padre, e ele nos deu papéis arianos."

Imaginei como ela deve ter sofrido também, tendo o medo como constante companhia.

Mesmo assim, aqui estávamos, ambos sobreviventes, em um mundo novo. "Havia um campo perto da fazenda", Roma continuou. "Eu via um menino lá e lhe jogava maçãs todos os dias."

Que extraordinária coincidência, que ela tivesse ajudado algum outro menino. "Como ele era?", perguntei. "Ele era alto, magro e faminto. Devo tê-lo visto todos os dias, durante seis meses."

Meu coração estava aos pulos! Não podia acreditar! Isso não podia ser! "Ele lhe disse, um dia, para você não voltar, por que ele estava indo embora de Schlieben?".

Roma me olhou estupefata. "Sim!". "Era eu!".

Eu estava para explodir de alegria e susto, inundado de emoções.

Não podia acreditar! Meu anjo! "Não vou deixar você partir", disse a Roma.

E, na trazeira do carro, nesse encontro às cegas, pedi-a em casamento. Não queria esperar. "Você está louco!", ela disse.

Mas convidou-me para conhecer seus pais no jantar do Shabbat da semana seguinte.

Havia tanto que eu ansiava descobrir sobre Roma, mas as coisas mais importantes eu sempre soube: sua firmeza, sua bondade. Por muitos meses, nas piores circunstâncias, ela veio até a cerca e me trouxe esperança. Não que eu a tivesse encontrado de novo, eu jamais a havia deixado partir.

Naquele dia, ela disse sim. E eu mantive a minha palavra.

Após quase 50 anos de casamento, dois filhos e três netos, eu jamais a deixara partir.?

Herman Rosenblat - Miami Beach, Florida ***

Esta é uma história verdadeira e você pode descobrir mais sobre ele no Google.

Ele fez Bar-Mitzvah com a idade de 75 anos.

Esta história está sendo transformada em filme, chamado "A cerca".

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As duas maçãs

Um garoto segurava em suas mãos duas maçãs. Seu pai se aproximou e lhe pediu com um belo sorriso: "Filho, você poderia dar uma de suas maçãs para o papai?"

O menino levanta os olhos para seu pai durante alguns segundos, e morde subitamente uma das maçãs e logo em seguida a outra.

O pai sente seu rosto se esfriar e perde o sorriso... Ele tenta não mostrar sua decepção quando seu filho lhe dá uma de suas maçãs mordidas.

O pequeno olha para seu pai com um sorriso de anjo e diz: "É essa a mais doce, papai."

Retarde sempre o seu julgamento sobre as pessoas. Dê aos outros o privilégio de poder se explicar. Mesmo se a ação parecer errada, o motivo pode ser bom!...

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Definição de saudade

Dr. Rogério Brandão {Médico oncologista}

Como médico cancerologista, já calejado com longos 29 anos de atuação profissional (...) posso afirmar que cresci e modifiquei-me com os dramas vivenciados pelos meus pacientes. Não conhecemos nossa verdadeira dimensão até que, pegos pela adversidade, descobrimos que somos capazes de ir muito mais além.

Recordo-me com emoção do Hospital do Câncer de Pernambuco, onde dei meus primeiros passos como profissional... Comecei a frequentar a enfermaria infantil e apaixonei-me pela oncopediatria. Vivenciei os dramas dos meus pacientes, crianças vítimas inocentes do câncer. Com o nascimento da minha primeira filha, comecei a me acovardar ao ver o sofrimento das crianças.

Até o dia em que um anjo passou por mim! Meu anjo veio na forma de uma criança já com 11 anos, calejada por dois longos anos de tratamentos diversos, manipulações, injeções e todos os desconfortos trazidos pelos programas de quimios e radioterapias. Mas nunca vi o pequeno anjo fraquejar. Vi-a chorar muitas vezes; também vi medo em seus olhinhos; porém, isso é humano!

Um dia, cheguei ao hospital cedinho e encontrei meu anjo sozinha no quarto. Perguntei pela mãe. A resposta que recebi, ainda hoje, não consigo contar sem vivenciar profunda emoção.

— Tio, disse-me ela, às vezes minha mãe sai do quarto para chorar escondido nos corredores... Quando eu morrer, acho que ela vai ficar com muita saudade. Mas, eu não tenho medo de morrer, tio. Eu não nasci para esta vida!

Indaguei:

— E o que morte representa para você, minha querida?

— Olha tio, quando a gente é pequena, às vezes, vamos dormir na cama do nosso pai e, no outro dia, acordamos em nossa própria cama, não é?

(Lembrei das minhas filhas, na época crianças de 6 e 2 anos, com elas, eu procedia exatamente assim.)

— É isso mesmo.

— Um dia eu vou dormir e o meu Pai vem me buscar. Vou acordar na casa Dele, na minha vida verdadeira!

Fiquei "entupigaitado", não sabia o que dizer. Chocado com a maturidade com que o sofrimento acelerou, a visão e a espiritualidade daquela criança.

— E minha mãe vai ficar com saudades ? emendou ela.

Emocionado, contendo uma lágrima e um soluço, perguntei:

— E o que saudade significa para você, minha querida?

— Saudade é o amor que fica!

Hoje, aos 53 anos de idade, desafio qualquer um a dar uma definição melhor, mais direta e simples para a palavra saudade: É O AMOR QUE FICA!

ATITUDE É:

Viva em harmonia com tudo e todos!!!

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Você tem certeza?

Já aconteceu de você ter perdido alguma coisa e, finalmente, achá-la exatamente no lugar em que você tinha certeza absoluta que ela não ia estar?

Que outras coisas na sua vida você pode não estar rotineiramente enxergando, porque tem certeza que não estão lá?

Quantas idéias criativas nunca apareceram porque você já tem certeza do que funciona e do que não?

Será que a certeza está limitando você?

Será que sua certeza é realmente certeza?

Ou simplesmente falta de vontade de explorar novas opções?

Existem momentos em que devemos agir e pensar com certeza e determinação, mas muitas vezes o que julgamos ser certeza é pura teimosia.

Suas certezas resultam, na maioria das vezes, de suas experiências.

Mas leve sempre em conta que existe um universo de oportunidades além dessas experiências.

Sim, é mais fácil rejeitar novas idéias sem considerá-las ou explorá-las.

Agora, se você já sabe tudo, como é possível aprender?

É ótimo ter certeza e confiança.

Só não deixe a certeza cegá-lo para o real potencial das suas possibilidades.

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Reflexão sobre o depois

Muitas vezes deixamos tudo pra DEPOIS.
Depois eu ligo.
Depois eu faço.
Depois eu falo.
Depois eu mudo.

Deixa-se tudo pra depois, como se depois fosse melhor.

O que todos esquecem é que depois...
O café esfria...
A prioridade muda....
Depois o encanto se perde...
Depois o cedo fica tarde....
A saudade passa.

Depois tanta coisa muda....

Então, não deixe nada pra depois,
porque na espera do depois,
você pode perder os melhores momentos,
as melhores experiências,
os melhores amigos....

Lembre-se que o depois pode ser tarde demais!!!

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O valor de ouvir mais e falar menos

Quando a Western Union solicitou a Thomas Edison que "estipulasse seu preço" para a máquina perfuradora de fita que ele inventara, Edison pediu alguns dias para pensar no assunto.

Sua esposa logo sugeriu 20 mil dólares, mas ele considerou essa quantia exorbitante.

No dia combinado ele compareceu à reunião ainda incerto sobre o preço de seu invento. Quando o presidente da mesa lhe perguntou quanto queria pelo invento, ele tentou dizer 20 mil dólares, mas as palavras não saíram de sua boca.

O presidente finalmente quebrou o silêncio e perguntou: - Que tal 100 mil?

Geralmente, o silêncio permite que outras pessoas digam algo melhor do que nós diríamos.

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Os cegos e o elefante

Numa cidade da Índia viviam sete sábios cegos. Como seus conselhos eram sempre excelentes, todas as pessoas que tinham problemas consultavam-nos.

Embora fossem amigos, havia uma certa rivalidade entre eles, que, de vez em quando, discutiam sobre o qual seria o mais sábio.

Certa noite, depois de muito conversarem acerca da verdade da vida e não chegarem a um acordo, o sétimo sábio ficou tão aborrecido que resolveu ir morar sozinho numa caverna da montanha. Disse aos companheiros:

— Somos cegos para que possamos ouvir e compreender melhor do que as outras pessoas a verdade da vida. E, em vez de aconselhar os necessitados, vocês ficam aí brigando, como se quisessem ganhar uma competição. Não agüento mais! Vou-me embora.

No dia seguinte, chegou à cidade um comerciante montado num elefante imenso. Os cegos jamais haviam tocado nesse animal e correram para a rua ao encontro dele.

O primeiro sábio apalpou a barriga do animal e declarou:

— Trata-se de um ser gigantesco e muito forte! Posso tocar os seus músculos e eles não se movem; parecem paredes.

— Que bobagem! - disse o segundo sábio, tocando na presa do elefante - Este animal é pontudo como uma lança, uma arma de guerra.

— Ambos se enganam - retrucou o terceiro sábio, que apertava a tromba do elefante - Este animal é idêntico a uma serpente! Mas não morde, porque não tem dentes na boca. É uma cobra mansa e macia.

— Vocês estão totalmente alucinados! - gritou o quinto sábio, que mexia as orelhas do elefante - Este animal não se parece com nenhum outro. Seus movimentos são ondeantes, como se seu corpo fosse uma enorme cortina ambulante.

— Vejam só! Todos vocês, mas todos mesmos, estão completamente errados! - irritou-se o sexto sábio, tocando a pequena cauda do elefante - Este animal é como uma rocha com uma cordinha presa no corpo. Posso até me pendurar nele.

E assim ficaram horas debatendo, aos gritos, os seis sábios. Até que o sétimo sábio cego, o que agora habitava a montanha, apareceu conduzido por uma criança.

Ouvindo a discussão, pediu ao menino que desenhasse no chão a figura do elefante. Quando tateou os contornos do desenho, percebeu que todos os sábios estavam certos e enganados ao mesmo tempo. Agradeceu ao menino e afirmou:

— Assim os homens se comportam diante da verdade. Pegam apenas uma parte, pensam que é o todo, e continuam tolos!

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A cachorrinha que foi para o céu

Abbey, nossa cadelinha de 14 anos morreu no mês passado. No dia seguinte a seu falecimento, minha filha de 4 anos, Meredith, chorava e comentava sobre a saudade que sentia de Abbey.

Ela perguntou se poderia escrever uma carta para Deus para que, assim que Abbey chegasse ao céu, Deus a reconhecesse.

Eu concordei, e ela ditou as seguintes palavras:

Querido Deus.
O Senhor poderia tomar conta da minha cadela?
Ela morreu ontem e está ai no céu com o Senhor. Estou com muitas saudades dela.
Fico feliz porque o Senhor deixou ela comigo mesmo que ela tenha ficado doente.
Espero que o Senhor brinque com ela.
Ela gosta de nadar e de jogar bola.
Estou mandando uma foto dela para que assim que a veja, o Senhor saberá logo que é a minha cadela.
Eu sinto muita saudade dela.

Meredith


Pusemos num envelope a carta com uma foto de Abbey com Meredith e a endereçamos: Deus - Endereço: Céu.

Também pusemos nosso endereço como remetente.

Então Meredith colou um monte de selos na frente do envelope, pois ela disse que precisaria de muitos selos para a carta chegar até o céu.

Naquela tarde ela colocou a carta numa caixa do correio.

Dias depois ela perguntou se Deus já tinha recebido a carta.

Respondi que achava que sim.

Ontem havia um pacote embalado num papel dourado na varanda de nossa casa, endereçado a Meredith numa caligrafia desconhecida.

Dentro havia um livro escrito por Mr. Rogers, intitulado "Quando um animal de estimação morre".

Colada na capa interna do livro estava a carta de Meredith.

Na outra página, estava a foto das duas com o seguinte bilhete:

Querida Meredith,

A Abbey chegou bem ao céu.
A foto ajudou muito e eu a reconheci imediatamente.
Abbey não está mais doente.
O espírito dela está aqui comigo assim como está no seu coração.
Ela adorou ter sido seu animal de estimação.
Como não precisamos de nossos corpos no céu, não tenho bolso para guardar a sua foto.
Assim, a estou devolvendo dentro do livro para você guardar como uma lembrança da Abbey.

Obrigado por sua linda carta e agradeça a sua mãe por tê-la ajudado a escrevê-la e a enviá-la pra mim.
Que mãe maravilhosa você tem!! Eu a escolhi especialmente pra você.

Eu envio minhas bênçãos todos os dias e lembro que amo muito vocês.
A propósito, sou fácil de encontrar: estou em todos os lugares onde exista amor.

Com amor.

DEUS

Não se sabe quem respondeu, mas existe uma belíssima alma trabalhando no arquivo morto dos correios americanos.

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Dicas para quem já passou dos 55 anos

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Franz Kafka e a Boneca Viajante

Um ano antes de sua morte, Franz Kafka viveu uma experiência singular.

Passeando pelo parque de Steglitz, em Berlim, encontrou uma menina chorando porque havia perdido sua boneca.

Kafka ofereceu ajuda para encontrar a boneca e combinou um encontro com a menina no dia seguinte no mesmo lugar.

Nao tendo encontrado a boneca, ele escreveu uma carta como se fosse a boneca e leu para a garotinha quando se encontraram. A carta dizia: "Por favor, não chore por mim, parti numa viagem para ver o mundo".

Durante três semanas, Kafka entregou pontualmente à menina outras cartas , que narravam as peripécias da boneca em todos os cantos do mundo : Londres, Paris, Madagascar ...

Tudo para que a menina esquecesse a grande tristeza!

Esta história foi contada para alguns jornais e inspirou um livro de Jordi Sierra i Fabra (Kafka e a Boneca Viajante) onde o escritor imagina como como teriam sido as conversas e o conteúdo das cartas de Kafka.

No fim, Kafka presenteou a menina com uma outra boneca.

Ela era obviamente diferente da boneca original.

Uma carta anexa explicava: "minhas viagens me transformaram".

Anos depois, a garota encontrou uma carta enfiada numa abertura escondida da querida boneca substituta.

O bilhete dizia:

"Tudo que você ama, você eventualmente perderá, mas, no fim, o amor retornará em uma forma diferente".

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O tempo passou e me formei em solidão

Créditos: José Antônio Oliveira de Resende
Professor de Prática de Ensino de Língua Portuguesa, do Departamento de Letras, Artes e Cultura, da Universidade Federal de São João del-Rei.

Sou do tempo em que ainda se faziam visitas. Lembro-me de minha mãe mandando a gente caprichar no banho, porque a família toda iria visitar algum conhecido.

Íamos todos juntos, família grande, todo mundo a pé. Geralmente, à noite. Ninguém avisava nada, o costume era chegar de paraquedas mesmo. E os donos da casa recebiam alegres a visita.

Aos poucos, os moradores iam se apresentando, um por um. "Olha o compadre aqui, garoto! Cumprimenta a comadre". E o garoto apertava a mão do meu pai, da minha mãe, a minha mão e a mão dos meus irmãos. Aí chegava outro menino. Repetia-se toda a diplomacia. "Mas vamos nos assentar, gente. Que surpresa agradável!"

A conversa rolava solta na sala. Meu pai conversando com o compadre e minha mãe de papo com a comadre. Eu e meus irmãos ficávamos assentados todos num mesmo sofá, entreolhando-nos e olhando a casa do tal compadre. Retratos na parede, duas imagens de santos numa cantoneira, flores na mesinha de centro... casa singela e acolhedora.

A nossa também era assim. Também eram assim as visitas, singelas e acolhedoras. Tão acolhedoras que era também costume servir um bom café aos visitantes. Como um anjo benfazejo, surgia alguém lá da cozinha - geralmente uma das filhas - e dizia: "Gente, vem aqui pra dentro que o café está na mesa."

Tratava-se de uma metonímia gastronômica. O café era apenas uma parte: pães, bolo, broas, queijo fresco, manteiga, biscoitos, leite... tudo sobre a mesa. Juntava todo mundo e as piadas pipocavam. As gargalhadas também.

Pra que televisão? Pra que rua? Pra que droga? A vida estava ali, no riso, no café, na conversa, no abraço, na esperança... Era a vida respingando eternidade nos momentos que acabam.... era a vida transbordando simplicidade, alegria e amizade...

Quando saíamos, os donos da casa ficavam à porta até que virássemos a esquina. Ainda nos acenávamos. E voltávamos para casa, caminhada muitas vezes longa, sem carro, mas com o coração aquecido pela ternura e pela acolhida.

Era assim também lá em casa. Recebíamos as visitas com o coração em festa... A mesma alegria se repetia. Quando iam embora, também ficávamos, a família toda, à porta. Olhávamos, olhávamos... até que sumissem no horizonte da noite.

O tempo passou e me formei em solidão. Tive bons professores: televisão, vídeo, DVD, internet, e-mail, Whatsapp ... Cada um na sua e ninguém na de ninguém. Não se recebe mais em casa. Agora a gente combina encontros com os amigos fora de casa: "Vamos marcar uma saída!... " ninguém quer entrar mais.

Assim, as casas vão se transformando em túmulos sem epitáfios, que escondem mortos anônimos e possibilidades enterradas. Cemitério urbano, onde perambulam zumbis e fantasmas mais assustados que assustadores. Casas trancadas.. Pra que abrir? O ladrão pode entrar e roubar a lembrança do café, dos pães, do bolo, das broas, do queijo fresco, da manteiga, dos biscoitos do leite...

Que saudade do compadre e da comadre!...

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A história do cocheiro

Era uma vez um cocheiro que dirigia uma carroça cheia de abóboras.

A cada solavanco da carroça, ele olhava para trás e via que as abóboras estavam todas desarrumadas.

Então ele parava, descia e colocava-as novamente no lugar. Mal reiniciava sua viagem, lá vinha outro solavanco e... tudo se desarrumava de novo.

Então ele começou a ficar desanimado e pensou: "jamais vou conseguir terminar minha viagem! É impossível dirigir nesta estrada de terra, conservando as abóboras arrumadas!".

Quando estava assim pensando, passou à sua frente outra carroça cheia de abóboras e ele observou que o cocheiro seguia em frente e nem olhava para trás: as abóboras que estavam desarrumadas organizavam-se sozinhas no próximo solavanco.

Foi quando ele compreendeu que, se colocasse a carroça em movimento na direção do local onde queria chegar, os próprios solavancos da carroça fariam com que as abóboras se acomodassem em seus devidos lugares.

Assim também é a nossa vida: quando paramos demais para olhar os problemas, perdemos tempo e nos distanciamos das nossas metas.

Autor desconhecido

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O segredo do anel - Osho

Um rei perguntou aos sábios da corte: "Estou fazendo um anel belíssimo para mim mesmo. Consegui um dos melhores diamantes que existe. Quero manter, escondida dentro do anel, uma mensagem que possa me auxiliar num momento de completo desespero. Terá que ser bem pequena para que possa ficar oculta sob o diamante no anel."

Todos os sábios estavam reunidos, todos grandes eruditos. Poderiam escrever grandes tratados. Mas dar ao rei uma mensagem com apenas duas ou três palavras que pudesse ajudá-lo em momentos de completo desespero... eles pensaram, procuraram em seus livros, mas nada puderam encontrar.

O rei tinha um servo antigo que era quase como seu pai - ele já tinha servido também a seu pai. A mãe do rei havia morrido cedo e esse servo cuidou dele, assim ele não era tratado como um empregado. O rei tinha imenso respeito por ele. O servo disse:

"Não sou um sábio, culto, conhecedor de muitos assuntos, mas sei qual é a mensagem, pois só existe uma mensagem. E estas pessoas não podem dá-la a você. Ela só pode ser dada por um místico, por um homem que tenha realizado a si mesmo. Em minha longa vida no palácio, encontrei todo tipo de pessoas, e uma vez, um místico. Ele também era um hóspede de seu pai e fui colocado para serví-lo. Quando ele estava para partir, como um gesto de agradecimento por todos os meus serviços ele me deu essa mensagem, que agora passo ao senhor meu rei."

E a escreveu num pedacinho de papel, depois dobrou o papel e disse ao rei:

"Não leia agora, apenas a mantenha escondida no anel. Só leia esta mensagem quando tudo mais tiver falhado, quando não houver mais saída".

E essa hora não demorou a chegar. O país foi invadido e o rei perdeu seu reino. Ele estava fugindo em seu cavalo para salvar sua vida e os cavalos dos inimigos o estavam seguindo. Ele estava sozinho, e eles eram muitos. Depois ele chegou a um ponto onde a estrada acabava, num lugar sem saída, só havia um despenhadeiro. Cair dali seria o fim. Ele não podia retornar, o inimigo estava ali e ele podia ouvir o som dos cavalos se aproximando. Não podia avançar, não havia saída...

Então, lembrou-se do anel. Ele o abriu, tirou o papel, e havia uma pequena mensagem de enorme valor. Simplesmente dizia:

"Isso também irá passar."

Um grande silêncio recaiu sobre ele enquanto lia a frase: isso também irá passar. E passou. Tudo passa, nada permanece eternamente nesse mundo. Os inimigos que o seguiam devem ter se perdido na floresta, devem ter tomado o caminho errado. O ruído dos cavalos diminuía aos poucos, até que não era mais possível ouví-los.

O rei ficou imensamente agradecido ao serviçal e ao místico desconhecido. Aquelas palavras provaram ser milagrosas. Ele dobrou o papel, colocou-o de volta no anel, reuniu seus exércitos e reconquistou seu reino. E quando voltou à capital, vitorioso, havia uma grande celebração por toda a cidade, com música e dança, e ele sentia muito orgulho de si mesmo. O velho servo caminhava ao lado de sua carruagem. Ele disse: "Essa também é uma boa hora: leia de novo a mensagem."

O rei falou: "O que você quer dizer? Sou vitorioso, o povo está celebrando, não estou desesperado, não estou numa situação da qual não há saída."

O velho serviçal disse, "Escute. Foi isso que o santo disse para mim: esta mensagem não é só para os momentos de desespero, também é para os de grande prazer. Essa não é somente para quando você for derrotado, mas para quando você for vitorioso. Não apenas para quando você for o último, mas também para quando for o primeiro."

E o rei abriu o anel e leu a mensagem: "isso também irá passar," e de repente, a mesma paz, o mesmo silêncio no meio da multidão que celebrava alegre, dançando. Mas o orgulho, o ego não estavam mais presentes. Tudo passa.

Ele pediu ao servo que se aproximasse mais da carruagem e se sentasse ao seu lado. Perguntou: "Há mais alguma coisa? Tudo passa... Sua mensagem me ajudou muito."

O velho servo disse: "Lembre-se, tudo passa. Só você permanece. Você permanece sempre como uma testemunha."

Tudo passa, mas você permanece. Você é a realidade e tudo mais é somente um sonho. Belos sonhos, pesadelos, não importa, o que importa é aquele que está vendo o sonho. Aquele que vê é a única realidade.

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Entrevista para o dia das mães

Entrevista realizada com crianças de 7 e 8 anos de idade sobre suas mães, cursando o ensino fundamental da Espanha. As respostas abaixo foram consideradas as mais interessantes.

QUEM É O CHEFE DA SUA CASA?

Acho que a minha mãe, porque ela tem muito mais coisas a fazer do que meu pai.

POR QUE DEUS FEZ O DIA DAS MÃES?

Porque elas são as únicas que sabem onde estão as coisas em casa.

COMO DEUS FEZ AS MÃES?

Com mágica, super poderes e misturou tudo muito bem.

QUE INGREDIENTES ELE USOU?

Nuvem, cabelo de anjo e tudo de bom que há no mundo e uma pitada de mal.

POR QUE DEUS TE DEU SUA MÃE E NÃO OUTRA MÃE?

Porque Deus sabia que ela seria mais minha mãe do que outras mães.

POR QUE SUA MÃE SE CASOU COM SEU PAI?

Minha avó diz que é porque ela não pensou direito.

QUAL A DIFERENÇA ENTRE AS MAMÃES E OS PAPAIS?

  1. As mamães trabalham no trabalho e em casa, os papais só vão ao trabalho.
  2. As mães sabem falar com as professoras sem assustá-las.
  3. Os papais são mais altos e fortes, mas as mamães tem o verdadeiro poder porque você tem de pedir pra elas quando quer dormir na casa de um amigo.
  4. As mães são mágicas porque elas fazem você se sentir bem sem remédio.

O QUE SUA MÃE FAZ NO TEMPO LIVRE?

Mães não têm tempo livre.

SE VOCÊ PUDESSE MUDAR ALGO EM SUA MÃE, O QUE SERIA?

Eu queria que desaparecessem os olhos invisíveis que ela tem atrás da cabeça.

Feliz semana das mães, porque um dia é pouco!

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Que nossa amizade nunca se separe, porque é de coração!

Eu nunca trocaria meus amigos surpreendentes, minha vida maravilhosa, minha amada família por menos cabelo branco ou uma barriga mais lisa.

Enquanto fui envelhecendo tornei-me mais amável para mim e menos crítico de mim mesmo.

Eu me tornei meu próprio amigo...

Eu não me censuro por comer biscoito extra, ou por não fazer a minha cama, ou pela compra de algo bobo que eu não precisava.

Eu tenho o direito de ser desarrumado, de ser extravagante.

Vi muitos amigos queridos deixarem este mundo cedo demais, antes de compreenderem a grande liberdade que vem com o envelhecimento.

Quem vai me censurar se resolvo ficar lendo ou jogar no computador até às quatro horas e dormir até meio-dia?

Quem irá me tirar o prazer de ficar na cama ou na frente da televisão o tempo que eu quiser?

Eu dançarei ao som daqueles sucessos maravilhosos dos anos 70 & 80 e se eu, ao mesmo tempo, desejar chorar por um amor perdido...

Eu vou.

Se eu quiser, vou andar na praia em um short excessivamente esticado sobre um corpo decadente e mergulhar nas ondas com abandono, apesar dos olhares penalizados dos outros no "jet set".

Eles também vão envelhecer.

Eu sei que sou às vezes esquecido, mas há algumas coisas na vida que devem mesmo ser esquecidas.

Eu me recordo das coisas importantes. Claro, ao longo dos anos meu coração foi quebrado.

Mas corações partidos são os que nos dão força, compreensão e compaixão. Um coração que nunca sofreu é imaculado e estéril, e nunca conhecerá a alegria de ser imperfeito.

Sou abençoado por ter vivido o suficiente para ter meus cabelos grisalhos e ter os risos da juventude gravados para sempre em sulcos profundos em meu rosto.

Muitos nunca riram, muitos morreram antes de seus cabelos virarem prata.

Conforme você envelhece, é mais fácil ser positivo.

Você se preocupa menos com o que os outros pensam.

Eu não me questiono mais.

Eu ganhei o direito de estar errado. Assim, para responder sua pergunta, eu gosto de ser velho.

Eu gosto da pessoa que me tornei.

Não vou viver para sempre, mas enquanto ainda estou aqui, não vou perder tempo lamentando o que poderia ter sido, ou me preocupar com o que será.

E, se me apetecer, vou comer sobremesa todos os dias.

ENTENDEU ???

Que nossa amizade nunca se separe, porque é de coração!

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Seis histórias

1. Um dia, os homens de uma aldeia decidiram orar para que chovesse. No dia da oração todas as pessoas se reuniram, mas apenas um menino veio com um guarda-chuva.

Isso é FÉ.

2. Quando você lança um bebê no ar e ele ri, é porque ele sabe que você o pegará novamente.

Isso é CONFIANÇA

3. Todas as noites vamos dormir sem a garantia de que estaremos vivos na manhã seguinte, no entanto, colocamos o despertador para acordar.

Isso é ESPERANÇA

4. Podemos fazer grandes planos para amanhã, mesmo que nós não conheçamos o futuro em tudo.

Isso é SEGURANÇA

5. Nós vemos o sofrimento no mundo e, apesar disso, nos casamos ??e temos filhos.

Isso é AMOR

6. Havia um homem velho com o seguinte escrito em sua camiseta: "Eu não tenho 70 anos, eu tenho 16 com 54 anos de experiência."

Isso é ATITUDE

Viva a sua vida com fé, confiança, esperança, segurança, amor e atitude !!!

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É preciso ir embora

Ir embora é importante para que você entenda que você não é tão importante assim, que a vida segue, com ou sem você por perto. Pessoas nascem, morrem, casam, separam e resolvem os problemas que antes você acreditava só você resolver. É chocante e libertador - ninguém precisa de você pra seguir vivendo.

Nem sua mãe, nem seu pai, nem seu ex-patrão, nem sua empregada, nem ninguém. Parece besteira, mas a maioria de nós tem uma noção bem distorcida da importância do próprio umbigo - novidade para quem sofre deste mal: ninguém é insubstituível ou imprescindível. Lide com isso. É preciso ir embora.

Ir embora é importante para que você veja que você é muito importante sim! Seja por 2 minutos, seja por 2 anos, quem sente sua falta não sente menos ou mais porque você foi embora - apenas sente por mais tempo! O sentimento não muda. Algumas pessoas nunca vão esquecer do seu aniversário , você estando aqui ou na Austrália.

Esse papo de "que saudades de você, vamos nos ver uma hora" é politicagem. Quem sente sua falta vai sempre sentir e agir. E não se preocupe, pois o filtro é natural. Vai ter sempre aquele seleto e especial grupo que vai terminar a frase "Que saudade de você?" com "por isso tô te mandando esse áudio"; ou "porque tá tocando a nossa música" ou "então comprei uma passagem" ou ainda "desce agora que tô passando aí".

Então vá embora. Vá embora do trabalho que te atormenta. Daquela relação que você sabe não vai dar certo. Vá embora "da galera" que está presente quando convém. Vá embora da casa dos teus pais. Do teu país. Da sala. Vá embora. Por minutos, por anos ou pra vida. Se ausente, nem que seja pra encontrar com você mesmo. Quanto voltar - e se voltar - vai ver as coisas de outra perspectiva, lá de cima do avião.

As desculpas e pré-ocupações sempre vão existir. Basta você decidir encarar as mesmas como elas realmente são - do tamanho de formigas.

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Segunda Guerra Mundial - Blindagem dos aviões

Durante a Segunda Guerra Mundial, estatísticos da equipe de Abraham Wald analisavam todos os aviões que voltavam das batalhas e destavacam as áreas com mais marcas de balas, como na imagem que ilustra este post. O objetivo era identificar onde a estrutura dos aviões deveria ser reforçada da maneira mais eficiente: não muito a ponto de deixar o avião muito pesado, difícil de manobrar e consumindo mais combustível, e nem tão pouco a ponto de deixá-lo vulnerável.

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Envelhecer

Existem cinco coisas antigas que são boas:

  1. Esposas idosas.
  2. Os velhos amigos para conversar.
  3. A velha lenha para aquecer.
  4. Velhos vinhos para beber.
  5. Os livros antigos para ler

    Émile A. Faguet

O segredo de uma boa velhice não é outra coisa senão um pacto honrado com a solidão
Gabriel Garcia Marques
Envelhecer é como escalar uma grande montanha: enquanto escala, as forças diminuem, mas o olhar é mais livre, a visão mais ampla e mais serena.
Ingmar Bergman
Os primeiros quarenta anos de vida nos dão o texto; os próximos trinta, o comentário.
Arthur Schopenhauer
Os velhos desconfiam dos jovens porque já foram jovens.
William Shakespeare
Quando me dizem que estou velho demais para fazer alguma coisa, tento fazer mais rápido.
Pablo Picasso
A arte do envelhecimento é a arte de preservar alguma esperança.
André Maurois
A velhice é um tirano que proíbe, sob pena de morte, todos os prazeres da juventude.
François de La Rochefoucauld
As rugas do espírito nos fazem mais velhos que os do rosto.
Michel Eugene de le Montaigne
O envelhecimento ainda é o único meio que foi encontrado para viver muito tempo.
Charles Augustin Sainte-Beuve
Ninguém é tão velho que não possa viver mais um ano, nem tão jovem que hoje não possa morrer.
Fernando de Rojas
Todos queremos envelhecer e todos negamos que chegamos.
Francisco de Quevedo
Se você quer ser velho por um longo tempo, envelheça logo. Cícero
Nada envelhece tanto quanto a morte daqueles que conhecemos durante a infância. Julián Green
O jovem conhece as regras, mas o velho conhece as exceções. Oliver Wendell Holmes
A velhice começa quando a memória é mais forte que a esperança. Provérbio Hindu
Na juventude aprendemos, na velhice entendemos. Marie von Ebner Eschenbach
A maturidade do homem é ter recuperado a serenidade com a qual brincávamos quando éramos crianças.
Frederich Nietzsche
O velho não pode fazer o que um jovem faz; mas faz melhor.
Cícero
Leva dois anos para aprender a falar e sessenta para aprender a calar a boca.
Ernest Hemingway
As árvores mais antigas dão os frutos mais doces.Provérbio alemão
Aqueles que realmente amam a vida são aqueles que estão envelhecendo.
Sófocles
Quando você é velho na carne, seja jovem na alma.
Autor desconhecido
A velhice tira o que herdamos e nos dá o que merecemos.Gerald Brenan
Um homem não é velho até que comece a reclamar em vez de sonhar.
John Barrymore
Um homem não envelhece quando sua pele enruga, mas quando seus sonhos e esperanças se encolhem.
Grafite de rua
Velho é aquele que considera que sua tarefa está cumprida. Aquele que se levanta sem metas e se deita sem esperança.
Autor desconhecido

Sou professor

Um professor encontra um rapaz que diz que foi aluno dele.

E aí o cara pergunta:

— Lembra de mim? E ele diz que não.

Aí o cara conta que foi aluno dele.

E ele pergunta:

— O que anda fazendo?

— Sou professor.

— Ah que legal. Como eu?

— Sim. Virei professor porque você me inspirou..

Aí ele pergunta pro cara qual foi o momento em que ele o inspirou a ser professor. E aí o aluno conta a história:

— Um dia um amigo meu, estudante também, chegou com um relógio novo, lindo, e eu decidi que queria pra mim e roubei, peguei do bolso dele. Aí este meu amigo percebeu o roubo e reclamou com você (professor). Ai você disse: o relógio do colega de vocês foi roubado, quem roubou devolva. Nao devolvi porque não queria. Aí você trancou a porta, falou pra todo mundo ficar em pé que você passaria de um por um para revistar os bolsos de todos até achar o relógio. Mas você falou pra todos fecharem os olhos que você faria isso com os alunos de olhos fechados ... todos fecharam os olhos e você foi indo de bolso em bolso e quando chegou no meu encontrou o relógio e pegou. Continuou revistando todos e aí quando terminou disse: podem abrir os olhos. Já temos o relógio.

— Você não me disse nada. Não mencionou o episódio nunca. Não falou quem tinha roubado pra ninguém. E naquele dia você salvou a minha dignidade para sempre

— Foi dia mais vergonhoso da minha vida. Mas o dia em que minha dignidade foi salva de eu não ter me tornado um ladrão, uma má pessoa etc ...

— Você nunca falou nada. Não me deu lição de moral. E eu entendi a mensagem

— E entendi que é isso que um verdadeiro educador deve fazer.

— Você não lembra disso professor?

E o professor responde:

— Eu lembro da situação, do relógio roubado e de ter revistado todos. Mas não lembrava de você. Porque eu também fechei meus olhos ao revistar.

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Lições de bichos e coisas

Rubem Alves

Tenho inveja das plantas e dos animais. Parecem-me tão tranquilos, possuidores de uma sabedoria que nós não temos. Como se desfrutassem da felicidade do Paraíso. Sofrem, pois não existe vida sem sofrimento. Mas sofrem sempre como se deve, quando o sofrimento vem, na hora certa, e não por antecipação.

Saber sofrer é uma lição difícil de aprender. Se terrível golpe nos golpeia e não sofremos, algo está errado. Pois como não chorar, se o destino nos faz sangrar? Se não choramos é porque o coração está doente, perdeu a capacidade de sentir. Mas sofrer fora de hora é doença também, permitir-se ser cortado por golpes que ainda não aconteceram e que só existem como fantasmas da imaginação.

Os animais sabem sofrer. Nós não. Somos prisioneiros da ansiedade. Pois ansiedade é isto: sofrer fora de hora, por um golpe que, por enquanto, só existe no futuro que imaginamos.

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Sobre a velhice

Existem cinco coisas antigas que são boas:

  1. Esposas idosas.
  2. Os velhos amigos para conversar.
  3. A velha lenha para aquecer.
  4. Velhos vinhos para beber.
  5. Os livros antigos para ler.

    Émile A. Faguet

    O segredo de uma boa velhice não é outra coisa senão um pacto honrado com a solidão
    Gabriel Garcia Marques

    Envelhecer é como escalar uma grande montanha: enquanto escala, as forças diminuem, mas o olhar é mais livre, a visão mais ampla e mais serena.
    Ingmar Bergman

    Os primeiros quarenta anos de vida nos dão o texto; os próximos trinta, o comentário.
    Arthur Schopenhauer

    Os velhos desconfiam dos jovens porque já foram jovens.
    William Shakespeare

    Quando me dizem que estou velho demais para fazer alguma coisa, tento fazer mais rápido.
    Pablo Picasso

    A arte do envelhecimento é a arte de preservar alguma esperança.
    André Maurois

    A velhice é um tirano que proíbe, sob pena de morte, todos os prazeres da juventude.
    François de La Rochefoucauld

    As rugas do espírito nos fazem mais velhos que os do rosto.
    Michel Eugene de le Montaigne

    O envelhecimento ainda é o único meio que foi encontrado para viver muito tempo.
    Charles Augustin Sainte-Beuve

    Ninguém é tão velho que não possa viver mais um ano, nem tão jovem que hoje não possa morrer.
    Fernando de Rojas

    Todos queremos envelhecer e todos negamos que chegamos.
    Francisco de Quevedo

    Se você quer ser velho por um longo tempo, envelheça logo.
    Cícero

    Nada envelhece tanto quanto a morte daqueles que conhecemos durante a infância.
    Julián Green

    O jovem conhece as regras, mas o velho conhece as exceções.
    Oliver Wendell Holmes

    A velhice começa quando a memória é mais forte que a esperança.
    Provérbio Hindu

    Na juventude aprendemos, na velhice entendemos.
    Marie von Ebner Eschenbach

    A maturidade do homem é ter recuperado a serenidade com a qual brincávamos quando éramos crianças.
    Frederich Nietzsche

    O velho não pode fazer o que um jovem faz; mas faz melhor.
    Cícero

    Leva dois anos para aprender a falar e sessenta para aprender a calar a boca.
    Ernest Hemingway

    As árvores mais antigas dão os frutos mais doces.
    Provérbio alemão

    Aqueles que realmente amam a vida são aqueles que estão envelhecendo.
    Sófocles//

    Quando você é velho na carne, seja jovem na alma.
    Autor desconhecido

    A velhice tira o que herdamos e nos dá o que merecemos.
    Gerald Brenan

    Um homem não é velho até que comece a reclamar em vez de sonhar.
    John Barrymore

    Um homem não envelhece quando sua pele enruga, mas quando seus sonhos e esperanças se encolhem.
    Grafite de rua

    Velho é aquele que considera que sua tarefa está cumprida. Aquele que se levanta sem metas e se deita sem esperança.
    Autor desconhecido

Como ver a vida

Um famoso escritor estava em sua sala de estudo. Pegou a caneta e começou a escrever:

No ano passado precisei fazer uma cirurgia para a retirada da vesícula biliar. Tive que ficar de cama por um bom tempo.
Nesse mesmo ano, cheguei a idade de 60 anos e tive que renunciar ao meu trabalho favorito. Havia permanecido 30 anos naquele editorial.
No mesmo ano, experimentei a dor pela morte de meu pai e de meu filho que fracassou em seu exame médico porque teve um acidente de automóvel e ficou hospitalizado por vários dias. A destruição do carro foi outra perda.

Ao final escreveu:

FOI UM ANO MUITO RUIM!

Quando a esposa do escritor entrou na sala, o encontrou triste em meio aos seus pensamento. Por trás dele, leu o que estava escrito no papel.

Saiu da sala em silêncio e voltou com outro papel que colocou ao lado do papel de seu marido.

Quando o escritor viu o papel, encontrou escrito o seguinte:

No ano passado finalmente me desfiz de minha vesícula biliar, depois de passar anos com dor.
Completei 60 anos com boa saúde e me retirei do meu trabalho. Agora posso utilizar meu tempo para escrever com maior paz e tranquilidade.
No mesmo ano, meu pai, com a idade de 95 anos, sem depender de nada e sem nenhuma condição crítica, conheceu seu Criador.
No mesmo ano, Deus abençoou o meu filho com uma nova oportunidade de vida. Meu carro foi destruído, mas meu filho ficou vivo sem nenhuma sequela.

Ao final, ela escreveu:

ESSE ANO FOI UMA GRANDE BENÇÃO!

Eram os mesmos acontecimentos, mas com pontos de vista diferentes.
Se refletimos bem,temos inúmeras razões para ser gratos a Deus.
Não é a FELICIDADE que nos torna GRATOS, mas, sim, a GRATIDÃO que nos faz FELIZES!
Sempre há algo para agradecer!
Você escolhe como escrever sua história!
Obrigado, Deus, por mais um dia..

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Quando a casa dos avós se fecha

Acho que um dos momentos mais tristes da nossa vida é quando a porta da casa dos avós se fecha para sempre, ou seja, quando essa porta se fecha, encerramos os encontros com todos os membros da família, que em ocasiões especiais quando se reúnem, exaltam os sobrenomes, como se fosse uma família real, e, sempre carregados pelo amor dos avós, como uma bandeira, eles (os avós) são culpados e cúmplices de tudo.

Quando fechamos a casa dos avós, também terminamos as tardes felizes com tios, primos, netos, sobrinhos, pais, irmãos e até recém-casados que se apaixonam pelo ambiente que ali se respira.

Não precisa nem sair de casa, estar na casa dos avós é o que toda família precisa para ser feliz.

As reuniões de Natal, regadas com o cheiro a tinta fresca, que cada ano que chegam, pensamos "...e se essa for a última vez?" É difícil aceitar que isso tenha um prazo, que um dia tudo ficará coberto de poeira e o riso será uma lembrança longínqua de tempos talvez melhores.

O ano passa enquanto você espera por esses momentos, e sem perceber, passamos de crianças abrindo presentes, a sentarmos ao lado dos adultos na mesma mesa, brincando do almoço, e do aperitivo para o jantar, porque o tempo da família não passa e o aperitivo é sagrado.

A casa dos avós está sempre cheia de cadeiras, nunca se sabe se um primo vai trazer namorada, porque aqui todos são bem-vindos.

Sempre haverá uma garrafa térmica com café, ou alguém disposto a fazê-lo. Você cumprimenta as pessoas que passam pela porta, mesmo que sejam estranhas, porque as pessoas na rua dos seus avós são o seu povo, eles são a sua cidade.

Fechar a casa dos avós é dizer adeus às canções com a avó e aos conselhos do avô, ao dinheiro que te dão secretamente dos teus pais como se fosse uma ilegalidade, chorar de rir por qualquer bobagem, ou chorar a dor daqueles que partiram cedo demais. É dizer adeus à emoção de chegar à cozinha e descobrir as panelas, e saborear a "comida da nona".

Portanto, se você tiver a oportunidade de bater na porta dessa casa e alguém abrir para você por dentro, aproveite sempre que puder, porque ver seus avós ou seus velhos, ficar sentado esperando para lhe dar um beijo é a maior sensação, maravilhosa, que você pode sentir na vida.

Descobrimos que agora nós temos que ser os avós, e nossos pais se foram, nunca vamos perder a oportunidade de abrir as portas para nossos filhos e netos e celebrar com eles o dom da família, porque só na família é onde os filhos e os netos encontrarão o espaço oportuno para viver o mistério do amor por quem está mais próximo e por quem está ao seu redor.

Aproveite e aproveite a casa dos avós, pois chegará um tempo em que na solidão de suas paredes e recantos, se fechar os olhos e se concentrar, poderá ouvir talvez o eco de um sorriso ou de um grito, preso no tempo. De resto, posso dizer que ao abri-los, a saudade vai pegar você, e você vai se perguntar: por que tudo foi tão rápido? E vai ser doloroso descobrir que ele não foi embora ... nós o deixamos ir ...

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O primeiro sinal de civilização em uma cultura

Há muitos anos, um aluno perguntou à antropóloga Margaret Mead:

— O que a senhora considera ser o primeiro sinal de civilização numa cultura?

O aluno esperava que Mead falasse a respeito de anzóis, panelas de barro ou pedras de amolar.

Mas não.

Mead disse:

— o primeiro sinal de civilização numa cultura antiga era um fêmur quebrado e cicatrizado.

Mead explicou que no reino animal, se você quebrar a perna, morre. Você não pode correr do perigo, ir até o rio para beber água ou caçar comida. Você é carne fresca para os predadores. Nenhum animal sobrevive a uma perna quebrada por tempo suficiente para o osso sarar.

Um fêmur quebrado que cicatrizou é evidência de que alguém teve tempo para ficar com aquele que caiu, tratou da ferida, levou a pessoa à segurança e cuidou dela até que se recuperasse.

Ajudar alguém durante a dificuldade é onde a civilização começa, disse Mead.

Estamos no nosso melhor quando servimos aos outros.

Os momentos de crise nos ajudam a aprendermos a ser civilizados... e a elevar nossa vibração ao nível de regeneração."

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Mário Quintana e Falcão

O Hotel Majestic mostrou a Mário Quintana o olho da rua, colocou-o para fora.

A miséria chegou absoluta ao universo do poeta. Ele não foi feito para a riqueza, quando muito conquistar uma princesa com seus versos, depois voltar ao pântano.

Uma cidade que expulsa um poeta pode te transformar em estátua de sal.

Mário está só, o Correio do Povo faliu, o passado faliu, as palavras faliram.

Um império sem homens e sem sentimentos. O porteiro aproveita e joga um agasalho que tinha ficado no quarto.

— Toma, velho!

Mário recita ao porteiro: A poesia não se entrega a quem a define.

Mário estava só.

Cadê os passarinhos?

A sarjeta aguardava o ancião.

Paulo Roberto Falcão fora avisado do acontecido.

Quando chega em frente ao hotel, observa aquela cena absurda, triste.

Estaciona e caminha até o poeta com as malas na calçada.

— Sr. Quintana, o que está acontecendo?

Mário ergue os olhos e enxuga uma lágrima, destas que insistem em povoar os olhos dos poetas.

Quisera não fossem lágrimas, quisera eu não fosse um poeta, quisera ouvisse os conselhos de minha mãe e fosse engenheiro, médico, professor.

Mas ninguém vive de comer poesia.

Mário lhe explica que o dinheiro acabou.

Está desempregado, sem família, sem amigos, sem emprego.

Restaram apenas essas malas nas ruas de Porto Alegre.

Mário observa Falcão colocando suas malas dentro do carro em silencio. Em silencio, Falcão abre a porta para Mário e o convida a sentar.

No silencio de duas almas na tarde fria de Porto Alegre, o carro ruma na direção do arquipélago, na direção do infinito.

Falcão para o carro no Hotel Royal, desce as malas, chama um dos empregados:

— O Sr. Mário agora é meu hóspede!

— Por quanto tempo, Sr. Falcão? Falcão observa o olhar tímido e surpreso do poeta e enquanto o abraça comovido, responde:

— Por toda a eternidade. O poeta faleceu em 1994. (Roberto Vieira)

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Carta de despedida de Dom Pedro II

Estou bem velho mas ainda consigo sentir as areias das praias do Rio de Janeiro.

Ainda consigo sentir a brisa das manhãs, e o cheiro delicioso de café que só minha antiga terra era capaz de gerar.

Ao longo da minha vida, tive a oportunidade de viajar pelo mundo, conhecendo novas culturas e costumes.

Precisei viajar pelos continentes para perceber que nenhum dos lugares que visitei era tão grandioso quanto meu Brasil.

Percebi que nenhum povo era tão guerreiro quanto o meu povo brasileiro.

Percebi que nenhum outro reino, império, ou nação tinha as riquezas que nós tínhamos.

Sei que não consegui agradar a todos, mas lutei por quase 60 anos com as armas que eu tinha.

Tentei ser o imperador mais justo possível, e tentei enfrentar os altos e baixos com muita sabedoria.

Hoje, a única certeza que tenho, é que se dependesse somente da minha pessoa muita coisa teria mudado no Brasil, bem mais rápido do que se esperava.

Por que não resisti ao golpe de Estado? Você deve estar se perguntando.

Bem, porque eu não queria ver mais sangue brasileiro sendo derramado por ambições políticas.

Era preferível ter em minhas mãos a carta do meu exílio, do que o sangue do meu povo.

Confesso que perdi as contas de quantas vezes sonhei que estava retornando para minha pátria.

Hoje, sinto que minha jornada aqui neste plano está bem próxima do fim.

Quando a minha hora chegar, irei me curvar perante Deus, o Rei de todos os Reis, e agradece-lo do fundo do meu coração, pela honra de ter nascido brasileiro"

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Receita de Viver

Adolpho Bloch

Fiz uma vez uma receita de viver...

Viver é expandir, iluminar.

Viver é derrubar barreiras entre os homens e o mundo.

Compreender. Saber que, muitas vezes somos nós mesmos que vivemos polindo as grades de nossa jaula, ao invés de delas nos libertarmos.

Procuro descobrir nos outros sua dimensão universal, única.

Sou coletivo. Tenho o mundo dentro de mim.

Um profundo respeito humano.

Um enorme respeito à vida; acredito nos homens. Até nos vigaristas.

Procuro desenvolver um sentido de identificação com o resto da humanidade.

Não nado em piscina se tenho o mar.

Por respeitar cada ser humano, em todos os cantos da terra, e por gostar de gente - gostar de gostar - é que encontro em cada indivíduo o reflexo do universo.

As pessoas chamam de amor ao amor-próprio.

Chamam de amor ao sexo.

Chamam de amor a uma porção de coisas que não são amor.

Enquanto a humanidade não definir o amor, enquanto não perceber que o amor é algo que independe da posse, do egocentrismo, da planificação, do medo de perder, da necessidade de ser correspondido, o amor não será amor.

A gente só é o que faz aos outros.

Somos conseqüência dessa ação.

Não fazer me deixa extenuadão.

Talvez a coisa mais importante na vida seja não vencer na vida, não se realizar.

O homem deve viver se realizando.

O realizado botou ponto final.

Não podemos viver, permanentemente, grandes momentos.

Mas podemos cultivar sua expectativa.

Acredito em milagres.

Nada mais miraculoso que a realidade de cada instante.

Acredito no sobrenatural.

O sobrenatural seria o natural mal explicado, se o natural tivesse explicação.

Enquanto o homem não marcar um encontro consigo mesmo, verá o mundo com prisma deformado e construirá um mundo, em que a lua terá prioridade.

Um mundo de mais lua que luar.

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Vá em frente

Hedy Silvado

Texto baseado em Filipenses 3:13

Há muitas pessoas que são peritas em começar, mas não sabem terminar.

Quando as coisas começam a ficar difíceis, elas ouvem uma pequena voz sussurrando:

"Você não pode fazer isso" e "Você não vai conseguir".

Há aquelas que nem sequer começam.

Devemos entender que, se o fato de "fazer algo" requer assumir riscos, o mesmo acontece com "não fazer nada".

O risco de tomar uma atitude pode resultar em fracasso, mas o risco de não tomar nenhuma atitude pode custar estagnação, descontentamento e frustração, e, até mesmo, a vitória do mal.

Os covardes não saem do lugar, os fracos morrem no caminho da vida, mas só os fortes se tornam vitoriosos.

Não me refiro aqui só à força física.

A verdadeira força flui de um espírito forte - um espírito que se torna poderoso quando nos aproximamos de Deus.

Ele nos dá a disposição para realizar os sonhos que não morrem e a sabedoria para transformar um infortúnio em bênção.

Busque a Deus para que Ele o oriente, apóie-se Nele!

Peça que lhe dê sabedoria e coragem para terminar o que começou!

Você pode ter medo de enfrentar uma batalha hoje porque no passado perdeu a guerra, mas lembre-se:

"O passado deveria ser um trampolim, não uma rede. Até no fracasso podemos aprender preciosas lições de vida".

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A Vida

A vida não cessa. A vida é fonte eterna e a morte é jogo escuro das ilusões. O grande rio tem seu trajeto, antes do mar imenso.

Copiando-lhe a expressão, a alma percorre igualmente caminhos variados e etapas diversas, também recebe afluentes de conhecimentos, aqui e ali, avoluma-se em expressão e purifica-se em qualidade, antes de encontrar o Oceano Eterno da Sabedoria.

Cerrar os olhos carnais constitui operação demasiadamente simples.

Permutar a roupagem física não decide o problema fundamental da iluminação, como a troca de vestidos nada tem que ver com as soluções profundas do destino e do ser.

Oh! caminhos das almas, misteriosos caminhos do coração! É mister percorrer-vos, antes de tentar a suprema equação da Vida Eterna! É indispensável viver o vosso drama, conhecer-vos detalhe a detalhe, no longo processo do aperfeiçoamento espiritual!...

Seria extremamente infantil a crença de que o simples "baixar do pano" resolvesse transcendentes questões do Infinito.

Uma existência é um ato.

Um corpo - uma veste.

Um século - um dia.

Um serviço - uma experiência.

Um triunfo - uma aquisição.

Uma morte - um sopro renovador.

Quantas existências, quantos corpos, quantos séculos, quantos serviços, quantos triunfos, quantas mortes necessitamos ainda?

E o letrado em filosofia religiosa fala de deliberações finais e posições definitivas!

Ai! por toda parte, os cultos em doutrina e os analfabetos do espírito!

É preciso muito esforço do homem para ingressar na academia do Evangelho do Cristo, ingresso que se verifica, quase sempre, de estranha maneira - ele só, na companhia do Mestre, efetuando o curso difícil, recebendo lições sem cátedras visíveis e ouvindo vastas dissertações sem palavras articuladas.

Muito longa, portanto, nossa jornada laboriosa.

Nosso esforço pobre quer traduzir apenas uma idéia dessa verdade fundamental.

Grato, pois, meus amigos!

Manifestamo-nos, junto vós outros, no anonimato que obedece à caridade fraternal. A existência humana apresenta grande maioria de vasos frágeis, que não podem conter ainda toda a verdade. Aliás, não nos interessaria, agora, senão a experiência profunda, com os seus valores coletivos. Não atormentaremos alguém com a idéia da eternidade. Que os vasos se fortaleçam, em primeiro lugar. Forneceremos, somente, algumas ligeiras notícias ao espírito sequioso dos nossos irmãos na senda de realização espiritual, e que compreendem conosco que "o espírito sopra onde quer".

E, agora, amigos, que meus agradecimentos se calem no papel, recolhendo-se ao grande silêncio da simpatia e da gratidão. Atração e reconhecimento, amor e júbilo moram na alma. Crede que guardarei semelhantes valores comigo, a vosso respeito, no santuário do coração.

Que o Senhor nos abençoe.

Livro: Nosso Lar - Introdução

André Luiz / Francisco Cândido Xavier

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Se nada dá certo

Sebastian Justo (Legrand)

Se nada dá certo, minha esperança se renova no amanhã.

Se algo deu errado, experimente fazer diferente da maioria das pessoas. Comemore!

Fazer, toda noite, o balanço do dia, ajuda a tomar consciência das coisas que nos aconteceram nos momentos que acabamos de viver.

Se foi positivo, podemos nos alegrar. Se não foi, isso nos permitirá evitar repetir ações que estiveram em desacordo com o que desejávamos.

Se algo não dá certo, as pessoas desesperam, entram em conflito interior, perdem o humor e ficam estressadas.

Não percebem que as experiências ruins forjam a sabedoria e nos dão o necessário conhecimento para crescermos na vida.

São como vacinas que vão imunizando o nosso espírito e a nossa mente, tornando-os resistentes a males semelhantes no futuro.

Quando nada acontece diante das nossas ações, só o futuro pode precisar se tomamos a decisão certa; mas quando algo não dá certo, temos a vantagem de descobrir no exato momento o que está acontecendo.

Isso nos dá um grande trunfo e nos permite fazer opções.

Mudar o caminho, pensar em soluções, refazer os planos ou simplesmente saber que não deu certo.

Nesse caso temos o conforto de saber que novas oportunidades vão surgir todos os dias em nossas vidas e é preciso estar atento para poder enxergá-las.

Com a esperança renovada por novos valores em substituição às perdas ocorridas, estaremos mais bem preparados para escolher novos caminhos, em busca de um destino melhor.

Muitas vezes nossos erros nos beneficiam mais do que nossos acertos.

As façanhas enchem o coração de presunção perigosa; os erros obrigam ao recolhimento em si mesmo e devolvem a prudência lavada pelo sucesso.

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A Estrada da Vida

Letícia Thompson

O avanço tecnológico nos permite ver e localizar várias partes do mundo em tempo real. Podemos saber, com uma precisão quase exata, quantos quilômetros faremos em determinado tempo. Isso nos dá segurança, nos permite planejar.

Todavia, a estrada da vida de cada um continua uma incógnita. Planejamos, sim, mas sem poder afirmar quantos quilômetros poderemos ainda percorrer e nem o tempo que teremos para isso. Claro, esse desconhecimento do caminho não nos impede de ir adiante. Mas, por outro lado, faz por vezes que nos esqueçamos que não temos todo o tempo do mundo e vamos adiando certas pequenas coisas, talvez nem tão importantes em si, mas que nos fariam felizes.

Alguém me disse outro dia que o sonho de uma pessoa conhecida mundialmente e que deixou o mundo cedo demais era ir à Disneyland. E essa pessoa me disse: "Por que será que nunca foi?"

Eu respondi que é por que essa pessoa sempre achava que teria tempo para isso e deixava para amanhã, para o ano próximo ou, quem sabe ainda, para a velhice. Velhice essa que nunca alcançou...

A vida é uma estrada e cada minuto passado é irrecuperável. Cada sonho que temos, simples ou extraordinário, é um futuro que colocamos no coração. É um pedacinho de felicidade que almejamos e que, por vezes, pensamos poder deixar de lado para as outras prioridades da vida.

É possível que estejamos deixando a verdadeira felicidade para depois, como quem guarda o melhor para o fim, sem pensar que esse fim pode vir antes do que se espera ou que o cansaço da própria vida cause desânimo. Assim, os sonhos continuam sonhos, quimeras, felicidades impossíveis, intocáveis.

E o hoje passa que nem percebemos. Dizemos que a semana correu, o mês correu, o ano correu. E nós? Permanecemos nós, carregando muitos dos nossos sonhos feito balões suspensos por uma linha, pensando que amanhã ou depois os traremos para mais perto, que poderemos tocá-los e senti-los. E nem pensamos que uma hora ou outra nossas mãos se abrem e o vento carrega a vida que não vivemos.

A estrada da vida, mesmo se na nossa frente, continua uma incógnita. Mas somos nós os passantes.

E se nosso sonho é uma flor, que a colhamos! Se é uma viagem, que a façamos com o maior prazer! Se é estar com alguém, que estendamos então nossas mãos e apressemos nossos passos!

Não sei o que virá depois da próxima curva. Mas o que sei é que antes dela, cada um deve procurar fazer-se feliz. Depois, virá o que virá...

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Coisas fora de moda

Se não estivesse tão fora de moda, eu iria falar de "Amor".

Daquele amor sincero, olhos nos olhos, frio no coração, aquela dorzinha gostosa de ter muito medo de perder tudo...

Daqueles momentos que só quem já amou um dia conhece bem...

Daquela vontade de repartir, de conquistar todas as coisas, mas não para retê-las no egoísmo material da posse, mas para doá-las, no sentimento nobre de amar...

Se não estivesse tão fora de moda, eu iria falar em "Sinceridade"...

Sabes, aquela extravagância antiga de fidelidade, respeito mútuo e aquelas outras coisas que deixaram de ter valor?

Aquela sensação que embriaga mais que a bebida, que é ter numa só pessoa, a soma de tudo que, às vezes, procuramos em muitas...

A admiração pelas virtudes e a aceitação dos defeitos, mas, sobretudo, o respeito pela individualidade, que até julgamos pertencer-nos, mas que cada um tem o direito de possuir...

Se não estivesse tão fora de moda, eu iria falar em "Amizade".

Na amizade sincera que deve existir entre duas pessoas que se querem bem...

O apoio, o interesse, a solidariedade de um pelas coisas do outro, e vice-versa. A união além dos sentimentos, a dedicação de compreender, para depois gostar...

Se não estivesse tão fora de moda, eu iria falar em "Família".

Sim... "Família"...

Essa instituição que, ultimamente, vive à beira da falência, sofrendo contínuas e violentas agressões: pai, mãe, irmãos, filhos, casamento, lar...

Família, aquele bem maior de ter uma comunidade unida pelos laços sanguíneos e protegida pelas bênçãos divinas.

Um canto de paz no mundo, o aconchego da morada, a fonte de descanso e a renovação das energias, realização da mais sublime missão humana de continuar a obra do Criador...

E depois eu iria, até quem sabe, falar sobre algo como... a "Esperança""

A vontade de viver e lutar, a redescoberta das imensas zonas luminosas que existem nas pessoas e nas coisas que nos rodeiam.

Mas é uma pena que a esperança, como tudo o mais, há muito tempo, já esteja tão fora de moda que tenha dado o seu lugar à visão, apenas, das coisas negras?

Ainda assim, desejo que a tua vida seja repleta dessas questões tão fora de moda e que, sem dúvida, fazem a diferença!

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Eterno Aprendiz

Hedy Silvado - Texto baseado em Provérbios 1:5

"Sei que estarei derrotado se encontrar um ser humano de quem me sinta incapaz de aprender alguma coisa."

G . H. Palmer

Carlos Rômulo, ex-presidente das Filipinas, venceu um concurso de oratória quando estudava na escola de segundo grau de Manila.

Seu pai ficou surpreso ao ver que seu filho recusou-se a aceitar os cumprimentos de um dos concorrentes.

Quando saíram do auditório, ele perguntou:

— Por que você não apertou a mão de Júlio?

— Porque não represento nada para ele, papai, antes do concurso ele estava falando mal de mim.

O pai passou o braço ao redor do ombro do filho e disse:

— Seu avô costumava dizer que quanto mais o bambu cresce mais ele enverga. Lembre-se disso, meu filho.

Toda a pessoa tem algo para ensinar.

Não só aquelas que são especializadas no campo em que atuam ou aquelas que nos dizem o que queremos ouvir.

Cada pessoa é uma enciclopédia viva de idéias, conceitos, fatos, experiências e opiniões.

Certa vez, uma senhora deu o seguinte conselho a um funcionário recém-admitido:

— 50% das pessoas que trabalham nesta empresa ensinarão o que você deve fazer e os outros 50%, o que você não deve fazer. O desafio é descobrir a que porcentagem pertence cada pessoa. É bem mais fácil aprender com os erros dos outros...

Mesmo que alguém não tenha sido um bom exemplo a ser seguido, você poderá aprender com ele ou ela o que não fazer!

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Somando

Passamos a vida a somar, somamos as nossas tristezas, os nossos fracassos, nossas derrotas...

Somamos as nossas alegrias, as nossas conquistas, e nossos amores...

Somamos e guardamos todos em nossa lembrança, algumas coisas ficam a nos incomodar por muito tempo, outras, apenas somamos e esquecemos...

Cada pessoa que gostamos, cada sorriso que sorrimos, cada ajuda que damos, deve ser somado e guardado em lugares separados.

Não devem ficar juntos onde guardamos as pessoas que nos gostam, os sorrisos que recebemos e as ajudas que obtivemos perante a vida.

Devemos saber separar essas somas, o que é-nos doado e o que pudemos doar de nós, e não nos preocuparmos em saber onde há mais volume.

Devemos somar as nossas experiências, os nossos dons, as nossas iniciativas...

Fazer dessas coisas o nosso triunfo, nos orgulharmos dessas qualidades.

Mas, devemos também somar os nossos prejuízos, as várias vezes que caímos, e as várias vezes que desistimos.

Mas estas coisas apenas devemos somar para que possamos tirar uma lição, e após aprendermos, devemos então deixá-las de lado, pois serão os nossos erros, e estes não devem ser guardados, e sim, transformados em acertos...

Nossa vida é feita de somas do que vemos, sentimos, aprendemos, conquistamos, é a parte boa da nossa vida...

Procure daqui pra frente, apenas somar pontos a favor, some vitórias, amores, solidariedade, amizades, aprendizados.

Some na sua vida as coisas boas, e quando por acaso não souber o que fazer diante de um erro, procure forças nas suas qualidades, pois elas estarão guardadas na melhor soma da sua vida...

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Busque o horizonte

Conta-se que certa vez um homem se aproximou de Deus e pediu para que ele lhe esclarecesse sobre uma coisa da criação que, segundo seu ponto de vista, não tinha nenhuma utilidade, nenhum sentido?

Deus o atendeu e perguntou qual era a falha que ele havia notado na criação.

"Senhor Deus, disse o interessado, sua criação é muito bonita, muito funcional, cada coisa tem sua razão de ser."

Mas, embora me esforce para compreender sua finalidade, tem uma coisa que me parece não servir para nada.

"E que coisa é essa que não serve para nada?" perguntou Deus.

"É o horizonte", respondeu o homem.

"Afinal, para que serve o horizonte? Se eu caminho um passo na direção do horizonte, ele se afasta um passo de mim. Se caminho dez passos, ele se afasta outros dez passos? Se caminho quilômetros na direção do horizonte, ele se afasta os mesmos quilômetros de mim? Isso não faz sentido! O horizonte não serve para nada."

Deus olhou para seu ingênuo filho, sorriu e disse:

"Mas é justamente para isso que serve o horizonte, para fazê-lo caminhar."

"Tantas vezes nós nos acomodamos em nossos estreitos limites que nos esquecemos de andar alguns passos na direção do horizonte, que nos convida incessantemente a caminhar."

"Quando nos esforçamos para ultrapassar nossos próprios limites, novas oportunidades surgem para que avancemos na direção do infinito que Deus nos reserva como meta de perfeição."

"Assim, se você está paralisado pela falta de perspectivas que o incentivem a ir adiante, em busca do auto-aperfeiçoamento, olhe para frente e ouça o chamamento do horizonte."

"Contemple as estrelas e deseje alcançá-las: isso não é um sonho impossível."

"Você é filho de Deus, portanto, herdeiro do universo. Herdeiro das estrelas, dos mundos que gravitam nos espaços infinitos, convidando-nos a seguir em frente, vencendo os obstáculos naturais que se apresentam na caminhada evolutiva."

"Mas para conseguir esse intento, é preciso esforço e perseverança. É preciso vontade de romper com as amarras que ao longo dos séculos nos mantêm presos aos baixos planos da experiência carnal."

"E lembre-se, sempre, de que cada passo que você der na direção do horizonte, este mais se afastará para que você continue caminhando."

"E, quando você conseguir alcançar o horizonte, é porque terá alcançado a linha máxima da perfeição que a escola chamada Terra pode lhe oferecer."

"E, nesse instante novos horizontes se abrirão, desafiando sempre e sempre aqueles que têm coragem de avançar, de seguir na direção da luz, da perfeição a que o Mestre de Nazaré nos convidou, dizendo: Sede perfeitos como perfeito é vosso Pai celestial".

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Quando ...

André Luiz - Chico Xavier

Quando estiveres à beira da explosão na cólera, cala-te mais um pouco e o silêncio nos poupará enormes desgostos.

Quando fores tentado a examinar as consciências alheias, guarda os princípios do respeito e da fraternidade mais um pouco e a benevolência nos livrará de muitas complicações.

Quando o desânimo impuser a paralisação de tuas forças na tarefa a que foste chamado, prossegue agindo no dever que te cabe, exercitando a resistência mais um pouco e a obra realizada ser-nos-á bênção de luz.

Quando a revolta espicaçar-te o coração, usa a humildade e o entendimento mais um pouco e não sofrerás o remorso de haver ferido corações que deves proteger e considerar.

Quando a lição oferecer dificuldades à tua mente, compelindo-te à desistência do progresso individual, aplica-te ao problema ou ao ensinamento mais um pouco e a solução será clara resposta à nossa expectativa.

Quando a idéia de repouso sugerir o adiamento da obra que te cabe fazer, persiste com a disciplina mais um pouco e o dever bem cumprido ser-te-á alegria perene.

Quando o trabalho te parecer monótono e inexpressivo, guarda fidelidade aos compromissos assumidos mais um pouco e o estímulo voltará ao nosso campo de ação.

Quando a enfermidade do corpo trouxer pensamentos de inatividade, procurando imobilizar-te os braços e o coração, persevera com Jesus mais um pouco e prossegue auxiliando aos outros, agindo e servindo como puderes, porque o Divino Médico jamais nos recebe as rogativas em vão.

Em qualquer dificuldade ou impedimento, não te esqueças de usar um pouco mais de paciência, amor, renúncia e boa vontade, em favor de teu próprio bem-estar. O segredo da vitória, em todos os setores da vida, permanece na arte do aprender, imaginar, esperar e fazer mais um pouco.

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Se existe saudade

Letícia Thompson

A saudade é esse passarinho que vem de leve e pousa no nosso coração trazendo lembranças, como um colibri que beija a flor e traz beleza. E ela nem escolhe hora ou lugar, só aparece assim, invadindo inteiramente esse espaço que consideramos reservado às pessoas ou ocasiões especiais.

Mas se existe saudade, é porque existem sementinhas de ternura plantadas em nós; pedacinhos de coisas boas, que tçavez nem tenham ficado muito tempo, mas o suficiente para deixar um rastro, um sabor, uma marca, um perfume.

Outro dia, falando sobre a saudade que sinto da minha família virtual, ouvi, com surpresa alguém dizer que não é possível sentir saudade de pessoas que nunca vimos. E como não?

Que nome dar então a essa falta, esse vazio nostálgico, dolorido e bom que invade a alma e toma conta do momento? Essa viagem que fazemos sem malas e documentos e que nos leva e nos trás, cheios de amor e de não sei o que?

A saudade é uma prova, um certificado, carimbado e assinado embaixo de que não estamos inteiramente sós e nem vazios. As pessoas vêm e vão e ficam assim se prolongando em nós, existindo pela eternidade do nosso caminho. E amanhã ou depois, quando tudo o que sobrar em nós forem pedaços do passado, teremos esse coração rico em histórias que nos farão rir sozinhos e nos sentir vivos.

São essas as peças que os verdadeiros amigos pregam ao nosso coração. Caímos nessa armadilha e ainda nos divertimos. Aprendemos assim que sentir saudade é respirar o amor que plantaram em nós. É viver depois repletos desse amor para a vida toda.

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Quem ama o feio, bonito lhe parece

Hedy Silvado

Ouvi uma história muito bonitinha outro dia, a respeito de uma menina que sonhou ganhar uma boneca nova no Natal.

Ela "namorou" a boneca muitas vezes na vitrine da loja e fez questão de mencionar seu desejo em frente de toda família para ver se alguém se comovia.

O Natal chegou e, para sua alegre surpresa, a boneca tão desejada veio muito bem embrulhada num pacote cheio de laços vermelhos e dourados.

— Obrigada vovó, você é mesmo demais.

A festa foi se desenrolando, as horas passando até que a garotinha começou a ficar sonolenta. Ela juntou ao seu redor todos os presentes que recebeu, mas não conseguia se acomodar. Foi então que ela desapareceu da sala.

A vovó saiu à sua procura e a encontrou em seu quarto, agarrada a sua velha bonequinha, com feições desmaiadas, pouco cabelo e sem um braço.

— Parece-me que você não gostou tanto assim de sua nova boneca! Veio dormir com sua boneca velha.

— Vovó, eu adorei a boneca nova, mas sabe, ela é tão linda que qualquer pessoa pode amá-la, esta aqui não tem ninguém para amá-la, senão eu.

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Sonhos, seiva da Vida

Roberto Shinyashiki

Todos nós, na infância, temos sonhos: grandes, médios ou pequenos. Mas à medida que a vida passa, esses sonhos vão para as prateleiras da vida. Depois para a área de serviço, até chegarem ao sótão e serem, então,esquecidos.

E os sonhos acabam se tornando vestígios de uma época em que a pessoa acreditava no mundo e em sua capacidade de realização.

Enquanto os perdedores se acomodam e pensam que um sonho é muito para eles, os campeões se perguntam o que precisam fazer para realizá-lo.

Nunca pense que uma meta não foi feita para você, mas sim nas virtudes que precisa desenvolver para conseguir atingi-la. Seus sonhos mantêm aceso o fogo sagrado em seu coração. Eles são a seiva da vida.

Nós envelhecemos não porque o tempo passa, mas principalmente porque abandonamos nossos sonhos. Pessoas de idade avançada, mas com grandes ambições, carregam nos olhos o brilho da juventude, pois suas metas continuam alimentando sua alma. É triste olhar para alguém com 40 ou 50 anos e observar que está vivendo à espera da morte.

É frustrante ver adolescentes precocemente envelhecidos, pois em seus corações já não carregam mais sonhos. Para essas pessoas viver é simplesmente completar o dia, completar o mês,completar o ano. E é triste constatar que nosso povo está deixando de sonhar. A maioria procura completar o dia.

Não se permita imaginar que não existe algo além do que está vivendo. Nunca, nunca, nunca desista!

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Em matéria de felicidade...

Em matéria de felicidade convém não esquecer que nos transformamos naquilo que amamos. Quem se aceita como é, caminha mais facilmente para ser feliz como espera ser.

A nossa felicidade será proporcional à felicidade que fizermos aos outros. A alegria do próximo às vezes começa no socorro que você lhe der.

A felicidade pode passear, falar e comunicar-se na vida externa, mas reside com endereço exato na consciência. Se você quer ser feliz e traz consigo complexos de culpa, comece a desejar a própria libertação.

Estude a si mesmo, veja se é humilde, sem humildade é impossível ser feliz. Ame, o amor é a força da vida e é a usina geradora de felicidade.

Pare de se lamentar e notará que a felicidade está chamando o seu coração. Quando o céu estiver em cinza, a derramar-se em chuva, medite na colheita farta que chegará do campo e na beleza das flores que surgirão no jardim.

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A complicada arte de ver

Rubem Alves 21/11/2004

Ela entrou, deitou-se no divã e disse: "Acho que estou ficando louca". Eu fiquei em silêncio aguardando que ela me revelasse os sinais da sua loucura. "Um dos meus prazeres é cozinhar. Vou para a cozinha, corto as cebolas, os tomates, os pimentões - é uma alegria! Entretanto, faz uns dias, eu fui para a cozinha para fazer aquilo que já fizera centenas de vezes: cortar cebolas. Ato banal sem surpresas. Mas, cortada a cebola, eu olhei para ela e tive um susto. Percebi que nunca havia visto uma cebola. Aqueles anéis perfeitamente ajustados, a luz se refletindo neles: tive a impressão de estar vendo a rosácea de um vitral de catedral gótica. De repente, a cebola, de objeto a ser comido, se transformou em obra de arte para ser vista! E o pior é que o mesmo aconteceu quando cortei os tomates, os pimentões... Agora, tudo o que vejo me causa espanto."

Ela se calou, esperando o meu diagnóstico. Eu me levantei, fui à estante de livros e de lá retirei as "Odes Elementales", de Pablo Neruda. Procurei a Ode à Cebola" e lhe disse: "Essa perturbação ocular que a acometeu é comum entre os poetas. Veja o que Neruda disse de uma cebola igual àquela que lhe causou assombro: 'Rosa de água com escamas de cristal'. Não, você não está louca. Você ganhou olhos de poeta... Os poetas ensinam a ver".

Ver é muito complicado. Isso é estranho porque os olhos, de todos os órgãos dos sentidos, são os de mais fácil compreensão científica. A sua física é idêntica à física óptica de uma máquina fotográfica: o objeto do lado de fora aparece refletido do lado de dentro. Mas existe algo na visão que não pertence à física.

William Blake sabia disso e afirmou: "A árvore que o sábio vê não é a mesma árvore que o tolo vê". Sei disso por experiência própria. Quando vejo os ipês floridos, sinto-me como Moisés diante da sarça ardente: ali está uma epifania do sagrado. Mas uma mulher que vivia perto da minha casa decretou a morte de um ipê que florescia à frente de sua casa porque ele sujava o chão, dava muito trabalho para a sua vassoura. Seus olhos não viam a beleza. Só viam o lixo.

(...)

Há um poema no Novo Testamento que relata a caminhada de dois discípulos na companhia de Jesus ressuscitado. Mas eles não o reconheciam. Reconheceram-no subitamente: ao partir do pão, "seus olhos se abriram". Vinícius de Moraes adota o mesmo mote em "Operário em Construção": "De forma que, certo dia, à mesa ao cortar o pão, o operário foi tomado de uma súbita emoção, ao constatar assombrado que tudo naquela mesa - garrafa, prato, facão - era ele quem fazia. Ele, um humilde operário, um operário em construção".

A diferença se encontra no lugar onde os olhos são guardados. Se os olhos estão na caixa de ferramentas, eles são apenas ferramentas que usamos por sua função prática. Com eles vemos objetos, sinais luminosos, nomes de ruas - e ajustamos a nossa ação. O ver se subordina ao fazer. Isso é necessário. Mas é muito pobre. Os olhos não gozam... Mas, quando os olhos estão na caixa dos brinquedos, eles se transformam em órgãos de prazer: brincam com o que vêem, olham pelo prazer de olhar, querem fazer amor com o mundo.

Os olhos que moram na caixa de ferramentas são os olhos dos adultos. Os olhos que moram na caixa dos brinquedos, das crianças. Para ter olhos brincalhões, é preciso ter as crianças por nossas mestras. Alberto Caeiro disse haver aprendido a arte de ver com um menininho, Jesus Cristo fugido do céu, tornado outra vez criança, eternamente: "A mim, ensinou-me tudo. Ensinou-me a olhar para as coisas. Aponta-me todas as coisas que há nas flores. Mostra-me como as pedras são engraçadas quando a gente as têm na mão e olha devagar para elas".

Por isso - porque eu acho que a primeira função da educação é ensinar a ver - eu gostaria de sugerir que se criasse um novo tipo de professor, um professor que nada teria a ensinar, mas que se dedicaria a apontar os assombros que crescem nos desvãos da banalidade cotidiana. Como o Jesus menino do poema de Caeiro. Sua missão seria partejar "olhos vagabundos"...

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A Arte de Calar

Tahyane Rangel

Calar sobre sua própria pessoa, é humildade.
Calar sobre os defeitos dos outros, é caridade.
Calar, quando a gente está sofrendo, é heroísmo.
Calar diante do sofrimento alheio, é covardia.

Calar diante da injustiça, é fraqueza.
Calar, quando o outro está falando, é delicadeza.
Calar, quando o outro espera uma palavra, é omissão.
Calar, e não falar palavras inúteis, é penitência.

Calar, quando não há necessidade de falar, é prudência.
Calar, quando Deus nos fala no coração, é silêncio.
Calar diante do mistério que não entendemos, é sabedoria.

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Não adianta reclamar: o tempo é igual para todo mundo

© Paulo de Tarso de Aquino.

Há algum tempo, nós passamos a ter a sensação de que o dia vem ficando cada vez mais curto, não é verdade?

A manhã passa num sopro; a parte da tarde deixa a leve impressão de que é um pouquinho mais longa do que a parte da manhã; mas quando menos se espera... a noite se apresenta!...

E mais um dia chega ao seu final...

Até já nos deparamos com estudos científicos, cada vez mais intensos, que procuram demonstrar que o dia não tem mais 24 horas!...

Confesso que fico meio atordoado com esses estudos sobre a redução das horas do dia, mesmo diante daquela sensação comentada logo no início deste texto, quando verifico que o meu relógio continua contando as 24 horas que cabem em um dia... sem falhar um segundo...

Sinto, claramente, que alguns cuidados devem ser tomados por todos nós, naturalmente respeitando-se as particularidades de cada um, com referência a um melhor uso do tempo.

Ficar reclamando de falta de tempo não vai adiantar, não vai justificar o não ter feito certas coisas que são inadiáveis. Aliás, também temos que ter muito cuidado com a imagem que projetamos, quando nos atrasamos, com frequência, deixando pessoas a nos esperar, ou até impedindo que algo aconteça como deveria, devido à nossa ausência no momento previamente combinado.

Por sinal, se eu não praticar a pontualidade, atrasando-me frequentemente, passarei a ser conhecido/comentado como alguém com quem é difícil contar em certos compromissos que exigem uma pontualidade mais rigorosa.

E de nada adiantará apresentar um argumento, como por exemplo:

— "Eu não sou máquina! Situações inesperadas podem acontecer!..."

Mas... situações inesperadas acontecem sempre?!...

Bem, uma coisa que também vem ficando cada vez mais evidente é que precisamos planejar os nossos compromissos, com uma certa antecedência:

... e assim por diante.

Faço questão de salientar que não vou passar uma ?receita de bolo?, mas apenas relacionar algumas dicas, como exemplos, para estimular cada um a encontrar a melhor forma de utilizar o tempo do seu dia que, como o título desta reflexão indica é igual para todo mundo:

Parece que já ficou claro o motivo de elaborar esse planejamento na véspera, não é?

É fundamental não esquecer de incluir nessa programação:

E tem mais uma coisa, atualmente de imensa importância ? o uso das redes sociais. Torna-se profundamente necessário que cada um faça uma autoavaliação:

QUANTO DO MEU TEMPO ESTOU CANALIZANDO PARA PASSEAR PELO WHATSAPP; PELO FACEBOOK; ETC.?

NOSSO TEMPO PRECISA SER UTILIZADO DE FORMA ÚTIL, OBJETIVA, E, PARA ISSO, PLANEJAMENTO E DISCIPLINA SÃO INDISPENSÁVEIS.

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O ser humano tem uma necessidade natural de ser liderado

Paulo de Tarso de Aquino.

Pode ser que algumas pessoas fiquem surpreendidas com a afirmativa que dá título à reflexão de hoje.

Primeiramente, torna-se necessário que nos lembremos que o ser humano é um ser naturalmente gregário, ou seja, apresenta a necessidade de participar de algum grupo de pessoas, característica, aliás, que já tem início na formação de uma família.

A história humana nos mostra, no correr do tempo, a necessidade da formação de grupos, ou, melhor dizendo, equipes para o acolhimento de novos integrantes, o que coloca o ser humano em um dos seus maiores desafios, seja qual for a equipe a que esteja ligado - APRENDER A CONVIVER.

Ambiente familiar; ambiente escolar; ambiente social; ambiente religioso; equipes que se formam para algum trabalho voluntário; ambiente profissional - possivelmente, sejam esses ambientes aqueles onde o ser humano mais permanece, e com maior intensidade, vivenciando a necessidade de saber conviver.

E é interessante como em cada ambiente desses surge, por ser naturalmente necessária, A LIDERANÇA.

E se nesses ambientes, por algum motivo, não ocorre uma liderança eficiente e eficaz, rapidamente aparecem efeitos negativos, como:

O ser humano tem uma necessidade natural de ser liderado - seja onde ele estiver atuando.

Também não podemos deixar de salientar a necessidade premente do preparo, do treinamento, para quem vai ocupar uma posição de liderança, de modo a desenvolver os atributos indispensáveis que um líder precisa apresentar, como, por exemplo:

A lista desses atributos é bem maior e somente em um treinamento bem planejado pode ser detalhadamente analisada.

ATIVIDADES REALIZADAS COM QUALIDADE, OBJETIVOS ATINGIDOS, INTEGRAÇÃO E RESPEITO MÚTUO ACONTECEM QUANDO OS INTEGRANTES DA EQUIPE ESTÃO JUNTOS, TODOS NA MESMA DIREÇÃO, SOB A INFLUÊNCIA DE UMA LIDERANÇA QUE INSPIRA , UNE E SABE SER UM REFERENCIAL.

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Dificuldades x oportunidades de aprendizagem

© Paulo de Tarso de Aquino

Cada de um de nós, por certo, já teve de enfrentar algum tipo de dificuldade na vida:

Seja ela qual for, a dificuldade deve sempre ser vista por nós como uma importante oportunidade de aprendizagem, para testarmos:

É claro que, diante de qualquer dificuldade, a ORAÇÃO nos permite a conexão com os Benfeitores Espirituais que nos darão o apoio necessário, o amparo, a inspiração de que tanto precisamos.

Entretanto, é de fundamental importância que a AÇÃO necessária de nossa parte aconteça, impulsionada pelos cuidados que deveremos tomar para que medidas seguras sejam aplicadas na identificação das soluções adequadas e, também, no esforço para que os erros causadores daquelas dificuldades não voltem a acontecer.

E mesmo que tenha sido muito desagradável a dificuldade ocorrida, aprendamos a agradecer a Deus por mais uma oportunidade de aprendizagem que estaremos aproveitando como incentivo ao nosso aprimoramento, a fim de substituir, gradativamente, defeitos por virtudes.

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Sequência - refletindo a respeito

© Paulo de Tarso de Aquino

Hoje, ao acordar, após alguns segundos para "religar todas as tomadas", agradeci a Deus pelo aproveitamento do descanso e por tudo que tenho recebido - a esposa, os filhos, a família, as oportunidades de aprendizagem, de trabalho, os desafios - e dei continuidade à minha oração matinal, com as necessárias rogativas.

Não demorou muito para que eu me lembrasse que já estava me aproximando do segundo mês do novo ano. E aí, veio junto a palavra SEQUÊNCIA - continuidade ao que foi iniciado; prosseguimento; sucessão de acontecimentos, etc. Imediatamente, surgiu à minha frente a responsabilidade que temos de fazer com que a sequência dos dias, o desenrolar da nossa vida aconteça da forma mais proveitosa possível.

Claro está que não devemos nos considerar como máquinas em constante funcionamento, na busca de uma produção ininterrupta, automática, pois somos seres humanos.

Entretanto, para que a sequência dos nossos dias seja, de fato, proveitosa, precisamos:

Finalmente, devemos assumir, como lema, a expressão "MOVA-SE!" - para que não estacionemos em nossa marcha evolutiva como seres que ficam aguardando que Deus resolva tudo para nós.

PRECISAMOS NOS SENTIR RESPONSÁVEIS PELA CONSTRUÇÃO DA VIDA QUE DEUS NOS CONCEDEU, MOVENDO-NOS ATRAVÉS DE UMA SEQUÊNCIA DE ATITUDES, DE REALIZAÇÕES EFETIVAMENTE PROVEITOSAS.

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Sobre a juventude

General Douglas MacArthur

A juventude não é um período da vida, é um estado de espírito, um efeito da vontade, uma qualidade da imaginação, uma intensidade emotiva, uma vitória da coragem sobre a timidez, do gosto da aventura sobre o amor ao conforto.

Não é por termos vivido certo número de anos que envelhecemos , envelhecemos porque abandonamos o nosso ideal. Os anos enrugam o rosto, renunciar ao ideal enruga a alma. As preocupações, as dúvidas, os temores e os desesperos são inimigos que lentamente nos inclinam para a terra e nos tornam pó antes da morte.

Jovem é aquele que se admira, que se maravilha e pergunta, qual criança insaciável: E depois? Aquele que desafia os acontecimentos e encontra alegria no jogo da vida.

És tão jovem quanto a tua fé; tão velho quanto a tua descrença. Tão jovem quanto a tua confiança em ti e em tua esperança; tão velho quanto o teu desânimo.

Serás jovem enquanto te conservares receptivo ao que é belo, bom e grande; receptivo às mensagens da Natureza, do homem ao infinito.

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Amigos de verdade

Diz uma lenda árabe que dois amigos viajavam pelo deserto, quando em determinado ponto da viagem, bastante cansados, um agrediu o outro.

O ofendido , sem nada dizer, pegou o seu cajado e escreveu na areia: "hoje o meu melhor amigo me derrubou no chão".

Passado algum tempo, seguiram viagem pelo deserto, até chegar a um oásis. Lá, se banharam à vontade, até que o amigo que havia sido agredido, começou a se afogar.

O outro nadou até ele e o trouxe até a margem, são e salvo. Foi quando o amigo resgatado pegou seu saibro e escreveu em uma pedra, cercada de vegetação: "hoje o meu melhor amigo salvou a minha vida".

O primeiro perguntou: "por que quando você foi agredido, você escreveu seu sentimento na areia, e quando foi salvo escreveu na pedra"?

O outro respondeu,sorrindo: "quando um grande amigo nos ofende, devemos registrar esse dano na areia, para que o vento do esquecimento e do perdão se encarreguem de apagá-lo.

Mas quando um amigo nos faz algo grandioso, devemos registrar esse momento na pedra da memória e do coração, onde vento nenhum do mundo pode apagar!

Amigos de verdade não precisam se falar sempre. Não precisam se visitar sempre. Nossos amigos verdadeiros são aqueles que se alegram com as nossas vitórias e são os primeiros a serem solidários em nossos infortúnios.

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Para quem quer aprender a gostar

Artur da Távola

Talvez seja tão simples, tolo e natural que você nunca tenha parado para pensar: aprenda a fazer bonito o seu amor! Ou fazer o seu amor ser ou ficar bonito. Aprenda, apenas, a tão difícil arte de amar bonito. Gostar é tão fácil que ninguém aceita aprender.

Tenho visto muito amor por aí. Amores mesmo, bravios, gigantescos, descomunais, profundos, sinceros, cheios de entrega, doação e dádiva. Mas esbarram na dificuldade de se tornar bonitos. Apenas isso: bonitos, belos ou embelezados, tratados com carinho, cuidado e atenção. Amores levados com arte e ternura de mãos jardineiras.

Ai esses amores que são verdadeiros, eternos e descomunais, de repente se percebem ameaçados apenas e tão somente porque não sabem ser bonitos: cobram; exigem; rotinizam; descuidam; reclamam; deixam de compreender; necessitam mais do que oferecem; precisam mais do que atendem; enchem-se de razões. Sim, de razões. Ter razão é o maior perigo no amor. Quem tem razão sempre se sente no direito (e o tem, de reivindicar, de exigir justiça, eqüidade, equiparação, sem atinar que quem está sem razão, talvez passe por um momento de sua vida no qual não possa ter razão. Nem queira. Ter razão é um perigo: em geral enfeia um amor, pois é invocado com justiça, mas na hora errada.

Amar bonito é saber a hora de ter razão. E é saber ter razão.

Ponha a mão na consciência. Você tem certeza de que está fazendo o seu amor bonito? De que está tirando do gesto, da ação, da reação, do olhar, da saudade, da alegria do encontro, da dor do desencontro, a maior beleza possível?

Talvez não. Cheio ou cheia de razões, você espera do amor apenas o que é exigido por suas partes necessitadas, quando, talvez, dele devesse pouco esperar, para valorizar devidamente tudo de bom que de vez em quando ele pode trazer.

Quem espera mais do que isso sofre e, sofrendo, deixa de amar bonito. Sofrendo, deixa de ser alegre, igual, irmão, criança. Sem soltar a criança, nenhum amor é bonito.

Não tema o romantismo. Derrube as cercas da opinião alheia. Faça coroas de margaridas e enfeite a cabeça de quem você ama. Saia dançando e olhe alegre. Recomenda-se: encabulamentos; ser pego em flagrante gostando; não se cansar de olhar, e olhar; não atrapalhar a convivência com teorizações; adiar sempre, se possível com beijos, aquela conversa importante que precisamos ter; arquivar, se possivel, as reclamações pela pouca atenção recebida. Para quem ama, toda atenção é sempre pouca. Quem ama feio não sabe que pouca atenção pode ser toda a atenção possível. Quem ama bonito não gasta o tempo dessa atenção cobrando a que deixou de ter.

Não teorize sobre o amor (deixe isso para nós, pobres escritores, que vemos a vida como a criança de nariz encostado na vitrina cheia de brinquedos), não teorize sobre o amor; ame. Siga o destino dos sentimentos aqui e agora.

Não tenha medo, principalmente de tudo o que você teme: a sinceridade; não dar certo; depois vir a sofrer (sofrerá de qualquer jeito); abrir o coração; contar a verdade do tamanho do amor que sente.

Jogue pro alto todas as jogadas, estratagemas, golpes, espertezas, atitudes sabidamente eficazes (não é sábio ser sabido); seja apenas você no auge de sua emoção e carência, exatamente aquele você que a vida impede de ser. Seja você cantando desafinado, mas todas as manhãs. Falando besteira, mas criando sempre. Gaguejando flores. Sentindo o coração bater como quando esperava Papai Noel e temia vê-lo. Revivendo os carinhos que intuiu em criança. Sem medo de dizer eu quero, eu gosto, eu estou com vontade.

Talvez aí você consiga fazer o seu amor bonito, ou fazer bonito o seu amor, ou bonitar fazendo o seu amor, ou amar fazendo bonito (a ordem das frases não altera o produto). O seu amor precisa ser tudo o que você é, e nunca: deixaram, conseguiu, soube, pôde ou foi possível.

Se o amor existe, seu conteúdo já é manifesto. Não se preocupe, pois, com ele e suas definições. Cuide agora da forma. Cuide da voz. Cuide da fala. Cuide do cuidado.

Cuide do carinho. Cuide de você. Ame-se o suficiente para ser capaz de gostar do própio amor e só assim tentar fazer o outro feliz.

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A frustração

Artur da Távola

A amendoeira nos traz uma curiosa mensagem.

O auge da sua beleza é o instante da morte.

O seu momento mais bonito é o da despedida. Árvore com flores quase invisíveis, estas acabam sendo as folhas que vão ficando tanto mais belas quanto mais perto do fim.

Tal qual a amendoeira, que traduz na despedida a sua melhor expressão de beleza, em matéria de vida e de amor

Só há dois caminhos: a frustração ou o arrependimento. A beleza na hora de acabar.

Quem imaginar que viver e conviver é possível sem frustração ou arrependimento prepare-se para decepções inesperadas.

Aceitar que a felicidade possível é, apenas, um tênue e precário equilíbrio entre a frustração e o arrependimento, eis o primeiro passo para a sabedoria.

Há pessoas que preferem a frustração, suportam-na melhor: vão se acomodando. Outras sofrem menos, engolindo oarrependimento (em geral mais fácil de disfarçar e de se auto-enganar): estas preferem arrepender-se a frustrarem-se. Nada, porém, termina aí.

É dentro do arrependimento pela decisão tomada, ou da frustração pela decisão não tomada, que se pode tentar construir o edifício da felicidade, da paz, da intensidade sonhadas. Éa felicidade possível dentro da frustração ou do arrependimento, a única possível.

E por momentos.

A nossa imperfeita e inacabada constituição (daí a ideia de Deus como o fim do processo de evolução) nos fez de tal forma, que a obtenção e a manutenção do que queremos sempre acaba gerando uma forma de frustração, por que impossibilita a busca de novas e idênticas vontades. E se a pessoa rompe com o que tem, ou conseguiu, ainda que num gesto legítimo de busca corajosa da própria verdade interior, inevitavelmente o ato da ruptura trará o arrependimento.

No fluxo permanente da vida, porém, cada história não termina com a frustração ou com o arrependimento.

Ela recomeça a partir daí. A vivência da frustração acaba por gerar um arrependimento por ter preferido frustrar-se.

Assim, frustração e arrependimento acabam sendo duas faces de uma mesma realidade em permanente mutação: a vida. É o que também nos ensinam - através da beleza - as folhas dasamendoeiras que se arrependem do quotidiano descolorido já quando apenas a frustração será possível; a frustração pela vida que não viveram, pela beleza que tinham e não sabiam, ou não puderam viver.

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Coisas que a vida ensina depois dos 40

Artur da Távola

Amor não se implora, não se pede não se espera...
Amor se vive ou não.
Ciúmes é um sentimento inútil. Não torna ninguém fiel a você.
Animais são anjos disfarçados, mandados à terra por Deus para mostrar ao homem o que é fidelidade.
Crianças aprendem com aquilo que você faz, não com o que você diz.
As pessoas que falam dos outros pra você, vão falar de você para os outros.
Perdoar e esquecer nos torna mais jovens.
Água é um santo remédio.
Deus inventou o choro para o homem não explodir.
Ausência de regras é uma regra que depende do bom senso.
Não existe comida ruim, existe comida mal temperada.
A criatividade caminha junto com a falta de grana.
Ser autêntico é a melhor e única forma de agradar.
Amigos de verdade nunca te abandonam.
O carinho é a melhor arma contra o ódio.
As diferenças tornam a vida mais bonita e colorida.
Há poesia em toda a criação divina.
Deus é o maior poeta de todos os tempos.
A música é a sobremesa da vida.
Acreditar, não faz de ninguém um tolo. Tolo é quem mente.
Filhos são presentes raros.
De tudo, o que fica é o seu nome e as lembranças a cerca de suas ações.
Obrigada, desculpa, por favor, são palavras mágicas, chaves que abrem portas para uma vida melhor
O amor... Ah, o amor...
O amor quebra barreiras, une facções, destrói preconceitos, cura doenças...
Não há vida decente sem amor!
E é certo, quem ama, é muito amado.
E vive a vida mais alegremente...

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O apoio na hora certa e na dosagem adequada

Paulo de Tarso de Aquino.

Quem já não viveu um momento de solidão, sob o efeito desgastante de um problema complicado, sem ter com quem conversar, desabafar, na tentativa de encontrar uma porta de saída?!...

Não há a menor dúvida de que Deus sempre nos ampara, que Jesus, nosso Guia e Modelo, nos apoia, nos inspira, assim como os Anjos Guardiães... e em situações como essa a oração deve ser o primeiro recurso utilizado.

Mas, por vivermos na condição de seres gregários, como o Pai Celestial nos criou, sentimos falta, em certos momentos, de um ombro amigo, de uma escuta atenta, de uma palavra bem colocada, que nos levante o ânimo.

Não podemos deixar de destacar, entretanto, que esses momentos difíceis, que às vezes vivenciamos, não devem ser compartilhados com qualquer pessoa. Devemos observar se quem vamos procurar tem sua saúde física e emocional no nível adequado, a fim de que não venhamos a fragilizá-la ainda mais.

Que o dia de hoje desperte em nós essa disponibilidade que tanta falta nos faz, em certos momentos - a ajuda sincera, o apoio, a compreensão, ou, até mesmo, o silêncio...

Doação não se restringe a oferta de dinheiro, de roupas, de alimentos...

Acima de tudo, nossa DOAÇÃO deve ser DO COR AÇÃO.

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Enfrentando um sofrimento atroz - um exemplo inesquecível!

Paulo de Tarso de Aquino.

Meu pai dedicou-se, durante muitos anos, a um amplo trabalho de assistência a pessoas carentes, incentivando a colaboração de muitos trabalhadores voluntários.

Sempre que possível, eu o acompanhava nesse trabalho, desde menino.

Por volta dos meus vinte e poucos anos, minha esposa e eu participávamos de uma pequena e objetiva reunião, conduzida por meu pai, antes de viajarmos para o interior de Minas Gerais, onde seria atendido um caso muito doloroso.

Naquela época, ainda não contávamos com a internet. Então, os casos que exigiam algum tipo de ajuda chegavam por meio de cartas, narrando as necessidades existentes - roupas; alimentos; cadeiras de rodas; pernas mecânicas; muletas; uma palavra de apoio; etc.

Meu pai, demonstrando uma preocupação não muito comum, resolveu fazer aquela pequena reunião, com as pessoas que o acompanhariam na viagem, do Rio até o interior de Minas, para alertar sobre o caso a ser atendido presencialmente.

Tratava-se de um jovem que sofrera um sério acidente, numa linha férrea, ao ser atingido por um trem, vindo a ter decepadas as duas pernas, logo abaixo dos quadris - um caso extremamente triste, chocante mesmo.

Ainda em recuperação, já em casa, era um homem pela metade, sobre a cama.

Meu pai nos alertou sobre os cuidados que precisaríamos ter, demonstrando equilíbrio emocional, sem qualquer atitude de espanto, de abatimento, diante da cena que teríamos pela frente.

Também deveríamos nos ater a palavras de encorajamento, procurando incentivar a Fé em Deus, em Jesus, nos Anjos Guardiães, ressaltando que nunca estamos sozinhos, e assim por diante.

Uma oração concluiu a preventiva explanação e iniciamos a viagem.

Lá chegando, vimos uma casa bem simples, alguns familiares nos aguardando.

Meu pai à frente, cumprimentamos a todos e nos dirigimos ao quarto onde encontraríamos o jovem, tão necessitado daquele apoio, para o qual tínhamos nos preparado com tanto cuidado.

O autocontrole, de fato, foi muito exigido, pois, mesmo coberto com um lençol, era impossível não perceber, claramente, a metade de um ser humano a que ficara reduzido aquele jovem...

Após as palavras iniciais de meu pai, transmitindo uma mensagem de encorajamento, o jovem surpreendeu a todos nós, e muito!...

Agradecendo a visita de todos e, também, a mensagem inicial que recebera, aquela metade de ser humano passou a mostrar uma surpreendente calma; uma grandeza de compreensão sobre o novo tipo de vida que teria dali para frente; que tinha plena consciência quanto aos desafios a que estaria sujeito; que dificuldades devem ser superadas e nos ajudam a crescer...

Nunca mais me esqueci das suas palavras, principalmente do final ? ele agradecia a Deus por ainda estar vivo e poder curtir sua família e, além disso, por aprender a ser útil de uma nova forma, ultrapassando grandes e inesperados desafios.

Enfim, o seu pronunciamento foi tão profundo e amplo, ao mesmo tempo, que os papeis ficaram invertidos - nós passávamos a ser os atendidos, os aprendizes, despertados para uma nova visão da vida.

COMO EU COSTUMO REAGIR DIANTE DE DIFICULDADES, DESAFIOS INESPERADOS, MUITAS VEZES SEM QUALQUER COMPARAÇÃO COM OS QUE AQUELE JOVEM PASSOU A ENFRENTAR?

FÉ, CORAGEM E AÇÃO - ATITUDES INDISPENSÁVEIS PARA SUPERARMOS TROPEÇOS, QUEDAS, CORREÇÕES DE RUMO, DIFICULDADES AS MAIS DIVERSAS.

E SEMPRE UMA POSTURA DE GRATIDÃO A DEUS, NOSSO PAI MISERICORDIOSO, JUSTO E BOM; A JESUS, NOSSO GUIA E MODELO; E AOS ANJOS GUARDIÃES QUE NOS ASSISTEM E INSPIRAM PARA AVANÇARMOS EM NOSSA CAMINHADA EVOLUTIVA.

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A cultura Maker na minha vida

Paulo de Tarso de Aquino.

Sem entrar em detalhes sobre o surgimento dessa cultura, trata-se de uma metodologia que vem sendo aplicada em diferentes escolas, até mesmo em cursos profissionalizantes ou de nível universitário, por meio da qual o aluno aprende, além das informações e orientações recebidas, "pondo a mão na massa", ou seja, APRENDE FAZENDO.

A cultura maker tem-se mostrado muito útil na absorção dos conteúdos apresentados nos ambientes de aprendizagem, quando o professor não se limita a divulgar informações teóricas, mas levando o aluno a exercitar o aprendizado na prática, através de atividades específicas, desenvolvendo o raciocínio, a criatividade, a capacidade de trabalhar em equipe, a superação de desafios, etc.

E aí, surgiu-me a ideia de ligar essa metodologia de aprendizagem à necessidade que temos de aprimorar o nosso relacionamento familiar, social, profissional, enfim, a nossa evolução moral, incentivando um ângulo de visão diferente.

Na verdade, é do nosso conhecimento que devemos ser educados, respeitosos, ao lidar com o próximo; carinhosos com nossos familiares; éticos com a sociedade; seguir regras, a legislação em vigor...

Se é do nosso conhecimento, estamos considerando, por enquanto, a teoria.

Ora, se a melhor forma de APRENDER é "pondo a mão na massa", se para absorver, de fato, o que nos tem sido transmitido precisamos colocá-lo em prática, deveríamos fazer um balanço de COMO ESTAMOS NA VIVÊNCIA DOS ENSINAMENTOS MORAIS QUE TEMOS RECEBIDO, desde a infância, inclusive por meio da religião que abraçamos.

Com toda a sinceridade, entendo que precisamos fazer mais uso da cultura maker, vivenciando, de verdade, o que temos aprendido ouvindo, lendo.

Naturalmente, ainda estaremos submetidos a acertos e erros, mas, com a nossa decisão e insistência em acertar mais e errar menos, iremos, gradativamente, construindo a nossa transformação íntima, o nosso crescimento moral.

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Conflito x Confronto

© Paulo de Tarso de Aquino

Costuma haver uma tendência de se considerar essas duas palavras representando, exatamente, a mesma coisa.

Entretanto, uma tem um efeito positivo, enquanto a outra pode chegar a ocasionar resultados desastrosos.

Vamos ver, por exemplo, uma equipe de trabalho que tem seus integrantes pensando sempre da mesma forma e chegando a resultados previstos, igualmente, por toda a equipe.

Podemos afirmar que algo estranho está acontecendo:

A tendência natural é que pessoas não pensem exatamente da mesma forma, o tempo todo.

Conhecimento adquirido; ângulos de visão e de percepção diferentes; ? são exemplos de fatores que provocam ideias que variam de pessoa para pessoa.

Na própria família isso acontece, principalmente considerando a sucessão de gerações que vão surgindo e convivendo...

É claro que os pais devem educar seus filhos dentro de padrões éticos, necessários à formação de cidadãos conscientes de seus compromissos com a vivência do Bem, mas tendo a clara visão de que eles - seus filhos - não são robôs que estarão agindo exatamente conforme uma programação previamente instalada.

Cabe comentar queconflito de ideias, claro, desde que bem conduzido, oferece excelentes oportunidades que abrem espaço para criatividade, inovação, novos aprendizados, melhor entendimento sobre o que não se conseguia entender antes...

Por outro lado, o confronto entre duas ou mais pessoas **acontece quando falta o respeito a quem pensa diferente**; quando ideias, posturas, opções diversas não são aceitas e passam a ser condenadas agressivamente pelos discordantes, podendo chegar a enfrentamentos físicos.

Um conflito bem entendido e trabalhado pode provocar, por exemplo, uma atualização útil, benéfica, ao se descristalizar entendimentos com prazo de validade vencido.

Agora, não se chegando a uma concordância, permanecendo, então, visões diferentes sobre determinado assunto ou situação, tratando-se de um conflito, o respeito ao próximo se sobrepõe a essas diferenças, jamais brotando, daí, uma inimizade ou perseguição.

Para concluir, cabe uma autoavaliação, a começar por mim:

O QUE TEM PREVALECIDO NO MEU COMPORTAMENTO, AO LIDAR COM IDEIAS, CONCEITOS, INTERPRETAÇÕES DIFERENTES DAQUILO QUE EU CONSIDERO - UM POSICIONAMENTO DE CONFLITO OU DE CONFRONTO?

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Egoísmo X Altruísmo

© Paulo de Tarso de Aquino

Eu quero tudo para mim,
Garanto o meu prazer, sempre,
Onde quer que eu esteja.
Ímpar pelo comportamento,
Sem qualquer interesse em
Mostrar-me disposto a dar o
Ombro amigo a quem precisa.

Agora, depois de muito esforço,
Liberto-me do egoísmo, após
Ter cometido vários erros.
Reconheço o quanto falhei,
Ufanando-me frente ao espelho.
Ímpar não quero mais ser,
Sabendo que, ao conviver
Mais e melhor com todos,
Ofertarei meu ombro, sempre.

Velhas Roseiras

Padre Zezinho

Eu já tive milhares de companheiros e colegas. Dentre eles, fiz centenas de bons amigos. Mas nem todas as amizades duraram. Algumas pareciam sólidas como rochas, mas não resistiram aos tempos e às circunstâncias. Assim sobraram poucos amigos de infância, pouquíssimos amigos de escola, poucos amigos de adolescência, poucos amigos de juventude. E pensar que a gente brincava todos os dias,via-se todos os dias e não saía da casa um do outro...

De repente, outros afetos, outros amigos, outros interesses, outro tipo de vida, longos anos de distância e mil preocupações da vida nos afastaram totalmente. Agora não sei onde andam e os que vejo aqui e acolá são amigos de "Bom dia"...Mas nada acontece. A gente se respeita e se admira, mas a amizade de infância, de juventude não volta.

Mudaram eles ou mudei eu? Ou foi a vida que nos mudou a todos? Restam algumas amizades fiéis que resistem a tudo... O que sei é que fiz muitos amigos e não conservei aquelas amizades.

De bons amigos que éramos, somos hoje bons conhecidos que se saúdam de passagem e se respeitam. Às vezes nem isso. Crescemos e nossa amizade ficou lá no passado. E eu digo a mim mesmo: "Feliz o homem que sabe cultivar sua roseira! Talvez não seja tarde... Roseiras velhas também produzem rosas lindas e viçosas. Basta recultivá-las..."

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Só amamos o que conhecemos e só protegemos o que amamos

Os documentários sobre a vida animal são extremamente importantes para a formação de uma cultura de preservação do meio ambiente.

Quem vê uma tartaruga arriscando a vida numa praia infestada de crocodilos para botar seus ovos naquele local e garantir um guardião seguro para seus futuros filhos, não teria coragem de matar uma mãe tão amorosa.

Quem assiste a mãe passarinho, que enfrenta corajosamente uma serpente venenosa, simulando asa quebrada para afastar a predadora do ninho, onde seus filhotes implumes aguardam o alimento, não tem coragem de tirar a vida dessa fantástica protetora.

Quem acompanha a luta pela sobrevivência, das frágeis capivaras, que enfrentam tempestades e tempos de seca, sobrevivem aos predadores mais variados para chegar a um campo verde e se alimentar seguramente, por certo não as atacaria a pauladas.

Aquele que percebe a trajetória das baleias, esses fantásticos mamíferos dos mares, que viajam milhares de quilômetros em busca de águas seguras para dar à luz seus filhotes, provavelmente não lhes tiraria a vida para abastecer os mercados com suas gorduras valiosas.

A criança que cresce vendo a dedicação e os cuidados das mães e pais animais, certamente desenvolveria profundo respeito por esses seres maravilhosos.

Se acompanhasse a trajetória de uma pequena semente, suas lutas para encontrar lugar fecundo no solo para poder germinar, crescer, florescer e dar frutos, não cortaria uma árvore apenas para ter um pouco mais de dinheiro no bolso, quando adultas.

Se conhecesse a luta dos ambientalistas para salvar uma foca, uma garça ferida, um golfinho colhido pelas redes dos pescadores, talvez ajudasse a preservar a vida em toda sua dimensão.

Se, ao invés de assistir tantos programas de violência, de notícias sobre a indiferença das autoridades, visse documentários que enaltecem a vida, talvez acreditasse que é possível construir um mundo melhor.

Se os jovens soubessem a real história dos nossos indígenas, do seu respeito pela natureza, da sua simplicidade e inocência, das suas crenças e costumes, por certo não os atacariam a pontapés e pauladas, nem lhes ateariam fogo nas vestes rotas.

Em todos os campos da existência, é preciso conhecer e entender os mecanismos que regem a vida para poder respeitá-los.

É importante criar uma cultura pró-vida e não pró-destruição.

Se nossas crianças crescessem vendo as maravilhas e os prodígios na natureza, aprenderiam a respeitar a vida.

Se conhecessem as dores e as dificuldades que as pessoas enfrentam pela sobrevivência, certamente respeitariam o ser humano, seja ele mendigo ou índio, rico ou pobre, preto, branco ou amarelo.

Crianças que têm, dentro do lar, lições básicas sobre os valores que devem nortear suas condutas, desenvolvem o senso de responsabilidade, respeito e admiração pela realidade que as cerca.

E o que precisa ser feito para que isso aconteça?

Uma coisa apenas: decisão.

Quando todas as pessoas de bem se decidirem por mudar essa situação, ela será mudada.

É só lembrar que tudo o que existe é fruto da ação humana. E quem é capaz de fazer o errado também é capaz de fazer o certo.

Talvez o problema maior seja a indiferença, a acomodação, a omissão. A paralisia dos sentidos.

É hora de agir. Mas agir como pessoas de bem. Que desejam o bem, e fomentam o bem.

Preservar o meio-ambiente é tarefa de todos, já que todos fazemos parte desse meio.

Aprendamos a amar para nos protegermos ...

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A grande torcida

Tinha gente que torcia para você ser menino.

Outros torciam para você ser menina.

Torciam para você puxar a beleza da mãe, o bom humor do pai.

Torceram pelo seu primeiro sorriso, pela primeira palavra, pelo primeiro passo.

O seu primeiro dia de escola foi a maior torcida.

E de tanto torcerem por você, você aprendeu a torcer.

Começou a torcer para ganhar muitos presentes e flagrar Papai Noel.

Torcia o nariz para o quiabo e a escarola.

Mas torcia por hambúrguer e refrigerante.

Começou a torcer até para um time.

Provavelmente, nesse dia, você descobriu que tem gente que torce diferente de você.

Seus pais torciam para você comer de boca fechada, tomar banho, escovar os dentes, estudar inglês e piano.

Seus amigos torciam para você usar brinco, cabular aula, falar palavrão.

E por não saber pelo que você torcia, torcia torcido.

E quando os hormônios começaram a torcer,

torceu pelo primeiro beijo, pelo primeiro amasso.

Torcia para viajar com a turma, ficar até tarde na rua.

Sua mãe só torcia para você chegar vivo em casa.

Todo mundo queria era torcer o seu pescoço.

Seus pais torciam para passar logo essa fase, torceram por você.

Na faculdade, então, era torcida pra todo lado. Para a direita, esquerda, contra a corrupção, a fome na Albânia e o preço da coxinha na cantina.

Torceu para ela não te achar muito baixo, muito alto, muito gordo, muito magro.

Descobriu que ela torcia igual a você.

Desse sonho.

Torceram para ganhar a geladeira, o microondas e a grana para a viagem de lua-de-mel.

E daí pra frente você entendeu que a vida é uma grande torcida.

Porque, mesmo antes do seu filho nascer, já tinha muita gente torcendo por ele.

Se procurar bem você acaba encontrando.

Não a explicação duvidosa, mas a poesia inexplicável da vida.

(Desconheço a autoria)

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Sociedade condenada

Pensamento da filósofa russo-americana Ayn Rand (judia, fugitiva da revolução russa, que chegou aos Estados Unidos na metade da década de 1920), mostrando uma visão com conhecimento de causa:

"Quando você perceber que, para produzir, precisa obter a autorização de quem não produz nada; quando comprovar que o dinheiro flui para quem negocia não com bens, mas com favores; quando perceber que muitos ficam ricos pelo suborno e por influência, mais que pelo trabalho, e que as leis não nos protegem deles, mas, pelo contrário, são eles que estão protegidos de você; quando perceber que a corrupção é recompensada, e a honestidade se converte em auto-sacrifício; então poderá afirmar, sem temor de errar, que sua sociedade está condenada".

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O amor da velhice

Rubem Alves

O amor dos dois surgira no tempo em que ele é mais puro: a adolescência. Riam, passeavam pela praça, comiam pipoca, e faziam planos para quando se casassem.

Naquele tempo, antes dos progressos da ciência, grassava uma praga mortífera chamada tuberculose que atacava os pulmões. Para essa doença não havia remédio a não ser comida, repouso e ar puro. O resto era o próprio corpo que tinha de curar-se. Pois ela, a tuberculose, invejosa da felicidade dos dois jovens, alojou-se nos pulmões do moço.

Ele teve de deixar a sua cidade e a sua namorada em busca de ar puro, no alto das montanhas, um sanatório, tal como Thomas Mann descreveu em seu livro "A montanha mágica".

Quem ia para tais lugares de cura despedia-se com um "adeus" e um olhar de "nunca mais". Na melhor das hipóteses muitos anos haveriam de passar.

Anos transcorrendo, o tempo se arrastava, a espera se alongou. E quando a espera é muito longa os sentimentos se enfraquecem. Os pais, preocupados com o futuro incerto da filha e movidos pela prudência, convenceram a filha a levar a sua vida, a parar de esperar.

E aconteceu com a jovem o que aconteceu com a Fermina Daza que, de longe e às escondidas, namorava Fiorentino Ariza, na estória de Gabriel García Márquez "Amor nos tempos do cólera", que foi obrigada pelos pais a trocar seu modesto escriturário Fiorentino que ela amava, pelo sólido doutor Urbino, portador de futuros, por quem não nutria nenhum sentimento.

Ela se casou. Ele se casou. E por mais de 50 anos não se viram. Quando ele tinha 76 anos, ficou viúvo. Quando ela tinha 76 anos e ele 79, ela ficou viúva. E ficou sabendo que ele, o amor da sua juventude estava vivo. A curiosidade e a saudade foram fortes demais. Ela não resistiu. Foi à sua procura. Encontraram-se. E, de repente, eram de novo namorados adolescentes apaixonados. Resolveram casar-se. Os filhos protestaram. Os filhos, todos os filhos, não suportam a idéia de que os velhos também amem. Especialmente se forem seus os pais...

Mas os dois velhos, já no fim da vida, sabendo que o tempo de amor que lhes restava era curto, não deram ouvidos aos filhos: casaram-se e mudaram-se para uma cidade do interior.

Viveram um ano de amor intenso que provocou metamorfoses: ele se descobriu poeta, começou a escrever poesia. Além disso tirou seu violino de cima do guarda-roupas onde ficara por muitos anos porque a sua mulher não gostava de música de violino e passou a fazer parte de uma orquestra da cidade.

Confessou a um sobrinho: "Se Deus me der dois anos de vida com esta mulher, minha vida terá valido a pena...".

Bem que Deus se esforçou. Mas o corpo já estava cansado. Morreu de amor, como temia o Vinicius.

Eu achei essa história tão comovente que a transformei num texto.

Passaram-se semanas da sua publicação. Eram dez horas da noite. Eu trabalhava no meu escritório. O telefone tocou. Voz aveludada de mulher do outro lado.

— É o professor Rubem Alves?

— Sim, respondi.

— Quero agradecer a belíssima crônica que o senhor escreveu com o título " ...e os velhos se apaixonarão de novo". O senhor já deve ter adivinhado quem está falando...

— Não, não adivinhei, respondi. Aí ela se revelou:

— Sou a viúva.

Foi o início de uma deliciosa conversa de mais de 40 minutos, interurbano, em que ela contou detalhes que eu desconhecia. O medo que ela teve quando ele resolveu mandar consertar o violino! Ela temia que os seus dedos já estivessem duros demais...

Ah! Que metáfora fascinante para um psicanalista sensível. Sim, sim! Nem os violinos ficam velhos demais, nem os dedos ficam impotentes para produzir música! E aí foi contando, contando, revivendo, sorrindo, chorando - tanta alegria, tanta saudade, uma eternidade inteira num grão de areia...

Ao terminar, ela fez esta confissão comovedora:

— Pois é, professor. Na idade da gente, a gente não mexe muito as coisas de sexo. Nós vivíamos de ternura!

O que me fez lembrar a observação de Kundera sobre a necessidade "de salvar o amor da tolice da sexualidade." A sexualidade pertence à ordem da biologia, o que nos aproxima dos animais. Mas o amor pertence à ordem da poesia. Abelardo e Heloisa se amaram até a morte.

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Receita simples

O sofrimento pode NÃO existir.

Ele é algo que aprendemos a sentir dentro de uma situação que contraria a nossa vontade.

A situação existe, mas sofrer dentro dela pode ser escolha nossa.

**Finanças*

Se o dinheiro está "curto" ... Sorria!
O sorriso atrai a prosperidade.

**Família*

Se está havendo conflitos ... Sorria!
O sorriso dissolve as energias pesadas.

**Trabalho*

Se o progresso parece lento ... Sorria!
O sorriso abre portas para novas possibilidades.

**Amigos*

Se alguns o desapontaram .. Sorria!
O sorriso é um ímã para novas amizades.

**Saúde*

Se não está bem ... Sorria!
O sorriso fortalece as defesas do corpo.

**Idade*

Se ela o preocupa ... Sorria!
O sorriso emite a luz da jovialidade.

**Solidão*

Se ela aparecer .. Sorria!
O sorriso conquista boas companhias.

**Amor*

Se você está sem nenhum ... Sorria!
O sorriso nos torna mais atraentes.

Há momentos na Vida em que realmente não dá para sorrir.

Nesses momentos sorria para Deus: Ele há de retribuir o seu sorriso!!

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A força da cólera

Um velho judeu, de alma torturada por pesados remorsos, chegou certo dia, aos pés de Jesus, e confessou-lhe estranhos pecados.

Valendo-se da autoridade que detinha no passado, havia despojado vários amigos de suas terras e bens, arremessando-os à ruína total e reduzindo-lhes as famílias a doloroso cativeiro. Com maldade premeditada, semeara em muitos corações o desespero, a aflição e a morte.

Achava-se, desse modo, enfermo, aflito e perturbado... Médicos não lhe solucionavam os problemas, cujas raízes se perdiam nos profundos labirintos da consciência dilacerada.

O Mestre Divino, porém, ali mesmo, na casa de Simão Pedro, onde se encontrava, orou pelo doente e, em seguida, lhe disse:

— Vai em paz e não peques mais.

O ancião notou que uma onda de vida nova lhe penetrara o corpo, sentiu-se curado, e saiu, rendendo graças a Deus.

Parecia plenamente feliz, quando, ao atravessar a extensa fila dos sofredores que esperavam pelo Cristo, um pobre mendigo, sem querer, pisou-lhe num dos calos que trazia nos pés.

O enfermo restaurado soltou um grito terrível e atacou o mendigo a bengaladas.

Estabeleceu-se grande tumulto.

Jesus veio à rua apaziguar os ânimos.

Contemplando a vítima em sangue, abeirou-se do ofensor e falou:

— Depois de receberes o perdão, em nome de Deus, para tantas faltas, não pudeste desculpar a ligeira precipitação de um companheiro mais desventurado que tu?

O velho judeu, agora muito pálido, pôs as mãos sobre o peito e bradou para o Cristo:

— Mestre, socorre-me!... Sinto-me desfalecer de novo... Que será isto?

Mas, Jesus apenas respondeu, muito triste:

— Isso, meu irmão, é o ódio e a cólera que outra vez chamaste ao próprio coração. A esses sentimentos mesquinhos tu estás preso

E, ainda hoje, isso acontece a muitos que, por falta de paciência e de amor, adquirem amargura, perturbação e enfermidade.

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O Quadro

Um homem havia pintado um lindo quadro.

No dia de apresentá-lo ao público, convidou todo mundo para vê-lo.

Compareceram as autoridades do local, fotógrafos, jornalistas, e muita gente, pois o pintor era muito famoso e um grande artista.

Chegado o momento, tirou-se o pano que velava o quadro.

Houve caloroso aplauso.

Era uma impressionante figura de Jesus batendo suavemente à porta de uma casa.

O Cristo parecia vivo. Com o ouvido junto à porta, Ele parecia querer ouvir se lá dentro alguém respondia.

Houve discursos e elogios.Todos admiravam aquela obra de arte.

Um observador curioso porém, achou uma falha no quadro: A porta não tinha fechadura.

E foi perguntar ao artista:

— Sua porta não tem fechadura! Como se fará para abri-la?

— É assim mesmo - respondeu o pintor

— Esta é a porta do coração humano. Só se abre do lado de dentro.

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A mesma medida

Em uma conhecida passagem evangélica, Jesus afirma que cada um será medido com a medida que aplicar aos outros.

Tem-se aí um princípio de justiça, já revelado no comando de amar ao próximo como a si mesmo.

Pelo mandamento do amor, surge o dever de tratar o semelhante como se gostaria de ser tratado, se estivesse em seu lugar.

A idéia básica é uma igualdade essencial entre todos os homens.

Embora diferentes pelas posições que ocupam na vida em sociedade, nenhum possui essência apartada da dos demais.

Evidentemente, há criaturas mais adiantadas, cuja bondade e sabedoria causam admiração.

Entretanto, na origem e no fim todos se aproximam.

Saídos da mais absoluta simplicidade chegarão à plenitude das virtudes angélicas.

Enquanto percorrem a longa jornada, devem se auxiliar mutuamente.

A lição cristã cinge-se basicamente à fraternidade.

É possível sofisticar o pensamento e encontrar nuanças preciosas nos ensinamentos do Cristo.

Mas é preciso cuidado para não esquecer o básico, nessa busca de detalhes, por valiosos que sejam.

O essencial reside em aprender a olhar o próximo como um semelhante, um irmão de caminhada.

Se ele se apresenta vicioso e de convívio pouco atrativo, nem por isso deixa de ser uma preciosa criatura de Deus.

Justamente perante os equivocados do mundo, convém refletir sobre a igualdade da medida.

À parte os Espíritos puros, que já percorreram todos os degraus da escala da evolução, os demais cometem erros.

Mesmo homens bem intencionados por vezes erram.

Não se trata de uma tragédia, na medida em que a vida propicia meios de reparar os estragos e seguir em frente.

Uma visão estreita da Divindade pode levar à concepção de que Ela sempre está a postos para punir suas criaturas.

Entretanto, não é assim.

As Leis Divinas encontram-se escritas na consciência de cada Espírito.

Elas visam à educação e à evolução dos seres, não a sua punição.

O rebote do desconforto que a violação da lei provoca destina-se a incentivar a retomada do caminho correto.

É possível ignorar os protestos da própria consciência um tempo, mas não indefinidamente.

Sempre surge o momento em que ela fala alto e atrai as experiências retificadoras do mal cometido.

Ocorre que o mesmo homem que encontra desculpas para seus equívocos, por vezes, é severo crítico do semelhante.

Ao assim agir, molda em seu íntimo um juiz implacável.

Quando chegar a sua hora de prestar contas dos próprios atos à eterna justiça, as medidas desse juiz severo é que lhe serão aplicadas.

Ciente disso, convém treinar um olhar indulgente para as falhas alheias.

Não se trata de tentar burlar a incidência da justiça divina, sempre perfeita, mas de não valorizar em excesso a sombra e a dor e de compreender a falibilidade natural do ser humano.

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Tênis x Frescobol

Rubem Alves

Depois de muito meditar sobre o assunto concluí que os casamentos são de dois tipos: há os casamentos do tipo tênis e há os casamentos do tipo frescobol. Os casamentos do tipo tênis são uma fonte de raiva e ressentimentos e terminam sempre mal. Os casamentos do tipo frescobol são uma fonte de alegria e têm a chance de ter vida longa.

Explico-me. Para começar, uma afirmação de Nietzsche, com a qual concordo inteiramente. Dizia ele: "Ao pensar sobre a possibilidade do casamento, cada um deveria se fazer a seguinte pergunta: Você crê que seria capaz de conversar com prazer com esta pessoa até a sua velhice?" "Tudo o mais no casamento é transitório, mas as relações que desafiam o tempo são aquelas construídas sobre a arte de conversar."

Xerazade sabia disso. Sabia que os casamentos baseados nos prazeres da cama são sempre decapitados pela manhã, terminam em separação, pois os prazeres do sexo se esgotam rapidamente, terminam na morte, como no filme "O império dos sentidos". Por isso, quando o sexo já estava morto na cama, e o amor não mais se podia dizer através dele, ela o ressuscitava pela magia da palavra: começava uma longa conversa, conversa sem fim, que deveria durar mil e uma noites. O sultão se calava e escutava as suas palavras como se fossem música. A música dos sons ou da palavra - é a sexualidade sob a forma da eternidade: é o amor que ressuscita sempre, depois de morrer. Há os carinhos que se fazem com o corpo e há os carinhos que se fazem com as palavras.

E, contrariamente ao que pensam os amantes inexperientes, fazer carinho com as palavras não é ficar repetindo o tempo todo: "Eu te amo, eu te amo..." Barthes advertia: Passada a primeira confissão, "eu te amo" não quer dizer mais nada. É na conversa que o nosso verdadeiro corpo se mostra, não em sua nudez anatômica, mas em sua nudez poética. Recordo a sabedoria de Adélia Prado:"Erótica é a alma."

O tênis é um jogo feroz. O seu objetivo é derrotar o adversário. E a sua derrota se revela no seu erro: o outro foi incapaz de devolver a bola. Joga-se tênis para fazer o outro errar. O bom jogador é aquele que tem a exata noção do ponto fraco do seu adversário, e é justamente para aí que ele vai dirigir a sua cortada - palavra muito sugestiva, que indica o seu objetivo sádico, que é o de cortar, interromper, derrotar. O prazer do tênis se encontra, portanto, justamente no momento em que o jogo não pode mais continuar porque o adversário foi colocado fora de jogo. Termina sempre com a alegria de um e a tristeza de outro.

O frescobol se parece muito com o tênis: dois jogadores, duas raquetes e uma bola. Só que, para o jogo ser bom, é preciso que nenhum dos dois perca. Se a bola veio meio torta, a gente sabe que não foi de propósito e faz o maior esforço do mundo para devolvê-la gostosa, no lugar certo, para que o outro possa pegá-la. Não existe adversário porque não há ninguém a ser derrotado. Aqui ou os dois ganham ou ninguém ganha. E ninguém fica feliz quando o outro erra - pois o que se deseja é que ninguém erre. O erro de um, no frescobol, é como ejaculação precoce: um acidente lamentável que não deveria ter acontecido, pois o gostoso mesmo é aquele ir e vir, ir e vir, ir e vir... E o que errou pede desculpas; e o que provocou o erro se sente culpado. Mas não tem importância: começa-se de novo este delicioso jogo em que ninguém marca pontos...

A bola: são as nossas fantasias, irrealidades, sonhos sob a forma de palavras. Conversar é ficar batendo sonho pra lá, sonho pra cá...

Mas há casais que jogam com os sonhos como se jogassem tênis. Ficam à espera do momento certo para a cortada. Albert Camus anotava no seu diário pequenos fragmentos para os livros que pretendia escrever. Um deles, que se encontra nos primeiros cadernos, é sobre este jogo de tênis: Cena: o mulher, o marido, a galeria. A primeiro tem valor e gosta de brilhar. O segundo guarda silêncio, mas, com pequenas frases secas, destrói todos os propósitos da brilhante esposa. Desta forma pensa que marca constantemente a sua superioridade. A outra domina-se, mas sofre uma humilhação e é assim que nasce o ódio. Exemplo: com um sorriso, ele dia: "Não se faça mais estúpida do que é, minha amiga".A galeria torce e sorri pouco à vontade. Ela cora, aproxima-se dele, beija-lhe o rosto, suspirando: "Tens razão, meu querido". A situação está salva e o ódio vai aumentando.

Tênis é assim: recebe-se o sonho do outro para destruí-lo, arrebentá-lo, como bolha de sabão... O que se busca é ter razão, sentir-se superior, e o que se ganha é o distanciamento. Aqui, quem ganha sempre perde.

Já no frescobol é diferente: o sonho do outro é um brinquedo que deve ser preservado, pois se sabe que, se é sonho, é coisa delicada, do coração. O bom ouvinte é aquele que, ao falar, abre espaços para que as bolhas de sabão do outro voem livres. Bola vai, bola vem - cresce o amor... Ninguém ganha, para que os dois ganhem. E se deseja então que o outro viva sempre, eternamente, para que o jogo nunca tenha fim...

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Afinidade

© Artur da Távola

Afinidade é um dos poucos sentimentos que resistem a todo e qualquer tempo. A afinidade não é o mais brilhante, mas o mais sutil, delicado e penetrante dos sentimentos.

É o mais independente. Não importa o tempo, a ausência, os adiamentos, as distâncias, as impossibilidades.

Quando há afinidade, qualquer reecontro retoma a relação, o diálogo, a conversa, o afeto no exato ponto em que foi interrompido.

Afinidade é não haver tempo mediando a vida.

É uma vitória do adivinhado sobre o real. Do subjetivo para o objetivo. Do permanente sobre o passageiro. Do básico sobre o superficial.

Ter afinidade é muito raro.

Mas quando existe não se precisa de códigos verbais para se expressar.

Existia antes do conhecimento, irradia durante e permanece depois que as pessoas deixaram de estar juntas.

O que você tem dificuldade de expressar a um afim, sai simples e claro diante de alguém com quem você tem afinidade.

Afinidade é ficar longe pensando parecido a respeito dos mesmos fatos que impressionam, comovem ou mobilizam. É ficar conversando sem trocar palavras.

É receber o que vem do outro com aceitação anterior ao entendimento.Afinidade é sentir com. Nem sentir contra, nem sentir para, nem senti por, nem sentir pelo.

Quanta gente ama loucamente mas sente contra o ser amado!

Quantos amam e sentem para o ser amado, não para eles próprios.

Sentir com é não ter necessidade de explicar o que está sentindo. É olhar e perceber.É mais calar do que falar, ou, quando é falar, jamais explicar: apenas afirmar.

Afinidade é jamais senti por.

Quem sente por, confunde afinidade com masoquismo, mas quem sente com, avalia sem se contaminar.

Compreende sem ocupar o lugar do outro.

Aceita para poder questionar.

Quem não tem afinidade, questiona por não aceitar.

Afinidade é ter perdas semelhantes e iguais esperanças.É conversar no silêncio, tanto nas possibilidades exercidas quanto das impossibilidades vividas.

Afinidade é retornar a relação no ponto em que parou sem lamentar o tempo de separação.

Porque tempo e separação nunca existiram.

Foram apenas oportunidades dadas ou tiradas pela vida, para que a maturação comum pudesse se dar.

E para que cada pessoa pudesse e possa ser, cada vez mais a expressão do outro sob a forma ampliada do eu individual aprimorado.

Do livro: "Alguém que já não fui"

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Na sementeira de cada dia

Observa o mundo ao redor de teus passos e perceberás, na desigualdade das situações, a Justiça Divina a expressar-se com a perfeição da sabedoria e do amor.

Lembra-te de que tudo nas horas de hoje decorre das criações do dia de ontem, tanto quanto a nossa conduta presente traçar-nos-á o amanhã infalível.

Tudo nasce e renasce, em função do aprimoramento que nos cabe atingir.

O usurário do pretérito, que subtraiu a bênção do ouro à circulação do progresso, agora é o mendigo esmolando a graça do pão.

O artista que ontem abusou da inteligência situando-a a serviço da imoralidade e do crime, passa hoje entre aqueles que lhe foram vítimas da insânia intelectual, na feição do demente necessitado de proteção e carinho.

A mulher que antigamente mobilizou a própria beleza, na exploração da crueldade e do vício, caminha na atualidade entre a angústia e a aflição da debilidade orgânica, em vigorosa luta contra o abatimento e a enfermidade.

O tirano das consciências que outrora movimentou a política e a autoridade na escravidão dos semelhantes para extorquir-lhes o sangue e o suor, transita agora na Terra, no corpo disforme dos mutilados que beijam o pó da terra, por muitos e muitos anos, a fim de compreender que só a humildade e o amor são bastante sábios para conferir-nos a luz da verdadeira felicidade.

Cada criatura constrói na própria mente e no próprio coração o paraíso que a erguerá a nível sublime da perfeita alegria, ou o inferno que a rebaixará aos mais escuros antros do sofrimento.

Emmanuel - extraída do livro "Alvorada do Reino" - Francisco C. Xavier

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Nossa infância

© Cecília Meirelles

É porque nós, desgraçadamente, já andamos esquecidos; mas, quando fomos pequenos, tivemos também essa maravilhosa imaginação com que qualquer criança deslumbra o mais requintado poeta.

Nosso mundo foi feito de coisas prodigiosas: os milagres das fadas, os encantos dos bruxos, toda a mágica das histórias mais assombrosas...

Tudo foi sempre muito verossímil, porque tínhamos em nós uma força misteriosa geradora das mais extraordinárias possibilidades.

Talvez porque convivíamos mais diretamente com a natureza, e a natureza é por si mesma assombrosa.

Depois de ver uma borboleta voar, uma flor desenrolar-se do botão, uma semente transformar-se em planta, um passarinho sair do ovo e mais tarde a cantar;

Uma estrela revelar-se, depois de feita a noite, um campo encher-se de pirilampos, as nuvens crescerem, unirem-se, viajarem, desfazerem-se...

Depois de tudo isso, com que é que se vai admirar uma criança?

E éramos tão senhores da vida, com todos os seus cenários e as suas aparências...

Acreditávamos tanto na eternidade profunda das coisas, malgrado as suas superficiais e parciais extinções.

Que a morte era pra nós qualquer coisa enganosa, que os adultos não tinham ainda encarado bem, que ainda não conheciam de perto e só por isso, com certeza, não sabiam ainda vencer...

A infância traz encerradas em si todas as condições superiores do destino humano.

Ela mesma não sabe disso, porque a sabedoria tem qualquer coisa de inconsciente. Mas vivem dentro dela todas as capacidades da vida, por mais difíceis, inacreditáveis, longínquas e indefiníveis que sejam.

E cá estamos nós, mais uma vez, admirados com a grandiosidade desse período de nossas vidas chamado infância.

Seria apenas um período? Parece uma descrição pequena demais para abraçá-la honrosamente.

Deus nos deu a infância como um grande tesouro, uma lição de pureza poderosa, que não vem de fora, de professores, de sábios, de livros, mas vem de nosso íntimo divino.

Jesus foi muito claro ao proclamar - referindo-se às crianças - que destas é o Reino dos Céus, e mais, que quem não receber o Reino de Deus como uma criança, jamais entrará nele.

O Mestre Nazareno não olvidou que ali, naqueles corpos infantis, existiam Espíritos velhos, mas usou dessa lição para deixar visíveis as características da alma infantil - fundamentais para o crescimento moral humano.

Destacava a humildade, a pureza, na forma de ausência de preconceitos; a ânsia de saber, a perseverança, a docilidade, e tantas outras...

Que sua porção criança possa sempre sorrir ao ver o nascer do sol.

E que quando caía a noite, e venha o medo do escuro, saiba observar as estrelas e sua perfeição incompreensível e bela - e isso lhe traga novamente o sorriso.

Que sua porção criança permita enxergar o lado bom das pessoas, e jamais cair nas teias da amargura ou do pessimismo destruidor.

Que sua porção criança lhe recorde do quão bom e importante é viver.

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Tudo Passará

© Eda Carneiro da Rocha

Tudo passará...
A vida, a morte, a tristeza e a alegria...
Tudo passará, se não tiveres a força,
para suplantar todos os teus sentimentos
de medo e frustação!
A vida está aí, para ser vivida,
seja de que maneira for.
Não estás satisfeito com a tua?
Queres a minha?
Será que ela é melhor?
Lembras-te da cruz que quiseram trocar,
pensando ser mais leve?
E, não era...
A morte passa e deixa uma saudade imensa,
dos que se foram e jamais voltarão...
Apenas as nossas lembranças não passarão.
A saudade deles jamais será apagada,
seja qualquer ser que tivermos perdido...
Um parente, um amigo, um amo, um bichinho...
A saudade dói e maltrata, mas com o tempo,
ela se ameniza e nos faz sofrer um pouco menos.
Acostumamo-nos com a idéia de que
eles não estão mais aqui.
Que olham por nós e nos dão força
para continuarmos a viver!
A alegria passará, se deixares que ela passe.
Então, lutemos para sermos alegres
e cultivarmos este bendito sentimento
que carece de estar conosco, em nossas vidas,
na expressão de um sorriso:
Já reparaste, como o sorriso é bonito?
Mesmo aqueles tímidos, que se esboçam
até com vergonha de sorrir...
Vamos sorrir e pedir ao Pai que interceda por nós,
pela nossa vida, pela nossa suave partida,
para que a tristeza se amenize
e que venha a alegria, nos nossos dias.

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O amanhã pertence a Deus

© Letícia Thompson

Não sei qual a porcentagem de pessoas que consegue viver o hoje sem se deixar dominar pelo passado ou pelo futuro. A ansiedade é a prova de como o futuro nos atinge e modifica nosso presente, antecipa problemas, lágrimas e noites de insônia.

Seria ideal se deixássemos o amanhã para amanhã, o futuro para quando ele chegar e o passado dentro de uma caixinha de recordações. Não chegamos ainda a esse ponto de perfeição, não aprendemos a olhar os lírios, nem os pássaros e menos ainda as mais formosas flores.

Não aprendemos a fé dos que continuam de pé quando o coração está de joelhos, e perdemos os melhores momentos da nossa vida com a cabeça nas nuvens, quando é de terra firme que ela precisa.

Não nos entregamos o suficiente aos cuidados de Deus e não apenas não florescemos, como impedimos outros de florescerem ao nosso redor.

Perdemos a graça da presença dos que estão aqui hoje, do que podem nos dar e receberem de nós. Nos preocupamos demasiadamente com o que nos faltará amanhã e com isso aproveitamos bem menos do que nos é oferecido hoje.

O amanhã não nos pertence... ele pertence Àquele que cuida de nós, que nos ouve em silêncio e chora pela nossa precipitação. O amanhã pertence a Deus, que nos dá a cada dia o bastante para chegarmos ao dia seguinte.

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Conta as bênçãos

© Letícia Thompson

O que nos deixa mais tristes ou infelizes é a solidão da dor. Não, não inverti as palavras, porque uma coisa é a dor da solidão, que milhares de almas, mesmo acompanhadas, conhecem e uma outra, é a solidão da dor.

A solidão da dor é a que cabe a nós, inteiramente. É a que julgamos a maior do mundo, a mais pesada e difícil de carregar; aquela que diminui nossa estatura e agiganta todos os outros que estão ao redor; a que mata cada fibra do nosso coração e nos faz esquecer todas as alegrias e bênçãos recebidas.

Perigosamente destrutiva, afasta-nos do bem e do bom, da luz, do sal, da cruz e das promessas Divinas.

Jesus também sofreu a dor da solidão e do abandono; sofreu a dor da dor, a lança atravessada, o peso da cruz e do cravo nas mãos. Mas Ele não experimentou a solidão da dor. Ele sabia que não estava só e mesmo nos momentos mais difíceis de serem suportados,erguia os olhos para o Céu.

Contamos tudo o que recebemos da vida e particularmente de Deus, de maneira inversa. Apagamos facilmente o bem,as alegrias, as bênçãos que caem gota a gota na nossa cabeça, nos ungindo e reavivamos as dores que fatalmente colhemos nos caminhos por nós mesmos escolhidos. Você tem teto, alimento, família, amigos, trabalho, saúde? Conta as bênçãos!!!

Tem momentos de riso gostoso, de partilha, pode ver o nascer e o pôr-do sol? Conta as bênçãos!!!

Contamos nossas dores, as contabilizamos, somamos e nos esquecemos de acrescentar as alegrias que podem diminuí-las ou pelo menos nos mostrar que na balança da vida nem tudo é perda e sofrimento.

Conta sim, uma a uma, as bênçãos da sua vida. Você vai ver que a esperança ainda vive, que a luz brilha, que as flores continuam nascendo, apesar das secas ou das enchentes.

Você vai ver que, silencioso, Deus olha por nós e continua distribuindo o bem, mesmo se aos nossos olhos as graças pareçam invisíveis.

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Bens imperecíveis

Equipe de Redação do Momento Espírita

Você possui muitos bens imperecíveis? Talvez tenha lhe vindo à mente sua declaração de bens e direitos entregue ao fisco no último exercício fiscal. Mas nós não estamos falando desses bens, e sim dos bens da alma, realmente imperecíveis.

Sim, quando voltarmos para o mundo espiritual, seremos identificados pelas nossas conquistas essencialmente espirituais. Sob esse ponto de vista as coisas ficam mais fáceis, pois todos temos possibilidades de angariar bens, já que eles independem de posição social ou financeira.

No campo dos sentimentos, por exemplo, é possível que tenhamos uma lista grande dessas aquisições, desde que saibamos aproveitá-las.

Valorizar um beijo carinhoso de criança... O abraço afetuoso de um amigo... A alegria do filho ao livrar-se das rodinhas auxiliares da sua bicicleta... A conversa com os pais e avós ao redor do velho fogão à lenha... O cheiro de mato molhado de chuva ... O sol se despedindo no horizonte...

A primeira flor, ofertada pelo nosso grande amor... A expressão de dor no olhar da filha que rompeu com o namorado... A explosão de alegria do filho que conquistou uma medalha nos jogos infantis. A desolação da filha quando lhe dissemos que não a levaríamos conosco na viagem de férias...

Saber converter relações estabelecidas por conveniência em amizade sincera..

Com respeito à moral também há um imenso campo para joeirar e ajuntar bens imperecíveis.

A humildade de pedir perdão por uma atitude equivocada... O respeito às idéias e opiniões dos outros... O cultivo da honestidade, ainda que pouco a pouco. O sacrifício dos interesses próprios por amor à justiça. A caridade, que sabe perdoar e esquecer uma ofensa. A dignidade que não se deixa contaminar pelos interesses escusos. A sabedoria de não emitir opinião sobre um assunto que desconheça...

E no campo intelectual há muito terreno para cultivar nossos bens imperecíveis. A leitura sistemática de tudo que pode nos clarear a mente. Os questionamentos sinceros quanto à nossa natureza, origem e destino como seres humanos. A busca dos porquês da dor, das desigualdades intelectuais, morais e sociais.

A derrubada do muro apodrecido do preconceito racial, religioso, cultural e social. Enfim, agora podemos avaliar o quanto de bens imperecíveis que já detemos e os que ainda estamos por conquistar.

Mas, a verdade é que não sabemos de quanto tempo ainda dispomos na presente existência e, por essa razão, não podemos perder tempo. É preciso que valorizemos as horas e ajuntemos esses tesouros, aos quais Jesus se referia dizendo que o ladrão não rouba, a traça nem a ferrugem consomem. Pensemos nisso!

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Viva em Paz

© Lourival Lopes

Do livro "Sabedoria Todo Dia"

Não cultive rivalidades. As rivalidades, o ódio, o rancor, a mágoa fazem muito mal porque criam uma desarmonia entre você e Deus, que é bondade, perdão e paz.

Se alguém entra em atrito com você, diz-lhe palavras ofensivas ou o induz a conclusões errôneas, defenda o coração e ocupe-se de coisas elevadas e positivas.

Viva em paz!

Quando você se dedica a fazer o bem e a se entender com todos, a serenidade cresce e preenche lugares no seu coração, não deixando espaços para as intranqüilidades.

Cuidar bem do coração é o primeiro passo para a paz.

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A arte da Aceitação

Aceitar nossa realidade tal qual é representa um ato benéfico em nossa vida. Aceitação traz paz e lucidez mental, a fim de que visualizemos o ponto principal da partida, e utilizemos satisfatoriamente nossa transformação interior.

Só conseguimos modificar aquilo que admitimos e que vemos claramente em nós mesmos, isto é, se nos imaginarmos outra pessoa, vivendo em outro ambiente, não teremos um bom contato com o presente e, conseqüentemente, não depararemos com a realidade.

A propósito, muitos de nós fantasiamos o que poderíamos ser, não convivendo, porém, com nossa pessoa real desgastando desta forma uma enorme energia, por carregar constantemente uma série de máscaras como se fossem utilitários permanentes.

A atitude de aceitação é quase sempre característica dos adultos serenos, firmes e equilibrados, e soma-se também a ela o estímulo que possuem de senso de justiça, pois enxergam a vida através do prisma da eternidade. Esses indivíduos retêm considerável "coeficiente evolutivo", do qual se deduz que possuem um potencial de aceitação pois aprenderam a respeitar os mecanismos da vida, acumulando pacificamente as experiências necessárias ao seu amadurecimento e desenvolvimento espiritual.

"O homem pode abrandar ou aumentar a amargura das suas provas pela maneira que encara a vida terrestre..."

"...contentar-se com sua posição sem invejar a dos outros, de atenuar a impressão moral dos reveses e das decepções que experimenta; ele haure nisso uma calma e uma resignação..." Cap. 5 ESE. item 13)

(De "Renovando atitudes", de Francisco do Espírito Santo Neto, pelo Espírito Hammed)

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Quem ama a rosa

© Letícia Thompson

Quem ama a rosa, ama completamente.

Quem ama a rosa, a ama inteiramente e não somente pelo colorido das suas pétalas, a beleza da sua forma ou a suavidade do seu perfume.

Quem ama a rosa, não ignora os espinhos e não precisa suportá-los, pois amor não exige sacrifício, ele exige aceitação.

Não existem pessoas perfeitas e mesmo para aquelas que mais se assemelham ao nosso ideal de beleza física e interior, o tempo passa e a vida vai deixando marcas.

Se amamos somente a beleza, amamos somente o efêmero e efêmeros são nossos sentimentos.

Quem ama hoje, deve se preparar para amar ainda quando a pessoa amada tiver perdido o viço ou mesmo a saúde, pois uma rosa nasce e morre rosa e aos olhos amorosos muda a forma, nunca a essência.

Quem realmente ama a rosa, ama a vida toda.

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Sentar-se à janela

© Alexandre Garcia

Era criança quando, pela primeira vez, entrei em um avião. A ansiedade de voar era enorme.

Eu queria me sentar ao lado da janela de qualquer jeito, acompanhar o vôo desde o primeiro momento e sentir o avião correndo na pista cada vez mais rápido até a decolagem.

Ao olhar pela janela via, sem palavras, o avião rompendo as nuvens, chegando ao céu azul. Tudo era novidade e fantasia.

Cresci, me formei, e comecei a trabalhar. No meu trabalho, desde o início, voar era uma necessidade constante. As reuniões em outras cidades e a correria me obrigavam, às vezes, a estar em dois lugares num mesmo dia.

No início pedia sempre poltronas ao lado da janela, e, ainda com olhos de menino, fitava as nuvens, curtia a viagem, e nem me incomodava de esperar um pouco mais para sair do avião, pegar a bagagem, coisa e tal.

O tempo foi passando, a correria aumentando, e já não fazia questão de me sentar à janela, nem mesmo de ver as nuvens, o sol, as cidades abaixo, o mar ou qualquer paisagem que fosse.

Perdi o encanto. Pensava somente em chegar e sair, me acomodar rápido e sair rápido.

As poltronas do corredor agora eram exigência. Mais fáceis para sair sem ter que esperar ninguém, sempre preocupado com a hora, com o compromisso, com tudo, menos com a viagem, com a paisagem, comigo mesmo.

Por um desses maravilhosos 'acasos' do destino, estava eu louco para viajar de São Paulo numa tarde chuvosa, precisando chegar em Curitiba o mais rápido possível. O vôo estava lotado e o único lugar disponível era uma janela, na última poltrona. Sem pensar concordei de imediato, peguei meu bilhete e fui para o embarque.

Embarquei no avião, me acomodei na poltrona indicada: a janela. Janela que há muito eu não via, ou melhor, pela qual já não me preocupava em olhar. E, num rompante, assim que o avião decolou, lembrei-me da primeira vez que voara. Senti novamente e estranhamente aquela ansiedade, aquele frio na barriga. Olhava o avião rompendo as nuvens escuras até que, tendo passado pela chuva, apareceu o céu.

Era de um azul tão lindo como jamais tinha visto. E também o Sol, que brilhava como se tivesse acabado de nascer. Naquele instante, em que voltei a ser criança, percebi que estava deixando de viver um pouco a cada viagem em que desprezava aquela vista.

Pensei comigo mesmo: será que em relação às outras coisas da minha vida eu também não havia deixado de me sentar à janela, como, por exemplo, olhar pela janela das minhas amizades, do meu casamento, do meu trabalho e convívio pessoal?

Creio que aos poucos, e mesmo sem perceber, deixamos de olhar pela janela da nossa vida. A vida também é uma viagem e se não nos sentarmos à janela, perdemos o que há de melhor: as paisagens, que são nossos amores, alegrias, tristezas, enfim, tudo o que nos mantém vivos.

Se viajarmos somente na poltrona do corredor, com pressa de chegar, sabe-se lá aonde, perderemos a oportunidade de apreciar as belezas que a viagem nos oferece. Se você também está num ritmo acelerado, pedindo sempre poltronas do corredor, para embarcar e desembarcar rápido e 'ganhar tempo', pare um pouco e reflita sobre aonde você quer chegar.

A aeronave da nossa existência voa célere e a duração da viagem não é anunciada pelo comandante. Não sabemos quanto tempo ainda nos resta. Por essa razão, vale a pena sentar próximo da janela para não perder nenhum detalhe.

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Crises

Albert Einstein

Não pretendemos que as coisas mudem, se sempre fazemos o mesmo.

A crise é a melhor bênção que pode ocorrer com as pessoas e países, porque a crise traz progressos.

A criatividade nasce da angústia, como o dia nasce da noite escura.

É na crise que nascem as invenções, os descobrimentos e as grandes estratégias.

Quem supera a crise, supera a si mesmo sem ficar superado.

Quem atribui à crise seus fracassos e penúrias, violenta seu próprio talento e respeita mais aos problemas do que às soluções.

A verdadeira crise, é a crise da incompetência.

O inconveniente das pessoas e dos países é a esperança de encontrar as saídas e soluções fáceis.

Sem crise não há desafios, sem desafios, a vida é uma rotina, uma lenta agonia.

Sem crise não há mérito.

É na crise que se aflora o melhor de cada um.

Falar de crise é promovê-la, e calar-se sobre ela é exaltar o conformismo.

Em vez disso, trabalhemos duro.

Acabemos de uma vez com a única crise ameaçadora, que é a tragédia de não querer lutar para superá-la.

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O Sofrimento no Amor

Artur da Távola

Vendo o sofrimento de quem ama cheguei a três perguntas tão simples quando a dificuldade de a elas se alcançar.

Faço-as de forma coloquial:

  1. Sou eu que faço você sofrer?

  2. Ou é você que sofre por minha causa?

  3. Ou, ainda, é você que sofre por sua própria causa?

O que está acima formulado deve ser encadeado para dar melhor, a idéia da mistura das linhas de sofrimento que se cruzam no amor: sou eu que faço você sofrer.

É você que sofre por minha causa ou é você que sofre por sua própria causa?

Responder a essas perguntas leva anos é essencial na relação de amor.

A resposta demandará tempo, sofrimento, em cada caso, será diferente.

Se encontrada, melhorará qualquer relação.

Ou constará do seu término.

Suprimirei a terceira parte da pergunta "é você que sofre por sua própria causa".

Ela existe em milhares de casos.

Talvez seja o mais freqüente.

Quando a pessoa sofre apenas por sua própria causa, o problema fica reduzido a ela, que deve tratar-se ou buscar alguma forma de melhorar.

Independe da relação amorosa, embora sobre ela faça incidir seus resultados.

A pergunta ficará então mais simples:

"Sou eu que faço você sofrer ou é você que sofre por minha causa?"

Dá no mesmo. Depende de quem diga.

Se sou eu que faço sofrer, então são os meus atos, atitudes e ações, os geradores do seu sofrimento.

Nesse caso, ou mudo, ou continuarei provocando sofrimentos.

Será uma questão de cessar os atos, ações, atitudes ou comportamentos feitos consciente ou inconscientemente para provocar sofrimento, por sadismo, egoísmo, incapacidade de perceber as fronteiras da sua tolerância, ou por raiva, vingança, neurose.

Se é você que sofre por minha causa, tudo é diferente, embora igual possa parecer.

Os meus atos, atitudes, reações, comportamentos, mesmo sem qualquer intenção ofendem, fazem mal, danificam, fazem sofrer. Por quê?

Porque você sofre por minha causa.

O sofrimento não é causado por mim.

Ele está em você e eu o causo, ou potencializo.

Mesmo não desejando ver você sofrer, pelo simples fato de ser como sou, você estará sofrendo.

Não sou eu quem faz você sofrer.

O sofrimento é causado por mim.

Ser o que sou e quem sou, faz você sofrer, irrita de graça, machuca sem querer.

Na vida e na relação do amor, as duas faces dessa realidade misturam-se, interpenetram-se, atrapalham-se.

Num par amoroso há atitudes conscientes, e sobretudo inconscientes, feitas para o outro sofrer e uma tendência desse outro de sofrer por causa do parceiro, independente do que ela faça.

Assim age esse o ser humano no relacionamento amoroso.

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O que é a Páscoa?

Luiz Fernando Veríssimo

—Papai, o que é Páscoa?

—Ora, Páscoa é... bem... é uma festa religiosa!

— Igual ao Natal?

— É parecido. Só que no Natal comemora-se o nascimento de Jesus, e na Páscoa, se não me engano, comemora-se a sua ressureição.

— Ressurreição?

— É, ressurreição. Marta, vem cá!

— Sim?

— Explica pra esse garoto o que é ressurreição pra eu poder ler o meu jornal.

— Bom, meu filho, ressurreição é tornar a viver após ter morrido. Foi o que aconteceu com Jesus, três dias depois de ter sido crucificado. Ele ressuscitou e subiu aos céus. Entendeu?

—Mais ou menos... Mamãe, Jesus era um coelho?

—O que é isso menino? Não me fale uma bobagem dessas! Coelho! Jesus Cristo é o Papai do Céu! Nem parece que esse menino foi batizado! Jorge, esse menino não pode crescer desse jeito, sem ir numa missa pelo menos aos domingos. Até parece que não lhe demos uma educação cristã! Já pensou se ele solta uma besteira dessas na escola? Deus me perdoe! Amanhã mesmo vou matricular esse moleque no catecismo!

— Mamãe, mas o Papai do Céu não é Deus?

— É filho, Jesus e Deus são a mesma coisa. Você vai estudar isso no catecismo. É a Trindade. Deus é Pai, Filho e Espírito Santo.

— O Espírito Santo também é Deus?

— É sim.

— E Minas Gerais?

— Sacrilégio!!!

— É por isso que a ilha de Trindade fica perto do Espírito Santo?

— Não é o Estado do Espírito Santo que compõe a Trindade, meu filho, é o Espírito Santo de Deus. É um negócio meio complicado, nem a mamãe entende direito. Mas se você perguntar no catecismo a professora explica tudinho!

— Bom, se Jesus não é um coelho, quem é o coelho da Páscoa?

— Eu sei lá! É uma tradição. É igual a Papai Noel, só que ao invés de presente ele traz ovinhos.

— Coelho bota ovo?

— Chega! Deixa eu ir fazer o almoço que eu ganho mais!

— Papai, não era melhor que fosse galinha da Páscoa?

— Era... era melhor,sim... ou então urubu.

— Papai, Jesus nasceu no dia 25 de dezembro, né?

— Que dia ele morreu?

— Isso eu sei: na Sexta-feira Santa.

— Que dia e que mês?

— (???)

— Sabe que eu nunca pensei nisso? Eu só aprendi que ele morreu na Sexta-feira Santa e ressucitou três dias depois, no Sabado de Aleluia.

— Um dia depois!

— Não três dias depois.

— Então morreu na Quarta-feira.

— Não, morreu na Sexta-feira Santa... ou terá sido na Quarta-feira de Cinzas? Ah, garoto, vê se não me confunde! Morreu na Sexta mesmo e ressuscitou no sábado, três dias depois! Como? Pergunte à sua professora de catecismo!

—Papai, porque amarraram um monte de bonecos de pano lá na rua?

— É que hoje é Sabado de Aleluia, e o pessoal vai fazer a malhação do Judas. Judas foi o apóstolo que traiu Jesus.

— O Judas traiu Jesus no Sábado?

— Claro que não! Se Jesus morreu na Sexta!!!

— Então por que eles não malham o Judas no dia certo?

— Ui...

— Papai, qual era o sobrenome de Jesus?

— Cristo. Jesus Cristo.

— Só?

— Que eu saiba sim, por quê?

— Não sei não, mas tenho um palpite de que o nome dele era Jesus Cristo Coelho. Só assim esse negócio de coelho da Páscoa faz sentido, não acha?

— Ai coitada!

— Coitada de quem?

— Da sua professora de catecismo!

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Medicina faz mal à saúde

Sérgio Gwercman

"Os médicos estão entre as três maiores causas de morte atualmente"

Um selo colado na testa advertindo sobre os perigos que podem causar à saúde.

Se dependesse do inglês Vernon Coleman, esse seria o uniforme ideal dos médicos. Dono de um diploma em medicina e um doutorado em ciências, Coleman abandonou a carreira após dez anos de trabalho para ganhar a vida escrevendo livros com títulos sugestivos do tipo Como Impedir o seu Médico de o Matar.

Autor de 95 livros, o inglês é um auto-intitulado defensor dos direitos dos pacientes. Em seus textos, publicados nos principais jornais do Reino Unido, costuma atacar a indústria farmacêutica - para ele, a grande financiadora da decadência - e, principalmente, os médicos que recusam tratamentos que excluam a utilização de remédios e cirurgias. Dono de opiniões polémicas, Colimam ainda afirma que 90% das doenças poderiam ser curadas sem a ajuda de qualquer droga e que quanto mais a tecnologia se desenvolve, pior fica a qualidade dos diagnósticos.

Como um médico deve se comportar para oferecer o melhor tratamento possível a seu paciente?

Os médicos deveriam ver seus pacientes como membros da família. Infelizmente, isso não acontece. Eles olham os pacientes e pensam o quão rápido podem se livrar deles, ou como fazer mais dinheiro com aquele caso. Prescrevem remédios desnecessários e fazem cirurgias dispensáveis.

Ao lado do câncer e dos problemas de coração, os médicos estão entre os três maiores causadores de mortes actualmente. Os pacientes deveriam aprender a ser cépticos com essa profissão. E os governos, obrigá-los a usar um selo na testa dizendo "Atenção: este médico pode fazer mal para sua saúde".

Qual a instrução que pacientes recebem sobre os riscos dos tratamentos?

A maior parte das pessoas desconhece a existência de efeitos colaterais. E grande parte dos médicos não conhece os problemas que os remédios podem causar. Desde os anos 70 eu venho defendendo a introdução de um sistema internacional de monitoramento de medicamentos, para que os médicos sejam informados quando seus companheiros de outros países detectarem problemas. Espantosamente, esse sistema não existe. Se você imagina que, quando uma droga é retirada do mercado em um país, outros tomam acções parecidas, está errado. Um remédio que foi proibido nos Estados Unidos e na França demorou mais de cinco anos para sair de circulação no Reino Unido. Somente quando os pacientes souberem do lado ruim dos remédios é que poderão tomar decisões racionais sobre utilizá-los ou não em seus tratamentos.

Você considera que os médicos são bem informados a respeito dos remédios que receitam a seus pacientes?

A maior parte das informações que eles recebem vem da companhia que vende o produto, que obviamente está interessada em promover virtudes e esconder defeitos.

Como resultado dessa ignorância, quatro de cada dez pacientes que recebem uma receita sofrem efeitos colaterais sensíveis, severos ou até letais. Creio que uma das principais razões para a epidemia internacional de doenças induzidas por remédios é a ganância das grandes empresas farmacêuticas. Elas fazem fortunas fabricando e vendendo remédios, com margens de lucro que deixam a indústria bélica internacional parecendo caridade de igreja.

E o que os pacientes deveriam fazer? Enfrentar doenças sem tomar remédios?

É perfeitamente possível vencer problemas de saúde sem utilizar remédios. Cerca de 90% das doenças melhoram sem tratamento, apenas por meio do processo natural de autocura do corpo. Problemas no coração podem ser tratados (não apenas prevenidos) com uma combinação de dieta, exercícios e controle do estresse. São técnicas que precisam do acompanhamento de um médico. Mas não de remédios.

Receber remédios não é o que os pacientes querem quando vão ao médico?

É verdade que muitos pacientes esperam receber medicamentos. Isso acontece porque eles têm falsas ideias sobre a eficiência e a segurança das drogas. É muito mais fácil terminar uma consulta entregando uma receita, mas isso não quer dizer que é a coisa certa a ser feita. Os médicos deveriam educar os pacientes e prescrever medicamentos apenas quando eles são essenciais, úteis e capazes de fazer mais bem do que mal.

Que problemas os remédios causam?

Sonolência, enjoos, dores de cabeça, problemas de pele, indigestão, confusão, alucinações, tremores, desmaios, depressão, chiados no ouvido e disfunções sexuais como frigidez e impotência.

Em um artigo, você cita três greves de médicos (em Israel, em 1973, e na Colômbia e em Los Angeles , em 1976) e diz que elas causaram redução na taxa de mortalidade. Como a ausência de médicos pode diminuir o risco à vida?

Hospitais não são bons lugares para os pacientes. É preciso estar muito saudável para sobreviver a um deles. Se os médicos não matarem o doente com remédios e cirurgias desnecessárias, uma infecção o fará. Sempre que os médicos entram em greve as taxas de mortalidade caem. Isso diz tudo.

Muitas pessoas optam por terapias alternativas. Esse é um bom caminho?

Em diversas partes do mundo, cada vez mais gente procura práticas alternativas em vez de médicos ortodoxos. De certa maneira, isso quer dizer que a medicina alternativa está se tornando a nova ortodoxia. O problema é que, por causa da recusa das autoridades em cooperar com essas técnicas, muitas vezes é possível trabalhar como terapeuta complementar sem ter o treinamento adequado. Medicina alternativa não é necessariamente melhor ou pior que a medicina ortodoxa.

O melhor remédio é aquele que funciona para o paciente. Em um de seus livros, você afirma que a tecnologia piorou a qualidade dos diagnósticos. A lógica não diz que deveria ter acontecido o contrário?

Testes são frequentemente incorretos, mas os médicos aprenderam a acreditar nas máquinas. Quando eu era um jovem doutor, na década de 70, os médicos mais velhos apostavam na própria intuição. Conheci alguns que não sabiam nada sobre exames laboratoriais ou aparelhos de raio X e mesmo assim faziam diagnósticos perfeitos. Hoje, os médicos se baseiam em máquinas e testes sofisticados e cometem muito mais erros que antigamente.

Você faz ferrenha oposição aos testes médicos realizados com animais em laboratórios. De que outra maneira novas drogas poderiam ser desenvolvidas?

Faz muito mais sentido testar novas drogas em pedaços de tecidos humanos que num rato. Os resultados são mais confiáveis. Mas a indústria não gosta desses testes porque muitos medicamentos potencialmente perigosos para o homem seriam jogados fora e nunca poderiam ser comercializados.

Qual o sentido de testar em animais?

Existe uma lista de produtos que causam câncer nos bichos, mas são vendidos normalmente para o uso humano. Só as empresas farmacêuticas ganham com um sistema como esse.

O que você faz para cuidar da saúde?

Eu raramente tomo remédios. Para me manter saudável, evito comer carne, não fumo, tento não ficar acima do peso e faço exercícios físicos leves. Para proteger minha pressão, desligo a televisão quando médicos aparecem na tela apresentando uma nova e maravilhosa droga contra depressão, câncer ou artrite que tem cura garantida, é absolutamente segura e não tem efeitos colaterais.

Copyright (c) Abril S.A. Super interessante - fevereiro 2004

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Caminhos de todos nós

Letícia Thompson

Quem nunca atravessou uma noite escura?

Quem nunca duvidou e teve medo de prosseguir? Quem nunca chorou e acabou adormecendo? Quem nunca teve um momento que achou que era o mais lindo de toda a sua vida?

E quem nunca pensou em desistir e prosseguiu assim mesmo, se arrastando e chegando até o dia seguinte?

Os caminhos são tão parecidos a todos nós!

As dores podem ser tanto iguais quanto as alegrias intensas. Mas, claro, cada um sabe, por si, o efeito que cada coisa produz no seu âmago.

E das coisas mais comuns ao esquecimento está aquele da existência dos outros quando o mundo parece desmoronar na nossa cabeça e destruir todo o nosso eu, construído tão amorosamente pelo Pai e lapidado com as dificuldades da vida.

É nessas horas que todas as flores murcham, o sol deixa de aquecer e as noites parecem tão intermináveis quanto as voltas que o relógio dá. Mas tudo isso é apenas uma idéia!

As bênçãos que recebemos não deixam de existir quando o sol desaparece, somos nós que nos cegamos. Mesmo quando o céu está encoberto e carregado, pesado e escuro, um vôo acima das nuvens nos mostra que o azul continua lá, sereno e pronto para reaparecer. As bênçãos que recebemos nunca se apagam e as carregaremos em nós para toda a vida. E nas nossas contabilidades não nos esqueçamos de contá-las, não somente para que continuem presentes, mas para que estejam prontas para acolher todas as outras que estão destinadas a nós.

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Ficar por Último

Hélder Salvador de Lima

Do livro: Uma Rosa me disse

Se você precisar de descanso, não descanse muito mais que o necessário, porque ferro parado enferruja, água estagnada apodrece... E além disso, talvez, mais tarde, falte tempo para terminar a tarefa da existência.... É trágico demais morrer inacabado.

Se você for alegre e feliz, não ria alto demais, para que a sua gargalhada não vá tornar mais doloroso o gemido de alguém na casa ao lado. Se, nas dores, você soluçar, faça-o baixinho, bem no fundo, bem lá dentro, para não apagar algum sorriso no semblante de alguém, no andar de cima.

Se você escorregar na estrada da existência E até mesmo cair mais de uma vez, não fique deitado no solo, clamando o destino, porque lhe falta muito caminho por andar e, além disso, você só vai atrapalhar a passagem dos outros que podem tropeçar no seu corpo caído... E se é triste cair, muito mais triste ainda é levarmos alguém na nossa queda.

Se, algum dia, talvez, você perder a linha e der vazão ao grito, à cólera, à revolta, com ganas de quebrar o mundo ao seu redor, não arrebente tudo, porque atrás de você, vem muita gente ainda que deseja encontrar o mundo inteiro e belo.

Se você encontrar a semente ou a muda do raro arbusto da FELICIDADE, não vá plantá-lo em seu quintal todo cercado, mas sim ao lado de um caminho freqüentado, para que muitos possam descansar à sua sombra e comer seus frutos sem pagar.

Mas se encontrar apenas o caminho que leva a esta árvore bendita, não vá por ele sozinho: fique alerta e de pé, à entrada dele, com um braço estendido assim... como uma flecha, dizendo: FELICIDADE, AMIGO?... VENHA POR AQUI!

Não se incomode de ficar por último porque todo o que passar a sua frente vai dizer: "Obrigado" e dar-lhe um bom sorriso.

E quando, enfim, você chegar, depois de todo condecorado, iluminado de sorrisos recebidos, verá que os outros estarão à sua espera para que você entre primeiro.

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Caminhos da Vida

//Paulo Roberto Gaefke //

A vida tem cores que por vezes não percebemos , tem sons que nem sempre ouvimos, tem sabores que não provamos, armadilhas que nós mesmos armamos, e caminhos, muitos caminhos, que ainda não percorremos.

Falta-nos tempo para apreciar os detalhes. Assim, deixamos o tempo, precioso tempo, escorrer pelos dedos da mão.

Filhos que crescem e não percebemos, amores que vão se desfazendo, caindo na rotina massacrante, e não percebemos.

Envelhecemos e abandonamos nossos sonhos, passamos pela vida e reclamamos, um ano começa e quando vemos, já acabou sem ao menos termos vivido.

Nossas orações são ladainhas repetidas, expressões vazias da nossa desilusão, Deus no trono distante, nós na Terra errante...

Não há mais tempo para a vida, apenas para os compromissos inadiáveis da nossa agonia,

somos empurrados pelo consumismo, somos esmagados pelas dívidas, pelo preço de viver.

Na luta diária da sobrevivência não há tempo: para poesia, flores, sentar no chão, andar descalço, comer com a mão, namorar na praça, andar sem direção ter com Deus uma comunhão...

Estamos fugindo do encontro crucial entre nós e os nossos sonhos, entre o que queremos e o que não temos, entre o que imaginamos e o que é. E fica no ar a pergunta: para onde vamos?

Que você vá rumo a felicidade, descobrindo que a vida é um presente sem igual, que Deus oferece para alguém especial, sentindo a brisa da manhã que convida, para a vida que se abre em flor, desejando pra você muita paz e muito amor.

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Quebra-cabeça

Ganhei de um amigo, há dois meses, um quebra-cabeças de 1.500 peças. Eu não montava um quebra-cabeça desde que era criança.

É engraçado como nós deixamos de fazer certas coisas quando crescemos: quebra-cabeças, colorir, brincar com bonecas, pular corda, pique de esconder... Coisas que nos trouxeram tanta alegria quando criança, nós paramos de fazer quando alcançamos uma certa idade - é uma vergonha, não é?

Devo admitir que realmente aproveitei o quebra-cabeças. Embora muito frustrante às vezes, era um bom desafio. Cada vez que eu achava uma peça que se encaixava, era extremamente recompensador.

Bom, e daí?

Você já percebeu quantas semelhanças existem entre um quebra-cabeças e a vida?

Num quebra-cabeças, cada peça é parte muito importante no grande quadro. Na vida, são as pessoas e os acontecimentos as partes importantes. Como peças de um quebra-cabeças, cada um de nós é único, especial em seu próprio jeito. Embora semelhantes, não há dois iguais.

Ironicamente, são nossas diferenças que nos fazem "encaixar".

Enquanto eu trabalhava no quebra-cabeças, havia uma peça que eu estava certa de pertencer a um ponto em particular. Mas não encaixava. Acabava voltando a ela tentando colocá-la, esquecendo-me que já havia tentado. Eu tinha meu pensamento focado no fato de que eu sentia que a peça era daquele espaço.

Penso em quantas vezes eu fiz a mesma coisa em minha vida. Tentando fazer acontecer coisas que simplesmente não era pra ser. Tentava várias vezes, chegava ao ponto de forçar, mas não era pra ser... e nada do que eu fiz mudou isso.

Se você já montou quebra-cabeças, sabe como é perder tempo procurando um pedaço específico. De repente parece tão óbvio... mas eu não conseguia achar. Consegui foi embaralhar ainda mais as peças. Fiquei frustrada e decidi deixar pra lá e ficar longe dele. Quando voltei mais tarde, eu achei a peça imediatamente. Estava bem na minha frente desde o começo.

Minha vida foi assim muitas vezes. Tentava entender por que certas coisas aconteciam e do jeito que aconteciam. Procurava as respostas por todos os lados e às vezes as respostas estavam bem na minha frente. Era só dar uma paradinha, um pequeno passo atrás, respirar e acalmar que as respostas me encontravam.

Olhando as peças deste quebra-cabeças, eu penso nas "peças" de minha vida: minha família, meus amigos, acontecimentos, marcos e celebrações.

Uma mistura de bom e ruim, alegria e lágrima, felicidade e tristeza.

Penso em todas as peças que imaginei sem importância e sem propósito. Reflito em todos as peças que em minha vida me fizeram perguntar... "Por que, meu Deus?... Por que isto?"

E repentinamente percebi que por causa dessas peças, outras peças se encaixaram tão bem.

Tudo em nosso vida acontece por uma razão. Cada acontecimento, bom ou mau, como uma peça do quebra-cabeças. Deixe uma peça de fora e se quebra a harmonia inteira do produto final.

Talvez ainda não possamos entender o papel importante de cada peça em nossa vida, ainda existem muitos buracos e o quadro ainda não está claro. Mas sei que quando minha viagem nesta vida estiver concluída, e a peça final estiver em seu lugar, eu entenderei. E serei capaz de ver o quadro completo e a beleza de cada peça.

Até lá, eu continuarei a viver com fé. Sabendo e confiando que todas as peças que eu preciso estão aí e que é só uma questão de tempo até que se encaixem bem. Lembrarei de que há um grande quadro, um plano para mim, e que sou incapaz de ver agora.

Acreditarei que cada peça em minha vida, mesmo as dolorosas, têm propósito e cumprem papel importante. E quando estiver fraca, procurarei força pela oração.

Farei isto até que a obra-prima de Deus em mim estiver finalmente completa, e Ele então cochichará... "Muito bom! Está feito!"

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O barco furado

Um homem foi chamado para pintar um barco. Trouxe seus apetrechos, a tinta, os pincéis e começou a executar seu serviço, conforme fora contratado.

Enquanto pintava o interior do barco detectou um furo no fundo, embaixo do banco. Pequeno, mas já significando riscos. Achou conveniente consertá-lo e o fez.

Terminou a pintura, recebeu pelo serviço e foi embora.

No dia seguinte, o proprietário do barco o procurou e lhe deu outro cheque, com valor bem superior ao valor combinado.

O pintor ficou surpreso:

— Eu já recebi pela pintura do barco!

— Meu caro amigo, você nem imagina o que aconteceu, disse o proprietário. Deixe-me contar-lhe. Quando pedi que pintasse o barco, esqueci de falar do vazamento. Assim que o barco secou, meus filhos o pegaram e saíram para um passeio. Eu não estava em casa naquele momento. Avalie minha preocupação, agonia e alívio quando os vi retornando sãos e salvos.

Então, examinei o barco e constatei que você havia consertado aquele furo!

Percebe, agora, o que fez? Salvou a vida de meus filhos! Não há dinheiro suficiente para pagar por esta sua postura e iniciativa. Este cheque é de valor alto, mas não deixa de ser apenas simbólico. Sua ação não tem preço.

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O Vendedor de Sonhos - citações

Augusto Cury

Sem sonhos, os monstros que nos assediam, estejam eles alojados em nossa mente ou no terreno social, nos controlarão.

O objetivo fundamental dos sonhos não é o sucesso, mas nos livrar do fantasma do conformismo.

Quem não é generoso consigo mesmo, jamais, o será com os outros. Quem cobra muito de si mesmo é um carrasco dos outros.

A generosidade é um dos maiores sonhos que devemos difundir no grande "caos social".

Generosidade é uma palavra que habita os dicionários, mas raramente o coração psíquico.

Só dorme bem quem aprende primeiramente, a repousar dentro de si.

É possível fugir dos monstros de fora, mas não dos que temos dentro da mente.

Os egoístas vivem no calabouço das suas angústias, mas os que atuam na dor dos outros, aliviam a própria dor.

Sou apenas um caminhante que perdeu o medo de se perder. Os que vendem sonhos são como o vento: você ouve a sua voz, mas não sabe de onde ele vem e nem para onde vai.

O importante não é o mapa, mas a caminhada. Não existem heróis. Todo gigante encontra obstáculos que o transformam em criança.

Se quiserem vender o sonho da solidariedade, terão de aprender a enxergar as lágrimas nunca choradas, as angústias nunca verbalizadas, os temores que nunca contraíram os músculos da face.

Nunca procurei meu filho e lhe perguntei quais eram seus temores ou suas mais marcantes frustrações.

Impus regras para ele, lhe apontei erros, mas jamais, vendi sonhos de que sou um ser humano que precisa conhecê-lo e precisa ser amado por ele.

Nunca procurei um aluno que expressasse um ar de tristeza, irritabilidade ou indiferença. Mas a vida me ensinou...

Somos criativos em excluir, mas inábeis em incluir. Começamos a entender que, quando somos frágeis, aí é que nos tornamos fortes.

Não existem pessoas imprestáveis, mas pessoas mal valorizadas, mal utilizadas, mal exploradas.

O ser humano morre, não quando seu coração deixa de pulsar, mas quando de alguma forma deixa de se sentir importante.

Aprenda que uma pessoa pode ferir seu corpo, mas jamais, poderá ferir sua emoção, a não ser que você permita.

A vida se extingue rapidamente no parêntese do tempo. Vivê-la lenta e deslumbradamente, é o grande desafio dos mortais.

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Árvores Generosas

A gratidão é uma rara virtude. É comum as pessoas guardarem mágoas por muitos anos de coisas desagradáveis que vivenciaram.

Mas se esquecem, com rapidez, das dádivas que lhes foram ofertadas, ao longo da vida.

Isso nos recorda de uma história simples e fantasiosa, que chegou a ser tema de um filme de curta-metragem, chamado "A Árvore Generosa".

É a história de uma árvore que se apaixona por um garoto. Moleque, ele se balançava nos seus galhos. Colocou um balanço e imaginava voar, balançando-se sempre mais alto, mais alto.

Subia nela, até o topo, para ver à distância, imaginando que a árvore era um navio e ele estava em alto mar, à busca de terras a serem descobertas.

Na temporada das frutas, ele se servia das maçãs, deliciando-se com elas.

Cansado, dormia à sua sombra. Eram dias felizes e sem preocupações. A árvore gostava muito dessa época.

O menino cresceu e se tornou um rapaz. Agora, por mais que a árvore o convidasse para brincar, ele não ouvia.

Seu interesse era angariar dinheiro, muito dinheiro. A árvore generosa lhe disse, um dia:

— Apanhe minhas maçãs e as venda.

O jovem aceitou a sugestão e a árvore ficou feliz.

Por um largo tempo, ela não o viu. Ele se transferiu para outros lugares, viajou, angariou fama e fortuna.

Quando ela o viu, outra vez, sorriu, feliz e o convidou para brincar.

Contudo, ele agora era um homem maduro. Estava cansado do mundo. Preocupações lhe enrugavam a testa.

Tantos eram os problemas que nem ouviu o coração da árvore bater mais forte quando ele se encostou, de corpo inteiro, à sua sombra, para pensar.

Queria sumir, desaparecer, desejando em verdade fugir dos problemas.

A árvore generosa lhe sussurrou aos ouvidos e agora ele ouviu:

— Derrube-me ao chão, pegue meu tronco e faça um barco para você. Faça uma viagem, navegando nele.

Ele aceitou a sugestão e a árvore tornou a se sentir feliz.

Muitos anos se passaram. Verões de intenso calor, primaveras de flores, invernos de ventos e noites solitárias.

Finalmente, o homem retornou. Estava velho e cansado demais para brincar, para sair em busca de riqueza ou para navegar pelos mares.

A árvore lhe sugeriu:

— Amigo, fui cortada, já não tenho sombra. Sou somente um toco. Que tal sentar e descansar?

O velho aceitou a sugestão e a árvore ficou feliz.

Fazendo uma retrospectiva de nossas vidas, comparando-as com a da árvore e do menino, é possível que nos identifiquemos em alguns pontos.

Quantas árvores generosas tivemos na vida? Quantas nos deram parte delas para que crescêssemos e pudéssemos alcançar nossos objetivos?

Quantas árvores generosas nos sustentaram nas horas difíceis, alimentando-nos com seus recursos?

Foram muitas, muitas mesmo.

Se as fôssemos enumerar todas, talvez não coubessem seus nomes em uma só folha de papel: pais, amigos, irmãos, vizinhos, colegas.

Por isso, essa é uma homenagem de gratidão a todas as árvores generosas dos nossos caminhos. A todos os que nos foram sustento, abrigo, aconchego, fortaleza.

Obrigado, amigos. Obrigado, Senhor da Vida.

Adaptação do cap. "Reflexões" de Charles R. Swindoll, do livro Histórias para o coração, de Alice Gray, ed. United Press.

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Aprendendo a assumir nossa condição humana

Quando nascemos, não ganhamos um manual do proprietário ou mapa para estudarmos; aqui algumas diretrizes que fazem a vida funcionar melhor.

— Você recebeu um corpo para se manifestar na vida. Você pode gostar dele ou odiá-lo, mas é a única coisa que certamente manterá até o fim desta experiência de vida.

— É certo que aprenderá lições. Você está matriculado em uma escola informal, em tempo integral, chamada "Vida no Planeta Terra". Cada pessoa ou incidente que lhe cruzar o caminho, é seu Professor Universal.

— Não há erros, apenas lições. O crescimento é um processo de experimentação. Os "fracassos" são tanto parte do processo de ensino, quanto os "êxitos."

— As lições são repetidas até que sejam aprendidas. São apresentadas a você de várias formas, até que você as aprenda: então poderá ir para a próxima lição.

— Se você não aprende lições fáceis, elas tornam-se mais duras. Problemas externos são um reflexo preciso, de seu estado interno. Quando você clareia as obstruções interiores, seu mundo exterior muda. A dor, é o meio pelo qual os instrutores universais conseguem a sua atenção.

— Você saberá que aprendeu uma lição, quando suas ações mudarem. A sabedoria vem com a prática. Um pouco de algo é melhor do que muito de nada.

— Não existe lugar melhor do que o "Aqui". Quando seu desejo, "Lá", tornar-se um "Aqui", você simplesmente obterá um outro, "Lá", para desejar, que outra vez parecerá melhor que o "Aqui", e "Agora".

— Os outros são apenas espelhos de você mesmo. Você não pode amar nem pode odiar algo sobre os outros a menos que isso reflita algo que você ama ou odeia em si mesmo.

— Sua vida pertence a você. A vida fornece a tela; faça você a pintura. Tome conta de sua vida, ou outra pessoa o fará.

— Você sempre receberá o que você quer, ou o que teme. Seu subconsciente legitimamente determinará que energias, experiências, e pessoas você atrairá; portanto, o único meio infalível para saber o que você quer, ou teme, é ver o que você tem. Não há vítimas, apenas estudantes das Leis Universais.

— Não há certo ou errado, mas sim, conseqüências. Moralizar não ajuda. Julgar só o prenderá a padrões. Procure fazer o melhor de si.

— Suas respostas estão dentro de você. Quando somos crianças, necessitamos de direção de outros; quando amadurecemos, precisamos aprender a confiar em nossos corações, onde as Leis do Espírito Santo, estão escritas.Você sabe mais do que ouviu, leu ou lhe contaram. Tudo o que você necessita fazer é olhar, escutar, e confiar.

— Você provavelmente esquecerá tudo isso.

— Você poderá lembrar-se, a qualquer momento que desejar.

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Em tudo que faço

Em cada indelicadeza que pratico, assassino um pouco aqueles que me amam.

Em cada desatenção não sou nem educado e nem cristão.

Em cada olhar de desprezo, alguém termina magoado.

Em cada gesto de impaciência, dou uma bofetada invisível naqueles que convivem ao meu lado.

Em cada ressentimento, revelo meu amor-próprio ferido.

Em cada palavra áspera que falo, perco uns pontinhos no céu.

Em cada omissão que pratico, rasgo uma página do evangelho.

Em cada oração que eu não faço, eu peco.

Em cada fofoca que me envolvo, peco contra o silêncio.

Porém para tudo há o reverso, pois em cada pranto que enxugo, eu torno alguém mais feliz.

Em cada ato de fé que pratico, eu canto um hino à vida, e em cada sorriso que espalho, eu planto uma esperança.

Em cada espinho que arranco, eu curo uma ferida. Em cada semente que espalho, colho um pouco de Amor...

Cabe a nós mesmos saber que destino queremos dar à nossa vida e ao nosso coração, pois em cada passo certo que tomo, um Anjo diz Amém.....

Do livro "Conversa com o Travesseiro" de Roque Schneider

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Somos todos espelhos

Letícia Thompson

Nascemos todos, certo, com uma enorme bagagem genética. Carregamos em nós traços, expressões, modos de ser daqueles que nos antecederam. Mas à partir daí, saímos em busca de identidade.

Nossos primeiros espelhos são nossos pais, a família, aos quais nos jogamos de braços abertos, sem questões. É a confiança que se instala desde a mais pequena idade. Julgamos que se nossos pais fazem, podemos fazer, pois eles devem saber o que é bom ou não. Crianças imitam, quando ainda não sabem construir sozinhas. A linguagem é a maior prova disso.

Nem todo mundo tem essa consciência e nem se dá conta do peso da responsabilidade que ela acarreta. Achamos que a vida forma as pessoas, mas nos esquecemos que somos os primeiros espelhos nos quais elas se refletem.

E nós que queremos o melhor para os nossos filhos, que sejam bons, grandes e bem sucedidos na vida, somos a pedra fundamental do que eles serão mais tarde. Nossas atitudes em relação à família, nossos valores, nossa maneira de gerir os problemas e aprender a lidar com eles, tudo isso vai ficando naqueles pelos quais somos responsáveis. É como se fôssemos adiante, com uma lanterninha, mostrando o caminho, que eles seguem, misturando assim o que vêem a essa bagagem que já vêm carregando e formam assim a própria personalidade.

Depois, vêm os amigos, a escola, o meio em que se freqüenta. Tudo isso vai espelhando e formando o eu de cada um e isso continua vida à fora, mesmo na idade adulta.

Somos todos pessoas importantes para outras pessoas e podemos influenciá-las positiva ou negativamente. Amigos são grandes espelhos.

Daí a importância de sermos pessoas boas, honestas, pacientes, corajosas, espelhos nos quais outros poderão se olhar e se encontrar.

É preciso refletir sobre isso: que tipo de espelho estamos sendo para nossos filhos, nossos grupos de amigos, trabalho e sociedade em que freqüentamos? Somos do tipo "faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço?" Bom é lembrar que muito mais que de palavras e conselhos, as pessoas ouvem e vêm exemplos.

Cristo deveria ser o maior espelho de toda a humanidade. Ele falou sim, mas muito mais que isso, viveu, calou, mostrou, fez. Nos refletindo nEle, evitaríamos muitos dos desastres pelos quais atravessamos. Seríamos, assim, espelhos refletindo o bem, para o bem daqueles que amamos.

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Conheça bem o seu cliente

Um desanimado vendedor de Coca-Cola volta de uma frustrada temporada em Israel.

Seu amigo lhe pergunta:

— Por que você não conseguiu ter sucesso com os israelenses?

O vendedor lhe disse:

— Quando eu fui designado para o Oriente Médio, eu estava confiante de que conseguiria vender muito bem nas áreas rurais. Mas havia um problema, eu não sei falar hebraico. Então, pensei em criar uma sequência de três cartazes para transmitir minha mensagem de vendas.

Então, mandei afixar estes cartazes em todos os lugares.

— Bem, me parece que isso deveria ter funcionado muito bem - disse-lhe o amigo.

O vendedor respondeu :

— Eu só não sabia que os judeus leem da direita pra esquerda!

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Um Amor Especial

Marcial Salaverry

Um amor especial, nunca é programado. Acontece de repente, num repente da vida, sem que saiba nem o como, nem o porquê. Vanice, uma jovem moradora de uma cidade do interior, conta assim como surgiu seu amor...

"E assim, depois de muito esperar, num dia como outro qualquer, teu e-mail chegou...

Naquele dia descobri que minha busca terminara, mas que existiam inúmeras limitações e que enfrentá-las era a única e melhor forma de superá-las.

Naquele dia descobri que eu não era a melhor mulher, mas era a melhor alma, pois somos uma só alma em estado de amor.

Deixei de me importar com quem ganha ou perde; agora me importa, simplesmente saber melhor o que fazer.

Aprendi que o difícil não é o reencontro de seu outro eu, mas aceitar as limitações impostas pelo tempo.

Aprendi que o melhor triunfo que posso ter, é ter o direito de chamar alguém de meu terno e eterno amor.

Descobri que o amor é mais que um simples estado enamorado; o amor é uma filosofia de vida, e que transcende a própria vida.

Naquele dia deixei de ser um reflexo de luz do passado distante e passei a brilhar na Luz deste presente.

Aprendi que de nada adianta ser Luz, se esta Luz não brilhar como uma bandeira de Paz.

Aprendi que de nada adianta ser Luz , luz que brilha na Paz, se não vai iluminar o caminho do Amor.

Naquele dia aprendi que os sonhos são somente para fazer-se realidade, quando sonhados na trina verdade de Luz, Paz e Amor.

E desde aquele dia, já não durmo para descansar. Agora, simplesmente durmo para sonhar. "

Assim foi que Vanice encontrou seu amor, o doce amor de sua vida, terminando com uma espera que parecia interminável.

O amor não avisa quando vai surgir, ele apenas aparece, sendo necessário saber captar seus sinais, e não deixá-lo passar em sua vida.

Vanice soube segurá-lo, e hoje é uma pessoa feliz, apesar de contratempos que surgem sempre, pois a vida não pode ser apenas um mar de rosas..

Vanice e Marcos, serão personagens ficcionais, ou serão reais? Não importa. O que interessa é a lição que fica, de que é preciso saber entender e viver o amor.

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O Pequeno Presente

O Reverendo Chalfant conta a história de um casal que estava comemorando bodas de ouro. Alguém perguntou ao marido qual era o segredo do sucesso do seu casamento. Como as pessoas mais idosas costumam fazer, o marido respondeu à pergunta com uma história.

Sua esposa, Sarah, foi sua única namorada. Ele cresceu em um orfanato e trabalhou muito para conquistar o que desejava. Nunca teve tempo para namorar até o dia em que conheceu Sarah. Antes que o jovem pudesse refletir, Sarah fez com que ele a pedisse em casamento.

Depois das promessas feitas no dia da cerimônica nupcial, o pai de Sarah chamou o noivo de lado e entregou-lhe um pequeno presente dizendo:

— Dentro deste presente está tudo o que você necessita saber para ser feliz no casamento.

Nervoso, o jovem noivo rasgou a fita e o papel para abrir o presente.

Dentro da caixa, havia um grande relógio de ouro. Ele o pegou com cuidado. Depois de examiná-lo atentamente, ele viu no mostrador uma frase que leria, obrigatoriamente, todas as vezes que quisesse ver as horas.... palavras que continham o segredo de um casamento feliz: "Diga alguma coisa bonita a Sarah."

Extraído de Histórias para o Coração

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Fique Firme, não desista

Nélio da Silva

Desistir é uma solução permanente para um problema temporário."
James MacArthur

Eu fico imaginando quantas pessoas desistiram dos seus sonhos apenas duas ou três semanas antes de conseguirem aquela realização tão esperada.

Um dos maiores desafios rumo a uma realização bem-sucedida é o de manter um senso de urgência em relação ao seu trabalho, e ao mesmo tempo ser paciente o suficiente para permanecer firme o tempo que for necessário.

É absolutamente importante a presença de três indispensáveis ingredientes: acreditar, ter fé e confiar.

Primeiramente: acreditar naquilo que você está fazendo.

Fé na certeza de que existe um Deus que em momento algum o desamparará; e confiar que mediante os valores que você está estabelecendo, o retorno fatalmente virá numa forma multiplicada, muitas e muitas vezes.

Se você trabalhar em algo o tempo suficiente, e sinceramente der o melhor de si a cada dia, constantemente buscando novos rumos e estratégias a fim de aprimorar a sua perfórmance, sem nenhuma dúvida você será bem-sucedido.

Tudo aquilo que é rico de genuíno valor e significado toma tempo.

Não me interprete mal. Com isso não estou querendo dizer que você deverá simplesmente esperar que as coisas aconteçam naturalmente por si mesmas.

Saiba aonde você está indo; dê o melhor ao seu trabalho; dê tudo que é possível dar.

Providencie, transmita os valores para o maior número possível de pessoas, e então você se dará conta de que a confiança que depositou nos seus esforços será ricamente recompensada.

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Desunião e Divergência

Deolindo Amorim

Nem sempre divergência significa desunião. Se é verdade que as divergências ou discordâncias algumas vezes já comprometeram a união entre pessoas e grupos, não se deve dar a este fato a extensão de uma regra geral, pois é apenas um episódio discrepante. Onde há duas pessoas frente-a-frente, sempre há em que discordar.

Seria impossível a existência de um grupo humano, por menor que fosse, sem um pensamento discordante, sem uma opinião contrária a qualquer coisa. Entre dois amigos, como entre dois irmãos muito afins, pode haver divergência frontal ou inconciliável em matéria política, religiosa, social etc., sem que haja qualquer "arranhão" na amizade. Discutem, discordam, assumem posições opostas, mas continuam unidos.

Justamente por isso e pelo que observo na vida cotidiana, não creio que seja necessário abafar as divergências ou evitar qualquer discussão, ainda que em termos altos, simplesmente para preservar a união de um grupo ou de uma coletividade inteira.

Seria o caso, em última hipótese, de acabar de vez com o diálogo e adotar logo um tipo de vida conventual.

O diálogo é uma necessidade, pois é dialogando que trocamos idéias e permutamos opiniões e experiências. Uma comunidade que não admite o diálogo está condenada, por si mesma, a ficar parada no tempo.

Cada qual naturalmente deve preparar-se ou educar-se espiritualmente para discutir ou divergir sem prevenções ou ressentimentos. O fato de não concordarmos com a opinião de um companheiro neste ou naquele sentido ou de não adotarmos a linha de pensamento de uma instituição deve ser encarado com naturalidade, mas não deve servir de motivo (jamais!) para que mudemos a maneira de tratar ou viremos as costas a alguém. Seria o caso de perguntar: e onde está o Evangelho, que se prega a todo momento?... Como falar em Evangelho, que é humildade e amor, e fugir a um abraço sincero ou negar um aperto de mão por causa de uma divergência ou de um ponto de vista?

Então, não é a divergência aqui ou ali que porventura "cava o abismo da desunião", é a incompreensão, o personalismo, o radicalismo do elemento humano em qualquer campo do pensamento. Já ouvi dizer mais de uma vez que os espíritas são desunidos por causa das divergências internas.

Sinceramente, não acompanho este ponto de vista. Acho que não há propriamente desunião, mas apenas desencontro de idéias, fora dos pontos cardeais da Doutrina. Somos uma comunidade composta de gente emancipada e, por isso mesmo, o campo está sempre aberto ao estudo e à crítica.

Certos observadores gostariam, por exemplo, que o Movimento Espírita fosse um "bloco maciço sem nenhuma nota fora do conjunto. É uma pretensão utópica, pois não há um movimento religioso, político ou lá o que seja sem alguma voz discordante, aqui ou ali.

Tomava-se como referência, até bem pouco tempo, a "unidade monolítica" da Igreja Católica. Unidade relativa, diga-se de passagem.

E o que se vê hoje? O fracionamento cada vez mais acentuado. Os grupos conservadores, porque se batem pela manutenção da Igreja tradicional, estão enfrentado os grupos renovadores, partidários de modificações estruturais; grupos que querem a Igreja fora da política estão em conflito com os grupos que querem justamente uma Igreja participante no campo político.

Há, portanto, demanda de alto a baixo, com programas de reforma na teologia, como na administração e na disciplina eclesiástica. Logo, a Igreja não oferece hoje a unidade doutrinária que nos apontam às vezes, como modelo.

E o Protestantismo, que é outro grande movimento religioso, não se divide em denominações e seitas, com características diferentes entre si? Batistas, presbiterianos, adventistas, congregacionistas etc. Não desejo criticar procedimentos religiosos, pois todos os cultos são respeitáveis, mas estou anotando fatos.

Voltemo-nos para mais longe, fora da faixa ocidental, e lá está o Budismo, também um movimento expressivo. Não cabe, aqui, discutir se o Budismo é ou não religião. Seja como for, ocupa um espaço considerável, mas também se ramificou. Existe, hoje, pelo menos, mais de uma escola budista.

O Positivismo, que viera da França, teve muita força no Brasil, mas não se manteve íntegro, pois o grande bloco se desmembrou entre científicos e religiosos no século passado. Sobrevive, hoje, uma religião sem Deus, sem cogitação acerca da vida futura, mas um culto ritualizado, com sacerdócio.

Muitos discípulos de Augusto Comte não queriam, de forma alguma, que o Positivismo se transformasse em religião e, por isso, eram chamados de científicos, ao passo que muitos outros absorveram logo o Positivismo como Religião da Humanidade. E realmente implantaram um culto religioso no Apostolado Positivista. Logo, também o Positivismo não conseguiu sustentar um padrão uniforme.

O fenômeno que se observa no meio espírita é muito diferente.

Sempre houve divergências, mas não se quebrou a unidade doutrinária, que é fundamental. O Espiritismo continua a ser um só, inconfundível, não se dividiu em diversos espiritismos. Há, entre nós, opiniões discordantes em determinados aspectos, porém, os princípios são os mesmos, não se alteraram.

Não formamos seitas nem correntes à parte, apesar das divergências. Então, não há motivo para que estejamos vendo desunião onde há simplesmente desacordo de idéias.

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O homem que não acreditava no amor

Conta-se que havia um homem, na Palestina do tempo de Jesus, que não acreditava absolutamente no amor. E, conquanto a Providência o tivesse cumulado de amenidades - pois era casado com uma virtuosa mulher que o amava sinceramente e que lhe dera três filhos amoráveis, belos e sadios, serelepes e fortes, como do agrado de todo varão contemporâneo seu -, ainda assim o amor pareceia-lhe pura invencionice de tolos e fracos.

Moshiah bar Jacob - este era o seu nome - afirmava peremptório que o amor verdadeiro, proclamado pelas pessoas, não passava de um jogo de interesses.

As mulheres - dizia - não amavam realmente aos seus maridos, tratando-os bem e com carinho unicamente como recompensa pelo sustento e pelo lar que estes lhes proporcionavam.

Os filhos muito menos amavam aos seus pais, pois outra alternativa não tinham senão festejá-los por lhes aninharem e protegerem, no recesso do lar, livrando-os da fome e dos perigos do mundo.

Os amigos negociavam sempre a amizade, permutando-a por benefícios vários e recíprocos.

Aconteceu que Moshiah bar Jacob enfermou seriamente. E a despeito do tratamento que lhe era dispensado pelo velho curador da região ou ainda do uso das mais diversificadas beberragens que experimentara, fruto da sabedoria popular, progredia a sua morbidez, levando-o a crer estar próximo o seu fim.

Nada mais tendo a fazer nem a quem apelar, o homem que não cria no amor tomou conhecimento das virtuosidades operadas por um profeta de nome Joshuah bar Josef, sobre quem se diziam maravilhosas, e resolveu procurá-lo em uma de suas andanças e pregações pelas cercanias de Cafarnaum.

Encontrou-o falando sobre o amor e sobre a necessidade do seu desenvolvimento para se alcançar o Reino dos Céus.

Após o sermão, o profeta chegou-se a ele e o envolveu amorosamente, impondo-lhe as mãos generosas e alertando-o, ao final:

"Se quiseres, estarás curado!..."

No dia seguinte, Moshiah bar Jacob piorara sensivelmente, parecia que a ação do profeta tivera efeito oposto ao desejado. Mas, embora fraco e febril, quase desfalecente, ressoavam-lhe insistentemente no mais íntimo do seu ser as palavras de Joshuah bar Josef:

"Se quiseres, estarás curado!..."

Como seria possível isso - confabulou de si para consigo -, pois se o que mais desejo é ficar curado. O que me abrasa é o desejo de cura.

Em seu coração amalgamavam-se revolta, esperança, fé, indignação, inquietação e, movido por tudo isso, resolveu-se a tomar satisfações com o profeta que, muito embora houvesse recebido a oferta de vultosa recompensa pelos seus serviços e cuidados, desconsiderara a proposta.

Encontrando-se com Joshuah bar Josef, Moshiah bar Jacob chegou-se junto a ele e descarregou, entre decepcionado e esperançoso:

"Mestre! Aceita minha recompensa pelos teus serviços e serei curado, pois disseste-me depender da minha vontade, mas contrariamente a isto pioro a olhos vistos!..."

Joshuah bar Josef deitou-lhe o olhar meigo e severo, respondendo-lhe com a voz pausada e serena:

"O amor cobre a multidão dos pecados, meu filho! Quem não acredita no amor, não pode amar, pois ninguém se esforça para realizar aquilo em que não crê. E quem não acredita no amor, não credita a si mesmo os benefícios desse sentimento."

"O Pai Celestial ama-nos simplesmente. Nada nos impõe pelo Seu Amor, posto ser a Sua Lei, que nos regula, destinada não ao Seu deleite, senão ao deleite do viajor da imortalidade. Este logrará alcançar a paz, ao final da caminhada e, sob os impositivos da Lei, obterá a divina ventura de ver ao Senhor da Vida."

"Deus, porém, nada te cobra pelo amor que a ti dispensa nem por te prover de todas as necessidades na vida."

"Ou de onde vêm os céus com as brancas nuvens da esperança? Ou os mares com seus cardumes de peixes? Ou as florestas com suas árvores, frutos e sombra? De onde provém o ar que respiras faustoso e a água que te sacia e higieniza acalmando?"

"Também eu te amo e não te imponho condições para tanto."

"Mas tu, para curar-te, precisas amar-te a ti mesmo, e somente assim usarás esse amor como referencial para o teu amor ao próximo!"

"Se quiseres,... crê no amor e... serás curado!"

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Os Milagres Cotidianos

Patty J. Rice

Cada dia é cheio de milagres que, às vezes, parecem comuns, que nos esquecemos de parar e apreciar a maravilha deste momento.

A cada nascimento de um bebê, a cada brilho do arco-íris, a cada sorriso compartilhado - cria-se um milagre.

Às vezes as pessoas se esquecem de que os milagres não são apenas os eventos espetaculares que acontecem uma vez na vida.

Os melhores são aqueles que acontecem todos os dias e refletem amor e esperança para a natureza e a humanidade.

Nunca se esqueça de ficar feliz em cada pequena alegria ... se você comemorar apenas os momentos espetaculares, você vai perder muito tempo esperando que a felicidade o encontre.

É melhor que você encontre a felicidade.

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Quadro Familiar

Gary Rosberg, tradução de Sergio Barros

Eu estava sentado em minha cadeira favorita, estudando para a fase final de meu doutorado, quando Sarah apareceu com uma pergunta:

— Papai, você quer ver meu desenho?

— Sarah, papai está ocupado. Volte um pouco mais tarde, querida.

Eu estava ocupado. O trabalho de uma semana inteira a ser feito em apenas um fim de semana.

Dez minutos depois ela entrou na sala:

— Papai, me deixa te mostrar o meu desenho.

— Sarah, volte mais tarde. Isto que estou fazendo é importante.

Três minutos depois ela entra novamente, fica a um palmo de meu nariz e falou com todo o poder que um comandante de cinco anos de idade poderia conseguir:

— Você quer ver ou não?

— Não, eu não quero.

Com isso, ela zuniu pra fora e me deixou só.

E de alguma maneira, estando só naquele momento não estava tão satisfeito quanto pensei que ficaria. Me senti como que puxado e fui até a porta da frente.

— Sarah, eu chamei, você poderia entrar um minuto, por favor? Papai gostaria de ver o seu desenho.

Ela entrou sem reclamações e se atirou em meu colo. Era um grande quadro. Ela lhe deu até um título. No alto, com sua melhor letra, estava escrito: NOSSA FAMÍLIA.

— Me explique o quadro, pedi a ela.

— Aqui é a Mamãe (uma figura de palito com cabelo longo, amarelo, ondulado), aqui sou eu, do lado de Mamãe (com um sorriso no rosto), aqui é Katie (nosso cachorro), e aqui é Missy (a pequena irmã dela).

Era uma interessante apresentação da forma como ela via nossa família.

— Adorei seu desenho, querida. Vou pendurar na parede da sala de jantar, e toda noite quando eu voltar da aula eu vou olhar para ele."

Ela sorriu de orelha a orelha e foi brincar lá fora.

Voltei aos meus livros. Mas por alguma razão eu mantive a leitura no mesmo parágrafo repetidamente. Algo me deixava intranqüilo.

Algo sobre o desenho de Sarah. Alguma coisa estava faltando.

Eu fui até a porta da frente e chamei Sarah.

— Você poderia voltar aqui dentro um minuto, por favor? Eu quero olhar seu desenho novamente.

Sarah voltou ao meu colo. Hoje, fecho meus olhos e posso ver exatamente o jeitinho dela. Bochechas rosadas,rabo de cavalo, short vermelho e tênis. Uma boneca de pano, chamada Nellie, debaixo do braço.

Eu fiz uma pergunta para minha pequena menina, mas não estava certo de querer ouvir a resposta: - Querida, Tem a Mamãe, e Sarah, e Missy.

Até Katie, que é um cachorro, está no desenho. E tem o sol, e a casa, e esquilos e pássaros. Mas Sarah... onde está seu papai?

— Você está no escritório - ela respondeu.

Com aquela declaração simples, minha pequena princesa parou o tempo para mim.

Erguendo-a suavemente, eu a mandei de volta para brincar ao sol de primavera.

Eu me afundei em minha cadeira com a cabeça girando. A declaração simples de Sarah " Você está no escritório" prendeu minha atenção por um bom tempo. Pendurei o desenho na parede da sala de jantar conforme tinha prometido à minha menina. E por aquelas longas semanas que antecederam a defesa de minha tese, eu encarei aquele retrato esclarecedor.

Finalmente terminei meu doutorado. Agora eu era "Dr. Rosberg", e eu deveria ter me sentido muito bem, mas francamente não havia muita alegria em minha vida.

Uma noite depois da graduação, Bárbara e eu estávamos conversando na cama e eu lhe perguntei:

— Barbara, obviamente você viu o desenho da Sarah pendurado na parede da sala de jantar.

Por que você não disse nada?

— Porque eu sei o quanto feriu você.

Palavras de uma sábia mulher. Aquele ponto, eu fiz a pergunta mais difícil de minha vida.

— Bárbara... eu quero voltar pra casa. Posso?

Vinte segundos de silêncio se seguiram. Parecia que eu prendia meu fôlego por mais de uma hora.

— Gary, Bárbara disse cuidadosamente - as meninas e eu te amamos muito. Nós o queremos em casa. Mas você não esteve aqui. Eu me senti como mãe e pai durante muito tempo.

As palavras impressas parecem frias, mas ela as disse com carinho e ternura.

Era apenas a verdade clara, sem disfarce.

Minha pequena menina tinha desenhado o quadro, e agora a mãe dela dizia as palavras.

Minha vida tinha sido descontrolada, minha família estava em piloto automático, e eu tinha uma longa estrada pela frente se as quisesse conquistar novamente. Mas eu tinha de conseguir. Agora que a névoa tinha se dissipado, se tornou o objetivo mais importante de minha vida.

O Dr. Gary Rosberg conseguiu sua família de volta. Mas isso custou tempo, sacrifício e amor.

Dois anos depois, sua três queridas princesas lhe entregaram um presente: um novo quadro da família, com Papai bem no centro.

De volta ao seu lugar.

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Não Quero

Adriana Britto

Não quero alguém que morra de amor por mim... Só preciso de alguém que viva por mim, que queira estar junto de mim, me abraçando.

Não exijo que esse alguém me ame como eu o amo, quero apenas que me ame, não me importando com que intensidade. Não tenho a pretensão de que todas as pessoas que gosto, gostem de mim... Nem que eu faça a falta que elas me fazem, o importante pra mim é saber que eu, em algum momento, fui insubstituível... E que esse momento será inesquecível...

Só quero que meu sentimento seja valorizado. Quero sempre poder ter um sorriso estampando em meu rosto, mesmo quando a situação não for muito alegre... E que esse meu sorriso consiga transmitir paz para os que estiverem ao meu redor.

Quero poder fechar meus olhos e imaginar alguém... e poder ter a absoluta certeza de que esse alguém também pensa em mim quando fecha os olhos, que faço falta quando não estou por perto.

Queria ter a certeza de que apesar de minhas renúncias e loucuras, alguém me valoriza pelo que sou, não pelo que tenho...

Que me veja como um ser humano completo, que abusa demais dos bons sentimentos que a vida lhe proporciona, que dê valor ao que realmente importa, que é meu sentimento... e não brinque com ele. E que esse alguém me peça para que eu nunca mude, para que eu nunca cresça, para que eu seja sempre eu mesmo.

Não quero brigar com o mundo, mas se um dia isso acontecer, quero ter forças suficientes para mostrar a ele que o amor existe... Que ele é superior ao ódio e ao rancor, e que não existe vitória sem humildade e paz.

Quero poder acreditar que mesmo se hoje eu fracassar, amanhã será outro dia, e se eu não desistir dos meus sonhos e propósitos, talvez obterei êxito e serei plenamente feliz. Que eu nunca deixe minha esperança ser abalada por palavras pessimistas... Que a esperança nunca me pareça um não" que a gente teima em maquiá-lo de verde e entendê-lo como "sim".

Quero poder ter a liberdade de dizer o que sinto a uma pessoa, de poder dizer a alguém o quanto ele é especial e importante pra mim, sem ter de me preocupar com terceiros... Sem correr o risco de ferir uma ou mais pessoas com esse sentimento. Quero, um dia, poder dizer às pessoas que nada foi em vão... que o amor existe, que vale a pena se doar às amizades a às pessoas, que a vida é bela sim, e que eu sempre dei o melhor de mim...e que valeu a pena!!!

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Morte do Amor

O amor nunca morre de morte natural.

Morre porque nós não sabemos reabastecer sua fonte.

Morre de cegueira e dos erros, das mentiras e das traições.

Morre de doença e das feridas; também de desgosto.

Morre de exaustão, das devastações, da falta de brilho.

(Anais Nin, escritora francesa)

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Amor de Mãe

Havia um povo que morava ao pé de uma montanha.

Levavam uma vida de muita paz e se esmeravam nos cuidados da terra, cultivando flores e árvores frutíferas.

Formavam uma grande família.

Uns auxiliavam aos outros no cuidado com as crianças, na disciplina das crianças, e na educação da mocidade.

Mas, no alto da montanha, uma outra comunidade se desenvolvia.

Eram criaturas não tão gentis e nem disciplinadas.

Um povo desconhecia o outro, porque as vias de acesso eram íngremes, tomadas por densas matas.

Um belo dia o povo da montanha resolveu descer ao vale em busca de riquezas.

Surpreenderam-se ao descobrirem pessoas trabalhadoras, de bom trato e solidárias.

Encantaram-se com seus pomares e jardins, e por observarem que eles enfrentavam tudo com disposição, auxiliando-se mútuamente.

Decidiram levar uma semente daquela preciosidade para sua vila.

Assim, escolheram uma criança.

Um bebê lindo, de olhos brilhantes, através dos quais parecia traduzir a sua inteligência aguçada.

Quando então, empreenderam a sua viagem de retorno, a raptaram, desaparecendo entre a vegetação abundante, mata acima.

A pobre mãe, ao descobrir o berço vazio, caiu em desespero! O conselho da comunidade se reuniu.

Os homens optaram por se unirem e resgatar o pequenino.

Juntaram provisões, cobertores, roupas quentes, pois imaginavam que, à medida que subissem, teriam que enfrentar os ventos gélidos, que soprariam violentos.

Partiram.

Os dias passaram lentos e angustiantes para toda a pequena cidade.

Os olhos, a cada instante, se voltavam para cima, no intuito de ver se a expedição retornaria vitoriosa! Finalmente, os homens regressaram, mas de mãos vazias! Embora seus esforços, as várias tentativas, eles haviam se perdido entre as trilhas da montanha, e não tinham conseguido encontrar o caminho que os conduziria ao povo de cima.

Estavam arrasados.

Sentiam-se fracassados e até envergonhados em ter que confessar sua incapacidade em vencer a montanha e trazer de volta o pequenino raptado.

Foi então, que um leve choro de bebê, lhes chamou a atenção.

Voltaram-se todos na direção do som, e viram a pobre mãe que tivera seu bebê raptado vir ao encontro deles.

Nos braços, ela trazia um invólucro precioso.

Era o seu bebê! Ela estava com as roupas rasgadas pelos espinheiros, a pele queimada pelo frio, as o bebê estava protegido com uma manta.

São e salvo!

— Como você conseguiu?? Foi a pergunta de todos! Como? Se nós, homens vigorosos e treinados em andanças, não conseguimos encontrar a trilha certa e vencer a montanha .

— Como você, uma mulher sozinha, conseguiu ir até ao topo e resgatar o bebê?

E a mãe, aconchegando mais ainda ao peito o fardo pequenino, sorriu e respondeu:

— Eu consegui, porque era o meu filho que estava lá em cima!

Baseado no livro "Histórias para aquecer o coração das Mães" de Jack Canfield, Mark Victor Hansen, Jennifer Read Hawthorne e Marci Shimoff

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O Vento Que Sopra Pelas Flores

Há vários anos atrás, em Seattle, Washington, vivia um refugiado tibetano de 52 anos de idade. "Tenzin", é como vou chama-lo, foi diagnosticado como portador de uma forma de linfoma das mais fáceis de curar. Ele foi internado em um hospital e recebeu a primeira dose de quimioterapia. Mas durante o tratamento, este homem normalmente gentil tornou-se agressivo e irritado; arrancou a agulha intravenosa de seu braço e negou-se a cooperar. Ele então gritou com as enfermeiras e discutiu com todos ao seu redor. Os médicos e enfermeiros ficaram desconcertados.

Depois, a esposa de Tenzin falou com o pessoal do hospital. Ela contou que Tenzin foi um prisioneiro político dos chineses por 17 anos. Eles mataram sua primeira esposa e ele foi repetidamente torturado e brutalizado durante todo o tempo em que esteve preso. As normas e regulamentos do hospital, juntamente com a quimioterapia, fez Tenzin recordar todo o sofrimento que passou nas mãos dos chineses.

"Eu sei que vocês querem ajudá-lo," ela disse, "mas ele se sente torturado pelo tratamento. Eles fazem com que ele sinta ódio internamente - da mesma maneira que os chineses fizeram ele se sentir. Ele prefere morrer do que viver com o ódio que ele está sentindo agora. E, segundo nossas crenças, é muito ruim ter tamanho ódio no coração na hora da morte. Ele precisa estar apto para rezar e limpar seu coração."

Assim, o médico dispensou Tenzin e recomendou uma equipe da clínica de repouso para visitá-lo em casa. Eu era a enfermeira encarregada de cuidar dele. Eu entrei em contato com um representante da "Anistia Internacional" para pedir-lhe conselhos. Ele me disse que a única forma de sanar o trauma da tortura era "falar a respeito". "Essa pessoa perdeu sua confiança na humanidade e sente que a esperança é impossível." Mas quando eu encoragei Tenzin a falar sobre suas experiências, ele ergueu suas mãos e me fez parar. Ele disse, "Eu preciso aprender a amar de novo se eu quiser curar minha alma. Sua tarefa não é fazer perguntas. Sua tarefa é me ensinar a amar novamente."

Respirei profundamente e perguntei, "E como eu posso faze-lo amar de novo?" Tenzin respondeu prontamente, "Sente-se, tome meu chá e coma meus biscoitos."

O chá tibetano é um chá preto forte, coberto com manteiga de iaque e sal. Não é fácil de bebê-lo! Mas, foi o que eu fiz. Por várias semanas, Tenzin, sua mulher e eu nos sentamos juntos e tomamos chá. Nós também conversamos com os médicos para achar formas de tratar suas dores físicas. Mas era sua dor espiritual que deveria ser diminuída. Cada vez que eu chegava, via Tenzin sentado de pernas cruzadas em sua cama, recitando preces de seus livros. Com o passar do tempo, sua mulher foi pendurando mais e mais 'thankas', badeirolas budistas coloridas, nas paredes. Em pouco tempo, o quarto parecia um colorido templo religioso.

Na chegada da primavera, eu perguntei o que os tibetanos faziam quando estavam doentes na primavera. Ele abriu um grande sorriso e disse, "Nós nos sentamos e aspiramos o vento que sopra pelas flores." Eu pensei que ele estava falando poeticamente, mas suas palavras eram literais. Ele explicou que os tibetanos fazem isso para serem pulverizados com o pólen das novas floradas, carregadas pela brisa. Eles acreditam que esse pólen é um potente medicamento.

No primeiro momento, achar muitas floradas parecia um pouco difícil. Mas, um amigo sugeriu que Tenzin visitasse algumas floriculturas locais.

Eu liguei para o gerente de uma floricultura e expliquei-lhe a situação. Sua reação inicial foi "Você quer o que???" Mas quando eu expliquei melhor o meu pedido, ele concordou.

Então, no final-de-semana seguinte, eu busquei Tenzin, sua esposa e suas provisões para a tarde: chá preto, manteiga, sal, xícaras, biscoitos, almofadas e livros de preces. Eu os deixei na floricultura e combinei de pegá-los às 17 horas. No outro final-de-semana, visitamos uma outra floricultura. E mais outra no terceiro fim-de-semana.

Na quarta semana, eu comecei a receber convites das floriculturas para Tenzin e sua mulher para voltarem novamente. Um dos gerentes disse, "Nós temos uma nova remessa de nicotianas e lindas fuchsias.ah, sim! E temos belas dafnias. Eu sei que eles vão adorar o perfume das dafnias! E eu quase me esqueci! Temos uns novos bancos de jardim que Tenzin e sua esposa vão adorar!"

No mesmo dia, outra floricultura ligou dizendo que eles tinham recebido birutas coloridas para Tenzin saber de que direção o vento estava soprando. Logo, as floriculturas estavam competindo pelas visitas de Tenzin. As pessoas começaram a se importar com o casal tibetano.

Os empregados arrumavam os móveis de frente para o vento. Outros traziam água quente para o chá. Alguns fregueses regulares deixavam seus carrinhos de compras próximos do casal. E no final do verão, Tenzin voltou ao seu médico para novos exames e determinar o desenvolvimento da doença. Mas o doutor não achou nenhuma evidência de câncer. Ele estava abobalhado; disse à Tenzin que ele simplesmente não sabia explicar aquilo.

Tenzin levantou seu dedo e disse, "Eu sei porque o câncer se foi. Ele não podia mais viver num corpo tão cheio de amor. Quando eu comecei a sentir a compaixão das pessoas da clínica, dos empregados das floriculturas, e todas essas pessoas que queriam saber de mim, eu comecei a mudar por dentro. Agora, eu me sinto afortunado por ter a oportunidade de ser curado dessa forma. Doutor, por favor, não acredite que a sua medicina é a única cura. Às vezes, a compaixão pode também curar um câncer."

Uma História Tibetana De Cura - Lee Paton

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Medo de Perder

Um dos maiores obstáculos para uma vida harmônica, plena, mais expressiva e significativa é o medo de perder, sobretudo medo de perder alguém, o medo de perder quem dizemos amar: cônjuge, filhos amigos, patrão, empregado, cliente... Esta emoção é a principal responsável pelo nosso sofrimento vital.

O medo de perder é o medo de nos tornarmos dispensáveis para a pessoa com a qual estamos nos relacionando. Ele se reverte de mil e uma formas, aparece sobre mil disfarces, como o medo de sermos criticados, que falem mal de nós, medo que nos humilhem, de sermos rejeitados, de não sermos importantes, de sermos menosprezados, de não sermos amados, medo da solidão, e tudo isso pode ser designado por uma palavra : CIÚMES !

O ciúme é o medo de não ter alguém, de não possuir alguém, de não ser dono de alguém. Na relação ciumenta colocamos: nós e o outro como objetos, nesta relação pessoas e objetos são a mesma coisa. No ciúme temos medo de um dia sermos considerados inúteis, dispensáveis à outra pessoa, esta é a emoção do apelo, confusa, misturada e dependente. O que agrava é que na nossa cultura aprendemos que o ciúme é prova de amor, quando ele é justamente o seu oposto, pois na relação amorosa existe identidade, e os dois são independentes. Na relação ciumenta, por outro lado, perde-se a identidade: "eu sem você não valho nada, você é tudo para mim.

O amor é solto, é livre, vem de querência íntima, está diretamente ligado ao sentimento de liberdade, de opção, de escolha. O ciúme prende, amarra, condiciona, determina, e com essa emoção eu já não sou eu, sou o que o outro quer que eu seja. E eu sou assim para que ele seja aquilo que eu quero que ele seja.

No ciúme há um pacto de destruição mútua, cada qual, usa o outro como garantia de que não estará sozinho. Eu me abandono para que o outro não me abandone, eu me desprezo para que o outro não me despreze, eu me desrespeito para que o outro não me desrespeite, eu acabo me destruindo para que o outro não me destrua.

O ciúme é o medo de ser dispensável a alguém, e o mais grave talvez esteja aqui, nós passamos a vida inteira com medo de nos tornarmos algo que nós já somos: TOTALMENTE DISPENSÁVEIS!

O homem, por definição, é dispensável, transitório, efêmero, aquilo que passa, e isso é bastante real. Em todas as relações que temos hoje, somos substituíveis! O mundo sempre existiu antes de nós, está existindo conosco e continuará existindo sem nós. Somos necessários aqui e agora, mas seremos dispensáveis além e depois.

O medo de sermos dispensáveis a alguém é o mesmo medo que temos da morte, que é real, pois o medo da morte é o ciúme da vida, é a vontade irreal de sermos eternos e imutáveis. O medo de perder nos dá a entender que as coisas só valem se forem eternas, se forem permanentes e duráveis.Uma relação só tem valor se tivermos garantia de que a vida sempre será assim como é. E, como tudo é transitório, como tudo é passível de transformação, o medo de perder nos leva a um estado contínuo de sofrimento.

As conseqüências do ciúme são muito claras. Se eu tenho medo de que me abandonem, de que não me amem, de me tornar dispensável, ao invés de eu me esforçar para ser cada vez melhor, acabo gastando toda a minha energia para provar ao outro que eu já sou o máximo, que eu já sou o melhor, que eu já sou o primeiro e único!

Ao invés de empenhar esforços para ser um cônjuge, um filho, um amigo, um pai ou uma mãe cada vez melhor, eu gasto toda a minha energia tentando provar a eles que eu sou o melhor cônjuge do mundo, o que é uma mentira; o melhor filho do mundo, o que é uma mentira; o melhor pai ou mãe do mundo, o que é uma mentira; o melhor amigo do mundo, o que é uma mentira; e assim por diante...

O ciúme nos conduz ao delírio da onipotência, os nossos atos, nossas iniciativas, a nossa conversa, o nosso comportamento, as nossas considerações, tudo isso é para mostrar ao outro que já somos bons, capazes e perfeitos. Aqui está a diferença básica e fundamental entre o medo de perder e a vontade de ganhar. O medo de perder é assim... Ganhamos, e ninguém vai nos tomar o que já possuímos, e faremos tudo para conservarmos o que já ganhamos... E com isso, certo de que nós já chegamos ao ponto máximo, só nos resta ... perder. À vontade de ganhar por outro lado, é assim... Estaremos sempre ativos, descobrindo oportunidades do ganho, procurando ganhar cada vez mais em vez de nos preocupar com possíveis perdas.

O que temos de mais sagrado é a nossa própria vida, e esta nós já vamos perder. Todo o resto são perdas secundárias. O medo de perder é reativo, defensivo, justificativo! As pessoas ciumentas estão sempre se prevenindo para não perder, sempre se preparando, sempre se conservando.

As pessoas, com vontade de ganhar estão sempre optando, arriscando. O medo de perder é a vivência antecipada do futuro, é a preocupação. A vontade de ganhar, por outro lado, é a vivência do presente, é a vivência da beleza do presente.

Em tudo, a cada momento existem riscos e existem oportunidades. No medo da perda a pessoa só vê os risco, na vontade de ganhar a pessoa também vê os riscos, mas, sobretudo, vê as oportunidades. Cada momento da vida é um desafio para o crescimento. A vontade de ganhar, à qual nos referimos, não significa ganhar de outra pessoa, e sim ganharmos de nós mesmos, ser cada vez mais, estar disposto a dar um passo a frente, estar sempre disposto a crescer um pouco mais. É importante para nós sabermos que hoje podemos crescer um pouco mais do que éramos ontem, que ninguém chegou ao seu limite máximo, que atingir a idade adulta não significa o máximo de nossas potencialidades, pois não existem pessoas madura, existem sim, pessoas em amadurecimento.

Ainda, não vimos até hoje, um relacionamento se deteriorar sem a presença marcante do ciúme, do desejo de sermos donos da outra pessoa, de ter poder e controle sobre as ações e até dos pensamentos da pessoa que dizemos amar!

O ciúme é a doença do amor, é um profundo desamor a si mesmo e, conseqüentemente, um desamor ao outro. Pelo ciúme se estabelece uma relação entre dominador x dominado.

O ciúme é a dor da incerteza com relação ao sentimento de alguém no futuro. É a raiva de não possuir a segurança absoluta do relacionamento no futuro, é a tristeza de não saber o que vai acontecer amanhã. Alías, o que dói no ciúme, é a insegurança do futuro, é a insegurança do desconhecido. A loucura está aí, passamos a vida inteira tentando conseguir o que jamais conseguiremos: segurança... Pois ela não existe! Ninguém pode acabar com o risco do amor, por isso só é possível estar em estado de amor quando sabemos estar em um estado de risco!

Desperdiçamos o único momento que temos.

Que é o A G O R A, em função de um momento inexistente: o F U T U RO ! Parece que as pessoas só valem para nós amanhã, no futuro. Nós não curtimos o relacionamento hoje com nosso cônjuge, com os filhos, com s amigos sofrendo pela possibilidade de um dia não sermos queridos por eles. O filho, por exemplo, parece que só nos é importante amanhã, quando crescer, quando se formar, quando casar, trabalhar, etc... Até hoje, não conhecemos um pai que estivesse preocupado com o futuro do filho que estivesse brincando com eles. Em geral, não tem tempo porque estão muito ocupados em assegurar aos filhos um futuro brilhante!

O ciúme é a incapacidade de vivermos a gratuidade da vida. Hoje é o primeiro dia do resto de nossa vida, querendo ou não! Hoje estamos começando, e viver é considerar cada segundo de novo, a cada dia o seu próprio cuidado, o medo daquilo que nos pode acontecer, tira nos a alegria de estar aqui e agora. O medo da morte tira a vontade de viver, o medo de perder alguém tira a beleza de estar com ela agora, aliás quando se tem medo de perder alguém é porque pensamos que as pessoas são nossas, ninguém pode perder o que não tem.

Cada pessoa é única e exclusivamente dela mesma, podemos perder um livro, um isqueiro, uma bolsa, porém jamais podemos perder uma pessoa.

O sinônimo do medo de perder é a obsessão pelo primeiro lugar, colocamos nos ombros a tarefa impossível de sermos sempre os primeiros em todos os lugares e em todas as circunstâncias. Se for em casa, queremos ser o primeiro, se for no trabalho, também o primeiro, num assunto específico queremos ser o primeiro, em outro assunto qualquer sempre o primeiro. O 1° lugar é amarelante, deteriorante, ao passo que o 2° lugar é esperançoso, é enverdejante, pois quando alguém chega ao cume da montanha só lhe resta um caminho a seguir: COMEÇAR A DESCER!!

Além disso, a perda faz parte, a queda faz parte, a morte faz parte, é impossível viver satisfatoriamente se não aceitamos a queda, a perda, a morte o erro. Precisamos aprender a viver com a realidade dessas perdas ... não é possível saber andar sem saber cair, não é possível viver sem saber morrer!

Esta é a figura do fracasso dentro do sucesso, pois quanto mais ganha, quanto mais melhora na vida, mais sofre. Para a pessoa que tem medo de ficar pobre, quanto mais dinheiro obtém mais preocupado fica. Para a pessoa que tem medo do fracasso, quanto mais sobe na escala social, mais desgraçada é a sua vida.

Agora, se você aprende a perder, a cair, a errar e a morrer, ninguém o controla mais, pois o máximo que pode acontecer a você é cair, é perder, é errar, é morrer e isso já faz parte de sua realidade>

(Texto Rosa Cruz - Desenvolvimento Comportamental)

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O Espelho

O mundo ao seu redor é um reflexo, um espelho que mostra quem você é. O que você acha de bom nos outros está em você também. Os defeitos que você encontra nos outros são seus defeitos, com certeza. Afinal, para você reconhecer algo, tem que ter conhecido anteriormente.

As potencialidades que você vê nos outros são possíveis em você. A beleza que você vê a seu redor é sua beleza também. O que você vê nos outros mostra você mesmo. Veja o melhor nos outros e você será uma pessoa melhor.

Doe aos outros e estará doando a si mesmo. Aprecie a beleza e você será belo. Quando se perde riqueza, nada se perde; quando se perde saúde, perde-se muito; quando se perde o caráter, perde-se tudo.

Gostaria de compartilhar com o amigo leitor um pensamento do médico Dráuzio Varela: "Pessoas negativas não enxergam soluções e aumentam os problemas. Preferem a lamentação, a murmuração, o pessimismo. Melhor é acender o fósforo que lamentar a escuridão".

Pequena é a abelha, mas produz o que de mais doce existe. Somos o que pensamos. O pensamento negativo gera energia negativa, que se transforma em doença. Quem esconde a realidade, finge, faz pose, quer sempre dar a impressão que está bem, quer mostrar-se perfeito, bonzinho, está acumulando toneladas de peso... uma estátua de bronze, mas com pés de barro.

Nada pior para a saúde que viver de aparências e fachadas. São pessoas com muito verniz e pouca raiz. Seu destino é a farmácia, o hospital, a dor.

Um sobrevivente de um campo de concentração nazista visitava um amigo com o qual compartilhara desse sofrimento, que lhe perguntou:

— Já perdoou os nazistas?

A resposta foi curta e grossa:

— Sim, consegui perdoar.

— Pois eu não - retrucou indignado- ainda estou consumido de ódio por eles.

O homem concluiu:

— Nesse caso, você ainda é prisioneiro deles.

Todo ódio, rancor e mágoa que cultivamos em nosso coração, sem sombra de dúvida, são nossos piores inimigos, nos destroem aos poucos.

Portanto, amigo leitor, devemos nos libertar dos sentimentos perversos e ruins, antes que a doença física e a depressão nos tome por completo.

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A lição da borboleta

Um homem estava observando, horas a fio, uma borboleta esforçando-se para sair do casulo. Ela conseguiu fazer um pequeno buraco, mas seu corpo era grande demais para passar por ali. Depois de muito tempo, ela pareceu ter perdido as forças, e ficou imóvel.

O homem, então, decidiu ajudar a borboleta; com uma tesoura, abriu o restante do casulo, e libertando-a imediatamente. Mas seu corpo estava murcho e era pequeno e tinha as asas amassadas.

O homem continuou a observá-la, esperando que, a qualquer momento, suas asas dela se abrissem e ela levantasse vôo. Mas nada disso aconteceu; na verdade, a borboleta passou o resto da sua vida rastejando com um corpo murcho e asas encolhidas, incapaz de voar.

O que o homem - em sua gentileza e vontade de ajudar - não compreendia, era que o casulo apertado e o esforço necessário à borboleta para passar através da pequena abertura, foi o modo escolhido pela natureza para exercitá-la e fortalecer suas asas.

Algumas vezes, um esforço extra é justamente o que nos prepara para o próximo obstáculo a ser enfrentado. Quem se recusa a fazer este esforço, ou quem tem uma ajuda errada, termina sem condições de vencer a batalha seguinte, e jamais consegue voar até o seu destino.

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Gratidão de amigo

Pela amizade que você me vota, por meus defeitos que você nem nota...

Por meus valores que você aumenta, por minha fé que você alimenta...

Por esta paz que nós nos transmitimos, por este pão de amor que repartimos...

Pelo silêncio que diz quase tudo, por este olhar que me reprova mudo.

Pela pureza dos seus sentimentos, pela presença em todos os momentos.

Por ser presente, mesmo quando ausente, por ser feliz quando me vê contente.

Por este olhar que diz: "Amigo, vá em frente!"

Por ficar triste, quando estou tristonho, por rir comigo quando estou risonho.

Por repreender-me, quando estou errado, ou pelo meu segredo, sempre bem guardado.

Por seu segredo, que só eu conheço, e por achar que apenas eu mereço.

Por me apontar para DEUS a todo o instante, por esse amor fraterno tão constante.

Por tudo isso e muito mais eu digo: "DEUS o abençoe, querido amigo!"

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Tempo de vida

Era uma vez, um homem muito observador. Ele estava sempre atento a tudo o que o rodeava. Um dia ele sentiu vontade de visitar a cidade de Kammir e após dois dias de marcha por caminhos empoeirados, ao longe avistou Kammir.

Um pouco antes de chegar, chamou-lhe a atenção uma colina que se encontrava à direita do caminho. Ela estava coberta de um verde maravilhoso, com numerosas árvores, pássaros e flores encantadoras. Tudo estava rodeado por uma cerca envernizada. Uma pequena porta de bronze o convidava a entrar.

Ele resolveu conhecer melhor aquele lugar.

Entrou e foi caminhando lentamente entre as brancas pedras distribuídas no meio das árvores. Permitiu que seu olhar pousasse como borboleta em cada detalhe daquele paraíso multicor. Como era extremamente observador, descobriu, sobre uma daquelas pedras, a seguinte inscrição:

"Abdul Tareg viveu oito anos, seis meses, duas semanas e três dias."

Sentiu-se um pouco angustiado ao perceber que aquela pedra não era simplesmente uma pedra, era uma lápide. Teve pena ao pensar em uma criança tão nova enterrada naquele lugar.

Olhando ao redor, o homem se deu conta de que a pedra seguinte também tinha uma inscrição. Aproximou-se e viu que estava escrito:

"Yamir Kalib, viveu cinco anos, oito meses e três semanas."

O homem sentiu-se muito transtornado.

Aquele belo lugar era um cemitério, e cada pedra era uma tumba.

Uma por uma começou a ler as lápides e todas tinham inscrições similares: um nome e o exato tempo de vida do falecido.

Porém, o que lhe causou maior espanto foi comprovar que quem mais tinha vivido, apenas ultrapassara os onze anos.

Invadido por uma dor muito grande, sentou-se e começou a chorar.

A pessoa que tomava conta do cemitério, que naquele momento passava por ali, aproximou-se, mas permaneceu em silêncio enquanto olhava o homem a chorar e, após algum tempo, perguntou-lhe se chorava por alguém da família.

— Não, ninguém da família, respondeu o visitante, mas o senhor pode me responder o que se passa nessa cidade? Que coisa tão terrível acontece aqui? Por que tantas crianças mortas enterradas neste lugar? Qual a horrível maldição que pesa sobre essas pessoas que as obrigou a construir um cemitério só para crianças?

O velho sorriu e falou:

— Pode acalmar-se. Não existe nenhuma maldição. O que acontece é que aqui temos um antigo costume e eu vou lhe contar.

Quando um jovem completa quinze anos, ganha de seus pais uma caderneta, como esta que eu mesmo levo aqui, pendurada no pescoço. É uma tradição do meu povo que a partir dessa idade, cada vez que desfrutamos intensamente de alguma coisa boa, anotamos na caderneta. À esquerda o que foi desfrutado e à direita, o tempo que durou. É assim que anotamos.

Se conhecermos uma moça e nos apaixonarmos por ela, quanto tempo durou essa paixão e o prazer em conhecê-la? Uma semana? Duas? Três? E depois, a emoção do primeiro beijo, quanto durou? Um minuto e meio? Dois dias? Uma semana?

E a gravidez ou o nascimento do primeiro filho?

E a tão desejada viagem, por quanto tempo desfrutamos integralmente?

E o encontro com o irmão que retorna de um país distante?

Quanto tempo desfrutamos dessas situações? Horas? Dias? Meses?

Assim, vamos anotando na caderneta cada momento bem aproveitado, cada minuto que valeu a pena. E quando alguém morre, é nosso costume abrir a caderneta e somar o tempo bem desfrutado para gravá-lo sobre a pedra, porque esse é, de fato, para nós, o único tempo que foi vivido.

Pense nisso!

No balanço final dessa curta existência na Terra, o que terá verdadeiramente valido a pena, será o que de bom e útil tivermos vivido.

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Ao pé do Farol

Li, certa vez que, ao pé do farol, não há luz. Mas, e o que dizer, quando falamos não de uma proximidade geográfica, mas emocional, como na relação entre pai e filho, por exemplo?

Somente hoje, distante de meu pai, vejo o suficiente para enxergar, com relativa nitidez, a luz de seu Farol e para compreender a liberdade acolhedora de seu amor que, à época, eu percebia como sufocante e limitador.

Foi preciso jogar-me ao mar, navegar nas ondas e intempéries daquilo a que chamamos vida, para vislumbrar não somente em que me tornei, mas também para reconhecer a segurança do porto de onde parti.

Só assim pude entender não apenas o que hoje sou, mas de que raízes brotei... Lembro-me de, quando jovem, ter dado a meu pai um livro do genial poeta Kahlil Gibran. No capítulo "Dos Filhos", Gibran escreve: "Vossos filhos não são vossos filhos. São filhos e filhas da ânsia da vida por si mesma."

Eu, como todo jovem, clamava por liberdade. E, como jovem, ignorante e esquecido dos perigos do desconhecido, enxergava apenas o mar que à minha frente se expandia. Dar o livro a meu pai era como dizer a ele: "me deixa viver, me conceda a liberdade plena da experiência."

Lembro que toda vez que discutíamos sobre liberdade ele me falava dos perigos que a vida nos reserva. Mas eu, que estava ao pé do Farol, enxergava apenas a beleza do horizonte e meus olhos não percebiam a dureza do percurso...

Hoje sou pai. Os filhos crescem, amadurecem, e percebo que, como muitos pais, continuo a tratá-los como se tivessem sempre a mesma idade, a mesma mentalidade, as mesmas fraquezas...

Como hoje eu entendo que, para aprender a navegar, precisamos desafiar os tormentos e as borrascas do mar, é chegada a hora de aceitar um dos inevitáveis desígnios da vida: se nossos filhos estão ao pé do Farol, eles só poderão ver a luz se entrarem mar adentro...

E o melhor que podemos fazer, é desejar-lhes boa viagem. E torcer para que carreguem consigo um pouco de suas raízes.

(Autoria desconhecida)

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Ciência do Viver: Sucesso e Fracasso

O ser humano passa a vida oscilando entre dois pólos conhecidos como sucesso e fracasso. No entanto, mesmo sabendo que é assim, ilude-se, em determinados momentos, pensando ser possível viver o tempo todo num único pólo.

Assim, quando alcançamos o sucesso nos negócios, no campo amoroso ou se obtemos certo prestígio social, proclamamos ao mundo que somos muito felizes. Nessa hora, sentimos que a vida é bela e acreditamos piamente que, dali em diante, iremos viver num mar de rosas.

Nos momentos de euforia, tendemos a esquecer que, em todos os campos de nossa vida, funciona a lei cósmica que o Yi-Ching, o grande livro de sabedoria chinesa, chama de "lei da alternância obrigatória entre o Yin e o Yang", isto é, entre a subida e a descida ou entre a luz e as trevas e assim por diante.

Podemos tomar como exemplo o campo dos esportes: mesmo os melhores esportistas, verdadeiros gênios em suas modalidades, têm dias de fracasso; também as equipes mais qualificadas, num certo momento, passam por derrotas. Isso porque não é possível, neste universo, sermos aquinhoados apenas com o sucesso.

Por outro lado, quando algum setor de nossa vida vai mal, tendemos ao desespero, à amargura, a nos revoltarmos contra tudo e contra todos, até mesmo contra Deus. Se os períodos em que atravessamos esses verdadeiros desertos pessoais forem muito longos, ficamos tão abatidos que nos sentimos derrotados para sempre. Isso porque, diante de nossa frustração, esquecemos completamente que não só homens, mas empresas e até mesmo países, derrotados num determinado momento, renasceram das cinzas e acabaram superando todas as dificuldades.

Qual seria, então, o segredo para podermos lidar com o sucesso e o fracasso de maneira justa? O segredo está na palavra "Equanimidade" que literalmente significa "igualdade de ânimo" e que é sinônimo de Calma, Serenidade e Moderação.

A pessoa equânime mantém-se sorridente diante do sucesso ou do fracasso. Os mais apressados provavelmente dirão que isso é impossível ou, pelo menos, muito difícil. Nós diríamos que pode ser difícil, mas não impossível! Se compreendermos o segredo do ser humano equânime, talvez fique claro que viver a vida sorrindo não é tão difícil assim. Equânime é todo aquele que compreende, em sua intuição mais profunda, que lhe cabe fazer, da melhor maneira possível, aquilo que lhe compete, sabendo que o fracasso ou o sucesso não dependem exclusivamente de seus esforços, mas de um mecanismo cósmico muito maior que suas iniciativas pessoais.

Compreende ainda que é o mesmo Criador que nos envia derrotas e vitórias, no intuito de nos ensinar alguma coisa. Quando nos premia com o sucesso, coloca nele uma armadilha que podemos chamar de auto-importância ou de arrogância; quando nos envia o fracasso, oferece-nos a oportunidade de abrirmos os olhos para os nossos descuidos e limitações.

Temos, pois, que aprender a perceber, tanto na derrota quanto na vitória, a mão do Divino Criador, visando unicamente auxiliar-nos em nossa evolução pessoal.

Paulo A.S. Raful Lauro de A.S. Raful

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Deus existe?

A. Cressy Morrison, ex-presidente da Academia de ciências de Nova York

"Nós ainda estamos no amanhecer da era científica, e todo o aumento da luz revela mais e mais a obra de um Criador inteligente.

Nós fizemos descobertas estupendas; com um espírito de humildade científica e de fé fundamentada no conhecimento estamos nos aproximando de uma consciência de Deus.

Eis algumas razões para minha fé:

Através da lei matemática podemos provar sem erro que nosso universo foi projetado e foi executado por uma grande inteligência de engenharia.

Suponha que você coloque dez moedas de um centavo, marcadas de um a dez, em seu bolso e lhes dê uma boa agitada.

Agora tente pegá-las na ordem de um a dez, pegando uma moeda a cada vez que você agita o bolso.

Matematicamente sabemos que a chance de pegar a número um é de um em dez; de pegar a um e a dois em seqüência é de um em 100; de pegar a um, dois e três em seqüência é de um em 1000 e assim por diante; sua chance de pegar todas as moedas, em seqüência, seria de um em dez bilhões. Pelo mesmo raciocínio, são necessárias as mesmas condições para a vida na Terra ter acontecido por acaso.

A Terra gira em seu eixo 1000 milhas por hora no Equador; se ela girasse 100 milhas por hora, nossos dias e noites seriam dez vezes mais longos e o Sol provavelmente queimaria nossa vegetação de dia enquanto a noite longa gelaria qualquer broto que sobrevivesse.

Novamente o sol, fonte de nossa vida, tem uma temperatura de superfície de 10.000 graus Fahrenheit, e nossa Terra está distante bastante para que esta "vida eterna" nos esquente só o suficiente!

Se o Sol desse somente metade de sua radiação atual, nós congelaríamos, e se desse muito mais, nos assaria.

A inclinação da Terra a um ângulo de 23 graus, nos dá nossas estações; se a Terra não tivesse sido inclinada assim, vapores do oceano moveriam-se norte e sul, transformando-nos em continentes de gelo.

Se nossa lua fosse, digamos, só 50.000 milhas mais longe do que hoje, nossas marés poderiam ser tão enormes que duas vezes por dia os continentes seriam submergidos; até mesmo as mais altas montanhas se encobririam.

Se a crosta da Terra fosse só dez pés mais espessa, não haveria oxigênio para a vida.

Se o oceano fosse só dez pés mais fundo o gás carbônico e o oxigênio seriam absorvidos e a vida vegetal não poderia existir.

É perante estes e outros exemplos que NÃO HÁ UMA CHANCE SEQUER em um bilhão que a vida em nosso planeta seja um acidente."

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Origem da Palavra Sincera

Malba Tahan

Sincera é uma palavra doce e confiável.
Sincera é uma palavra que acolhe ... e essa é uma palavra que deveria estar no vocabulário de toda alma.
Sincera foi uma palavra inventada pelos romanos.
Sincero vem do velho, do velhíssimo latim...

Eis a poética viagem que fez sincero de Roma até aqui:
Os romanos fabricavam certos vasos de uma cera especial.
Essa cera era, às vezes, tão pura e perfeita que os vasos se tornavam transparentes.
Em alguns casos, chegava-se a se distinguir um objeto - um colar, uma pulseira ou um dado - que estivesse colocado no interior do vaso.
Para o vaso, assim fino e límpido, dizia o romano vaidoso:

— Como é lindo... parece até que não tem cera!

"Sine-cera" queria dizer: "sem cera" uma qualidade de vaso perfeito, finíssimo, delicado, que deixava ver através de suas paredes.
E da antiga cerâmica romana, o vocábulo passou a ter um significado muito mais elevado.
Sincero é aquele que é franco, leal, verdadeiro, que não oculta, que não usa disfarces, malícias ou dissimulações.
O sincero, à semelhança do vaso, deixa ver, através de suas palavras, os nobres sentimentos de seu coração.

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Carta do Zé agricultor para Luis da cidade

Luciano Pizzatto (*)

Luis,

Quanto tempo. Sou o Zé, seu colega de ginásio, que chegava sempre atrasado, pois a Kombi que pegava no ponto perto do sítio atrasava um pouco. Lembra, né, o do sapato sujo. A professora nunca entendeu que tinha de caminhar 4 km até o ponto da Kombi na ida e volta e o sapato sujava.

Lembra? Se não, sou o Zé com sono... hehe. A Kombi parava às onze da noite no ponto de volta, e com a caminhada ia dormi lá pela uma, e o pai precisava de ajuda para ordenhá as vaca às 5h30 toda manhã. Dava um sono. Agora lembra, né Luis?!

Pois é. To pensando em mudá ai com você. Não que seja ruim o sítio, aqui é uma maravilha. Mato, passarinho, ar bom. Só que acho que tô estragando a vida de você Luis, e teus amigo ai na cidade. To vendo todo mundo fala que nóis da agricultura estamo destruindo o meio ambiente.

Veja só. O sitio do pai, que agora é meu (não te contei, ele morreu e tive que pará de estuda) fica só a meia hora ai da Capital, e depois dos 4 km a pé, só 10 minuto da sede do município. Mas continuo sem Luz porque os Poste não podem passar por uma tal de APPA que criaram aqui. A água vem do poço, uma maravilha, mas um homem veio e falo que tenho que faze uma outorga e paga uma taxa de uso, porque a água vai acabá. Se falo deve ser verdade.

Pra ajudá com as 12 vaca de leite (o pai foi, né ...) contratei o Juca, filho do vizinho, carteira assinada, salário mínimo, morava no fundo de casa, comia com a gente, tudo de bão. Mas também veio outro homem aqui, e falo que se o Juca fosse ordenha as 5:30 tinha que recebe mais, e não podia trabalha sábado e domingo (mas as vaca não param de faze leite no fim de semana). Também visito a casinha dele, e disse que o beliche tava 2 cm menor do que devia, e a lâmpada (tenho gerador, não te contei !) estava em cima do fogão era do tipo que se esquentasse podia explodi (não entendi ?). A comida que nóis fazia junto tinha que faze parte do salário dele. Bom, Luis tive que pedi pro Juca voltá pra casa, desempregado, mas protegido agora pelo tal homem. Só que acho que não deu certo, soube que foi preso na cidade roubando comida. Do tal homem que veio protege ele, não sei se tava junto.

Na Capital também é assim né, Luis? Tua empregada vai pra uma casa boa toda noite, de carro, tranquila. Você não deixa ela morá nas tal favela, ou beira de rio, porque senão te multam ou o homem vai aí mandar você dar casa boa, e um montão de outras coisa. É tudo igual aí né?

Mas agora, eu e a Maria (lembra dela, casei ) fazemo a ordenha as 5:30, levamo o leite de carroça até onde era o ponto da Kombi, e a cooperativa pega todo dia, se não chove. Se chove, perco o leite e dô pros porco..

Té que o Juca fez economia pra nóis, pois antes me sobrava só um salário por mês, e agora eu e Maria temos sobrado dois salário por mês. Melhoro. Os porco não, pois também veio outro homem e disse que a distancia do Rio não podia ser 20 metro e tinha que derruba tudo e fazer a 30 metro. Também colocá umas coisa pra protege o Rio. Achei que ele tava certo e disse que ia fazê, e sozinho ia demorá uns trinta dia, só que mesmo assim ele me multo, e pra pagá vendi os porco e a pocilga, e fiquei só com as vaca. O promotor disse que desta vez por este crime não vai me prendê, e fez eu dá cesta básica pro orfanato.

O Luis, ai quando vocês sujam o Rio também paga multa né?

Agora a água do poço posso pagá, mas to preocupado com a água do Rio. Todo ele aqui deve ser como na tua cidade Luis, protegido, tem mato dos dois lado, as vaca não chegam nele, não tem erosão, a pocilga acabo ..... Só que algo tá errado, pois ele fede e a água é preta e já subi o Rio até a divisa da Capital, e ele vem todo sujo e fedendo ai da tua terra.

Mas vocês não fazem isto né Luis. Pois aqui a multa é grande, e dá prisão. Cortá árvore então, vige. Tinha uma árvore grande que murcho e ia morre, então pedi pra eu tira, aproveitá a madeira pois até podia cair em cima da casa. Como ninguém respondeu ai do escritório que fui, pedi na Capital (não tem aqui não), depois de uns 8 mes, quando a árvore morreu e tava apodrecendo, resolvi tirar, e veja Luis, no outro dia já tinha um fiscal aqui e levei uma multa. Acho que desta vez me prende.

Tô preocupado Luis, pois no radio deu que a nova Lei vai dá multa de 500,00 a 20.000,00 por hectare e por dia da propriedade que tenha algo errado por aqui. Calculei por 500,00 e vi que perco o sitio em uma semana. Então é melhor vende, e ir morá onde todo mundo cuida da ecologia, pois não tem multa ai. Tem luz, carro, comida, rio limpo. Olha, não quero fazê nada errado, só falei das coisa por ter certeza que a Lei é pra todos nois.

E vou morar com vc, Luis. Mais fique tranqüilo, vou usá o dinheiro primeiro pra compra aquela coisa branca, a geladeira, que aqui no sitio eu encho com tudo que produzo na roça, no pomar, com as vaquinha, e ai na cidade, diz que é fácil, é só abri e a comida tá lá, prontinha, fresquinha, sem precisá de nóis, os criminoso aqui da roça.

Até Luis.

Ah, desculpe Luis, não pude mandar a carta com papel reciclado pois não existe por aqui, mas não conte até eu vendê o sitio.

(Todos os fatos e situações de multas e exigências são baseados em dados verdadeiros. A sátira não visa atenuar responsabilidades, mas alertar o quanto o tratamento ambiental é desiqual e discricionário entre o meio rural e o meio urbano.)

(*) Luciano Pizato é engenheiro florestal, especialista em direito socioambiental e empresário, diretor de Parques Nacionais e Reservas do IBDF/IBAMA 88/89, deputado desde 1989, detentor do 1º Prêmio Nacional de Ecologia.

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A Força de um Homem

Maxine Chong

A força de um homem não é vista na largura de seus ombros Vê-se na quantidade de braços que o rodeiam. A força de um homem não está no tom profundo de sua voz. Está nas palavras delicadas que sussurra.

A força de um homem não é medida por quantos amigos ele têm. É medida no quanto é um bom amigo com seus filhos.

A força de um homem não está em como é respeitado no trabalho. Está em como é respeitado no repouso.

A força de um homem não está no cabelo em seu peito. Está no coração que se encontra dentro de seu peito.

A força de um homem não está em quantas mulheres amou. Está em se ele pode verdadeiramente amar uma mulher.

A força de um homem não está em como duramente bate. Está em como amorosamente ele toca alguém.

A força de um homem não está no peso que pode levantar. Está na carga que pode compreender e superar.

Tradução: Sergio Barros

O blazer Vermelho

Rubem Alves

Amo a Tomiko, amor velho e manso. Amo a Tomiko como quem ama uma ikebana, um bonsai, um haikai. Ela é pura simplicidade nipônica. Pois a Tomiko, no dia mesmo em que ingressei na idade do sexo, isto é, quando me tornei Sex/Age/nário, telefonou-me com uma surpreendente informação que, de imediato, transformou-se em desafio. Disse- me que, no Japão, quando um homem faz 60 anos, ele compra um blazer vermelho. Antes dessa idade ele não tem direito a essa cor - atributo dos deuses. Somente com os 60 anos essa liberdade lhe é concedida. Quem tem permissão para usar o vermelho tem permissão para tudo.

Por aqui é justamente o contrário. À medida que envelhecemos as cores devem ir ficando sóbrias e tristes. Esse costume, eu acho, tem a ver com a nossa idéia de que o velho está a um pé da sepultura, e que é bom ir deixando os vermelhos, azuis e amarelos para trás, assumindo a gravidade de quem vai se encontrar com Deus, o mesmo que criou o arco-íris e as suas sete cores, mas que nunca se veste de amarelo com bolas roxas.

A moda que a sociedade escolheu para os velhos é uma "preparatio mortis". Outra não é a razão porque, em certas regiões da Península Ibérica e da Itália, as mulheres velhas e viúvas (é costume geral que os homens morram primeiro) se cobrem de negro da cabeça aos pés, lúgubre imitação das vestimentas dos padres e dos urubus, especialistas em cadáveres. Com suas roupas negras, elas estão proclamando: "Deixei a vida ! Abandonei o amor ! Que nenhum homem se atreva a me desejar!".

O costume chegou até nós de forma atenuada, mas chegou. em tempos não muito distantes, o pudor e o respeito exigiam que as senhoras, a partir dos 50 anos, usassem vestidos tipo tubinho, indo até os tornozelos, golinha fechada no pescoço, mangas compridas, azul com bolinhas brancas, e birote. Também os homens de respeito tinham que andar sempre de paletó, colete e gravata, obrigatoriamente de cores sóbrias. Blazer vermelho só em bailes de carnaval e no manicômio.

Mas eu resolvi comprar o tal blazer vermelho. Tenho prazer em ver a cara espantada dos outros. Resolvi, mas não cumpri. Faltou-me coragem.

Aí fomos viajar, eu, minha mulher e um casal de amigos, Jether e Lucilia. Gente maravilhosa. Basta dizer que somos capazes de viajar um mês inteiro, no mesmo carro, sem jamais nos irritarmos uns com os outros. Concordamos até sobre a hora de levantar.

O Jether já fez 70 anos. Mas quem vê não acredita. Elegante, cabelo preto, pele lisa, topa tudo, sobe morro, entra no mato, toma banho de cachoeira, mergulha em lago de água gelada - e a mulher dele não fica atrás. Jether e Lucilia são adolescentes. Pois fomos a Berlim e ficamos hospedados na casa do filho deles, Luiz, que mora lá faz 20 anos.

Numa bela manhã, para o café, aparece o Luiz com um lindo blazer, finíssimo, cor de vinho, bordeaux. A antiga decisão se acendeu dentro de mim. O Luiz me disse que comprara aquele blazer numa casa de roupas usadas. Terminamos o café e lá fomos atrás do blazer vermelho. Encontrei um lindo, novíssimo, baratíssimo. (...), era um número menor que o meu, entrava muito justo. Mas ficou perfeito para o Jether. Fiquei logo com inveja: ele com o blazer, eu sem blazer. Mas aí veio o desapontamento: ele não comprou o blazer vermelho embora achasse linda a cor de vinho. Alegou que não combinava com a sua idade. Não ficaria bem. Os outros estranhariam.

Os outros: a sociedade tem um lugar preciso para os velhos. Antigamente dizia-se de um negro bom: "Ele conhece o seu lugar". Coisa parecida se pode dizer do velho bom: "Ele conhece o seu papel", o papel que as gerações mais novas lhe atribuem.

Os jovens acusam os velhos pais de serem quadrados. Com isso querem dizer que os pais não compreendem os seus valores, os seus gostos estéticos, os seus hábitos sexuais, as suas músicas. Portanto, é inútil conversar com eles.

Agore imagine que o pai ou a mãe de algum jovem, de repente, em decorrência de um acidente vascular cerebral, virasse a cabeça, começasse a gostar de rock, passasse a frequentar barzinhos, trocasse as roupas antigas pelos jeans e as cores jovens e comprasse um conversível - o que aconteceria?

O filho ficaria feliz com o fato de o pai ou a mãe ter deixado de ser quadrado? De forma alguma. Cobrir-se-ia de vergonha. É só na cabeça que o pai e a mãe não devem ser quadrados. Na vida prática, o certo é que sejam quadrados. Velho que não é quadrado, na prática, é motivo de embaraço e vergonha.

Estou lendo de novo o livro da Simone Beauvoir intitulado "A Velhice". Terrível. A sociedade tem um lindíssimo ideal para os velhos: cabelos brancos, ricos em experiências, pacientes, sábios, tolerantes, perdoadores.

A sociedade lhes atribui virtudes de seres angelicais muito diferentes dos seres humanos normais. Os direitos comuns a jovens e adultos, os velhos deixaram de ter. Diz a Simone: "Se os velhos apresentarem os mesmos desejos, os mesmos sentimentos e as mesmas exigências dos jovens, o mundo olhará para eles com repulsa: neles o amor e o ciúme parecem revoltantes e absurdos, a sexualidade é repulsiva, a violência, ridícula".

Mas a verdade sobre os velhos foi Marcel Proust quem disse: "Um velho é apenas um adolescente que viveu demais". No corpo de um velho continua vivo um adolescente. A sociedade tudo faz para se livrar desse intruso inconveniente. Esconde-o atrás de uma máscara sorridente, mata-o secretamente e enterra-o num túmulo de hipocrisias. Mas o adolescente ressurge da morte ao terceiro dia.

Hoje portanto, convido você, classificado como velho, a soltar o adolescente que mora no seu corpo. Faça uma coisa insólita, proibida, que horrorizaria os jovens. Vá com a sua mulher a um motel. Compre uma cueca, jovem, colorida. Compre uma calcinha sexy, com rendinhas. Vá a um barzinho, meta-se no meio dos moços. Cancele sua viagem para Fátima: prefira a chapada Diamantina ou vá nadar em Bonito. Compre jeans, tênis e camisetas. E, se você tiver coragem, compre um blazer vermelho. Eu comprei e vou usá-lo. Depois descobri que o Jether não comprou só pra não despertar suspeitas. O adolescente dele está sempre solto. Jesus Cristo ressuscitou dos mortos. Aleluia!

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A pura realidade oculta

Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para frente do que já vivi até agora.

Sinto-me como aquele menino que ganhou uma bacia de jabuticabas. As primeiras, ele chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço.

Já não tenho tempo para lidar com mediocridades. Não quero estar em reuniões em que desfilam egos inflados. Não tolero gabolices.

Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e êxito.

Já não tenho tempo para projetos megalomaníacos. Não participarei de conferências que estabelecem prazos utópicos para reverter a miséria do mundo.

Não vou mais a workshops nos quais se ensina poucos a conseguir milhões enquanto milhôes têm tão pouco.

Não quero que me convidem para eventos de uma noite com a proposta de abalar o milênio.

Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas que, apesar da idade cronológica, negam-se a amadurecer.

Não quero ver os ponteiros do relógio avançando durante confrontações para tirar os fatos a limpo.

Detesto fazer acareação de desafetos que brigaram pelo majestoso cargo de secretário do coral.

Já não tenho tempo para debater vírgulas, detalhes cotidianos sutis ou as diferentes traduções de textos sagrados.

Não quero explicar que não me incomodo com a Nova Versão Internacional das Escrituras, só porque há um grupo que a considera herética.

Lembrei-me agora de Mário de Andrade que afirmou: - "As pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos".

Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos. Já não tenho tempo para ficar explicando aos medianos se estou ou não perdendo a fé, por que admiro a poesia do Chico Buarque, a voz de Elis Regina; os livros de Machado de Assis, Ernest Hemingway e José Lins do Rego.

Sem muitas jabuticabas na bacia, quero viver ao lado de gente humana - muito humana -, que sabe rir de seus tropeços, que não se ilude com triunfos, que não se considera imune aos erros e à dor, que não foge de sua mortalidade, que defende a dignidade dos marginalizados e deseja andar humildemente com Deus.

Caminhar perto dessas pessoas nunca será perda de tempo!

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Ganhei coragem

Rubem Alves

"Mesmo o mais corajoso entre nós só raramente tem coragem para aquilo que ele realmente conhece", observou Nietzsche. É o meu caso. Muitos pensamentos meus, eu guardei em segredo. Por medo. Alberto Camus, leitor de Nietzsche, acrescentou um detalhe acerca da hora em que a coragem chega:

"Só tardiamente ganhamos a coragem de assumir aquilo que sabemos".

Tardiamente. Na velhice. Como estou velho, ganhei coragem.

Vou dizer aquilo sobre o que me calei:

"O povo unido jamais será vencido", é disso que eu tenho medo.

Em tempos passados, invocava-se o nome de Deus como fundamento da ordem política.

Mas Deus foi exilado e o "povo" tomou o seu lugar: a democracia é o governo do povo. Não sei se foi bom negócio; o fato é que a vontade do povo, além de não ser confiável, é de uma imensa mediocridade. Basta ver os programas de TV que o povo prefere.

A Teologia da Libertação sacralizou o povo como instrumento de libertação histórica. Nada mais distante dos textos bíblicos.

Na Bíblia, o povo e Deus andam sempre em direções opostas. Bastou que Moisés, líder, se distraísse na montanha para que o povo, na planície, se entregasse à adoração de um bezerro de ouro. Voltando das alturas, Moisés ficou tão furioso que quebrou as tábuas com os Dez Mandamentos.

E a história do profeta Oséias, homem apaixonado!

Seu coração se derretia ao contemplar o rosto da mulher que amava!

Mas ela tinha outras idéias. Amava a prostituição.

Pulava de amante e amante enquanto o amor de Oséias pulava de perdão a perdão.

Até que ela o abandonou.

Passado muito tempo, Oséias perambulava solitário pelo mercado de escravos.

E o que foi que viu? Viu a sua amada sendo vendida como escrava.

Oséias não teve dúvidas. Comprou-a e disse: "Agora você será minha para sempre." Pois o profeta transformou a sua desdita amorosa numa parábola do amor de Deus.

Deus era o amante apaixonado. O povo era a prostituta.

Ele amava a prostituta, mas sabia que ela não era confiável.

O povo preferia os falsos profetas aos verdadeiros, porque os falsos profetas lhe contavam mentiras. As mentiras são doces; a verdade é amarga.

Os políticos romanos sabiam que o povo se enrola com pão e circo.

No tempo dos romanos, o circo eram os cristãos sendo devorados pelos leões. E como o povo gostava de ver o sangue e ouvir os gritos!

As coisas mudaram. Os cristãos, de comida para os leões, se transformaram em donos do circo.

O circo cristão era diferente: judeus, bruxas e hereges sendo queimados em praças públicas.

As praças ficavam apinhadas com o povo em festa, se alegrando com o cheiro de churrasco e os gritos. Reinhold Niebuhr, teólogo moral protestante, no seu livro "O Homem Moral e a Sociedade Imoral" observa que os indivíduos, isolados, têm consciência. São seres morais.

Sentem-se "responsáveis" por aquilo que fazem.

Mas quando passam a pertencer a um grupo, a razão é silenciada pelas emoções coletivas.

Indivíduos que, isoladamente, são incapazes de fazer mal a uma borboleta, se incorporados a um grupo tornam-se capazes dos atos mais cruéis.

Participam de linchamentos, são capazes de pôr fogo num índio adormecido e de jogar uma bomba no meio da torcida do time rival. Indivíduos são seres morais.

Mas o povo não é moral.

O povo é uma prostituta que se vende a preço baixo.

Seria maravilhoso se o povo agisse de forma racional, segundo a verdade e segundo os interesses da coletividade. É sobre esse pressuposto que se constrói a democracia.

Mas uma das características do povo é a facilidade com que ele é enganado. O povo é movido pelo poder das imagens e não pelo poder da razão.

Quem decide as eleições e a democracia são os produtores de imagens.

Os votos, nas eleições, dizem quem é o artista que produz as imagens mais sedutoras.

O povo não pensa.

Somente os indivíduos pensam.

Mas o povo detesta os indivíduos que se recusam a ser assimilados à coletividade.

Uma coisa é a massa de manobra sobre a qual os espertos trabalham.

Nem Freud, nem Nietzsche e nem Jesus Cristo confiavam no povo.

Jesus foi crucificado pelo voto popular, que elegeu Barrabás.

Durante a revolução cultural, na China de Mao-Tse-Tung, o povo queimava violinos em nome da verdade proletária.

Não sei que outras coisas o povo é capaz de queimar.

O nazismo era um movimento popular. O povo alemão amava o Führer.

O povo, unido, jamais será vencido!

Tenho vários gostos que não são populares.

Alguns já me acusaram de gostos aristocráticos. Mas, que posso fazer?

Gosto de Bach, de Brahms, de Fernando Pessoa, de Nietzsche, de Saramago, de silêncio; não gosto de churrasco, não gosto de rock, não gosto de música sertaneja, não gosto de futebol.

Tenho medo de que, num eventual triunfo do gosto do povo, eu venha a ser obrigado a queimar os meus gostos e a engolir sapos e a brincar de "boca-de-forno", à semelhança do que aconteceu na China.

De vez em quando, raramente, o povo fica bonito.

Mas, para que esse acontecimento raro aconteça, é preciso que um poeta entoe uma canção e o povo escute:

"Caminhando e cantando e seguindo a canção.",

Isso é tarefa para os artistas e educadores.

O povo que amo não é uma realidade, é uma esperança.

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Quando eu ficar velho

Equipe de Redação do Momento Espírita, com base em um fato real e no livro de Rubem Alves intitulado: Mansamente pastam as ovelhas

No quarto do hospital, onde a esposa estava internada sob tratamento intensivo, com vários equipamentos ligados ao seu corpo, monitorando cada sinal vital, o esposo a observava, com ar de tristeza.

A filha se esmerava em cuidados e carinho junto ao leito da mãe.

De repente, o marido aproximou-se da filha e lhe disse, com convicção: "quando eu ficar velho, desejo estar numa cidade onde não tenha hospitais, pois não quero ficar dessa maneira, sob um leito, totalmente dependente."

Um desejo natural, com certeza, que muitos de nós alimentamos.

O que vale a pena ressaltar, é que o esposo tem 92 anos de idade...

E não se acha velho... Porque velho ele realmente não é, apesar de ser idoso.

Ele é um nobre e dedicado advogado que mantém o mesmo entusiasmo e motivação da sua mocidade.

Com sua jovialidade, de espírito lúcido, não se deixou levar pela idade...

Não permitiu que a soma dos anos lhe pesassem sobre os ombros, sempre eretos e dispostos às responsabilidades que a vida lhe apresenta.

Ele já viveu 92 primaveras no corpo físico, mas não é um velho.

Já teve muitas desilusões, como todo mundo, mas não permitiu que isso o tornasse amargo.

Ele assistiu duas guerras mundiais, mas não deixou que seus sonhos fossem soterrados sob os escombros da violência.

Aceitou as dificuldades da caminhada como desafios, e nunca como obstáculos a impedir seus passos na estrada da evolução.

Usou sempre a moderação como guia seguro nas horas de decisão.

Jamais se deixou levar pelos apelos da inferioridade que arrastam muitos homens pelas veredas da desonra.

Um homem íntegro, bom esposo, bom pai, bom irmão e amigo, um cidadão correto.

É um espírito valente, respeitador dos valores morais; é um grande homem.

Por todas essas razões ele não é um velho...

Para ser velho não precisa ser idoso, basta fechar-se na concha escura do egoísmo, dos preconceitos, da vilania, do orgulho.

Existem pessoas de pouca idade que estão com a alma enrugada pela corrupção, pela prepotência, pela soberba, pela violência interna, pela deslealdade, pela depressão.

São jovens na idade mas esclerosados nos sentidos.

Não estão dispostos a renovar atitudes, a aprender novas lições, a libertar-se dos preconceitos e dos vícios aos quais se acorrentam cada vez mais.

Têm corpo jovem e mente envelhecida, cristalizada em idéias das quais não abrem mão.

Dessa forma, podemos entender que juventude e velhice são estados d'alma, independentes da idade cronológica.

Jovem é todo aquele que tem disposição de viver, de crescer, de rever atitudes e aprender sempre.

Jovem é quem tem esperança, quem aposta na vida, quem enfrenta desafios com um sorriso nos lábios e fé no futuro.

Pense nisso!

Rubem Alves, o ilustre educador que já sentiu perfume de flores em mais de setenta primaveras, em seu livro intitulado: "Mansamente pastam as ovelhas", escreveu o seguinte:

"Balançar é o melhor remédio para a depressão. Quem balança vira criança de novo.Razão por que eu acho um crime que nas praças públicas só haja balanços para crianças pequenas."

Há de haver balanços grandes para os grandes!

Já imaginaram o pai e a mãe, o avô e a avó, balançando?

Riram?

Absurdo?

Entendo.

Vocês estão velhos.

Têm medo do ridículo. Seu sonho fundamental está enterrado debaixo do cimento.

Eu já sou avô e me rejuvenesço balançando até tocar a ponta do pé na folha do caquizeiro, onde meu balanço está amarrado!"

Pense nisso, e liberte o jovem que existe em você!

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O Pássaro Encantado

Rubem Alves

Era uma vez uma menina que tinha como seu melhor amigo, um Pássaro Encantado.

Ele era encantado por duas razões:

Primeiro porque ele não vivia em gaiolas.

Vivia solto.

Vinha quando queria.

Vinha porque a amava.

Segundo, porque sempre que voltava suas penas tinham cores diferentes, as cores dos lugares por onde tinha voado.

Certa vez voltou com penas imaculadamente brancas, e ele contou estórias de montanhas cobertas de neve.

Outra vez suas penas estavam vermelhas, e ele contou estórias de desertos incendiados pelo sol.

Era grande a felicidade quando estavam juntos.

Mas sempre chegava o momento quando o pássaro dizia: "Tenho de partir."

A menina chorava e implorava:

"Por favor não vá, fico tão triste. Terei saudades e vou chorar..."

"Eu também terei saudades", dizia o pássaro.

"Eu também vou chorar. Mas vou lhe contar um segredo: eu só sou encantado por causa da saudade que faz com que as minhas penas fiquem bonitas. Se eu não for não haverá saudade. E eu deixarei de ser o Pássaro Encantado e você deixará de me amar."

E partia. A menina sozinha, chorava.

E foi numa noite de saudade que ela teve a idéia:

"Se o Pássaro não puder partir, ele ficará. Se ele ficar, seremos felizes para sempre. E para ele não partir basta que eu o prenda numa gaiola."

Assim aconteceu.

A menina comprou uma gaiola de prata, a mais linda. Quando o pássaro voltou eles se abraçaram, ele contou histórias e adormeceu.

A menina, aproveitando-se do seu sono, o engaiolou. Quando o pássaro acordou ele deu um grito de dor.

"Ah! Menina...que é isso que você fez? Quebrou-se o encanto. Minhas penas ficarão feias e eu me esquecerei das histórias. Sem a saudade o amor irá embora..."

A menina não acreditou.

Pensou que ele acabaria por se acostumar.

Mas não foi isso que aconteceu.

Caíram suas plumas e o penacho.

Os vermelhos, os verdes e os azuis das penas transformaram-se num cinzento triste.

E veio o silêncio: deixou de cantar.

Também a menina se entristeceu.

Não era aquele o pássaro que ela amava.

E de noite chorava pensando naquilo que havia feito com seu amigo... até que não mais agüentou.

Abriu a porta da gaiola.

"Pode ir, Pássaro", ela disse. "Volte quando você quiser..."

"Obrigado, menina", disse o Pássaro.

"Irei e voltarei quando ficar encantado de novo. E você sabe: só voltarei a ser encantado, quando a saudade voltar dentro de mim e dentro de você."

A indiferença

Rubem Alves

Nós não vemos o que vemos,
nós vemos o que somos.
Só veem as belezas do mundo
aqueles que têm belezas dentro de si.

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Que tipo de apego você tem?

Elaine Lilli Fong

O apego está relacionado ao agarrar-se. Agarrar algo é um ato superficial, não existencial. Todos nós somos apegados à alguma coisa, entretanto sabemos o quanto sofremos quando temos que abrir mão daquilo que estamos apegados. Saiba que o apego limita nossos verdadeiros desejos. Quando estamos apegados ... não estamos seguindo o fluxo da natureza.

A natureza é desapegada. Por exemplo, quando um pássaro bota um ovo, a mãe está presente até o momento em que seu filhote nasce, cresce e fica forte. Depois, o pequeno pássaro vai buscar o seu próprio caminho. A mãe não se apega ao filhote que agora já é um adulto.

Existem diversas formas de apego as quais podemos renunciar. Faça uma reflexão interna e perceba qual apego que existe hoje em sua vida e qual você já está disposto a deixar fluir:

Tipos de Apego

Apego ao ego

Está relacionado a idéias e pensamentos fixos, sendo que pessoas apegadas ao ego são menos compreensíveis e mais preconceituosas. Atividades junto à natureza propiciam uma quietude interna, onde observamos menos conflitos de egos. Por exemplo, imagine-se em uma caminhada na trilha de uma floresta com outras pessoas. Geralmente, as pessoas estão mais interessadas nas paisagens, no clima, nos animais que poderão surgir, sentindo e curtindo o que a natureza tem de bom.

Um outro exemplo acontece nos retiros espirituais: exigimos menos e somos exigidos menos também, portanto, não há nada que precisa ser provado. Na vida cotidiana estamos sempre pensando em termos de "meu espaço", "meu tempo", "meu trabalho", "meus objetos", "meus amigos". Quando largamos tudo isso, podemos assim permitir que outros entrem em nossas vidas tornando-se mais próximos de nós mesmos.

Apego à opiniões estreitas

Ocorre quando o indivíduo está apegado a concepções que não funcionam. Pode ocorrer, também, quando a pessoa estabelece uma opinião fixa em relação à vida de outra pessoa. Essas pessoas costumam projetar os seus desejos e opiniões em cima das outras, sendo que a última palavra deverá ser a dela, tornando a situação desagradável. Uma solução seria usar uma percepção meditativa, sem julgamentos, para abrir nossas mentes e fluir com as idéias - em vez de se fixar nelas.

Apego ao princípio do prazer e da dor

Podemos perceber esse apego em pessoas dependentes de bebidas, chocolates, vícios, romances que nunca dão certo, família etc. Ficamos tão presos as rotinas familiares de relacionamentos dolorosos que nem sabemos mais como soltá-las e caminhar em outra direção mesmo quando fica evidente que isto é o que nos convém.

Apego a ritos e rituais vazios

Ocorre quando as pessoas se agarram a dogmas vazios o tempo todo, não sendo capazes de abrirem suas mentes e pensar por si mesmos porque acreditam em alguma coisa simplesmente porque foi dito por alguma autoridade ou porque está escrito em um livro.

Apego à visão limitada e míope que só é capaz de enxergar a partir de um único ponto de vista

Quando expandimos nossa auto-percepção, passamos a ver, ouvir e sentir a partir de um outro ponto de vista, mais amplo. Podemos sentir a fragrância divina ou intuirmos uma presença impalpável, porém autêntica. Ao nos sentirmos compelidos a aprender e amar, precisamos olhar com mais profundidade para as complexidades de nossas experiências, com todos os seus diversos níveis interligados, dimensões variadas e múltiplas formas de existência.

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A Borboleta Encantada

Eda Carneiro da Rocha "Poeta Amor"

Veio voando, suavemente...

Pousou na minha mão, na minha vida, esvoaçante, nada querendo, apenas sorver o mel das flores.

Afinal, era só uma borboletinha que mais poderia querer?

Veio de outras plagas, voando por céus azuis, rosas, mesclados.

Estava cansadinha de tanto voar...

Um dia, avistou um jardim secreto e entrou.

Pousou nos camarões, nas rosas, nos hibiscos.

Que festa!

Quem moraria nessa casa onde havia tantas flores, tanto mel para alimentá-la?

Pensou: "Poderei ficar aqui? Não serei enxotada, como em tantas outras?
Poderei sorver todo esse néctar que preciso para viver?"

E não pensou mais.

Simplesmente ficou e se tranformou "mutatis mutante" no amor.

E com suas, últimas asas se perpetuou numa outra borboleta para ter companhia para não mais voar só.

E ela nasceu e ficaram duas a voar, nesse mesmo jardim, encantado que era.

E nunca mais se separaram pois o Amor havia nascido num simples vôo que ela ousou dar!

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Saudades

Pablo Neruda

Saudade, solidão acompanhada,
é quando o amor ainda não foi embora, mas o amado, já...
Saudade é amar um passado que ainda não passou,
é recusar um presente que nos machuca,
é não ver um futuro que nos convida...
Saudade é sentir que existe o que não existe mais...
Saudade é o inferno dos que perderam,
é a dor dos que ficaram para trás,
é o gosto de morte na boca dos que continuam...
Só uma pessoa no mundo deseja sentir saudade:
aquela que nunca amou.
E esse é o maior dos sofrimentos:
Não ter por quem sentir saudades, passar pela vida e não viver,
pois o maior dos sofrimentos é nunca ter sofrido.

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O Cochicho de Deus

O jovem tinha perdido o emprego e estava meio desorientado. Ficou sabendo de um velho senhor dito como muito sábio por suas palavras sempre conscientes. Então resolveu ir encontrar-se com o velho senhor.

Ao encontrá-lo, o jovem cerrou os punhos e disse em alta voz,

— Implorei a Deus para que dissesse algo para me ajudar. Diga-me, por que Deus não me responde?

O velho senhor sentou-se calmamente à sombra de uma árvore próxima e falou algo em resposta - algo tão silencioso que era inaudível. O rapaz se aproximou um pouco mais e perguntou, em voz normal:

— O que foi que o senhor disse?

O velho senhor repetiu, mas novamente num tom muito baixo, como um cochicho.

Então o rapaz chegou ainda mais perto e se inclinou em direção ao senhor.

— Me desculpe, ele disse calmamente. Eu ainda não consegui escutar.

Com suas cabeças muito próximas, o velho e sábio senhor falou mais uma vez,

— "Deus, às vezes, cochicha, então precisaremos estar bem perto dele para ouvi-lo. "

Desta vez o rapaz escutou e entendeu.

Todos queremos que a voz de Deus ressoe como um trovão pelo ar, como resposta aos nossos problemas, mas a voz de Deus, na maioria das vezes, nos vem baixinha... num suave cochicho.

Se eu estiver próximo Dele o suficiente, eu escutarei, entenderei e encontrarei minha resposta, e melhor ainda, me acharei perto de Deus.

Tradução de SergioBarros
Autoria desconhecida

Detalhes

Há certas horas, que não precisamos de um amor, não precisamos da paixão desmedida. Não queremos beijo na boca e nem corpos a se encontrar na maciez de uma cama.

Há certas horas que só queremos a mão no ombro, o abraço apertado, ou mesmo o estar ali, quietinho ao lado, sem nada dizer.

Há certas horas, quando sentimos que estamos para chorar, que desejamos uma presença amiga, a nos ouvir paciente, a brincar com a gente, a nos fazer sorrir...

Alguém que ria de nossas piadas sem graça, que ache nossas tristezas as maiores do mundo! que nos teça elogios sem fim... E que apesar de todas essas mentiras úteis, nos seja de uma sinceridade inquestionável.

Que nos mande calar a boca ou nos evite um gesto impensado; Alguém que nos possa dizer: "Acho que você está errado, mas estou do seu lado"... Ou alguém que apenas diga: "Sou seu amigo" !

Alguém que possua um coração muito grande, maior que a sua própria vontade de ser diferente, e que por mais que precise e queira ser, ouça e olhe nos olhos como se fosse o outro.

Há momentos que não se pode deixar passar sem um abraço carinhoso e um aperto de mão. São pequenos detalhes que transformam e podem acalentar um coração.

Quando a força e a fé nos faltarem, precisamos ter uma alma diferente daquela que sempre cruza nossos caminhos e que essa pessoa possa trazer novamente um sol diferente e um calor gostoso.

Se você acaso puder ser alguém diferente, seja, não se iluda. Muitas vezes mais vale um ombro onde se possa encostar a cabeça e contar segredos e mágoas, do que ter um alguém a mais.

Quando você puder ser esse alguém diferente, acredite, o meu coração ficará feliz porque com certeza eu saberei que encontrei o que sempre procurei: um grande amigo!

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Toda raiva tem origem no desejo

Por Emilce Shrividya

Como nos diz a Bhagavad Gita, uma escritura essencial do Yoga, os piores inimigos que temos na Terra podem ser encontrados em nossa própria mente: desejo e raiva. Um não está separado do outro.

Quando um desejo é frustrado, ele se transforma em raiva. E junto de um desejo existe outro desejo, e desse modo continuamos alimentando a raiva nesta cadeia infindável de desejos.

A raiva surge de nossos desejos insatisfeitos, de nossas mágoas, frustrações, decepções e gera infelicidade.

O ódio e a raiva são considerados as maiores emoções negativas ou aflitivas por serem os maiores obstáculos da bondade, da compaixão e do altruísmo e também por destruírem nossas virtudes e nossa tranqüilidade mental. Com a raiva perdemos os méritos de nossos bons pensamentos e de nossas boas ações.

Seis tipos de pessoas são tristes

No grande poema épico indiano, Mahabharata é dito:

Seis tipos de pessoas são tristes:

  1. Aquelas que têm inveja dos outros
  2. Aquelas que odeiam os outros
  3. Aquelas que estão descontentes
  4. Aquelas que vivem da fortuna dos outros
  5. Aquelas que são desconfiadas
  6. Aquelas que têm raiva

Verdadeiramente, é a raiva que produz as outras cinco condições que causam a tristeza.

E essa raiva assume muitas formas, muitas facetas como: aflição, ressentimento, contrariedade, mau humor, aspereza, animosidade, explosões de raiva, ira, rancor, crises de choro e soluço. Muitas vezes, as lágrimas não são sinais de fraqueza, mas a força da raiva.

A raiva envenena corpo e mente

Ataques de raiva e de mau humor produzem danos sérios nas células do cérebro, envenenam o sangue, causam insônia, depressão e pânico; suprimem a secreção dos sucos gástricos e da bílis nos canais digestivos, criando gastrites e úlceras, esgotam a energia e vitalidade, causam problemas cardíacos, provocam velhice prematura e encurtam a vida.

Quando você se zanga, sua mente fica perturbada e isto reflete em seu corpo que sente distúrbios. Todo o sistema nervoso se agita e você se enerva, perdendo a harmonia, a eficiência de agir, o vigor e o entusiasmo.

A raiva é uma energia poderosa que precisa ser dissolvida para que você possa ser mais livre e saudável.

É muito importante saber que ninguém provoca raiva em você, ela é criada por você. Já existe em você acumulada desde a infância... De repente, isto é acionado por alguma palavra ou por alguma ação de alguém e você experimenta uma raiva, às vezes inapropriada, sem motivo.

Se não temos controle sobre nossa mente que vagueia a todo instante, perdemos o controle e, a raiva brota muito forte de nosso interior, nos destruindo e magoando.

Geralmente esta raiva começa quando somos crianças. Quando não conseguíamos o que desejávamos, ficávamos zangados e nossos pais faziam o que queríamos. Assim aprendemos que podíamos ficar zangados porque isto funcionava para alcançar nossos desejos.

Muitas vezes, as pessoas falam o que não querem, são dominadas pela raiva e explodem causando inimizades, mágoas e conflitos. E depois dizem: "Perdi a cabeça! Não tenho controle sobre minha mente ou emoções! Mas o que posso fazer? Eu sou assim mesmo. Não vou mudar!"

Porém, elas precisam entender que estão prisioneiras de camadas densas e sólidas de raiva e de desejos insatisfeitos. Se não despertarem para a necessidade urgente de começar a fazer algo a respeito, elas vão viver em total infelicidade, no meio de suas próprias negatividades. Isto é viver em um verdadeiro inferno interior.

Colocar a raiva para fora apenas agrava esta emoção negativa e a faz crescer ainda mais. Se deixarmos isto sem controle, expressando nossa raiva cada vez mais, ela não vai se reduzir e sim aumentar, gerando mais dor e inquietude para nós.

Pare o ciclo da raiva

Na Bhagavad Gita, o Senhor Krishna diz: "Ó Arjuna, deixe de pensar em seus inimigos externos. Em vez disto, conquiste seus inimigos internos".

O Yoga diz que precisamos observar a raiva, analisá-la; aprender a lidar com ela e a dissolvê-la através da contemplação e da meditação.

Pratique a meditação e perceba seus efeitos. Sinta o apaziguamento. Perceba como sua mente se torna pacífica e serena e como isto lhe apóia durante o seu dia.

Contemple, sem julgamento e culpa, os fatores que deram origem à manifestação da raiva, aprendendo a se conhecer melhor.

É importante reconhecer os erros para corrigi-los e agir melhor no futuro. Peça desculpas, treinando a humildade, que é a virtude das pessoas fortes e corajosas.

Compreenda que ninguém é perfeito. Cada um de nós fez algo de errado. É da condição humana. O importante é aprender com nossos erros sem a atitude de censura ou crítica excessiva por nós mesmos, pois esta autopunição é fonte de sofrimento para nós. E quando vamos entendendo isto, nos tornamos mais tolerantes com as falhas das outras pessoas e sentimos menos raiva.

Liberte-se do sentimento de culpa, porque se você se culpa você alimenta ainda mais a sua raiva e se torna prisioneiro deste ciclo vicioso. A culpa gera mais baixa-estima e você cai na armadilha do ego e, como conseqüência passa a ser mais limitado, amargurado, infeliz. Este é o estado de escravidão do ego que nos faz sentir pequenos, inferiores.

Baba Muktananda, em seu livro Encontrei a vida, nos conta que certa vez perguntaram à grande santa Rabi'a:

— Você alguma vez sente raiva?

— Sim, replicou ela, mas só quando me esqueço de Deus.

Contemple essas palavras e compreenda que ao lembrar-se de Deus, ao desenvolver virtudes divinas, não haverá espaço para a raiva em seu interior e assim, você poderá ser mais livre e feliz. Fique em paz!

Referências bibliográficas

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Atritos

Roberto Crema

Ninguém muda ninguém; ninguém muda sozinho; nós mudamos nos encontros. Simples, mas profundo, preciso.

É nos relacionamentos que nos transformamos.

Somos transformados a partir dos encontros, desde que estejamos abertos e livres para sermos impactados pela idéia e sentimento do outro.

Você já viu a diferença que há entre as pedras que estão na nascente de um rio, e as pedras que estão em sua foz?

As pedras na nascente são toscas, pontiagudas, cheias de arestas. À proporção que elas vão sendo carregadas pelo rio, sofrendo a ação da água e se atritando com as outras pedras, ao longo de muitos anos, elas vão sendo polidas, desbastadas.

Assim também agem nossos contatos humanos: sem eles, a vida seria monótona, árida.

A observação mais importante é constatar que não existem sentimentos, bons ou ruins, sem a existência do outro, sem o seu contato.

Passar pela vida sem se permitir um relacionamento próximo com o outro, é não crescer, não evoluir, não se transformar.

É começar e terminar a existência com uma forma tosca, pontiaguda, amorfa. Quando olho para trás, vejo que hoje carrego em meu ser várias marcas de pessoas extremamente importantes. Pessoas que, no contato com elas, me permitiram ir dando forma ao que sou, eliminando arestas, transformando-me em alguém melhor, mais suave, mais harmônico, mais integrado.

Outras, sem dúvida, com suas ações e palavras me criaram novas arestas, que precisaram ser desbastadas. Faz parte.

Reveses momentâneos. Servem para o crescimento. A isso chamamos experiência.

Penso que exista algo mais profundo ainda nessa análise.

Começamos a jornada da vida como grandes pedras, cheias de excessos. Os seres de grande valor, percebem que ao final da vida, foram perdendo todo os excessos que formavam suas arestas, se aproximando cada vez mais de sua essência, e ficando cada vez menores, menores, menores. Quando finalmente aceitamos que somos pequenos, ínfimos, dada a compreensão da existência e importância do outro, e principalmente da grandeza de Deus, é que finalmente nos tornamos grandes em valor. Já viu o tamanho do diamante polido, lapidado? Sabemos quanto se tira de excesso para chegar ao seu âmago. É lá que está o verdadeiro valor.

Pois Deus fez a cada um de nós com um âmago bem forte e muito parecido com o diamante bruto, constituído de muitos elementos, mas essencialmente de amor. Deus deu a cada um de nós essa capacidade, a de amar.

Mas temos que aprender como. Para chegarmos a esse âmago, temos que nos permitir, através dos relacionamentos, ir desbastando todos os excessos que nos impedem de usá-lo, de fazê-lo brilhar. Por muito tempo em minha vida acreditei que amar significava evitar sentimentos ruins. Não entendia que ferir e ser ferido, ter e provocar raiva, ignorar e ser ignorado faz parte da construção do aprendizado do amor. Não compreendia que se aprende a amar sentindo todos esses sentimentos contraditórios e ... os e superando.

Ora, esses sentimentos simplesmente não ocorrem se não houver envolvimento. E envolvimento gera atrito. Minha palavra final: ATRITE-SE !

Não existe outra forma de descobrir o amor. E sem ele a vida não tem significado.

Apóstolo Paulo: "Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine. E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria.

E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria". (1 Co 13:1-3)

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A aranha

Uma vez um homem estava sendo perseguido por vários malfeitores que queriam matá-lo.

O homem, correndo, virou em um atalho que saía da estrada e entrava pelo meio do mato e, no desespero, elevou uma oração a Deus da seguinte maneira:

— "Deus Todo Poderoso fazei com que dois anjos venham do céu e tapem a entrada da trilha para que os bandidos não me matem !!!"

Nesse momento escutou que os homens se aproximavam da trilha onde ele se escondia e viu que na entrada da trilha apareceu uma minúscula aranha.

A aranha começou a tecer uma teia na entrada da trilha.

O homem se pôs a fazer outra oração cada vez mais angustiado:

— "Senhor, eu vos pedi anjos, não uma aranha."

— "Senhor, por favor, com tua mão poderosa coloca um muro forte na entrada desta trilha, para que os homens não possam entrar e me matar..."

Abriu os olhos esperando ver um muro tapando a entrada e viu apenas a aranha tecendo a teia.

Estavam os malfeitores entrando na trilha, na qual ele se encontrava esperando apenas a morte.

Quando passaram em frente da trilha o homem escutou:

— "Vamos, entremos nesta trilha !"

— "Não, não está vendo que tem até teia de aranha !? Nada entrou por aqui. Continuemos procurando nas próximas trilhas".

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Falando com nossos botões

//Letícia Thompson //

Falamos conosco mesmos todos os dias, mesmo se nos custa confessar. Saber que todos fazem isso nos assegura, nos tira da classe dos anormais e nos coloca ao mesmo nível que outros seres humanos. Entretanto, temos que saber até onde vão os limites. Mas um louco consciente da sua loucura, já não é louco, mas um ser consciente das suas limitações.

Um momento a sós conosco é preciso e benéfico. Pessoas que sentem a necessidade constante de estar em movimento, no barulho, na agitação, evitam, muito provavelmente, de pensar nos próprios problemas, seja por medo de enfrentá-los, seja porque não sabem como resolvê-los.

O que ignoramos nos faz menos mal. Ao inverso, fechados demais e pensando demais é que algo também não vai bem. A boa medida, sempre e em tudo, traz equilíbrio para nossas vidas.

Em alguns momentos precisamos conversar com nossos botões. Ver e talvez, rever nossos conceitos da vida, nossas fragilidades, tentar encarar com honestidade nossos sentimentos em relação aos outros, uma forma de nos tornarmos pessoas mais sãs, mais preparadas para contribuir na construção do mundo.

Não podemos consertar o mundo se nós mesmos nos sentimos quebrados. A paz que damos é a que possuímos, então precisamos buscá-la, transformando as pedrinhas que nos machucam em pontes que nos ligarão a outras pessoas.

A solidão é um mal e queremos fugir dela. Mas nós atraímos ou afastamos as pessoas, segundo nossa vida, nossa maneira de enfrentar uma coisa ou outra.

Ninguém é responsável pela nossa vida. Somos grandes. Somos raios de sol e os que querem calor e luz se aproximarão. A nós cabe brilhar. E todos conheceremos a fonte. E para quem ainda não encontrou o caminho, é só procurar.

Desânimo

Letícia Thompson

Quem nunca encontrou no seu caminho uma pessoa que se lamenta o tempo todo? Pessoas a um tal nível de carência que nem elas se suportam.

Da mesma forma como podemos fazer com que nos amem nos valorizando, podemos fazer com que nos desprezem despertando nos outros esse tipo de sentimento.

Eu também já senti pena de mim algumas vezes. Todos, de uma forma ou de outra, um dia passam por isso.

Durante um período meio difícil, uma caminhada mais pedregosa é normal se deixar um pouco desanimar. Anormal é fazer disso parte da vida e pensar que outros vão nos seguir nessa direção, que vão nos apoiar.

O apoio vem sim, temporariamente, se as pessoas notam que fazemos alguma coisa no sentido de ir em frente. Mas mantenha-se nessa posição por muito tempo e você vai notar que as visitas, os telefonemas e até e-mails serão cada vez mais raros.

A gente estende a mão com o coração aberto, mas se o braço fica estendido por muito tempo, acaba doendo e nesse caso só temos duas opções: ou cedemos e caímos no buraco também, ou regressamos e deixamos a ajuda de lado. É muito pesado carregar as dores dos outros se elas só têm isso para oferecer.

Não que as pessoas se aproximem de outras somente com o intuito de receber, mas a vida é uma troca e, conscientes ou não, estamos sempre em busca de coisas boas e bonitas, de alegrias e felicidade.

Seja uma pessoa agradável e sorridente e você vai ver como outros vão procurar sua presença. Espalhe alegria, coisas boas e positivas. As pessoas vão se aproximar, vão querer estar sempre perto de você.

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Espinhos

Letícia Thompson

Vemos o mundo sempre de maneira plana e Deus vê o mundo por um todo.

Para o que não entendemos, procuramos explicação para que haja em nós satisfação.

E nesse olhar torto que temos da vida, nos enganamos quando nos colocamos de lado, separamos as pessoas como abençoadas ou não, merecedoras ou não de felicidade.

Uma parte mínima das pessoas não aceita esse destino todo feito e tenta mudar a situação. Porém uma grande parte baixa a cabeça, numa atitude de resignação.

Deus não coloca as pessoas nas mesmas categorias que nós. Pessoas abençoadas para Ele não são as que nunca ficam doentes, nunca enfrentam provações, que nunca se sentem rejeitadas ou culpadas e parecem ter uma vida tão perfeita que causam inveja.

Jó perdeu tudo e foi abençoado!!!

O apóstolo Paulo foi um homem abençoado. Deixou palavras, combateu o bom combate e até os dias de hoje nós somos beneficiados com seus ensinamentos.

Portanto, ele fala de um espinho, de algo que o incomodava e do qual queria se livrar. Quando ele se foi, carregou com ele esse espinho. O importante, como nos ensina, é que apesar de tudo guardou a fé.

Nós temos também nossos espinhos, cada um com o seu ou seus, que servem apenas para nos lembrar do quanto somos humanos.

Podemos ter muito mais certeza do amor das pessoas que nos amam apesar das nossas imperfeições que do amor daquelas que nos amam pelas nossas qualidades.

As primeiras vêem as qualidades e aceitam as diferenças, as outras correm o risco de se decepcionar dia ou outro.

Mas Deus, esse mesmo Deus que amou Paulo, nos ama incondicionalmente e nos abençoa. Ele nos ama se estamos doentes, se estamos carentes, nos sentimos sós e até se o desespero quer ficar maior que nossas forças.

Ele nos ama independente da nossa estatura, condição física ou personalidade.

Não podemos ver nossos espinhos como maldições, mas como algo que não impede nossa beleza, não impede que sejamos inteiros,sorridentes e felizes e alguma coisa boa e positiva na vida de alguém.

Ame-se o bastante para acreditar que você pode ser amado apesar de ser quem é, de ter o que tem.

Os espinhos não deformam as rosas,eles as tornam ainda mais belas, misteriosas e fascinantes.

Cuide-se e nunca desista da felicidade,não veja o mal como uma fatalidade, combata-o com amor e se ele ainda ficar, ame-se ainda e assim mesmo, porque Deus o ama assim, com seus defeitos, suas doenças, seu sentimento de abandono.

Saber que somos amados renova nossas forças, levanta nosso ânimo, nos abre portas e caminhos.

Somos todos bênçãos quando damos a mão, compartilhamos do pouco que temos e do muito que desejamos e nos vemos de igual para igual.

Somos todos abençoados, mesmo se nosso caminho é feito de pequenas pedras que machucam nossos pés. O importante mesmo é que elas não nos impeçam de caminhar.

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A aranha

Texto de Ricardo Orestes Forni, livro: Bom Dia Mesmo!

Em um jardim muito bem cuidado, balançava em sua própria teia uma aranha à espera de uma presa que nela ficasse enroscada.

Contudo, o inseto tinha um inimigo mortal na figura do proprietário da casa. Condoído dos pequeninos animais que eram vítimas do aracnídeo, procurava todos os dias desmanchar a rede impiedosa a qual representava a morte para os que nela se enrolassem.

Perdendo o seu artefato de caça representado pela bem tecida teia, a aranha refugiava-se por entre as folhas e à noite, quando o homem dormia, ela novamente confeccionava a sua armadilha.

Na manhã seguinte, a atitude do proprietário de desmanchar a moradia da aranha se repetia, e o animal fugia para salvar a si mesmo.

Esse procedimento foi-se repetindo até que, um dia, o homem mal-humorado, ao invés de atacar a teia refeita, preferiu aniquilar diretamente a sua autora, ou seja, matou o pobre inseto que apenas cumpria uma lei da Natureza ao instalar entre as folhas a sua rede e caça.

A "teimosia" biológica herdada pela aranha custara-lhe a própria vida!.


Quantas vezes nós, seres humanos dotados de inteligência e discernimento, não repetimos perante à Vida a atitude da aranha, que agia dentro do automatismo de sua espécie?

Tecemos várias espécies de teias com o material da desonestidade, da mentira, da maledicência, da impunidade, da calúnia, para apanhar um semelhante mais incauto.

Não nos lembramos, entretanto, de que o jardineiro da Vida que é o Criador, procura desfazer a rede do mal que utilizamos para vencer, envolvidos pelos resultados aparentes da vitória fugaz, utilizando-se do "espanador" da dor?!

Sim, a dor é o espanador divino utilizado pelas Leis Soberanas para desfazer a teia em que, certamente, acabaremos por prender a nós mesmos nas malhas do sofrimento!

Somos aranhas teimosas que tecemos todos os dias a nossa teia para apanhar aquilo que chamamos de vantagens da existência material tão passageira!

Entretanto, como possuímos uma inteligência, não precisamos repetir a operação da pequena aranha do jardim que acabou pagando com a própria vida a teimosia do seu gesto.

Ao invés de tecer teias que representam amarras a bloquearem a conquista da felicidade e da paz, construamos asas que nos permitam alçar vôos em direção da luz.

Você, eu, todos podemos conquistar a liberdade ao invés de tecer nossa própria prisão, por meio dos pequenos gestos de cada dia.

Quando o pessimismo bater à porta da sua casa mental, responda-lhe que está muito ocupado com o otimismo para atendê-lo.

Quando o ódio tentar fornecer material para que você teça a teia do mal, responda-lhe que está comprometido com o amor.

Quando a discórdia avizinhar-se de você, demonstre que já está comprometido com o amor.

Quando o orgulho tentar elevar os seus olhos sobre os semelhantes, reaja demonstrando compromisso com a humildade.

Quando o egoísmo falar alto dentro de você procurando dominá-lo através do grito, responda com mansidão para que fique bem claro o seu envolvimento com a caridade.

Quando a vaidade procurar exaltá-lo nas falsas alturas da vida, defenda-se com o escudo da simplicidade, arma segura contra o mal que se aproxima.

Você pode agir assim, bastando, para isso, querer.

Se por acaso as forças ameaçarem deixá-lo nesses momentos de fraqueza passageira, lembre-se da aranha que, por teimar na confecção da própria teia, acabou vítima de si mesma.

A inteligência que já alcançou graças ao seu esforço e por determinação da Divina Providência foi para que você seja o arquiteto da própria felicidade e não o algoz de si mesmo!

Você não é o pequeno inseto, você representa na Terra o exponencial da Criação!

Teça sim, sempre, a rede de amor para que o amor o envolva na paz e na felicidade de um bom dia, mas BOM DIA MESMO!!!

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Encontro de um coração

Certa vez encontrei um coração abandonado.Estava triste, machucado.

Perguntei:

— O que houve, pobre coração?

E ele olhando-me tristemente, respondeu...

— Sendo eu o órgão mais importante do corpo, tenho sofrido as dores que o cérebro me manda, com sua insensatez, acabo insensato também. Não penso, só sinto, e a cada desilusão, acabo assim... Em frangalhos. Acham-me forte, mas não passo de um sonhador. Sonho com um grande amor, puro verdadeiro, aquele amor que irá curar minhas tristezas, minhas desilusões. Eu já não sorria mais, a dor daquele coração, estava fazendo lágrimas brotarem dos meus olhos, mas me fiz de forte e continuei a ouvi-lo.

— Sabe moça, eu me engano sempre, quando penso que, enfim, encontrei meu porto seguro, vem nova decepção, e mais um pedaço meu se vai. Diga-me! Como posso deixar de sofrer, o que posso fazer para que não me machuquem mais?

Perdi a fala nesse momento...Fiquei sem resposta.

— Meu querido coração, infelizmente não tenho a resposta que queres ouvir.

Estamos vivos por isso erro, eu também tenho perambulado pelo mundo, à procura das mesmas respostas, e até agora o que encontrei foram palavras vagas.Mas eu creio ter uma idéia do que acontece, infelizmente não é só o coração que vêem, antes do coração, há um corpo, e por vezes, não são compatíveis, Veja só.Há pessoas que têm uns corpos lindos, vistosos, mas o coração vaga, sem teor nenhum, outros estão em um corpo nem tão vistoso, mas transbordando amor.Como vê, é só falta de sincronismo, o dia que encontrarmos a fórmula de unir os dois, talvez possamos parar de encontrar tantos iguais a você, assim, tristonhos, chorosos.

— É, minha amiga, creio que você tem razão, vou continuar minha busca, quem me sabe ainda encontre o que tanto procuro, obrigada pelas palavras de incentivo; elas me valeram muito. Boa sorte pra você também, espero que seu coração não esteja assim como eu, em frangalhos.

Bem, até um dia...

— Assim ele se foi, continuou seu caminho, me deixando aos prantos, nem consegui vê-lo partir, pois minhas lágrimas embaçavam minha visão.

Só me esqueci de um detalhe, como ele poderia ir-se. Não tinha como!

Como pode um coração se afastar de seu dono! É...Não tem!...Ele continua aqui, batendo forte no meu peito.

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A Pedra de Toque

Osho

Existe uma lenda que conta que, quando a grande biblioteca de Alexandria foi queimada, um livro foi salvo. Mas não era um livro de muito valor, por isso um homem pobre, que pouco sabia ler, comprou-o por uns tostões.

O livro não era realmente muito bom, mas nele havia algo interessantíssimo. Era um tipo de pergaminho, no qual estava escrito o segredo da "pedra-de-toque".

A pedra-de-toque era uma pedrinha comum, que podia transformar qualquer metal em ouro puro. No pergaminho estava escrito que era encontrada nas praias do Mar Negro, misturada a outras milhares e milhares de pedras exatamente iguais a ela. Mas o segredo era este: a pedra real era quente, enquanto as outras eram frias. Então, o homem vendeu os seus poucos pertences, comprou alguns mantimentos e foi acampar na praia, onde começou a testar as pedras.

Esse era seu plano: ele sabia que se pegasse as pedras comuns e as jogasse de volta ao chão, poderia pegar a mesma pedra centenas de vezes. Então, quando pegava uma fria, ele a jogava ao mar. Assim, passou uma semana, um mês, um ano, três anos... e o homem não encontrava a pedra de toque.

Mas, mesmo assim, ele continuava: pegava uma pedra, era fria, jogava-a no mar... e assim por diante. Imagine o homem fazendo isso por anos e anos: pegar uma pedra, senti-la fria, jogá-la no mar... de manhã até a noite, por anos e anos.

Mas, uma manhã, ele pegou uma pedra que estava quente, e jogou-a no mar. Ele criara o hábito de jogar as pedras no mar, vocês compreendem, e o hábito fez com que ele jogasse a pedra quente também, sem se dar conta que finalmente a encontrara. Pobre homem!

É assim que a mente funciona. A confiança é uma pedra de toque. Muito raramente você encontra alguém em quem você pode confiar.

Muito raramente você encontra um coração quente, amoroso, no qual pode confiar. Normalmente, você encontra pedras que parecem a pedra-de-toque, quase iguais, mas são frias. Por anos, desde a infância, você pega uma pedra, sente-a fria, e a joga no mar.

Um dia - fenômeno muito raro - , você encontra a verdadeira pedra de toque. Você a pega, sente que é quente, mas, mesmo assim, você a joga. Então, você irá chorar, sem saber como isso pôde acontecer. É um simples mecanismo. Desde a infância, você aprende a desconfiar.

Você é educado de tal maneira que não pode confiar. A dúvida foi colocada bem fundo no seu ser. Na verdade, é uma medida de segurança: se não duvidar, não sobreviverá. Você tem que olhar o mundo com olhos hostis, como se todos fossem seus inimigos. Ninguém é quente, ninguém é uma pedra de toque. Você não pode confiar nem em seus pais.

Aos poucos, a criança percebe que não existe ninguém em quem pode confiar. Os pais são muito contraditórios: dizem uma coisa e fazem outra. A criança sente-se confusa; é difícil para ela entender o que realmente a mãe quer. Na verdade, nem a própria mãe sabe. E, cada vez mais, a criança sente que é impossível confiar em alguém.

A Voz do Silêncio

Marta Medeiros

Pior do que a voz que cala é um silêncio que fala. Simples, rápido! E quanta força!

Imediatamente me vieram à cabeça situações em que o silêncio me disse verdades terríveis, pois você sabe, o silêncio não é dado a amenidades. Um telefone mudo. Um e-mail que não chega. Um encontro onde nenhum dos dois abre a boca.

Silêncios que falam sobre desinteresse, esquecimento, recusas.

Quantas coisas são ditas na quietude, depois de uma discussão. O perdão não vem, nem um beijo, nem uma gargalhada para acabar com o clima de tensão.

Só ele permanece imutável, o silêncio, a ante-sala do fim.

É mil vezes preferível uma voz que diga coisas que a gente não quer ouvir, pois ao menos as palavras que são ditas indicam uma tentativa de entendimento.

Cordas vocais em funcionamento articulam argumentos, expõem suas queixas, jogam limpo. Já o silêncio arquiteta planos que não são compartilhados. Quando nada é dito, nada fica combinado.

Quantas vezes, numa discussão histérica, ouvimos um dos dois gritar: "Diz alguma coisa, mas não fica aí parado me olhando!"

É o silêncio de um mandando más notícias para o desespero do outro.

É claro que há muitas situações em que o silêncio é bem-vindo. Para um cara que trabalha com uma britadeira na rua, o silêncio é um bálsamo. Para a professora de uma creche, o silêncio é um presente. Para os seguranças de um show de rock, o silêncio é um sonho.

Mesmo no amor, quando a relação é sólida e madura, o silêncio a dois não incomoda, pois é o silêncio da paz.

O único silêncio que perturba é aquele que fala. E fala alto! É quando ninguém bate à nossa porta, não há recados na secretária eletrônica e mesmo assim ... você entende a mensagem!

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Aprendendo a desprender-se

Denise precisou ser internada duas semanas antes do Natal, para uma cirurgia, e estava muito preocupada. Além dos quatro filhos para cuidar, ela pensava nas compras, presentes e enfeites a providenciar.

Quando abriu os olhos depois de ter dormido grande parte dos dois dias no hospital, após a cirurgia, olhou ao redor e viu algo semelhante a uma floricultura.

Buquês de flores se enfileiravam sobre o parapeito da janela. Cartões se empilhavam sobre a mesinha de cabeceira. Na prateleira, acima da pia, havia uma dúzia de rosas vermelhas enviada por seus pais, que moravam em outro estado.

O marido lhe disse que os amigos haviam preparado refeições para a família e se ofereceram para cuidar das quatro crianças.

Mais flores, disse a enfermeira, entrando no quarto e interrompendo os pensamentos da convalescente.

Ela abriu espaço entre as demais flores, para colocar outro belo arranjo colorido.

Acho que vamos ter de mandar a senhora para casa, disse sorridente. Não temos mais espaço aqui.

Enquanto Denise lia os cartões, ouviu alguém dizer: gostei das flores.

Era a companheira de quarto. Uma mulher de mais ou menos 40 anos, portadora de síndrome de Down.

Giane gostava de falar e não se cansava de dizer que estava ali para que o doutor desse um jeito no seu pé. Contou que morava em companhia de outras pessoas e desejava voltar a tempo para poder participar da festa de Natal.

Enquanto Giane foi para a cirurgia, Denise ficou olhando o quarto. O seu lado estava florido. O lado de Giane, nada. Nenhum cartão, nenhuma flor, nenhuma visita.

Vou oferecer a ela algumas de minhas flores, pensou.

Foi até a janela e escolheu um arranjo de flores vermelhas. Mas daí recordou que o arranjo ficaria muito bonito em sua mesa de Natal.

E as justificativas continuaram: as flores estão começando a murchar, a amiga que ofereceu ficaria ofendida, poderia enfeitar a casa com aquele arranjo.

Resultado: ela não conseguiu repartir nenhuma. Voltou para a cama e pensou que no dia seguinte, quando a loja abrisse, iria pedir para que entregassem algumas flores a Giane.

Giane voltou da cirurgia e uma funcionária do hospital lhe trouxe uma guirlanda de belas flores e a pendurou acima da sua cama.

Logo após o café, na manhã seguinte, a enfermeira retornou para dizer a Giane que ela iria para casa. A condução estava a caminho para buscá-la.

Ela ficou feliz pois chegaria a tempo para participar da festa de natal.

Arrumou as suas coisas enquanto Denise se entristeceu. A floricultura do hospital só iria abrir dali a duas horas.

Será que ela deveria oferecer uma das suas flores?

Giane vestiu seu casaco, sentou-se na cadeira de rodas para ser conduzida pela enfermeira. Quando estava na porta, pediu para voltar, como se estivesse esquecido algo.

Foi até sua cama, apanhou a guirlanda, aproximou-se de Denise e, levantando-se com certa dificuldade, a abraçou, deixando o enfeite em seu colo. Depois, se foi.

Enquanto ela saía do quarto, Denise não conseguiu dizer nada.

Segurou a pequena guirlanda nas mãos, com os olhos úmidos. O único presente de Giane e ela o tinha oferecido à companheira de quarto.

Então Denise entendeu que Giane possuía muito mais coisas do que ela mesma.

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Causa e efeito

Quem semeia vento colhe tempestade. Quem semeia felicidade colhe alegria.

Ao escolher um ou outro caminho, você cria o futuro, que começa aqui e agora. Coloque em ação o princípio do carma, ou da causa e efeito, com os seguintes passos:

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Elos do Passado

Walter Espírito Santo

Existe um dito popular que me incomoda hoje como nunca incomodou no passado. Certamente todos já ouviram que "Quem vive de passado é museu". Certamente eu disse muito isso no passado, quando me era conveniente, quando meu próprio passado era tão curto e recente que se misturava com os fatos do presente. Devo ter dito isso na mesma época e com a mesma convicção com que dizia "Não confie em ninguém com mais de trinta".

Não são raros hoje os momentos em que me pego pensando no passado. São lembranças tão intensas e com tanta riqueza que prefiro chamar de conexões com o passado. Considerando tudo que as cerca eu diria que lembranças é uma denominação muito vaga para a intensidade que esses elos possuem.

Na estrutura deste raciocínio, o termo lembranças se aplica quando retornam as nossas mentes, por exemplo, um caminho há muito não percorrido, um nome há muito não citado ou até mesmo uma música há muito não ouvida.

Quando me refiro a conexões, junto com estes caminhos surgem em nossa mente nuances de cada esquina; junto de cada nome, surge um apelido perfeito ou um fato marcante e junto com cada música surge junto o enredo que complementava sua apreciação.

Felizmente eu possuo vários elos que me permitem fazer estas conexões. Foram eles os fatos, os líderes ideológicos ou os ícones artísticos da minha juventude. De Pelé ao Papa João Paulo II, passando por Milton Nascimento, podemos citar vários. Não há como ouvir Coração de Estudante sem pensar no movimento das Diretas Já. Não há como ouvir Elvis ou Beatles sem que cada música traga junto um capítulo da minha história pessoal. Felizmente eu pude viver Elvis, Beatles, Vinicius e Raul Seixas e mais que isso, posso hoje usá-los como elos dessa conexão com o passado.

Por mais que existam as crises econômicas, as injustiças sociais ou problemas pessoais, nestas conexões encontramos pequenos refúgios para a mente, quando esta carece de algum estímulo positivo.

Quando me pego inconformado com o nível da violência na minha cidade, no meu estado ou no mundo, eu posso me conectar às mensagens de paz de John Lennon e até me questionar sobre como e quando tudo aquilo se perdeu.

Eu não sei até que ponto esses elos foram importantes na formação do meu caráter, certamente eles tiveram sua contribuição, fizeram parte de um conteúdo maior e cada elo desse conteúdo tem seu valor nestas conexões.

Quando falávamos sobre política, nosso contexto era a reformulação de valores cívicos e sociais durante a ditadura. Hoje, são raros os momentos em que política e corrupção não compõem a mesma frase. Quando se falava sobre drogas, a associação imediata era com hippies, paz e amor e Woodstock. A violência gerada pelas drogas é bem mais recente, pelo menos nessa intensidade e nesse perfil social que elas ocupam hoje.

Não há como abordar essa reflexão sem projetar o futuro, principalmente para a juventude de hoje. Neste momento estamos vivendo os elos que eles procurarão no futuro.

Eu procurei, inicialmente frustrado e posteriormente preocupado, pelos elos de hoje. Quem são os sucessores de Elvis e dos jovens de Liverpool ? Que músicas trazem as mensagens de paz de John ? Quem está dando continuidade à poesia e musicalidade de Vinícius ? Quem são os heróis de hoje ? Quais são os padrões comportamentais de ética que temos hoje ? De que político de hoje sentirão eles saudade no futuro ?

Minha frustração por não encontrar os elos de hoje foi logo substituída por uma preocupante constatação. Os elos estão aí, sendo criados a todo instante, convivemos com eles o tempo todo. Não os visualizamos porque os procuramos hoje usando os nossos valores de ontem. A inversão de valores é evidente, as mensagens de hoje, sejam elas poéticas, políticas ou comportamentais são, essencialmente, um novo modelo.

Seria muito bom se pudéssemos emprestar nossos elos para os jovens de hoje. Seria uma forma de propagar ou até eternizar o que já foi bom para nós. Infelizmente isso não é possível, não tem valor, não faz parte da história deles. Mesmo quando curtem nossos ídolos ou leem sobre nossos heróis, eles sabem que não são deles. No futuro eles serão lembranças do passado e não conexões.

Considerando o que eles terão como elo, considerando as conexões que eles poderão fazer, acho que provavelmente direi para eles como último argumento de consolo para não se preocupar com isso, porque "Quem vive de passado é museu".

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De tudo o que ele me deu, o melhor foi um pé na bunda

Martha Medeiros

Depois de um bom tempo dizendo que eu era a mulher da vida dele, um belo dia eu recebo um e-mail dizendo "olha, não dá mais". Tá certo que a gente tava quase se matando e que o namoro já tinha acabado mesmo, mas não se termina nenhuma história de amor (e eu ainda o amava muito) com um e-mail, não é mesmo? Liguei pra tentar conversar e terminar tudo decentemente e ele respondeu "mas agora eu to comendo um lanche com amigos". Enfim, fiquei pra morrer algumas semanas até que decidi que precisava ser uma mulher melhor para ele. Quem sabe eu ficando mais bonita, mais equilibrada ou mais inteligente, ele não voltava pra mim? Foi assim que me matriculei simultaneamente numa academia de ginástica, num centro budista e em um curso de cinema.

Nos meses que se seguiram eu me tornei dos seres mais malhados, calmos, espiritualizados e cinéfilos do planeta. E sabe o que aconteceu? Nada, absolutamente nada, ele continuou não lembrando que eu existia. Aí achei que isso não podia ficar assim, de jeito nenhum, eu precisava ser ainda melhor pra ele, sim, ele tinha que voltar pra mim de qualquer jeito. Decidi ser uma mulher mais feliz, afinal, quando você é feliz com você mesma, você não põe toda a sua felicidade no outro e tudo fica mais leve. Pra isso, larguei de vez a propaganda, que eu não suportava mais, e resolvi me empenhar na carreira de escritora, participei de vários livros, terminei meu próprio livro, ganhei novas colunas em revistas, quintupliquei o número de leitores do meu site e nada aconteceu.

Mas eu sou taurina com ascendente em áries, lua em gêmeos e filha única! Eu não desisto fácil assim de um amor, e então resolvi que eu tinha que ser uma super ultra mulher para ele, só assim ele voltaria pra mim. Foi então que passei 35 dias na Europa, exclusivamente em minha companhia, conhecendo lugares geniais, controlando meu pânico em estar sozinha e longe de casa, me tornando mais culta e vivida. Voltei de viagem e tchân, tchân, tchân, tchân: nem sinal de vida.

Comecei um documentário com um grande amigo, aprendi a fazer strip, cortei meu cabelo 145 vezes, aumentei a terapia, li mais uns 30 livros, ajudei os pobres, rezei pra Santo Antonio umas 1.000 vezes, torrei no sol, fiz milhares de cursos de roteiro, astrologia e história, aprendi a nadar, me apaixonei por praia, comprei todas as roupas mais lindas de Paris. Como última cartada para ser a melhor mulher do planeta, eu resolvi ir morar sozinha. Aluguei um apartamento charmoso, decorei tudo brilhantemente, chamei amigos para a inauguração, servi bom vinho e comidinhas feitas, claro, por mim, que também finalmente aprendi a cozinhar. Resultado disso tudo: silêncio absoluto.

O tempo passou, eu continuei acordando e indo dormir todos os dias querendo ser mais feliz para ele, mais bonita para ele, mais mulher para ele. Até que algo sensacional aconteceu. Um belo dia eu acordei tão bonita, tão feliz, tão realizada, tão mulher que eu acabei me tornando mulher demais para ele.

Ele ... quem mesmo?

Pão com Manteiga

Conta a história que um casal tomava café da manhã no dia de suas bodas de prata.

A mulher passou a manteiga na casca do pão e o entregou para o marido, ficando com o miolo.

Ela pensou: "Sempre quis comer a melhor parte do pão, mas amo demais o meu marido e, por vinte e cinco anos, sempre lhe dei o miolo. Mas hoje quis satisfazer meu desejo. Acho justo que eu coma o miolo, pelo menos uma vez na vida ..."

Para sua surpresa, o rosto do marido abriu-se num sorriso sem fim ele lhe disse:

— Muito obrigado por este presente, meu amor.

Durante vinte e cinco anos, sempre desejei comer a casca do pão, mas como você sempre gostou tanto dela, jamais ousei pedir!

Moral da história

Você precisa dizer claramente o que deseja, não espere que o outro adivinhe ...

Você pode pensar que está fazendo o melhor para o outro, mas o outro pode estar esperando outra coisa de você...

Deixe-o falar e quando não entender, não traduza e nem interprete: peça que ele explique melhor.

Aprenda a se comunicar!

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Mesmo assim

Vivemos um momento na face da Terra que, por vezes, parece que todos os valores morais estão em baixa.

E você, que está buscando construir suas mais nobres virtudes, em muitos momentos se sente enfraquecido pelo próprio mundo à sua volta.

Quando age com honestidade, comentam que você é tolo, que está remando contra a maré, em vez de fazer o que todo mundo faz. Mas se você quer ser grande perante sua consciência, seja honesto mesmo assim.

Se procura balizar seus atos na justiça, ouve que essa atitude é a de um alienado, vivendo num mundo em que vence sempre o mais forte. No entanto, seja justo mesmo assim.

Está-se construindo um lar apoiado nas colunas sólidas da fidelidade, é comum ouvir gargalhadas insanas ou comentários maldosos a respeito do seu comportamento. Seja fiel mesmo assim.

Quando seu coração se compadece, diante dos infelizes de toda sorte, não falta à zombaria daqueles que pensam que cada um deve pensar em si próprio, ignorando os sofrimentos dos irmãos de caminhada. Tenha compaixão mesmo assim.

Se você dedica algumas horas do seu dia, voluntariamente, em favor de alguém, rico ou pobre, que precisa da sua atenção e do seu carinho, percebe as investidas da maldade daqueles que pensam que nos seus atos há uma segunda intenção. Seja fraterno e solidário, mesmo assim.

Quando você age com sinceridade, com lealdade, é comum ser taxado de insensato, fugindo do comum em que muitos usam de subterfúgios mesquinhos para conseguir o que desejam. Seja sincero e leal, mesmo assim.

Se, diante das circunstâncias do dia-a-dia, você revela sua fé em Deus e em Suas soberanas Leis, e é chamado de piegas ou crédulo, mantenha sua fé, mesmo assim.

Se em face de tantos desatinos no campo da sensualidade e na falta de decoro que assola grande parte dos seres, você deseja manter-se íntegro e recatado e é chamado de louco mantenha-se íntegro e recatado, mesmo assim.

Quando aqueles que se julgam acima do bem e do mal tentam apagar a chama da esperança que você acalenta no íntimo, afirmando que a esperança é a ilusão da mediocridade, mantenha a esperança, mesmo assim.

E, por fim, mesmo que alguém tente roubar a sua coragem de continuar lutando e acreditando em dias melhores, mantenha sua coragem e continue acreditando, mesmo assim.

Ao findar sua jornada terrestre, e só então, vitorioso, você poderá contemplar a ficha de avaliação do seu desempenho. Somente você será responsabilizado por seus atos. E tenha a certeza de que todos aqueles que tentaram desviá-lo do caminho reto não merecerão estar a seu lado, mesmo assim ...

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O que a vida ensina

A vida nunca ensina coisa alguma. É você quem decide se há uma lição em cada alegria, cada tristeza e cada dia comum pelo qual passa, ou se desperdiça todos os momentos de prazer e dor.

Não são os fatos que acontecem que fazem com que você aprenda algo, mas somente suas respostas e reações àquilo que acontece. Também não são as experiências de sua vida, desde a infância, que transformaram você na pessoa que é hoje, mas somente a maneira como reagiu, ou respondeu, a tudo que vivenciou.

Veja que são coisas bem diferentes. Tudo o que você é, tudo o que você foi e tudo o que você será tem relação direta com o jeito como você age quando uma coisa boa ou má, acontece na sua vida.

Exatamente por isso, uma mesma situação pode levar uma pessoa a tornar-se mais ácida, deprimida, cínica e isolada, enquanto outra - na exata mesma situação

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O outro tem o direito de não gostar de você!

Rosana Braga

Freqüentemente vejo pessoas se auto-destruindo ou tentando destruir o outro porque não se conformam com o fato de não serem correspondidas. Afirmam insistentemente que "amam" e, em nome deste sentimento, julgam-se donas de toda e qualquer razão, como se qualquer atitude pudesse ser justificada por este sentimento.

Claro que desejamos ser correspondidos quando gostamos de uma pessoa. Óbvio que queremos nos relacionar com ela e creio que seja muito saudável fazermos o melhor que conseguirmos para tentar conquistá-la; mas precisamos considerar que nenhuma investida é garantida.

Faça o que fizer, haja o que houver e ainda assim o outro terá o direito de não querer, não gostar, não conseguir corresponder e oferecer os mesmos sentimentos. Acontece que algumas pessoas simplesmente não compreendem isso. São imaturas; comportam-se feito crianças que esperneiam e fazem birra a fim de conseguir o que querem.

Algumas optam pela autodesvalorização. Diante da recusa do outro, entregam-se às lamentações e não se cansam de repetir que são feias, desinteressantes e não têm sorte na vida. Pisoteiam sua própria auto-estima até realmente ficarem muito menos atraentes do que poderiam ser.

Existem as que mergulham tão profundamente nessas crenças que desenvolvem sentimentos próprios de depressão, instabilidade de humor, desânimo diante de tudo e de todos e, em alguns casos extremos, chegam até a desistir de viver.

Outras preferem atacar quem as rejeitou. Ainda que esta opção também signifique autodestruição, tais pessoas se empenham em bagunçar a vida do outro. Fazem escândalo na família dele, em frente à casa, tentam difamá-lo entre os amigos e, seja através de diretas ou de indiretas, não medem esforços para causar-lhe transtornos de todas as ordens.

Se você se derruba ou tenta derrubar o outro quando não consegue despertar nele o mesmo sentimento que lhe dedica, está na hora de crescer e amadurecer; de entender de uma vez por todas que as pessoas têm o direito de não gostar de você, assim como você também tem o direito de não gostar de alguém que se declara e revela o desejo de estar ao seu lado!

Sei que é triste, que a gente fica mal, chora e se angustia com uma recusa. Até aí, muito compreensível: todos nós desejamos ser amados por quem amamos. Mas depois de algum tempo (sejam dias ou alguns meses), isso tem de passar.

Aceitar o "não" é ser justo e democrático; é ser adulto o bastante para acatar os sentimentos do outro sem acreditar que ele tem o poder de destruir você, caso não o queira. Não tem! E se você se vê destruído, saiba que a responsabilidade é sua e não do outro. Quem se destruiu foi você!

E enquanto digere a tristeza de não ser correspondido, comporte-se com dignidade. Não alimente pensamentos insensatos e unilaterais. Tente perceber como você pode se tornar melhor depois deste episódio. Sempre temos algo a aprender e as dores do amor servem perfeitamente para isso.

Por fim, não se esqueça: a gente só pode seduzir de verdade o coração de alguém quando usa, para tanto, atitudes de amor. Infantilidade, exageros, ofensas e acusações podem até fazer parte da reestruturação de uma relação, mas não podem persistir até que a única coisa que você mereça seja piedade. Porque, certamente, você merece bem mais do que isso!

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Quando começa a velhice?

Foi o que me questionei ao ler de Marcel Proust:

"É somente medindo os efeitos produzidos pelo tempo em homens e mulheres de nossa idade que vemos, "como num espelho", o que se passa em nosso próprio rosto e em nosso próprio coração. Porque , a nossos olhos que se deslocaram conosco ao longo do tempo, permanecemos adolescentes; conservamos a timidez e as esperanças da juventude; não imaginamos o lugar que nos assinalam os moços na escala das gerações."

Às vezes uma palavra nos fere. Um jovem escritor nos chama: "meu caro mestre", "minha querida professora", no momento em que acreditávamos ser seu contemporâneo, quase seu camarada., sua amiguinha.

Experiência mais dolorosa ouvimos dizer de uma moça: " Está louca; desposou um velho; cinqüenta e cinco anos e os cabelos brancos!" e, pensamos que temos mais de cinquenta e cinco anos, cabelos brancos e um coração que não quer envelhecer....

Hoje quando caminhava pelas calçadas comecei, um tanto intrigada, a analisar as pessoas que por mim passavam. E, me veio à lembrança o que aquele escritor francês escreveu. Enquanto jovens, adolescentes e velhos por mim cruzavam, um pensamento, uma pergunta pairava no ar: QUANDO COMEÇA A VELHICE? A resposta é uma só.

Por quanto tempo tentamos escapar dela?

Da adolescência à velhice , as transições são tão lentas que não as percebemos...e um dia, com o presente olhando o futuro, tudo em nosso ser , busca no ar o TALVEZ...

Talvez nos meus passos mais curtos demonstrando cansaço - estarei envelhecendo?
Talvez nas palavras que não termino de pronunciar - então estarei eu envelhecendo?
Talvez no sonho-amor que não estou mais vivendo - estarei eu envelhecendo?
Talvez em não buscar mais conviver com um alguém - demonstram que estarei envelhecendo?
Talvez em buscar companheiro (a) muito mais novo (a), tentando reter um símbolo de juventude ao meu lado?

Eis que me vêm respostas a tantas interrogações: velhice é mais que as rugas e os cabelos brancos. Como se esse sentimento fosse algo demasiado tarde, de que a partida está jogada, de que a cena pertence de agora em diante à outra geração.

Olhando o presente e o passado, velhice não é o enfraquecimento do corpo, mas é a indiferença da alma.

Marcel Proust foi "à procura do tempo perdido". E nos vêm as interrogações do "Valerá a pena"? Valerá a pena lutar? Valerá a pena sair de casa? E, sair do meu quarto? E sair da cama? E, quando sentir-se mais fraco questionar-se: . Valerá a pena viver?

Mas, vou mais longe ainda, pois , o que desaparece na passagem da linha da sombra, é menos o poder do que o desejo de agir.

Esse ardor curioso de se manter a juventude que se tinha. Esse desejo grande de poder transmitir a fé que se conquistou na passagem até o presente. Esse poder de amar sem reservas o outro, como se fosse uma extensão própria, não estão mais ofuscados pelo sol do desejo.

Aqui se veem as coisas e os seres como são e, é nessa mudança de pensamento que o ser , na sua velhice, amadurece para realmente compreender a verdadeira arte de envelhecer.

Por isto hoje eu digo, obrigada meu Deus por esta qualidade que me destes: A ARTE DE SABER ENVELHECER!

A Janela

Outro dia um homem escreveu uma carta comovente para um site de mensagens...

Dizia ter vivido 12 anos ao lado de uma mulher. Excetuando-se aquele período de paixão que caracteriza todo início de relacionamento, o resto do tempo que passaram juntos foi pouco estimulante.

Almoçavam juntos, viajavam de vez em quando, transavam regularmente, riam das mesmas piadas, mas a verdade é que ele não prestava muita atenção nela. Havia se acostumado com sua presença.

Até que um belo dia ela pediu as contas. Arrumou a mala e se foi. Cansou de não ser percebida.

E só aí ele caiu em si.

Disse-me este senhor que bastou dez minutos longe dela para descobrir o quanto a amava.

Durante os 12 anos de convívio, ele estava mais preocupado com as seduções externas: trabalho, futebol, e sim, outras mulheres, ainda que passageiras.

Por um erro de avaliação, ele não considerava que aquele almoçar junto, viajar junto, transar e rir das mesmas piadas pudessem ser também chamados de amor.

O amor que ele via anunciado nas revistas e o amor que os seus amigos diziam

estar vivenciando pareciam muito mais verdadeiros do que aquele amor que ele tinha em casa, desglamurizado, com cenas que pareciam em preto e branco. "Sou uma besta", ele concluiu.

Somos, meu amigo, todos umas bestas. A gente pode estar vivendo uma relação tranqüila, satisfatória e afetiva, mas sempre tem a maldita janela nos chamando lá para fora, iludindo a gente de que há algo mais tentador, mais desafiante do que aquilo que temos nas mãos.

Como muitos ganhadores de loteria que continuam a jogar, não nos basta o quão rico já estamos: queremos mais. E de olho no futuro, desprezamos o que temos de melhor, o presente.

É difícil descobrir tarde demais que se ama alguém. Além da dor da saudade, tem a dor de ter sido estúpido.

Damos valor às pessoas apenas quando elas não estão mais por perto. Os velórios chorosos estão aí para provar. Até inimigo sai falando bem do morto. Só que o morto já não pode escutar.

Este homem não teve sua mulher de volta. Decidida, ela tomou seu rumo.

"O que faço agora?", ele se pergunta.

— Sofra, meu caro!

O sofrimento é a melhor penitência para não reincidir no erro.

E da próxima vez, saia um pouco da janela.

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Companhia do amor

Somente vive acompanhado realmente, aquele que ama.

O amor, à semelhança do conhecimento, é um tesouro que mais se tem quanto mais se reparte.

Ninguém fica em carência quando ama, quando ensina.

O amor, é igual a um espelho que reflete aquele que ama e, ao infinito, reflete todas as expressões de vida pujante.

Não obstante, as experiências do amor são solidárias, por isso que, ao expandir-se, primeiro felicita a quem o irradia, sem que tenha a pretensão de colher o retorno.

Na área do amor, quanto em todos os campos da ação nobre da vida, é necessário primeiro dar, a fim de um dia receber.

O amor é, por conseqüência, o mais preciosos investimento até hoje conhecido.

Antes que dê os resultados a que se propõe, produz, no nascedouro, as excelências de que se reveste: bem-estar, paz e alegria.

O amor não se queixa, não se impõe; é paciente e promissor.

Apesar de todos os seus predicados, não impede que o homem experimente os métodos que propiciam a evolução, dentre os quais o sofrimento, em forma de testemunhos, assim logrando atrair os indecisos e inseguros.

Ninguém deve temer a experiência gratificante de amar, não se deixando impedir pelos obstáculos que se levantam de todo lado.

Dize uma palavra gentil a alguém; expressa solidariedade com um gesto a outrem; coopera com um sorriso cordial em qualquer realização digna...

Demonstra vida e sê afável com todos.

Far-te-á um grande bem o ato de amar.

Não aguardes, porém que os outros te compartam as dores e provas, que são sempre pessoais, intransferíveis.

O melhor amigo e mais caro afeto, por mais participem da tua aflição, não conseguirão diminuir a sua profundidade e crueza.

Uma chama pintada, por mais perfeita, jamais terá o poder de atear o incêndio que uma insignificante fagulha produz.

Na cruz, Jesus estava acompanhado por dois delinqüentes. No entanto, cada um dos crucificados experimentava emoção própria...

A bala que vitimou Gandhi, alcançou-o, embora a multidão o cercasse.

O veneno que Sócrates sorveu mataria qualquer um, todavia ele o tomou a sós.

Os estigmas em Francisco de Assis, provocavam comoção em todos, mas ele os sofria em solidão.

O processo de ascensão libertadora é pessoal... Há os que carregam cruzes invisíveis, cercados de amigos e solitários na dor.

Ama, desse modo, a fim de que se faças solidário com esses corações solitários que avançam no rumo da felicidade, por enquanto sofridos e amorosos ou carentes e necessitados.

Sê tu aquele que amam e nada espera, felicitado pelo próprio amor que de ti se irradia abençoado.

(Obra: Viver e Amar - Divaldo P. Franco / Joanna de Ângelis)

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A tecnologia do abraço

Das invenções dos homens, a que mais tem sentido é o abraço.

Não tem como apenas um aproveitar um abraço. As duas pessoas participam de alguma forma.

Quando você está com muita saudade, o abraço de alguém lhe alivia a saudade. Quando você está com muita raiva, vem alguém, o abraça, e você fica até sem graça de continuar com raiva.

Se você está feliz e abraça alguém, você o contagia com a sua alegria. Se alguém está doente, quando você o abraça, ele começa a melhorar, e você melhora junto também.

Muitas pessoas importantes e cultas já tentaram dar um jeito de saber por que o abraço tem tanta tecnologia, mas ninguém ainda conseguiu descobrir.

Mas, eu sei! Foi um espírito bom de Deus que me contou: o abraço é bom por causa do coração. Quando você abraça alguém, faz massagem no coração e o coração do outro é massageado também! Mas não é só isso. Aqui está a chave do maior segredo:

QUANDO NÓS ABRAÇAMOS ALGUÉM, NÓS FICAMOS COM DOIS CORAÇÕES NO PEITO.

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Contra quem lutamos?

Um ermitão, uma destas pessoas que por amor a Deus se refugiam na solidão do deserto, do bosque ou das montanhas para dedicar-se somente à oração e à penitência, muitas vezes reclamava que tinha muito que fazer.

Perguntaram-lhe como era possível que, em sua solidão, tivesse tanto trabalho.

— Tenho que domar dois falcões, treinar duas águias, manter quietos dois coelhos, vigiar uma serpente, carregar um asno e sujeitar um leão.

— Não vemos nenhum animal perto do local onde vives. Onde estão estes animais?

O ermitão então explicou:

— Estes animais todos os homens os têm, vocês também... Os dois falcões se lançam sobre tudo o que aparece, seja bom ou mau. Tenho que domá-los para que só se fixem sobre uma boa presa. São meus olhos.

As duas águias ferem e destroçam com suas garras. Tenho que treiná-las para que sejam úteis e ajudem sem ferir. São minhas mãos.

Os dois coelhos querem ir onde lhes agrada, fugindo dos demais e esquivando-se das dificuldades. Tenho que ensinar-lhes a ficarem quietos mesmo que seja penoso, problemático ou desagradável. São meus pés.

O mais difícil é vigiar a serpente, apesar dela estar presa numa jaula de 32 barras. Está sempre pronta para morder e envenenar os que a rodeiam, mal se abre a jaula. Se não a vigio de perto, causa danos. É minha língua.

O burro é muito obstinado, não quer cumprir com suas obrigações. Alega estar cansado e se recusa a transportar a carga de cada dia. É meu corpo.

Finalmente, preciso domar o leão. Quer ser o rei, o mais importante; é vaidoso e orgulhoso. É meu coração. Portanto, há muito que fazer...

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O talismã divino

Entabularam os familiares interessante palestra, acerca das faculdades sublimes de que o Mestre dava testemunho amplo, curando loucos e cegos, quando Isabel, a zelosa genitora de João e Tiago, indagou, sem preâmbulos:

— Senhor, terás contigo algum talismã de cuja virtude possamos desfrutar? Algum objeto mágico que nos possa favorecer?

Jesus pousou na matrona os olhos penetrantes e falou, risonho:

— Realmente, conheço um talismã de maravilhoso poder. Usando-lhe os milagrosos recursos, é possível iniciar a aquisição de todos os dons de Nosso Pai. Oferece a descoberta dos tesouros do amor que resplandecem ao redor de nós, sem que lhes vejamos, de pronto, a grandeza. Descortina o entendimento, onde a desarmonia castiga os corações. Abre a porta às revelações da arte e da ciência. Estende possibilidades de luminosa comunhão com as fontes divinas da vida. Convida à bênção da meditação nas coisas sagradas. Reata relações de companheiros em discordância. Descerra passagens de luz aos espíritos que se demoram nas sombras. Permite abençoadas sementeiras de alegria. Reveste-se de mil oportunidades de paz com todos. Indica vasta rede de trilhos para o trabalho salutar. Revela mil modos de enriquecer a vida que vivemos. Facilita o acesso da alma ao pensamento dos grandes mestres. Dá comunicações com os mananciais celestes da intuição.

— Quer mais? - disse o Senhor, imprimindo ênfase à pergunta. E após sorrir, complacente, continuou: - Sem esse divino talismã, é impossível começar qualquer obra de luz e paz na Terra.

Os olhos dos ouvintes permutavam expressões de assombro, quando a esposa de Zebedeu inquiriu, espantada:

— Mestre, onde poderemos adquirir semelhante bênção? Dize-nos. Precisamos desse acumulador de felicidade.

O Cristo, então, acrescentou, bem-humorado:

— Esse bendito talismã, Isabel, é propriedade comum a todos. É "a hora que estamos atravessando"... Cada minuto de nossa alma permanece revestido de prodigioso poder oculto, quando sabemos usá-lo no Infinito Bem, porque toda grandeza e toda decadência, toda vitória e toda ruína são iniciadas com a colaboração do dia.

E diante da perplexidade de todos, rematou:

— O tempo é o divino talismã que devemos aproveitar.

Neio Lúcio - Chico Xavier - do livro Jesus no lar

De repente faz sentido...

//Rabino Issocher Frand //

Em agosto de 2001, Moshe, um empresário judeu, viajou para Israel a negócios. Na quinta feira, dia nove, entre uma reunião e outra, o empresário aproveitou para fazer um lanche numa pizzaria na esquina das ruas Yafo e Melech, centro de Jerusalém. O estabelecimento estava cheio.

Ao entrar na pizzaria, percebeu que teria que esperar se realmente desejasse comer alguma coisa - mas ele não dispunha de tanto tempo. Impaciente, pôs-se a ziguezaguear perto do balcão de pedidos. Percebendo a angústia do estrangeiro, um israelense perguntou se ele aceitaria entrar na sua frente. Mais que agradecido, aceitou.

Fez o pedido, comeu rapidamente e saiu em direção à sua próxima reunião. Menos de cinco minutos após ter saído, ouviu um estrondo aterrorizador. Assustado retornou de onde viera. Um homem-bomba acabara de se detonar na pizzaria. Moshe ficou branco. Imediatamente lembrou do israelense que lhe oferecera o lugar na fila. Certamente ele ainda estava na pizzaria. Aquele sujeito salvara a sua vida e agora poderia precisar de ajuda. Correu para o local do atentado e encontrou uma situação caótica.

Além do terrorista, de vinte e três anos, outras dezoito pessoas morreram, sendo seis crianças. Cerca de noventa ficaram feridas, algumas em condições críticas. Pessoas gritavam e acotovelavam-se na rua, algumas em pânico, outras tentando ajudar de alguma forma. Entre feridos e mortos pelo chão, vítimas ensangüentadas eram socorridas por policiais e voluntários.

Uma mulher com um bebê coberto de sangue implorava por ajuda. Moshe procurou seu 'salvador' entre as sirenes sem fim, mas não conseguiu encontrá-lo. Ele decidiu que tentaria de todas as formas saber o que acontecera com o israelense que lhe salvara a vida. Moshe estava vivo por causa dele. Precisava saber o que acontecera, se ele precisava de ajuda e, acima de tudo, agradecer-lhe por sua vida. O senso de gratidão fez com que esquecesse da reunião que o aguardava. Começou a percorrer os hospitais para onde tinham sido levados os feridos.

Finalmente encontrou o israelense. Ele estava ferido, mas não corria risco de morrer. Moshe conversou com o filho daquele homem e contou o que acontecera. Disse que faria tudo que fosse preciso por ele. Que estava extremamente grato e que lhe devia sua vida.

Depois de alguns momentos, Moshe se despediu e deixou seu cartão. Quase um mês depois recebeu um telefonema em seu escritório em Nova Iorque. Era o rapaz contando que seu pai precisava de uma operação de urgência. Segundo especialistas, o melhor hospital para fazer aquela delicada cirurgia fica em Boston, Massachussets. Moshe não hesitou. Providenciou tudo para que a cirurgia fosse realizada. E fez questão de ir pessoalmente receber e acompanhar seu amigo em Boston, que fica a uma hora de avião de Nova Iorque.

Talvez outra pessoa não tivesse feito tanto esforço apenas pelo senso de gratidão. Outra pessoa poderia ter dito que afinal, ele não teve intenção de salvar minha vida; apenas ofereceu um lugar na fila. Moshe se sentia profundamente grato. Ele sabia retribuir um favor.

Naquela manhã de terça-feira, Moshe foi pessoalmente acompanhar seu amigo - e deixou de ir trabalhar. Sendo assim, pouco antes das nove horas da manhã, naquele onze de setembro de 2001, Moshe não estava no seu escritório, no 101º andar do World Trade Center - Twin Towers. Tudo, tudo então fez sentido para ambos.

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A mulher madura

Affonso Romano de Sant'Anna

O rosto da mulher madura entrou na moldura de meus olhos.

De repente, a surpreendo num banco olhando de soslaio, aguardando sua vez no balcão. Outras vezes ela passa por mim na rua entre os camelôs. Vezes outras a entrevejo no espelho de uma joalheria. A mulher madura, com seu rosto denso esculpido como o de uma atriz grega, tem qualquer coisa de Melina Mercouri ou de Anouke Aimé.

Há uma serenidade nos seus gestos, longe dos desperdícios da adolescência, quando se esbanjam pernas, braços e bocas ruidosamente. A adolescente não sabe ainda os limites de seu corpo e vai florescendo estabanada. É como um nadador principiante, faz muito barulho, joga muita água para os lados. Enfim, desborda.

A mulher madura nada no tempo e flui com a serenidade de um peixe. O silêncio em torno de seus gestos tem algo do repouso da garça sobre o lago. Seu olhar sobre os objetos não é de gula ou de concupiscência. Seus olhos não violam as coisas, mas as envolvem ternamente. Sabem a distância entre seu corpo e o mundo.

A mulher madura é assim: tem algo de orquídea que brota exclusiva de um tronco, inteira. Não é um canteiro de margaridas jovens tagarelando nas manhãs.

A adolescente, com o brilho de seus cabelos, com essa irradiação que vem dos dentes e dos olhos, nos extasia. Mas a mulher madura tem um som de adágio em suas formas. E até no gozo ela soa com a profundidade de um violoncelo e a sutileza de um oboé sobre a campina do leito.

A boca da mulher madura tem uma indizível sabedoria. Ela chorou na madrugada e abriu-se em opaco espanto. Ela conheceu a traição e ela mesma saiu sozinha para se deixar invadir pela dimensão de outros corpos. Por isto as suas mãos são líricas no drama e repõem no seu corpo um aprendizado da macia paina de setembro e abril.

O corpo da mulher madura é um corpo que já tem história. Inscrições se fizeram em sua superfície. Seu corpo não é como na adolescência uma pura e agreste possibilidade. Ela conhece seus mecanismos, apalpa suas mensagens, decodifica as ameaças numa intimidade respeitosa.

Sei que falo de uma certa mulher madura localizada numa classe social, e os mais politizados têm que ter condescendência e me entender. A maturidade também vem à mulher pobre, mas vem com tal violência que o verde se perverte e sobre os casebres e corpos tudo se reveste de uma marrom tristeza.

Na verdade, talvez a mulher madura não se saiba assim inteira ante seu olho interior. Talvez a sua aura se inscreva melhor no olho exterior, que a maturidade é também algo que o outro nos confere, complementarmente. Maturidade é essa coisa dupla: um jogo de espelhos revelador.

Cada idade tem seu esplendor. É um equívoco pensá-lo apenas como um relâmpago de juventude, um brilho de raquetes e pernas sobre as praias do tempo. Cada idade tem seu brilho e é preciso que cada um descubra o fulgor do próprio corpo.

A mulher madura está pronta para algo definitivo.

Merece, por exemplo, sentar-se naquela praça de Siena à tarde acompanhando com o complacente olhar o vôo das andorinhas e as crianças a brincar. A mulher madura tem esse ar de que, enfim, está pronta para ir à Grécia. Descolou-se da superfície das coisas. Merece profundidades. Por isto, pode-se dizer que a mulher madura não ostenta jóias. As jóias brotaram de seu tronco, incorporaram-se naturalmente ao seu rosto, como se fossem prendas do tempo.

A mulher madura é um ser luminoso é repousante às quatro horas da tarde, quando as sereias se banham e saem discretamente perfumadas com seus filhos pelos parques do dia. Pena que seu marido não note, perdido que está nos escritórios e mesquinhas ações nos múltiplos mercados dos gestos. Ele não sabe, mas deveria voltar para casa tão maduro quanto Yves Montand e Paul Newman, quando nos seus filmes.

Sobretudo, o primeiro namorado ou o primeiro marido não sabem o que perderam em não esperá-la madurar. Ali está uma mulher madura, mais que nunca pronta para quem a souber amar.

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Auto estima

Brahma Kumaris

Se um dia alguém fizer com que se quebre a visão bonita que você tem de si, com muita paciência e amor reconstrua-a!

Assim como o artesão recupera a sua peça mais valiosa que caiu no chão, sem duvidar de que aquela é a tarefa mais importante, você é a sua criação mais valiosa.

Não olhe para trás. Não olhe para os lados.

Olhe somente para dentro, para bem dentro de você e faça dali o seu lugar de descanso, conforto e recomposição.

Crie este universo agradável para si.

O Mundo agradecerá o seu trabalho.

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Namorados

Carlos Drummond de Andrade

Quem não tem namorado é alguém que tirou férias remuneradas de si mesmo. Namorado é a mais difícil das conquistas. Difícil porque namoro de verdade é muito raro. Necessita de adivinhação, de pele, de saliva, lágrima, nuvem, quindim, brisa ou filosofia.

Paquera, gabiru, flerte, caso, transa, envolvimento, até paixão é fácil. Mas, namorado, mesmo, é muito difícil. Namorado não precisa ser o mais bonito, mas aquele a quem se quer proteger e quando se chega ao lado dele a gente treme, sua frio e quase desmaia pedindo proteção.

A proteção dele não precisa ser parruda, decidida ou bandoleira: basta um olhar de compreensão ou mesmo de aflição.

Quem não tem namorado, não é que não tem um amor: é quem não sabe o gosto de namorar.

Se você tem pretendentes, dois paqueras, um envolvimento e dois amantes, mesmo assim pode não ter um namorado. Não tem namorado quem não sabe o gosto da chuva, cinema, sessão das duas, medo do pai, sanduíche de padaria ou drible no trabalho.

Não tem namorado quem transa sem carinho, quem se acaricia sem vontade de virar sorvete ou lagartixa é quem ama sem alegria. Não tem namorado quem faz pacto de amor apenas com a infelicidade.

Namorar é fazer pactos com a felicidade ainda que rápida, escondida, fugida ou impossível de durar.

Não tem namorado quem não sabe o valor de mãos dadas: de carinho escondido na hora em que passa o filme, de flor catada no muro e entregue de repente, de poesia de Fernando Pessoa, Vinícius de Moraes ou Chico Buarque lida bem devagar, de gargalhada quando fala junto ou descobre a meia rasgada; de ânsia enorme de viajar junto para a Escócia ou mesmo de metrô, bonde, nuvem, cavalo alado, tapete mágico ou foguete interplanetário.

Não tem namorado quem não gosta de dormir agarrado, fazer sesta abraçado, fazer compra junto. Não tem namorado quem não gosta de falar do próprio amor, nem de ficar horas e horas olhando o mistério do outro dentro dos olhos dele, abobalhados de alegria pela lucidez do amor.

Não tem namorado quem não redescobre a criança própria e a do amado e sai com ela para parques, fliperamas, beira d'água, show do Milton Nascimento, bosques enluarados, ruas de sonhos e musical da Metro.

Não tem namorado quem não tem música secreta com ele, quem não dedica livros, quem não recorta artigos, quem não se chateia com o fato de o seu bem ser paquerado.

Não tem namorado quem ama sem gostar; quem gosta sem curtir; quem curte sem aprofundar.

Não tem namorado quem nunca sentiu o gosto de ser lembrado de repente no fim de semana, na madrugada ou meio-dia de sol em plena praia cheia de rivais.

Não tem namorado quem ama sem se dedicar; quem namora sem brincar; quem vive cheio de obrigações; quem faz sexo sem esperar o outro ir junto com ele.

Não tem namorado quem confunde solidão com ficar sozinho e em paz. Não tem namorado quem não fala sozinho, não ri de si mesmo, e quem tem medo de ser afetivo.

Se você não tem namorado porque não descobriu que o amor é alegre e você vive pesando duzentos quilos de grilos e de medo, ponha a saia mais leve, aquela de chita, e passeie de mãos dadas com o ar. Enfeite-se com margaridas e ternuras, e escove a alma com leves fricções de esperança. De alma escovada, e coração estouvado, saia do quintal de si mesmo e descubra o próprio jardim. Acorde com gosto de caqui e sorria lírios para quem passe debaixo da janela.

Ponha intenções de quermesse em seus olhos e beba licor de contos de fada. Ande como se o chão estivesse repleto de sons de flauta e do céu descesse uma névoa de borboletas, cada qual trazendo uma pérola falante a dizer frases sutis e palavras de galanteira.

Se você não tem namorado é porque ainda não enlouqueceu aquele pouquinho necessário para fazer a vida parar e de repente parecer que faz sentido. Enlou-cresça!

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A música em nossas vidas

Conta-se que, um dia, ao ouvir o silvo do vento passar pelo tronco oco de uma árvore, o homem o desejou imitar. E inventou a flauta. Tudo na natureza tem musicalidade. O vento dedilha sons na vasta cabeleira das árvores e murmura melodias enquanto acarinha as pétalas das flores e os pequenos arbustos.

Quando se prepara a tempestade, ribombam os trovões, como o som dos tambores marcando o passo dos soldados, em batidas ritmadas e fortes. Quando cai a chuva sobre a terra seca pela estiagem, ouve-se o burburinho de quem bebe com pressa.

Cantam os rios, as cachoeiras, ulula o mar bravio. Tudo é som e harmonia na natureza. Mesmo quando os elementos parecem enlouquecidos, no prenúncio da tormenta.

E lembramos das poderosas harmonias do Universo, gigantesca harpa vibrando sob o pensamento de Deus, do canto dos mundos, do ritmo eterno que embala a gênese dos astros e das humanidades. Em tudo há ritmo, harmonia, musicalidade.

Em nosso corpo, bate ritmado o coração, trabalham os pulmões em ritmo próprio, escorre o sangue pelas veias e artérias. Tudo em tempo marcado. Harmonia.

Nosso passo, nosso falar é marcado pelo ritmo. A música está na natureza e, por sermos parte integrante dela, temos música em nossa intimidade. Somos música.

Por isso é que o homem, desde o princípio, compôs melodias para deliciar as suas noites, amenizar a saudade, cantar amores, lamentar os mortos. Também aprendeu que, através das notas musicais, podia erguer hinos de louvor ao Criador de todas as coisas.

E surgiu a música mística, a música sacra, o canto gregoriano. Entre os celtas, era considerada bem inalienável a harpa, junto ao livro e à espada. Eles viam na música o ensinamento estético por excelência, o meio mais seguro de elevar o pensamento às alturas sublimes.

Os cristãos primitivos, ao marcharem para o martírio, o faziam entre hinos ao Senhor. Verdadeiras preces que os conduziam ao êxtase e os fortalecia para enfrentar o fogo, as feras, a morte, sem temor algum. O rei de Israel, Saul, em suas crises nervosas e obsessivas, chamava o pastor Davi que, através dos sons de sua harpa, o acalmava.

A música é a mais sublime de todas as artes. Desperta na alma impressões de arte e de beleza. Melhor do que a palavra, representa o movimento, que é uma das leis da vida. Por isso ela é a própria voz do mundo superior.

A voz humana possui entonações de uma flexibilidade e de uma variedade que a tornam superior a todos os instrumentos. Ela pode expressar os estados de espírito, todas as sensações de alegria e da dor, desde a invocação de amor até às entonações mais trágicas do desespero.

É por isso que a introdução dos coros na música orquestrada e na sinfonia enriqueceu a arte de um elemento de encanto e de beleza. É por isso que a sabedoria popular adverte: Quem canta, seus males espanta! Cantemos!

Redação do Momento Espírita, com trechos do cap. VII do livro **O espiritismo na arte, de Léon Denis, ed. Arte e cultura. Em 19.07.2012**

Vida

Roberto Shinyashiki

Não coma a vida com garfo e faca. Lambuze-se!

Muita gente guarda a vida para o futuro.

Mesmo que a vida esteja na geladeira, se você não a viver, ela se deteriorará.

É por isso que tantas pessoas se sentem emboloradas na meia-idade.

Elas guardam a vida, não se entregam ao amor, ao trabalho, não ousaram, não foram em frente.

Depois chega o momento em que se conscientizam: "Puxa, passei fome para guardar essas batatas e elas apodreceram."

Não deixe sua vida ficar muito séria.

Viva como se estivesse num jogo, saboreie tudo o que conseguir, as derrotas e as vitórias, a força do amanhecer e a poesia do anoitecer.

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O Sapo e a Rosa

Era uma vez uma rosa muito bonita, que se sentia envaidecida ao saber que era a mais linda do jardim.

Mas começou a perceber que as pessoas somente a observavam de longe.

Acabou se dando conta de que, ao seu lado, sempre havia um sapo grande, e essa era a razão pela qual ninguém se aproximava dela.

Indignada diante da descoberta, ordenou ao sapo que se afastasse dela imediatamente.

O sapo, muito humildemente, disse:

— Está bem, se é assim que você quer...

Algum tempo depois o sapo passou por onde estava a rosa, e se surpreendeu ao vê-la murcha, sem folhas nem pétalas.

Penalizado, disse a ela:

— Que coisa horrível, o que aconteceu com você?

A rosa respondeu:

— É que, desde que você foi embora, as formigas me comeram dia a dia, e agora nunca voltarei a ser o que era.

O sapo respondeu:

— Quando eu estava por aqui, comia todas as formigas que se aproximavam de ti. Por isso é que eras a mais bonita do jardim...


Muitas vezes desvalorizamos os outros por crermos que somos superiores a eles, mais "bonitos", de mais valor, ou que eles não nos servem para nada.

Deus não fez ninguém para "sobrar" neste mundo.

Todos temos algo a aprender com outros ou a ensinar-lhes, e ninguém deve desvalorizar ninguém.

Pode ser que uma destas pessoas, a quem não damos valor, nos faça um bem que nem mesmo nós percebemos no momento.

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Talvez

Talvez eu venha a envelhecer rápido demais.Mas lutarei para que cada dia tenha valido a pena.

Talvez eu sofra inúmeras desilusões no decorrer de minha vida. Mas farei que elas percam a importância diante dos gestos de amor que encontrei.

Talvez eu não tenha forças para realizar todos os meus ideais.Mas jamais irei me considerar um derrotado.

Talvez em algum instante eu sofra uma terrível queda. Mas não ficarei por muito tempo olhando para o chão.

Talvez um dia o sol deixe de brilhar. Mas então irei me banhar na chuva.

Talvez um dia eu sofra alguma injustiça.

Mas jamais irei assumir o papel de vítima.

Talvez eu tenha que enfrentar alguns inimigos.Mas terei humildade para aceitar as mãos que se estenderão em minha direção.

Talvez numa dessas noites frias, eu derrame muitas lágrimas. Mas não terei vergonha por esse gesto.

Talvez eu seja enganado inúmeras vezes.

Mas não deixarei de acreditar que em algum lugar alguém merece a minha confiança.

Talvez com o tempo eu perceba que cometi grandes erros. Mas não desistirei de continuar trilhando meu caminho.

Talvez com o decorrer dos anos eu perca grandes amizades. Mas irei aprender que aqueles que realmente são meus verdadeiros amigos nunca estarão perdidos.

Talvez algumas pessoas queiram o meu mal. Mas irei continuar plantando a semente da fraternidade por onde passar.

Talvez eu fique triste ao concluir que não consigo seguir o ritmo da música. Mas então, farei que a música siga o compasso dos meus passos.

Talvez eu nunca consiga enxergar um arco-íris. Mas aprenderei a desenhar um, nem que seja dentro do meu coração.

Talvez hoje eu me sinta fraco. Mas amanhã irei recomeçar, nem que seja de uma maneira diferente.

Talvez eu não aprenda todas as lições necessárias. Mas terei a consciência que os verdadeiros ensinamentos já estão gravados em minha alma.

Talvez eu me deprima por não ser capaz de saber a letra daquela música.Mas ficarei feliz com as outras capacidades que possuo.

Talvez eu não tenha motivos para grandes comemorações. Mas não deixarei de me alegrar com as pequenas conquistas.

Talvez a vontade de abandonar tudo torne-se a minha companheira. Mas ao invés de fugir, irei correr atrás do que almejo.

Talvez eu não seja exatamente quem gostaria de ser. Mas passarei a admirar quem sou.

Porque no final saberei que, mesmo com incontáveis dúvidas, eu sou capaz de construir uma vida melhor.

E se ainda não me convenci disso, é porque como diz aquele ditado: "ainda não chegou o fim".

Porque no final não haverá nenhum "talvez" e sim a certeza de que a minha vida valeu a pena e eu fiz o melhor que podia.

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Quando Eu Ficar Velho

Ary Rodrigues

Quando eu ficar mais velho e me sentir chegando à curva do tempo, hei de olhar para o espelho e ver a fisionomia feliz de um homem simples que andou de braços dados com a vida.

Quando eu ficar velho quero olhar, sorrindo, para a estrada do tempo longa, interminável, e não sentir canseira nos meus ombros nem temores em minha alma; quero enfrentar a vida com a coragem de um forte e a lucidez de um experiente;

Quero olhar para trás e não ver pegadas falsas no meu passado, nem inimigos a querer me alcançar; quero sentir que minhas palavras são ecos dos meus atos, que são colunas de confiança prontas a suportarem o peso das minhas convicções.

Quero olhar para os jovens com simpatia e sentir-me simpático a eles; quero conviver com todos com a simplicidade de um bem-aventurado; quero sentir que as pessoas olham-me com respeito e me falam com amizade.

Quero sentir que a bondade se exterioriza franca e lealmente de tudo que eu diga ou faça. Aí, então, eu direi abraçado à minha fé: "Obrigado, Senhor, por esta vida que me destes para que eu a vivesse conforme a minha maneira de senti-la!

Obrigado, Senhor, por esta vidaque me foi tão fácil carregá-la e que me fez alegre por vivê-la! Ei-la, Senhor, vivida inteiramente, intensa, apaixonadamente e aproveitada em todos os segundos.

Muito obrigado, Senhor!

Muito obrigado!

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Antes do Dia Partir...

Arlê

O que valeu a pena hoje?

Sempre tem alguma coisa. Um telefonema...um filme...

Paulo Mendes Campos, em uma de suas crônicas reunidas no livro "O Amor Acaba", diz que devemos nos empenhar em não deixar o dia partir inutilmente.

Eu tenho, há anos, isso como lema.

É pieguice, mas antes de dormir, quando o dia que passou está dando o prefixo e saindo do ar, eu penso: o que valeu a pena hoje? Sempre tem alguma coisa.

Uma proposta de trabalho. Um telefonema. Um filme. Um corte de cabelo que deu certo.

Até uma briga pode ter sido útil, caso tenha iluminado o que andava escuro dentro da gente.

Já para algumas pessoas, ganhar o dia é ganhar mesmo: ganhar um aumento, ganhar na loteria, ganhar um pedido de casamento, ganhar uma licitação, ganhar uma partida.

Mas para quem valoriza apenas as megavitórias, sobram centenas de outros dias em que, aparentemente, nada acontece, e geralmente são essas pessoas que vivem dizendo que a vida não é boa, e seguem cultivando sua angústia existencial com carinho e uísque, mesmo já tendo seu superapartamento, sua bela esposa, seu carro do ano e um salário aditivado.

Nas últimas semanas, meus dias foram salvos por detalhes.

Uma segunda-feira valeu por um programa de rádio que fez um tributo aos Beatles e que me arrepiou, me transportou para uma época legal da vida, me fez querer dividir aquele momento com pessoas que são importantes pra mim.

Na terça, meu dia não foi em vão porque uma pessoa que amo muito recebeu um diagnóstico positivo de uma doença que poderia ser mais séria.

Na quarta, o dia foi ganho porque o aluno de uma escola me pediu para tirar uma foto com ele.

Na quinta, uma amiga que eu não via há meses ligou me convidando para almoçar.

Na sexta, o dia não partiu inutilmente, só por causa de um cachorro-quente.

E assim correm os dias, presenteando a gente com uma música, um crepúsculo, um instante especial que acaba compensando 24 horas banais.

Claro que tem dias que não servem pra nada, dias em que ninguém nos surpreende, o trabalho não rende e as horas se arrastam melancólicas, sem falar naqueles dias em que tudo dá errado: batemos o carro, perdemos um cliente e o encontro da noite é desmarcado.

Pois estou pra dizer que até a tristeza pode tornar um dia especial, só que não ficaremos sabendo disso na hora, e sim lá adiante, naquele lugar chamado futuro, onde tudo se justifica.

É muita condescendência com o cotidiano, eu sei, mas não deixar o dia de hoje partir inutilmente é o único meio de a gente aguardar com entusiasmo o dia de amanhã...

O Amanhã não existe

Letícia Thompson

As pessoas não são eternas. Pelo menos não na vida terrena. Elas apenas passam, vivem o tempo que lhes foi dado e retornam à terra.

Ninguém pode acrescentar um segundo sequer à sua vida ou à de alguém. Não temos esse poder e quando a hora chega...

Mas preferimos não pensar nisso. Julgamos que temos todo o tempo do mundo para fazer isso ou aquilo, para recuperar o perdido, para sarar a ferida e restabelecer a paz.

Amanhã eu ligo, amanhã eu faço, amanhã peço perdão, amanhã vou reconciliar-me, amanhã... como se pudéssemos segurar o amanhã nas nossas mãos! Como se ele fosse chegar pela nossa vontade e trazer tudo como ontem ou como hoje! Amanhã? Hoje é o amanhã de ontem e tudo continua na mesma, por que se espera pelo amanhã.

Cada qual tem sua história e as suas histórias. Cada qual tem a sua cruz e suas dores, as suas alegrias, os seus lamentos, os seus dissabores, os seus ganhos e perdas. É o que nos forma como pessoas, o que nos dá a impressão de existir, de fazer parte do universo. E há, assim, como com milhares de outros, relacionamentos desfeitos, porque um dia alguém feriu e foi ferido.

Quando isso acontece, construímos em volta do nosso coração um muro, uma barreira que o outro não pode atravessar. Sentimo-nos tão importantes com isso que nem percebemos que esse muro impede o outro de entrar, mas também nos impede, a nós, de sair. Tornamo-nos prisioneiros, aprisionados pelas nossas idéias e pelas nossas mágoas. Não estendemos a mão e recusamos a do outro, caso nos seja estendida.

Enquanto isso, a vida continua. Não damos, talvez para punir e não recebemos, como punição que infligimos a nós mesmos, inconscientemente.

Vamos deixar para amanhã para resolver isso, porque hoje estamos demasiado magoados, não conseguimos perdoar e não queremos dar o braço a torcer, afinal, não erramos. E eu diria, como Cristo, quem nunca errou, que atire a primeira pedra!

Amanhã não existe. O amanhã, só o conhecemos quando o sol nasce e nem todos nós lá chegaremos. Não podemos afirmar que estaremos ainda aqui, porque a vida é imprevisível, às vezes temos o sentimento de que é mesmo cruel.

Se o hoje nos é dado, por que não viver sem grades e sem muros, em comunhão com o mundo? O orgulho? Olha para ele e diz: eu quero ser feliz e se eu quero, eu vou ser feliz!

Muros impedem-nos de abraçar, de sentir o calor ou os batimentos do coração do outro. Impedem-nos de dar e de receber, transformam-nos em pessoas isoladas.

Destrói, então, com coragem, dessa que só os grandes possuem, esse muro em volta do teu coração e volta a abraçar. Perdoa, mesmo se o perdão não foi solicitado, porque cada qual deve dar conta da sua vida a Deus e a outra pessoa responderá por si mesma.

Liberta-te, porque se o amanhã não vier para a outra pessoa, tu terás que aprender a conviver com teu coração fechado e terás perdido os melhores anos da tua vida.

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Perdi Tempo

Perdi tempo quando olhei para trás. Vejo que preocupei-me com tolices.

Perdi tempo agradando os outros e acabei esquecendo de mim mesmo.

Perdi tempo preocupando-me com o que os outros iam falar, pensar de mim, e era tão preocupado com os outros que não conseguia mais enxergar-me.

Perdi tempo com meus complexos que mais pareciam algemas e pesavam toneladas. Complexos que me impediam de viver a vida plenamente. E estes complexos hoje tão insignificantes, mas no passado, eram monstros que me amedrontavam.

Perdi tempo vivendo numa redoma cercada de medos, complexos e insegurança. Perdi tempo na minha infância que poderia ter sido mais florida e carregada de alegrias.

Fui carregando aquele peso.

O complexo que me consumia aos poucos. Perdi tempo na minha adolescência. Lá estava eu com outros complexos de gordura, feiúra, inferioridade. Perdi tempo com bobagens.

Hoje, realmente, posso dizer isso.

Mas, no passado, tudo isso era um peso para minha pobre alma.

Sei que perdi tempo, mas tem algo que eu nunca perdi: a esperança de que dias melhores viriam.

Perdi tempo mas tenho algo precioso ainda - "a vida". E tenho muito ainda para viver.

Pois foi perdendo tanto tempo que aprendi a crescer como ser humano.

(MAHAAD)

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O fabricante de bonecas

Em um distante lugar viveu um amável velho que fazia bonecas. Ele gastou toda a longa vida criando bonecas de todos os tipos, fazendo feliz todas as pequenas meninas do mundo.

Ele mantinha as tendências do mundo e tinha feito bonecas que diziam "Mamãe", bonecas que choravam, que andavam e piscavam.

Mas nosso fabricante de bonecas era muito sábio.

Ele sabia que era a hora dele dar uma contribuição especial.

Assim, com resolução no coração, ele fez a sua mais bonita criação.

Deu-lhe cachos marrons que trouxeram beleza ao longo cabelo.

Deu-lhe os mais belos olhos azuis que se poderia contemplar.

Esta boneca especial tinha longas pernas com as quais poderia dançar, correr e brincar, e até mesmo caminhar um bom pedaço.

Deu-lhe mãos bonitas para trabalhar e servir e ensinar todas as outras bonecas.

Os dedos dela eram longos e esbeltos.

Com estes, esperava o velho homem que ela confortasse com carinhos.

Tinha a face bonita.

Vestiu-lhe com um vestido cintilante e suave, e no último dia quando ela estava pronta, ele a ergueu com grande cuidado e a ajustou delicadamente na frente de um grande espelho.

— O que você acha? Ele perguntou.

— Você não é a boneca mais bonita do mundo?

A boneca olhou entusiasmada.

De repente a bonita face perturbou-se e irritada ela disse:

— Odeio esse cabelo marrom e eu sempre desejei olhos verdes. Estas não são as cores que eu teria escolhido para mim. E veja como são magras e longas as minhas pernas! Como são grandes os meus pés! Meu vestido é muito ordinário. Eu não sou uma boneca bonita!

Tal e qual a boneca, nós fomos criados com as mais bonitas qualidades.

Não olhe nos espelhos da vida para desejar ser algo que você não é.

Nós devemos agradecer o grande "fabricante de bonecas" que nos fez...

(autoria desconhecido)

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A lição da Natureza

Para quem tem olhos de ver, até os pássaros ensinam. Conta John Leax que nos dias de inverno ele colocava no comedouro, em seu jardim, sementes, no intuito de que os pássaros ali se alimentassem.

Um dia, ele observou que um cardeal de penas desbotadas pelo gelo e pelo frio, pousou e se curvou sobre o comedouro. Mas não bicou nenhuma semente.

Através de seu binóculo, John pode observar que o pássaro tinha seu bico machucado, quebrado bem na raiz.

Logo mais, dois outros cardeais pousaram ao seu lado. Um de cor viva e outro cinza.

Sem pressa alguma, como se possuíssem a paciência infindável de Deus, eles trituraram sementes de girassol e, encostando bico no bico, alimentaram a ave faminta.

Nos dias seguintes, e durante o inverno inteiro, todas as manhãs e todas as tardes, o trio chegou no comedouro, repetindo o processo.

Era como um encontro marcado e um compromisso assumido. Uma lição de disciplina e de desprendimento.


Exercita-te no amor à natureza, que esplende em sol, ar água, árvore, frutos, animais e homens.

Deixa-te enternecer pelos convites silenciosos que o pai Criador te faz e dulcifica-te interiormente.

O amor dilui a sombra dos sentimentos negativos, imprimindo o selo da mansidão em todos os atos.

Toda vez que nossos olhos contemplam o espetáculo do nascer e do pôr-do-sol, não podemos deixar de reconhecer a grandiosidade do Criador.

Cada vez que mergulhamos a mente no estudo da biologia, descobrindo a perfeição da maquinaria humana, seu intrincado de artérias, veias, vasos, neurônios, tudo tão harmonicamente a trabalhar, rendemo-nos ao extraordinário ser que se esmerou na sua elaboração.

Sempre que ouvimos a balada dos ventos nas tardes frias, o ulular cantante na pradaria, o farfalhar das folhas de outono, recordamo-nos que o grande idealizador se chama Deus.

E quando as águas descem dos morros cantando segredos que recolhem por onde passam e se arrojam das alturas ao solo, alimentando lagos, engrossando rios, formando cascatas, lembramo-nos de que o maestro excelso paira acima dos homens.

Quando a tempestade ruge, a tormenta grita, e a natureza parece enlouquecida, pensamos que Deus está um pouco desatento, em leve cochilo.

Deus não se repete, não se cansa de criar, e a cada momento que o homem aprofunda suas lentes para o interior da terra, o seio dos mares, vai se dando conta de que o pai desceu a detalhes muito pequenos para que nós, seus filhos, nos sentíssemos felizes neste planeta.

Mas como todo pai, ele também providenciou para que aprendêssemos uns com os outros, a fim de crescer com maior rapidez.

E a natureza é uma mestra exemplar. Sua lição de serviço desinteressado, paciência, perseverança, se faz presente todos os dias.

As flores oferecem perfume e colorido, as árvores ofertam sombra, calor e vida. Serviço desinteressado.

A semente adormece no seio da terra e ao se espreguiçar, na época devida, estende brotos, que se tornarão alimento. Paciência e perseverança.

Ama, portanto, tudo e todos. Aprende com a natureza.

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A fábula do Porco-espinho

Durante a era glacial, muitos animais morriam por causa do frio. Os porcos-espinhos, percebendo a situação, resolveram se juntar em grupos, assim se agasalhavam e se protegiam mutuamente, mas os espinhos de cada um feriam os companheiros mais próximos, justamente os que ofereciam mais calor. Por isso decidiram se afastar uns dos outros e voltaram a morrer congelados, então precisavam fazer uma escolha:

Ou desapareceriam da Terra ou aceitavam os espinhos dos companheiros.

Com sabedoria, decidiram voltar a ficar juntos. Aprenderam assim a conviver com as pequenas feridas que a relação com uma pessoa muito próxima podia causar, já que o mais importante era o calor do outro. E assim sobreviveram.

Moral da História

O melhor do relacionamento não é aquele que une pessoas perfeitas, mas aquele onde cada um aprende a conviver com os defeitos do outro, e admirar suas qualidades.

Perdas e Ganhos

A. Guinon

Tudo tem seu tempo certo para acontecer!

Seja no amor, na profissão, nos encontros e nos projetos há muito idealizados.

Tenha plena certeza disso, pois como sabemos, nada acontece fora de hora ou ainda "por acaso".

Tudo tem seu tempo certo, para entrar e, principalmente, para sair de sua vida.

Claro que temos que ter isto bem nítido em nossa mente: nem tudo chega,alguma coisa tem que ir embora para dar lugar às novas coisas ou situações.

Lidar bem com as perdas é uma virtude, pois, como também sabemos nada é tirado de nós "de graça".

Tudo tem um motivo certo e uma razão certa dentro do sincronismo da vida.

Mantenha o seu coração aberto para as novas emoções, sem muito esperar. Com certeza,logo estará na sua porta a resposta de que você precisa!

É importante confiar sempre nisto e saber que, dentre todas as coisas que parecem até corriqueiras, o universo trabalhou muito para que elas chegassem até você.

Nada é por acaso !

Uma vez compreendida esta lição, todas as outras serão muito fáceis de serem absorvidas.

Basta tentar, basta acreditar, e basta investir em você mesmo.

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Não quero só para mim o teu sorriso

Sorri, mostra aquilo que és, sem medo.

Existem pessoas que sonham com o teu sorriso, assim como eu.

A morte não nos rouba os seres amados. Pelo contrário, guarda-os e imortaliza-os na nossa recordação.

A vida sim, é que no-los rouba muitas vezes e definitivamente.

Os amigos que tens e cuja amizade já puseste à prova, prende-os à tua alma com ganchos de aço.

Se sentes que tudo perdeu o seu sentido, sempre haverá um ?quero-te?, sempre haverá um amigo; essa pessoa com quem se pode pensar em voz alta.

Quando todos os dias são iguais é porque o homem deixou de perceber as coisas boas que surgem na sua vida cada vez que o sol cruza o céu.

A felicidade é interior, não exterior; portanto, não depende do que temos, mas do que somos.

És algo mais do que o teu cérebro ou o teu corpo, a tua verdadeira essência é a tua alma, que é eterna.

Quando a minha voz se calar com a morte, o meu coração continuará falando.

O sábio não se senta para se lamentar, mas dá-se alegremente à tarefa de reparar o dano causado

O único símbolo de superioridade que conheço é a bondade

Não peças a Deus uma carga leve para os teus ombros; pede-lhe uns ombros fortes para suportar a carga.

Se ajudar uma só pessoa a ter esperança, não terei vivido em vão.

Por muito grande que seja a tormenta, o sol sempre volta a brilhar por entre as nuvens.

Quando a morte se precipita sobre o homem, a parte mortal extingue-se; mas o princípio imortal retira-se e afasta-se são e salvo.

A amizade é mais difícil e mais rara que o amor. Por isso, há que salvá-la como tal.

Só fechando as portas atrás de algo, se abrem janelas para o futuro.

Amigo(a), o Deus em Quem eu creio, não nos manda o problema, mas a força para o suportar.

Meu caro amigo, que ante a adversidade, exista sempre uma luz que ilumine o teu caminho e o de todas as pessoas que te rodeiam ?

Que possas sempre espalhar e irradiar essa força, optimismo e alegria que só tu sabes transmitir aos demais ? para que nunca percas essas virtudes que tens e com as quais se enriqueceu a minha vida ao conhecer-te.

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O Luto

Letícia Thompson

O luto é a tristeza profunda da alma após uma grande perda. A perda definitiva de uma pessoa querida e a dor que isso causa é a forma mais evidente do luto, que é necessário para que se possa continuar vivendo.

Nesse período, pouco compreendido pelos que estão de fora, a pessoa faz uma retrospectiva da própria vida e de tudo o que foi vivido com a outra pessoa, ela pesa, mede, se questiona e vai assim digerindo o acontecido. Só depois da aceitação da evidência do não retorno e da compreensão de que é preciso continuar vivendo é que se pode continuar a caminhar e pensar em construir novos caminhos.

Aceitar uma perda não é estar contente com ela, mas simplesmente compreendê-la. Muitos não conseguem dissociar essas duas coisas e é a razão pela qual sentem mais dificuldade para sair do período do luto. É como se, saindo disso e passando a outra coisa, outras pessoas pudessem julgá-los. Por isso uma pessoa de luto teme o sorrir de novo, o se alegrar, o estar bem: é o olhar acusador dos outros que pesa sobre ela ou melhor, a idéia de que vão lhe acusar, como se sorrir de novo fosse amar menos quem partiu, fosse demonstrar um menor sentimento de pesar.

Somente quando ela entender que o amor que sentimos por uma pessoa não pode ser medido pelo tempo que passamos digerindo a sua perda, é que ela vai poder continuar sua vida. Alguém que parte do mundo, parte fisicamente, mas fica nas lembranças, no vivido, no coração.

Associado à morte, o luto é, portanto, vivenciado de todas as maneiras e por todas as pessoas em vários períodos da vida, mas de forma menos evidente.

Cada vez que passamos por uma situação que nos fere e muda algo em nós, precisamos desse período de silêncio interior para que aceitemos a situação antes de ir adiante. Assim, precisa de um período de luto quem passa por uma separação, a perda de um trabalho, uma mudança radical na vida. Esse tempo em que pesamos e avaliamos os acontecimentos, nos culpamos e nos desculpamos, choramos e expurgamos as mágoas e dores e nos preparamos para um novo recomeço.

E é nesse inverno seco e difícil que aprendemos que o sol não muda, que a lua continua encantando, que as flores continuam nascendo e que a vida nos espera sorrindo e de braços abertos.

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Vigiar Sempre

Gy Neumer

Vigie seus pensamentos,
Porque eles se tornarão palavras.

Vigie suas palavras,
Porque elas se tornarão seus atos.

Vigie seus atos,
Porque eles se tornarão seus hábitos.

Vigie seus hábitos,
Porque eles se tornarão seu caráter.

Vigie o seu caráter,
Porque ele se tornará o seu destino...

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Quando me tornei invisível

Sílvia C. Peral

Já não sei em que data estamos. Nesta casa não há almanaques e em minha memória tudo está revolto. As coisas antigas foram desaparecendo. E eu também fui apagando sem que ninguém se desse conta.

Quando a família cresceu, me trocaram de quarto. Depois, me passaram a outro menor ainda acompanhada de minhas netas. Agora ocupo o esconderijo, no pátio de trás.

Prometeram-me trocar o vidro quebrado da janela, mas se esqueceram. E nas noites, por ali se sopra um ventinho gelado que aumenta minhas dores reumáticas.

Um dia à tarde me dei conta que minha voz desapareceu. Quando falo, meus filhos e meus netos não me respondem. Conversam sem olhar para mim, como se eu não estivesse com eles.

Às vezes, digo algo, acreditando que apreciarão meus conselhos. Mas não me olham, não me respondem. Então, me retiro para o meu canto antes de terminar a caneca de café. Se o faço é para que compreendam que estou enojada, para que venham procurar-me e me peçam perdão. Mas ninguém vem. No dia seguinte lhes disse:

— Quando eu morrer, então sim vão me estranhar.

E meu neto perguntou:

— Você está viva, vovó? (RISADAS)

Estive três dias chorando em meu quarto, até que numa certa manhã um dos meninos entrou a jogar umas rodas velhas.

Nem o "bom-dia" me deu. Foi então quando me convenci de que sou invisível.

Uma vez, os meninos vieram dizer-me que no dia seguinte iríamos todos ao campo. Fiquei muito feliz. Fazia tanto tempo que não saía!

Fui a primeira a levantar-me. Quis arrumar as coisas com calma. Nós, os velhos, tardamos muito, assim tomei meu tempo para não atrasá-los. Em pouco tempo, todos entravam e saíam da casa correndo, jogando bolsas e brinquedos no carro.

Eu já estava pronta e muito alegre. Parei na porta e fiquei esperando.

Quando se foram, compreendi que eu não estava convidada. Talvez porque não cabia no carro. Senti como meu coração se encolhia, o queixo me tremia como alguém que tinha vontade de chorar.

Eu os entendo. São jovens. Riem, sonham, se abraçam, se beijam. E eu... Antes beijava os meninos, me agradava tê-los nos braços, como se fossem meus. E até cantava canções de berço que havia esquecido. Mas um dia.

Minha neta acabava de ter um bebê. Me disse que não era bom que os velhos beijassem aos meninos por questões de saúde. Desde então, não me aproximei mais deles. Tenho tanto medo de contagiá-los! Eu os bendigo a todos e os perdôo, porque... que culpa têm os pobres de que eu tenha me tornado invisível?

Verniz Social

"A benevolência para com os semelhantes, fruto do amor ao próximo, produz a afabilidade e a doçura, que lhe são a manifestação. Entretanto, não é preciso fiar-se sempre nas aparências; educação e o hábito do mundo podem dar o verniz dessas qualidades..." (Cap. IX, item 6.)

Nem sempre conseguimos mascarar por muito tempo nossas verdadeiras intenções e planos matreiros. Não dá para enganar as pessoas por tempo indeterminado. Após vestirmos as roupagens da afabilidade e doçura para encobrir rudeza e desrespeito, vem a realidade dura e cruel que desnuda aqueles lobos que vestiram a "pele de ovelha".

Realmente, é no lar que descortinamos quem somos. É no lar que escorre o verniz da bonança e da caridade que passamos sobre a face e que nos revela tal como somos aos nossos familiares.

Trazemos gestos meigos e voz doce para desempenhar tarefas na vida pública, no contato com chefes de serviço e amigos, com companheiros de ideal e recém-conhecidos, mas também trazemos "pedras nas mãos" ou punhos cerrados no trato com aqueles com quem desfrutamos familiaridade.

Por querer aparentar alguém que não somos, ou impressionar criaturas a fim de conquistá-las por interesses imediatistas, é que incorporamos personagens de ficção no palco da vida. Ou seja, é como se cumpríssemos um "script" numa representação teatral. Nada mais do que isso.

Em várias ocasiões, integramos em nós mesmos não só a sociedade visivelmente "externa", com suas construções, praças, casas e cidades, mas também a sociedade em seu contexto "invisível" , que na realidade, se compõe de regras e ordens sociais, bem como dos modelos de instituições criadas arbitrariamente.

Captamos, através de nossos sentidos espirituais, todos os tipos de energia oriunda da população. Através de nossos radares sensíveis e intuitivos passamos a representar de forma inconsciente e automática um procedimento dissimulado sob a ação dessas forças poderosas.

Maquilagens impecáveis, jóias reluzentes, perfumes caros, roupas da moda e óculos charmosos fazem parte do nosso arsenal de guerra para ludibriar e corromper, para avançar sinais e para comprar consciências. Não nos referimos aqui à alegria de estar bem-trajado e asseado, mas à maquiavélica intenção dos "túmulos caiados".

Por não nos conhecermos em profundidade é que temos medo de nos mostrar como realmente somos.

Num fenômeno psicológico interessante denominado "introjeçao" , que é um mecanismo de defesa por meio do qual atribuímos a nós as qualidades dos outros, fazemos o papel do artista famoso, dos modelos de beleza, das personagens políticas e religiosas, das figuras em destaque, dos parentes importantes e indivíduos de sucesso, e por muito tempo alimentamos a ilusão de que somos eles, vivenciando tudo isso num processo inconsciente.

Desse modo, nós nos portamos, vestimos, gesticulamos, escrevemos e damos nossa opinião como se fôssemos eles realmente, representando, porém, uma farsa psicológica.

Ter duas ou mais faces resulta gradativamente em uma psicose da vida mental, porque, de tanto representar, um dia perdemos a consciência de quem somos e do que queremos na vida.

Quanto mais notarmos os estímulos externos, influências culturais, físicas, espirituais e sociais em nós mesmos, nossas possibilidade de relacionamento com outras pessoas serão cada vez mais autênticas e sinceras. A comunicação efetiva de criatura para criatura acontecerá se não levarmos em consideração sexo, idade e nível socioeconômico. Ela se efetivará ainda mais seguramente sempre que abandonarmos por completo toda e qualquer obediência neurótica aos modelos aprendidos e preestabelecidos.

Abandonemos o "verniz social" que nos impusemos no transcorrer da vida.

Sejamos, pois, autênticos. Descubramos nossas reais potencialidades interiores, que herdamos da Divina Paternidade. Desenvolvendo-as, agiremos com maior naturalidade e, conseqüentemente, estaremos em paz conosco e com o mundo.

(De "Renovando atitudes", de Francisco do Espírito Santo Neto, pelo Espírito Hammed)

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Lógica do cachorro!

A razão de um cachorro ter tantos amigos é que ele abana o rabo em vez da língua.


Não há nenhum psiquiatra no mundo igual a um filhote de cachorro que lambe a sua face. (Ben Williams)


Um cachorro é a única coisa na Terra que o ama mais que a ele mesmo.


O cachorro comum é mais agradável que a pessoa comum. (Andy Rooney)


A pessoa que não conhece o gosto do sabão, nunca lavou um cachorro. (Franklin P.Jones)


Se seu cachorro estiver gordo é porque você não está brincando com ele. (Desconhecido)


Se você apanha um cachorro faminto e o alimenta, ele não o morderá; esta é a principal diferença entre um cachorro e um homem. (Mark Twain)


Cachorros não são eternos na nossa vida, mas eles fazem nossas vidas eternas. (Roger Caras)


Se você pensa que cachorro não sabe contar, coloque três biscoitos de cachorro em seu bolso e lhe dê apenas dois. (Phil Pastoret)

Anjos existem

William J. Bennett

O menino voltou-se para a mãe e perguntou:

— Os anjos existem mesmo? Eu nunca vi nenhum.

Como ela lhe afirmasse a existência deles, o pequeno disse que iria andar pelas estradas, até encontrar um anjo.

— É uma boa idéia - falou a mãe. Irei com você.

— Mas você anda muito devagar - argumentou o garoto. Você tem um pé aleijado.

A mãe insistiu que o acompanharia. Afinal, ela podia andar muito mais depressa do que ele pensava. Lá se foram. O menino saltitando e correndo e a mãe mancando, seguindo atrás. De repente, uma carruagem apareceu na estrada. Majestosa, puxada por lindos cavalos brancos. Dentro dela, uma dama linda, envolta em veludos e sedas, com plumas brancas e cabelos escuros. As jóias eram tão brilhantes que pareciam pequenos sóis. Ele correu ao lado da carruagem e perguntou à senhora:

— Você é um anjo?

Ela nem respondeu. Resmungou alguma coisa ao cocheiro que chicoteou os cavalos e a carruagem sumiu, na poeira da estrada. Os olhos e a boca do menino ficaram cheios de poeira. Ele esfregou os olhos e tossiu bastante. Então, chegou sua mãe que limpou toda a poeira, com seu avental de algodão azul.

— Ela não era um anjo, não é, mamãe?

— Com certeza, não. Mas um dia poderá se tornar um, respondeu a mãe.

Mais adiante uma jovem belíssima, em um vestido branco, encontrou o menino. Seus olhos eram estrelas azuis e ele lhe perguntou.

— Você é um anjo?

Ela ergueu o pequeno em seus braços e falou feliz:

— Uma pessoa me disse ontem à noite que eu era um anjo.

Enquanto acariciava o menino e o beijava, ela viu seu namorado chegando. Mais do que depressa, colocou o garoto no chão. Tudo foi tão rápido que ele não conseguiu se firmar bem nos pés e caiu.

— Olhe como você sujou meu vestido branco, seu monstrinho! disse ela, enquanto corria ao encontro do seu amado.

O menino ficou no chão, chorando, até que chegou sua mãe e lhe enxugou as lágrimas com seu avental de algodão azul. Aquela moça, certamente, não era um anjo. O garoto abraçou o pescoço da mãe e disse estar cansado.

— Você me carrega?

— É claro - disse a mãe. Foi para isso que eu vim.

Com o precioso fardo nos braços, a mãe foi mancando pelo caminho, cantando a música que ele mais gostava. Então o menino a abraçou com força e lhe perguntou:

— Mãe, você não é um anjo?

A mãe sorriu e falou mansinho:

— Imagine, nenhum anjo usaria um avental de algodão azul como o meu....

MORAL DA HISTÓRIA: Anjos são todos os que na Terra se tornam guardiões dos seus amores. São mães, pais, filhos, irmãos, amigos que renunciam a si próprios, a seus interesses, aos seus objetivos, aos seus desejos e até as suas vidas em benefício dos que amam. Às vezes, podem estar do nosso lado e não percebemos.

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Livre-arbítrio

Você já ouviu alguma vez falar de livre-arbítrio?

Livre-arbítrio quer dizer livre escolha, livre opção.

Em todas as situações da vida, sempre temos duas ou mais possibilidades para escolher.

E a cada momento a vida nos exige decisão. Sempre temos que optar entre uma ou outra atitude. Desde que abrimos os olhos, pela manhã, estamos optando entre uma atitude ou outra.

Ao ouvir o despertador, podemos escolher entre abrir a boca para lamentar por não ser nosso dia de folga ou para agradecer a Deus por mais um dia de oportunidades, no corpo físico.

Ao encontrarmos o nosso familiar que acaba de se levantar, podemos resmungar qualquer coisa, ficar calado, ou desejar, do fundo da alma, um bom dia.

Quando chegamos ao local de trabalho, podemos optar entre ficar de bem com todos ou buscar o isolamento, ou, ainda, contaminar o ambiente com mau humor.

Conta um médico, que trata de pacientes com câncer, que as atitudes das pessoas variam muito, mesmo em situações parecidas.

Diz ele que duas de suas pacientes, quase da mesma idade, tiveram que extirpar um seio por causa da doença. Uma delas ficou feliz por continuar viva e poder brincar com os netos, a outra optou por lamentar pelo seio que havia perdido, embora também tivesse os netos para se distrair.

Quando alguém o ofende, você pode escolher por revidar, calar-se ou oferecer o tratamento oposto. A decisão sempre é sua.

O que vale ressaltar é que todas as ações terão uma reação correspondente, como conseqüência. E essa ação é de nossa total responsabilidade.

E isso deve ser ensinado aos filhos desde cedo. Caso a criança escolha agredir seu colega e leve alguns arranhões, deverá saber que isso é resultado da sua ação e, por conseguinte, de sua inteira responsabilidade.

Tudo na vida está sujeito à lei de causa e efeito: para uma ação positiva, um efeito positivo; para uma ação infeliz, o resultado correspondente.

Se você chega ao trabalho bem humorado, alegre, radiante, e encontra seu colega de mau humor, você pode decidir entre sintonizar na faixa dele ou fazer com que ele sintonize na sua.

Você tem ainda outra possibilidade de escolha: ficar na sua.

Todavia, da sua escolha dependerá o resto do dia. E os resultados lhe pertencem.

Jesus ensinou que a semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória.

Pois bem, nós estamos semeando e colhendo o tempo todo. Se semeamos sementes de flores, colhemos flores; se plantamos espinheiros, colheremos espinhos. Não há outra saída.

Mas o que importa mesmo é saber que a opção é nossa. Somos livres para escolher, antes de semear. Aí é que está a justiça divina.

Mesmo as semeaduras que demoram bastante tempo para germinar, um dia terão seus frutos. São aqueles atos praticados no anonimato, na surdina, que aparentemente ficam impunes. Um dia eles aparecerão e reclamarão colheita.

Igualmente, os atos de renúncia, de tolerância, de benevolência, que tantas vezes parecem não dar resultados, um dia florescerão e darão bons frutos e perfume agradável. É só deixar nas mãos do jardineiro divino, a quem chamamos de Criador.

Pense nisso!

A hora seguinte será o reflexo da hora atual.

O dia de amanhã trará os resultados do dia de hoje.

É assim que vamos construindo a nossa felicidade ou a nossa desdita, de acordo com a nossa livre escolha, com nosso livre-arbítrio.

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O Verdadeiro Amor

Um senhor de idade chegou a um consultório médico, para fazer um curativo em sua mão, na qual havia um profundo corte. E, muito apressado, pediu urgência no atendimento, pois tinha um compromisso.

O médico que o atendia, curioso perguntou o que tinha de tão urgente para fazer.

O simpático velhinho lhe disse que todas as manhãs ia visitar sua esposa que estava em um abrigo para idosos, com mal de Alzheimer muito avançado.

O médico muito preocupado com o atraso do atendimento disse:

— Então hoje ela ficará muito preocupada com sua demora?

No que o senhor respondeu:

—Não, ela já não sabe quem eu sou. Há quase cinco anos que não me reconhece mais.

O médico então questionou:

— Mas então para que tanta pressa e necessidade em estar com ela todas as manhãs, se ela já não o reconhece mais?

O velhinho então deu um sorriso e batendo de leve no ombro do médico respondeu:

— Ela não sabe quem eu sou... Mas eu sei muito bem quem ela é.

Estou pronto agora!

O capitão de um navio que ia zarpar dirigia-se para o porto. Estava muito frio. Diante da vitrine de um restaurante, ele viu um menino quase maltrapilho, de bracinhos cruzados e meio trêmulo.

— Que está fazendo aí, meu pequeno? - perguntou-lhe o capitão.

— Estou só olhando quanta coisa gostosa há aí para se comer...

— Tenho bem pouco tempo antes da partida do navio, se você estivesse arrumadinho, eu o levaria a esse restaurante para que comesse algumas dessas coisas boas e saborosas; mas, infelizmente não está...

O garoto, faminto e com os olhos rasos de água, passou a mãozinha magra sobre os cabelos em desalinho e falou:

— Estou pronto, agora!!!

Comovido, o capitão o levou como estava ao restaurante, fazendo servir-lhe uma boa refeição. E enquanto o garoto comia, perguntou-lhe:

— Diga-me uma coisa: onde está sua mãe, meu pequeno?

— Ela foi para o céu quando eu tinha apenas quatro anos de idade, disse o menino sem entender ainda a vida.

— E você ficou só com seu pai? E onde está ele agora? Onde trabalha?

— Nunca mais vi meu pai, desde que mamãe partiu...

— Mas então, quem toma conta de você?

Com um jeitinho resignado, o menino respondeu:

— Quando minha mãe estava doente, ela disse que Deus tomaria conta de mim. Ela ainda me ensinou a pedir isto todos os dias a Ele.

O capitão, cheio de compaixão, acrescentou:

— Se você estivesse limpo e arrumadinho eu o levaria para o navio e cuidaria de você com muita alegria. Novamente, o menino, alisando os cabelinhos sujos e mal cuidados, voltou a repetir a mesma expressão:

— Capitão estou pronto agora!

Vendo-o assim quase suplicante, aquele capitão o levou para o navio, onde o apresentou aos marinheiros e imediatos, dizendo:

— Ele será o meu ajudante e será sempre chamado de "Pronto- Agora".

Ali o garoto recebeu tudo o que carecia e as coisas transcorriam, aparentemente, bem, até que um dia ele amanheceu febril. Foi medicado, mas a febre não cedia. Vendo-o piorar, o capitão aflito disse ao médico:

— Procure salvá-lo, doutor. Não posso perdê-lo.

O médico fez tudo o que pôde, mas em vão. Na tarde seguinte, o menino, chamando o capitão, lhe falou:

— O senhor foi muito bom para mim. Eu o amo muito e gostei de estar aqui, mas agora vou ao encontro de minha mãe. O senhor está pronto, agora, para aceitar que eu vá? Porque minha mãe está me dizendo que enquanto o senhor não estiver pronto, eu não me libertarei.

Com lágrimas nos olhos, o capitão, tomando as mãos do menino, disse:

— Filho, estou pronto, agora!

O garoto cerrou os olhos, suspirou e seu Espírito abandonou o corpo enfermiço, indo ao encontro de sua mãe.

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Amor só, não basta

Artur da Távola

Por mais que o poder e o dinheiro tenham conquistado uma ótima posição no ranking das virtudes, o amor ainda lidera com folga. Tudo o que todos querem é amar.
Encontrar alguém que faça bater forte o coração e justifique loucuras.
Que nos faça entrar em transe, cair de quatro, babar na gravata.
Que nos faça revirar os olhos, rir à toa, cantarolar dentro de um ônibus lotado. ( Tem algum médico aí? )
Depois que acaba esta paixão retumbante, sobra o quê? O amor.
Mas não o amor mistificado, que muitos julgam ter o poder de fazer levitar.
O que sobra é o amor que todos conhecemos, o sentimento que temos por mãe, pai, irmão, filho.
Tudo o mesmo amor, só que entre amantes existe sexo.
Não existem vários tipos de amor, assim como não existem três tipos de saudades, quatro de ódio, seis espécies de inveja.
O amor é único, como qualquer sentimento, seja ele destinado a familiares, ao cônjuge ou a Deus.
A diferença é que, como entre marido e mulher não há laços de sangue, a sedução tem que ser ininterrupta.
Por não haver nenhuma garantia de durabilidade, qualquer alteração no tom de voz nos fragiliza, e de cobrança em cobrança acabamos por sepultar uma relação que poderia ser eterna.

Casaram.
Te amo prá lá, te amo prá cá.
Lindo, mas insustentável.
O sucesso de um casamento exige mais do que declarações românticas.
Entre duas pessoas que resolvem dividir o mesmo teto, tem que haver muito mais do que amor, e às vezes nem necessita de um amor tão intenso.
É preciso que haja, antes de mais nada, respeito.
Agressões zero.
Disposição para ouvir argumentos alheios.
Alguma paciência.
Amor, só, não basta.
Não pode haver competição.
Nem comparações.
Tem que ter jogo de cintura para acatar regras que não foram previamente combinadas.
Tem que haver bom humor para enfrentar imprevistos, acessos de carência, infantilidades.
Tem que saber levar.

Amar, só, é pouco.
Tem que haver inteligência.
Um cérebro programado para enfrentar tensões pré- menstruais, rejeições, demissões inesperadas, contas para pagar.
Tem que ter disciplina para educar filhos, dar exemplo, não gritar.
Tem que ter um bom psiquiatra.
Não adianta, apenas, amar.
Entre casais que se unem, visando a longevidade do matrimônio, tem que haver um pouco de silêncio, amigos de infância, vida própria, um tempo prá cada um.

Tem que haver confiança.
Uma certa camaradagem, às vezes fingir que não viu, fazer de conta que não escutou.
É preciso entender que união não significa, necessariamente, fusão.
E que amar, "solamente", não basta.
Entre homens e mulheres que acham que o amor é só poesia, tem que haver discernimento, pé no chão, racionalidade.
Tem que saber que o amor pode ser bom, pode durar para sempre, mas que sozinho não dá conta do recado.
O amor é grande mas não é dois.
É preciso convocar uma turma de sentimentos para amparar esse amor que carrega o ônus da onipotência.

O amor até pode nos bastar, mas ele próprio não se basta.

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O cavalinho

Certa tarde, um homem saiu para um passeio com as duas filhas, uma de oito e a outra de quatro anos.

Em determinado momento da caminhada, Helena, a mais nova, pediu ao pai que a carregasse, pois estava muito cansada para continuar andando.

O pai respondeu que estava também muito cansado.

Diante da resposta, a garotinha começou a choramingar e fazer "corpo mole".

Sem dizer uma só palavra, o pai cortou um pequeno galho de árvore e o entregou a Helena dizendo:

"Olhe aqui um cavalinho para você montar, filha! Ele irá ajudá-la a seguir em frente."

"A menina parou de chorar e pôs-se a cavalgar o galho verde tão rápido, que chegou em casa antes dos outros."

Ficou tão encantada com seu cavalo de pau, que foi difícil fazê-la parar de galopar.

A irmã mais velha ficou intrigada com o que viu e perguntou ao pai como entender a atitude de Helena.

O pai sorriu e respondeu dizendo:

"Assim é a vida minha filha. Às vezes a gente está física e mentalmente cansado, certo de que é impossível continuar. Mas encontramos então um "cavalinho" qualquer que nos dá ânimo outra vez. Esse cavalinho pode ser um bom livro, um amigo, uma canção, uma boa mensagem; quem sabe um simples sorriso ou até um simples e-mail, como este... "

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O Valor das Pequenas Coisas

Em cada indelicadeza, eu assassino um pouco aqueles que me amam.
Em cada desatenção, não sou nem educado, nem cristão.
Em cada olhar de desprezo, alguém termina magoado.

Em cada gesto de impaciência,
Dou uma bofetada invisível nos que convivem comigo.
Em cada perdão que eu nego, vai um pedaço do meu egoísmo.
Em cada ressentimento, revelo meu amor-próprio ferido.

Em cada palavra áspera que digo, perco alguns pontos no Céu.
Em cada omissão que pratico, rasgo uma folha do evangelho.
Em cada esmola que eu nego, um pobre se afasta mais triste.

Em cada oração que não faço, eu peco.
Em cada juízo maldoso, meu lado mesquinho se revela.
Em cada fofoca que faço, eu peco contra o silêncio.

Mas ...
Em cada pranto que enxugo, eu torno alguém mais feliz.
Em cada ato de fé, eu canto um hino à vida.
Em cada sorriso que espalho, eu planto alguma esperança.
Em cada espinho que arranco, alguém beijará minha mão.
Em cada rosa que oferto, os anjos me sorriem e Deus me abençoa ...

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Manancial da Vida

//Paulo Roberto Gaefke //

Nem todos nós conseguimos compreender a força que temos,
a capacidade de criarmos nosso céu e nosso inferno,
de mudarmos situações que parecem impossíveis,
de criarmos "milagres" como nos lembrou o Cristo:
"Sois deuses", "foi a tua fé que te curou".
Nós ainda não acreditamos nessa força.

A depressão, a síndrome do pânico,
e outras doenças "nervosas" são frutos reais,
da anulação dos nossos poderes, da nossa capacidade,
é a materialização dos pesadelos que criamos, é a
negação do "eu", é a anulação do "divino que habita em nós".

Aprendamos então, filhos da Luz,
dentro de cada um de nós existe uma usina,
um poder ilimitado que nos foi concedido,
para criarmos o que quisermos,
mesmo na simplicidade do lugar mais isolado,
podemos viver um inferno de ansiedade,
e no meio da cidade mais agitada,
sentir a paz que só os "iluminados" atingem.

Aprendamos a dominar os nossos pensamentos,
que criam impulsos, que nos levam aos atos,
que acabam se transformando em ações,
que com certeza causam reações, desejadas ou não.

Eis aí o segredo da vida, o tesouro do livre-arbítrio:
"Está em nós pensar em nós mesmos como seres completos,
merecedores da felicidade, da paz, da alegria,
sorrir, mesmo quando tudo diz não,
porque nós sabemos o que queremos e onde chegar,
e nada, nem o tempo, nem a morte,
podem separar-nos do nosso objetivo.

Isso é mais do que esperança, mais do que fé,
isso é determinação, é certeza de coisas que ainda nem existem,
e tudo começa no nosso pensar.

Cuidemos dos nossos pensamentos, reguemo-los todos os dias,
com amor, carinho e muitas certezas,
pois o Divino habita em nós.

O suicida do trem

Transcrito do livro "O Semeador de Estrelas", de Suely Caldas Schubert

Eu nunca me esquecerei que um dia havia lido num jornal acerca de um suicídio terrível, que me impactou: um homem jogou-se sobre a linha férrea, sob os vagões da locomotiva e foi triturado. E o jornal, com todo o estardalhaço, contava a tragédia, dizendo que aquele era um pai de dez filhos, um operário modesto.

Aquilo me impressionou tanto que resolvi orar por esse homem.

Tenho uma cadernetinha para anotar nomes de pessoas necessitadas. Eu vou orando por elas e, de vez em quando, digo: se este aqui já evoluiu, vou dar o seu lugar para outro; não posso fazer mais.

Assim, coloquei-lhe o nome na minha caderneta de preces especiais - as preces que faço pela madrugada. Da minha janela eu vejo uma estrela e acompanho o seu ciclo; então, fico orando, olhando para ela, conversando. Somos muito amigos, já faz muitos anos. Ela é paciente, sempre aparece no mesmo lugar e desaparece no outro.

Comecei a orar por esse homem desconhecido. Fazia a minha prece, intercedia, dava uma de advogado, e dizia: Meu Jesus, quem se mata (como dizia minha mãe) "não está com o juízo no lugar". Vai ver que ele nem quis se matar; foram as circunstâncias. Orava e pedia, dedicando-lhe mais de cinco minutos (e eu tenho uma fila bem grande), mas esse era especial.

Passaram-se quase quinze anos e eu orando por ele diariamente, onde quer que estivesse.

Um dia, eu tive um problema que me fez sofrer muito. Nessa noite cheguei à janela para conversar com a minha estrela e não pude orar. Não estava em condições de interceder pelos outros. Encontrava-me com uma grande vontade de chorar; mas, sou muito difícil de fazê-lo por fora, aprendi a chorar por dentro. Fico aflito, experimento a dor, e as lágrimas não saem. (Eu tenho uma grande inveja de quem chora aquelas lágrimas enormes, volumosas, que não consigo verter).

Daí a pouco a emoção foi-me tomando e, quando me dei conta, chorava.

Nesse ínterim, entrou um Espírito e me perguntou:

— Por que você está chorando?

— Ah! Meu irmão - respondi - hoje estou com muita vontade de chorar, porque sofro um problema grave e, como não tenho a quem me queixar, porquanto eu vivo para consolar os outros, não lhes posso contar os meus sofrimentos. Além do mais, não tenho esse direito; aprendi a não reclamar e não me estou queixando.

O Espírito retrucou:

— Divaldo, e seu eu lhe pedir para que você não chore, o que é que você fará?

— Hoje nem me peça. Porque é o único dia que eu consegui fazê-lo. Deixe-me chorar!

— Não faça isto - pediu. - Se você chorar eu também chorarei muito.

— Mas por que você vai chorar? - perguntei-lhe.

— Porque eu gosto muito de você. Eu amo muito a você e amo por amor.

Como é natural, fiquei muito contente com o que ele me dizia.

— Você me inspira muita ternura - prosseguiu - e o amo por gratidão. Há muitos anos eu me joguei embaixo das rodas de um trem. E não há como definir a sensação da eterna tragédia. Eu ouvia o trem apitar, via-o crescer ao meu encontro e sentia-lhe as rodas me triturando, sem terminar nunca e sem nunca morrer. Quando acabava de passar, quando eu ia respirar, escutava o apito e começava tudo outra vez, eternamente. Até que um dia escutei alguém chamar pelo meu nome. Fê-lo com tanto amor, que aquilo me aliviou por um segundo, pois o sofrimento logo voltou. Mais tarde, novamente, ouvi alguém chamar por mim. Passei a ter interregnos em que alguém me chamava, eu conseguia respirar, para aguentar aquele morrer que nunca morria e não sei lhe dizer o tempo que passou. Transcorreu muito tempo mesmo, até o momento em que deixei de ouvir o apito do trem, para escutar a pessoa que me chamava. Dei-me conta, então, que a morte não me matara e que alguém pedia a Deus por mim. Lembrei-me de Deus, de minha mãe, que já havia morrido. Comecei a refletir que eu não tinha o direito de ter feito aquilo, passei a ouvir alguém dizendo: "Ele não fez por mal. Ele não quis matar-se." Até que um dia esta força foi tão grande que me atraiu; aí eu vi você nesta janela, chamando por mim.

— Eu perguntei - continuou o Espírito - quem é? Quem está pedindo a Deus por mim, com tanto carinho, com tanta misericórdia? Mamãe surgiu e esclareceu-me:

— É uma alma que ora pelos desgraçados.

— Comovi-me, chorei muito e a partir daí passei a vir aqui, sempre que você me chamava pelo nome.

(Note que eu nunca o vira, face às diferenças vibratórias.)

— Quando adquiri a consciência total - prosseguiu ele - já se haviam passado mais de catorze anos. Lembrei-me de minha família e fui à minha casa. Encontrei a esposa blasfemando, injuriando-me: "- Aquele desgraçado desertou, reduzindo-nos à mais terrível miséria. A minha filha é hoje uma perdida, porque não teve comida e nem paz e foi-se vender para tê-los. Meu filho é um bandido, porque teve um pai egoísta, que se matou para não enfrentar a responsabilidade.

Deixando-nos, ele nos reduziu a esse estado."

— Senti-lhe o ódio terrível. Depois, fui atraído à minha filha, num destes lugares miseráveis, onde ela estava exposta como mercadoria. Fui visitar meu filho na cadeia.

— Divaldo - falou-me emocionado - aí eu comecei a somar às "dores físicas" a dor moral, dos danos que o meu suicídio trouxe. Porque o suicida não responde só pelo gesto, pelo ato da autodestruição, mas, também, por toda uma onda de efeitos que decorrem do seu ato insensato, sendo tudo isto lançado a seu débito na lei de responsabilidades. Além de você, mais ninguém orava, ninguém tinha dó de mim, só você, um estranho. Então hoje, que você está sofrendo, eu lhe venho pedir: em nome de todos nós, os infelizes, não sofra! Porque se você entristecer, o que será de nós, os que somos permanentemente tristes? Se você agora chora, que será de nós, que estamos aprendendo a sorrir com a sua alegria? Você não tem o direito de sofrer, pelo menos por nós, e por amor a nós, não sofra mais.

Aproximou-se, me deu um abraço, encostou a cabeça no meu ombro e chorou demoradamente. Doridamente, ele chorou.

Igualmente emocionado, falei-lhe:

— Perdoe-me, mas eu não esperava comovê-lo.

— São lágrimas de felicidade. Pela primeira vez, eu sou feliz, porque agora eu me posso reabilitar. Estou aprendendo a consolar alguém. E a primeira pessoa a quem eu consolo é você.

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A árvore torta

Um dia, diante de uma velha árvore torta, um pinheiro todo vergado pelo tempo, o sábio da aldeia ofereceu a sua própria casa para aquele discípulo que "conseguisse ver o pinheiro na posição correta".

Todos se aproximaram e ficaram pensando na possibilidade de ganhar a casa e o prestígio, mas como seria "enxergar o pinheiro na posição correta"?

O mesmo era tão torto que a pessoa candidata ao premio teria que ser no mínimo, contorcionista.

Ninguém ganhou o prêmio e o velho sábio explicou ao povo ansioso, que ver aquela árvore em sua posição correta era "vê-la como uma árvore torta".

Só isso!

Por isso é fundamental aceitá-la como ela é.

Os pais sofreriam menos com os seus filhos, pois, conhecendo-os, não colocariam expectativas que são suas, na vida dos mesmos, gerando crianças doentes, frustradas, rebeldes, e até vazias.

Tente, pelo menos tente, ver as pessoas como elas realmente são, pare de imaginar como elas deveriam ser, ou tentar consertá-las da maneira que você acha melhor.

O torto pode ser a melhor forma de uma árvore crescer. Não crie mais dificuldades no seu relacionamento, se vemos as coisas como elas são, muitos dos nossos problemas deixam de existir,sem mágoas, sem brigas, sem ressentimentos.

E para terminar, olhe para você mesmo com os "olhos de ver" e enxergue as possibilidades, as coisas que você ainda pode fazer e não fez. Pode ser que a sua árvore seja torta aos olhos das outras pessoas, mas pode ser a mais frutífera, a mais bonita, a mais perfumada da região, e isso, não depende de mais ninguém para acontecer, depende só de você.

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35 Conselhos para todas as mulheres

  1. Se um homem quer você, nada pode mantê-lo longe. Se ele não a quer, nada pode fazê-lo ficar.

  2. Pare de dar desculpas, de arranjar justificativas, para um homem e seu comportamento.

  3. Permita que sua intuição a proteja das mágoas.

  4. Pare de tentar se modificar para uma relação que não tem que acontecer.

  5. Mais devagar é melhor. Nunca dedique sua vida a um homem antes que você encontre o que realmente a faz feliz.

  6. Se uma relação terminar porque o homem não a tratou como você merecia, "dane-se, mande p'ro inferno, esqueça! Vocês não podem "ser amigos". Um amigo não destrataria outro amigo. Não conserte.

  7. Se você sente que ele a está "enrolando", provavelmente é porque ele está mesmo. Não continue a relação porque você acha que "ele vai melhorar"

  8. Você vai se chatear daqui um ano por continuar a relação quando as coisas ainda não estiverem melhores.

  9. A única pessoa que você pode controlar em uma relação é você mesma.

  10. Evite homens que têm um monte de filhos, e de um monte de mulheres diferentes. Ele não casou com elas quando elas ficaram grávidas, então, porque ele a trataria diferente?

  11. Sempre tenha seu próprio círculo de amizade, separadamente do dele.

  12. Coloque limites no modo como um homem a trata. Se algo a irritar, faça um escândalo.

  13. Nunca deixe um homem saber de tudo. Mais tarde ele usará isso contra você.

  14. Você não pode mudar o comportamento de um homem. A mudança vem de dentro.

  15. Nunca o deixe sentir que ele é mais importante que você … mesmo se ele tiver um maior grau de escolaridade ou um emprego melhor.

  16. Não o torne um semi-deus.

  17. Ele é um homem, nada além ou aquém disso.

  18. Nunca deixe um homem definir quem você é.

  19. Nunca pegue o homem de alguém emprestado.

  20. Se ele traiu alguém com você, ele também a trairá.

  21. Um homem vai tratá-la do jeito que você permita que ele a trate.

  22. Todos os homens NÃO são cachorros!

  23. Você não deve ser a única a fazer tudo em um relacionamento. Compromisso é uma via de mão dupla.

  24. Você precisa de tempo para se cuidar entre as relações. Não há nada tão precioso quanto viajar. Veja as suas questões antes de um novo relacionamento.

  25. Você nunca deve olhar para alguém sentindo que a pessoa irá completá-la … uma relação consiste de dois indivíduos completos … Procure alguém que irá complementá-la e não suplementar.

  26. Namorar é sempre bom, mesmo se ele não for o esperado Sr. Correto.

  27. Faça-o sentir falta de você algumas vezes. Quando um homem sempre sabe que você está lá, e que você está sempre disponível para ele, ele se acha … o seu dono.

  28. Nunca se mude para a casa da mãe dele. Nunca seja cúmplice (co-assine) de um homem.

  29. Não se comprometa completamente com um homem que não lhe dá tudo o que você precisa. Mantenha-o em seu radar, mas conheça outros …

  30. Compartilhe isso com outras mulheres e homens, para que eles também saibam. Você fará alguém sorrir, outros repensarem sobre as escolhas, e muitas mulheres se prepararem.

  31. Dizem que se gasta um minuto para encontrar alguém especial, uma hora para apreciar esse alguém, um dia para amá-lo e uma vida inteira para esquecê-lo.

  32. "O medo de ficar sozinha faz várias mulheres permaneçam em relações que são abusivas e lesivas: Dr. Phill"

  33. Você deve saber que você é a melhor coisa que pode acontecer para alguém e se um homem a destrata, é ele que vai perder uma coisa boa.

  34. Se ele ficou atraído por você à primeira vista, saiba que ele não foi o único.

  35. Todos eles a estão olhando, então você tem várias opções. Então, faça a escolha certa!

Silêncio prejudicial

A cena se repete, muitas vezes, no seio das famílias, sejam pobres ou ricas.

Os filhos dizem que viram certas coisas, que ouviram determinados ruídos e, sem verificação alguma, os pais dizem que aquelas coisas não existem. Que não há barulho algum.

Se as crianças insistem, dizendo que viram mesmo, que é tudo verdade, recebem repreensão e até castigo.

Não existe isso! - é o que falam os pais. Como se fossem os conhecedores de tudo que se encontra no céu, na terra e no mar.

Com isso, criam alguns problemas para si mesmos.

O primeiro e, possivelmente, o mais letal para o relacionamento entre eles e os filhos é a perda da qualidade de confidentes de seus rebentos.

Logo, as crianças estão buscando ouvidos que as ouçam. E encontram na empregada da casa, na babá, em tios, avós e em pessoas fora do lar.

Fazem e mantêm amizades fora do lar, dessa forma. Pessoas que estão dispostas a ouvi-las, diga-se, nem sempre com boas intenções.

O segundo e grave problema é o mutismo intencional da criança. Se o que ela vê, ouve, percebe é catalogado pelos pais como mentira, invencionice, produto de sua fértil imaginação, ela se cala.

Calando-se, passa a viver entre o susto e o pavor.

Porque vê e ouve coisas que outros não ouvem nem vêem, se acredita anormal, diferente.

A sequência é lógica: isola-se, temendo fazer amizades que poderão vir a descobrir como ela é estranha.

Sem quem a oriente, auxilie, explicando o que lhe ocorre, ou procurando auxílio terapêutico, quando preciso, a criança fica à mercê de muitas dificuldades.

A cinematografia tem explorado, há muito tempo, e sempre com maior intensidade, essas questões.

Filmes mostram como quem não é ouvido em casa, não é acreditado no que afirma ver, ouvir e sentir, acaba criando amizades fora do lar.

Por vezes, amizades positivas que auxiliam muito. De outras, pessoas sem escrúpulos que delas se servem para seus próprios e sombrios objetivos.

A literatura não tem sido menos pródiga em exemplos e, contudo, parece que muitos pais ainda não entendem.

Continuam na sua mesma e irredutível posição do se eu não vejo, não ouço, não existe.

Na qualidade de guardiões de seus filhos, cabe aos pais ouvir sempre, pesquisar, indagar.

Pode ser tudo fantasia. Se for, recordemos que também já fomos crianças e administremos a questão, com propriedade.

Se forem fatos que lhes ocorrem, observemos.

Muitos dramas poderiam ser evitados, se pais desatentos tivessem ouvido as queixas dos pequenos sobre os maus tratos ou os castigos recebidos de mãos alheias.

Se forem Espíritos o que vê e ouve nosso filho, acredite-se ou não na existência deles, há que se ofertar apoio.

Pode ser o da prece, nos momentos do medo. Ou a explicação natural de que os Espíritos estão em toda parte; que os bons não nos desejam o mal; que os maus necessitam de nossas orações.

Também a mão amiga, o colo protetor, a fim de que o filho saiba que pode contar conosco.

Se for início de algum problema mental, o se detectar os sinais o mais cedo possível, somente beneficiará o seu portador.

Porque, como pais, procuraremos a ajuda terapêutica, salvaguardando desastres para o futuro.

Pensemos nisso e aprendamos a ouvir o que têm a dizer os nossos filhos.

Fantasia, presenças espirituais ou criações mentais, não importa. Escutemos e orientemos com bom senso sempre.

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União antagônica

Quando a mamãe saiu para buscar o leite, viu um cachorrinho encolhido a um canto da escada.

Quis enxotá-lo, mas o frio era tão intenso... e, nisso, subitamente aparece o filho, que ao ver o animalzinho exclamou:

— Que gracinha, mamãe! Ele está morrendo de frio! Será...

— Tenha pena, filho, mas já temos o gatinho e ele já é bastante.

Ela fechou a porta rapidamente.

O menino não questionou, mas foi acordar a irmã, a fim de lhe contar o ocorrido.

— Precisamos agir logo - disse a garota, pulando da cama e colocando sua roupa.

Não demorou muito e ouviram latidos do pequeno cão, acompanhados do movimento de alguém pulando o muro.

Era um pivete que tentava roubar o pão, deixado pelo padeiro pela manhã.

— Viu, mamãe? - exclamou o filho - se não fosse o cãozinho, ficaríamos hoje sem pão... Ele é o nosso guarda, deixe-o ficar!

A mãe entregou os pontos e as duas crianças trouxeram o cachorrinho. Ao vê-lo, o gato eriçou-se todo.

Parecia enciumado.

— Eles não vão se dar bem - disse a mãe - e depois, qual deles irá embora?

— Cuidaremos dos dois em separado, disseram as crianças.

Os dois animais olharam-se com desconfiança, embora as crianças procurassem conciliá-los.

Porém, aconteceu certa tarde que a mãe comunicou-lhes que passariam o dia seguinte na casa de amigos.

Explicou que deixariam os animais do lado de fora, com água e comida suficientes para ambos.

Foram-se. Lá pelas tantas da tarde desabou um forte temporal, que se prolongou por quase três horas consecutivas.

— Pobres bichinhos, mamãe - disse o garoto. - Como estarão do lado de fora?

Quando amainou um pouco mais a chuva, a mãe chamou um táxi e retornaram. Já começava a escurecer e fazia frio.

Logo que entraram em casa, as crianças correram para o quintal.

Que surpresa e que enorme alegria!

É que dentro do cesto de roupas usadas, que ficava junto ao tanque os dois animais, antagonistas por natureza, dormiam tranqüilos e bem aconchegados.

Vendo o quadro, as duas crianças chamaram a mãe para também apreciar aquela cena tão singular.

Rindo juntamente com os filhinhos, aquela mãe fez o seguinte comentário:

— A fúria do temporal os fez amigos. O mesmo acontece com o ser humano, filhos. A necessidade, o medo e a dor os une.

Aprendamos essa lição com os dois animaizinhos!

Gentilezas

Quando você afasta do piso uma casca de fruta deixada pela negligência de alguém, não pratica apenas um ato de gentileza. Evita que algum desavisado escorregue, sofrendo tombo violento.

Ao ceder o lugar no transporte coletivo a um ancião, você não realiza um gesto de cortesia somente. Atende a um corpo cansado, poupando as energias de quem poderia ser seu genitor.

Se você oferece braço moço à condução de um volume, poupando aquele que o carrega, não pratica unicamente uma delicadeza. Contribui fraternalmente para o júbilo de alguém que, raras vezes, encontra ajuda.

Portando a boa palavra em qualquer situação, você não atende exclusivamente à finura do trato. Realiza entre os ouvintes o culto do verbo são, donde fluem proveitosos e salutares ensinamentos.

Silenciando uma afronta em público, você não atesta apenas o refinamento social. Poupa-se à dialogação violenta, que dá margem a ódios irremediáveis.

Se você oferece agasalho a algum desnudo, não só atende à delicadeza humana, por filantropia. Amplia a cultura da caridade pura e simples.

Ao sorrir, discretamente, dando ensejo a um desafeto de refazer a amizade, você não age tão-somente em tributo à educação. Apaga mágoas e ressentimentos, enquanto "está no caminho com Ele".

Procurando ajudar um enfermo cansado a galgar e vencer dificuldades, você não procede imbuído apenas de gentileza. Coopera para que a vida se dilate no debilitado, propiciando-lhe ensejos evolutivos.

Atendendo impertinente criança que o molesta, num grupo de amigos, você não se situa só na formosura da conduta externa. Liberta um homem futuro de uma decepção presente.

No exercício da gentileza, a alma dilata recursos evangélicos e vive o precioso ensino do Mestre ao enfático doutor da lei, com afabilidade e doçura, quando Ele afirmou: "Vai e faze o mesmo!".

Aquele cuja afabilidade e doçura não são fingidas nunca se desmente: é o mesmo, tanto em sociedade, como na intimidade. (Alan Kardec. E.S.E. Cap. IX. Item 6.)

(Glossário Espírita-Cristão - Divaldo Pereira Franco/Marco Prisco)

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Pergunta-me, Senhor

Senhor, Se um dia eu estiver " cheio da vida" , com vontade de sumir, de morrer, insatisfeito comigo e com o mundo em torno de mim...

— Pergunta-me apenas se eu quero trocar a luz pelas trevas...

— Pergunta-me se eu quero trocar a fartura da mesa posta, pelos restos que tantos buscam no lixo.

— Pergunta-me se eu quero trocar meus pés por uma cadeira de rodas.

— Pergunta-me se eu quero trocar minha voz pelos gestos.

— Pergunta-me se eu quero trocar o mundo maravilhoso dos sons pelo silêncio dos que nada ouvem.

— Pergunta-me, se eu quero trocar o jornal que leio e depois jogo no lixo, pela miséria dos que vão buscá-lo para fazer dele seu cobertor.

— Pergunta-me se eu quero trocar minha saúde, pelas doenças incuráveis de tanta gente.

— Pergunta-me também, até quando não reconhecerei as Tuas bençãos, a fim de fazer de minha vida um hino de louvor e gratidão e dizer, todos os dias, do fundo de mim:

— Obrigado, Senhor!

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Como surgiu a expressão Tchê!

Sotaques e regionalismos na hora de falar são conhecidos desde os tempos de Jesus. Todos na casa do sumo sacerdote reconheceram Pedro como discípulo de Jesus pelo seu Jeito "Galileu" de se expressar.

No Brasil também existem muitos regionalismos. Quem já não ouviu um gaúcho dizer: "Barbaridade, Tchê"? Ou de modo mais abreviado "bah, Tchê"? Essa expressão, própria dos irmãos do sul, tem um significado muito curioso. Para conhecê-lo, é preciso falar um pouquinho do espanhol, dos quais os gaúchos herdaram seu "Tchê".

Há muitos anos, antes da descoberta do Brasil, o latim marcava acentuada presença nas línguas européias como o francês, espanhol e o português. Além disso o fervor religioso era muito grande entre a população mais simples. Por essa razão, a linguagem falada no dia, era dominada por expressões religiosas como: "vá com Deus", "queira Deus que isso aconteça", "juro pelo céu que estou falando a verdade" e assim por diante.

Uma forma comum das pessoas se referirem a outra era usando interjeições também religiosas como: "Ô criatura de Deus, por que você fez isso"? Ou "menino do céu, onde você pensa que vai"? Muita gente especialmente no interior ainda fala desse jeito.

Os espanhóis preferiam abreviar algumas dessas interjeições e, ao invés de exclamar "gente do céu", falavam apenas Che! (se lê Tchê) que era uma abreviatura da palavra caelestis (se lê tchelestis) e significa do céu. Eles usavam essa expressão para expressar espanto, admiração, susto. Era talvez uma forma de apelar a Deus na hora do sufoco. Mas também se serviam dela para chamar pessoas ou animais.

Com a descoberta da América, os espanhóis trouxeram essa expressão para as colônias latino-americanas. Aí os gaúchos, que eram vizinhos dos argentinos e uruguaios acabaram importando para a sua forma de falar. Portanto exclamar "Tchê" ao se referir a alguém significa considerá-lo alguém "do céu".

Que bom seria se todos nos tratássemos assim. Considerando uns aos outros como gente do céu.

Um abraço Tchê!

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Súplica

Senhor!

Faze-me perceber que o trabalho do bem me aguarda em toda parte. Lembra-me, por misericórdia, que estou no caminho da evolução, com meus semelhantes, não para consertá-los e sim para atender à minha própria melhoria.

Induze-me a respeitar os direitos alheios a fim de que os meus sejam preservados. Não me permitas sonhar com realizações incompatíveis com os meus recursos, entretanto, por acréscimo de bondade, fortalece-me para a execução das pequeninas tarefas ao meu alcance.

Apaga-me os melindres pessoais, de modo que não me transforme em estorvo diante dos irmãos, aos quais devo convivência e cooperação.

Auxilia-me a reconhecer que cansaço e dificuldade não podem converter-me em pessoa intratável, mas mostra-me, por piedade, quanto posso fazer nas boas obras, usando paciência e coragem, acima de quaisquer provações que me atinjam a existência.

E,sobretudo,Senhor,perdoa a minha fragilidade e sustenta-me a fé para que eu possa estar sempre em Ti, servindo aos outros.

Assim Seja!

Oração pessoal de Chico Xavier

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O outro tem o direito de não gostar de você

Rosana Braga

Freqüentemente vejo pessoas se auto-destruindo ou tentando destruir o outro porque não se conformam com o fato de não serem correspondidas.

Afirmam insistentemente que "amam" e, em nome deste sentimento, julgam-se donas de toda e qualquer razão, como se qualquer atitude pudesse ser justificada por este sentimento.

Claro que desejamos ser correspondidos quando gostamos de uma pessoa. Óbvio que queremos nos relacionar com ela e creio que seja muito saudável fazermos o melhor que conseguirmos para tentar conquistá-la; mas precisamos considerar que nenhuma investida é garantida.

Faça o que fizer, haja o que houver e ainda assim o outro terá o direito de não querer, não gostar, não conseguir corresponder e oferecer os mesmos sentimentos.

Acontece que algumas pessoas simplesmente não compreendem isso. São imaturas; comportam-se feito crianças que esperneiam e fazem birra a fim de conseguir o que querem.

Algumas optam pela autodesvalorização. Diante da recusa do outro, entregam-se às lamentações e não se cansam de repetir que são feias, desinteressantes e não têm sorte na vida. Pisoteiam sua própria auto-estima até realmente ficarem muito menos atraentes do que poderiam ser.

Existem as que mergulham tão profundamente nessas crenças que desenvolvem sentimentos próprios de depressão, instabilidade de humor, desânimo diante de tudo e de todos e, em alguns casos extremos, chegam até a desistir de viver.

Outras preferem atacar quem as rejeitou. Ainda que esta opção também signifique autodestruição, tais pessoas se empenham em bagunçar a vida do outro. Fazem escândalo na família dele, em frente â casa, tentam difamá-lo entre os amigos e, seja através de diretas ou de indiretas, não medem esforços para causar-lhe transtornos de todas as ordens.

Se você se derruba ou tenta derrubar o outro quando não consegue despertar nele o mesmo sentimento que lhe dedica, está na hora de crescer e amadurecer; de entender de uma vez por todas que as pessoas têm o direito de não gostar de você, assim como você também tem o direito de não gostar de alguém que se declara e revela o desejo de estar ao seu lado!

Sei que é triste, que a gente fica mal, chora e se angustia com uma recusa. Até aí, muito compreensível: todos nós desejamos ser amados por quem amamos. Mas depois de algum tempo (sejam dias ou alguns meses), isso tem de passar.

Aceitar o "não" é ser justo e democrático; é ser adulto o bastante para acatar os sentimentos do outro sem acreditar que ele tem o poder de destruir você, caso não o queira. Não tem! E se você se vê destruído, saiba que a responsabilidade é sua e não do outro. Quem se destruiu foi você!

E enquanto digere a tristeza de não ser correspondido, comporte-se com dignidade. Não alimente pensamentos insensatos e unilaterais. Tente perceber como você pode se tornar melhor depois deste episódio. Sempre temos algo a aprender e as dores do amor servem perfeitamente para isso.

Por fim, não se esqueça: a gente só pode seduzir de verdade o coração de alguém quando usa, para tanto, atitudes de amor. Infantilidade, exageros, ofensas e acusações podem até fazer parte da reestruturação de uma relação, mas não podem persistir até que a única coisa que você mereça seja piedade. Porque, certamente, você merece bem mais do que isso!

Ternura

É tão sutil e tão importante, que alenta a vida. Muitas criaturas a negam, porém não a dispensam. Tímida, faz-se quase imperceptível, todavia emoldura e mimetiza quem a doa, quem a recebe.

Transparece num olhar, como uma estrela num céu atapetado de astros; exterioriza-se num sorriso, como uma canção tocada numa harpa a distância; irradia de uma palavra, qual o vôo de uma ave grácil no espaço azul; dilata-se, num silêncio qual solau interrompendo uma melodia trazida pela brisa; fala sem voz, atua sem mão, brilha sem luz...

Ternura é alma e é coração.

Espontânea, não pode ser imposta; livre não se expressa subalterna; santa, não corrompe nem se corrompe.

Faz muita falta a ternura na Terra!

Não impõe interesses mesquinhos nem fiscaliza paixões.

Brota como uma flor que explode de um botão aos ósculos do Sol.

A ternura propõe harmonia, e, quando chega, apazigua.

Emoldura a alma com o amor puro, fecundado nas santas intenções e descobrirás a ternura exteriorizando-se de ti e a ti retornando, por ser a mais forte expressão que traduz elevação do espírito.

Se não vige assim eis que o sentimento nutrido está intoxicado: ainda não é amor.

Ternura é bênção - frui-a sob a inspiração do amor que deves enternecer, a fim de facilitar a quem amas.

(Texto extraído do livro: Heranças de Amor, Divaldo Pereira Franco - Eros)

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Despedida de um grande amiguinho

Descanse das dores, cegueira e outros males, Que um dia entretanto, te causaram mal.

Chegou-te a idade sorrateiramente, e as conseqüências da vida atual.

Primeiro pulavas na cama tão ágil, e em outro momento não podias mais.

O coração dando sinais de cansaço, e os olhos tão lindos e vitrificados, agora enxergava somente a escuridão.

A alegria de antes permanecia intacta, mas um pouco silenciosa.

Seus passos permaneciam firmes, apesar das quedas constantes por conta da dolorida articulação.

E a percepção de minhas inúmeras dificuldades chegavam latentes em seu coração.

Via em ti o exemplo de vida mais lindo, que um ser vivo poderia demonstrar.

Ainda vejo a imagem serena, a sombra pequena a me acompanhar.

Recordo sua juventude e me pego sorrindo para não chorar.

Quando a dor aperta, a saudade desperta, ainda sem controle passo a te chamar.

Quanta bravura e teimosia existiam em ti e me fascinava!

Eras meu filho por adoção, e o calor mais doce de minha paixão.

Hoje dormes o sono profundo, calando no mundo o que um dia foi teu.

Passe o tempo que passar, de ti hei sempre de me lembrar!

Dorme amigo querido, pois a dor agora não vai mais te afetar.

Izabel Silveira - 4/09/2010 (Homenagem ao meu filho, cãozinho Xuxo)

Pequena Homenagem para aquele que um dia demonstrou por mim um amor imenso, fidelidade plena e uma grande lição de vida...

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As pausas na nossa vida

"Na pausa não há música, mas a pausa ajuda a fazer a música".

Na melodia da nossa vida a música é interrompida aqui e ali por pausas... E nós, sem refletirmos, pensamos que a melodia terminou.

Deus nos envia, às vezes, um tempo de parada forçada. E faz uma pausa repentina no coral de nossa vida. Pode ser uma provação, planos fracassados, ou esforços frustrados. Mas na verdade é preciso fazer uma pausa.

Mas como é que o maestro lê a pausa? Ele continua a marcar o compasso com a mesma precisão e toma a nota seguinte com firmeza, como se não tivesse havido interrupção alguma.

Deus segue um plano ao escrever a música de nossa vida. Elas não estão ali para serem passadas por alto ou serem omitidas, nem para atrapalhar a melodia ou alterar o tom. E sim para aprimorar a nossa parte deve ser aprender a melodia e não desmaiar nas pausas.

Se olharmos para cima, Deus mesmo marcará o compasso para nós. Com os olhos Nele, vamos aferir a próxima nota com toda a clareza sem murmurarmos tristemente: "Na pausa não há música". Não nos esqueçamos, contudo, de que "ela ajuda a fazer a música".

Compor a música da nossa vida é geralmente um processo lento e trabalhoso. Com paciência, Deus trabalha para nos ensinar! E quanto tempo Ele espera até que aprendamos a lição!

Lembre-se, a pausa não dura muito, é apenas um tempo suficiente para que você se renove e continue... Ela apenas serve para continuar a música!!!

Olhe melhor a sua volta... Viva a Vida! Pare! E aceite a pausa, você merece ser mais amado e amar, sonhar, sorrir, cantar e ser feliz, muito mais feliz!!!

Autoria desconhecida

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A dança e o riso

A dança e o riso são as melhores portas, as mais naturais, as mais facilmente acessíveis para entrarmos na não-mente. Se você realmente dançar, o pensamento pára. Se você dançar sem parar, girando, girando e se tornar um redemoinho - todas as fronteiras, todas as divisões desaparecem. Você nem mesmo sabe onde seu corpo termina e onde a existência começa. Você se dissolve na existência e a existência se dissolve em você.

E se você estiver realmente dançando - não controlando a dança, mas deixando que ela o conduza - se você estiver possuído pela dança, o pensamento pára.

O mesmo acontece com o riso. Se você for possuído pelo riso, o pensamento pára. E se você conhecer alguns momentos de não-mente, esses vislumbres lhe assegurarão muito mais recompensas que irão surgir.

O riso pode ser uma bela introdução a um estado de não-pensamento.

No dia em que o homem se esquecer de rir, no dia em que o homem se esquecer de brincar, no dia em que o homem se esquecer de dançar, ele não será mais um homem; ele terá caído para uma espécie sub-humana. A brincadeira o deixa leve, o amor o deixa leve, o riso lhe dá asas.

Dançando com alegria ele pode tocar as estrelas mais longínquas, pode conhecer o próprio segredo da vida.

... O que há de errado em desfrutar a si mesmo? O que há de errado em estar feliz? Se existe alguma coisa errada, está em sua infelicidade, porque uma pessoa infeliz cria ondulações de infelicidade por toda a sua volta. Seja feliz!

... O tantra diz: seja real, seja autêntico consigo mesmo. Sua felicidade não é ruim, ela é boa. Ela não é pecado! Somente a tristeza é pecado, somente ser miserável é pecado. Ser feliz é virtude porque uma pessoa feliz não criará infelicidade aos outros. Somente uma pessoa feliz pode ser um solo para a felicidade dos outros.

OSHO: A Sudden Clash of Thunder / Zatathustra, The Laughing Prophet / O Livro dos Segredos.

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O Olhar

Quando abaixar o olhar diante das dificuldades da vida com medo de encará-las de frente, estará desistindo.

Quando abaixar a cabeça com medo do que as pessoas vão dizer de você, por suas decisões, lembre-se que elas vão continuar falando do mesmo jeito, então viva a sua vida.

Quando abaixar a cabeça com medo do que ainda não aconteceu, lembre-se de viver só o presente.

Você deve abaixar o olhar apenas para conversar com Deus e agradecer por tudo, pelas calúnias, pelos amigos, tristezas, humilhações ou momentos felizes. Porque só Ele sabe o que se passa dentro de você.

Ao contrário, aprenda a olhar a vida e as pessoas de frente, sem medo e sem arrogância, mas puro de coração.

O olhar é o espelho da alma, e através dele podemos nos conhecer e conhecer os outros.

Olhar as coisas de frente e sem medo é para aqueles que sabem viver, que não têm medo de cair, de serem felizes e nem de fazerem os outros felizes.

Olhe para as pessoas com todo amor e sentimento que tem por elas, deixe de mentir para você mesmo e aproveite a oportunidade. Quem tem medo de se arriscar, não vive, e quem não quer viver, não nasce.

Talvez o ideal para você, que ainda não sabe olhar as pessoas nos olhos, por medo de si mesmo, é começar por algo mais profundo.

Olhe nos olhos de Deus todo final de tarde, e logo irá perceber que não é ruim nem difícil olhar as coisas de frente. Depende de como está vendo, e lembre-se:

Atrás do horizonte tem algo mais à nossa espera.

Guarde isso no seu coração

Não espere o vento soprar na sua direção, nem corra atrás do vento. A vida está dentro de você e viver este dia é o melhor que você pode fazer.

Não deixe alguém esperando pela sua palavra. Abra o seu coração e olhe para a dor da humanidade. Do seu lado pode estar alguém que sofre em silêncio.

Não se feche nem retenha as coisas boas. Solte, libere a sua melhor parte. Há muitas mãos estendidas, há muitos rostos chorando, há muitas vidas precisando de você. Há dor no mundo! Há fome! Há luta! Há dor sobretudo NA ALMA das pessoas. Você pode, se você acha que pode. Faça algo neste dia. . .

Pode ser que amanhã a sua palavra fique presa na garganta porque a morte se sobrepõe a vida. Não retenha a sua fidelidade, o seu gesto de amor, a sua solidariedade, a sua amizade, o seu melhor sentimento.

Não sabemos o que nos espera no próximo minuto. Uma existência toda se esvai num segundo determinante. Faça a sua parte no mundo. Não silencie, não se omita.

Pode ter certeza: algum coração neste momento bate por você, uma alma ferida precisa das suas palavras, um amigo espera seu gesto, um faminto espera o pão, um doente a cura, alguém que você nem conhece deseja intensamente estar vivo e no seu lugar.

Deus habita no meio daquele que tem o maior sentimento do universo: O AMOR!

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Em torno da felicidade

Em matéria de felicidade convém não esquecer que nos transformamos sempre naquilo que amamos.

Quem se aceita como é, doando de si à vida o melhor que tem, caminha mais facilmente para ser feliz como espera ser.

A nossa felicidade será naturalmente proporcional à felicidade que proporcionarmos aos outros.

A alegria do próximo começa muitas vezes no sorriso que você lhe queira dar.

A felicidade pode exibir-se, passear, falar e comunicar-se na vida externa, mas reside no endereço exato na consciência tranqüila.

Se você aspira a ser feliz e traz ainda consigo determinados complexos de culpa, comece a desejar a própria libertação, abraçando o trabalho em favor dos semelhantes e na reparação desse ou daquele dano que você haja causado em prejuízo de alguém.

Estude a si mesmo, observando que o auto-conhecimento traz humildade e sem humildade é impossível ser feliz.

Amor é a força da vida, e trabalho vinculado ao amor é a usina geradora da felicidade.

Se você parar de se lamentar, notará que a felicidade está chamando o seu coração para vida nova.

Quando o céu estiver em cinza, a derramar-se em chuva, medite na colheita farta que chegará do campo e na beleza das flores que surgirão no jardim.

Livro: Sinal Verde pelo Espírito de André Luiz

Psicografado por Francisco Cândido Xavier

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Diversão de aposentado

Os aposentados perguntam frequentemente o que fazer para tornar os seus dias mais interessantes.

Bem, por exemplo, outro dia, minha esposa e eu fomos para cidade e entramos em uma loja para comprar algo que nem me lembro mais o que era.

Quando saímos, vimos um guarda fazendo uma multa por estacionamento irregular.

Fui até ele e disse:

— Vem cá cara, como você pode fazer uma coisa dessas?

Ele nos ignorou e continuou a escrever a multa.

Chamei-o de "babaca".

Ele olhou para mim com desdém e começou a escrever outra multa por ter pneus desgastados.

Então, minha mulher chamou-o de "cabeça de merda".

Ele terminou a segunda multa e colocou-a no parabrisa junto com a primeira.

Então ele começou a escrever mais multas.

Isso durou cerca de 30 minutos.

Quanto mais abusavamos dele, mais multas ele aplicava.

Só então o ônibus chegou, e nós fomos para casa, pois nem carro temos.

Tentamos ter um pouco de diversão a cada dia, agora que estamos aposentados.

É importante na nossa idade...

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Nome das Coisas

Mario Prata

Outro dia fui comprar um abajur. A mocinha me olhou e perguntou:

— Luminária?

Eu olhei em volta, tinha uma porção de abajur.

— Não, abajur mesmo, eu disse.

— De teto?

Fiquei olhando meio pasmo para a vendedora, para o teto, para a rua. Ou eu estava muito velho ou ela estava muito nova.

— No meu tempo - e isso faz pouco tempo - o abajur a gente punha no criado-mudo, na mesinha da sala.

E lá em cima era lustre.

— Lustre?

Descobri que agora é tudo luminária.

Passou por spot, virou luminária.

Pra mim isso é pior que bandeirinha virar auxiliar de arbitragem, e passe (no futebol) chamar-se agora assistência.

Quem são os idiotas que ficam o dia inteiro pensando nessas coisas?

Mudar o nome das coisas?

Por que eles não mudam o próprio nome?

A mocinha-da-luminária, por exemplo, se chamava Mariclaire.

Desconfio até que já tivesse mudado de nome.

Pra que mudar o nome das coisas?

Eu moro numa rua que se chama Rodovia Tertuliano de Brito Xavier. Sabem como se chamava antes? Caminho do Rei.

Pode? Pode!

Coisa de vereador com minhoca na cabeça e tio para homenagear.

Mas lustre e abajur, gente, é demais.

Programação de televisão virou grade.

Deve ser para prender o espectador mais desavisado.

Entrega em domicílio virou delivery.

Agência de correio, mailing.

São os publicitários, os agentes de 'marquetingui'?

Quer coisa mais bonita do que criado-mudo?

Existe nome melhor para aquilo?

Pois agora as lojas vendem mesa-de-apoio.

Considerando-se a estratégica posição ao lado da cama, posso até imaginar para que tipo de apoio serve.

Antigamente virava-se santo, agora vira-se beato, como se já não bastassem todas as carolas beatas que temos por aí.

Mudar o nome de deputado para putado ninguém tem coragem, né?

Nem de senador para sonhador. Sonhadores da República, não soa bem?

E uma bancada de putados?

A turma dos dez por cento agora se chama lobista! E a palavra não vem de lobo, mas parece.

E por que é que agora as aeromoças não querem mais ser chamadas assim?

Agora são comissárias. Não entendo: a palavra comissária vem de comissão, não é? Aeromoça é tão bom e terno como criado-mudo.

Pior se as aeromoças virassem moças-de-apoio, taí uma idéia.

E tem umas palavras que surgem de repente do nada.

Luau - Isso é novo. Quando eu era jovem, se alguém falasse essa palavra ou fosse participar de um luau, era olhado meio de lado. Era pior que tomar vinho rosê.

Mas a vantagem de ser um pouco mais velho é saber que o computador que hoje todo mundo tem em casa e que na intimidade é chamado de micro, nasceu com o nome de cérebro-eletrônico. Sabia dessa?

E sabia que o primeiro computador, perdão cérebro-eletrônico, pesava 14 toneladas?

E que, na inauguração do primeiro, os gênios da época diziam que, até o final do século, se poderia fazer computadores de apenas uma tonelada?

Outra palavrinha nova é stress.

Pode ter certeza, minha jovem, que, antes de inventarem a palavra, quase ninguém tinha stress.

Mais ou menos como a TPM. Se a palavra está aí a gente tem de sofrer com ela, não é mesmo?

No meu tempo o máximo que a gente ficava era de saco cheio.

Estressada, só a turma do Luau.

E agora me diga: por que é que em algumas casas existe jardim de inverno e não jardim de verão?

E se você quiser mudar o nome desta crônica para lingüiça, pode.

Desde que coloque o devido trema.

Também conhecido como dois pinguinhos.

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O Despertador está Tocando

Roberto Shinyashiki

Na Índia, os mestres sempre dizem: os problemas são despertadores que tentam acordar as pessoas para a vida.

Aproveite para acordar logo, antes que o próximo despertador faça mais barulho.

Pense nisso: o que essa dificuldade está querendo mostrar a você?

Problemas são avisos que a vida nos envia para corrigir algo que não estamos fazendo bem. Problemas e doenças são sinais de emergência para que possamos transformar nossas vidas.

Aliás, problemas e doenças guardam muita semelhança entre si. Infelizmente, a maioria das pessoas, quando fica doente, cai num lamentável estado de prostração ou simplesmente toma remédio para tratar os sintomas em vez de fazer uma pausa para refletir sobre os avisos que essa doença está enviando.

São poucos os que se perguntam: "Por que meu organismo ficou enfraquecido e permitiu que a doença o atacasse?"

Uma doença é sempre um aviso, embora muita gente não preste atenção nele. Assim como os problemas, os sintomas vão piorando na tentativa de fazer com que você entenda o recado.

No começo pode ser uma leve dor de cabeça, um recado para que você pare e analise o que está faltando em sua vida. Mas você não tem tempo, toma um analgésico e nem percebe direito que a dor está aumentando.

Então, a dor piora, mas você vai à acupuntura para aliviá-la e não presta atenção quando o médico diz que o tratamento é paliativo e que você precisa mudar seu estilo de vida para eliminar as causas da doença.

As doenças são recados que precisamos levar a sério, principalmente as doenças que se repetem. Dores de cabeça, alergias de pele, má digestão, todos esses distúrbios querem nos mostrar algo.

Saber procurar e achar as causas deles é uma atitude muito sábia.

Nossos inimigos, da mesma forma que os problemas e as doenças, são gritos de alerta para cuidarmos de algo que não está certo em nossa vida.

Quando os ouvimos com atenção, nossos inimigos podem se transformar em maravilhosas alavancas de crescimento pessoal.

Assim como as doenças e os inimigos, os problemas nos enviam avisos que precisamos aprender a decodificar.

Se você tem um problema que está-se repetindo em sua vida, é chegada a hora de fazer uma análise do seu significado para poder superá-lo.

E tenha muito claro que, no momento em que supera um problema que o acompanha por algum tempo, uma nova pessoa nasce dentro de você.

Páginas da Vida

Se começarmos a comparar nossa vida a um livro, vamos entender que as páginas da vida são cheias de surpresas.

Há capítulos de alegrias, mas também de tristezas. Há mistérios e fantasias...

Em algumas páginas sofrimentos e decepções, mas o importante é saber que: a página que representa a data de ontem já foi virada e não pode mais ser alterada, corrigida ou vivenciada novamente.

Por isso não rasgue páginas e nem pule capítulos... Cada manhã Deus nos dá a oportunidade de vivermos mais uma nova história.

Todos os dias podemos tomar uma nova decisão, que irá nos aproximar mais e mais dos nossos objetivos.

Para isso, devemos buscar de Deus a direção necessária, para não errarmos o caminho.

Faça um inventário de todas as coisas boas que você possui e viva cada capítulo de sua história, o melhor que puder.

Não se apresse para descobrir os mistérios que Deus tem para revelar a você.

Deus tem colocado a cada dia, na página de seu livro, muitas bênçãos para você...

Saiba reconhecê-las e valorizá-las!

Jamais desista de seus sonhos e lute com mais garra para alcançá-los.

Não tenha medo de ser feliz.

Nunca é tarde para mudar o rumo e começar a escrever páginas de felicidade no seu "livro da vida".

Jamais perca a esperança!

Busque encontrar um final feliz para cada capítulo de sua história.

Que nenhum contratempo atrapalhe a beleza de seus sonhos...

Sem o esforço da busca, é impossível a alegria do encontro!

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Exemplo inesquecível

Dentre as mulheres mais notáveis do século vinte, destaca-se a extraordinária Helen Keller.

Nascida em Tuscumbia, nos Estados Unidos, em 1880, morreu em 1968, em Connecticut.

Aos dezoito meses de idade, um mal não definido provocou-lhe cegueira e surdez.

Por conseqüência, ficou muda.

Até os sete anos de idade era um verdadeiro animalzinho, com vida puramente instintiva, condenada, segundo os padrões da época, à idiotia.

Coube à Anne Sullivan, admirável professora de vinte anos, conseguir, após, indescritíveis esforços, que a menina tivesse o primeiro contato com o mundo exterior, aprendendo a distinguir seres e objetos com o toque das mãos e a ensaiar o raciocínio em relação às suas experiências táteis.

Já era muito para quem sofria tão graves limitações.

Mas Helen Keller foi além.

Embora a vida, no seu mundo sem som e sem imagem, fosse um grande desafio, ela aceitou todas as dificuldades e riscou de seu vocabulário a palavra impossível.

Primeiro aprendeu a falar, prodígio alcançado com infinita paciência e intermináveis exercícios.

Que se saiba, foi a primeira pessoa que conseguiu articular palavras inteligíveis, sem ter ouvido som algum.

Inscrita em um colégio para moças, onde a receberam com muita relutância em virtude de suas deficiências, diplomou-se com distinção, embora não pudesse ouvir as aulas, nem fazer qualquer anotação.

Helen Keller provou que o poder da vontade representa uma força quase ilimitada, ao aprender muito no campo da geografia, da álgebra, das ciências físicas, da botânica, da zoologia e da filosofia.

Escrevia em inglês e em francês, mantendo correspondência com figuras de grande projeção no mundo inteiro.

Proferiu centenas de conferências em vários países, inclusive no Brasil, e escreveu livros notáveis.

O mais extraordinário foi que ela superou os sentimentos de auto-compaixão e de crônica infelicidade que caracterizam boa parte dos espíritos quando enfrentam suas provações.

Dedicou sua vida em favor dos cegos, dos surdos e dos mudos.

No seu livro intitulado Minha vida de mulher, ela disse:

Ninguém pode saber melhor do que eu o que são as amarguras dos defeitos físicos. Não é verdade que eu nunca esteja triste, mas há muito resolvi não me queixar. Mesmo o ferido de morte deve esforçar-se por viver seus dias com alegria, por amor dos outros. Eis para que serve a religião: inspirar-nos à luta até o fim, de ânimo forte e sorriso nos lábios. Uma ambição eu tenho: a de não me deixar abater. Para tanto conto com a benção do trabalho, o conforto da amizade e a fé inabalável nos altos desígnios de Deus.

Pense nisso!

Helen Keller é o símbolo marcante do que podem realizar aqueles que compreendem que a felicidade não está subordinada à satisfação de meros desejos egoístas, mas sim, ao desejo de compreendermos o que a vida espera de nós.

Condenada a viver em um mundo silencioso e de trevas, havia claridades e sons em seu íntimo que jamais perceberemos com os sentidos físicos.

Havia nela heroísmo suficiente para enfrentar as contrariedades e vencê-las, persistindo sempre no bem.

Havia harmonia e comunhão com a vontade do Pai.

Equipe de Redação do Momento Espírita, com base nas páginas 46 e 47 do livro Temas de hoje, problemas de sempre, de Richard Simonetti.

Sou apenas uma pessoa; mas ainda assim sou alguém. Não sou capaz de fazer tudo, mas mesmo assim sou capaz de fazer algo. Não renunciarei a fazer o pouco que puder. (Helen Keller)

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Procure

Fernando Pessoa

Procure os seus caminhos,
mas não magoe ninguém nessa procura.

Arrependa-se, volte atrás, peça perdão!
Não se acostume com o que não o faz feliz,
revolte-se quando julgar necessário.

Alague seu coração de esperanças,
mas não deixe que ele se afogue nelas.
Se achar que precisa voltar, volte!
Se perceber que precisa seguir, siga!

Se estiver tudo errado, comece novamente.
Se estiver tudo certo, continue.
Se sentir saudades, mate-a.
Se perder um amor, não se perca!
Se o achar, segure-o.

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Movendo Montanhas

Um homem dormia tranquilo quando, de repente, seu quarto encheu-se de luz e o Salvador lhe apareceu.

O Senhor disse ao homem que tinha trabalho para ele fazer e mostrou-lhe uma enorme pedra em frente à casa.

O Senhor explicou que o homem deveria empurrar a pedra com toda as suas forças, dia após dia.

Por muito tempo ele se cansou do nascer ao pôr-do-sol, seus ombros encostados contra a superfície fria e maciça da rocha inamovível, empurrando com todas as suas forças.

A cada noite o homem retornava para casa exausto, sentindo que todo o seu dia tinha sido em vão.

Vendo que o homem dava sinais de estar perdendo o ânimo, Satanás decidiu entrar em cena, induzindo pensamentos na mente do homem: "Você está fazendo força contra a pedra há muito tempo e ela nem se abalou. Por quê matar-se por isto? Você nunca vai conseguir mover a pedra mesmo."

Satanás dava ao homem a sensação de que a tarefa era impossível e que ele era um fracassado, e esses pensamentos desencorajaram e desanimaram o homem.

"Por quê matar-me em cima disso?" - pensava ele - "Vou colocar apenas o meu tempo, mas dedicar o mínimo de esforço; isso já será suficiente."

O homem, então, resolveu fazer disso o objeto de suas orações e levar seus pensamentos atribulados ao Senhor.

"Senhor, - disse ele - tenho trabalhado duro por muito tempo no Teu serviço, empenhando todas as minhas forças para fazer o que pediste. Após todo esse tempo, todavia, eu ainda não consegui mover aquela rocha meio milímetro sequer. O que está errado? Em que falhei?"

O Senhor respondeu amorosamente:

"Filho, quando pedi a você que me servisse e você aceitou, eu lhe disse que sua tarefa era empurrar a rocha com todas as suas forças e isso você tem feito. Mas nenhuma vez eu lhe disse que esperava que você a movesse. Sua tarefa era empurrar. Agora, você chega a mim dizendo que falhou. Mas será que é isso mesmo? Seus braços estão fortes e musculosos, suas costas eretas e morenas, suas mãos estão calejadas pela pressão constante e suas pernas tornaram-se duras e firmes.

Através do esforço você cresceu muito e suas habilidades são muito maiores do que quando você começou."

Você não moveu a rocha. Mas o seu chamado foi para que você fosse obediente e empurrasse e exercitasse a sua fé e confiança na Minha sabedoria, e isto você fez;

Agora, Eu vou mover a rocha."

Às vezes quando ouvimos uma direção de Deus, temos a tendência de usar o nosso intelecto para decifrar o que Ele realmente quer de nós quando, na verdade, o que Ele quer de nós é apenas simples fé e obediência.

Por todos os meios, exercitemos a fé que move montanhas... mas tenhamos sempre no coração a humilde certeza de que quem move as montanhas é Deus.

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Chinelos Dourados

"... E o verbo se fez carne e habitou entre nós..."; Jó 1,14

Era uma vez, a apenas cinco dias para o Natal. O espí­rito da ocasião ainda não tinha me atingido, mesmo que os carros lotassem o centro da cidade. Dentro das lojas, era pior ainda.

"Por que vim hoje?" Perguntei a mim mesmo.

Meus pés estavam tão inchados quanto minha cabeça. Minha lista continha nomes de diversas pessoas que diziam não querer nada mas eu sabia que ficariam magoadas se eu não lhes comprasse alguma coisa. Comprar para alguém que tem tudo e com os preços das coisas como estão, fica muito difí­cil.

Apressadamente, enchi meu carrinho de compras com os últimos artigos e fui para a longa fila do caixa.

Na minha frente, duas pequenas crianças - um menino de aproximadamente 10 anos e uma menina mais nova, provavelmente de 5 anos. O menino vestia roupas muito desgastadas. Os tênis me pareceram grandes demais e as calças de brim muito curtas. A roupa da menina assemelhava-se a de seu irmão. Carregava um bonito e brilhante par de chinelos com fivelas douradas. Enquanto a música de Natal soava pela loja, a menina sussurrava desligada mas feliz.

Quando nos aproximamos finalmente do caixa, a menina colocou, com cuidado, os chinelos na esteira. Tratava-os como se fossem um tesouro. O caixa anunciou a conta.

"São R$ 6,09", disse.

O menino colocou suas moedas enquanto procurava mais em seus bolsos. Veio finalmente com R$ 3,12.

"Acho que vamos ter que devolver", disse. "Nós voltaremos outra hora, talvez amanhã."

Com esse aviso, um suave choro brotou da pequena menina.

"Mas Jesus teria amado esses chinelos", ela resmungou.

"Bem, nós vamos para casa e trabalharemos um pouco mais. Não chore. Nós voltaremos" , disse o menino.

Rapidamente, eu entreguei R$ 3,00 ao caixa. Estas crianças tinham esperado na fila por muito tempo. E, além de tudo, era Natal. De repente um par de braços veio em torno de mim e uma pequena voz disse,

"Agradeço, senhor."

"O que você quis dizer quando falou que Jesus teria gostado dos chinelos?", perguntei.

O pequeno menino me respondeu, "Nossa mãe está muito doente e vai pro céu. Papai disse que ela pode ir antes mesmo do Natal, estar com Jesus."

E a menina completou, "Meu professor disse que as ruas no céu são de ouro, brilhantes como estes chinelos. Mamãe não ficará bonita andando naquelas ruas com esses chinelos?"

Meus olhos inundaram-se de lágrimas e eu respondi, "Sim, tenho certeza que ficará."

Silenciosamente agradeci a Deus por usar estas crianças para lembrar-me do verdadeiro espí­rito de Natal. O importante no Natal não é a quantidade de dinheiro que se gasta, nem a quantidade de presentes que se compra, nem a tentativa de impressionar amigos e parentes. O Natal é o amor em seu coração, é compartilhar com os outros como Jesus compartilhou com cada um de nós. O Natal é sobre o nascimento de Jesus que Deus nos enviou para mostrar o quanto nos ama realmente.

Reflexão: Com que espí­rito você espera vivenciar esse natal? De consumismo, egoí­smo, ou com o Espí­rito solidário de Jesus? Pense nisso.

Colaboração: Padre Valdo

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